O CONTEÚDO CURRICULAR DAS ESCOLAS MILITARES NA PREPARAÇÃO DE OFICIAIS TUTORES EM UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM TÍTULO: O CONTEÚDO CURRICULAR DAS ESCOLAS MILITARES NA PREPARAÇÃO DE OFICIAIS TUTORES EM UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM. Alairto Almeida Callai RESUMO O caminho para o desenvolvimento do Ensino a Distância – EAD passa pela internet. O EAD significa a aprendizagem descentralizada em relação ao tempo e ao local, além de sugerir uma nova pedagogia. Esta se apóia no compartilhamento do conhecimento, através de bases de dados a que todos precisam ter acesso. A interação tutor-aluno se dará na rede interna das Instituições Militares de Ensino Superior (IMES) que deve-se deixar acessar pela internet, de forma segura e com 100% de disponibilidade. As ameaças que a rede mundial pode trazer para os recursos de Tecnologia da Informação (TI) de uma instituição sempre dizem respeito aos seus ativos, quais sejam, dados, equipamentos, conhecimentos e pessoas. Verificar quais as dificuldades que o aluno destas instituições poderá encontrar, após formado, para tutoriar um curso de EAD, no tocante às ferramentas de Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC), usadas no ambiente virtual de aprendizagem (AVA), foi o objetivo do estudo elaborado para conclusão do Curso Docência do Ensino Superior/2008. A metodologia empregada baseou-se em pesquisas bibliográfica e documental, além de questionário à Divisão de Ensino das Escolas de Formação. Por fim, verificou-se a necessidade do estabelecimento de parâmetros da governança de TI, para se embasar os currículos das IMES nos indicadores de desempenho que permitam alinhar os CORE dos Planos de Disciplinas ao planejamento estratégico organizacional das Escolas, conforme as melhores práticas de gestão, de modo que a eficácia das ações de ensino promovam o ensino continuado pelo encadeamento dos diversos cursos do Exército, com a correspondente economia de tempo e de recursos. Palavras-chave: Exército. Sistema de Ensino e Cultura. Tecnologia da Informação. 1. A PROPOSTA Considera-se o estudo do currículo importante para a formação docente, já que professor e alunos são os “agentes” principais da vida escolar, a quem cabe, portanto, a dinâmica da realização curricular. Entendendo-se que o currículo, um projeto educativo e ao mesmo tempo um projeto didático, encerra três idéias-chave: “de um propósito educativo planificado no tempo e no espaço em função de finalidades; de um processo de ensino/ aprendizagem, com referência a conteúdos e atividades; e de um contexto específico – o da escola ou organização formativa” (PACHECO, apud SIANO, 2007, p.14); (grifo nosso). A evolução tecnológica que envolve o mundo moderno, as organizações e as pessoas atinge, praticamente, todas as atividades e favorece a veiculação livre e rápida de grande volume de informações graças ao rápido crescimento da rede mundial de computadores (internet) – a “world wide web”, que estabeleceu uma infra-estrutura de compartilhamento do conhecimento, e a identificação do conhecimento como sendo mais um fator chave de produção, além do trabalho e do capital. A tecnologia da informação (TI), que é gerada e explicitada devido ao conhecimento das pessoas, tem sido, ao longo do tempo, cada vez mais intensamente empregada como instrumento para os mais diversos fins. É utilizada por indivíduos e organizações, para acompanhar a velocidade com que as transformações vêm ocorrendo no mundo. Para aumentar a produção, melhorar a qualidade dos produtos. Como suporte à análise de mercados. E para tornar ágil e eficaz a interação com mercados, com clientes e até com competidores. É usada como ferramenta de comunicação e gestão empresarial, de modo que organizações e pessoas se mantenham competitivas nos mercados em que atuam. Em face disso, além de sua rápida evolução, é cada vez mais intensa a percepção de que a tecnologia de informação e comunicação (TIC) não pode ser dissociada de qualquer atividade, como importante instrumento de apoio à incorporação do conhecimento como o principal agregador de valor aos produtos, processos e serviços entregues pelas organizações aos seus clientes. Essa TIC foi dividida para fins didáticos em “softwares e hardwares”, ou programas e máquinas pelos quais se pagam royalties aos seus criadores, pela autoria e concepção, normalmente, oriundos de países do primeiro mundo, os quais conseguem manter sob sigilo os códigos-fonte1 dos programas e o “modus operandi” de fabricação dos equipamentos que permitem aos primeiros funcionar. 1 É o conjunto de palavras ou símbolos escritos de forma ordenada, contendo instruções em uma das linguagens de programação existentes, de maneira lógica. (WiKi) O oligopólio da indústria de TIC vem sendo ameaçado por redes de pessoas (desenvolvedores) que usam os códigos abertos e aceitam sugestões para melhoria, confirmando a tese da sinergia do trabalho colaborativo e quebrando os paradigmas das soluções proprietárias e exclusivas. O LINUX é um sucesso como sistema operacional de software livre e o pacote do BR Office fornece as ferramentas de escritório similares ao Microsoft Office, com potencial de significativa economia às Instituições de Ensino Superior (IES), no geral, e às Instituições Militares de Ensino Superior (IMES), particularmente, a Escola Naval, a AMAN, o IME, a AFA e o ITA. Na área do ensino a distância (EAD) não poderia ser diferente. Várias ferramentas interativas para tutoria, fórum, correio eletrônico, sala de bate-papo e outras opções do sistema, são constantemente aperfeiçoadas e disponibilizadas aos gestores da TI, que deixam de renovar as licenças dos softwares proprietários e causam euforia no departamento financeiro das IES pela redução do custo-aluno-curso e aumento quantitativo da produtividade. Apreensivos ficam os gerentes de redes das IES quando os ataques para negação dos serviços2 pela internet encontram portas vulneráveis (backdoor) nos sistemas de segurança da informação (SI) provocando travamentos e inconveniências que tornam indisponíveis os programas aplicativos e causam prejuízos não mensurados, normalmente, aos usuários. Para fazer frente a estas ameaças, as IES devem estabelecer Sistema de Gestão eficiente de seus ativos. “ [...] a parte do sistema de gestão global, baseado na abordagem de riscos do negócio, para estabelecer, implementar, operar, monitorar, analisar criticamente, manter e melhorar a segurança da informação. Sistema de Gestão inclui estrutura organizacional, políticas, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos.” ( ASCIUTTI, 2003). Daí a necessidade da alta cúpula das IES participar das decisões sobre TI para racional distribuição dos