03 04 05 06 Sumário Introdução 08 Apresentação das Normas 09 Choque Elétrico 10 Redes de Distribuição Elétricas 16 Aterramento Elétrico 25 Prevenção de Choque Elétrico 35 Regras Básicas de Segurança em Instalações Elétricas 40 Primeiros Socorros 44 Anexo 46 07 Introdução Os riscos de choque elétrico existe em vários ramos de atividades por ser a energia elétrica essencial para a manutenção da vida, para o desenvolvimento e crescimento de uma nação, para o entretenimento e lazer, para o conforto, bem estar e qualidade de vida do ser humano. O choque elétrico é sempre grave podendo causar distúrbios na circulação sanguínea e, em casos extremos, levar à parada cardio-respiratória. O seu maior risco ocorre quando se tem um contato direto com alguma parte energizada de uma instalação, provocando a passagem de corrente elétrica através do corpo humano que é condutor elétrico. Diferente de outros riscos físicos como: calor, frio e ruído, o choque elétrico só é sentido pelo organismo quando o mesmo está submetido a seu efeito. A intenção deste manual é esclarecer, de forma resumida, como ocorre o choque elétrico e seus efeitos, as formas de prevenção, como agir perante uma situação de choque elétrico, normas pertinentes e noções de primeiros socorros. 08 Apresentação das Normas Este manual foi baseado nas seguintes Normas: NBR 9153 – Conceituação e Diretrizes de Segurança de Equipamento Elétrico Utilizado na Prática Médica/Aspectos Básicos, ABNT, 1985; NBN 6533 – Estabelecimento de Segurança aos Efeitos da Corrente Elétrica Percorrendo o Corpo Humano, ABNT, 1981; NBR 5410 – Instalações Elétricas em Baixa Tensão, ABNT, 2004; Lei 6.514, de 1977, Regulamentada pela Portaria do Ministério do Trabalho N0 3.214/78; NR – 10 da Portaria 3.214 do Ministério do Trabalho. 09 Choque Elétrico Muito antes do homem ter conhecimento da eletricidade, ele já era vítima do choque elétrico proveniente das descargas atmosféricas( raios) sendo, por motivo do desconhecido, atribuído a vingança dos deuses este fenômeno da natureza. Hoje, com o domínio da ciência, o homem utiliza a eletricidade para uma infinidade de aplicações em seu próprio benefício. “O choque elétrico é uma perturbação que sofre o corpo humano quando percorrido por uma corrente elétrica”. As perturbações que sofre o corpo humano à passagem de corrente elétrica variam e dependem de: Percurso da corrente elétrica pelo corpo; Intensidade da corrente elétrica; Tempo de duração do choque elétrico; Frequência da corrente elétrica; Tensão elétrica; Resistência elétrica do corpo humano. Os efeitos da passagem da corrente pelo corpo humano podem se manifestar das seguintes formas: Contração involuntária dos músculos; Inibição dos centros nervosos, inclusive das que comandam a respiração provocando parada respiratória; 10 Alteração do rítmo cardíaco e consequente parada cardíaca; Queimaduras; Alterações no sangue provocadas por efeito térmico e eletrolítico da corrente elétrica. Compreender o efeito da passagem da corrente elétrica pelo corpo humano é de fundamental importância para a prevenção e combate aos riscos provenientes do choque elétrico pois, a corrente elétrica é invisível, inodora e incolor. Para ocorrer o choque elétrico é necessário que a pessoa toque simultaneamente em um objeto colocado sob tensão e um outro elemento que se encontre num potencial diferente. Quando ocorre esta simultaneidade tem-se a tensão de contato. O perigo para uma pessoa não está simplesmente em tocar num objeto sob tensão, mas sim, em tocar simultaneamente um outro objeto que esteja num potencial diferente em relação ao primeiro. O corpo humano apresenta resistência à passagem de corrente elétrica, variável de indivíduo para indivíduo e o próprio apresenta variações de resistência em função de: umidade da pele, peso, sexo,etc. São consideradas pela norma brasileira NBR5410 quatro situações, no que concerne ao estado de umidade da pele: BB1 – pele seca( nenhuma umidade, nem mesmo suor); BB2 – pele úmida; 11 BB3 – pele molhada; BB4 – pele imersa na água. A mesma norma adota para as condições BB1 e BB2 a tensão limite de 50V para o corpo humano não sentir os efeitos da passagem da corrente elétrica, e também define dois tipos de exposição ao choque elétrico: 1. Contatos diretos – são contatos de pessoas ou animais com partes “vivas” da instalação. 2. Contatos indiretos – são contatos de pessoas ou animais com massas submetidas à tensão por falha de isolamento. Os contatos diretos, em sua maior parte, são causados devidos a desconhecimento, negligência ou imprudência das pessoas e, por isso, são relativamente raros. Os contatos indiretos, por sua vez, são mais frequentes e representam um perigo maior. A proteção contra choques elétricos provocados por contatos indiretos é normalmente realizado pelo aterramento das massas. O choque elétrico por contato indireto ocorre quando o(s) fio(s) fase perde sua isolação por problemas relativos à: envelhecimento, temperatura elevada, decapagem por vibração/atrito. As falhas de isolação dos fios energizam a carcaça metálica do aparelho/equipamento elétrico. A tensão da rede elétrica no Brasil é do tipo alternada( alteração de polaridade) e senoidal com frequên- 12 cia de 60Hz. Para a forma de tensão do tipo alternada e senoidal, o corpo humano apresenta uma oposição à passagem de corrente alternada( impedância) com predominância de reatância capacitiva: Z = R - jXC, onde: Z – impedância em ohms; R – resistência em ohms; XC – reatância capacitica. A reatância capacitiva( XC) é inversamente proporcional à frequencia e a capacitância: Desta forma um aumento da frequência provoca uma diminuição da reatância capacitiva XC e por consequência também diminuição da impedância Z. Uma diminuição na frequência provoca um aumento da reatância XC e por consequência também um aumento da impedância ZC. Podemos concluir que para tensão CC( frequência zero), o corpo humano apresenta maior oposição à passagem de corrente elétrica. O gráfico, a seguir, mostra o comportamento da contração muscular humana para a passagem de corrente elétrica alternada de mesma intensidade com frequência variável. 