Jornal Valor --- Página 5 da edição "28/05/2014 1a CAD F" ---- Impressa por rcalheiros às 27/05/2014@16:23:39 Jornal Valor Econômico - CAD F - ESPECIAIS - 28/5/2014 (16:23) - Página 5- Cor: BLACKCYANMAGENTAYELLOW Enxerto Quarta-feira, 28 de maio de 2014 Especial | Fundos de investimentos Regulação Instrução 409 muda e vai valorizar os meios eletrônicos | Valor | F5 DIVULGAÇÃO Reforma de regras da CVM moderniza a comunicação Suzana Liskauskas Para o Valor, do Rio Editada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 2004, a instrução CVM 409/04, que dispõe sobre a constituição, administração, funcionamento e a divulgação de informações dos fundos de investimento, que, no período de vigência, passou por nove atualizações, está prestes a ganhar um formato mais contemporâneo. Em audiência pública desde 28 de abril, a minuta da instrução de fundos de investimentos publicada pela CVM, aberta para comentários até 30 de junho, marca mais uma etapa importante na modernização das regras aplicáveis aos fundos de investimento. Paralelamente à minuta referente aos fundos, a CVM colocou em audiência pública a minuta para rever as regras relacionadas ao conceito de investidor qualificado e investidor profissional. O superintendente de relações com investidores institucionais da CVM, Francisco José Bastos Santos, diz que, após dez anos de vigência, chega o momento de modernizar a instrução CVM 409, em função da evolução da indústria de fundos, em âmbitos nacional e internacional, sobretudo no que diz respeito à simplificação na troca de informações com os investidores. Ana Novaes, diretora da CVM, diz que essa reforma valoriza os meios eletrônicos de comunicação e a racionalização do volume, do teor e da forma de divulgação de informação aos investidores. As palavras-chaves da reformulação da norma, segundo a CVM, são modernização, redução de custos, competitividade e transparência. O teor da minuta agradou ao mercado, principalmente no que se refere à redução de custos operacionais em função da proposta de ampliar o uso da comunicação por meios eletrônicos com os investidores; à racionalização das informações divulgadas e à simplificação da classificação dos fundos. Porém, alguns pontos como o rebate da taxa de administração e a flexibilização do limite de investimentos em ativos no exterior dividem opiniões. Embora a minuta ainda esteja em consulta pública, especialistas já têm um direcionamento das propostas que serão entregues ao regulador em junho. Raphael Martins, sócio do Faoro & Fucci Advogados e especializado em mercado de capitais, ressalta que uma das preocupações da indústria de fundos está diretamente relacionada ao custo burocrático e de manutenção do fundo. “A eliminação de envio de correspondências é um ponto muito positivo da minuta. Com o acesso amplo à internet, não há motivos para burocratizar”, diz. Bruno Carvalho, sócio do Brasil Plural e responsável pelas áreas comerciais, acha relevante a simplificação de processos para aproximar o investidor da indústria de fundos, porque as etapas ainda são muito burocráticas. Carvalho deve fazer alguma sugestão no sentido de ampliar a simplificação do cadastro do investidor. Carlos Eduardo Andreoni Ambrósio, vice-presidente da Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), diz que o mercado recebeu bem a minuta, e um dos ganhos está nas propostas de simplificação e desburocratização na divulgação de informações e comunicação com os investidores. “Ainda estamos trabalhando o teor de propostas, como a de classificação dos fundos”, diz Ambrósio, que também destaca as novas classificações de investidores qualificado e profissional. Paralelamente à minuta da 409/04, uma segunda introduz o conceito de investidor qualificado e de investidor profissional, que passam a estar previstos na Instrução CVM 539/13. A proposta da CVM é que pessoas jurídicas e naturais sejam consideradas investidores profissionais quando possuírem investimentos financeiros superiores a R$ 20 milhões. Para a categoria de qualificados, é preciso ter investimentos superiores a R$ 1 milhão. Para Eduardo Herszkowicz, sócio do Souza, Cescon, Barrieu & Flesch Advogados, que coordena operações referentes ao mercado de fundos, apesar de a minuta prever flexibilização para investimentos em ativos no exterior, os limites poderiam avançar. “Acho que a CVM poderia ter sido mais agressiva. Quem tem mais de R$ 20 milhões para investir sabe identificar muito bem onde estão os riscos”, afirma. Marcelo Teixeira, sócio de audi- Eduardo Herszkowicz: “Acho que a CVM poderia ter sido mais agressiva” toria da Deloitte, acha que a flexibilização proposta na minuta para investimentos no exterior está adequada, mas chama a atenção para os cuidados com a custódia desses ativos, outro ponto apresentado pela minuta. “É importante aumentar os cuidados sobre a custódia desses ativos.” Também dividem opiniões no mercado as propostas relacionadas ao rebate, que é o pagamento de uma parcela da taxa de administração de um determinado fundo para administradores e gestores de fundos de cotas que nele invistam. De acordo com a CVM, a minuta não elimina rebate, mas procura mitigar o conflito de interesses. Na minuta, a CVM propõe incluir, para os fundos de investimento em cotas (fundos de fundos), “a previsão que veda ao administrador, gestor ou partes a eles relacionadas, o recebimento de qualquer remuneração, benefício ou vantagem, direta ou indiretamente por meio de partes relacionadas, que potencialmente prejudique a independência na atividade de gestão do fundo. A intenção é deixar claro que qualquer estrutura de remuneração que afete a necessária independência do gestor na seleção de ativos deve ser vedada”. Herszkowicz é um dos que elogiam a proposta feita pelo regulador. “A questão do rebate é muito relevante e