recursos e para opinar a respeito dos riscos inerentes aos processos, particularmente, nos cursos do EAD, já que estes dependem da conexão à internet para seu funcionamento. As melhores práticas consagradas para o ideal assessoramento ao decisores das IES, quanto às aquisições de TI, promovem uma adequada Governança de TI. Entende-se por Governança de TI como sendo: “Conjunto de estruturas organizacionais e processos que envolvem a alta direção, 2 Ataque que consiste em impedir o acesso autorizado a recursos de um sistema, seja através de uma grande sobrecarga no processamento de dados de um sistema computacional, da saturação de um ponto de acesso através de um grande tráfego de dados para uma rede, ou da indisponibilidade de um ou mais serviços desse sistema. Também chamado: Denial of Service – DoS. (WiKi). gerentes de TI e gerentes de negócio na tomada de decisões sobre o uso de TI, na coordenação das ações decorrentes de tais decisões e no monitoramento de seus resultados, com o objetivo de promover o alinhamento entre estratégias e operações das áreas de TI e de negócios.” (DSIC In CALLAI, 2007). (grifo nosso). Neste trabalho buscou-se apresentar as conclusões a respeito da capacidade dos docentes das IMES interagirem eficazmente com o computador, sem colocar em risco a segurança dos bancos de dados; mostrar as conclusões sobre as ameaças e vulnerabilidades que a internet pode trazer para a rede interna das instituições de ensino; e apontar competências técnicas que devem possuir os alunos dos IMES, para se tornarem professores eficientes do Ensino à Distancia. Houve, também, a pretensão de identificarem-se as ferramentas de softwares livres empregadas no EAD; apontar-se as características do EAD que tornam específicos o estudo das tecnologias e a forma de interação professor-aluno pela assimetria de tempo e de ponto-estação (site); caracterizarem-se as redes de dados internas das IMES e sugerir mecanismos para o eficiente controle da segurança da informação; compreender-se o papel da Tecnologia da Informação na estratégia de ensino das IMES; além de criticaremse os planos de disciplinas dos currículos das IMES em relação ao ensino das tecnologias empregadas no EAD; e distinguir-se os conteúdos trabalhados nas disciplinas técnicas dos cursos. Buscou-se levantar as principais dificuldades que os professores do EAD têm encontrado em sua rotina diária para usar as ferramentas disponíveis e investigou-se a verdade de que o ambiente virtual vem potencializando estas dificuldades. O caminho para assegurar a integridade dos dados das IMES, pela correta gestão da informação, e a forma de motivar o futuro docente do EAD, exercer suas funções com o nível de excelência do “estado da arte”, constituiu-se no fulcro do trabalho. Há matérias do ramo da informática que devem ser incluídas no currículo da graduação destes discentes, que sejam instrumentais e arcabouço para consolidar, eficazmente, a gestão do conhecimento gerado nas IMES. Ou, talvez, estas matérias fossem melhor aplicadas na pós-graduação, especialização, ou no aperfeiçoamento de oficiais. A inclusão da matéria: Gestão Estratégica da Informação, nos currículos de todos os discentes do ensino superior e o levantamento dos benefícios que esta medida pode trazer para o alinhamento dos planos, projetos e maturidade dos processos nas IMES foram propostas. Por fim, houve proposta de uma governança de TI para as IMES que proporcionará a máxima disponibilidade de serviços, segundo os critérios das melhores práticas consagradas internacionalmente, mediante ações práticas que envolvam a cultura da segurança da informação e motivem os discentes para ingresso no sistema militar de ensino continuado. A metodologia aplicada à pesquisa visou dar cunho científico à investigação, de modo a amparar a contribuição do autor sobre a modelagem do ensino militar, presente no EAD-UCB/CEP (do Exército) e sua possível aplicação nas Forças Armadas e no Ministério da Defesa, para a difusão da cultura no meio militar por meio do EAD, como modalidade de ensino continuado, após a formação e antes do aperfeiçoamento de oficiais, e a racionalização dos recursos para redução do período presencial em cursos específicos das três Forças, como as especializações em Comunicações, Material Bélico do Exército e todos os demais, que tal processo se aplicar. Em suma, verificou-se: até que ponto a tecnologia de softwares livres pode interferir (positiva ou negativamente) na SI – segurança da informação – que circula pelas redes internas das IMES; quais as dificuldades que o aluno das IMES poderá encontrar para ser “tutor” em um curso de EAD, no AVA; e qual a possibilidade das Escolas das Forças Singulares implantarem a sistemática do EAD em seus cursos de especialização e/ou aperfeiçoamento. Portanto, urge conhecer as ferramentas, terceirizar sua manutenção e empregá-las na plenitude de suas capacidades, para a otimização do tempo e para aproveitar-se o “valor agregado” às informações organizacionais. O que parece faltar aos alunos, na realidade, é o conhecimento das potencialidades da utilização dessas ferramentas na educação e a compreensão de como podem ser interrelacionados os fundamentos tecnológicos aos pedagógicos, em uma nova prática educativa militar. Daí correlacionarem-se sinergicamente, o valor da informação na produção do conhecimento; a eficaz gestão deste conhecimento para agregar valor às informações organizacionais; a maturidade da sistemática e a qualidade dos serviços prestados aos discentes no ensino a distância; a eficiência dos meios de comunicações e os artifícios técnicos que permitem as trocas informacionais com segurança; os web-services e as ontologias3 constituindo-se no domínio comum, não apenas de técnicos e analistas de 3 Uma ontologia é um modelo de dados que representa um conjunto de conceitos dentro de um domínio e os relacionamentos entre estes. Ela é empregada para realizar inferência sobre os objetos do domínio, sendo utilizadas em inteligência artificial, web semântica, engenharia de software e arquitetura da informação, como uma forma de representação de conhecimento sobre o mundo. (o autor em CALLAI, 2008). sistemas mas, principalmente, para os alunos empregarem os softwares de código aberto nas Instituições Militares de Ensino Superior, de modo que todas estas considerações venham a impactar os conteúdos das disciplinas instrumentais (tecnologia da informação e comunicações) componentes dos currículos dos cursos militares de formação de oficiais das Forças Armadas. Este artigo apresenta as conclusões a que chegou o autor em seu Trabalho de Conclusão de Curso entregue à Universidade Castelo Branco para aprovação no Curso de Docência do Ensino Superior/2009, ainda não corrigido. 