PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ
CENTRO DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS HUMANAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
MARCOS CÉSAR CANTINI
Políticas Públicas e Formação de Professores na Área de Tecnologias de
Informação e Comunicação – TIC na Rede Pública Estadual de Ensino do
Paraná.
.
CURITIBA
2008
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ
CENTRO DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS HUMANAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
MARCOS CESAR CANTINI
Políticas Públicas e Formação de Professores na Área de Tecnologias de
Informação e Comunicação – TIC na Rede Pública Estadual de Ensino do
Paraná.
Dissertação apresentada ao Programa de Pósgraduação em Educação, da Pontifícia Universidade
Católica do Paraná, como requisito parcial à
obtenção do título de Mestre em Educação.
Orientação: Prof. Dr. Paulo Roberto de Carvalho
Alcântara.
.
CURITIBA
2008
AGRADECIMENTOS
Ao realizar esta pesquisa e concluir esta fase de estudos temos alguns
agradecimentos especiais a realizar.
Ao meu orientador, prof. Doutor Paulo Roberto de C. Alcântara, que com sua
orientação, apoio e dedicação tornaram possível este momento e a elaboração
deste trabalho.
As Professoras Doutoras Marilda A. Behrens e Sônia Ana C. Leszczynski que
prontamente aceitaram meu convite para participarem da banca de qualificação e
defesa desta dissertação e com seu talento, atenção e carisma tornaram o momento
da qualificação, que seria um tormento na vida de um mestrando, um momento de
aprendizado e troca de experiências significativas.
A minha esposa Camila e meus filhos Marco Antônio e Maria Eduarda,
primeiramente desculpas pelos momentos de ausência. Foram momentos que
jamais poderei resgatar. Um agradecimento especial por serem a minha vida, e
motivo maior pelos quais todos os dias acordo e agradeço a Deus vocês existirem
na minha vida. Amo muito vocês.
Aos meus pais, que não tiveram as mesmas oportunidades que me deram, mas
sempre foram exemplos de retidão, honestidade e amor incondicional.
A
amiga
e
Coordenadora
Estadual
de
Tecnologia
na
Educação,
Profa. e Msc. Cineiva Campoli Tono, o meu muito obrigado pelo convívio, pela ética e
pelas lições ensinadas na área de tecnologia na educação.
A amiga e colega de mestrado profa. e Msc. Ana Rita Serenato Bortolozzo, com a
qual dividi angústias, sucessos e trabalhos durante esta caminhada.
A toda minha equipe da Coordenação de Apoio ao Uso de Tecnologias e
Assessores das CRTEs que acreditam no processo de formação continuada dos
profissionais da educação por meio do trabalho das CRTEs.
“A educação não se reduz á técnica, “mas
não se faz educação sem ela”. Utilizar computadores
na educação, “em lugar de reduzir, pode expandir a
capacidade crítica e criativa de nossos alunos
meninos e meninas. Dependendo de quem o usam a
favor de que e de quem e para quê”. O homem
concreto deve se instrumentalizar com os recursos da
ciência e da tecnologia para melhor lutar “pela causa
de sua humanização e de sua libertação”. (Freire,
1995 : 98 ; 1979 : 22)
RESUMO
Esta pesquisa qualitativa baseada em um estudo de caso surgiu de um estudo sobre
as políticas públicas e formação de professores na área de tecnologia de informação
e comunicação (TIC) nas escolas públicas do Paraná. Este estudo foi realizado em
dois períodos, de 1997 a 2002, com destaque ao Programa Nacional de Informática
na Educação (PROINFO) e o Programa de Extensão, Melhoria e Inovação do Ensino
Médio do Paraná (PROEM), e de 2003 a 2007, com a implementação do Projeto
Educação Básica e Inclusão Digital no Estado do Paraná (BRA03/036). Os
programas PROINFO e PROEM de cunho federal e estadual, respectivamente,
disponibilizaram computadores para escolas públicas estaduais. A metodologia de
formação continuada dos profissionais da educação atuantes nas escolas públicas
ocorreu por meio dos Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE), criados a partir das
diretrizes do PROINFO. Os resultados apresentados por meio deste programa e pela
ação dos NTEs não garantiram a efetiva utilização dos recursos tecnológicos
disponíveis nas escolas, por fatores diversos que iremos apresentar neste estudo. A
partir de 2003, com a implementação do Projeto Educação Básica e Inclusão Digital
no Estado do Paraná (BRA03/036), cuja vertente é o Projeto Paraná Digital,
responsável pela aquisição e instalação de computadores nas 2100 escolas públicas
estaduais. Desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Paraná
(UFPR), Companhia de Energia Elétrica do Paraná (COPEL), Companhia de
Informática do Estado (CELEPAR) e Secretaria de Estado da Educação (SEED),
apresenta-se como uma inovação, pois utiliza uma estrutura de funcionamento por
meio de multiterminal e sistema operacional LINUX. O Portal Dia-a-Dia Educação é
outra ação deste projeto, responsável pela implantação de um Portal Público voltado
à escola pública paranaense, com o objetivo de disponibilizar conteúdos de caráter
informacional, formacional e pedagógico para toda comunidade escolar. Como
último vértice deste projeto temos o processo de fortalecimento e expansão dos
Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE), com a criação da Coordenação Estadual
de Tecnologia na Educação (CETE) e das Coordenações Regionais de Tecnologia
na Educação (CRTEs), cujo objetivo primordial é favorecer o processo de inclusão e
universalização do uso das tecnologias disponíveis nas 2100 escolas públicas
estaduais. As tecnologias de informação e comunicação estão presentes em todas
as atividades de formação humana e a escola como lócus da formação de indivíduos
capazes de atuar nesta sociedade tecnológica deve propor alternativas para
promover uma ação docente ancorada no uso de metodologias inovadoras,
utilizando os recursos tecnológicos disponíveis nas escolas. Neste sentido se faz
necessário um investimento qualitativo na formação continuada dos professores,
favorecendo o aprimoramento da prática pedagógica com o uso dos recursos das
TIC. Fundamentou-se este trabalho com contribuições de autores como EICHLER &
DEL PINO (1999); GENTILI (1998); SANCHO (2006); MORAN (1995, 2007);
ALMEIDA & ALMEIDA (1999); ALMEIDA (1997, 2000); BELLONI (2005, 2006);
BEHRENS (2002, 2005); FREIRE (1975, 2001), entre outros que discutem as
contribuições da inserção das TIC no contexto educacional e formação de
professores.
Palavras-chave: Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC, Políticas Públicas na Área de
Tecnologia na Educação, Formação de Professores para uso das TIC. Paradigmas Educacionais.
ABSTRACT
This qualitative research based on a case study arose from a study about public
policies and teacher education on the information and communication technology
(ICT) area at the public schools of Paraná State. This study was carried out on two
periods, from 1997 to 2002, featuring the National Informatics Program on Education
(PROINFO) and the High School’s Extension, Improvement and Innovative Program
of Paraná State (PROEM), and from 2003 to 2007 with the implementation of the
Basic Education and Digital Inclusion Project in the Paraná State (BRA03/036). The
PROINFO and PROEM programs of federal and state seals, respectively, made
computers available to state public schools. The methodology of continued education
of education professionals in action at public schools occurred by means of the
Nucleuses of Educational Technology (NTE), created from the PROINFO guidelines.
The presented results by these programs and the NTE action did not guarantee the
effective utilization of the technological resources available at the schools, by several
factors that will be presented on this study. From 2003, with the implementation of
the Basic Education and Digital Inclusion Project in the Paraná State (BRA03/036),
whose outset is the Paraná Digital Project, responsible by the acquisition and
installation of computers in 2100 state public schools. Developed in conjunction with
the Federal University of Paraná (UFPR), Paraná Electrical Energy Company
(COPEL), State Informatics Company (CELEPAR) and State Office of Education
(SEED), is presented as an innovation, because it utilizes a functioning structure by
means of a multi-terminal and the LINUX operating system. The Day-to-Day
Education Portal is another action of this project, responsible by the implantation of a
Public Portal aimed at the Paraná public school, with the objective of supplying
informational, educational and pedagogical contents for the scholar community. As a
last vertex of this project we have the strengthening and expanding process of the
Nucleuses of Educational Technology (NTE), with the creation of the State
Coordination of Technology in Education (CETE) and the Regional Coordinations of
Technology in Education (CRTEs), whose primordial objective is to favor the
inclusion and universalization process of the use of the available technologies at the
2100 state public schools. The information and communication technologies are
present in all human education activities and the school as the education locus of
capable individuals to acting on this technological society should propose alternatives
to promote an anchored teaching action on the use of innovative methodologies,
utilizing available technological resources at the schools. Therefore, it is necessary a
qualitative investment at the teachers’ continued education, promoting the
pedagogical practice improvement with the use of the ICT resources. This study was
based on authors’ contributions as EICHLER & DEL PINO (1999); GENTILI (1998);
SANCHO (2006); MORAN (1995, 2007); ALMEIDA & ALMEIDA (1999); ALMEIDA
(1997, 2000); BELLONI (2005, 2006); BEHRENS (2002, 2005); FREIRE (1975,
2001), among others that discuss the contributions of the insertion of the ICT at the
educational context and teacher education.
Keywords: Information and Communication Technologies (ICT), Public Policies on the Education
Technology Area, Teacher Education for the use of ICT. Educational Paradigms.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 01 – Página do Paraná Digital..................................................................67
Figura 02 – Página do Portal Dia-a-Dia Educação, versão 2003 a 2006............69
Figura 03 – Portal Dia-a-Dia Educação – versão 2007.......................................71
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Distribuição Computadores PROEM............................................
27
Tabela 02 – Universo da Pesquisa...................................................................
58
Tabela 03 – Possui computador em casa.........................................................
62
Tabela 04 – Recurso que comumente utilizada em sua prática pedagógica...
62
Tabela 05 – Relativo ao uso do computador, a(s) ferramenta(s) ou
aplicativo(s) que utiliza pedagogicamente é(são).........................
64
Tabela 06 – Dados referentes à utilização do Portal Dia-a-Dia Educação.......
69
Tabela 07 - Quadro demonstrativo da distribuição dos Assessores
Pedagógicos e Técnicos das 32 CRTEs.......................................
73
Tabela 08 – Maiores obstáculos para se utilizar tecnologias de informação e
comunicação na escola é(são).....................................................
76
Tabela 09 – Quadro demonstrativo das principais ações de formação
continuada dos assessores das CRTEs entre os períodos de 2003 a 2007....
79
Tabela 10 – Quantidade de Professores respondentes por NRE, sexo e
contas de e-mail particular e institucional.....................................
82
Tabela 11 – Formação acadêmica dos pesquisados em nível de graduação,
especialização, mestrado e doutorado.........................................
84
Tabela 12 – Tempo de Atuação como professor..............................................
85
Tabela 13 – Vínculo Funcional dos professores da Rede Estadual de Ensino
86
Tabela 14 – Disciplinas de docência dos professores pesquisados................
87
Tabela 15 – Presença do computados nas residências dos professores.......
88
Tabela 16 – Acesso a Internet nas residências dos professores.....................
88
Tabela 17 – Exercício da informática instrumental...........................................
89
Tabela 18 – Ferramentas e/ou aplicativos que sente apto da trabalhar
instrumentalmente........................................................................
90
Tabela 19 – Aplicativos que o professor utiliza pedagogicamente...................
91
Tabela 20 – Uso do laboratório de informática com alunos.............................
93
Tabela 21 – Participação em cursos de qualificação para uso das TIC..........
94
Tabela 22 – Entidade promotora de curso de qualificação para uso das TIC..
95
Tabela 23 – As ferramentas trabalhadas durante o curso de qualificação
95
para uso pedagógico das TIC.......................................................
Tabela 24 – Aspecto trabalhados nos cursos de qualificação para uso
pedagógico das TIC........................................................................
96
Tabela 25 – Utilização do Portal Dia-a-Dia Educação.....................................
97
Tabela 26 – Recurso que utiliza na sua prática pedagógica............................
100
Tabela 27 – Ações pedagógicas com o uso das TIC.......................................
102
Tabela 28 – Considerações sobre as TIC na educação...................................
103
Tabela 29 – Troca de informações e metodologias entre professores para o
uso das TIC ................................................................................
105
Tabela 30 – Maiores obstáculos para se utilizar as TIC na escola...................
106
Tabela 31 – Conhecimento da Política Pública denominada “Programa
Paraná Digital”..............................................................................
111
Tabela 32 – Utilização de ferramentas da plataforma LINUX...........................
111
Tabela 33 – Interesse em instrumentalização na plataforma LINUX................
