História do Paraná Profº Leandro de Araújo Crestani O Estado do Paraná na Época do Descobrimento O atual Estado do Paraná pertencia a 2 capitanias na época do descobrimento do Brasil; Ao norte de Paranaguá, estava a capitania de São Vicente, administrada por Martim Afonso e media, aproximadamente, 45 léguas; Essa capitania abrangia a região entre a Baía de Paranaguá a Bertioga em São Paulo; Atualmente, tal região corresponde aos municípios de Antonina, Paranaguá e parte de Morretes; O Estado do Paraná na Época do Descobrimento Ao sul de Paranaguá, estava localizada a capitania de Santana, administrada por Pero Lopes de Souza e media, aproximadamente, 40 léguas. A sua extensão ia da Baía de Paranaguá até laguna no atual estado de santa Catarina. Atualmente, aquela região corresponde aos municípios de Matinhos, Guaratuba e parte de Morretes. Os donatários abandonaram essas capitanias Os Primeiros Habitantes do Atual Estado do Paraná No momento da ocupação portuguesa, o Paraná era habitado por milhares de nativos; Muitas missões jesuíticas foram instaladas no território paranaense; Os nativos não devem ser estudados a partir das fronteiras atuais; Os antropólogos estudam as populações indígenas a partir da forma de vida desses povos; Eles estão divididos em 4 áreas culturais: Os Primeiros Habitantes do Atual Estado do Paraná ANDINA, CIRCUM MARGINAL; CARIBE, FLORESTA TROPICAL E Os nativos paranaenses pertencem a duas dessas áreas culturais; Os Tupis – Guaranis pertencem ao grupo da Floresta Tropical; O grupo Jê pertence a área cultural Marginal; Os índios paranaenses estavam divididos em mais de 50 grupos; Havia duas grandes nações: Tupi-Guarani (Carijós, Tupinquim, Tingüis entre outros) e Jê (Kaingangues, Botocudos entre outros). OS SAMBAQUIS PARANAENSES • Os Sambaquis ou concheiros são verdadeiros sítios arqueológicos; • São frutos da ação humana no decorrer da história; • Os nossos ancestrais viviam de um lado para o outro, deixando para trás restos de alimentos e utensílios de cozinha; • No decorrer da história foram formando os sítios arqueológicos; • Por muito tempo, os pesquisadores acreditaram que os sambaquis eram formados naturalmente, sem que houvesse a ação humana; • Muitos Sambaquis foram destruídas pelo homem; • Uma grande fonte de pesquisa desapareceu causando um grande prejuízo cultural. Os Primeiros Desbravadores no Estado do Paraná O Brasil era território português, desde 1494, pelo tratado de Tordesilhas; Em 1500, Portugal tomou posse do território brasileiro; O Estado do Paraná foi visitado pelos portugueses somente a partir de 1522; Aleixo Garcia naufragou em Santa Catarina, chegando até o Paraná; Aleixo descobriu o caminho do Peabiru e chegou as riquezas da Bolívia; Os Primeiros Desbravadores no Estado do Paraná Ao regressar, Aleixo assassinado, Assunção, capital Paraguai; próximo de Duas décadas depois, a Espanha enviou Álvaro Cabeza de Vaca; Cabeza de Vaca atracou em Santa Catarina, em 1541, e tomou posse de uma grande extensão de terras; Através do Caminho de Peabiru, Cabeza de Vaca chegou a assunção onde foi nomeado governador do Paraguai; CAMINHO DE PEABIRU DON ALVAR0 NUÑEZ CABEZA DE VACA, PROVAVELMENTE O PRIMEIRO EUROPEU A CONHECER AS CATARATAS DO IGUAÇU Os Primeiros Desbravadores no Estado do Paraná Durante a viagem, foram descobertas as Cataratas do Iguaçu; 1554, foi idealizado o povoado de Ontiveiros por Domingos iralla sendo concretizado, mais tarde, por Rodrigo D. Vergana; O projeto inicial estava localizado próximo a cidade de Foz de Iguaçu; Os Primeiros Desbravadores no Estado do Paraná Algum tempo depois, foi transferido próximo à foz do Rio Piquiri (Cidade Real de Guaíra); Hoje, corresponde a região de Guaíra; Em 1576, Rui Dias Malarejo fundou Vila Rica do Espírito Santo. Atualmente, corresponde a cidade de Fênix; Os espanhóis pensaram ter achado pedras preciosas neste local, foi um engano. As Missões (Reduções) Jesuíticas O governo espanhol, após alguma investidas, percebeu que a colonização não seria fácil; A saída foi entregar a missão de colonizar aos Jesuítas; A igreja aceitou;entretanto, teve que mudar a estratégica de evangelização; Vários religiosos foram para a fundaram vária missões (reduções); região e As Missões (Reduções) Jesuíticas Mais de 100 mil índios foram reduzidos nessas missões na primeira metade do século XVII; Nas missões, os nativos aprendiam a plantar, colher, rezar, cantar e muitos outros ofícios; As missões eram auto-suficientes. Em alguns momentos, chegaram a