Pa e integr Part integr grante ant do Jorn ante Jornal al A Agora gor São Pau gora Paulo lo - Não pod podee ser ser ve vendid ndida ndid a separa separa par dame damente nt - Ano 15 – nº 766 – Rube nte Rubens Cavallari lari/Fol lari /F hapr hapress ess Revista Domingo, 1º de dezembro de 2013 A cadela Chloé deu novo ânimo a Amanda, 4 anos, internada no hospital Sabará, e à sua mãe Cães salvam vidas Hospitais abrem suas portas para receber animais de estimação que ajudam na recuperação dos pacientes Amor que Animaisdeestimaçãosãousadosemtratamentosterapêuticose ajudamnarecuperaçãodepacientesemhospitais;acompanhia dosbichostambéméindicadaparaquemsofrededepressãoou passamuitotemposozinho.Entendaosbenefíciosdeteranimais Dizem que o cachorro é o melhor amigo do homem. No entanto, para muitos, gatos, pássaros, peixes e até ratos ocupam esse posto. Os bichos de estimação são aqueles que estão sempre lá: na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. E é esse amor incondicional que faz com que eles se tornem essenciais na vida das pessoas. 6 “Ter um animal traz benefícios à formação da personalidade, pois ensina o valor da responsabilidade e a interagir com o outro”, explica Priscila Gasparini, doutora em psicanálise pela USP (Universidade de São Paulo). Há 13 anos, a veterinária e doutora em psicologia Ceres Berger Faraco lidera um grupo de pesquisa sobre o vín- cura capa Rubens Cavallari/Folhapress A pediatra e diretora técnica do Hospital Infantil Sabará, Paulina Basch, com os golden retrievers Apolo (à esq.) e Chloé culo entre animais e humanos. Além de histórias emocionantes, os resultados das terapias surpreendem. “Os animais ampliam o estimulo à vida social, além de trazerem benefícios à saúde cardiovascular. Observamos que a interação com eles reduz a pressão e, por consequência, o colesterol e os triglicérides. Pacientes com problemas no coração têm uma sobrevida de até um ano se comparados aos que não possuem contato com os bichinhos”, revela. Pensando nisso, diversos projetos de voluntariado decidiram inovar nas visitas a hospitais, asilos e orfanatos. Ago- ra, Chloé e Apolo, ambos de três anos, são exemplos dos visitantes mais esperados no Hospital Infantil Sabará, localizado em Higienópolis (região central). Os cães da raça golden retriever fazem parte da ONG Cão Terapeuta, que, semanalmente, passa pelo quarto dos pequenos pacientes. A iniciativa foi implantada em abril deste ano e é coordenada por Paulina Basch, pediatra e diretora técnica do Sabará. “O resultado é impressionante. Na primeira visita que fizemos, uma garotinha que não saía da cama nem falava direito passou a tarde toda com o Agora Revista da Hora Domingo, 1º/12/2013 7 Fotos Rubens Cavallari Chloé e Apolo visitam as crianças no Hospital Infantil Sabará cão, mexeu-se. É o afeto que impulsiona”, analisa Paulina. Lá, a visita dos bichos é tão aguardada pelas crianças que pode até ser negociada em troca de um bom comportamento. A professora aposentada Ana Marisa Teodoro de Souza, 67 anos, usou a tática para fazer com que a neta Ana Luisa Teodoro, três anos, que estava internada com asma, comesse o almoço sem fazer birra. “Eu falei que, se ela não se alimentasse, o cão ia ficar com fome também. Ela almoçou direitinho, ao contrário dos dias em que ele não veio. É positivo ter esse tratamento diferenciado, que estimula e alegra o doente. A vida no hospital já é triste para os adultos, imagina para as crianças.” A entrada de um animal no hospital, no entanto, exige cuidados. “Ele anda apenas pela internação e tem contato somente com