112
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
APM –
Associação de Pais e Mestres
BID –
Banco Interamericano de Desenvolvimento
BIRD –
Banco Interamericano de Reconstrução e Desenvolvimento
BRA/03/036 –
Projeto Educação Básica e Inclusão Digital no Estado do Paraná
CEFET –
Centro Federal de Educação Tecnológica
CELEPAR –
Companhia de Informática do Paraná
CETE –
Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação
CETEPAR –
Centro de Excelência em Tecnologia Educacional
CIED –
Centro de Informática na Educação
CONSED –
Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação
COPEL –
Companhia de Energia Elétrica do Paraná
CRTE –
Coordenação Regional de Tecnologia na Educação
GTs
Grupos de Trabalho
IE –
Informática na Educação
LDB –
Lei de Diretrizes e Bases da Educação
NRE –
Núcleo Regional de Educação
NTE –
Núcleo de Tecnologia Educacional
Paraná Digital –
Programa Público responsável pela instalação de computadores
nas escolas públicas estaduais
PEIE –
Programa Estadual de Informática na Educação
PQE –
Projeto Qualidade de Ensino Público do Paraná
PROEM –
Programa de Extensão, Melhoria e Inovação do Ensino Médio do
Paraná
PROINFO –
Programa Nacional de Informática na Educação
PRONINFE –
Programa Nacional de Informática Educativa
CE –
Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação
SEED/PR –
Secretaria de Estado da Educação do Paraná
SEED/MEC –
Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação
SUED –
Superintendência de Desenvolvimento Educacional
TIC –
Tecnologias de Informação e Comunicação
UFPR –
Universidade Federal do Paraná
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ___________________________________________________________ 23
2 – REFERENCIAL TEÓRICO ______________________________________________ 27
2.1 – TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO – TIC _________________ 27
2.2 POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO DIGITAL – PROINFO, PROEM E PROJETO
BRA/03/036 __________________________________________________________________ 33
2.2.1 – Programa Nacional de Informática na Educação – PROINFO ____________________ 33
2.2.2 – Programa de Extensão, Melhoria e Inovação do Ensino Médio do Paraná - PROEM37
2.2.3 - Programa Nacional de Informática na Educação – PROINFO no Paraná __________ 39
2.2.4 – Projeto BRA/03/036 – Educação Básica e Inclusão Digital no Estado do Paraná __ 41
2.2.4.1 - Acesso às novas tecnologias de informação e comunicação – Programa Paraná Digital. _____ 45
2.2.4.2 - Modelo colaborativo de produção, uso e disseminação de conteúdos educacionais na internet Portal Dia-a-Dia Educação; ___________________________________________________________ 47
2.2.4.3 - Programa de fortalecimento e expansäo dos NTEs – Criação da Coordenação Regional de
Tecnologia na Educação – CRTE.______________________________________________________ 49
2.3 - PARADIGMAS EDUCACIONAIS E FORMAÇÃO DE PROFESSORES __________ 54
2.3.1 - Paradigma Conservador _____________________________________________________ 55
2.3.2 - Transição dos Paradigmas ___________________________________________________ 58
2.3.3 - Paradigmas Inovadores ______________________________________________________ 59
2.4 - FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO PARA USO
DAS TIC NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO PARANÁ _______________________________ 62
3 – ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO DA PESQUISA ___________________ 66
3.1 – METODOLOGIA DA PESQUISA ___________________________________________ 66
3.2 – UNIVERSO DE PESQUISA________________________________________________ 68
3.3 – INSTRUMENTO DE PESQUISA – QUESTIONÁRIO DIAGNÓSTICO ___________ 69
3.4 – APLICAÇÃO DA PESQUISA E TABULAÇÃO DOS DADOS __________________ 70
4 –ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS COM AS POLÍTICAS
PÚBLICAS E COM A PESQUISA DIAGNÓSTICA _____________________________ 72
4.1 – RESULTADOS OBTIDOS COM A IMPLEMENTAÇÃO DAS POLÍTICAS
PÚBLICAS PROINFO E PROEM NO PARANÁ NO PERÍODO DE 1997 A 2002_______ 72
4.2 – RESULTADOS OBTIDOS COM A IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO BRA/03/036
– EDUCAÇÃO BÁSICA E INCLUSÃO DIGITAL NO ESTADO DO PARANÁ NO
PERÍODO DE 2003 A 2007. ____________________________________________________ 76
4.2.1 - Acesso às novas tecnologias de informação e comunicação – Programa Paraná
Digital_____________________________________________________________________________ 77
4.2.2 - Modelo colaborativo de produção, uso e disseminação de conteúdos educacionais
na internet - Portal Dia-a-Dia Educação _____________________________________________ 79
4.2.3 - Programa de fortalecimento e expansäo dos NTEs - Criação da Coordenação
Regional de Tecnologia na Educação - CRTE ________________________________________ 83
4.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE A PESQUISA REALIZADA NAS ESCOLAS. ________ 92
4.3.1 – Categoria: Dados Pessoais: __________________________________________________ 92
4.3.2 – Categoria: Dados Acadêmicos e relativos à prática docente ____________________ 94
4.3.3 – Categoria Dados relacionados ao uso instrumental e pedagógico de tecnologia de
informação e comunicação – TIC____________________________________________________ 99
CONSIDERAÇÕES FINAIS _______________________________________________ 124
REFERENCIAS _________________________________________________________ 131
ANEXOS _______________________________________________________________ 137
INTRODUÇÃO
O ritmo acelerado do desenvolvimento tecnológico em todo o mundo, o alto
nível de flexibilização do meio produtivo e a conseqüente inserção de tecnologias no
ambiente escolar público, induzem a reflexões e investigações da relação
tecnologia, sua aplicabilidade no contexto educacional e formação de professores
capazes de utilizar estes recursos de forma consciente, crítica e reflexiva. É
essencial a investigação do quanto estas relações e inter-relações podem influenciar
na postura do educador, que possui, indiscutivelmente, uma influência marcante no
que tange à condução para a construção do conhecimento humano no ambiente
escolar e além deste.
As tecnologias de informação e comunicação - TIC, estão presentes em
todos os campos de formação humana e conforme Pastor (1998, p. 239), que afirma
Quando falamos de novas tecnologias da informação e comunicação,
fazemos referência a todos os avanços tecnológicos que foram gerados
pelas diferentes formas de tratamento da informação (computador, CDROM...) e da imagem (meios de comunicação, televisão, vídeo, cinema,
satélites...).
Ressalta-se, porém, que nesta pesquisa a ênfase dada está nas políticas
públicas em nível federal e estadual que promovem a inserção de tecnologias
computadorizadas no contexto educacional. Mesmo dando-se enfoque a tecnologia
computadorizada não despreza os demais recursos gerados pelas diferentes formas
de tratamento da informação como os computadores ligados à Internet, e da imagem
como a TV, vídeo, DVD, retroprojetor, câmeras fotográficas, filmadoras, dentre
outras, também os livros, os periódicos e as revistas são considerados tecnologias
de informação e comunicação e que todas poderão dar respostas às necessidades
provindas da diversidade dos alunos que se encontram nas escolas.
No entanto, as TIC por si só não promovem transformação na
aprendizagem, no ensino e na educação, pois são ferramentas que auxiliam na
realização das atividades pedagógicas e se não forem bem empregadas podem até
dissimular o processo. Assim como o quadro de giz e os livros, as novas tecnologias
potencializam as ações com vistas à aprendizagem, pois por meio delas pode-se
explorar, conduzir, simular, implementar e resolver problemas, promovendo a
contínua construção do conhecimento.
Atualmente, a inserção de recursos tecnológicos computadorizados na
escola por meio de Programas Públicos Estaduais e Federais, permite que
professores, alunos e demais sujeitos das escolas públicas tenham acesso, até certo
ponto, a esta tecnologia. Mas este repasse não garante a utilização em sala de aula
pelo professor, dos recursos disponibilizados. As variáveis que condicionam a
utilização ou não destes recursos são complexas, por terem origem em diversos
fatores
como:
o
preparo
do
professor
em
utilizar
instrumentalmente
e
pedagogicamente estes recursos; a existência e a disponibilidade de aplicativos nos
computadores das escolas para utilização dos professores e alunos; a manutenção
técnica dos recursos; o apoio técnico durante as aulas, o assessoramento
pedagógico nas atividades com uso do computador, entre outros. Cada um destes
fatores pode ser considerado decisivo no momento do professor utilizar
pedagogicamente a tecnologia computadorizada.
Considerando este panorama, a natureza do trabalho da pesquisa é
concernente à investigação da percepção dos professores em relação às políticas
públicas e formação de professores na área de tecnologia na educação quanto ao
uso dos recursos tecnológicos, disponíveis.
Buscamos averiguar em que medidas, professores estão acrescentando o
computador ao rol de ferramentas utilizadas em sala de aula, bem como os maiores
obstáculos encontrados por estes sujeitos no processo de utilização das tecnologias
na sua prática pedagógica.
Recorremos à história dos programas públicos de informatização das
escolas públicas e traçamos o seu percurso histórico nos âmbitos federal e estadual.
Os programas estudados foram àqueles originados do Ministério da Educação e do
Desporto-MEC, o Programa Nacional de Informática na Educação-PROINFO, da
Secretaria de Estado da Educação do Paraná, o Programa de Extensão e Melhoria
do Ensino Médio-PROEM e do Projeto Educação Básica e Inclusão Digital no Estado
do Paraná-BRA03/036.
Os Programas responsáveis pelo repasse de computadores a colégios
públicos estaduais do Paraná, são o PROINFO, o PROEM e o Projeto BRA03/036.
Averiguamos, por conseguinte, as intenções declaradas nas Diretrizes das
Políticas Públicas dos Programas PROINFO, PROEM e BRA03/036 o que realmente
se efetivou no que diz respeito aos dois primeiros programas e quais as mudanças
que estão ocorrendo na implementação da atual política pública no repasse de
computadores e sua real aplicabilidade no cotidiano escolar.
De posse das informações constantes nos documentos correspondentes a
estes programas, e das obtidas com o levantamento de dados por meio do
questionário diagnóstico, à luz de fundamentação teórica baseada nos princípios
que justificam e norteiam as políticas públicas na área de tecnologia na educação,
apontamos os fatores que julgamos serem interferentes no uso pedagógico dos
computadores pelos professores.
Como aprofundamento teórico apresentamos ainda um estudo referente aos
paradigmas educacionais que orientaram e orientam a prática pedagógica dos
professores, bem como o processo de formação de professores para uso das
tecnologias disponíveis na escola.
A proposta de pesquisa surgiu em 2005, quando a Coordenação Estadual
de Tecnologia na Educação – CETE, foi orientada a elaborar um instrumento de
avaliação do Projeto BRA03/036, a pedido da Controladoria Geral da União. Esta
avaliação é uma das ações a ser executada em conformidade com o projeto. Coube
a Coordenadora Estadual de Tecnologia na Educação, juntamente com o
pesquisador com a orientação da professora doutora Sônia Haracemiv do setor de
Educação da UFPR, elaborar um questionário diagnóstico, com objetivo de traçar
um diagnóstico do Estado do Paraná quanto ao uso de tecnologias de informação e
comunicação pelo professor da rede pública estadual de ensino.
A metodologia adotada para aplicação da pesquisa consistiu em selecionar
a(s) maior(es) escola(s) de ensino médio dos 399 municípios do Estado do Paraná,
pois estas escolas em sua maioria receberam computadores dos Programas
PROINFO e PROEM e também do Projeto BRA/03/036.
O total de escolas pesquisadas foi de 414 escolas públicas estaduais, com
2757 questionários aplicados, o que correspondeu a 85% do total de pesquisas
pretendidas.
O questionário diagnóstico constituído de 30 questões está dividido em três
categorias de análise: Dados pessoais, Dados Acadêmicos e Relativos a Prática
Docente e Dados relacionados ao uso de instrumental e pedagógico de tecnologia
de informação e comunicação – TIC.
Para aplicar o questionário foram utilizadas as 32 Coordenações Regionais
de Tecnologia na Educação - CRTEs, que contam com um grupo de profissionais
vinculados a CETE e que são responsáveis pelo processo de formação continuada
dos profissionais da educação para uso das tecnologias disponíveis nas escolas.
Por se tratar de políticas públicas de nível Federal e Estadual, que regem a
implementação e utilização dos recursos tecnológicos na educação, bem como o
processo de formação de professores para uso destes recursos promovido pela
Secretaria de Estado da Educação do Paraná - SEED/PR e estando o pesquisador
inserido no contexto, pois atua na equipe da Coordenação Estadual de Tecnologia
na Educação, optou-se por uma pesquisa qualitativa que permite uma maior
objetividade e interação do pesquisador com o objeto de pesquisa.