2. OS PROBLEMAS Santos & Blásquez (2005, p. 60) informam que o professor precisa estar consciente de “como e quando” deve utilizar o computador, mas os cursos de licenciatura não oferecem o necessário suporte nessa área. A abordagem pedagógica denominada por Valente (2003) de “Estar Junto Virtual” permite que a interação professor-aluno seja intensa de modo a possibilitar a solução de problemas do cotidiano dos alunos, usando as TIC. O papel do professor passou a ser de tutor e avaliador do aprendizado. Além da independência do tempo e local, cinco características deste ambiente digital de aprendizagem são levantadas por Harasim (2003): a) são assíncronos – implicam em otimização do uso do tempo; b) são baseados na comunicação escrita – fonte para acompanhamento e avaliação; c) fluxo de dados de muitos para muitos – replicação colaborativa e de dupla via; d) independentes de local – alcance superior ao da sala de aula (o mundo www); e) mediados por computador – uma interface de domínio popularizado. Pela internet, que é a rede mundial de computadores, seja via satélite, por cabo ótico, rádio ou cabo ADSL4, as distâncias podem ser superadas e o aluno comunica-se com todo o mundo de forma rápida, direta e com baixo custo, destacando-se, nesse mister, o papel desempenhado pelo sistema de cabos submarinos entre os continentes. Quando se aglutina o Outsourcing com o Opensource (software livre) nas OM do Exército, tem-se uma parceria com certas vantagens. Financeira, pela substituição do 4 ADSL: Asymmetric Digital Subscriber Line: modo de transmissão de dados, sobre rede telefônica, sem interferência da voz no computador e vice-versa. (o autor em CALLAI, 2006). software de licenciamento pago pelo livre, e a adequação às suas peculiaridades, pois uma das características do software livre é a flexibilidade e capacidade de customização. O Moodle permite que a sala de aula se estenda para a Internet. Este programa fornece um ambiente para que os estudantes acessem muitos dos recursos da sala de aula. Usando o Moodle o professor pode publicar anúncios e notícias, estabelecer e recolher trabalhos, publicar jornais eletrônicos e recursos, e muito mais. No Moodle é possível disponibilizar páginas de texto nos formatos: html, texto e wiki, inserir links para arquivos ou páginas web. As atividades são um dos pontos fortes do Moodle, ele oferece um conjunto de ferramentas de comunicação e discussão (fórum, bate-papo, diálogos), assim como de avaliação e construção coletiva (teste, trabalhos, workshops, wikis, glossários), e de disponibilização de materiais (lições, livros) ou de pesquisa (pesquisa de opinião e questionários). O currículo proporciona informações concretas sobre “o que” ensinar, “quando” ensinar, “quanto” ensinar e “que, como e quando” avaliar. Um dos problemas encontrados na elaboração do currículo encontra-se em decidir como concretizar esses diferentes elementos e em assegurar a coerência de todos eles. Surge, então, a necessidade de diretrizes que venham a harmonizar os interesses da práxis pedagógica, que se confrontam na composição dos conteúdos a ministrar. A atividade do docente no Ensino Superior centra-se em experiências profundamente humanas. Tem como foco a dimensão do conhecimento, o sentimento de aceitação do outro, a interação, a intersubjetividade, no qual a família sempre foi fundamental para a sobrevivência e organização da sociedade, acompanhando a evolução histórica e social de seu tempo, e dentro deste contexto, a educação inclusiva, fonte de socialização e cidadania, desempenha função prioritária para o docente das IMES. Irão trabalhar com cidadãos (os soldados/recrutas) provenientes das diversas camadas sociais e níveis intelectuais, devendo prepará-los para um combate com alto risco de morte. Exploram-se os limites por meio do estresse físico e emocional, a fim de imitar o combate. Os Jogos de Guerra e as simulações do combate empregam os fundamentos do EAD para o sucesso dos desafios lançados aos instruendos. A arregimentação do potencial humano está essencialmente calcada na liderança exercida pelo comandante e pela liderança dos diversos níveis hierárquicos das IMES no cumprimento do Plano Geral de Ensino, uma vez que toda mudança de mentalidade requer grande esforço e perseverança. O EAD tem mostrado a importância do auto-estudo, da aprendizagem dirigida. O professor não precisa concentrar toda a sua energia em transmitir a informação. Pode disponibilizar materiais para leitura individual e realização de atividades programadas, pesquisas, projetos, combinando o seu papel de informador com o de mediador e o de contextualizador. (MORAN, 2006). Não há um modelo padrão de tutoria. Depende da forma de EAD adotada pela Escola. Importa que o tutor desenvolva a sensação de trabalho em equipe e desperte a solidariedade dos mais avançados em ajudar os companheiros. Isso vai poupar-lhe tempo. A disseminação do conhecimento e sua conseqüente transformação em uma diversidade de capacitações, produtos ou serviços e melhorias das atividades organizacionais, impulsionará o desempenho da IMES, reforçará a crença de que compartilhamento de conhecimento melhora desempenho. Dessa forma, a IMES sentirse-á estimulada a investir no processo de Gestão do Conhecimento, buscando melhorias nos sistemas de informação e desenvolvimento de políticas de recursos humanos que favoreçam o compartilhamento e socialização do conhecimento, desenvolvendo espaços para a aprendizagem coletiva. A necessidade de se disponibilizar informação em diversos Centros de Instrução e Estb Ens no país fez com que os sistemas e bancos de dados fossem expostos a vulnerabilidade de ataques de hacker e vírus. A segurança é um ponto de grande relevância para os gestores de TI do Sistema Ensino, pois as informações representam a manutenção do sigilo do conhecimento organizacional, para efeito de dissuasão, não podendo correr o risco de ter as avaliações (provas) reveladas. Alguns exemplos de incidentes de segurança computacionais são: 1. Tentativa (falha ou não) de obter acesso não autorizado a um sistema ou seus dados; 2. Ataque de negação de serviço não desejado; 3. Acesso não autorizado a um sistema para processamento ou armazenamento de informações; 4. Alterações das características de hardware, firmware ou software sem conhecimento, instrução ou consentimento do responsável; 5. Disseminação de vírus, worms5 ou outras pragas virtuais; 5 Programa capaz de se propagar automaticamente através de redes, enviando cópias de si mesmo de computador para computador. Diferente do vírus, o worm não embute suas cópias em outros programas ou arquivos e não necessita ser explicitamente executado para propagar-se. Esta se dá através da exploração de vulnerabilidades existentes ou falhas na configuração de softwares instalados em computadores. (Wiki). 