pacientes que não estão em isolamento. O bicho passa, também, por um sistema de controle de saúde, deve estar com as vacinas em dia e tomar banho na data da visita ou, no máximo, um dia antes. Fora isso, antes de chegar aos quartos, deve higienizar as patas e o focinho”, explica Paulina. A assistente financeira Carolina Rodrigues da Silva, 32 anos, internou a filha, Amanda Rodrigues Fernandes da Silva, quatro anos, por problemas respiratórios. Triste, a garota mudou da água para o vinho ao ver Chloé. “Tudo o que a tira dessa rotina de hospital agrada. Ela ficou eufórica”, conta a mãe. O securitário Marcos Roberto Esteves, 44 anos, acompanhava o filho, Matheus Santos Esteves, quatro anos, por causa de uma pneumonia. E viu o garoto se alegrar pela primeira vez depois da doença. “Acho que um animal de estimação desenvolve ânimo na criança. O problema é que dá muito trabalho ter um em casa”, lamenta. Um membro da família Em casa, muitos pais enfrentam o di- 8 10 Rubens Cavallari/Folhapress lema de dar ou não um animal aos filhos. Para Priscila Gasparini, doutora em psicanálise pela USP (Universidade de São Paulo), os benefícios de adicionar mais um membro à família são incontáveis. “Autonomia, responsabilidade, maturidade, generosidade. A criança é egoísta por natureza e, quando tem alguém para cuidar, percebe que não existe só ela no mundo. O animal proporciona a troca de sentimentos”, diz. Desde 2009, o Hospital Israelita Albert Einstein permite que animais de estimação visitem seus Pedro Guilherme, 9 anos, que trata de um câncer no Graac, donos. Pelos diverte-se com um dos cachorros da ONG Patas Therapeutas quartos da internação, já passaram cerca de 60 bichos, Essa tranquilidade tem efeito na presentre coelhos, papagaios, tartarugas, são e no ânimo da pessoa. Costumamos gatos, cães e calopsitas. “Não há restridizer que o doente vive em dois tempos: ção ao tipo de animal. Ele só precisa es- lembrando o passado ou almejando o tar com as vacinas em dia, com o atesfuturo. O animal o transporta ao pretado de um veterinário e, claro, ser calsente e faz com que ele perceba que tem mo”, explica Rita de Cássia Grotto da de lutar pela vida”, analisa Paulo de Fonseca, gerente de atendimento ao Tarso, médico responsável pelo grupo cliente do hospital. de medicina integrativa do Einstein. Pacientes com problemas de imuniPessoas que sofrem com instabilidadade, com transtornos psicológicos ou de de humor, autismo, síndrome de Down e transtornos de ansiedade tamque estejam internados em Unidades bém são extremamente beneficiadas. de Terapia Intensiva podem recebê-los “Os resultados comprovam desenvolviconforme o caso. “A presença do bicho relaxa como uma sessão de massagem. mento de empatia, estabilidade de hu- capa mor e motivação para as tarefas do dia a dia”, analisa a doutora em psicologia Ceres Berger Faraco. Inúmeras possibilidades A ONG Patas Therapeutas atua em diversos locais (veja mais no quadro ao lado) e, na semana passada, em parceria com o Itaci (Instituto de Tratamento do Câncer Infantil), realizou um encontro para promover a conscientização sobre a doação de sangue. Pedro Guilherme, nove anos, que trata de um câncer no Graac (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer), aproveitou a oportunidade para matar a saudade de ter um cachorro. Denise Lopes, 35 anos, mãe do garoto, conta que o cão foi a grande atração para o filho. “É muito gostoso, pois o animal traz alegria e felicidade às crianças, e isso não tem preço. Ele sente muito a falta do cãozinho dele”, diz. Para Silvana Fedeli Prado, 