13 Figura 1 – Contração muscular x frequência da corrente A análise do gráfico da figura 1 mostra uma atenuação na contração muscular para choques com corrente elétrica de altas frequências. Justifica-se a atenuação da contração muscular em altas frequências pelo fenômeno chamado de “Efeito Skin” ou “Efeito Pelicular” onde em frequências elevadas a corrente elétrica percorre a região externa do condutor elétrico( corpo humano). No interior do corpo humano não circula corrente elétrica, livrando músculos e orgãos, e concentra-se na pele( derme/epiderme). Os efeitos da corrente elétrica que percorre o corpo humano na faixa de frequência de 5 a 200Hz é resumido na tabela a seguir: 14 CORRENTE EFEITO 1-5mA 5-12mA perceptível doloroso 13-15mA limiar de contração muscular involuntária( valor limite) após o qual é físicamente impossível se soltar 20-50mA dor forte e perda de consciência, embora o coração e pulmão continuem funcionando 50-75mA tetania( paralisia) sem pulsação nem respiração, quando o fluxo sanguíneo para o cérebro cessa( geralmente após 5 minutos) o dano é irreparável 100-1500mA fibrilação ventricular, perturbação no ritmo natural do coração com morte quase instantânea acima 15000mA contração dos músculos do coração, mas não necessariamente fibrilação; o sistema respiratório pode, ou não, ser paralisado Tabela 1 – Corrente elétrica e seus efeitos no corpo humano 15 Redes de Distribuição Elétrica As redes aéreas de distribuição de energia elétrica em nossa região apresentam, normalmente, os seguintes níveis de tensão: Tensão primária: 13,8kV Tensão secundária: 380/220V Figura 2 – Rede aérea de distribuição de energia A transformação da tensão primária para a tensão secundária é realizada por transformador com ligação ∆( delta), no primário, e Υ no secundário. O centro da ligação Υ( estrêla) na baixa tensão é aterrado. Grandes prédios e indústrias são alimentados a partir de linhas de distribuição primária, em média tensão. 16 Pequenos prédios, residencias, pequenas industrias etc. são alimentadas a partir de linhas de distribuição secundária, em baixa tensão. Os circuitos de uma instalação podem ser classificados em dois tipos: circuitos de distribuição e circuitos terminais. Circuito de distribuição: circuito que alimenta um ou mais quadros de distribuição. Circuito terminal: circuito que alimenta diretamente os equipamentos de utilização e/ou as tomadas de corrente. Figura 3 – Classificação dos circuitos de instalações As redes de distribuição de energia elétrica no Brasil e em vários outros países, apresentam aterramento funcional que consiste em aterrar um condutor do sistema( neutro) com objetivo de garantir a utilização correta e confiável da instalação. Observe o esquema de ligação do sistema secundário de distribuição com secundário em Υ( estrêla) com centro aterrado no figura 4. 17 Figura 4 – Rede de distribuição secundária com aterramento funcional No contato de duas partes vivas de uma instalação elétrica, atua a tensão da rede sobre a pessoa. O aterramento funcional torna “a terra” parte do circuito. Quem está em contato com a terra precisa, portanto, apenas entrar em contato com uma das partes vivas do circuito( condutores fase) para ficar submetido a tensão da rede. 18 Figura 5 – Choque elétrico por contato direto com a rede Quando ocorrem defeitos de isolação em instalações elétricas, partes que não pertencem ao circuito condutor desta instalação( por exemplo: a carcaça de motores elétricos ou partes metálicas de uma geladeira) podem se tornar condutoras, aparecendo assim tensão e corrente acidental. Corrente acidental flui, portanto, devido a falhas de isolação. A tensão acidental é a tensão que aparece entre as partes em que se apresenta o defeito da isolação dos quais uma é a rede elétrica e a outra não pertence ao circuito condutor. 