Desde 2001 ajudamos empresas a crescer www.ciadeplanejamento.com.br Telefone: (11) 3373-7544 Email: [email protected] O jornalista Celso Ming publicou em 8 de maio de 2013 em sua coluna no jornal O Estado de São Paulo matéria que trata da “revolução do gás” que está em curso nos EUA. A Cia. de Planejamento acredita que esse processo deverá trazer consigo mudanças drásticas na economia mundial e na brasileira. A matéria permite-nos dizer que os EUA serão em breve reconhecidos como um estupendo país emergente. Tal reestruturação – impensável até pouco tempo atrás - será boa para certas empresas e ruim para outras. O empresário atento saberá reposicionar sua empresa para que ela tenha um papel de agente e não de vítima desse processo. A revolução do gás Por Celso Ming – O Estado de São Paulo 7 de maio de 2013 Há pelo menos dois anos, o governo brasileiro e as lideranças da indústria já sabem que está em curso uma revolução energética nos Estados Unidos, que pode alijar do mercado global boa parte do sistema produtivo nacional – se uma mudança de atitude não vier a tempo. A novidade, de só três anos, é a obtenção em larga escala de gás e de petróleo nos Estados Unidos por meio de fraturamento das rochas de xisto. No ano passado, os Estados Unidos foram o país que mais elevou a produção de petróleo no mundo (mais 780 mil barris diários) e passou a colocar volume enorme de gás a uma mera fração do preço pago no resto do mundo: US$ 2,8 por milhão de BTU nos Estados Unidos ante entre US$ 10 e US$ 12 por milhão de BTU na Europa e no Brasil. São dois os efeitos de enorme alcance estratégico: (1) até 2025, os Estados Unidos deverão ser autossuficientes em petróleo e gás, avalia a Agência Internacional de Energia; e (2) a abundância da oferta de gás e seu baixíssimo preço começam a transferir para os Estados Unidos bom número de investimentos em petroquímica, fertilizantes hidrogenados, química básica (soda e cloro), metalurgia de não ferrosos e outros setores eletrointensivos – como os de cerâmicas, vidro e, provavelmente, cimento. Esse novo movimento de capitais inviabiliza projetos de investimento em outras regiões do Planeta, entre as quais o Brasil. Av. Paulista, 2073, Horsa II, 17º andar - conjunto 1702 São Paulo, SP – CEP 01311-300 Tel.: (11) 3373-7544 / Fax (11) 3373-7510 Os Estados Unidos contam com enormes formações de xisto em regiões altamente industrializadas, o que dispensa pesados custos em infraestrutura de transporte (oleodutos e gasodutos). A nova tecnologia consiste em injeção a alta pressão de mistura de água, areia e produtos químicos em perfurações horizontais. O processo de microfraturamento da rocha (fracking) libera hidrocarbonetos que sobem à superfície. A única objeção à essa técnica tem natureza ambiental. A injeção de produtos químicos, sobretudo benzeno, aumenta o risco de contaminação dos lençóis freáticos. Por outro lado, a dispensa de carvão e óleo combustível na produção de energia termoelétrica deve contribuir para a melhora das condições do ar. A presidente da Petrobrás, Graça Foster, advertiu várias vezes que não há como concorrer com esse gás. É fator que ameaça desde já a sobrevivência de amplos setores da indústria no Brasil, dependentes não só de gás como matéria-prima, mas também de energia elétrica de baixo custo para sua produção. O governo Dilma sabe que o Brasil também conta com enormes reservatórios de xisto. Cálculos da Agência Nacional do Petróleo indicam que há somente em três bacias (Parecis, Recôncavo Baiano e Parnaíba) potencial de produção de quase 17 trilhões de metros cúbicos de gás. No entanto, o governo brasileiro está ainda muito longe de definir uma política de exploração desse potencial e também de assegurar viabilidade futura para o setor produtivo. É claro que esse fato estratégico relativamente novo exige redefinição drástica da política industrial brasileira. Não somente para garantir a competitividade, neste momento ainda mais ameaçada, mas também para tirar proveito da nova tecnologia. Av. Paulista, 2073, Horsa II, 17º andar - conjunto 1702 São Paulo, SP – CEP 01311-300 Tel.: (11) 3373-7544 / Fax (11) 3373-7510