6. Violação de regras da política de segurança; e 7. Invasão ou acesso não autorizado a sítios de terceiros. (BRASIL, 5º CTA, 2008). O Exército vem atuando na área da segurança da informação com graus diferentes de maturidade e vem criando mentalidade de segurança para defesa proativa no setor. O tutor do EAD não pode alegar desconhecimento das regras de segurança no manuseio das ferramentas de trabalho, nem pode descuidar-se enquanto navega pela WEB, haja vista a elevada ênfase com que a Força vem tratando o assunto em todos os níveis de comando. A EBNet possui nível de segurança elevado, em virtude de o EB realizar auditoria no centro de gerência da prestadora de serviço. A rede possui tráfego isolado da Internet, utiliza criptografia e outras técnicas de segurança, prioriza a utilização de meios físicos cabeados e conta com acordo de nível de serviço que a disponibiliza vinte e quatro horas, sete dias por semana. Disponibiliza-se no Portal do Exército as seguintes funcionalidades: RITEx, Redes Rádio Fixas, correio eletrônico, sistema de legislação, informações organizacionais, boletins, biblioteca virtual, banco de dados geográficos e sistemas corporativos, protocolo eletrônico de documentos (SPED), entre outros. De acordo com os principais padrões mundiais disponíveis atualmente, os componentes básicos do processo de gestão da segurança da informação são: a) Planejamento estratégico (política e normas) – elaboração e execução do planejamento alinhado com os objetivos da organização; b) Estrutura (e definição de papéis e responsabilidades); c) Monitoração e métricas; d) Auditoria / verificação de conformidade - limitar custos e assegurar efetividade; e) Cultura de segurança (sensibilização, conscientização, treinamento e educação); f) Sistemáticas / processos de segurança definidos e adotados (por exemplo, gestão de riscos, classificação da informação, plano de continuidade dos negócios, cultura de segurança, aplicação de correções); g) Ciclo da segurança – forma de integrar todos os componentes do processo de gestão da segurança de uma organização. Estes componentes devem ser estabelecidos de acordo com as necessidades específicas, processos e cultura da organização. Obrigatoriamente devem estar integradas às demais atividades e processos do Estb Ens. Daí a necessidade de adotarem-se as melhores práticas consagradas de GOVERNANÇA de TI, a fim de se identificarem as respostas às questões descritas na ilustração abaixo: Ilustração 1: Governança de TI Fonte: Cobit Foundation Há dificuldade do pessoal militar em conseguir assimilar novas metodologias de gestão e processos de diagnósticos, quando estes são simplesmente importados do meio acadêmico ou empresarial. Deve-se, portanto, adaptá-los à cultura militar, que possui modelos mentais e linguajar próprios, para que tais metodologias sejam bem aceitas e obtenham sucesso semelhante aos dos modelos que as consagraram. As IMES apresentaram o perfil semelhante ao apontado pelo TCU (Acórdão 1603/2008 – Plenário TCU) ao analisar os questionários remetidos pelos diversos órgãos: a) Suporte ineficaz da área de TI na consecução da missão da organização; b) Planos de TI não alinhados às necessidades do negócio; c) Inexistência de consultas regulares entre gerente de TI e demais gerentes acerca dos projetos e serviços de TI; d) Enfraquecimento das ações de TI; e) Descontinuidade dos projetos de TI; f) Insatisfação dos usuários; g) Visão negativa da área de TI; h) Resultados da área de TI abaixo do esperado; i) Dificuldade de obtenção de recursos para a área de TI; j) Investimentos desnecessários em TI; e k) Desperdício de recursos. Diretriz do Chefe do DEP: as Diretorias e seus Estb Ens subordinados ou vinculados deverão estabelecer estudos e ações no sentido de implantar, no mais curto prazo, a educação continuada, com ênfase para os concludentes dos cursos da EsAO e das Escolas de Aperfeiçoamento de Sargentos (EsSA, EsIE, EsMB, EsCom, CIAvEx e EsSEx). A Diretoria de Extensão e Especialização (DEE) recebeu o encargo de: “aumentar o intercambio de assuntos comuns e doutrinários entre os Estb Ens/OM subordinados e/ou vinculados e os Estb Ens da DFA, em coordenação com esta, estreitando laços e obtendo uma maior integração de currículos e PLADIS; e estabelecer ligações com a Rede Nacional de Pesquisa (RNP) com a finalidade de facilitar a conexão dos Estb Ens com a citada Rede e a internet.” (BRASIL. DEP, 2006). (grifo nosso). Eu creio que para se atingirem os objetivos de integração de currículos e PLADIS deve-se usar o ambiente virtual do tipo fórum de debates para, reflexivamente, construir o conhecimento de forma participativa dos vários Estb Ens e das Diretorias que os enquadram, com prioridade para aqueles que dominam as TIC (EsCom, p.ex.). Quanto já se fez? Isto pertence ao escopo de um próximo estudo. Aquelas IMES, comprometidas com a promoção da qualidade em serviços de tecnologia da informação, em pouco tempo estarão empregando as melhores práticas de gestão na administração escolar e serão capazes de fornecer serviços diferenciados, soluções eficientes e inovadoras, podendo, inclusive, antecipar-se às necessidades e as expectativas de seus alunos. Sugeriu-se, ainda, difundir ao público interno as informações de gerenciamento das IMES – os recursos disponíveis e as necessidades – de forma clara, transparente e objetiva, comparando este desempenho aos padrões de excelência nacionalmente reconhecidos, mostrando que as decisões são baseadas na experiência acumulada pelos muitos anos de existência do DEP / DECEx, cujo principal negócio é a cultura e o ensino, e no emprego eficiente das ferramentas de gestão disponibilizadas pelo EME, por meio do Sistema de Excelência do EB, permitindo comprovar-se o alinhamento da TI aos objetivos das Diretorias do Departamento de Ensino e Cultura, segundo as orientações do Departamento de Ciência e Tecnologia. 