19 Figura 6 – Choque elétrico por contato acidental indireto As tensões de contato são mais perigosas entre mãos e pés. Se estivermos apoiado na “ terra” e tocarmos com as mãos partes que se tornam condutores, circula uma corrente através das artérias e veias do corpo e desta forma passará pelo coração. Corrente pelo corpo acima de 50mA provocam irregularidades no trabalho dos músculos do coração, induzindo fornecimento irregular de sangue ao celebro e as conseqüências podem ser fatais. Podemos evitar o choque elétrico por contatos diretos ou indiretos com o uso de transformador isolador( com função de provocar isolamento entre o terra funcional do sistema e os circuitos de distribuição ou terminal). O transformador isolador evita o contato entre 20 partes com isolação defeituosa, que ficam sob tensão, e que não pertecem ao circuito principal de corrente. Figura 7 – Transformador isolador A proteção por aterramento é realizada pela ligação de todas as partes que não fazem parte do circuito da isolação( partes metálicas) com a “terra”. O aterramento destas partes tem a função de evitar que um defeito de isolação desenvolva uma tensão de contato elevada, nas partes que têm capacidade condutora( carcaça metálica dos equipamentos). Esta medida preventiva é obtida por meio de curto-circuito da tensão 21 de contato, efetuando uma ligação condutora de baixo valor resistivo entre a parte da instalação( carcaça dos equipamentos) e a “terra”. Decisivo para a eficiência do sistema de aterramento é um baixo valor da resistência ôhmica do aterramento. Figura 8 – Proteção por aterramento Os esquemas de aterramento são classificados pela norma Brasileira NBR 5410 que estabelece a ligação à terra da fonte de alimentação e as massas dos equipamentos com simbologia constituída por 2, 3 ou 4 letras: 22 1aletra – indica a situação da alimentação em relação à terra. T – um ponto diretamente aterrado, I – isolação de todas as partes vivas ou aterramento através de impedância; 2a letra – indica a situação das massas em relação à terra. T – massas diretamente aterradas, independentemente do aterramento eventual de um ponta da alimentação. N – massas ligadas diretamente ao ponto de alimentação aterrado, geralmente o ponto neutro. Outras letras( eventuais) – disposição do condutor neutro e do condutor de proteção: S – funções de neutro e de proteção asseguradas por condutores distintos; C – funções de neutro e de proteção combinados em único condutor (condutor PEN). 23 Observe os diagramas com os esquemas indicados na figura a seguir. Figura 9 – Esquemas de aterramento 24 Aterramento Elétrico O aterramento elétrico das partes metálicas dos equipamentos, tem por finalidade, proteger as pessoas contra o choque elétrico efetuando o desligamento dos dispositivos de proteção, limitando os potenciais de toque e passo para que sejam menores que os limites de fibrilação ventricular do coração, como também, escoar as cargas estáticas, equalizando os potenciais, pois, as cargas estáticas produzem riscos de choque e faísca elétrica. Para que o aterramento cumpra suas funções é necessário que possua baixa resistência ôhmica. Para ocorrer baixa resistência ôhmica é necessário: 1.Excelente conexão entre a carcaça do equipamento e o condutor de aterramento; 2.Condutor de aterramento com seção transversal adequada ( tabela a seguir); CONDUTOR FASE CONDUTOR PROTEÇÃO(PE) S ≤ 16mm SPE = S 2 16mm <� S ≤ 35mm SPE = 16mm2 S >� �� 35mm2 SPE = S/2 2 2 Tabela 2 – Seção dos condutores de proteção 3.Excelente conexão entre o condutor de aterramento e a haste; 25 4.Excelente condução elétrica entre a haste( eletrodo) e o solo. Após a instalação do sistema de aterramento, o mesmo deve passar por ensaios antes de ligação definitiva realizando-se a medição da resistência de terra com instrumento apropriado. As principais configurações para os sistemas de aterramento são: Uma simples haste cravada no solo; Hastes alinhadas; Hastes em triângulo; Hastes em quadrado; Hastes em círculos. A distância mínima entre hastes de um sistema de aterramento deve ser igual ao comprimento linear da haste. As hastes de terra que compõem o sistema de aterramento são interligadas por fios ou cabos nús( sem isolamento) enterrados no solo. A conexão entre haste x cabo é realizada por solda ou uso de conectores haste x cabo. As melhores hastes são do tipo cobreadas por sofrerem pouca corrosão, apresentar boa resistência mecânica, ser bom condutor elétrico e podem ser do tipo: HASTE COPPERWELD - barra de aço de seção circular onde o cobre é fundido sobre o mesmo. 26 HASTE CADWELD - o cobre é depositado eletroliticamente sobre a alma de aço. Figura 10 – Geometrias para sistemas de aterramento Em termos de segurança, devem ser aterradas todas as partes metálicas que possam eventualmente ter 27 contato com partes energizadas. Assim, um contato acidental de uma parte energizada com a massa metálica aterrada, estabelecerá um curto-circuito, provocando a atuação da proteção e interrompendo a ligação do circuito energizado com a massa. Portanto, a partir do sistema de aterramento, devese providenciar uma sólida ligação às partes metálicas dos equipamentos. Por exemplo: devem ser aterrados os seguintes equipamentos; condicionador de ar, chuveiro elétrico, fogão, quadro de medição e distribuição, lavadora e secadora de roupa, torneira elétrica, lava-louça, refrigerador e freezer, forno elétrico, tubulação metálica, tubulação de cobre dos aquecedores, cercas metáilicas longas, estruturas metálicas em geral, postes metálicos e projetores luminosos de fácil acesso. Nos equipamentos individuais, uma análise apurada e crítica deve ser feita nos equipamentos a serem aterrados, para se obter a melhor segurança possível. O acidente mais comum a que estão submetidas as pessoas, principalmente aquelas que trabalham em instalações elétricas e desempenham tarefa de manutenção e operação é o toque acidental em partes metálicas energizadas, ficando o corpo ligado elétricamente sob tensão entre fase e terra. Num sistema de aterramento, o valor ôhmico da resistência de terra é influenciada por três fatores: 1.A resistência relativa às