A ARTICULAÇÃO ENTRE O ENSINO DE CIÊNCIAS E AS TIC: DESAFIOS E POSSIBILIDADES PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA ASSIS, Kleine Karol- SEED [email protected] CZELUSNIAK, Sonia Maris – SEED [email protected] ROEHRIG, Silmara Alessi Guebur -SEED [email protected] Eixo Temático: Didática: Formação de Professores e Profissionalização Docente Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo O objetivo desse trabalho foi pesquisar quais foram as estratégias escolhidas pelos professores participantes do programa PDE-PR (programa de desenvolvimento educacional) para a articulação entre o Ensino de Ciências e as TIC (Tecnologias da informação e comunicação), considerando que isto nos permita entender de que maneira esta proposta pode contribuir para a melhoria do ensino e aprendizagem das Ciências Naturais. Elucidar quais são os desafios e possibilidades de uma formação continuada que visa esta articulação foi o problema que norteou este estudo. Para a construção dos dados realizamos uma pesquisa documental, analisando os materiais didáticos produzidos por professores participantes do PDE 2007-2009 na área de Ciências Naturais. Pautamos nossa pesquisa em documentos oficiais como DCE (diretrizes curriculares da educação básica do Estado do Pr), PCN( Parâmetros curriculares nacionais), Guia de tecnologias educacionas do MEC, e também nos baseamos nos autores: Brito e Purificação(2006),Giordan(2008), Kenski(2003) entre outros. Com base nestas informações, levantamos a discussão sobre a influência das Diretrizes Curriculares Estaduais das disciplinas científicas e da formação continuada na prática pedagógica destes professores. A pesquisa evidenciou o tímido interesse dos professores em utilizar as TIC em seus projetos e os resultados obtidos sinalizam para a necessidade de uma modificação na estrutura curricular, contemplando nas DCE a inserção das TIC como elemento mediador dos processos de ensino e de aprendizagem. e maior atenção para a formação continuada de modo que subsidiem e motivem os professores com um embasamento para criar pontes entre o ensino de ciências e as TIC em situações didáticas. Palavras-chave: Ensino de Ciências, TIC, Formação continuada. 1156 Introdução Uma característica marcante do atual paradigma educacional é a mediação tecnológica e para atender às demandas emergentes deste, faz-se necessário voltar nossos olhares para os programas de formação continuada que precisam proporcionar aos professores constantes atualizações para que desenvolvam novas habilidades no sentido de acompanhar os avanços tecnológicos. Entretanto, os desafios impostos por este paradigma nos colocam diante de novos problemas, que vão além de saber como manipular máquinas e equipamentos eletrônicos. O Programa PDE enquanto proposta de formação continuada proporciona a inclusão digital dos professores participantes, incentivando-os a desenvolver projetos envolvendo TIC. Portanto é pertinente uma investigação acerca do interesse dos professores em desenvolver projetos que envolvem as TIC, bem como um levantamento dos recursos tecnológicos utilizados por estes professores em suas produções didáticas, a fim de analisar se as estratégias utilizadas por estes professores justificam o uso das TIC como elemento mediador à aprendizagem das ciências naturais. Consideramos que pesquisar sobre as estratégias escolhidas pelos professores PDE para a articulação entre o Ensino de Ciências e as TIC nestas produções, nos permite entender de que maneira estas propostas podem contribuir para a melhoria do ensino e aprendizagem das ciências e se vão ao encontro do que defende a área de Ensino de Ciências em relação ao uso das TIC em sala de aula. Com o intuito de evidenciar quais são os desafios e possibilidades de uma formação continuada que intenta a articulação entre o Ensino de Ciências e as TIC, analisamos as produções didáticas, que envolvem TIC, de professores da área de Ciências Naturais participantes do PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional), estabelecendo paralelos entre as propostas dos documentos oficiais e sugestões de autores sobre essa questão. Aporte teórico A inserção das TIC nos ambientes escolares é um fenômeno historicamente notável, bem como sua presença no discurso de muitos autores como Kenski (2003) e Levy (2010) ao versarem sobre sua relevância para o processo de ensino e de aprendizagem e os desafios que os professores do século XXI precisam enfrentar para utilizá-las em situações didáticas. 