PEDAGOGIA DE PROJETOS: INOVAÇÃO NO CAMPO EDUCACIONAL 1 Luciana Pereira da Silva* Helenice Maria Tavares** Resumo A pedagogia de projetos é um meio de inovar no campo educacional? Ela garante a aprendizagem significativa? Este artigo tem como objetivo despertar o corpo docente para possíveis mudanças no âmbito educacional, evidenciar a importância em conhecer o que os alunos sabem, ressaltando a importância de trabalhar com a realidade do grupo e do meio em que vivem e buscar a formação de seres ativos e críticos. Mediante a pesquisa bibliográfica verificou-se que a pedagogia de projetos é fundamental para que ocorra a inovação no campo educacional, visando o desenvolvimento da aprendizagem com a participação ativa dos alunos. Palavras- chave: Projeto. Inovação. Paradigmas. A educação de qualidade é um direito de todos, oportuniza e insere o individuo nos modos sociais e culturais aprimorando e potencializando os seus conhecimentos para viver em sociedade, assim sendo torna-se fundamental inovar no campo educacional. A pedagogia de projetos é um meio de inovar no campo educacional? Ela garante a aprendizagem significativa? Este artigo tem como objetivos despertar o corpo docente para possíveis mudanças e quebra de paradigmas buscando a formação de alunos como seres ativos, críticos e participantes do contexto social, sendo capazes de refletir e opinar para a resolução de problemas da sociedade, além de evidenciar a importância em conhecer o que os alunos sabem e o que é relevante saber para o seu desenvolvimento e ressaltar a importância de trabalhar com a realidade do grupo e do meio em que vivem. Para a realização deste trabalho, foi fundamental utilizar a pesquisa bibliográfica o que contribuiu para as respostas e indagações sobre o tema, conforme Gil descreve: A pesquisa bibliográfica e desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Partes dos estudos exploratórios podem ser definidos como pesquisa bibliográfica, assim certo numero de pesquisas desenvolvidas a partir da técnica de analise de conteúdo. (GIL, 1999, p.65) 1 Trabalho apresentado como requisito parcial para conclusão do curso de Licenciatura em Pedagogia da Faculdade Católica de Uberlândia. * Graduada em Licenciatura em Pedagogia da Faculdade Católica de Uberlândia. E-mail: [email protected]. ** Professora orientadora do curso de Licenciatura em Pedagogia da Faculdade Católica de Uberlândia. E-mail: [email protected]. Revista da Católica, Uberlândia, v. 2, n. 3, p. 236-245, 2010 – catolicaonline.com.br/revistadacatolica 236 Sabe-se que a educação engloba diversos processos mediante os quais o ser humano se capacita para que possa ser responsável pela sua manutenção e perpetuação, dentro dos modos culturais de ser, estar e agir, que é necessário à convivência e ao ajustamento para viver em sociedade. Dentre esses processos pode-se destacar o ensino e a aprendizagem, os quais propõem o desenvolvimento do individuo, promovendo o despertar da criatividade, sensibilidade, além de permitir o acesso à cultura e tecnologia como também, a conservação do meio ambiente, para a sua própria sobrevivência e a dos seres que rodeiam, dinâmica que precisa ser aplicada por toda a existência. A educação abrange vários fatores bem como à questão social, política e ensino educacional que se ligam para construir uma sociedade capaz de assumir concepções coerentes, articuladas, explicitas e ativa com a intenção de sair do senso comum para uma consciência crítica. Ela tem inicio no dia em que nascemos e a partir deste instante acontece constantemente, pois trata-se de um processo no qual o ser humano necessita aprimorar e potenciar os seus conhecimentos para assim poder realizar seus projetos, desenvolver conceitos, atitudes, valores éticos, liderança, sociabilidade e capacidade para a resolução de problemas contribuindo de maneira consciente com a sociedade. Saviani (1995) descreve que as instituições escolares propõem auxiliar a educação através do descobrimento de novos conhecimentos quanto ao processo de socialização, como também o desenvolvimento de capacidades cognitivas, afetivas e de relacionamento em sociedade, bem como desenvolver competências comunicativas e a participação na formação da identidade individual de cada individuo. Mas se a educação tem este propósito, porque existe tanta desigualdade social e intelectual no Brasil? Onde a educação falhou com