conexões existentes entre os eletrodos de terra( hastes e cabos); 28 2.A resist6encia relativa ao contato entre os eletrodos de terra e a superfície do terreno em torno dos mesmos; 3.A resistência relativa ao terreno nas imediações das hastes( eletrodos), denominada de resistência de dispersão. O fator relativo a resistência ôhmica das conexões pode ser considerado desprezível perante os demais. A resistência relativa ao eletrodo em contato com o solo pode ser alterada para um menor valor ôhmico com o aumento do número de hastes e o aumento da distância entre elas. Deve-se ressaltar que a distância mínima entre eletrodos contíguos deve corresponder ao comprimento efetivo da haste. Este procedimento deve-se ao fato de que dois eletrodos demasiadamente próximos, quando percorridos por uma elevada corrente de falta, dispersa por ambos, provocando um aumento na impedância mútua. A resistência dos eletrodos em pararelo, na prática, exige que o terreno tenha certas dimensões, muitas vezes não disponíveis na área da edificação. A aplicação de muitas hastes em terrenos de pequenas dimensões, redunda, essencialmente, num notável desperdício de material com resultados pouco compensadores. O terceiro componente que influencia no valor ôhmico da resistência do aterramento está relacionado com as características do solo no que diz respeito à homogeneidade de sua constituição. 29 Os solos, na sua grande maioria, não são homogeneos, mas formados por diversas camadas de resistividade e profundidades diferentes. Essas camadas, devido à formação geológica, são em geral horizontais e paralelas à superfície do solo. Existem casos em que as camadas, se apresentam inclinadas e até verticais, devido a alguma falha geológica. Entretanto, os estudos apresentados para pesquisa do perfil do solo as consideram aproximadamente horizontais, uma vez que outros casos( verticais) são menos típicos. Para o projeto de um sistema de aterramento é primordial o conhecimento prévio das características do solo, principalmente no que diz respeito à homogeineidade de sua constituição. Existem tabelas que fornecem a resistividade de diferentes naturezas de solo que podem ser usadas na eleboração de projeto de malha de terra. Porém, para cálculos precisos de resistividade do solo é necessário realizar medições com instrumento do tipo Megger de terra. 30 Natureza dos Solos Solos alagadiços e pantanosos Lodo Húmus Argila plástica Argila compacta Areia argilosa Areia silicosa Solo pedregoso nu Solo pedregoso coberto de relva Calcários moles Calcários compactos Calcários fissurados Xisto Micaxisto Granito e arenito Resistividade Ω.m Mínima Máxima 30 20 100 10 150 50 100 200 50 500 200 3000 1500 3000 300 500 100 400 1000 5000 500 1000 50 300 800 100 10000 Tabela 3 – Resistividade do solo NBR-5410 obs: As camadas mais profundas do solo são, provavelmente, as mais condutores devido a presença de umidade. Portanto, quanto maior for o comprimento da haste de terra, mais provavelmente se tem menor resistência do aterramento. Para medição do valor ôhmico de uma malha de terra utiliza-se o instrumento chamado: terrômetro, telurímetro ou megger de terra. Este instrumento, para realizar medição, utiliza-se de dois eletrodos auxiliares ou de prova( um eletrodo de corrente e outro de potencial/tensão), normalmente do tipo copperweld fincados cerca de 70cm 31 no solo e postos em linha reta. O terceiro elemento que compõe o sistema de medição é um dos eletrodos( haste) do aterramento sob ensaio. Entre o eletrodo auxiliar de corrente e o eletrodo de aterramento é injetada uma corrente, que pode ser contínua ou alternada( na prática é preferida a corrente alternada para evitar a possibilidade de eletrólise do solo e a polarização dos eletrodos durante o ensaio, e consequentemente um resultado falso na medição por influência destes efeitos na indicação do instrumento). Entre o eletrodo auxiliar de potencial/tensão e o eletrodo da malha, ao ser injetada uma corrente pelo eletrodo auxiliar de corrente, é medida uma tensão. O instrumento indica no seu display o valor ôhmico relativo ao resultado da operação de divisão entre o valor da tensão medida internamente no eletrodo de potencial e o valor da corrente injetada no eletrodo de corrente em relação a haste do aterramento sob teste( R = U/I, lei de Ohm). Figura 11 – Medição de resistência de aterramento 32 Por medidas de segurança e confiabilidade as medidas de resistência de aterramento, devido a potenciais perigosos que podem aparecer próximos a sistemas de aterramento ou estruturas metálicas aterradas, devem ser tomadas as seguintes medidas, visando evitar acidentes durante a execução da medição: 1.Desconectar do terra a ser medido os cabos de aterramento de transformadores e neutro do transformador; 2.Evitar medições sob condições atmosféricas adversas( descargas atmosféricas); 3.Utilizar calçados apropriados e luvas; 4.Não tocar nos fios do instrumento e eletrodos auxiliares; 5.Evitar a presença de animais e pessoas alheias ao serviço; 6.A medição deverá ser efetuada em dia no qual o solo se apresenta seco, tendo-se assim a situação mais desfavorável para o aterramento; 7.A instalação deve estar desenergizada por ocasião da medição; 8.Verificar o estado do instrumento( terrômetro), inclusive a carga da bateria; 9.