A ordenação do trabalho está estruturada como segue: Introdução, Marco
Teórico, fundamentado em Tecnologias de Informação e Comunicação, Políticas
Públicas na Área de Tecnologia na Educação, Paradigmas Educacionais e
Formação de Professores para uso das TIC, Metodologia da Pesquisa, Análise e
Discussão dos Resultados das Políticas Públicas e Análise e Discussão dos
Resultados da Pesquisa Diagnóstica e Considerações Finais.
2 – REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capítulo apresentaremos os fundamentos teóricos que justificam,
orientam e esclarecem pontos a respeito das políticas públicas na área de tecnologia
na educação, bem como, os fundamentos que buscam nortear a sua efetiva
aplicação no contexto educacional.
Entre os temas abordados, trataremos do uso das tecnologias de
informação e comunicação – TIC na educação, buscando subsídios que justifiquem
a implementação de políticas públicas na área de tecnologia na educação. Iremos
também apresentar como meio de orientação pedagógica os paradigmas
educacionais que orientaram e orientam à prática pedagógica dos professores,
finalizando com formação de professores para uso das TIC na educação.
2.1 – TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO – TIC
Nesta dissertação optamos por tratar de políticas públicas e formação de
professores para uso das tecnologias relativas ao uso de computador, por ser este o
foco da política pública denominada Paraná Digital, tratada neste trabalho, bem
como, a pesquisa diagnóstica realizada nas escolas públicas estaduais estar
baseada na sua essência nas informações relativas ao uso dos computadores dos
programas públicos PROINFO e PROEM, portanto.
Nosso estudo e nossas discussões acerca das tecnologias de informação e
comunicação estarão enfocadas nas tecnologias que envolvem o computador. Não
temos por intenção ignorar os demais recursos tecnológicos e a proposta de
integração destes recursos, sejam elas, web, áudio, vídeo ou impressa.
Destacamos que atuando na Coordenação Estadual de Tecnologia na
Educação – CETE e conhecendo a política pública na área de tecnologia
educacional da SEED-PR, salientamos que, a proposta de inclusão digital perpassa
pelo processo de integração de mídias por meio da TV Paulo Freire1, TV Escola2,
Programa DVD Escola do MEC3 e a TV Multimídia da SEED/PR4.
1
TV Paulo Freire – TV Pública voltada para educadores, educandos e comunidade escolar, é uma TV
que produz programas televisivos voltados para escola pública paranaense. Foi inaugurada em 2006.
Iniciamos este capítulo com o posicionamento de Valente (1993, p. 30) a
respeito do computador na educação
Já não se discute mais se as escolas devem ou não utilizar computadores,
pois a informática é uma inapelável realidade na vida social, ignorar esta
nova tecnologia é fadar-se ao ostracismo. A questão atual é: como utilizar a
informática de forma mais proveitosa e educativa possível.
Esta realidade apresentada em 1993 torna-se hoje ainda uma discussão e
uma ação de implementação a ser empregada nas escolas de todo país, em
especial nas escolas públicas, nas quais, estão presentes a maioria dos estudantes
brasileiros.
Moran (2004, p.14) afirma que “as tecnologias sozinhas não mudam a
escola, mas trazem mil possibilidades de apoio ao professor e de interação com e
entre os alunos”. A tecnologia aponta caminhos e alternativas para uma nova forma
de ensinar e aprender.
Bueno (1999, p. 87) conceitua tecnologia como
[...] um processo contínuo através do qual a humanidade molda, modifica e
gera a sua qualidade de vida. Há uma constante necessidade do ser
humano criar, a sua capacidade de interagir com a natureza, produzindo
instrumentos desde os mais primitivos até os mais modernos, utilizando-se
de um conhecimento científico para aplicar a técnica e modificar, melhorar,
aprimorar os produtos oriundos do processo de interação deste com a
natureza e com os demais seres humanos.
O termo tecnologia vai muito além de meros equipamentos. Ela permeia
toda a nossa vida, inclusive questões não tangíveis.
Não podemos acreditar que está no computador a prerrogativa de ser o
elemento transformador da sala de aula um atrativo aos alunos como condição de
fazê-los aprender mais. No nosso entendimento uma sala de aula sem computador
pode possuir uma riqueza de informações e cultura depositadas em outros materiais,
ou mesmo serem frutos da bagagem de conhecimento que professores e alunos
2
TV Escola – Programa Federal, ligado ao MEC que por meio de antenas digitais leva as escolas
pública de todos país programas televisivos para toda comunidade escolar. Também por meio da TV
Escola é disponibilizado programas televisivos do programa Salto para o Futuro.
3
Programa DVD Escola – Programa do MEC/PROINFO que disponibiliza para escolas públicas de
todo país, aparelhos de DVD e kit de mídias contendo programação gravada da TV Escola e Salto
para o Futuro.
4
TV Multimídia – TV 29” com entrada USB para pendrive e dispositivos para leitura de arquivos de
computador. Por meio de licitação pública 22000 televisores estão sendo entregues nas 2100 escolas
públicas estaduais.
carregam consigo, e somente a presença do computador na sala de aula não
garante riqueza de informação e cultura, sua exploração, nem tampouco benefícios
significativos na aprendizagem do aluno.
Sancho (2006, p. 17), enfatiza que o computador e suas tecnologias
associadas podem melhorar o ensino, e “são hoje mecanismos prodigiosos que
transformam o que tocam, os quem os toca, e são capazes inclusive de motivar os
alunos ou criar redes de colaboração”.
Deve haver um esforço na criação de uma rede de troca e de
compartilhamento de professores com seus alunos, de professores com professores,
e destes com agentes de outras esferas sociais, para haver fortalecimento de
implementos educacionais que favoreçam a produção do conhecimento humano. E
para consolidar ainda mais a conotação do conhecimento em rede. Arx (2000, p. 4)
diz que
[...] É importante o estabelecimento de uma rede dialógica de interação
entre os diversos atores sociais envolvidos na articulação ciência,
tecnologia e sociedade, como ponto de partida para o conhecimento mútuo
de suas demandas, para implementação de ações que respeitem as
diferenças, as sensibilidades e as especificidades dos setores e atores
envolvidos, bem como para avaliação dos impactos e dos efeitos
resultantes.
A fusão destes três vértices ciência, tecnologia e sociedade refletem no
ambiente escolar o estabelecimento de paradigmas sem regras e padrões prédefinidos e irrevogáveis, mas que priorizam flexibilidade e adaptabilidade no
contexto em constante mudança, em que o trabalho cooperado é almejado.
Borsatto (2002, p.1) considera que o uso criativo de tecnologias de
informação e comunicação, como fonte de novas experiências para o aluno, pode
levar a um ensino interdisciplinar quando o professor consegue entender e ampliar
os limites do uso de recursos tecnológicos dentro da escola “...já que o emprego
adequado desses recursos poderá facilitar e enriquecer a aprendizagem.”
Jacinski (2001, p. 34) considera que o advento de uma nova linguagem
(quando trata da linguagem efetuada através do computador) pode representar uma
ameaça às práticas pedagógicas, disciplinares, didáticas já cristalizadas, trazendo
perplexidade, temor e até rejeição. O autor ainda indica que se tratando de
introdução das tecnologias computadorizadas nas escolas, cabe aos sujeitos
educacionais, submeter-se a um processo de "alfabetização tecnológica" com
dimensão
meramente
instrumental,
enquanto
a
pedagógica,
encontra-se
impregnada nos discursos de ordem política.
Para Garcia (2002, p. 14) a utilização das tecnologias, pode reforçar a visão
conservadora e autoritária, escondendo-se o modelo de ensino massificante através
de uma aparência de modernidade. Proposição intrigante que vislumbra o ensino
tradicional com nuanças tecnológicas de ponta. Este posicionamento indica que o
professor tende a resistir à adoção do computador como mais uma ferramenta
didática, por necessitar preliminarmente de conhecimento instrumental, seguido de
um acirrado diálogo e de sistêmicas deliberações quanto ao seu emprego
pedagógico. Somente informações obtidas empiricamente podem corroborar ou não
com tal posicionamento, pois se faz necessário, investigar o encaminhamento que
está sendo dado pelas políticas, no que tange ao preparo do professor para esta
adoção.
Para Gianotto e Periotto (1999, p.3), ao contrário de outros recursos
didáticos, o computador não tem um campo de ação definido na escola, é um
instrumento cujas formas de utilização estão por serem pesquisadas e criadas.
Quando Vosgerau (1999) trata da atuação do professor, conota que as escolas
esperam deles novas formas de ensinar, que consigam manter o aluno dentro do
contexto escolar, com um grau de interesse mais próximo possível daquele que o
atraí às mídias. O que se há de considerar é que "mudanças" estão sendo cogitadas
nas leis educacionais, por meio das políticas públicas educacionais, dos projetos
políticos pedagógicos de algumas escolas, dos discursos de alguns profissionais da
educação, mas predominantemente, conserva-se a atitude e o procedimento,
impregnados de disfarce.
Eichler e Del Pino (1999, p. 22) consideram que a formação continuada dos
professores na área de informática na educação possibilitará uma utilização dos
computadores que mantenha a direção da melhoria das relações de ensinoaprendizagem. Uma afirmação como esta, merece ser analisada com cautela porque
somente a participação dos professores em cursos relacionados à informática na
educação, não garante a melhoria das relações de ensino e aprendizagem na
escola. Pressupomos que para este alcance inúmeras variáveis devem ser
relevadas. “A formação e a atuação de professores para uso da informática em
educação é um processo que inter relaciona o domínio dos recursos tecnológicos
com a ação pedagógica e com os conhecimentos teóricos necessários para refletir,
compreender e transformar esta ação” (ALMEIDA, 1997, p. 2). Concordamos com
esta posição, por acreditar que a formação do professor para uso pedagógico do
computador deve ocorrer na ação, munidos de referencial teórico que suporte uma
reflexão crítica desta ação para ter condição de propor transformação.
Para assumir essa perspectiva em que a prática pedagógica com uso
das novas tecnologias é concebida como um processo de reflexãoação, o professor precisa ser capacitado para dominar os recursos
tecnológicos, elaborar atividades de aplicação desses recursos
escolhendo os mais adequados recursos aos objetivos pedagógicos,
analisar os fundamentos dessa prática e as respectivas
conseqüências produzidas em seus alunos. (ALMEIDA & ALMEIDA,
1999, p. 7)
Ainda Almeida (1999) condiciona, de que “se o professor não adquiriu uma
visão teórica coerente com a sua prática, sua compreensão sobre o processo de
conhecimento e de aprendizagem é reduzida a limites estreitos; e suas ações
pedagógicas serão caracterizadas pela contingência.” Nota-se que o simples fato do
professor aprender a manusear tecnicamente recursos tecnológicos participando de
cursos, não garante uma transformação na sua prática pedagógica que conduza à
emancipação. “A força libertadora da reflexão não pode ser substituída pela difusão
de um saber tecnicamente utilizável” (HABERMAS,1993, p. 106). A difusão das
tecnologias estende-se à escola com a inserção do computador no ambiente
escolar, mas são necessárias ações que conduzam a instrumentalização e ao
desenvolvimento da consciência para haver verdadeira transformação. A “exclusão
digital não será sanada com a utilização de software livre e o computador para
todos, a questão é ainda mais abrangente referindo-se a concepção de ordem
educacional e política que se encontram impregnadas de conceitos carregados
ideologicamente pelo sistema econômico capitalista.” (TEZA, 2002, p. 4)
As tecnologias contribuíram e contribuem muito para o desenvolvido da
sociedade, mas o acesso e a utilização que se faz agrava as desigualdades
socioculturais.
Sancho (2006, p.18), aponta dois argumentos básicos com relação às
tecnologias
As tecnologias de informação e comunicação estão aí e ficarão por muito
tempo, estão transformando o mundo e deve-se considerá-las no terreno da
educação.
As tecnologias da informação e comunicação não são neutras. Estão sendo
desenvolvidas e utilizadas em um mundo cheio de valores e interesses que
não favorecem toda a população. Além de considerar que um grande número
de pessoas seguirá sem acesso a aplicações das TIC em um futuro próximo,
deve-se lembrar que os processos gerados pela combinação dessas
tecnologias e das práticas políticas e econômicas dominantes nem sempre é
positivo para os indivíduos e sociedade.
Concordamos com este posicionamento, pois estamos em fase conclusiva
de instalação de 44000 computadores nas escolas públicas estaduais, que
necessitam transformar-se em moto de inovação pedagógica e inclusão digital,
permitindo que mais pessoas tenham acesso à informação e uma formação crítica
com relação ao uso das tecnologias no contexto educacional.
Experiências com o uso das TIC na educação levaram pesquisadores como
McClintock (2000, apud SANCHO 2006, p. 26) a elaboração de sete axiomas para
converter as TIC em motor de inovação pedagógica.