estes cidadãos? De acordo com Xavier; Ribeiro; Noronha (1994) os dados históricos a organização do ensino na colônia representada pela coroa portuguesa teve inicio utilizando métodos autoritários e controladores com o propósito de dominar os povos indígenas considerados selvagens e ingênuos, com a finalidade de integrá-los a civilização, a serviço da fé e do império, pois os católicos entendiam que apenas a Igreja tinha condições de educar em sentido próprio. Revista da Católica, Uberlândia, v. 2, n. 3, p. 236-245, 2010 – catolicaonline.com.br/revistadacatolica 237 Os padres jesuítas encarregados de oficializar a tarefa de catequizar e instruir os nativos utilizava ações criativas com relação aos métodos aplicados, o que resultaria na mudança de hábitos, sentimentos, condutas e valores dos povos. Os indígenas não aprendiam apenas uma nova língua, uma nova interpretação da vida e da morte; não ganhavam um novo deus trazido de longe para reinar com a pompa típica do mundo de onde vinha. Pelo sacramento do batismo, operava-se um renascer que alterava pela base a vida cotidiana daquela população nativa e a sua própria compreensão do significado da existência. Era quando descobriam o “mal” em que haviam estado mergulhados antes da salvação providencial por aqueles que, em troca dessa redenção, ocupavam todos os seus espaços matérias e espirituais. (XAVIER; RIBEIRO; NORONHA, 1994, p.42) A partir deste momento a escolarização começa a desenvolver o seu papel de levar o conhecimento aos então considerados ignorantes e ingênuos, sendo um ensino que era oferecido à classe pobre e aos indígenas cujo conteúdo e métodos favoreciam apenas as classes dominantes, cujo poder se concentrava nas mãos da burguesia e na igreja. Dewey (1979) ressalta que os métodos utilizados por estes educadores perduraram por varias décadas, no final do século XIX com o advento do movimento renovador que, para marcar a novidade das propostas que começaram a ser veiculadas, classificaram como tradicional a concepção até então dominante, sendo aquela na qual o professor tinha a função de levar o conhecimento para o aluno e o mesmo aceitá-lo como pronto e acabado, sem ter o direito de questionar ou ao menos poder falar e se expressar, por ser tratar de uma educação autoritária e conservadora. Com a criação dos sistemas nacionais de ensino protegido pela Constituição Federal após varias lutas por mudanças no sistema educacional, à população brasileira adquire o direito de que a escola é para todos e cabe ao estado o dever de propiciar este direito à sociedade. (BRASIL, 1988) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), conforme o documento oficial estabelece que: Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social. (BRASIL, 1996, s. p.) As lutas por mudanças no sistema educacional não cessam, pois o direito a educação é apenas um começo para os grandes pensadores da educação que objetivavam ainda mais Revista da Católica, Uberlândia, v. 2, n. 3, p. 236-245, 2010 – catolicaonline.com.br/revistadacatolica 238 mudanças para o sistema educacional, surgindo a partir de então várias idéias pedagógicas, ou seja, concepções pedagógicas que tinham como base as teorias no modo de operar e de realizar o ato educativo. Entende-se a expressão concepções pedagógicas como as diferentes maneiras pelas quais a educação é compreendida, teorizada e praticada. Cada concepção pedagógica tem um objetivo e para que possamos compreendê-las, torna-se necessário explicitar as idéias principais de cada uma delas, assim pode-se ter uma noção dos objetivos para com a educação, ganhando sentido e forma para chegarmos à situação atual. Saviani (1995) descreve que as criticas a pedagogia tradicional formuladas a partir do final do século XIX, foram aos poucos, dando origem a uma outra teoria da educação, surgindo assim e a Pedagogia Nova, que propõe manter o poder da escola e sua função de equalização social, esboçando uma nova maneira de interpretar a educação e ensaiando implantá-la, ficando conhecida pelo nome escolanovismo, que ao findar a primeira metade do século atual apresenta sinais de frustração devido às esperanças depositadas na reforma da escola, dando lugar a Pedagogia Tecnicista. Ela é inspirada nos princípios de racionalidade, eficiência e produtividade, essa pedagogia advogou a reordenação do processo educativo de maneira a torná-lo objetivo e