exportar a sua produção; As Missões (Reduções) Jesuíticas Não era permitida a presença do homem branco nas reduções, salvo dos próprios Jesuítas; Os religiosos buscavam respeitar a hierarquia dos índios; O grande chefe dentro das missões era o PaiTuia; 15 Reduções foram fundadas entre os anos de 1610 e 1628, formando a Província do Guairá; As Missões (Reduções) Jesuíticas Com a escassez de escravos, durante a união Ibérica, os Bandeirantes investiram na captura dos nativos destruindo as missões; Milhares de índios foram capturados e levados para serem vendidos como escravos; A capitulação da ultima missão, ocorreu no ano de 1633; As missões foram destruídas, ficando para trás poucos vestígios. Entradas e Bandeiras No século XVI, foram criadas as entradas e bandeiras; Elas tinham como objetivo buscar novas riquezas e ocupar territórios; As Entradas eram expedições oficiais que saiam geralmente do litoral; As Entradas quase sempre respeitavam o Tratado de Tordesilhas; A primeira entrada no Brasil ocorreu em 1503, com Américo Vespúcio; Entradas e Bandeiras Bandeiras eram expedições particulares que saíam, geralmente, de São Paulo; Formas de bandeiras: sertanismo de contrato, caça ao índio, pedras preciosas e as monções; 1530, Martin Afonso ordenou a Organização de duas expedições; A primeira, no Rio de Janeiro e a segunda, em São Paulo; Entradas e Bandeiras A expedição que saiu de São Paulo entrou em território paranaense sendo todos mortos pelos índios Carijós; Essas expedições acabavam entrando em território espanhol; Foram responsáveis nossas fronteiras; pelo alargamento de Entradas e Bandeiras Vivendo uma grande crise, os paulistas investiram na captura dos nativos das missões; Os bandeirantes foram responsáveis pela destruição dos missões e pelo extermínio de milhares de índios . Por quase dois séculos, Vale do Rio Paraná e o Oeste do estado foram um grande vazio demográfico. O Papel do Tropeirismo no Estado do Paraná O tropeirismo contribuiu de várias desenvolvimento do nosso estado; maneiras para o Desenvolveu o comércio, cidades e a cultura do povo paranaense; Em um momento que a comunicação era difícil, os tropeiros faziam o papel de intermediários; Tirou os gaúchos do isolamento e aproximou-os do resto do Brasil; Os gaúchos trouxeram muitos costumes e palavras para o Paraná. Economia Paranaense As terras brasileiras não despertaram interesse de imediato nos portugueses; Em 1532, foi fundado São Vicente e, no local, um engenho; Por mais de um século, o açúcar reinou no economia brasileira; Podemos perceber que o Paraná não participou do ciclo do açúcar; Somente em meados do século XVII, com a descoberta de ouro em Paranaguá que o Paraná seria percebido. O ciclo do ouro Ouro foi a primeira riqueza considerável no Paraná; Surgiu no litoral e chegou no primeiro planalto; Os mineradores usavam pequenas trilhas entre o litoral e o planalto; As trilhas deram origens a vários caminhos como: GRACIOSA, ITUPAVA, ARRAIAL; A mineração contribuiu para o surgimento de Curitiba, Paranaguá, Morretes e Antonina. O ciclo da pecuária A pecuária se desenvolveu nos Campos Gerais e planalto de Guarapuava; Por possuir uma vegetação propícia para a criação de gado e estar estrategicamente no percurso do Viamão, os Campos Gerais foi muito favorecido; O tropeirismo fomentou o desenvolvimento dos Campos Gerais; A pecuária jamais ultrapassou as fronteiras brasileiras, salvo casos esporádicos, O ciclo da Erva-Mate Os nativos já tinham conhecimentos do mate; O mate ganhou espaço na economia paranaense durante o período imperial; A partir de 1820, o mate passou a ser explorado de maneira sistemática; Com a Guerra do Paraguai, o Paraná passou a exportar para a região platina; Grande parte do mate exportado, saía ilegalmente; A partir de 1880, os argentinos montaram várias Obragens explorando madeira e mate; A Invasão foi facilitada pela dificuldade que os brasileiros tinham em chegarem à região. O ciclo da madeira A madeira teve sua gênese no litoral;. Em meados do século XVII, o governo autorizou o corte para construir algumas embarcações; A falta de acesso dificultou a extração da mesma; A partir do século XIX, com a construção de melhores caminhos, a madeira ganhou destaque; O ciclo da madeira Sendo uma madeira de muitas utilidades, o pinho ganhou mercado; Durante o período entre guerras, as exportações caíram; No decorrer da Segunda Guerra, o pinhão voltou a trazer divisas para o Paraná; Sem uma política de manejo, o nosso maior símbolo corre