3. ESTUDO DE CASO Estudo de caso: consiste em uma investigação detalhada de uma ou mais organizações, ou grupos dentro de uma organização, com vistas a prover uma análise do contexto e dos processos envolvidos no fenômeno em estudo. O fenômeno não está isolado de seu contexto (como nas pesquisas de laboratório), já que o interesse do pesquisador é justamente essa relação entre o fenômeno e seu contexto. A abordagem de estudo de caso não é um método propriamente dito, mas uma estratégia de pesquisa. (HARTLEY, 1994). “O ensino no Exército Brasileiro sempre se destacou pela qualidade, organização e seriedade com que é tratado pela Força e, sobretudo, pela sua característica de estar em constante processo de atualização”. (home-page do DEP). Em 29 de dezembro de 2006 o então Chefe do Departamento de Ensino e Pesquisa - DEP, tornou pública sua Diretriz na qual afirmava ser a carreira militar [...] um ofício absorvente e exclusivista, que condiciona e autolimita durante todo o tempo, exigindo horas de trabalho, de dedicação exclusiva, de patriotismo e de lealdade com os valores supremos. Aquela Diretriz deveria ser de conhecimento e executada por todos os integrantes do Departamento, das Diretorias e de seus Estb Ens subordinados ou vinculados. Orientava, ainda, que as Diretorias e seus Estb Ens subordinados ou vinculados estabelecessem estudos e ações no sentido de implantar, no mais curto prazo, a educação continuada, com ênfase para os concludentes dos cursos da EsAO e das Escolas de Aperfeiçoamento de Sargentos (EsSA, EsIE, EsMB, EsCom, CIAvEx e EsSEx). O amparo legal existia desde 08 de fevereiro de 1999, quando foi aprovada a Lei de Ensino nº 9.786, regulamentada em 23 de setembro de 1999, pelo Decreto nº 3.182, dando início à reformulação da legislação do Sistema de Ensino Militar. Os estabelecimentos de ensino promoveram a reformulação curricular, selecionando "o que ensinar", o que permitiu ao DEP aprovar os Planos de Disciplinas (PLADIS) e de Áreas de Estudo (PLAEST). O Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais (CAO) para as Armas passou a ser realizado em dois anos, sendo o primeiro a distância e o segundo ano presencial. Essa atualização foi-se efetivando não apenas nas escolas de formação, aperfeiçoamento e altos estudos, mas também na Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), nos colégios militares e nos órgãos de formação de oficiais da reserva. A Secretaria de Educação a Distância (SEED) do Ministério da Educação (MEC) é o órgão responsável por formular, propor, planejar, avaliar e supervisionar políticas e programas de educação a distância, visando à universalização e democratização do acesso à informação, ao conhecimento e à educação. A SEED também propõe indicadores de Qualidade de EAD para cursos de graduação a distância que servem para orientar as instituições e as Comissões de Especialistas que forem analisar projetos relacionados a esta área. Para a oferta de cursos de graduação, a Fundação Trompowsky credenciou-se junto ao Ministério da Educação e solicitou autorização de funcionamento para o curso de Docência do Ensino Superior – DES, fruto da cooperação entre a Universidade Castelo Branco e o Centro de Estudos de Pessoal (UCB/CEP). O processo foi analisado na Secretaria de Educação Superior, por uma Comissão de Especialistas na área do curso em questão e por especialistas em educação a distância. O Parecer dessa Comissão foi encaminhado ao Conselho Nacional de Educação. O trâmite, portanto, foi o mesmo aplicável aos cursos presenciais. A qualidade do projeto da instituição foi o foco principal da análise. Para orientar a elaboração de um projeto de curso de graduação a distância, a Secretaria de Educação a Distância elaborou o documento indicadores de qualidade para cursos de graduação a distância, disponível no site do Ministério (MEC) para consulta. O Decreto nº 5.622/05, determina que os cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) a distância obedeçam às exigências de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento estabelecidos no referido Decreto. Os cursos de pós-graduação lato sensu oferecidos a distância deveriam incluir, necessariamente, provas presenciais (feitas, neste caso, no Colégio Militar de Brasília) e defesa presencial de monografia ou trabalho de conclusão de curso (TCC), que foi o caso. A grade curricular informa as disciplinas que compõem o curso. As disciplinas: Currículo e Formação Docente para o Ensino Superior (60h), e Tecnologia Educacional (60h) foram as que se destacaram, sob a ótica deste autor, fazendo por merecer esta pesquisa bibliográfica, na intenção de amparar as premissas do trabalho. Para atingir os objetivos do Curso, constantes do Plano de Disciplinas – PLADIS, que buscam capacitar discentes ao perfil profissiográfico proposto pelo curso DES, foram cumpridas pelo menos 360 horas de carga horária no ritmo individual, característica marcante desta modalidade de ensino, o EAD. O material didático é composto de PLADIS e Cadernos de Textos, além dos variados materiais disponibilizados pelos tutores no Ambiente Virtual de Aprendizagem (sem quaisquer limites). O PLADIS é um documento que apresenta o conteúdo programático das disciplinas, os objetivos que você necessita atingir em cada assunto, a carga horária, a bibliografia e o tipo de avaliação em cada disciplina. Cada Caderno de Texto está estruturado com a visão geral da disciplina, textos, sinopses, exercícios, além de sugestões de filmes, leituras e sites na Internet, de modo a facilitar e diversificar a forma de estudo e o seu planejamento, para que você obtenha melhor rendimento. (Guia do Aluno, DES/2008). Para obter o certificado e aprovação em cursos de especialização, a norma legal determina a realização de um “Trabalho de Conclusão de Curso”. Neste curso o aluno contou com a competente EB-aula, que é o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) do Portal da Educação do Exército. Os objetivos da disciplina: “Utilizar instrumentos teórico-práticos para a construção, gestão, acompanhamento e avaliação do currículo”, foi atingido pelo Conteúdo “6. Planejamento de currículo e ensino” da Unidade 2 – Modelos de Organização Curricular e Objetivo específico: - “Formular estratégias curriculares para o ensino superior de graduação que contemplem a natureza da formação e os eixos estruturadores estabelecidos pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação, relacionando-os com as exigências e processos das sociedades atuais”. Tudo bem concatenado e segundo uma carga horária adequadamente distribuída. A maior dificuldade esteve em não se deixar enganar pelos prazos “alongados” para entrega dos trabalhos e realizar a leitura diária do excelente material impresso. Os encontros no “chat” serviam de indicadores pessoais para a convicção de estar “em dia”, ou atrasado, com o restante da turma. Serviam também para orientar os estudos para as questões de provas presenciais, sem que os tutores passassem quaisquer “dicas” do que iria ser pedido em teste. Mas percebia-se que as perguntas esdrúxulas eram ignoradas, discretamente, como se o retardo da rede permitisse o “arrependimento” da pergunta, sem ferir suscetibilidades. “Nos cursos de modalidade a distância, oferecidos pela Coordenadoria de Ensino a Distância (CEAD) do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx), com apoio da Fundação Trompowsky, há o sistema de