L UGARE S P RATI CADOS :
QUAN DO O E S P AÇO URB AN O GAN HA FE IÇÕ E S DE
ES P AÇO P Ú BLICO
Paol a Peci ar 1
RE SUM O
Este trabalho diz r es peito ao r es um o das i dei as ex post as em minha
apr es ent ação no II Seminário de Patrimôni o Cultural e Museologia ocorrido na
Uni versidade Feder al de S anta C at arina- UFSC, em novembr o de 2013.
Naquela oportuni dade, apr es entei al gum as r eflexões , que podem s er m ais bem
entendi das c om o um elencado de possi bilidades analíti cas fut ur as, com vista s
a uma anális e do es paç o urbano/públi co da Praça M atri z localizada no C entr o
Histórico, de M ont evidéu, no Uruguai. Ness e l ugar, pr eponder antement e aos
s ábados, i nst ala- se um a f eira, denominada com o a Feira da Praç a M atriz,
também c onhecida com o a Feira de Antiguidades. Parto do pr es supost o que
esse ev ento i nfluencia a dinâmica, os us os e as apr opriaç ões da Praç a
Consti tuci on, em r elação ao seu cot idiano nos demais dias da s em ana. Em
s um a, minha apr es entaç ão no II Seminário de Patrimônio C ultural e M us eologi a
tratou m ais de ex por uma i ntenção f utur a de pesquis a et nográfic a, sobr e um
c am po por mim já investigado, m as s ob a perspect iva dos estudos do turi sm o,
do que de um r el ato et nográfi co c oncluí do. P or iss o, e m minha apr es ent aç ão,
pri vilegi ei a exposição de algum as possibi lidades de r eflexão teóric a sobr e
esse campo, visl um bradas a partir das leitur as que v enho f azendo nos últi mos
anos. O u s eja, trat a-s e m ais de um elenc ado de quest ões, de possibilidades
analít icas, do que d a exposição de um a anális e c oncl usiv a.
Palavr as-Chave: Possibilidades T eóric as de Anális e, Cidade, Práticas Soci ais.
1
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFSC.
LUGARES PRATICADOS: QUANDO O ESPAÇO URBANO GANHA FEIÇÕES DE ESPAÇO PÚBLICO
Este trabal ho di z respeito ao r es um o das pri ncipais inf erências que
realizei em mi nha apr es entação no II S eminário de Patrimônio Cultur al e
Mus eol ogi a ocorrido na Univ er si dade Feder al de Santa C atarina- UF SC, em
novembr o de 2013.
Naquela oportunidade, apresent ei algumas reflex ões, que podem s er
mais bem ent endidas c om o um el encado de possibil idades analíticas f utur as,
pens adas a partir do es paç o ur bano/ público de um a Pr aça loc ali zada no C entr o
Histórico, de M ontevidéu, no Uruguai.
Trata-se da Praça Constitución, a mais antiga da capital ur uguaia,
c onhecida popul arm ente c om o a Pr aç a M atri z, por l oc al izar- se em frent e a
Catedr al Metropoli tana de Montevidéu.
Ness e l ugar, preponder ant em ent e aos sábados, instala- s e um a feira,
denomi nada c om o a Feira da P raça Matriz, também c onhecida c om o a F eir a de
Antiguidades. Em minhas r eflex ões, part o do pr ess uposto que es se event o
influencia/transf orm a a dinâmic a, os usos e as apr opriaç ões da Praç a
Consti tuci ón, em rel ação ao s eu c oti diano, nos demais dias da s em ana.
Um lugar “praticad o”
A Feira da Praç a Matriz ou Feira de A ntiguidades oc orr e no âm bito da
Praç a C onstituici ón, todos os sábados desde os anos 1980. Em pesquis a
anteri or (PECIAR, 2003), trabalhei este campo com o objeti vo de mapear o s
at rativ os turístic os e c ultur ais do l ocal e, de obs erv ar e analisar a r el ação
entre turist as e feirantes, sus citada a partir da c om pr a e venda de objetos de
antiguidade. Naquel e m om ent o, eu transitav a pel a Praç a obs erv ando e
s eguindo os caminhos perc orridos pel os visi tant es. T ambém, me v ali da
c onviv ência c om alguns f eirantes perm anec endo na parte de trás das bancas
ac om panhando s eu trabalho e s uas i nt er -rel ações com outros ex positor es, com
c om pr adores ou, apenas curi os os.
A partir dess a ex peri ência, algumas quest ões daquele trabal ho fi c ar am
em aberto pr ovocando novas indagaç ões de pesquisa s obre aquele espaç o, e
todas as r elações que o constituem e são t ambém por ele c onstituídas. As sim,
a apr es ent aç ão realizada no II Semi nário de Patri môni o Cultur al e M us eol ogi a
abarc ou algum as des sas questões.