1157 Entretanto, muitos professores mesmo reconhecendo que as TIC são uma realidade presente no cotidiano dos alunos, ao se depararem com este elemento não familiar, tentam postergar ao máximo esse contato. Nesse sentido Brito e Purificação (2008) afirmam que: A comunidade escolar depara-se com três caminhos: repelir as tecnologias e tentar ficar fora do processo; apropriar-se da técnica e transformar a vida em uma corrida atrás do novo, ou apropriar-se dos processos, desenvolvendo habilidades que permitam o controle das tecnologias e de seus efeitos (BRITO E PURIFICAÇÃO 2008, pg. 25). Entende-se com isto que os educadores devem se tornar articuladores das TIC com as metodologias de ensino e não apenas conhecedores destas, pois estas ferramentas devem abranger também o domínio crítico da linguagem tecnológica e não ser concebidas apenas como instrumento para uso mecânico. Sob essa mesma ótica, Kenski (2003, p.48) alerta para a necessidade de oportunizar os professores a se familiarizem com as novas tecnologias, conhecendo suas possibilidades e seus limites para que possam fazer escolhas conscientes sobre o uso das formas mais adequadas para as situações de didáticas. Tajra (2001, p.114) corrobora com essa idéia afirmando que não existe forma universal para a utilização dos computadores na educação, cabe a cada professor dentro da sua práxis descobrir a melhor forma de utilizá-lo, entretanto deve manter a mente aberta para mudanças, principalmente na sua postura, agora como facilitador e coordenador do processo de ensino e de aprendizagem e não mais como detentor do conhecimento. Nessa perspectiva ganham importância as estratégias e políticas públicas que trazem subsídios para estes profissionais desenvolverem um ensino de qualidade pautado nas novas demandas para a educação deste século. O Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) do Governo do Paraná é voltado para a formação continuada de professores da rede pública estadual de ensino. Neste, ocorre uma integração entre as Instituições de ensino superior e a educação básica através de atividades teórico-práticas (PARANÁ, 2007). Os GTR (Grupos de Trabalho em rede) compõe estas atividades, trata-se de um ambiente virtual de aprendizagem alocado no sitio eletrônico e-escola da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED), o qual utiliza a plataforma MOODLE como aplicativo, e através deste ambiente os professores participantes 1158 como alunos do PDE compartilham seu projeto de intervenção pedagógica com professores da rede estadual de ensino, envolvidos nesse contexto. O GTR possibilita a inclusão virtual dos Professores da Rede nos estudos, reflexões, discussões e elaborações realizadas pelo Professor PDE, como forma de democratização do acesso aos conhecimentos teórico-práticos específicos das áreas/disciplinas do Programa (PARANÁ, 2007, p.12). As TIC e o ensino das Ciências Naturais: possibilidades e desafios Referindo-se ao ensino de Ciências os computadores apresentam grande potencial enquanto ferramenta, pois a combinação da característica iconográfica, o uso de imagens e linguagem hipertextual é particularmente atrativo para a educação, especialmente quando se considera a transposição de fenômenos do meio natural para o meio digital. O uso de analogias permite que o aluno faça previsões e simultaneamente observe os efeitos das alterações das variáveis, contribuindo dessa forma para a construção de conceitos conforme assevera Giordan (2008). Existem várias formas de uso do computador nas aulas de Ciências, tais como: a simulação de um corpo em queda livre a partir de leis gerais da mecânica, a simulação da geometria de uma molécula, animações de ciclos biológicos, eventos geológicos e astronômicos, representações simbólicas das reações químicas, gráficos dinâmicos, enfim, são situações de alto valor didático que podem ser integradas a outras estratégias como às aulas práticas em laboratório. Giordan (2008) adverte, porém: se por um lado a internet encoraja a aprendizagem colaborativa devido a sua estrutura não hierarquizada, por outro, a diversidade de modos de comunicação e as dificuldades para planejar o ensino podem inibir a utilização da internet nas práticas da sala de aula, especialmente se os professores não recebem formação específica. O grande desafio para o professor reside no fato de que a presença do computador na escola altera a organização do ensino, amplia as fronteiras da sala de aula e ao transpor os limites da sala de aula para o ciberespaço surge a inquietação para os que não nasceram na era