tutoria, que contempla o planejamento, a execução e a implementação de ações, com o objetivo de atender às necessidades dos alunos. Dessa forma, em todos os cursos, existe o profissional tutor, que é designado para acompanhar o estudante durante todo o aprendizado.” (página da tutoria no Portal do Ensino no EB). Também chamou a atenção deste autor, a educação e fino trato com que os tutores conduziram as conversas e distribuíram a palavra, impedindo que “as monopolizadoras” das atenções (sic) bloqueassem atitudes participativas dos mais recatados. Não houve exposição da intimidade e os alunos comportaram-se adequadamente, mesmo diante das provocações mais acintosas e ousadas conclamando à participação. Ninguém se envergonhou ou foi envergonhado por não saber a matéria, mas percebia-se, pela opinião emitida, que uns e outros (eu inclusive) não havia lido a lição. Motivação para o próximo encontro. Nunca, a exclusão! As referências para consulta e pesquisa que propiciaram as pesquisas dos alunos foram bem escolhidas. A disciplina TECNOLOGIA EDUCACIONAL mostrou os seguintes Objetivos: •Desenvolver uma visão crítica sobre Tecnologia Educacional. •Analisar a relação entre Tecnologia Educacional e concepções de ensino e aprendizagem. •Identificar potencialidades e limitações de recursos tecnológicos para uso na prática pedagógica. A Unidade 2 – Tecnologia Educacional e o Processo de Ensino-Aprendizagem possui o Conteúdo: 1. Tecnologia educacional: modismo conservador ou renovação do processo de ensinoaprendizagem? 2. Ambientes construtivistas de aprendizagem apoiados por computador 3. Formação de professores e novas tecnologias E os Objetivos específicos: •Relacionar modalidades de uso da tecnologia no processo educacional com concepções de ensino e aprendizagem. •Analisar as características de ambientes construtivistas de aprendizagem. •Apontar mudanças necessárias na formação/atualização de professores devido ao crescente emprego das novas tecnologias na Educação. Em 12h Horas de estudo. A Unidade 3 – Recursos Tecnológicos e sua Aplicação na Prática Pedagógica possui o Conteúdo: 1. Material impresso para uso em educação 2. Meios audiovisuais na educação 3. Possibilidades de uso do computador na educação 4. Hipermídia na educação 5. O potencial da Internet para a educação 6. Ambientes virtuais de aprendizagem 7. Avaliação de software educacional E os Objetivos específicos: •Identificar potencialidades e limitações de recursos tecnológicos para uso na prática pedagógica. •Distinguir os diversos materiais, meios e ambientes tecnológicos atuais em uso na prática pedagógica. •Identificar a necessidade de avaliar o software educacional e os principais métodos de avaliação utilizados. Horas de estudo: 36h (PLADIS, 2007). É gratificante abrir a tela de notas e verificar que se conseguiu superar a nota de aprovação: SETE (7,0). Principalmente, quando não se passavam mais que duas semanas da realização da prova presencial ou da remessa do trabalho pedido. O pagamento foi agendado no Banco do Brasil pelo internet banking e a confirmação desse agendamento (o ícone muda de cor) na respectiva tela do curso DES-2008 proporcionou segurança e tranqüilidade neste aspecto muito delicado: a inadimplência. O recurso de mensagens entre os alunos foi pouco utilizado e não houve obstrução do sistema. A ferramenta pode ser melhorada no sentido de deixar em segundo plano a relação dos contatos de todos os colegas, para facilitar mensagens circulares. As orientações do TCC foram prejudicadas pela limitação em 500 Kb no tamanho dos arquivos para submissão ao orientador da monografia. Foi ampliado para 10 Mb, a pedido. Houve, ainda, prejuízo na continuidade dos estudos pelo fato deste autor ser transferido de sede. Foram 40 dias sem acesso ao HD da máquina, que estava no depósito de móveis. Há que se pensar em um local (my space-MSN) para hospedagem dos arquivos produzidos e consultados pelo aluno, durante todo o curso, para não haver solução de continuidade. O uso de lanhouse minimiza o problema, mas abre risco de segurança da informação. O pendrive ajuda a rever os trabalhos remetidos e a consultar a bibliografia. Deve carregar também as configurações da conta no EAD e do AVA, cujas senhas e “usuário” ficaram esquecidas na memória do navegador de internet (Firefox). Fator motivador pessoal foi o fato do autor ter sido “patrocinado” por familiar que se dispôs a pagar a despesa referente ao curso, apesar do valor abaixo do mercado, isso aumentou consideravelmente o comprometimento com os resultados e reduziu a vontade de evasão e desistência, nos momentos de estresse. Prestar contas é impositivo para militares, porque são treinados nas IMES para isso e, este comportamento, é reforçado no decorrer da carreira. Deve-se pensar numa forma eficaz de envolver, ainda mais, os comandantes dos alunos do EAD, de forma a melhor compreenderem suas ausências no expediente dos três dias de provas presenciais e as eventuais participações em chat (que foram poucos) durante o horário de trabalho. Valeu, realmente, a pena e eu recomendo! 4. CONCLUSÕES DO ESTUDO A integração do Brasil ao concerto das nações depende da correta administração dos recursos de telecomunicações e de informática disponíveis. A consulta às principais bibliotecas do mundo é uma facilidade oferecida pela rede mundial aos discentes das IMES, viabilizada por eficientes redes internas, que devem dar acessibilidade irrestrita e segura durante as 24h do dia e sete dias por semana. Projeta-se para os próximos anos uma necessidade ainda maior de banda passante para os provedores atenderem, com eficiência, às demandas crescentes pelo uso da rede mundial, e da EBNet, como conseqüência. Contribuem com esse aumento a migração da telefonia convencional para o sistema Voz sobre IP e os programas sociais que buscam realizar a inclusão digital, potencializando o uso dos computadores nas escolas e quartéis. Os conteúdos disciplinares constituem-se na forma para o desenvolvimento dos currículos integrados e da abordagem por competências. Verificou-se que a organização militar é fortemente disciplinar, estruturando os espaços nos Estabelecimentos de Ensino, os tempos, as práticas e as interferências dos “atores”. É, também, por intermédio das disciplinas que o conhecimento vem sendo transmitido nas escolas militares. Não se pode ministrar conteúdos aos alunos sem uma projeção de onde se quer chegar. O professor trata com vidas, forma o caráter, quebra paradigmas e sofismas, montando ontologias sobre a disciplina que ministra. Da mesma forma o arquiteto não se desvia do projeto da obra, sob pena de a construção desabar. Houve, em ambos casos, um processo mental de preparação do projeto baseado na