operacional. O autor ainda aponta que as pedagogias socialista, libertária, comunista, libertadora, histórico-crítica, não conseguiram se tornar dominantes, mas buscaram intencional e sistematicamente colocar a educação a serviço das forças que lutam para transformar a ordem vigente, visando uma nova forma de sociedade, denominadas concepções pedagógicas contrahegemônicas. Através destes movimentos educacionais em torno da discussão sobre as concepções pedagógicas e o desejo por mudanças nas práticas educacionais e na situação social dos brasileiros, surge à preocupação em adotar medidas que contribuem com a educação, possibilitando aos individuos, tornarem-se pessoas interessadas e participativas no reajustamento da vida social, valorizando o conhecimento dos alunos e a participação dos mesmos, o que propiciaria um sentido novo para o ensino e a aprendizagem nas instituições escolares. Com este proposito as idéias de Jonh Dewey, filosofo norte americano, ganha destaque em todo o mundo ao elaborar uma filosofia pragmatista. Pragma, do grego, significa objeto de Revista da Católica, Uberlândia, v. 2, n. 3, p. 236-245, 2010 – catolicaonline.com.br/revistadacatolica 239 ação ou práxis, que adota como critério da verdade a utilidade prática, identificando o verdadeiro com o útil. Ele ressalta: O pragmatismo compõe a realidade, não de seres estáticos e isolados por diferenças hierárquica de essência ou natureza, mas, sim de acontecimentos relacionados pelo dinamismo da ação recíproca transformadora intrinsecamente iguais e só diferentes pelo grau de eficiência ou capacidade de reconstrução progressiva. (DEWEY, 1979, p.16) O autor descreve que a escola deve estar conectada com a vida social em geral, com o trabalho de todas as demais instituições: a família, os centros de recreação e trabalho, as organizações de vida cívica, religiosa, econômica e política. Para ele a educação é um processo de vida e não uma preparação para a vida futura e a escola deve representar a vida presente tão real e vital para o aluno como a que ele vive em casa, no bairro ou no patio, embasado nestas concepções surgi o metódo de projetos mais tarde denominado como pedagogia de projetos. (DEWEY, 1967) A pedagogia de projetos propõe então mudanças na postura pedagógica, além de oportunizar ao aluno um jeito novo de aprender, direcionando o ensino/aprendizagem na interação e no envolvimento dos alunos com as experiências educativas que se integram na construção do conhecimento com as práticas vividas, no momento da construção e resolução de uma determinada situação/problema, o que possibilita transformar o espaço escolar em espaço vivo, colaborando para mudanças significativas no ensino e para a formação dos alunos como seres autônomos, conscientes, reflexivos, participativos e felizes. O método por projetos propõe que os saberes escolares estejam integrados com os saberes sociais, pois ao estudar o aluno sentirá que está aprendendo algo que faz sentido e tem significado em sua vida, assim compreende o seu valor e desenvolve uma postura indispensável para a resolução de problemas sociais se permitindo como sujeito cultural. Hernandez descreve a importância de trabalhar com projetos e o que ele pode permitir. Aproxima-se da identidade dos alunos e favorecer a construção da subjetividade, longe de um prisma paternalista, gerencial ou psicologista, o que implica considerar que a função da escola não e apenas ensinar conteúdos, nem vincular a instrução coma aprendizagem. Revisar a organização do currículo por disciplinas e a maneira de situá-lo no tempo e no espaço escolares. O que torna necessária a proposta de um currículo que não seja uma representação do conhecimento fragmentada, distanciada dos problemas que os alunos vivem e necessitam responder em suas vidas, mas, sim, solução de continuidade. Levar em conta o que acontece fora da escola, nas transformações sociais e nos saberes, a enorme produção de informação que caracteriza a sociedade atual, e aprender a dialogar de uma maneira critica com todos esses fenômenos. (HERNANDEZ,1998, p.61) Revista da Católica, Uberlândia, v. 2, n. 3, p. 236-245, 2010 – catolicaonline.com.br/revistadacatolica 240 O trabalho com projeto requer dos educadores mudança nos hábitos e nas práticas consideradas autoritárias e monótonas, propiciando a relação dos alunos com as questões sociais, valores e crenças presentes na