digital. O que dizem os documentos oficiais sobre as TIC no ensino das Ciências Naturais 1159 As DCE (diretrizes curriculares da educação básica para o ensino de ciências) apresentam uma menção sem maior aprofundamento e não específica para o uso das TIC no ensino de ciências. Segundo este documento, a adequação de abordagens, estratégias e recursos pedagógicos é tão importante quanto à seleção de conteúdos, pois essa escolha pode contribuir para a apropriação de conceitos científicos pelos estudantes. Para a articulação das estratégias com os conteúdos no processo de ensino e de aprendizagem as DCE sugerem: [...] recursos pedagógico-tecnológicos que enriquecem a prática docente, tais como: livro didático, texto de jornal, revista científica, figuras, revistas em quadrinhos, música, quadro de giz, mapa (geográfico, sistemas biológicos, entre outros), globo, modelo didático (torso, esqueleto, célula, olho, desenvolvimento embrionário, entre outros), microscópio, lupa, jogo, telescópio, televisor, computador, retroprojetor, entre outros. (PARANÁ-DCE, 2008, p.73) Com relação aos recursos instrucionais a sugestão é a utilização de: mapas conceituais, organogramas, mapas de relação, diagrama V, gráficos, tabelas, infográficos, entre outros, para a leitura científica, é sugerido materiais de divulgação disponíveis em sítios eletrônicos. Já os PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) no fascículo introdutório reserva uma seção específica para abordar as diversas TIC e suas potencialidades nos principais meios eletrônicos como: televisão, rádio, computador, entre outros e sua importância na educação, sem, entretanto especificar o uso das TIC para o ensino de ciências. Os meios eletrônicos permitem diferentes formas de interação com o conhecimento através de representações iconográficas, imagéticas, hipertextuais e multimídia, representando importantes fontes de informação como os livros, textos, revistas, filmes, etc., na escola servem não apenas para atualizar os conhecimentos, mas para socializar experiências e aprendizagem permanente (BRASIL, 1998, P.140). Os PNC (1998, p.141) apontam que as potencialidades do computador como ferramenta pedagógica está na possibilidade de criar ambientes de aprendizagem permitindo comparar e analisar informações, fenômenos naturais, fazer antecipações e simulações, confirmar idéias prévias, experimentar, criar soluções e construir novas formas de representação mental. O uso do computador possibilita a construção objetos virtuais, situações hipotéticas, modelar fenômenos, planejar e realizar virtualmente experimentos químicos e físicos que se 1160 modificam em função de variáveis, aplicação de conceitos da mecânica, eletrônica, robótica e fenômenos biológicos, permitindo o surgimento de novas formas de pensar, de aprender e de ensinar, permite formular e testar hipóteses, o que é fundamental para o desenvolvimento do pensamento científico. Os jogos podem ser muito úteis para explorar e desenvolver noções de proporção, medidas, conceitos físicos, relações geométricas, diferentes possibilidades e relações (BRASIL, 1998, P.152). Em 1997, quando os PCNs foram publicados a presença de aparatos tecnológicos ainda era recente e era comum a falta de conhecimento e subutilização e alguns mitos em relação ao uso dos recursos tecnológicos. Hoje, mais de uma década se passou e ainda é freqüente a pouca familiaridade de professores com a tecnologia que preferem não utiliza-los porque não desenvolveram habilidades e atitudes necessárias para ser um usuário desses meios. O Guia de Tecnologias Educacionais trata-se de um documento concebido pelo MEC, composto pela descrição de cada tecnologia e por informações que auxiliem na identificação e escolha daquelas que possam contribuir para a melhoria da educação em seu contexto. O Aprimora Ciências Ensino Fundamental: [...]é uma tecnologia educacional que combina ferramentas interativas, simuladores, vídeos, animações, imagens e materiais de referência acompanhados por roteiros de atividades destinados a melhorar a qualidade de ensino de Ciências e dar suporte ao professor em suas práticas didático-pedagógicas (BRASIL,2009. p.43) Este projeto não tem como objetivo a informática em si, mas o favorecimento de ambientes para a aprendizagem de conceitos relacionados à iniciação científica de uma forma atrativa, nesse sentido o professor é motivado a desempenhar sua função de mediador o conhecimento. O Banco Internacional de Objetos Educacionais é um repositório de recursos digitais, em diferentes formatos de mídia, de livre acesso, criado em 2008 pelo Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia, Rede Latinoamericana de Portais Educacionais – RELPE, Organização dos Estados Ibero-americanos – OEI e outros (BRASIL, 2009. p.46). Este repositório tem o propósito de manter e compartilhar recursos educacionais digitais de livre acesso, mais elaborados e em diferentes formatos tais como áudio, vídeo, animação, simulação com os quais o professor poderá enriquecer suas aulas. 