É recomendável que o operador tenha conhecimento correto do instrumento que está utilizando. obs: O múltímetro não é um instrumento adequado para medição da resistência da malha de aterramento. 33 Na falta de um instrumento de medição para resistência de aterramento pode-se utilizar de uma medida bastante simples e prática para se ter uma orientação em relação ao valor ôhmico do aterramento. A medição consiste em observar a luminosidade de uma lâmpada incandescente com potência mínima de 200W quando ligada entre fase-neutro e fase-terra. Se a luminosidade da lâmpada diminuir quando sob tensão fase-terra é sinal que houve queda de tensão no percurso de corrente pela terra indicando, desta forma, que o sistema de aterramento apresenta resistência elevada. Se a luminosidade permanecer a mesma, é sinal de baixa resistência ôhmica da malha de terra. Quanto maior for a potência da lâmpada, maior será a corrente que percorre a resistência da malha e por consequência mais fiel será a indicação da medição. Figura 12 – Teste prático de verificação da resistência de malha de terra 34 Prevenção do Choque Elétrico As possibiliaddes de risco e acidentes com choques elétricos são múltiplas devido a diversos fatores tais como: instalação inadequada, material de baixa qualidade, projetos inadequados,acidentes mecânicos, etc...Os acidentes com choque elétrico são de alta periculosidade e os riscos são grandes. Todo choque elétrico é perigoso. É necessário um trabalho em conjunto com toda a equipe de profissionais da obra no sentido de minimizar os riscos e evitar o choque elétrico. Todo trabalhador ou usuário deve ter conhecimento e treinamento edequado para manusear, operar ou consertar equipamentos elétricos em condições seguras. Usar as ferramentas e os equipamentos de proteção individual( EPI) apropriados, são condições primordiais para executar o trabalho sem correr riscos e nem comprometer a segurança do trabalhador. A negligência, a rotina e o excesso de auto-confiança são os maiores causadores de acidentes. Nos canteiros de obras, as instalações são provisórias e, por este motivo, devem ser baratas, leves e removíveis. As instalações elétricas são geralmente executadas às pressas, com objetivos funcionais, sem levar em consideração rígidos critérios de segurança. A própria carac- 35 terística do canteiro de obra leva a diversas situações de riscos devido principalmente a: Serem instalações provisórias; Material empregado de baixa qualidade; Materiais reutilizados; Instalações removíveis; Circulação interna de pessoas; Muita rotatividade de trabalhadores; Trabalhadores sem qualificação; Muita movimentação de material; Muita rotatividade e movimento de equipamentos; Muito pó e umidade; Espaços restritos e apertados; Etc... Um dos equipamentos mais vulnerável ao choque elétrico no canteiro de obra é a betoneira. O trabalho intenso e pesado desenvolvido pela betoneira, juntamente com água e cimento, propicia o risco de choque elétrico. Devido a estas características, sempre haverá danos na fiação elétrica, produzindo riscos imediato ou a posteriori. Durante toda a construção, a mesma está sem proteção contra raios. O pára-raios e o sistema de proteção só é instalado quando a obra está concluída. Todo equipamento elétrico é perigoso. Deve-se analisar todos os riscos e tentar neutralizá-los. 36 As instalações elétricas apresentam sinais característicos que indicam irregularidades que podem afetar a segurança da edificação, de equipamentos e mesmo de pessoas. Alguns desses sinais aparecem da seguinte forma: Queda de tensão excessiva quando algum equipamento é ligado; Queima frequente de fusíveis; Desarme frequente de disjuntores; Aquecimento excessivo de condutores; Aquecimento de paineis; Queima frequente de lâmpadas; Defeitos frequentes em auxiliares de lâmpadas de descarga( starter, reatores, etc...); Funcionamento irregular de aparelhos de ar condicionado; Funcionamento irregular de motores elétricos; Funcionamento irregular de microcomputadores; Sensação de choque elétrico ao tocar em partes metálicas de equipamentos/aparelhos ou alvenarias; Aumento do consumo de energia. O aparecimento desses sinais devem ser levados a uma análise criteriosa e não podem passar desapercebidas. O reparo dessas irregularidades está relacionado com a prevenção de acidentes. Podemos citar algumas regras básicas a serem observadas para as instalações elétricas nos canteiros de obra: 37 1. Rede aérea de alta tensão devem ser instalada com altura e posição conveniente nas áreas de tráfego de veículos, de equipamentos e de pessoal; 2.As subestações e transformadores deverão ser instalados em local apropriado, isolado, dificultando-se o acesso de pessoal não qualificado. 3.As instalações elétricas deverão ser executadas e mantidas por pessoal habilitado, empregando-se material de boa qualidade e de boa durabilidade. 4.Toda fiação de iluminação e força deverá ser fixada de modo a dar segurança e fácil acesso. 5.Todo circuito elétrico deverá ser protegido contra qualquer tipo de acidente. 6.Devem ser instalados disjuntores ou chaves que possam ser acionadas com facilidade e rapidez nas ligações com equipamentos elétricos. 7.O nível de iluminamento deverá ser sufuciente e com condições de segurança, visando o trabalho normal do pessoal, deslocamento de equipamentos e tráfego de veículos. 8.Dispositivos apropriados de bloqueio e etiquetamento de disjuntores, chaves e interruptores. 