experiência e nas ferramentas de tecnologias informacionais que conduziram o planejamento pelo caminho do sucesso (“happy path”). Buscou-se correlacionar o valor da informação na produção do conhecimento; a eficaz gestão deste conhecimento para agregar valor às informações organizacionais; a maturidade da sistemática e a qualidade dos serviços prestados aos discentes no ensino a distância; a eficiência dos meios de comunicações e os artifícios técnicos que permitem as trocas informacionais com segurança; os web-services e as ontologias constituindo-se no domínio comum, não apenas de técnicos e analistas de sistemas mas, principalmente, para o os alunos empregarem os softwares de código aberto nas Instituições Militares de Ensino Superior, de modo que todas estas considerações vieram a impactar os conteúdos das disciplinas instrumentais (tecnologia da informação e comunicações) componentes dos currículos dos cursos militares de formação de oficiais das Forças Armadas. É cada vez mais indispensável refletir-se sobre o “porquê” e o “como” os IMES fazem a educação. No intuito de embasar a prática pedagógica do EAD, que cada IMES está implementando, levantou-se como deve proceder o “novo” tutor, com base nos fundamentos teóricos assimilados no EAD/DES-2008 e muito bem enumerados no livrotexto de Oliveira e Nogueira (2007). A função básica do tutor é a de orientar as pessoas a fazerem o que as organizações esperam delas, pela cooptação dos colaboradores desenvolvendo habilidades e competências, que envolve o convencimento, a motivação e o acompanhamento que estimule a sua liderança. O desenvolvimento eficaz da organização depende da sua estratégia, estrutura, cultura, e dos sistemas e processos educacionais, aí inclusos o EAD e o ensino continuado. Há necessidade de que os professores não considerem apenas o domínios específicos de saber dos instrutores, mas invistam na dimensão pedagógica da docência. A transposição didática, na prática educativa do tutor/gestor das IMES obriga que se compreenda que a educação superior é diferente da educação básica, tendo estatuto epistemológico e metodológico específicos. As mudanças na educação dependem da existência de educadores, gestores e alunos maduros, completos, seres holísticos, curiosos, entusiasmados, abertos a novas idéias e confiáveis, que saibam dialogar para motivar; pessoas com quem se tem o prazer de estabelecer debates, porque deles saem fortalecidos. É importante que as Seções de educação a distância das IMES deixem o ostracismo, aproximando-se dos departamentos e dos professores interessados em criar expectativas de inovação em suas aulas, que busquem no ensino presencial idéias e conteúdos para o virtual. Todas as IMES precisam investir na aprendizagem significativa, integrando o presencial e o virtual. Comprova-se, assim, que falta aos alunos das IMES o conhecimento das potencialidades da utilização das ferramentas de TIC na educação e o entendimento de como podem ser interrelacionados os fundamentos tecnológicos aos pedagógicos, em uma nova prática educativa militar. A concepção do ambiente Moodle considera que um ambiente de aprendizagem não deve ser um mero depósito de materiais didáticos, mas destaca as atividades em que o aluno possa interagir, caracterizando-o como adequado, eficiente e gratuito, qualidades que o recomendam para a tutoria do EAD nas IMES. As vantagens econômicas do emprego dos softwares livres indicam reduzir os riscos sobre a segurança da informação, daí o Exército estar migrando seus sistemas corporativos e incentivando o emprego do Linux e do Moodle nas IMES. A colaboração em rede parece ser a tônica da atualidade, onde os Web Services disponibilizarão conteúdos excelentes aos navegadores em todos os quartéis do país. Encontrar a informação adequada passou a ser o principal óbice, pois nunca foi tão difícil e problemático encontrar a informação relevante. Os profissionais militares devem estar aptos a fazer o gerenciamento, administração e orientação dos recursos humanos, das instalações, equipamentos e materiais técnicos, bem como da informação no seu campo de atuação, segundo as competências gerais do Estatuto dos Militares e dos Regulamentos de cada Força Armada. Eles também deverão possuir competências técnico-científicas, ético-políticas, sócio-educativas contextualizadas que permitam desenvolver e aplicar métodos e técnicas de ensino em sua área de atuação; conhecer os princípios da metodologia científica, possibilitando-lhe a leitura crítica de artigos técnicos-científicos e a participação na produção de conhecimentos; atuar como sujeito no processo de formação de recursos humanos; usar adequadamente novas tecnologias, tanto de informação como de comunicação; desenvolver, participar e aplicar pesquisas e/ou outras formas de produção de conhecimento que objetivem a qualificação da prática profissional. Verifica-se, portanto, expressiva dependência do domínio das TI, em todas Escolas que realizam a graduação presencial e, por extensão, aquelas IMES que oferecem o EAD. A arregimentação do potencial humano está essencialmente calcada na liderança exercida pelo comandante e pela liderança dos diversos níveis hierárquicos das IMES no cumprimento do Plano Geral de Ensino, uma vez que toda mudança de mentalidade requer grande esforço e perseverança. A participação eficiente do Exército na educação nacional será reconhecida pela sociedade quando houver alinhamento da estratégia das IMES com os objetivos estratégicos da Força. Como facilitador da aprendizagem o tutor ampara o aluno na construção do próprio conhecimento. Seu papel de educador identifica-o muito mais como um agente que produz a própria auto-aprendizagem e um parceiro orientador da caminhada dos alunos, além da familiaridade com os meios de informática. Justifica-se, então, a necessidade se estabelecerem-se parâmetros da governança de TI para embasar os currículos das IMES em indicadores confiáveis de desempenho que permitam alinhar os CORE dos Planos de Disciplinas ao planejamento estratégico organizacional das Escolas, segundo as melhores práticas de gestão consagradas, propiciando o estabelecimento referenciais comparativos nacionais. A gestão do conhecimento só será eficaz se ocorrer uma ampla mudança nas normas e valores que orientam a gestão das pessoas na IMES. A disseminação do conhecimento e sua conseqüente transformação em uma diversidade de capacitações, produtos ou serviços e melhorias das atividades organizacionais, impulsionará o desempenho da IMES, reforçará a crença de que compartilhamento de conhecimento melhora desempenho. Por outro lado, a DECEx empenha-se em incentivar o ensino continuado por meio do EAD e busca alinhar os objetivos estratégicos de