1161 Recursos tecnológicos de apoio à produção didática Neste trabalho entendemos Web 2.0 segundo a descrição de O’Reilly(2006) como um conjunto de tendências econômicas, sociais e tecnológicas que coletivamente fundam a base para a próxima geração da Internet, uma mídia mais madura e distintiva, caracterizada pela participação do usuário, abertura e efeitos de rede. O software de autoria é um programa que permite ao educador criar situações de aprendizagens fazendo uso de suas habilidades e competências, segundo Kasim e Silva (2008). Equipado com diversas ferramentas de multimídia permitem o desenvolvimento de diversas atividades que podem estimular o desenvolvimento cognitivo, a linguagem e a autonomia dos alunos. Conforme descreve Brito e Purificação (2006), software de simulação são os que permitem experimentar, testar possibilidades que uma situação real não seria possível ou significasse risco físico. Os portais educacionais são sítios eletrônicos com o objetivo de auxiliar os professores a enriquecerem sua prática pedagógica, como: produzir e compartilhar sugestões de aulas, acessar informações diversas sobre práticas educacionais, acessar recursos multimídia e links, informar-se sobre cursos, interagir com outros professores (BRASIL, 2008), como por exemplo: Portal do professor, Portal dia-a-dia-educação, Portal Clickidéia, entre outros. Mídias audiovisuais estão cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas e a educação precisa também se apropriar desses recursos e utilizá-las em situações didáticas. Não é recente que muitos professores adotam em suas práticas o uso de filmes, vídeos, por meio de TV, DVD, VHS e na atualidade estes recursos podem ser utilizados integrados às tecnologias digitais, como a TV multimídia, que consiste num equipamento com atributos de uma TV, porém com entrada para pen-drive, máquina fotográfica, filmadora. É possível fazer downloads de vídeos e imagens da Internet, e através do pen-drive reproduzi-las em sala de aula, necessitando, entretanto o treinamento do professor para lidar com tal recurso. Metodologia A fim de responder os objetivos propostos realizamos uma pesquisa documental tendo 1162 como fonte os materiais didáticos com enfoque tecnológico produzidos por professores participantes do PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional), postados nos GTR (Grupos de Trabalho em Rede). A amostra foi composta por 23 projetos que envolveram TIC na disciplina de Ciências, desenvolvidos por estes professores entre 2007 e 2009. Resultados e discussão A figura 1 mostra uma comparação entre os projeto que envolvem TIC desenvolvidos pelos professores PDE 2007-2009 da área de ciências naturais. No ano de 2007, de 137 projetos apenas cinco envolviam TIC, compreendendo 5 % do total. Figura 1- Tic- ensino de Ciências Em 2008 houve uma pequena diferença nestes resultados, de 195 projetos, 19 envolviam TIC, equivalendo a 9,7 %. Já em 2009 estes valores se mantiveram na mesma proporção, de 315 projetos, 30 envolveram TIC, o que corresponde a 9,5% do total. Estes resultados confirmam a colocação de Giordan (2008) ao afirmar que o pouco preparo dos professores dificuldades para planejar e para lidar com as TIC na educação pode inibir a utilização da internet, complementamos que não só a Internet, mas as demais ferramentas digitais. Numa segunda etapa, fizemos uma analise qualitativa dos recursos tecnológicos escolhidos pelos professores PDE-2007-2009 da área de ciências (Biologia, Física, Química e Ciências) para desenvolver seus materiais didáticos: • Web 2.0 (blog, wiki, youtube, site,pesquisa digital,webquest) • Software de autoria( power point, flash, Cmap Tools) • Portais (Portal do Mec, Portal dia a dia educação, RIVED) • Softwares (simulação, animação, aplicativos). • Midias audiovisuais (Tv multimídia, cinema, vídeos com celular). Tais recursos, entendidos conforme a descrição no aporte teórico deste trabalho no qual os autores O’Reilly (2006), Kasim e Silva (2008), Brito e Purificação (2006) e também o Guia de Tecnologias do MEC e os PCN definem, serviram como estratégia para a articulação entre Ensino de Ciências e TIC em suas produções didáticas, estes professores ao fazerem estas escolhas foram além dos aplicativos comuns como editores de texto, planilhas e editor de apresentações. 