9.Utilização adequada de condutores elétricos para a tensão desejada e segurança da instalação. 10. Instalação adequada de chaves elétricas, principalmente nas frentes de trabalho onde serão utilizadas ferramentas do tipo leve. 38 11. Todos os equipamentos e ferramentas que trabalhem com tensões superiores a 50 Volts devem ter a sua massa ligada à terra. 12. Considerar que para tensões superiores a 600V, os condutores deverão ter isolamento adequado. 13. Normalmente as instalações provisórias de um canteiro de obras do tipo simples deve ter uma chave geral da concessionária, outra no quadro de distribuição, uma individual para cada circuito de derivação, quadros de tomadas ou chaves blindadas e disjuntores para os diversos equipamentos. 14. Não é permitido realizar trabalhos em redes energizadas. 15. Os circuitos elétricos devem ser protegidos contra impactos mecânicos, umidade e corrosão. 16. Utilizar dispositivos de abertura e fechamento de ciruitos com atuação sob carga. 17. Só podem ser ligadas as máquinas ou equipamentos elétricos por intermédio de conjunto plug/tomada. 18. Usar sempre o EPI e a sinalização adequada. 19. Somente os eletricistas qualificados devem fazer instalações e manutenção em equipamentos elétricos. 20. Utilizar placas de advertência nos circuitos elétricos( exemplo: “não ligar o disjuntor”, “equipamento em manutenção”). 39 Regras Básicas de Segurança em Instalações 1.Instalação de lâmpadas em soquete E-27 ou E-40 As instalações de lâmpadas é uma das mais simples e muito usada no canteiro de obra. Observe nas figuras, a seguir, as formas corretas e incorretas de sua instalação: a)Instalação incorreta b)Instalação incorreta 40 c)Instalação correta 2.Tomadas simples Deve-se instalar as tomadas monofásicas adotando um posicionamento único, em toda à instalação, para os fios fase e neutro. Por exemplo: tomada na posição horizontal colocar a fase no lado direito e o neutro no lado esquerdo e tomadas na posição vertical a fase colocada naposição superior e o neutro na posição inferior. 3.Plug( macho) para tomadas Para se obter a posição padronizada para os fios fase e neutro, o plug deve permitir uma única posição de encaixe com a tomada. 41 4.Tomada 2P+T A tomada 2 pólos e terra( 2P+T) possibilita somente uma posição de encaixe para o plug, desta forma fica mais fácil a padronização da posição do fio fase e neutro como também, fica determinado a utilização do terceiro condutor( terra) para proteção contra o choque elétrico. 5.Fios e cabos. a)Adotar o código de cores estabelecido pela norma Brasileira NBR-5410: Cor para Fase- vermelho, preto e branco. Cor para Neutro- azul. Cor para Terra- verde. b) Utilizar para extensões elétricas cabo multipolar composto por: condutor, isolamento e capa de proteção. 6.Interruptor por corrente de fuga Os interruptores por corrente de fuga( FI) ou interruptores diferenciais utilizam internamente um transformador de corrente( TC) de núcleo toroidal onde o centro do núcleo é o trajeto para passagem dos condutores fase e neutro( circuito monofásico) ou as três fases e o neutro( circuito trifásico). Um desequilíbrio de corrente pelos condutores do circuito( por exemplo: num circuito monofásico a corrente de fase ficar diferenre da corrente de neutro) produz um campo magnético no núcleo do toróide, induzindo tensão no enrolamento de saída do 42 transformador fazendo atuar o dispositivo disparador que desliga instataneamente os contatos do interruptor. Os interruptores de fuga são também providos internamente de dispositivo de teste e são importantes na desligamento de circuitos quando ocorrer fuga de corrente ou curto-circuito. Devem ser bastante utilizados para a prevenção de acidentes. Figura 13 – Interruptor de fuga monofásico 43 Primeiros Socorros De uma maneira geral, podemos dizer que é de grande impotância o primeiro socorro que se presta às vítimas de um acidente. Quando a providência é acertada ela consegue seu objetivo, que é salvar uma vida. Sempre em presença de acidente deve-se conservar a calma e, rápido e cuidadosamente, procurar reconhecer a natureza ou extensão da lesão. Em casos graves chame com urgência o médico. As instruções que se seguem devem ser obedecidas à risca, mesmo em casos que a vítima pareça morta. COMO AGIR: Interromper imediatamente o contato da vítima com a corrente elétrica, desligando a chave geral, quando não possível a identificação e localização da chave geral utilizar madeira seca, como cabo de vassoura, caibro, etc. para isolar a vítima do contato elétrico; Não encoste na vítima, se não conseguir desligar a corrente elétrica; Controle possível hemorragia; Desobstrua o canal respiratório, colocando uma das mãos sob o pescoço da vítima e, com a outra mão na testa, incline sua cabeça para trás; 44 Examine a boca e a garganta removendo objetos estranhos, tais como dentaduras, balas, etc. Desenrole a língua, desobstruindo as vias respiratórias. Se a boca da vítima estiver fortemente cerrada, deixe esse exame para depois. Afrouxe as roupas do paciente rápidamente, principalmente no pescoço Iniciar respiração boca-a-boca e massagem cardíaca, para reanimar a vítima, em caso de parada cardíaca ou respiratória; A respiração artificial deve ser continuada sem interrupção até que a respiração natural seja restabelecida; Deve-se manter a vítima bem agasalhada. Não administrar nenhum líquido à vítima, antes de recuperar os sentidos; Proteger as áreas de queimaduras, cobrindo as lesões com um lençol limpo para diminuir a contaminação; Não deixar a vítima se levantar logo que recupere os sentidos. Mantenha-a deitada em repouso e confortavelmente, tanto quando possível; Ao recuperar-se completamente, pode-se administrar à vítima um estimulante, tal como chá, café, etc.; Durante a reanimação da vítima, os movimentos devem obedecer sempre em rítmo regular, mesmo tendo que se trocar de socorrente; Em caso de insucesso remover imediatamente a vítima para o hospital, observando os movimentos respiratórios e batimentos cardíacos. 