ensino com as estratégias do Exército para a área de Comando e Controle, normatizando e provendo meios para sua execução, de forma integrada à gestão de TIC em implementação pelo DCT e CITEx. O “estado da arte” em Segurança da Informação se consolidará com a implementação de indicadores confiáveis no uso das TIC pelo EME, de modo a propiciar ao DCT cooperar no exercício eficaz da governança de TI, por meio do estabelecimento de referenciais comparativos para os Órgãos de Direção Setoriais, em particular, para o DECEx e suas Diretorias / Estb Ens. Aquelas IMES, comprometidas com a promoção da qualidade em serviços de tecnologia da informação, em pouco tempo estarão empregando as melhores práticas de gestão na administração escolar e serão capazes de fornecer serviços diferenciados, soluções eficientes e inovadoras, podendo, inclusive, antecipar-se às necessidades e as expectativas de seus alunos. Com um planejamento alinhado às necessidades do Exército, indiretamente, os gestores poderão apoiar sua IMES na melhoria da competitividade e na transformação da área de TI em uma geradora de valor para o ensino. É preciso, acima de tudo, ter em mente que a excelência dos serviços é o principal fator de diferenciação. As respostas subjetivas do método aplicado proporcionaram uma radiografia aproximada dos sistemas EAD no Exército e uma sondagem a respeito da bagagem de conhecimento de cada indivíduo a respeito do software Moodle, propiciando, ainda, uma reflexão das facilidades e segurança que o padrão do software livre oferece. Verificou-se que os docentes das IMES conseguem interagir, eficazmente, com o computador sem colocar em risco a segurança dos bancos de dados, pela popularização do uso do hardware e da comprovada inclusão digital levada a efeito pelo aumento exponencial de usuários com acesso à internet no Brasil. De uma forma geral, os docentes das IMES estão capacitados a usar o computador de forma segura, devido principalmente à experiência pessoal adquirida no dia-a-dia de suas atividades de ensino/ pesquisa. Mesmo assim, é recomendável a leitura da Cartilha de Segurança do CERT.br, localizada no sítio http://cartilha.cert.br/download/cartilha-seguranca-internet.pdf, de forma a complementar os seus conhecimentos e compreender as melhores práticas de segurança no nível usuário. As ameaças que a Internet pode trazer para os recursos de TI de uma instituição sempre dizem respeito aos seus ativos, ou seja, dados, equipamentos, conhecimentos e pessoas. Mesmo que a rede da instituição seja administrada por técnicos bem treinados, o elo mais fraco para segurança continuará nas pessoas, e o único modo de mitigar este problema é a criação de treinamentos e a conscientização dos recursos humanos. As vulnerabilidades são as portas de entrada das ameaças. Estas podem ser relativas a aplicativos mal projetados, mal implementados, mal configurados ou usuários mal preparados, de modo que a eliminação das vulnerabilidades passa pela capacitação do pessoal técnico da área de TI e pela aculturação de usuários. Para que os alunos das IMES possam se tornar professores eficientes do ensino à distância, estes devem passar por matérias da área pedagógica, de preferência com disciplina voltada para o EAD durante o seu curso de formação, pois o Estb Ens deve exigir que o profissional execute atividades para as quais ele foi preparado. A competência técnica necessária é baseada na aplicação de EAD utilizando o Moodle. A infraestrutura de internet instalada demonstra estar apta a prover largura de banda suficiente para conexão dos Estb Ens (tutores e professores) aos usuários do EAD (alunos), de modo seguro e por meio de redes monitoradas. Porém, é fundamental que os tutores do EAD recebam treinamento nas ferramentas as quais irão trabalhar. A Diretriz do Chefe do DEP, hoje DECEx, impulsiona as Diretorias e seus Estb Ens a implantarem, no mais curto prazo, a educação continuada. Daí merece a atenção do DECEx as sugestões listadas no Capítulo 5. item 4. com destaque para a inclusão da matéria: Gestão Estratégica da Informação nos currículos dos alunos das IMES, com uma carga horária de 24 horas; e a criação da Pirâmide de Responsabilidade Tutorial para encadear o ensino continuado por meio do EAD com a carreira militar baseada nas competências. Há instituições de direção de ensino nacionais (MEC, INEP, CAPES e FNDE) que são potenciais fontes de competências e recursos para parceria nas áreas de TIC e EAD. Logo, as IMES devem estabelecer seus planejamentos estratégicos organizacionais, de forma a estimular parcerias, integrar currículos e implantar a educação continuada, criando seus comitês diretivos de TI, para atender ao TCU, e realizar os planejamentos estratégicos de TI, a fim de proporcionarem a governança de TI ao Departamento de Ensino e Cultura do Exército. Fica, portanto, a sugestão para nova pesquisa, no tocante ao impacto promovido destas tecnologias no modelo de currículos por competências, tendência em voga nas IMES. Por fim, a Educação Continuada tem amplas possibilidades de ser plenamente incorporada aos processos do DECEx, desde que sejam estabelecidas parcerias com instituições de ensino de referência, que haja formação de massa crítica nas IMES, que seja adotada sistemática de mapeamento de competências desejáveis para o EAD e que seja feito monitoramento permanente dos tutores. Assim, o DECEx pode não somente consolidar sua posição de respeito no Exército, fruto de anos a fio agregando valor ao conhecimento organizacional dos Estabelecimentos de Ensino, mas também realizar ações que valorizem as carreiras de seus instruendos, com reflexos muito positivos na eficiência operacional da Força. Como se queria demonstrar, os currículos das Instituições Militares de Ensino Superior não contemplam assuntos de Tecnologia da Informação nos cursos regulares de graduação, que permitam aos discentes dominar os softwares de tutoria empregados no processo de ensino a distância, constituindo-se em oportunidade de melhoria a ser perseguida para implantação do ensino continuado no âmbito das Escolas Militares, e suas permanências no topo do ranking nacional da educação. REFERÊNCIAS ASCIUTTI, César Augusto. Alinhando ABNT-NBR-ISO/IEC 17799 e 27001 para a Administração Pública - USP; Agência USP de Inovação, São Paulo-SP: 2003. BRASIL. Exército Brasileiro. Departamento de Ensino e Cultura do Exército - DCEx. Diretriz do Chefe do DEP. Brasília: 2006. __________. Exército Brasileiro. 5º Centro de Telemática de Área – 5º CTA. CSIRT para o CMNE; p. 3. Recife: 2008. Disponível em: www.5cta.eb.mil.br/csirt/Descricao-CSIRT.txt CALLAI, Alairto A.. Gestão da Segurança da Informação. 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