1163 Considerações finais O aumento progressivo do uso das TIC nos espaços educacionais vem determinando novas formas de aprender e ensinar, tornando-se necessário repensar o papel do professor nesse contexto e principalmente no que se refere à sua formação e capacitação. Com esta pesquisa, notamos que apesar das tecnologias estarem presentes em vários segmentos da sociedade e estar ganhando espaço no meio educacional, ainda é pequena a sua projeção na educação da rede Estadual de ensino, diante do potencial que os meios tecnológicos podem oferecer enquanto recursos pedagógicos. Dada a importância que se atribui ao uso das TIC na educação evidencia-se uma falha nas DCE como documento norteador para o ensino, que em sua elaboração não contemplou as tecnologias da informação e comunicação como possibilidade de enriquecer o trabalho docente e o processo de ensino e de aprendizagem. Embora este documento não privilegie a utilização das TIC, existem entre os professores certo interessam por sua utilização, ainda que os números não sejam tão expressivos. Em contraposição as DCE do Estado do Paraná nas disciplinas de Química, Biologia e Físico, encontram-se os Parâmetros Curriculares Nacionais, que ao realizarmos a leitura crítica destes, percebemos que o documento faz menção sobre a utilização da abordagem TIC na educação reservando uma seção inteira para este tema no fascículo introdutório. Mesmo não havendo apontamentos específicos para o uso das TIC no ensino de ciências, é possível o professor fazer uma leitura criteriosa desse fascículo e selecionar elementos que possam ser utilizados para enriquecer a produção de materiais didáticos tecnológicos e conseqüentemente melhorar o processo de ensino e de aprendizagem. Outro aspecto que este estudo revelou foi a utilização pelos professores de saberes experienciais na escolha dos recursos para elaboração dos materiais didáticos tecnológicos uma vez que a SEED (secretaria de estado da educação) não ofereceu neste período cursos para que os professores aprendessem a lidar com ferramentas digitais como:Web 2.0, softwares de autoria, entre outros, com exceção da TV multimídia e formação para atuarem em ambiente virtual de aprendizagem. Os professores que se aventuraram por estes caminhos buscaram conhecimentos em outras fontes, estes escolheram estratégias condizentes com o que os autores que serviram de base para este trabalho explicitam como mediação tecnológica favorável à aprendizagem. Estes professores buscaram ir além dos simples editores de textos, 1164 planilhas eletrônicas, softwares gráficos ou softwares de apresentação, explorando assim várias possibilidades de se utilizar recursos tecnológicos no ensino das Ciências Naturais e servindo de incentivo para outros que pretendam trilhar o mesmo caminho. Ao analisar a proposta de formação continuada do PDE percebe-se que este dedica um dos eixos para incentivar os professores a utilizar as TIC em suas práticas pedagógicas, neste eixo encontra-se o GTR, que serviu como um dos objetos de estudo neste trabalho. Os resultados obtidos sinalizam para a necessidade de uma modificação na estrutura curricular, contemplando os recursos tecnológicos nas DCE estaduais de modo que estes professores tenham um embasamento para criar pontes entre o ensino de ciências e as TIC em situações didáticas. Entretanto, não há um caminho fácil para atingir tal meta, desta forma, consideramos que este seja um dos desafios que a formação continuada precisa enfrentar no Estado do Paraná. REFERÊNCIAS BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEE, 1997. BRITO G.S.; PURIFICAÇÃO, I. Educação e novas tecnologias: um re-pensar. Curitiba: Ibpex, 2008. GIORDAN, M. Computadores e linguagens nas aulas de ciências: uma perspectiva sociocultural para compreender a construção de significados. Ijuí :Editora Unijuí, 2008. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4º ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2000. KASIM, V. M. SILVA, O. M. R. Software de Autoria Apoiando a Aprendizagem.(2008) Disponível em: http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/640_552.pdf Acesso em: 13/08/2011. KENSKI, V. M. Tecnologias e ensino presencial e a distância. 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