- Infraestrutura tecnológica adequada;
- Utilização de novos meios nos processos de ensino e aprendizagem;
- Enfoque construtivista da gestão;
- Investimento na capacidade do aluno de adquirir sua própria educação;
- Impossibilidade de prever os resultados da aprendizagem;
- Ampliação do conceito de interação docente;
- Questionar o senso pedagógico comum;
McClintock (2000, apud SANCHO, 2006, p. 27) pode concluir que em “em
todos os projetos apenas era cumprido o primeiro axioma, relativo à necessidade de
contar com uma infra-estrutura informática”. É mais fácil conseguir fundos para
comprar equipamentos do que para transformar as concepções em práticas
educativas.
2.2 POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO DIGITAL – PROINFO, PROEM E
PROJETO BRA/03/036
Neste tópico iremos apresentar um histórico, as concepções e metodologias
adotadas pelas políticas públicas de inclusão digital desencadeadas a nível Federal
e Estadual, com ênfase no Programa Nacional de Informática na Educação –
PROINFO, Programa de Extensão, Melhoria e Inovação do Ensino Médio do Paraná
– PROEM e o Projeto BRA03/036 – Educação Básica e Inclusão Digital no Estado
do Paraná.
2.2.1 – Programa Nacional de Informática na Educação – PROINFO5
O uso da informática na educação pública brasileira foi desencadeado com
a implementação do Projeto Educom na década de 80, patrocinado pelo MEC
(ALMEIDA, 1999, p. 3). Este projeto desencadeou uma série de ações e projetos
que foram desenvolvidas nos anos subseqüentes com o Proninfe, com a criação dos
CIEDs em 1984, Projeto Formar, que se constituiu da realização de cursos de
especialização na área de informática na educação (TONO, 2003, p. 21).
Em 27 de maio de 1996 o Decreto nº 1917 criou a Secretaria de Educação à
Distância – SEED/MEC, como um órgão integrante do MEC, responsável pela
definição e implantação da política de educação à distância.
Na III Reunião Extraordinária do Conselho Nacional de Secretários
Estaduais de Educação - CONSED em setembro de 1996 foi apresentada à
proposta para implementação do Programa Nacional de Informática na Educação –
PROINFO, que seria monitorado pela SEED/MEC.
O objetivo do PROINFO6 era disseminar o uso do computador nas escolas
públicas estaduais e municipais de todos os estados brasileiros e criar Núcleos de
Tecnologia Educacional para concentrar ações de sensibilização e de capacitação
do professor para incorporar esta ferramenta em seu trabalho pedagógico.
5
http://www.proinfo.gov.br; http://www.c5.cl/ieinvestiga/actas/ribie96/43.html consultas realizadas no
período de agosto a setembro/2007;
6
ídem
Durante a III Reunião dos Secretários Estaduais de Educação, já
mencionada, foi apresentado pela SEED/MEC, um documento que tratava de
questões relacionadas à informatização das escolas públicas, norteando o processo
de adesão das escolas, o plano para aquisição de hardware e software,
especificações técnicas e como se daria o acompanhamento e avaliação do
programa em todo o país. O teor deste documento passaria a ser um referencial
para as diretrizes do PROINFO que foi oficialmente criado pela portaria nº 522 em
09/04/1997.
Constava registrado no documento da SEED/MEC que além das ações do
MEC diretamente ligadas ao programa de informatização, as quais serão detalhadas
mais adiante, outras ações seriam por ele executadas, como procurar estimular as
universidades a incluir a tecnologia aplicada à educação na formação curricular dos
professores; incentivar a tradução, adaptação e produção de software educacional
em português que respondessem às necessidades brasileiras e implantar um
processo de acompanhamento e avaliação das ações do programa. O MEC
articularia com os Ministérios das Comunicações e da Ciência e Tecnologia,
medidas de apoio à interconexão das escolas, principalmente no que diz respeito à
instalação de linhas telefônicas.
Mencionado também no documento, estava a importância da constituição
de uma comissão julgadora, para análise e aprovação dos planos individuais de
informatização que deveriam ser confeccionados pela própria escola. As escolas
cujo plano fosse aprovado pela comissão, estariam em condições de serem
informatizadas. A comissão deveria contar com representantes das Secretarias
Municipais de Educação, da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação
- UNDIME, das Universidades, das Associações de Pais e Mestres, do MEC, dos
Diretores de escolas e dos professores das escolas de ensino fundamental e médio.
Quanto ao plano de treinamento, os primeiros esforços para capacitação em
informática seriam com os professores dispostos voluntariamente a participar de
uma capacitação na área de informática na educação, para que eles pudessem
repassar as informações adquiridas aos demais professores.
Consta exposto nas diretrizes do PROINFO o regime de estreita
colaboração entre o MEC, o CONSED e os governos estaduais representados por
suas Secretarias de Educação e encontram-se elencados quatro objetivos do
Programa referentes ao ensino, são eles:
1)
melhorar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem;
2)
possibilitar a criação de uma nova ecologia cognitiva nos ambientes
escolares mediante incorporação adequada das novas tecnologias da informação
pelas escolas;
3)
propiciar uma educação voltada para o desenvolvimento científico e
tecnológico e
4)
educar para uma cidadania global numa sociedade tecnologicamente
desenvolvida.
Continuando a descrição do processo histórico, ainda no ano de 1997 o
PROINFO solicitou às Secretarias da Educação de todos os Estados brasileiros, a
criação de um Projeto Estadual de Informatização das escolas públicas, que deveria
ser encaminhado ao PROINFO para análise e aprovação. Foi pré-definido um roteiro
para confecção do projeto pelo CONSED, e o Estado que solicitou, teve o apoio
técnico da SEED/MEC para sua elaboração. Os Estados comporiam uma comissão
para elaboração do projeto em que se especificariam a sua visão em relação à
tecnologia educacional, alertando as questões de ordem técnica, administrativa,
pedagógica e humana. Os projetos deveriam prever a contrapartida do Estado com
recursos financeiros para a adequação física dos ambientes escolares, para
instalação dos computadores e periféricos, aquisição de softwares e para a
instalação de Núcleos de Tecnologia Educacionais que seriam distribuídos pelo
Estado.
Em paralelo à confecção do Projeto Estadual, as Secretarias de Estado
solicitaram das escolas públicas a incorporação ao seu Projeto Político Pedagógico,
o planejamento tecnológico educacional com um horizonte de no mínimo cinco anos
indicando: objetivos educacionais, opções tecnológicas escolhidas em função das
orientações do projeto do Estado, proposta de capacitação de recursos humanos,
cronograma de implantação e identificação da contrapartida da escola quanto a
possíveis financiamentos.
As diretrizes do Programa Nacional de Informática na Educação indicam o
início do processo de “universalização” do uso de tecnologia de ponta no sistema
público de ensino e expõem que a garantia de otimização dos vultosos recursos
públicos nele investidos residem, em primeiro lugar, na ênfase dada à capacitação
de recursos humanos. E em segundo lugar ficaria a adequada condição de infra-
estrutura física, de instalação e de suporte técnico para funcionamento dos
equipamentos. Apesar dos documentos não explicarem o significado do termo
“universalização”, pode-se interpretá-lo como a intenção de tornar universal, isto é,
para todos os alunos e professores, o acesso à tecnologia.
Para o biênio 97/98, os investimentos foram orçados em 476 milhões de
reais7 para instalação dos NTEs, para capacitação e suporte, aquisição de
equipamentos, adaptação das instalações físicas e elétricas cabeamento lógico das
escolas e dos NTEs. Estes recursos foram provenientes do MEC (recursos próprios
e procedentes de financiamentos externos), Estados (percentual médio estimado em
20%) e municípios.
A intenção ao se implantar Núcleos de Tecnologia Educacional - NTE foi o
de se criar centros de pesquisa e de disseminação do uso de tecnologias
computadorizadas no processo de ensino-aprendizagem das diversas áreas do
conhecimento de escolas dentro de um raio de abrangência de 100 quilômetros
correspondente em média de 50 escolas por NTE. O número médio de profissionais
que atuariam nos núcleos seria em torno de 5 (cinco). Estes núcleos seriam
responsáveis pelas seguintes ações: incentivo e orientação das escolas para
incorporação da tecnologia em seu ambiente; capacitação dos professores para uso
da informática em sua prática; assessoria pedagógica para uso da tecnologia no
processo de ensino-aprendizagem; cursos específicos para equipes de suporte
técnico; apoio para resolução de problemas técnicos resultantes do uso de
computador na escola; e acompanhamento e avaliação do processo de
informatização das escolas. O PROINFO financiou Cursos de Especialização em
Informática na Educação para professores das escolas, os quais, atuariam nos NTEs
como multiplicadores após sua conclusão.
Atualmente estão implantados aproximadamente 290 NTEs no país,
distribuídos 40 mil computadores para 2.700 escolas públicas estaduais e municipais
de todo o país e capacitados em informática na educação em média 20 mil
professores. Estes dados foram obtidos diretamente no site do PROINFO8 em maio
de 2006.
7
8
Valor correspondente a U$ 785,4 milhões, conforme cotação do dólar a R$ 1,65 em maio/2008.
http:://www.proinfo.gov.br, acessado em outubro/2007.
2.2.2 – Programa de Extensão, Melhoria e Inovação do Ensino Médio do Paraná
- PROEM9
As primeiras medidas federais relativas à informática na educação surgiram
no Paraná no ano de 1985 através do Plano Estadual de Educação do Paraná e em
1987 com a implantação de um Centro de Informática na Educação - CIED
localizado no Núcleo Regional de Educação da cidade de Maringá - PR, o qual se
tornou um pólo de investigações em Informática na Educação, porém sem grande
expressão até 1992. No ano seguinte ocorreu a transferência deste CIED para o
Centro de Excelência em Tecnologia Educacional – CETEPAR10. Apenas se tem
notícia de movimentos isolados no que tange à Informática na educação, porém,
sem intervenção ou apoio direto do Estado (TONO 2003 p. 23).
Em 1996 foi implantado no Estado o Programa de Extensão, Melhoria e
Inovação do Ensino Médio do Paraná - PROEM. Este programa previu a
reformulação do Ensino Técnico Profissionalizante apoiado na proposição da nova
Lei de Diretrizes e Bases - LDB, projetou reformas de colégios públicos estaduais
que aderiram formalmente ao programa, com a construção de ambientes específicos
para bibliotecas e laboratórios de informática, e o financiamento da compra de
computadores e periféricos pelos diretores e presidentes da APM de 912 colégios do
Estado através da Feira de Informática ocorrida em julho de 1998 em Faxinal do
Céu.
O número de computadores estipulado para cada colégio foi proporcional ao
número de alunos matriculados no ensino médio naquele ano, o qual variou de 3 a
22 computadores por colégio. A proporção utilizada para distribuição encontra-se a
seguir:
9
http://www.pr.gov.br/cie/DezAnos_Cap_5.pdf, acessado em setembro/2007.
10
CETEPAR: Centro de Excelência em Tecnologia Educacional antigo Centro de Treinamento do
Magistério do Paraná é um órgão vinculado à Secretaria de Estado da Educação do Paraná que trata
especificamente da estrutura necessária para realização de Cursos de Atualização e Aperfeiçoamento
destinados a profissionais da educação da rede pública estadual de ensino.
Tabela 01 – Distribuição Computadores PROEM
Nº de alunos matriculados no ensino
médio no ano de 1999
Nº de computadores para cada colégio
Até 300
3
De 301 a 400
4
De 401 a 800
11
De 801 a 1200
14
Acima de 1201
Fonte: TONO (2003. p. 16)
22
O valor monetário correspondente aos equipamentos atribuídos a cada
colégio foi depositado na conta bancária das Associações de Pais e Mestres - APM
correspondente. Diretores e presidentes das APM negociaram a compra dos
computadores e periféricos diretamente nos "stands" das empresas que participaram
da supracitada feira, durante a qual, foram adquiridos pelos colégios um total de
6.352 computadores. Este foi o único repasse de computadores para colégios do
Estado através deste programa. Alguns colégios com 400 ou mais alunos
matriculados, mesmo os que já tivessem recebido computadores através do
PROEM, também receberam do PROINFO um mínimo de 11 computadores.
Nos documentos consultados do PROEM, também havia menção quanto à
intenção de prover os colégios de softwares educacionais e de conexão à rede
mundial de computadores, a internet. Paralelamente à implementação do PROEM
estava sendo elaborado o Projeto Qualidade de Ensino Público do Paraná - PQE
que obteve financiamento junto ao Banco Interamericano de Reconstrução e
Desenvolvimento - BIRD, para investimento na aquisição de equipamentos,
construção de laboratórios e capacitação de recursos humanos para uso destes.