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LUGARES PRATICADOS: QUANDO O ESPAÇO URBANO GANHA FEIÇÕES DE ESPAÇO PÚBLICO
Durant e as pri meiras décadas da independênci a do Uruguai, a Praç a
Consti tuci ón foi o centro da vida nacional. Ela est á posicionada em frent e ao
Cabildo de Mo ntevidéu, construído em 1804, que servia com o sede do gover no
c olonial. Assim, em sua ori gem, a Praça Constituci ón s e estabel ec eu c om o um
ponto político e hist órico de m uita importância na cidade.
Atualm ente, em s uas i mediações, situa- s e um import ante c entr o c om ercial
e de negócios. Este loc al é fr equentado e transitado por trabal ha dor es dos
estabeleci mentos situados nas suas pr oxi mi dades, pelos morador es do bai rro e
pela popul ação da cidade em ger al . Também por turistas do mundo todo,
es pecialm ent e nos m eses de julho e entr e os mes es de dezembr o e f evereiro.
A F eira da Praç a M at ri z é um evento m ui to popul ar e conheci do na
cidade. El a é fundam entalm ente ident if icada pel a ati vidade de compra e v enda
de antiguidades, embor a o art esanat o faç a parte de seus atr ativos.
Por m ei o dos objetos de anti gui dade, pertencentes a div ers as épocas, a
Feira propor ciona um sentiment o de nost algi a par a uns, e instiga a curi osidade
de outr os.
São louças e pr atarias; s ão obj etos de cobr e e bronz e; s ão lem br anç as de
pr opagandas de pr odut os antigos; são objetos com o vitrolas, brinquedos,
joias, adereços domé stic os ou do vestuário, que na at ual idade parecem ter
per dido seu “val or f unci onal ”, m as que s us citam outr os int eres ses. H á
c om érci o de livros us ados e de revist as tam bém.
Outro as pect o que car act eriz a a Fei ra é que est eticam ent e ela par ec e
não pos sui r, como aparent am outras f eiras, um a or ganiz aç ão “l ógi ca” da
di sposi ção dos objetos. O s objet os que descrevi se enc ontram, apar ent em ente,
todos mistur ados e, entre as banc as que v endem anti guidades, situam-se de
modo int ercal ado e, em m enor núm er o, as banc as de artesanat os. As bancas
s ão m ontadas de acor do com a criati vidade de cada f eirante e dos r ec ur sos
mat eriais que pos sa pos suir.
Em raz ão do público que a Feira atrai para a Praça outras prátic as al ém
das de com pra e venda inst alam- se de f orma trans versal ao ev ento. S ão
pr áticas que da F eira, por um lado, se beneficiam e, por outro, lhe agregam
s enti do e valor.
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Refiro-me a r ec orrent e presença de m ani fes taç ões artístico-cultur ais e
políticas de diver sos cunhos, que at uam de form a coadjuv ant e a Feira, e que
par ec em
est ar
est rat egicam ente
r el aci onadas a
el a.
Dess e m odo,
os
frequent adores não t êm com o s e es quivar das prátic as coadjuv ant es a est e
ev ento: inevi tav elm ente, o visitant e irá se depar ar c om as “est át uas vivas”,
apr es ent ações m usicais, ou s erá convidado, por exemplo, a participar de
al gum “abai xo assinado”.
Andando entr e as r uelas da F eira e os arr edor es da Pr aç a, percebe -s e
que os usos e pr átic as nest e es paço s ão m oti vados por inter ess es m últ iplos,
que m obilizados por est e event o prov oc am di fer entes apropri ações dest e
es paço ur bano.
Para os f eirantes e artistas de rua, a Praça torna- s e um es paç o de
trabal ho. Par a aqueles que desejam s e manifest ar sobr e um a determi nada
c aus a, t or na-s e um es paço par a pr otest os. P ara os f requentador es da ci dade,
torna- s e um espaço de pas seio, um ponto de encontr o, de s oci abilidades. P ar a
os turistas, um atrativo turí stico, um l ocal para tirar f ot os, par a fazer c om pr as.
De um m odo ger al, par a a m ai oria dos fr equentadores, um local de pas seio e
lazer.
A di versi dade de atividades, o gr ande aj untament o de pess oas, conf er e a
Praç a um espírito dist into dos demais di as da s em ana. Pois dia de F eira é di a
de movim ento, de dinamismo, em c ontraste a c erta c alm ari a car act erística da
Praç a em di as “c omuns”.
Em funç ão dest as obser vaç ões, o pr essuposto- chav e da r eflexão sobr e
este c am po é o de que a Feira, e as pr áticas que m obiliza na Praç a,
notadam ente m odificam est e lugar.