57 anos, psicanalista e superintendente técnica em terapias assistidas por animais da ONG, o mundo precisa de mais amor. “Internada, a pessoa deixa a vida lá fora, só vê televisão, equipe médica e alguns familiares. Quando chegamos com os animais, todos se animam e brincam. O bicho é um acumulador de emoções positivas, libera dopamina, endorfina e ajuda a acalmar os ânimos do paciente. Isso não acontece só com doentes e hospitalizados, mas com todos nós.” Outra opção bastante positiva de terapia com animais é o cavalo —que, por seu tamanho, não costuma ser a primeira escolha de quem busca tratamento. No entanto, a equoterapia é muito benéfica para portadores de deficiência ou pessoas com atrofia muscular. “O cavalo ajuda a mostrar qual é a forma correta de andar. Fora isso, montar trabalha todos os músculos do corpo e o equilíbrio”, explica Priscila Gasparini, doutora em psicanálise pela USP. (Gabriela Simionato) Como ajudar Patas Therapeutas Os voluntários podem ter ou não animais. Basta preencher a ficha cadastral, disponível no site da ONG, e esperar Site: www.patastherapeutas.org Locais atendidos: Abecal - Associação Beneficente Caminho de Luz R. das Joias, 187, Jabaquara, tel. (0/xx/11) 5588-3469 Hospital Infantil Darcy Vargas R. Dr. Seráfico de Assis Carvalho, 34, Morumbi, tel. (0/xx/11) 3723-3700 AACD Lar Escola R. dos Açores, 310, Moema, tel. (0/xx/11) 5904-8000 Residencial Israelita Albert Einstein R. Coronel Lisboa, 209, Vila Mariana, tel. (0/xx/11) 2151-1233 Afai - Associação dos Familiares e Amigos dos Idosos R. Samuel Porto, 299, Saúde, tel. (0/xx/11) 5072-0261 Cão Terapeuta Instituições que queiram receber as visitas ou pessoas que queiram integrar o grupo de voluntários devem escrever para o e-mail [email protected] terapeuta.com Site: www.caoterapeuta.com Locais atendidos: Fraternidade Irmã Clara R. do Bosque, 855, Barra Funda, unda, tel. (0/xx/11) 3393-7680 Morada São João Av. São João, 1.214, República, ca, tel. (0/xx11) 3331-7372 Casa da Criança Santo Amaro R. Padre Chico, 308/320, Santo Amaro, tel. (0/xx/11) 5686-3288 Sabará Hospital Infantil Av. Angélica, 1.987, Higienópolis, tel. (0/xx/11) 3155-2800 Instituto da Criança - HCFMUSP Av. Dr. Enéas Carvalho de Aguiar, 647, Jd. América, tel. (0/xx/11) 2661- 8500 Agora Revista da Hora Domingo, 1º/12/2013 11 Filmes para se inspirar “Meu Cachorro Skip” “O Outro Lado da Rua” BRA, 2004. Dir. Marcos Bernstein. Com Fernanda Montenegro, Raul Cortez e Laura Cardoso Regina é uma senhora de 65 anos que vive somente com sua cadela. Solitária, ela decide se distrair participando de um serviço de denúncias anônimas à polícia Fotos Divulgação EUA, 2000. Dir. Jay Russell. Com Frankie Muniz, Kevin Bacon e Diane Lane Willie é um garoto extremamente tímido. Em seu aniversário de nove anos, sua mãe decide presenteá-lo com um cão, que recebe o nome de Skip. Em pouco tempo, a amizade entre o garoto e o animal cresce, fazendo com que eles se tornem queridos por toda a vizinhança “Eu Sou a Lenda” “Sonhadora” EUA, 2005. Dir. John Gatins. Com Kurt Russell, Dakota Fanning e Oded Fehr Ben é um treinador que, ao lado de sua filha, Cale, passa a cuidar de um cavalo ferido. Apegados, eles se esforçam para que ele se recupere logo e, dessa forma, possa participar de uma importante competição 12 EUA, 2007. Dir. Francis Lawrence. Com Will Smith, Alice Braga e Charlie Tahan Robert Neville é um cientista que sobreviveu a uma epidemia de um terrível vírus. Há três anos, ele percorre Nova York em busca de outros sobreviventes, sempre acompanhado de sua amiga, a cadela Samantha