Fonseca (apud GENTILI, 1998, p. 8) relata que o Banco Mundial (BIRD) no
contexto do capitalismo internacional é definido como uma agência de regulação que
faz empréstimo no interesse de promover o crescimento econômico mediante o
investimento do capital. O Brasil é membro constitutivo do Banco Mundial desde o
início das suas operações no ano de 1946 juntamente com mais 37 países, e hoje o
Banco conta com um total de 184 países membros. Na década de 60, o Banco
definiu os princípios e diretrizes de sua política de crédito e de assistência à
educação do Terceiro Mundo. O Banco Mundial estimula empréstimos, tomando a
iniciativa em manter contato com os governos dos países sub-desenvolvidos para
financiar projetos específicos. O Banco cobra em geral juros equivalentes aos do
mercado, como os das agências comerciais, diferenciando-se destas pelo aval
concedido pelos governos dos países e pelo Fundo Monetário Internacional.
2.2.3 - Programa Nacional de Informática na Educação – PROINFO no Paraná11
A propositura do Ministério da Educação e do Desporto para adesão do
Estado do Paraná ao PROINFO encaminhada ao Governador pelo Ministro da
Educação deu-se através do AVISO Nº 475/MEC/GM em 23 de setembro de 1996.
Por recomendação do PROINFO, no primeiro semestre de 1997 foram elaborados
pelas escolas públicas, com auxílio de técnicos da Secretaria de Estado do Paraná,
projetos educacionais de incorporação de computadores na escola, prevendo
ajustes administrativos, adequações físicas e aplicabilidades pedagógicas destes
recursos. Os projetos foram encaminhados para o PROINFO/MEC para análise e
validação conforme as suas diretrizes. Em seguida, o PROINFO previu para o
Estado do Paraná a instalação de 13 NTEs que seriam distribuídos pelo Estado e
firmou numericamente a cota em 6.440 computadores destinada para o Estado do
Paraná, a qual seria liberada por etapas, sendo a primeira liberada no ano de 1998.
No ano de 2006 foram liberados para o estado 2370 computadores para 237 escolas
de Educação Profissional e 160 computadores para 16 escolas Municipais,
totalizando hoje no estado aproximadamente 4913 computadores. Para o ano de
2008 o MEC já lançou os editais do PROINFO Urbano e PROINFO Rural,
disponibilizando uma cota de 4460 computadores para 446 escolas estaduais e
municipais urbanas e 220 computadores para 22 escolas municipais rurais.
Seqüencialmente à adesão, com base fundada na política de parceria do
PROINFO, o Paraná lançou o Programa Estadual de Informática na Educação PEIE, envolvendo ações relativas ao PQE, ao PROEM e à implantação da
Universidade do Professor, a qual trataria especificamente dos processos de
capacitação ocorridos majoritariamente de modo concentrado em Faxinal do Céu,
nos NTEs e pontualmente em outros locais do Estado.
11
Tono (2003) – dados obtidos a partir da dissertação de mestrado.
A atribuição do PEIE era a de articular educação e informática, com o
propósito de disseminar o uso de computadores nas escolas públicas do Estado,
promovendo cursos para os professores das diversas áreas do conhecimento na
área de informática na educação, incentivando a criação e o uso de softwares
educacionais e o desenvolvimento de pesquisas que priorizassem a interação da
educação com a informática.
A formação dos profissionais que atuariam como multiplicadores nos
primeiros NTEs que seriam criados no Estado, deu-se através de dois Cursos de
Especialização em Informática Educativa promovidos pelo Centro Federal de
Educação Tecnológica do Paraná – CEFET, da unidade de Curitiba nos anos de
1997 e 1998.
O primeiro curso ocorreu no laboratório de informática instalado no
CETEPAR, o qual se tornaria o primeiro NTE de Curitiba posteriormente ao término
do curso. Participaram deste curso um total de 38 professores indicados pelas
seguintes instituições: Núcleo Regional da Educação, Secretaria Municipal da
Educação, CEFETs e Universidades Estaduais dos municípios correspondentes aos
6 NTEs que seriam preliminarmente instalados em Curitiba, Cascavel, Ponta Grossa,
Cornélio Procópio, Pato Branco e Campo Mourão. Destes professores, 20
pertenciam ao quadro próprio do magistério da Secretaria de Estado, 1 professora
era do quadro do magistério da Secretaria Municipal de Campo Mourão, 11
professores dos CEFET de Curitiba, de Cornélio Procópio e de Pato Branco, 5 das
Universidades Estaduais de Ponta Grossa e de Cascavel e 1 professor de uma
escola Estadual de Mato Grosso do Sul.
O segundo curso ocorreu no ano de 1998, tendo participado 38 professores,
selecionados pela Coordenação Estadual de Informática Educacional do CETEPAR,
dos municípios que seriam instalados no ano de 1999 os demais seis NTEs nas
cidades de: Medianeira (Foz do Iguaçu); Maringá; Umuarama; Guarapuava;
Londrina; e mais um NTE em Curitiba. Dos 38 professores, 36 eram de escolas
públicas estaduais e 2 com vínculo empregatício com a Secretaria Municipal de
Educação de Curitiba.
No ano de 2000, fora implantado o 13º NTE no Estado, na cidade de
Telêmaco Borba. Cada um dos 13 NTEs possui um laboratório de informática com
21 computadores e periféricos, no qual eram ministrados cursos de capacitação
intitulados "Metodologia aplicada à informática pedagógica" e destinados a
professores das diversas áreas do conhecimento de escolas públicas estaduais e
municipais.
Em 2003, atuavam no estado 72 multiplicadores atuantes nos NTEs do
Estado do Paraná, sendo 32 especialistas em Informática na Educação pelo CEFET
- PR e dos 40 restantes 32 cursaram uma especialização à distância promovida pela
Universidade Federal do Espírito Santo – UFES concluída em novembro de 2003.
Os demais oito profissionais que atuavam nos NTEs possuíam apenas a Graduação.
Cabe ressaltar que uma das diretrizes do PROINFO que não foi
implementada diz respeito a realização de cursos de especialização para técnicos
de suporte conforme Kimieck (2002 p. 13) “...realização de cursos especializados
para as equipes de suporte técnico”, “Apoio (help-desk) para resolução de
problemas técnicos decorrentes do uso do computador nas escolas”.
Estas ações estavam previstas nas Recomendações Gerais para a
preparação dos NTE.12
2.2.4 – Projeto BRA/03/036 – Educação Básica e Inclusão Digital no Estado do
Paraná13
Na tentativa de minimizar a distância entre tecnologia e efetiva utilização no
contexto educacional público, a partir de 200314, com a mudança de governo cria-se
à política de compromisso com uma escola de qualidade cujos princípios básicos
são: defesa da educação como direito de todos os cidadãos; valorização dos
profissionais da educação; garantia de escola pública, gratuita e de qualidade;
atendimento à diversidade cultura e gestão democrática e colegiada15. O estado
reassume o seu papel de organizador e implementador de ações e políticas
educacionais voltadas para o atendimento dos princípios básicos apresentados.
Neste sentido, destaca-se a ação de atendimento às necessidades básicas de
funcionamento de uma escola de qualidade e avanço no uso de tecnologias
educacionais na defesa da inclusão digital16.
12
Fonte: KIMIECK, Jorge Luiz. Dissertação de Mestrado. Curitiba. 2002.
http://www.pnud.org.br/projetos/pobreza_desigualdade/visualiza.php?id07=59, acessado em
outubro/2007.
14
Dados obtidos do relatório da Gestão da Educação no Paraná 2003/2006 – SUED/SEED.
15
SEED/PR. Relatório de Gestão da Educação no Paraná 2003/2006, por Yvelise Arco-Verde.
16
Inclusão digital é o “processo de alfabetização tecnológica e acesso a recursos tecnológicos,
no qual estão inclusas as iniciativas para a divulgação da Sociedade da Informação entre as classes
menos favorecidas, impulsionadas tanto pelo governo como por iniciativas de caráter não
governamental” (Grupo Telefônica, “A Sociedade da Informação - Presente e Perspectivas”, p.35. 2002.)
13
Para dar suporte a política de inclusão digital apresenta-se a Política Pública
denominada Paraná Digital, como uma metodologia que vise à superação da
metodologia meramente instrumental aplicada até então.
A inclusão digital e a informática pedagógica encontram-se entre as
prioridades da Secretaria da Educação e da nova gestão governamental do Paraná.
O objetivo geral do Plano de Implementação da SEED/PRé atingir os 2.105
Estabelecimentos de Ensino, localizados nos 399 municípios do Paraná, atendendo
um universo de 1.5 milhões de estudantes matriculados no ensino público estadual,
51.000 professores e funcionários da SEED/PR, Núcleos Regionais de Educação NRE, visando o acesso e a difusão das tecnologias disponíveis.
Esse objetivo tem mobilizado esforços de diferentes órgãos governamentais
e o governo do estado, através de sua Companhia de Energia Elétrica do Paraná –
COPEL, tem investido pesadamente na expansão da conectividade em todo o
Paraná, o que dará sustentabilidade também às demais Secretarias e ampliará a
capacidade de inclusão do governo eletrônico (e-gov) nas diversas funções do
administrativo.
A rede de fibra ótica do estado atinge, atualmente, 72 municípios, que
representam cerca de 85% da população do Paraná. O governo do estado pretende,
além de realizar as ligações da rede de fibra ótica até as escolas localizadas em
municípios já conectados, expandir a conectividade para as mais de 300 localidades
que ainda estão fora da rede, com prioridade para as regiões de menor índice de
desenvolvimento humano (IDH). Essa política é especialmente relevante para a
promoção da inclusão digital das localidades de menor interesse econômico, que
dificilmente receberiam a conectividade sem a intervenção governamental. A
previsão de investimento em conectividade, para 2003 e 2004, foi da ordem de 200
milhões de reais.
Além da conectividade, há que se disponibilizar os instrumentos de acesso
à rede. Em 1998, ocorreu a I Feira de Informática em Faxinal do Céu, para aquisição
de equipamentos de informática para uso pedagógico no Paraná. Os reflexos dessa
ação, entretanto, têm se mostrado relativamente tímidos quanto ao acesso às
tecnologias pelos professores e estudantes da rede do estado. Isso ocorreu,
principalmente, devido ao número limitado de escolas com acesso a esses recursos
.
e, mesmo entre àquelas que obtiveram acesso, este se apresentou de forma muito
restrita (muitas escolas de grande porte possuíam apenas um microcomputador para
acesso à rede).
Assim, o Projeto BRA/03/036, faz parte do processo de continuidade e
aperfeiçoamento dos investimentos já realizados em acesso às novas tecnologias.
A partir de 2003 firma-se um “Acordo Básico de Assistência Técnica entre
Acordo Básico de Assistência Técnica entre o Governo dos Estados Unidos do Brasil
e a Organização das Nações Unidas, a Organização Internacional do Trabalho, a
Organização das Nações para Alimentação e Agricultura, a Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a Organização de Aviação Civil
Internacional, a Organização Mundial de Saúde, a União Internacional de
Telecomunicações, a Organização Meteorológica Mundial, a Agência Internacional
de Energia Atômica e a União Postal Internacional”, que prevêem no Artigo I,
parágrafo terceiro, o Artigo III e Artigo IV, tem como objetivo promover a inclusão
digital no estado do Paraná e a melhoria da qualidade da educação básica no
estado por meio do uso adequado das novas tecnologias de informação e
comunicação.
O financiamento do projeto foi efetivado de acordo com recursos do Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID)17, e da contrapartida nacional do
Programa de Expansão, Melhoria e Inovação do Ensino Médio do Paraná – PROEM,
com investimentos na ordem de 100 milhões de reais18.
Em seu artigo II, constam os resultados esperados da efetivação do acordo:
1.
Modelo colaborativo de produção, uso e disseminação de conteúdos
educacionais na Internet - Portal Dia-a-Dia Educação;
2.
Programa de fortalecimento e expansão dos NTEs;
3.
Acesso
às
novas
tecnologias
de
informação
e
comunicação
universalizado na rede pública de educação básica do Paraná;
4.
Projeto Educação Básica e Inclusão Digital no estado do Paraná
monitorado e avaliado.
17
O BID – Banco Inter-Americano de Desenvolvimento (Inter-American Development Bank)
já financiou projetos no Brasil aportando mais de US$ 23 bilhões desde 1961. No ano de 2004, os
créditos somaram US$ 2,6 bilhões em 13 projetos voltados para a área de infra-estrutura.
(http://www.iadb.org/exr/country/eng/brazil/index.cfm, acessado em março 2008)
18
Valor correspondente a U$ 165,0 milhões, conforme cotação do dólar a R$ 1,65 em maio/2008.