risco de extinção. Policultura O Paraná é favorecido pela fertilidade do solo e pela topografia plana; Somos responsáveis por ¼ da produção nacional de alimentos e matéria-prima para indústria; Temos um grande potencial na produção de: Soja, Milho, Trigo, Cana-de-Açúcar, Algodão, mandioca, batata, Banana e Pecuária Bovina Indústria A agroindústria paranaense produz óleos vegetais, café solúvel, açúcar, álcool, laticínios, louça e papelão; Na década de 70 foi criado o Centro de Indústria de Curitiba - CIC. A indústria ganha destaque na produção de roupas, alimentos, químicas, refino de petróleo, material elétrico, eletroeletrônicos, artigos de couro e automobilística; Cidade de Londrina A região de Londrina ficou por muito sem uma ocupação ordenada; Composta por terra roxa e coberta por uma floresta exuberante; Antes de Londrina, Cambará foi colonizada por paulistas e mineiros; Em um primeiro momento, grandes lotes e, depois, pequenas propriedades. Após tentativas frustradas, em 1929 foi plantada a grande semente; Cidade de Londrina Chegou à região, o doutor Alexandre Rasgulaeff com a CTNP; No dia 03-12-1934, Manoel Ribas Assinou o decreto criando o município de Londrina; A cidade prosperou com o café; Por um tempo, Londrina foi a capital mundial do café; Logo se transformou em um grande centro industrial; É considerada a segunda cidade mais importante do Paraná e a terceira do sul país. Cidade de Maringá A CMNP fundou Maringá na década de 40; Foi realizado um grande projeto urbanistico por Jorge Macedo Vieira; Tudo foi planejado: ruas, avenidas, etc. A cidade superou as expectativas de 200 mil habitantes, em 50 anos; A cidade é conhecida pela sua beleza ímpar e, principalmente, pela quantidade de árvores no perímetro urbano, o que contribui para a melhor qualidade de vida. Mapa da Cidade de Maringá Primeiro Hotel de Maringá Avenida Brasil Imagem do Jardim Alvorada Maringá Velho Contestado (1912 a 1919) O conflito ocorreu entre SC e o PR; Toda a região meridional do BR era administrada pela provincia de SP; O PR conquistou a emancipação política em 1853; Após a emancipação, as fronteiras não ficaram bem definidas entre o PR e SC; A Região foi disputa entre os Estados; A área contestada pelos dois estados abrangia aproximadamente 48.000 km². Contestado (1912 a 1919) A região estava ocupada por milhares de camponeses; No final do séc. XIX, teve o inicio a construção da estrada de ferro, ligando SP ao RS; As terras foram valorizadas; Em 1901, SC levou PR ao banco dos réus; A justiça deu ganho de causa a SC; O PR não aceitou a sentença; Em 1908, o governo federal concedeu o direito de exploração a grupos estrangeiros e a fazendeiros; Contestado (1912 a 1919) Os camponeses começaram a serem expulsos por jagunços contratados pela CIA; Em 1911, as obras foram suspensas, criando milhares de desempregados; Os camponeses se organizaram; À frente da messiânicos; massa camponesa, surgiram alguns líderes João Maria foi o 1º, homem de um jeito simples e bondoso. Agradava a todos; O monge João Maria desapareceu de maneira misteriosa. Pouco tempo depois, surgiu individuo com atitudades semelhantes ao 1º; Contestado (1912 a 1919) Surgiu, ainda um 3º monge, dizendo ser irmão do 1º; Este foi chamado de José Maria; O ponto de referência dos rebeldes passou a ser Taquaruçu; Passaram a fazer duras críticas à recém criada República; O governo do PR reagiu à vinda dos camponeses e mandou uma força tarefa combatê-los; No combate, morrem o monge José Maria e General João Gualberto Contestado (1912 a 1919) Após o conflito, os rebeldes voltaram a Taquaruçu; A partir deste momento, os rebeldes receberam apoio de milhares de camponeses; A saída dos camponeses, diante da pouca estrutura que tinham, foi usar tática de guerrilha; O governo sofreu várias vitórias; Para resolver de uma só vez, o governo enviou uma missão poderosíssima; O comando coube ao general Setembrino de Brito Contestado (1912 a 1919) Com mais de 7000 homens e usando, inclusive, aviões, as forças legalistas venceram em 1919; No mesmo ano, foi firmado um acordo entre PR e SC, definido as fronteiras; O estado do PR ficou com aproximadamente 20.000 km², enquanto SC ficou com 28.000 km² da área contestada. Vista geral da Cia. Lumber Monge João Maria e o mesmo com as “Virgens” Reduto de Caraguatá Travessia de Tropas no Rio Iguaçu (Porto União) no início do Século XX Deslocamento de Tropas para o Campo de Batalha, no Sertão Contestado. EFSP-RG Ataque dos Camponeses na estrada de ferro SP-RG