cultura e em todo e qualquer contexto social. O educador passa de transmissor para facilitador do conhecimento, para que esse possa ser reconstruído e reinventado, objetivando a consciência e autonomia cognitiva e moral, pois assim o aluno tornar-se critico ante a realidade, buscando novos conhecimentos e formas de auxilio para construir um novo saber. Para se ter sucesso com o trabalho por projetos é necessário que o aluno assuma responsabilidade e autonomia, e é fundamental ao profissional da educação romper com os paradigmas presentes na educação. Hernandez destaca que este rompimento se baseia em uma série de desafios que a escola teria que responder, tais como: Selecionar e estabelecer critérios de avaliação, decidir o que aprender, como e para quê, prestar atenção ao internacionalismo, e o que traz consigo de valores de respeito, solidariedade e tolerância, o desenvolvimento das capacidades cognitivas de ordem superior: pessoais e sociais, saber interpretar as opções ideológica e de configuração do mundo. (HERNANDEZ, 1998, p.45) Romper com as limitações do cotidiano, com a postura do professor tradicional passando a ser o mediador e não mais o transmissor de informações, as quais não fazem referência com a realidade do educando, valorizar os temas geradores e não mais seguir a risca os livros didáticos, alunos parados, enfileirados, dentre outros fatores contribui para a inovação no campo educacional. O autor enfatiza que as instituições escolares por serem complexas e inscritas em círculos de pressões internas e externas colaboram para que as potenciais inovações fiquem presos na teia da moda. Em seu ponto de vista os projetos de trabalho supõem um enfoque do ensino que trata de ressituar a concepção e as práticas educativas na escola, para dar resposta às mudanças sociais, que se produzem nos meninos, meninas e adolescentes e na função da educação. Conforme estudo apresentado por Jacques Delors na primeira sessão da Comissão Internacional da UNESCO sobre A Educação para o Século XXI, assinala que a educação escolar se encontra em meio a uma série de tensões que é preciso superar, pois observou que a sociedade atualmente necessita de uma educação que favoreça aos seus educando um desenvolvimento maior de seus conhecimentos e de sua capacidade de assimilação, a necessidade de compartilhar e o principio de igualdade de oportunidades. Revista da Católica, Uberlândia, v. 2, n. 3, p. 236-245, 2010 – catolicaonline.com.br/revistadacatolica 241 A formação deste sujeito apto a ingressar no novo modelo da sociedade tem inicio com todo o processo educacional independente do contexto vivido por ele, porém a escola com as possíveis mudanças no âmbito escolar, necessita envolver-se com estas questões reais para favorecer o desenvolvimento do aluno, preparando-o para decidir, criticar, escolher, refletir sobre assuntos relevantes na sociedade. Segundo Leite (1996) a pedagogia de projetos visa a re-significação desse espaço escolar, transformando-o em um espaço vivo de interações, aberto ao real e as suas múltiplas dimensões. Nesse sentido o professor como mediador neste processo de construção do trabalho reflete sobre a sua ação e tem como atividade a pesquisa, para desenvolver um olhar a procura de melhores condições para entender o que acontece em sala de aula. Por meio da pesquisa tanto o professor quanto o aluno tem possibilidade de descobrir coisas novas. Dessa forma, o professor tem a função de administrar e orientar os seus alunos na busca de informações e disponibilizar referências para assim oferecer melhores condições de desenvolvimento da pesquisa. Hernandez ao dar sua contribuição sobre a importância da pesquisa destaca: A finalidade do ensino é promover, nos alunos, a compreensão dos problemas que investigam. Compreender é ser capaz de ir além da informação dada, é poder reconhecer as diferentes versões de um fato e buscar explica-las alem de propor hipótese sobre as conseqüências dessa pluralidade de pontos de vista. (HERNANDEZ, 1998,p.86) A pedagogia de projetos segundo sua proposta favorece ao aluno aprender no processo de produzir e de levantar duvidas, de pesquisar e de criar relações, que incentivam novas pesquisas, descobertas compreensões e reconstruções de conhecimento. Os projetos de trabalho constituem um planejamento de ensino e aprendizagem vinculado a uma concepção da escolaridade em que se da