Para que cada um desses objetivos sejam alcançados, alguns produtos são
esperados no processo de implementação do Projeto, sendo eles:
1.1 Sistema de validação de conteúdos elaborado e implementado;
1.2 Sistema interativo de pesquisa disponibilizado aos usuários do Portal;
1.3 Experiências piloto de utilização do portal concebida, implementada e
avaliada;
1.4 Enciclopédia multimídia de uso irrestrito e livre elaborada e
disponibilizada no Portal;
1.5 Modelo de incentivo à colaboração do professor ao Portal concebido;
2.1 Padrões mínimos dos NTEs desenhados e disseminados;
2.2 Plano de desenvolvimento dos NTEs concebido e implementado;
2.3 Módulo de ensino sobre tecnologias educacionais e recursos didáticos
elaborado e validado pelas instituições de ensino superior;
2.4 Programa de formação continuada no uso de tecnologias educativas,
com foco no uso do Portal Dia-a-dia Educação e na sua aplicação pedagógica em
sala de aula, elaborado e implementado;
3.1
Estudo diagnóstico da situação física dos laboratórios existentes e
das alternativas de expansão realizado;
3.2
Laboratórios de informática educativa expandidos e atualizados.
Neste trabalho daremos ênfase e ampliaremos a discussão no que tange os
produtos relativos ao acesso às novas tecnologias de informação e comunicação
universalizado na rede pública de educação básica do Paraná, teceremos alguns
comentários sobre o Portal Dia-a-Dia Educação e discutiremos o fortalecimento e
expansão dos NTEs.
2.2.4.1 - Acesso às novas tecnologias de informação e comunicação – Programa
Paraná Digital.
O projeto Paraná Digital espera disseminar a cultura digital em cerca de
2100 escolas públicas estaduais, beneficiadas com a implantação de laboratórios de
informática conectados à rede mundial de computadores. Este projeto está sendo
desenvolvido em parceria com o Centro de Computação Científica e Software Livre
da Universidade Federal do Paraná que desenvolveu a tecnologia multiterminal fourhead, em que quatro monitores funcionam conectados a uma única CPU e estes a
um servidor localizado em cada escola. O sistema operacional disseminado é o
Debian de distribuição Linux, o que trouxe uma economia de aproximadamente 50%
em hardware e 100% em software, pois utiliza a filosofia do software livre19. A
CELEPAR – Companhia de Informática do Paraná relata20
A opção pelo uso desse tipo de tecnologia faz parte das decisões
estratégicas de governo, que vê nesse modelo não apenas uma inovação
do ponto de vista econômico, mas as condições para o desenvolvimento
econômico e social do país.
A expectativa é conectar 44 mil computadores à rede mundial, até o final de
2008, por meio da parceria com a Copel – Companhia Paranaense de Energia Elétrica
que é responsável pela ampliação da malha de fibra ótica para aproximadamente 300
municípios do estado do Paraná, com prioridade para as regiões de menor índice de
desenvolvimento humano (IDH) e nos demais municípios a conectividade se dará por
meio de antenas digitais, universalizando o atendimento a todas as escolas públicas
estaduais, superando desta forma os investimentos efetuados pelo PROINFO e
PROEM no período de 1997 a 2002.
Outro parceiro importante na realização do projeto Paraná Digital é a
Companhia de Informática do Paraná – CELEPAR que está responsável pela
administração do sistema, bem como atualização dos pacotes de softwares e
19
Diz-se que um software é “livre” quando seu criador distribui e garante a qualquer um a liberdade
de utilização, cópia, alteração e redistribuição de sua obra, além de tornar público o chamado
código fonte – conjunto de comandos escritos em linguagem compreensível pela mente
humana. Nos sistemas livres, tal codificação é, por definição, de conhecimento público e admite
que qualquer programador a altere para adequá-la a suas necessidades.
(L.A.Rocho, 2003, apud Tecnologias da informação e sociedade : o panorama brasileiro / Cláudio
Nazareno ... [et al.]. -- Brasília : Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2006. 187p. -(Série temas de interesse do legislativo ; n. 9).
aplicativos disponibilizados por meio de servidores sem a necessidade de instalação
em cada terminal e sem o deslocamento de profissionais da CELEPAR para
instalação e atualização de sistemas em todas as escolas do estado,
O modelo da rede, denominado, Centralizado de Intervenção Mínima,
propõe que toda a rede das escola seja a partir de um núcleo localizado na
CELEPAR. Isso significa que toda intervenção nos computadores deve ser
feita remotamente, ou seja, sem o deslocamento físico de membros da
equipe até a escola. Isto é fundamental dada à dimensão do Estado do
Paraná e também devido à falta de mão de obra especializada em Linux no
interior do Estado. Isso implica que cada uma das 44.000 máquinas pode
ser reconfigurada parcial ou totalmente a qualquer momento pela equipe a
partir do núcleo, garantindo segurança e padronização do sistema.
Também implica que a instalação inicial das máquinas deve ser dotada da
capacidade de se comunicar com o núcleo e se reconfigurar quando
necessário. (Manual do Paraná Digital, 2004, p. 7-8).
A utilização de software livre segundo Paraná Digital (2006), diminui os
custos. “Essa iniciativa trouxe uma redução nos custos de licenças no projeto na
ordem de R$ 88 milhões de reais, ou seja, economia com licenças que teríamos que
comprar se optássemos por softwares proprietários”.
A proposta de implantação do Paraná Digital pode ser considerada de
vanguarda no que se refere a políticas públicas para democratização e
universalização de acesso as novas tecnologias, porém também apresenta uma
série de desafios, pois trata de um sistema novo não somente em tecnologia de
hardware, mas também de software.
Para que o projeto tivesse viabilidade financeira, este não poderia estar
estruturado somente na aquisição de computadores e sim em uma ação colaborativa
no que diz respeito a:
•
dar acesso ao Portal Dia-a-Dia Educação e a Internet;
•
disponibilizar para a comunidade escolar softwares básicos de uso
geral, navegadores web, entre outros;
•
disponibilizar softwares educativos adequados a professores e alunos.
Destas ações, observa-se que a criação e utilização do Portal Dia-a-Dia
Educação é a base que justifica a realização do Projeto Paraná Digital, conforme
entrevista concedida pelo Coordenador do Portal, professor Glauco Gomes de
Menezes a Beline (2006 p. 97).
20
hppt://www.celepar.pr.gov.br/modules/conteúdo.php?conteudo=39, apud RUARO, 2007, p. 65
[...] o Portal que acaba sendo esse grande elemento pedagógico que
justifica essa aquisição de computadores e essa infra-estrutura, porque se
tivéssemos um projeto que tivesse como previsão a compra de
computadores, nós teríamos alguns problemas junto aos organismos
financiadores para justificar a viabilidade desse investimento. Então o
Portal tem essa relação de justificar o uso pedagógico/intensivo dessas
máquinas nas escolas. [Sem o Portal seria complicado ter um projeto como
o Paraná Digital?]. Seria mais difícil, não digo que seja impossível, mas
seria mais difícil porque na verdade é uma ação que justifica
pedagogicamente um investimento em tecnologia, porque senão nós
acabaríamos encontrando um quadro que já se manifestou no Estado que
são laboratórios fechados, sem o professor saber qual vai ser o uso do
laboratório, para que serve. Então o Portal veio justamente neste sentido,
de garantir uma utilização mais efetiva, mais direcionada dos laboratórios.
2.2.4.2 - Modelo colaborativo de produção, uso e disseminação de conteúdos
educacionais na internet - Portal Dia-a-Dia Educação;
Conforme relato acima, vimos que o Portal surge com uma mola propulsora
para a efetivação do Programa Paraná Digital. BELINE (2006 p. 84), relata que o
Portal surge do desejo do Secretário de Educação do Paraná, Maurício Requião, no
final de 2002, em utilizar a Internet como um recurso que dê subsídios para o
professor da escola pública. BELINE (2006, p. 84) ainda retrata trechos da entrevista
com o professor Glauco Gomes de Menezes que é convidado pelo secretário para
assumir a Coordenação da criação do Portal.
[...] nessa conversa falávamos sobre formação de professores, de como
usar tecnologia e ele disse que tinha o interesse em um projeto que
disponibilizasse, que propiciasse na verdade a universalização da
tecnologia, ou seja, você colocar computador e internet em todas as 2075
escolas do Estado, de 5ª a 8ª e ensino médio.
O Portal Dia-a-Dia Educação tem como missão, de acordo com Portal
(2006)
[...] promover uma reforma muito mais profunda e ampla do que a
sociabilização do saber, implantando um modelo de aprendizagem
colaborativa no hipermeio, reconhecendo e valorizando os saberes
acumulados na Rede de Educação Pública Estadual, tornando-se um
veículo de informação e de expressão cultural e acadêmica de seus
educadores, atendendo a toda a comunidade escolar, num processo
aberto, interativo, constante e dinâmico, visando um salto cultural e social
no Paraná.
O Portal configura-se como um Ambiente Pedagógico Colaborativo em que
os sujeitos do processo ensino-apredizagem nas escolas podem criar espaços de
discussão, publicação e disseminação de saberes construídos na escola, conforme
Santos (2007, p.5) “a viabilização dessa proposta se dá por meio da disseminação
colaborativa de experiências, recursos didáticos e fontes de pesquisa de conteúdos
curriculares das disciplinas da educação básica”.
O site é aberto a todos os visitantes, sendo que os profissionais da
educação pública do Paraná possuem acesso a uma série de informações,
ferramentas, consultas e demais serviços por meio de login e senha.
O Portal esteve durante o ano de 2007 passando por uma reformulação
para facilitar e otimizar o acesso, porém continuam com os espaços para
educadores, alunos, escolas e comunidade. Cada um destes espaços é constituído
de informações específicas que atendam as necessidades do público alvo,
promovendo integração e interação. As principais ações e iniciativas que se esperam
atingir por meio do Portal, conforme SEED/PR seriam21:
•
A formação continuada dos educadores por meio do acesso a
conteúdos concernentes às diversas áreas do conhecimento e outras informações e
recursos didático-pedagógicos;
•
A divulgação de informações institucionais tornando-se um receptáculo
de dados advindos de diferentes instâncias da SEED/PR;
•
A estruturação de uma rede de comunicação efetiva entre todos os
envolvidos no processo educativo e comunidade educacional;
•
O resgate da identidade do professor da escola pública paranaense,
propiciando a veiculação de sua produção intelectual e fomentando a criação de
comunidades virtuais de aprendizagem, envolvendo todos os atores da Educação
Básica do Estado do Paraná.
21
http://www8.pr.gov.br/portals/portal/ações.php
2.2.4.3 - Programa de fortalecimento e expansäo dos NTEs – Criação da
Coordenação Regional de Tecnologia na Educação – CRTE.
O Estado do Paraná possuiu até o ano de 2004, 13 Núcleos de Tecnologia
Educacional - NTEs, localizados em: Curitiba (Centro), Curitiba (Carmo), Campo
Mourão, Cornélio Procópio, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Londrina, Maringá, Pato
Branco, Ponta Grossa, Telêmaco Borba e Umuarama, que promoveram cursos de
capacitação em informática instrumental gratuitos aos professores da rede pública
de ensino.
Para o efetivo funcionamento e utilização dos computadores do Paraná
Digital e utilização do Portal Dia-a-dia Educação, os multiplicadores dos NTEs
possuem um papel estratégico na formação continuada e assessoramento aos
profissionais da educação das escolas públicas estaduais, porém a quantidade de
NTEs e profissionais alocados nestas unidades não teriam como ofertar cursos de
capacitação para 2100 escolas públicas, 51000 professores e funcionários, frente a
um novo parque tecnológico não somente em termos de hardware, mas também de
software com a implementação do uso de software livre.
Fez-se necessário, portanto a incorporação de um terceiro pilar no projeto
BRA/03/036, o fortalecimento e expansão dos NTEs, como estrutura de formação
continuada para uso das tecnologias implementadas nas escolas.
Relatos de dissertações consultadas e a própria pesquisa diagnóstica
realizada retrata que os NTEs, por mais que tenham desenvolvidos nos anos de
atuação projetos brilhantes com professores que realizaram capacitações nos seus
laboratórios, não garantiu a efetiva utilização dos laboratórios das escolas que
receberam computadores do PROINFO e PROEM. Os motivos para esta não
efetivação são decorrentes de uma política educacional até então vigente pautada
em resultados quantitativos em número de professores capacitados, em detrimento a
uma ação qualitativa quanto as possibilidades de uso dos recursos tecnológicos
disponíveis, além de uma ação centralizada no processo de formação continuada
dos profissionais da educação.