Nes se s entido, autor es c om o D eC erteau (2008), M ar cAugé ( 1994),
Gilberto V el ho (1999, 2002), M agnani (1996), Arant es (2000), Pr oença Leite
(2002), Manuel Delgado (2008), Appadurai (2008), Gonçalvez ( 2007), parecem
s er frutíf eros par a pens ar em uma etnografia sobre o ref erido ev ento.
Somado
a
es se
corpo
teóric o,
t ambém
vem
ins pirando
mi nhas
ponder aç ões s obre esse t em a, al guns autor es que tr atam m ais es pecificam ent e
dos est udos da Antr opologia dos O bjet os e situados na cham ada Antropol ogia
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LUGARES PRATICADOS: QUANDO O ESPAÇO URBANO GANHA FEIÇÕES DE ESPAÇO PÚBLICO
Pós- s ocial, assent ada s obr e a crítica ao m odo de anál ise cl ássico c om bas e
nas dic ot omias c ultur a/nat ureza, pesquis ador/nativ o e s uj eito/objet o.
Entendo
que
es peci alment e
a
crítica
à
visão
dicotômic a
entr e
s ujeito/objet o e, o int er es se s obr e outras for mas de tent ar ent ender/apreender
essas r elaç ões, podem vir a contribuir analiti cament e par a um tr abal ho f utur o
s obre ess e c am po, uma v ez que um a de s uas centralidades constitut ivas são
as relaç ões, diretas e indiretas, engendr adas por meio da negociaç ão de
objet os.
Dess a f orma, um nov o questionament o s obre es se campo, s us cit ado por
mei o de outras óticas teóric as pode s er delineado m ais ou m enos assim: Com o
pens ar os objetos da F eira, desde a pers pectiva, por exemplo, de que ele s
poss uem a agência de atr ai r pes soas ?
Ness es termos, aut or es como T im Ingol d (2006), Bruno Latour (2012) ,
Amiria Henar e ( 2007), entre outros, guar dadas s uas particul aridades e, em
al guns c as os, at é m esm o discrepâncias, poderiam c ontribuir par a esta an ális e
no s entido de incluir um a perc epção sobr e os objetos enquanto aloc ados em
“fl uxos”, ou em “r edes ”, ou enquanto “coi sas”.
Com ref er ênci a ao primeiro c onj unt o de autor es citados, tenho m e
apoiado em D eCert eau ( 2008), no que diz r es peito aos m eandr os da r el ação
entre espaç o urbano e pr átic as soci ais.
Como pens ar o espaço da P raça e o event o da Feir a? Com base em
DeCert eau ( 2008), par a quem o es paç o é um lugar pr aticado, um a das
questões s eria inv estigar at é que pont o a Praç a, além de ser um lugar
pl anejado, destinado para enc ontr o ou lazer, não s e confunde, aos s ábados,
c om a Feira. Lem br ando que par a DeC erteau, movim ento, espont anei dade,
ori ginalidade,
táti cas
de
cons um o,
táticas
de
adapt ação,
modos
de
reapropriaç ão de l ugar es, m odos de f azer, de uso, práticas cotidianas, são
todas car act erísticas que conform am um espaço. Acredi to que as cat egori as de
Espaç o Planejado e Espaç o Pr aticado t am bém podem ser perti nent es par a
pens ar esta pes quisa.
Ou, até que ponto, pensando nos m ol des de Proença Leite (2002), a
Praç a, espaç o urbano, não se tor na es paç o públ ico por exc elência em dias de
Feira? J á que segundo este aut or, em bor a o espaç o público s e constitua, na
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LUGARES PRATICADOS: QUANDO O ESPAÇO URBANO GANHA FEIÇÕES DE ESPAÇO PÚBLICO
mai oria das v ezes, no es paço ur bano, el e se c oncr etiza como espaç o público
por meio das ações que atr ibuem sentidos a c ertos es paços da cidade, e s ão
por el as i nfluenci adas. Será mesmo possível vi slumbr ar ess a difer enci aç ão?
Também Marc A ugé (1994) res salta a quest ão r el aci onal e i dentitári a das
pess oas entr e si e com o territ ório, seria esta Praç a, em dias de feira, um lugar
um antropológic o de acor do c om este aut or ? Se pens arm os, na pr es enç a do s
feirantes, dos frequent ador es assí duos, das m emórias de outras épocas
pr esent es e suscitadas nos e pelos objetos ?
Vale lem br ar, que o pr ópri o aut or c hama a aten ção par a o est at ut o
am bí guo do lugar antropol ógic o. M as, por ess a atm osf er a toda, construída na
rel ação das pess oas com o espaço e, do es paço com as pess oas, e das
pess oas entre si , ger ada a partir da F eira da Praç a M atriz, esse conc eito pode
s er um a ferr am ent a important e de anál ise.