45 Anexo PREVENÇÃO DE ACIDENTES ELÉTRICOS NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO A prevenção de acidentes elétricos, assim como a gestão de qualquer risco, envolve alguns princípios gerais aplicáveis a todas as situações. 1. Antecipação dos riscos que podem surgir em decorrência de uma determinada atividade laboral; 2. Designação de um supervisor da equipe envolvida em atividade de risco; 3. Designação de trabalhadores em condições físicas, mentais e profissionais, adequadas às suas tarefas 4. Treinamento do supervisor e dos trabalhadores designados para atividade de risco, abrangendo a execução correta do trabalho e as práticas de segurança correspondentes; 5. Adoção de procedimentos de segurança por escrito; 6. Emprego de sinalização de segurança; 7. Emprego de tecnologias capazes de viabilizar as tarefas com o máximo de segurança e mínimo de desgaste para os trabalhadores; 8. Proibição de quaisquer improvisações. I - ANTECIPAÇÃO DE RISCOS A antecipação dos riscos deve levar em conta os seguintes princípios: 1. Reuniões preparatórias com os eventuais envolvidos; 46 2. Dar voz a todos os participantes; 3. Conhecimento das dificuldades a enfrentar; 4. Fornecimento de autorizações para execução de tarefas e procedimentos de segurança por escrito; 5. Indicação das necessidades de instalações elétricas provisórias; 6. Número de trabalhadores envolvidos; 7. Freqüência de realização das atividades; 8. Tempo despendido em cada tarefa; 9. Descrição geral do ambiente de trabalho, destacando possíveis pontos de exposição a riscos; 10. Simulações e análises que apontem possibilidades de auto-recuperação e necessidades de resgate; 11. Identificação de condições ambientais desfavoráveis. EXEMPLOS DE SITUAÇÕES DE RISCO: • Trabalhos em instalações elétricas executadas por trabalhador sem treinamento, autorização ou capacitação; • Emendas de fios sem isolamento; • Equipamentos sem aterramento; • Aterramento improvisado; • Fiação nas proximidades de locais com umidade; • Improvisações de instalações e equipamentos (disjuntores como interruptores, equipamentos de soldagem, vibrador, “makita”, ciaxas de disjuntores em madeira,etc); • Alteração das caracterísiticas originais do equipamento; • Circuitos não identificados; • Uso de “T” (“benjamim)” 47 II – O SUPERVISOR O supervisor deve ter preencher os seguintes requisitos: 1. Possuir treinamento específico para a supervisão de uma determinada atividade; 2. Ser investido de autoridade para interromper de forma imediata atividades que ponham em risco a segurança de sua equipe e/ou terceiros; 3. Gozar do respeito de seus pares; 4. Ser avaliado regularmente por seus subordinados e superiores; III – A EQUIPE DE TRABALHO A equipe de trabalho deve preencher os seguintes requisitos: 1. Possuir treinamento específico para a execução competente e segura das atividades de risco; 2. Ter liberdade para apresentar reivindicações de segurança ao supervisor e/ou superiores deste; 3. Ser avaliada regularmente pelo supervisor e pelos próprios pares; 4. Passar por avaliação médica especifica para as situações de risco a serem enfrentadas; SELEÇÃO DE PESSOAL A seleção de pessoal para atividades com eletricidade deve levar em conta o seguinte: 1. Restrição de pessoas com baixa acuidade visual; 2. Restrição de pessoas sob medicação de uso continuado; 3. Verificação do histórico pessoal de trabalho com instalações elétricas; 48 4. Disposição para se envolver no planejamento da utilização de EPI durante o trabalho e para dar aos seus companheiros um exemplo de segurança; IV - O TREINAMENTO O treinamento deve ser uma forma de compartilhar e expandir o bom senso. Nem sempre é possível apresentar um vídeo periodicamente e esperar que os trabalhadores aprendam e sigam as práticas sugeridas. Sem comunicação em duas mãos, o treinamento está comprometido. Programas interativos são um passo na direção certa, mas o compromisso tem de ser ensinado através do exemplo pessoal e da repetição controlada de princípios. A eficácia do programa de treinamento deve considerar os seguintes pontos: 1. Apesar de ser assunto extremamente sério, o treinamento deve ser divertido; 2. Aos participantes deve ser garantida liberdade de manifestação durante as atividades de aprendizado; 3. A competência da equipe de treinamento deve ser pesquisada junto a outros clientes; 4. Treinamento é do interesse da empresa, portanto, deve ter um compromisso de qualidade afirmado pela alta administração; 5. O treinamento deve ser contextualizado, levando em conta as características do público-alvo e as particularidades de cada tarefa; 6. Treinamento fora do expediente normal é contraproducente e enseja o pagamento de hora-extra; 7. É essencial conhecer as exigências