Com perspectiva transformadora da realidade apresentada propôs-se a
criação da Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação CETE, e das 32
Coordenações Regionais de Tecnologia na Educação – CRTEs, por meio da
resolução22 1636 de 30 de abril de 2004, ligadas hierarquicamente ao CETEPAR.
Consta nesta resolução que as CRTEs do Paraná são unidades vinculadas
ao Centro de Treinamento do Magistério do Paraná – CETEPAR e aos Núcleos
Regionais da Educação - NRE, responsáveis pela discussão e implementação das
políticas públicas relacionadas à informática na educação e sua relação com o
processo de ensino-aprendizagem das escolas públicas estaduais e municipais do
Estado do Paraná.
Complementando esta resolução a Superintendência de Estado da
Educação coloca em vigor a instrução23 04/2004 que orienta as principais atribuições
das CRTEs:
•orientar
os educadores para que incorporem os avanços tecnológicos
contemporâneos,
sugerindo
sua
aplicabilidade
no
processo
de
ensino-
aprendizagem;
•planejar
e desenvolver ações que propiciem a capacitação e o constante
aperfeiçoamento dos profissionais da Educação na área de informática educativa,
exaltando os contextos pedagógicos e metodológicos norteadores da prática
docente;
•incentivar
e orientar a elaboração e o desenvolvimento de projetos
educacionais de aprendizagem mediados pelas Novas Tecnologias de Informação e
Comunicação;
•de
forma descentralizada, assessorar os educadores, acompanhando os
projetos nas escolas;
•através
do Portal Educacional Dia-a-Dia Educação, estimular o uso da
Internet como fonte de pesquisa, como meio de comunicação e de divulgação dos
projetos educacionais;
22
fonte: www.cete.pr.gov.br
23
fonte: idem
•pesquisar
como as ferramentas computadorizadas podem facilitar a
aprendizagem dos alunos com dificuldades específicas;
•promover
eventos que favoreçam o intercâmbio entre a comunidade,
escolas e NTEs;
•divulgar,
através
do
Portal
Educacional
Dia-a-Dia
Educação,
as
experiências em informática educativa bem-sucedidas;
•proporcionar
uma oportunidade de reflexão sobre uma necessária
mudança de postura diante do novo modelo educacional que se descortina.
•acompanhar
a evolução do processo educativo, que é submetido às
mudanças de ordem econômica, política e cultural.
O foco principal de trabalho das CRTEs é o trabalho in loco nas escolas,
fornecendo suporte pedagógico necessário ao desenvolvimento de ações que
otimizem a utilização dos recursos tecnológicos disponíveis nas escolas. De acordo
com Santos (2007, p.2), esses profissionais
[...] estarão desenvolvendo junto às escolas um trabalho voltado para o uso
da tecnologia que, além de oferecer assessoria operacional e instrumental
para a utilização dos equipamentos, promoverá e incentivará a análise e
discussão com os educadores da rede pública acerca da inserção de
tecnologias no universo educacional.
A efetivação da ampliação e da reestruturação das CRTEs consolidou-se
em 2005 quando do suprimento de 190 profissionais da educação, provindos de
Escolas Públicas Estaduais por meio de um processo de seleção24 desencadeado
pela CETE e acompanhado pelos 32 NREs.
Este processo consistiu na divulgação de vagas disponíveis para
professores que tivessem interesse em trabalhar com tecnologia na educação em
todas as escolas estaduais nos municípios sedes dos 32 NREs do Estado do
Paraná.
24
fonte: CETE/SEED/PR, período de 2004/2005, documentos internos.
De acordo com a Resolução 1636/2004, para que um professor se
candidate à função de Assessor Pedagógico, este deve atender aos seguintes
requisitos:
•
Formação em nível superior;
•
Especialista em Informática na Educação ou ser aprovado no
processo de seleção para receber a devida formação;
•
Fazer parte do Quadro Próprio do Magistério (QPM), Quadro
Único de Professores (QUP) ou do Quadro Próprio de Professores da Educação
(QPPE);
•
Experiência docente como professor regente, no mínimo dois
•
Domiciliado no mesmo município da CRTE;
•
Ter disponibilidade de 40 horas semanais de trabalho;
•
Para participação de eventos fora do domicílio de residência,
anos;
nos termos das normas do Estado, será disponibilizado, condição financeira para
hospedagem, alimentação e deslocamento do profissional designado pela CETE;
•
Ter disponibilidade para viagens.
Os interessados deveriam encaminhar currículo e participar de um processo
de seleção que consistiu de:
•
análise de currículo;
•
preenchimento de um questionário com questões de ordem técnica,
pedagógica e gerencial;
•
elaboração de um texto em editor de texto, uma apresentação
utilizando um software de apresentação e uma planilha eletrônica.
Estes documentos eram avaliados e encaminhados a CETE por um
profissional indicado pela chefia do NRE e por um multiplicador de um dos 13 NTEs
existentes que atuaram nesse processo como avaliadores dos candidatos à vaga de
Assessor em Tecnologia na Educação.
Os 203 educadores denominados Assessores em Tecnologia na Educação
estão distribuídos nas 32 CRTEs. Considera-se em média 8 a 12 escolas sob
responsabilidade
de
cada
Assessor
no
que
tange
ao
planejamento
e
desenvolvimento de projetos educacionais com o uso de tecnologias.
Coube a CETE a arquitetura de ações para qualificação docente na
apropriação do computador como ferramenta pedagógica a serem implementadas
pelas 32 CRTEs. As ações primordiais estão dispostas em duas grandes dimensões.
A primeira diz respeito à ação de assessoria técnica-pedagógica e de
capacitação ocorridas diretamente nas escolas. Cada assessor deve atuar
diretamente nas escolas sob sua responsabilidade, orientando educadores em
atividades relacionadas ao uso de tecnologias como ferramentas contribuintes do
processo pedagógico. Nesta ação cabe ao Assessor da CRTE o planejamento e
desenvolvimento de atividades didáticas com o uso das tecnologias disponíveis na
escola, como assessoria a criação dos sites das escolas, planejamento e
desenvolvimento de projetos educacionais disciplinares e interdisciplinares, pesquisa
e elaboração de materiais didáticos e metodologias inovadoras com o uso do
computador.
Para dar suporte técnico quanto à instalação e manutenção dos
computadores, passam a fazer parte do quadro das CRTEs a partir de 2005,
professores da rede públicos ou técnicos administrativos aprovados em concurso
público para exercerem o papel de técnico de suporte das CRTEs. Estes
profissionais estão em constante treinamento técnico/operacional para acompanhar
e efetuar a instalação dos laboratórios do Paraná Digital nas 2100 escolas públicas
estaduais, bem como dar suporte técnico quanto à manutenção e atualização dos
sistemas.
O total de técnicos de suporte existente no estado são 64 profissionais,
sendo 2 em cada CRTE que atendem além das escolas da sua região, dão suporte
também a CRTE e ao NRE na questões relativas a suporte técnico/operacional.
Outra ação prevista pelo Programa Paraná Digital é a formação de um
profissional da escola que exerce a função de Administrador local. É este
profissional da escola (professor ou técnico administrativo) que responde localmente
pela manutenção e organização do laboratório de informática da escola.
Da mesma forma como os técnicos de suporte recebem formação
continuada para atuarem como técnico de suporte das escolas, os administradores
locais recebem treinamento pela própria equipe da CRTE (assessores e técnicos)
para administrar o laboratório de informática das escolas.
Como percebemos não foi somente à ampliação, mas também o
fortalecimento das CRTEs por meio da implementação de uma estrutura de suporte
técnico nas CRTEs e nas escolas, buscam efetivar uma ação de uso significativo
dos recursos tecnológicos disponíveis, e permitirão a formação de uma rede
integrada de profissionais que estarão atuando junto às escolas nos aspectos
técnicos/operacionais e pedagógico, garantido assim assessoria ao professor e
alunos na utilização efetiva dos recursos tecnológicos disponíveis nas escolas.
Com a implementação do Programa Paraná Digital e com as estruturas do
Portal Dia-a-Dia Educação e da CETE/CRTEs, deslumbra-se modificações no
panorama que se configurou até o ano de 2002. Cabe ressaltar que a função de
suporte técnico já era prevista nas diretrizes do PROINFO, porém não se
concretizou por fatores diversos.
2.3 - PARADIGMAS EDUCACIONAIS E FORMAÇÃO DE PROFESSORES
A organização das relações sociais, da comunicação e dos modos de
produção da contemporaneidade exige que se pense um modelo educacional
dinâmico, que possibilite a aquisição de conhecimentos que ultrapasse o modelo
linear de informação; “o desafio imposto aos docentes é mudar o eixo de ensinar
para optar pelos caminhos que levem ao aprender” (BEHRENS, 2000 p.73). Há de
se utilizar os meios e metodologias inovadoras para formar educandos e educadores
para serem agentes transformadores deste novo milênio.
A proposta de ampliação e reestruturação das CRTEs do Paraná implica em
superar paradigmas educacionais vigentes transcendendo práticas conservadoras
de organização da prática pedagógica.
Para melhor entendimento a respeito dos paradigmas educacionais que
sustentaram e sustentam as práticas pedagógicas, fazemos a seguir uma análise
dos paradigmas educacionais e a sua relação com o uso das TIC.
2.3.1 - Paradigma Conservador
O século XX assim como o século XIX caracterizou-se como afirma Behrens
(2005, p. 17) pelo domínio dos paradigmas conservadores, influenciados pelo
método newtoniano-cartesiano, que apresenta uma separação entre mente e
matéria, uma visão fragmentada do conhecimento, e a busca pela eficácia.
O paradigma conservador segundo Cardoso (2002, apud Behrens 2005, p.
18) afirma: “o paradigma cartesiano-newtoniano orienta o saber e a ação
propriamente pela razão e pela experimentação, revelando assim o culto do intelecto
e o exílio do coração”. Essa afirmação retrata a característica de formação de um
indivíduo capaz reproduzir conhecimento dentro de uma abordagem mecanicista.
Behrens (2005, p. 18) ainda destaca que o paradigma conservador propiciou um
avanço material significativo, muitas invenções foram desencadeadas nesse
período, porém essa forma de educação compartimentalizou o pensamento em
mente e corpo, ciência e ética, razão e sentimento e a ciência da fé, ou seja, tudo se
podia fazer em nome da ciência, independente de outros fatores externos ao
processo da ciência.
Esse paradigma desencadeou uma sociedade denominada como afirma
Behrens (2005, p. 40) como “sociedade de produção em massa”, cuja forma
primordial de aprendizado era a reprodução do conhecimento, uma visão
mecanicista com ênfase a repetição. Essa prática educativa está presente nas
abordagens tradicional, escolanovista e tecnicista.
Na abordagem tradicional o papel do professor é conforme Behrens (2005.
p. 41), único detentor do conhecimento, repassa e transmite conteúdos de forma
fragmentada, disciplinar e severo.
Ratificando esse posicionamento Mizukami (1986, p. 14) afirma
A relação professor-aluno é vertical, sendo que um dos pólos (o professor)
detém o poder decisório quanto à metodologia, conteúdo, avaliação, forma
de interação na aula etc. Ao professor compete informar e conduzir seus
alunos em direção a objetivos e/ou pela sociedade em que vive não pelos
sujeitos do processo.
Percebe-se que hoje muito da metodologia adotada pelos professores está
ainda sendo concebida dentro dessa visão de professor. O professor continua sendo
o único sujeito ativo do processo, dono do conhecimento e o aluno um sujeito
passivo, enfileirado, recebendo e armazenando conteúdos de forma pronta a
acabada.
A
metodologia
na
abordagem
tradicional
caracteriza-se
por
aulas
expositivas com apresentação dos conteúdos de forma fragmentada, seqüencial e
ordenada, sem relação com outras disciplinas. Libâneo (1986, p. 24) caracteriza os
pressupostos da aprendizagem que confirmam as características apresentadas
como
A idéia de que o ensino consiste em repassar conhecimentos para o espírito
da criança é acompanhada de uma outra: a de que a capacidade de
assimilação da criança é idêntica à do adulto, apenas menos desenvolvida.
Os programas, então devem ser dados numa progressão lógica, estabelecida
pelo adulto, sem levar em conta as características próprias de cada idade.
A abordagem escolanovista apresentou-se afirma Behrens (2005, p. 44),
“como um movimento de reação à pedagogia tradicional e buscar alicerçar-se com
fundamentos da biologia e da psicologia e dando ênfase ao indivíduo e à sua
atividade criadora”. Como percebemos foi uma tentativa de centrar a formação no
indivíduo e na aprendizagem e não no processo.