Pode- s e diz er que em dias de Fei ra, a P raç a é m enos um l ugar de
pass agem, e mais um es paço de convivência. A os sábados a deli mit ação
es pacial e simbólica da Praça tor na-s e t ênue por que ela s e mimetiza com a
Feira. Onde c om eça e termina a Feira?
Esta questão r emet e as col oc aç ões de M agnani (1996) c om res peito aos
desafios c ol ocados pela cidade c om o cam po de pesquis a e, tam bém, as de
Arant es ( 2000), quando aponta que a ex peri ência ur bana c ontem por ânea pode
s er ent endi da como l ócus de um a c om plexa ar quitetur a de territórios
c om plement ar es. Tam bém, de front eiras contraditórias e cr uz adas que separ am
pr áticas sociais e vi sões de m undo dis crepantes .
Com r elação a v ariedade dos objetos expost os na Fei ra, e os pr oc es sos
de c om pr a e venda, pode- se pens ar que estes, além das f unções pr áticas,
c om o c ham a a at enç ão Gonç alv es ( 2007), adquirem f unç ões simbólicas.
De outr o modo, no exercíci o de pensar ess es obj et os, as c ol ocações de
Appadur ai (2008) podem s er pertinent es com respeito a ci rcul aç ão de “coisas ”
em am bi entes hi st óricos e culturais especí ficos. Est e autor cham a a atenção
par a o fat o de que as c ois as transitam dentro e f ora do est ado de
“m er c adori a”, e que est es pr ocess os se dão por meio de diferent es “r egimes de
v alor” e “políticas de conheciment o” t eci dos nos pr oc es sos de negociação.
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Considerações F inais
Um lugar de heter ogeneidade e s oci abilidades. São as pr áticas soci ai s
que c onstroem o espaç o ou o es paç o que c onstrói e infl uenci a as pr áti cas? A
s oci eda de complexa e o context o ur bano: estes podem s er preponder ant e
c aract erizados pela fr agm entação, pel o indivi dualismo, pelas r elações t ênues e
fugaz es ? A Feira da Praç a M atri z des afia a pens ar o âm bi to ur bano em
múlti plos termos.
Cabe ressaltar que n o âm bito da dis cuss ão acerca do patrimônio c ultural
imaterial no Brasil, Araújo ( 2007) afirma que hi st oricamente, as f eiras
adquiriram
uma
im portância
que
ultrapass a
s eu
papel
com er ci al.
Transform ando- s e, em m ui tas sociedades, num entr epost o de tr ocas c ulturais e
de apr endiz ado.
Event os e espaços c om o a Feira da Praç a Matriz, que s e constituem
c om o palco para m obilidades s oci ais e comerci ais no es paço públ ico ur bano,
v em r ecebendo m aior at enç ão. Refiro-m e ao m ovim ento no Brasil, da
ident ificação de duas feir as como bens de patrimônio imat erial: a feira de
Caruar u (PE) e a fei ra de S ão Cristóv ão (RJ). Junt o a est as, t am bém
rec onhecido c om o patrimônio imat erial, Vaz Silva (2007) aponta o Mer cado
Ver-o-Pes o ( PA).
De ac or do com o Inventári o Naci onal de Refer ênci as Cultur ais, INCR
(2000), no que se r efer e ao reconheci mento do patrimônio imat erial, est es
ev entos entram na cat egoria “l ugar es ”. Com base em que toda a atividade
hum ana produz s entidos de l ugar, o Inv ent ário des ej a incl uir aquel es que
poss uem s enti do cultural diferenciado para a população loc al, espaços
apr opri ados por pr áticas e ativi dades de nat urez as variadas.
Nes se s entido, me par ece pertinente pensar, também, a Feira da Pr aç a
Matriz como patrimônio i mat eri al de sua c om uni dade que a viv enci a a m ais de
30 anos.
Especialm ente aos s ábados a Praç a C onstitucion não é apenas um lugar
de pass agem ou de pas s eio. Mas configura-s e c om o um dos l ocais mai s
popular es da ci dade, em que a identi dade, a relaç ão e a hi stória das pess oas
c om es se es paç o s ão peri odi cament e, vividas e reafirmadas.
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El ement os c om o m em ória e tr adiç ão est ão presentes neste lugar. Podes e pens ar na pers pectiva da ci dade “c omo ar quiv o”, c om o mencionou o
Prof ess or Gil berto S arkis Y unes, na palestra de abertur a deste II Seminário de
Patrimôni o Cultur al e M useol ogia. Nesse s enti do, a real ização da F eira, nest a
Praç a, pode ser ponder ada como um doc um ento que revela um a f ace do modo
de vida da ci dade de M ontevidéu. Em s um a, a F eira da Praç a M atriz, suscita
um c am po de possibi lidades analíticas enquanto l ugar pratic ado e es paç o
públi co, no espaç o ur bano do Centro Históri co da c apital do Uruguai.
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