contidas na parte da Norma Regulamentadora nº 18 (NR 18) dedicada 49 a instalações elétricas (item 18.21) e todo o conteúdo da Norma Rwegulamentadora nº 10 (NR 10) V – PROCEDIMENTOS ESCRITOS Seguindo o ensinamento latino de que as palavras voam, mas o escrito permanece, é fundamental para a implantação de um programa de segurança a manutenção de registros e informações prontamente recuperáveis por trabalhadores, supervisores e auditorias. Devem ser evitadas as comunicações orais em favor mensagens por escrito, claras e objetivas. Todos os trabalhadores devem receber materiais escritos recordando suas principais obrigações, rotinas de segurança, regras de convivência no local de trabalho, mecanismos e canais para a resolução de problemas. VI - SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA A promoção da conscientização sobre os riscos exige esforços contínuos e iniciativas criativas. O local de trabalho deve contar com avisos , cartazes, barreiras e outros recursos visuais. CARTAZES – SUGESTÕES DE MENSAGENS • A SEGURANÇA CONTRA OS RISCOS ELÉTRICOS É PARA TODOS. • A PERDA DE UM ENTE QUERIDO É MUITO PARA LAMENTAR. POR FAVOR, FAÇA SUA PARTE EM FAVOR DA SEGURANÇA DO TRABALHO. • COM SEGURANÇA, O TRABALHO EM EQUIPE SE DESTACA (FIGURA DE UMA ESQUADRILHA DA FUMAÇA) 50 • TRABALHO EM EQUIPE E SEGURANÇA CAMINHAM JUNTOS. • VOCÊ NÃO TEM SETE VIDAS. • COM ELETRICIDADE NÃO SE BRINCA. • ALGUMAS VEZES, UM POUCO DE PLANEJAMENO PODE / TER UM ENORME IMPACTO NA SUA VIDA/FAZER UMA ENORME DIFERENÇA. • A CONSCIENTIZAÇÃO TEM IMPACTO SOBRE AS VIDAS. • CONSCIENTIZAÇÃO É ANALISAR A SITUAÇÃO ANTES DE ENFRENTAR AS POSSÍVEIS CONSEQÜÊNCIAS DELA. • SE DEPENDER DE VOCÊ, FAÇA CERTO LOGO NA PRIMEIRA VEZ. • O ESTRESSE LEVA A ACIDENTES. • QUANDO VOCÊ NÃO OLHA ONDE PISA, O RISCO NÃO AVISA. VII - RECURSOS TECNOLÓGICOS É essencial coibir todo tipo de improvisação na execução de trabalhos com riscos de quedas. A proteção individual deve ser associada à proteção coletiva e práticas gerenciais especializadas. Como exemplos de práticas a serem implementadas citamos: 1. Substituição das caixas de disjuntores improvisadas por outras de material que resista a intempéries, isole completamente as partes vivas e facilite a manutenção; 2. Substituição dos aterramentos improvisados por aterramento projetado e segundo as normas da ABNT; 3. Utilização de equipamentos e ferramentas elétricas com duplo isolamento”; 51 4. Manutenção de um cadastro de locadores e fornecedores de equipamentos adequados. VIII – IMPROVISAÇÕES Improvisações representam formas de reduzir custos capazes de gerar imensos prejuízos na forma de acidentes e atrasos na execução dos serviços contratados. O planejamento adequado das atividades e a devida qualificação do pessoal e dos equipamentos a utilizar contribuirão para reduzir a possibilidade de improvisações. A constatação de improvisações deve produzir a devida investigação e relatório escrito. Mais importante do que encontrar culpados, é analisar a cadeia de circunstâncias que levaram a uma determinada improvisação. Improvisações podem ser causadas por: deficiências no treinamento, falta de supervisão, canais de comunicação deficientes, pressão por metas e resultados, falta de material adequado no almoxarifado, dentre outros fatores. E PARA CONCLUIR, CABE REFORÇAR ALGUMAS CONSIDERAÇÕES: 1. O trabalhador deve ser reconhecido como o recurso mais importante da empresa, sem o qual é impossível qualidade do produto final, produtividade e boa imagem corporativa; 2. A legislação de segurança e saúde do trabalhador deve ser vista como o mínimo a ser assegurado; 3. As iniciativas de promoção da saúde e da segurança do trabalhador devem ser objeto de planejamento; 4. A segurança e a saúde do trabalhador devem ser trata- 52 das como funções administrativas da mesma relevância que vendas, “marketing”, relações com os clientes, etc; 5. O trabalho deve ser adaptado ao homem, não o contrário; 6. Acidentes e doenças não devem ser vistos como fatalidades inerentes ao processo produtivo, mas como ocorrências evitáveis através de um programa adequado de gerenciamento de riscos; 7. Os riscos devem ser evitados e/ou combatidos na origem; 8. As improvisações devem ser eliminadas em favor de soluções de acordo com a melhor técnica disponível, sempre respeitando a legislação pertinente; 9. Não se faz prevenção sem evolução tecnológica que assegure máquinas, equipamentos e métodos de trabalho capazes de reduzir o esforço físico e a exposição aos riscos; 10. Todos os trabalhadores devem receber instruções adequadas sobre as tarefas a executar e os riscos envolvidos nas mesmas; 11. Os programas de treinamento devem almejar informação continuada, beneficiando os trabalhadores já na admissão; 12. O treinamento deve ser complementado por supervisão adequada das atividades de risco. ELIMINE OS RISCOS! NÃO CULPE OS TRABALHADORES! NÃO GASTE COM ACIDENTES E DOENÇAS! INVISTA EM SAÚDE E SEGURANÇA! Colaboração: Dorelland Ponte Lima 53 Bibliografia 1.G. Kindermann. Choque Elétrico.Porto Alegre-R.S.:Editora SAGRA-D.C. LUZZATTO, 1a edição, 1995. 2.G. Kindermann. Descargas Atmosféricas.Porto AlegreR.S.:Editora SAGRA-D.C. LUZZATTO, 1a edição, 1992. 3.J. Mamede Filho. Instalações Elétricas Industriais.Rio de Janeiro-RJ. Livros Técnicos e Científicos, 2a edição1987. 4.NBR-5410 – Instalações Elétricas em Baixa Tensão, ABNT, 2004. 54 55