importância não só a aquisição de estratégias cognitivas de ordem superior, mas também ao papel do estudante como responsável por sua própria aprendizagem. Significa enfrentar o planejamento e a solução de problemas reais e oferece a possibilidade de investigar um tema partindo de um enfoque relacional que vincula idéias-chave e metodologias de diferentes disciplinas. (HERNANDEZ, 1998, p. 89) Desse modo a postura do educador terá uma nova função passando a ser um individuo que interage com seus alunos na busca e na troca de conhecimentos, permitindo a construção de valores, atitudes e habilidades que lhes permita crescer como pessoas habilitadas a desempenhar influências construtivas na sociedade. Para Hernandes e Ventura (1994) aqueles que ensinam devem ser os primeiros a assumir as mudanças com relação a sua forma de lidar com a informação para transformá-la em saber compartilhado, e para isso é necessário valorizar a pesquisa, pois ela possibilita Revista da Católica, Uberlândia, v. 2, n. 3, p. 236-245, 2010 – catolicaonline.com.br/revistadacatolica 242 encontrar respostas às indagações acerca dos assuntos e temas em questão, sendo que neste processo o pesquisador aprimora seus conhecimentos e informações, passando a construir um novo conhecimento sobre o mesmo assunto. No processo de construção do conhecimento, se utilizam das diferentes linguagens e exercem a capacidade que possuem de terem idéias e hipóteses originais sobre aquilo que buscam desvendar. A pedagogia de projetos propõe uma aprendizagem significativa diante das metodologias tradicionais utilizadas o que contribuiria para o desenvolvimento e o despertar da criatividade possibilitando aos indivíduos sair do senso comum adotando uma consciência critica. Por conseguinte torna-se necessário romper com o modelo tradicional de ensino o qual não permite que seja desenvolvido no campo educacional temas relacionados com a vivencia do educando e os quais por sua vez não faz significado para a aprendizagem. Uma das propostas da pedagogia de projetos é o trabalho em grupo o qual tem o objetivo em compartilhar e construir o conhecimento em total interação com os outros saberes, valorizando as descobertas de cada um e ao mesmo tempo se encantando com elas o que proporciona ao ensino e a aprendizagem significados e valores dos quais o individuo fará proveito em toda a sua vivencia. Valorizar o conhecimento prévio do aluno tornar-se importante, pois é através dessa troca de conhecimento que se aprende e ensina melhor, o que se transforma em um circulo continuo e produtivo para a educação e o desenvolvimento da aprendizagem. A construção de projetos dentro desta proposta pedagógica permite que o aluno possa viver os fatos reais estando aberto a múltiplas relações, permitindo-lhe trabalhar com suas próprias idéias sem depender das escolhas dos adultos, além de decidir e de se comprometer com as escolhas através de suas ações e de seus aprendizados o que favorecerá maior responsabilidades nas decisões que couber a cada individuo. Portanto ao interpretar a realidade e dar significado a ela, torna-se, assim, o individuo cada vez mais autônomo em seu processo de formação, pois o conhecimento passa a ser fundamental nas relações com o meio em que vive, favorecendo melhor compreensão da realidade do contexto do social, educacional, político e econômico. CONSIDERAÇÕES FINAIS Revista da Católica, Uberlândia, v. 2, n. 3, p. 236-245, 2010 – catolicaonline.com.br/revistadacatolica 243 Romper com o modelo tradicional de ensino, visando o desenvolvimento da aprendizagem com a participação ativa dos alunos dentro da proposta da pedagogia de projetos a qual estabelece uma aprendizagem significativa, é sem duvida uma possível solução para que o ensino consiga vencer com os antigos paradigmas da educação. Assim, faz-se necessário que o campo educacional tenha um olhar inovador para que possa haver as mudanças na forma de ensinar, priorizando a formação de cidadãos críticos, reflexivos, participativos e conscientes de suas decisões, estabelecendo uma sociedade justa e consciente dos seus direitos e deveres. Portanto se o objetivo da educação está fundamentada no desenvolvimento da capacidade de raciocínio e espírito crítico do individuo é fundamental que o ensino adquira um novo método oportunizando esse conhecimento aos seus alunos. 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