sempre houve a discussão de que o benefício deveria ser revertido em favor do fundo. Acho que a proposta da CVM foi equilibrada”, diz. Outros especialistas avaliam que esta questão deveria ser calibrada pela autorregulamentação. “Isso deve ser ajustado entre a instituição e o cliente”, diz Carvalho. Por conta própria, ‘home broker’ obtém vantagens Marcelo Pinho Para o Valor, do Rio “Só um minuto que estou operando.” Essa frase é muito ouvida por quem costuma conversar com as pessoas que operam por meio do home broker, o instrumento por meio do qual pessoas físicas compram e vendem ações. Os chamados investidores pessoa física já passaram por um boom na Bolsa de Valores em meio à febre dos IPOs. Hoje, apesar do momento difícil da Bolsa, ainda há muitas pessoas que preferem passar o dia em frente a monitores acompanhando cotações em vez de simplesmente investir num fundo de ações. “A possibilidade de retorno operando por conta própria é muito maior. Não é incomum você conseguir 100% de valorização em seis meses, o que é impossível num fundo de investimentos”, diz Caio Sassaki, que desde o começo do ano opera por conta própria na plataforma da XP. A opinião de Caio é comum a muitos investidores pessoa física da Bolsa. Apesar de lembrarem que não é seguro apostar todas as fichas em mercados como o de ações, em geral, esses “apostadores” estão em busca de retornos mais altos. “Meu gerente veio falar comigo que meu fundo rendeu 0,6% depois do desconto do Imposto de Renda. Isso é muito pouco. Prefiro ficar lendo gráficos e investir por conta própria, assim posso ganhar 4%, 5% num dia”, afirma José Antônio Roberti, administrador aposentado, que se dedica diariamente às operações em seus terminais e nas operações com a plataforma da Clear. Roberti, no entanto, reconhece a importância de separar os investimentos de modo a não ficar totalmente exposto às oscilações do mercado. Ele possui investimentos em fundos tradicionais de renda fixa. “Mas são os recursos que eu posso precisar no curto prazo, para uma viagem, por exemplo”, conta. Sassaki, que além de operar por conta própria oferece treinamentos para investidores que procuram o mesmo que ele, diz preferir a rotina de investidor pessoa física. “Antes eu trabalhava de 10 a 18 horas por dia. Hoje controlo meu horário. Se o mercado está muito ruim desligo os monitores e vou para rua fazer qualquer coisa”, conta. Ele investiu cerca de R$ 10 mil para montar uma mini corretora dentro de casa. São três monitores de 23 polegadas cada um e mais o lap- top ligado nas cotações do dia. Divaldo Martins, empresário, é outro que prefere investir por conta própria. Ele diz preferir movimentar os recursos diariamente, seguindo a tendência de momento. “No fundo é coletivo. Não dá para fazer isso. Nunca investi em fundos”, diz ele, que também investe em imóveis. Sassaki, por sua vez, diversifica seus investimentos em fundos de renda fixa, multimercados, imobiliários, até mesmo em fundos de ações e separa um percentual para movimentar na Bolsa. “Sem dúvida a maior parte do meu rendimento ou dos ganhos vêm das aplicações na Bolsa”, diz. O mau momento vivido pela Bolsa passa longe do dia a dia desses investidores. Ao contrário, alguns garantem se beneficiar disso. Sassaki lembra que em 2008, auge da crise econômica internacional, muitos colegas seus fizeram um bom dinheiro em operações de um dia, as chamadas day trades. Divaldo concorda. “Não tem problema estar caindo ou subindo. O importante é você estar na ponta certa. E é isso que é impossível pelo fundos. Eu gosto de poder escolher quando e em que lado estar”, explica. José Antônio, por exemplo, diz que teve resultados ruins nos primeiros meses do ano. Mas no último mês, com apostas acertadas em empresas de energia, viu seu resultado crescer 16%, anulando e até ultrapassando o resultado ruim do começo do ano. Há mais de 40 anos investindo no mercado de capitais, José Antônio diz que durante muitos anos acompanhou balanços de empresas e análises gráficas, mas nos últimos anos desistiu dos balanços e ficou somente com os gráficos. O coordenador dos cursos de administração do Ibmec, Eduardo Coutinho, lembra que a opção por investir sem fundos de investimentos precisa respeitar o perfil de cada pessoa. Ele lembra que no caso dos interessados em renda fixa a missão é simples. Basta se cadastrar do Tesouro Direto, plataforma de negociação de títulos públicos do governo, e comprar títulos. “Mas se a opção é um multimercado, a missão já fica mais complicada. É preciso fazer uma série de escolhas, que dificilmente um leigo seria capaz de obter sucesso. Agora, se a pessoa é estudiosa e se dedica, é possível”, diz. Sobre o uso do home broker, Coutinho lembra que para quem não possui muitos recursos a modalidade apresenta dificulda- des. Com pouco dinheiro, dificilmente será possível montar uma carteira variada. E isso o fundo de investimentos permite. “Acho que não faz diferença. Na verdade, usar um fundo de investimento diz respeito ao conhecimento e ao volume de dinheiro de cada um. Se a pessoa tem muitos recursos, as opções crescem. Pode até contratar uma asset e montar um fundo exclusivo para ele. Para quem tem dinheiro a alternativa é bem mais ampla”, diz o professor do Ibmec. TRAZEMOS O MUNDO PARA INVESTIDORES LOCAIS GESTOR GLOBAL DE ATIVOS DE PRIMEIRA CLASSE Investir globalmente traz grandes oportunidades, mas também requer conhecimento verdadeiro. Na Franklin Templeton, temos décadas de experiência e mais de 600 especialistas ao redor do mundo identificando bons investimentos e nos tornando um líder global em gestão de ativos. 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O mais importante para esses investidores, diz, é estudar, conhecer os aspectos básicos do mercado para que as decisões iniciais sejam minimante sincronizadas.