O professor assume nessa abordagem o papel de facilitar da aprendizagem,
orientador no processo de ensino-aprendizagem, busca relacionar-se com seus
alunos, buscando uma vivência democrática. Behrens (2005, p. 45) condiciona que o
papel do professor
Não é de dirigir, mas aconselhar e orientar os alunos. Na sua missão
educativa, organiza e coordena os alunos. Cada professor tem autonomia
para criar seu próprio repertório, precisa ser autêntico e deve relacionar-se
com o caráter individual de cada aluno.
A metodologia leva em conta a aprendizagem desenvolvida pela execução
de trabalhos individuais e em grupos, com o desenvolvimento de capacidades de
habilidades intelectuais, experiências colaborativas e principalmente o respeito ao
ritmo de cada aluno. Behrens (2005, p. 46) destaca que “embora o aluno seja visto
em sua individualidade, valoriza o trabalho de grupo, considerando que as
características de cada indivíduo variam segundo a sua cultura, a sua família, sua
comunidade, seu trabalho e sua vida cívica e religiosa”, portanto a aprendizagem
deve levar em conta as características de cada indivíduo para que a aprendizagem
possa tornar-se significativa e eficiente.
Com o advento do processo de produção em massa, surge a necessidade
de formar mão de obra para atender as necessidades do mercado e a escola como
espaço de formação, deve atender essas exigências adequando-se processos para
atender essa demanda.
Nesse sentido a abordagem tecnicista busca conforme afirma Behrens
(2005, p. 47) “fundamenta-se no positivismo e propõe uma ação pedagógica
inspirada nos princípios da racionalidade, da eficiência, da eficácia e da
produtividade”.
Na abordagem tecnicista, Behrens (2005, p. 47) destaca que o
planejamento e o controle asseguram a produtividade do processo, como se fosse
um esteira mecânica que devidamente controlada a função de cada indivíduo
(professor e aluno), realizando sua tarefa com eficácia o produto estaria assegurado.
O professor é o transmissor do conhecimento, aprimora no aluno a busca
por comportamentos adequados e alta performance do mesmo. Behrens (2005, p.
49) apresenta a forte influência da teoria de Skinner que “permite reprogramar o
ensino, prever o comportamento desejado e o produto final”.
A metodologia dá ênfase à reprodução do conhecimento e em respostas
certas, bem como treinamentos organizados, mecânicos e repetitivos, buscando a
qualidade do processo e não da formação integral do aluno.
As teorias conservadoras deram uma visão reducionista da realidade,
encabeçadas pelo pensamento newtoniano-cartesiano, deram suporte a um
mecanicismo também nas relações educacionais, promovendo a reprodução acrítica
do conhecimento.
A sociedade do conhecimento deixa entrever que o pensamento
newtoniano-cartesiano que buscava a reprodução não assegurava o domínio de um
saber, pois as transformações pelas quais passa a sociedade são muitas e rápidas
neste novo milênio. Segundo BEHRENS (2000, p. 60), “o conhecimento torna-se
provisório e relativo o que promove a necessidade de sua construção contínua”.
A aplicação de recursos tecnológicos no contexto dos paradigmas
conservadores permite o uso do computador como ferramenta de controle e
reprodução do conhecimento, por meio de testes prontos, com respostas certas ou
erradas, emissão de conceitos por quantidade de acertos. Apenas verificamos que
na abordagem escolanovista seria possível utilizar recursos tecnológicos elaboração
de trabalhos em grupo
2.3.2 - Transição dos Paradigmas
Com o desenvolvimento científico-tecnológico a partir da segunda parte do
século XX, com a produção acelerada de novas tecnologias cada vez mais
presentes em nossas vidas, houve a necessidade de se incorporar ao processo de
formação humana novos paradigmas que contribuíssem para a formação de um
cidadão para atuar nessa nova sociedade bem como a superação do paradigma da
reprodução do conhecimento. Behrens (2005, p. 26) nesse sentido afirma “que a
superação de um paradigma científico, não invalida, não o torna errado ou nulo, mas
evidencia que seus pressupostos e determinantes não correspondem mais às novas
exigências históricas”.
Considera-se, portanto que os paradigmas conservadores, tiveram sua
importância no contexto social no qual estavam inseridos e responderam as
necessidades de formação de mão de obra específica para o mercado de trabalho
existente, porém com o advento da tecnologia é necessário um novo tipo de
cidadão, capaz de trabalhar colaborativamente, produzir em grupo, produzir
conhecimento, testar possibilidades entre outras habilidades necessárias.
O paradigma conservador começa a perder força segundo Pregogine,
Moraes (apud Behrens 2005, p, 29) a partir dos estudos de Lamarck no limiar do
século XIX, e com os estudos de Darwin sobre a teoria da evolução das espécies.
Associado a esta teoria surge também à teoria da relatividade de Einstein proposta a
partir de 1905 e também a física quântica proposta por Max Planck em 1900. Esses
avanços científicos colocaram em contradição a racionalidade do pensamento
newtoniano-cartesiano, promovendo uma ampla discussão sobre a necessidade de
ser incorporar novos paradigmas que possam ampliar a visão de homem, de mundo,
de sociedade, enfim do processo de formação humana.
2.3.3 - Paradigmas Inovadores
Para responder a essa nova sociedade e esse novo homem a ser formado
surge a era da produção do conhecimento. Esse novo paradigma Behrens (2002,
2005) e outros autores denominam de paradigma da complexidade, paradigma
emergente, visão ecológica, visão sistêmica ou ainda visão holística, que formam
uma teia ou sistema integrado, onde o foco está na formação de homem como um
todo, mente e corpo, razão e sentimento, aliando interconexão e interrelacionamento, buscando a superação da reprodução do conhecimento.
Essa aliança ou teia proposta por Behrens (2005), na busca da produção do
conhecimento está inserida em três correntes de pensamento: Abordagem sistêmica
ou holística, Abordagem Progressista e Abordagem do Ensino com Pesquisa.
Na abordagem sistêmica o foco está como afirma Behrens (2005, p.56) no
resgate do ser humano em sua totalidade, permitindo ao homem desenvolver suas
múltiplas inteligências, sendo um ser humano com senso crítico, estético e ético.
Nessa abordagem o professor possui papel fundamental na superação da
abordagem tradicional de fragmentação do conteúdo, devendo ultrapassar a ênfase
na reprodução para a produção do conhecimento. Esse professor sendo sujeito
comprometido com o processo de formação humana pensa por que e para que está
ensinando, devendo incutir em seus alunos valores como paz, justiça, harmonia,
solidariedade, igualdade e honestidade, e muda sua postura em prol a uma
formação holística do aluno. Justificando essa posição Crema (1995, p. 47) destaca
que “o educador holístico têm como preocupação fundamental o futuro da
humanidade e de todas as outras formas de vida do planeta Terra”.
A metodologia busca uma prática pedagógica baseada não em uma única
metodologia, mas sim em estruturar ações que possibilitem ao aluno o seu
desenvolvimento global, autônomo, relacionando teoria e prática, aprendendo a
aprender por meio de trabalhos com projetos que aprimorem a sua aprendizagem,
relacionando com o seu contexto social, promovendo a aprendizagem significativa,
utilizando tecnologia como ferramentas desta possibilidade de aprender a aprender.
A abordagem progressista tem como principal pensador Paulo Freire que
afirma
[...] Não importa em que sociedade estejamos, em que mundo nos
encontremos, não é possível formar engenheiros ou pedreiros, físicos ou
enfermeiras, dentistas ou torneiros, educadores ou mecânicos, agricultores
ou filósofos, pecuaristas ou biólogos, políticos, sociais e culturais; sem uma
compreensão de como a sociedade funciona. E isto o treinamento
supostamente apenas técnico não dá.(FREIRE. 1992, p. 134)
Essa visão de mundo retrata os fundamentos da abordagem progressista no
qual destaca como principal ponto que apenas aprendizagem e conhecimento
técnico não são subsídios suficientes para atuar na sociedade do conhecimento, é
necessário compreender o mundo e suas relações nas mais diversas dimensões, e
cabe a escola enquanto espaço privilegiado de troca, busca e aprimoramento da
formação humana, propor alternativas para alcançar os objetivos de formar esse
novo cidadão. Behrens (2005, p. 72) destaca, “A pedagogia progressista visa buscar
a formação do homem concreto, síntese de múltiplas determinações. Fruto das
relações sociais, o homem político pertence a uma classe social determinada. Esse
homem pode-se tornar cidadão do seu país e do mundo”.
Neste contexto, destaca-se que o papel do professor na abordagem
progressista é ser um educador crítico, exigente, coerente com sua prática
educativa e no exercício da sua própria prática. Centra suas ações nas relações,
promovendo uso coerente dos materiais, métodos e técnicas, buscando sempre o
melhor de cada um. Através do diálogo promove a democratização do conteúdo e
nesse ponto Paulo Freire em sua obra Pedagógica da Esperança deixa claro “...
repitamos que não há prática educativa sem conteúdo” (FREIRE, 1992, p. 113),
portanto o professor enquanto sujeito do processo, assume o papel de mediador na
produção do conhecimento, orienta através de uma postura democrática com a
autoridade que lhe é devida, sem ser autoritário nem licencioso, conforme afirma
Freire (1992, p. 114) “nem autoritarismo, nem licenciosidade, mas substantividade
democrática, é o que precisamos”.
Para sustentar essa prática educativa, Freire (1992, p. 111) destaca que a
metodologia a ser adotada deve defender a presença da comunidade escolar com
um todo, que juntos possam propor uma programação de conteúdos das escolas,
porém não nega a participação de especialistas, mas estes não devem ser os
“proprietários” dos conteúdos a serem adotados.
Portanto a metodologia não e única, mas uma série de procedimentos,
métodos e técnicas e tecnologias coerentes que usados de forma dialógica possam
auxiliar o aluno a produzir conhecimento. A metodologia contempla uma ação
libertadora e democrática, trazendo para sua estrutura a prática e a vivência social
dos alunos para que de posse de conhecimentos que subsidiem sua prática
transforma a realidade social que os circunda de forma crítica, reflexiva e autônoma.
A abordagem do ensino com pesquisa considera o professor como um
articulador, crítico, criativo, produtor do se próprio conhecimento enquanto
pesquisador da sua prática educativa. Tem como objetivos buscar uma aliança para
fortalecer o envolvimento e a participação dos estudantes em trabalhos coletivos.
Behrens (2005, p. 82) relata que “o docente, como educador, transcende a posição
de instrutor e preocupa-se em ampliar caminhos para a emancipação de si mesmo e
dos estudantes”.
A metodologia está baseada na construção do conhecimento através do
ensino e da pesquisa, sendo ambos indissociáveis, possibilitando ultrapassar o
ensino somente através do livro didático. O trabalho com ensino e pesquisa enfoca o
conhecimento construído na capacidade de ação reflexiva do aluno, na sua
capacidade de análise, interpretação, visão crítica e criativa na resolução de
situações problemas.
Estamos vivendo na sociedade do conhecimento, onde as perspectivas para
o século XXI indicam uma educação voltada para os quatro pilares propostos pela
UNESCO: Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e
aprender a ser.
Esses quatro pilares juntos devem alicerçar uma educação voltada para a
formação de um cidadão capaz de viver na sociedade do conhecimento, sendo
agente de transformação para uma sociedade, cujos ideais sejam: justiça, paz,
solidariedade e liberdade. Esse cidadão também é torna-se responsável por
promover transformações políticas, econômicas, culturais e sociais.
A escola para poder promover essa formação deve buscar subsídios nos
paradigmas que sustentem uma prática educativa voltada para preparação desse
cidadão. Para tanto é necessário investir na formação continuada de professores
para superar o paradigma da reprodução.
2.4 - FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO PARA
USO DAS TIC NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO PARANÁ
As mudanças ocorridas no mundo do trabalho produzem implicações nos
processos de formação humana. Uma nova forma de educar advém de uma nova
forma de produção, e as instituições de ensino encarregadas de conduzir a
formação dos seus alunos, devem atentar a estas mudanças.
Nesse sentido a Política Pública de Inclusão Digital implementada pelo
Estado do Paraná, tem buscado adaptar-se a nova realidade proposta no mundo do
trabalho, retomando o contexto disciplinar, abrindo oportunidades para a integração
entre as disciplinas, aprimorando o rol de recursos tecnológicos disponíveis na
escola, mas também e principalmente investindo no processo de formação humana
por meio das estruturas da CETE/CRTEs, cuja função primordial é a de incentivar e
assessorar o uso efetivo dos recursos disponíveis, que se utilizados corretamente
podem contribuir significativa para a construção do conhecimento. Papert (1996
apud Costa, 2004 p. 10), afirma
Mesmo aceitando o que o computador pode desempenhar um papel benéfico
no processo de aprendizagem e embora isso possa ser conseguido de
formas muito diferenciadas, dependendo das perspectivas com que cada uma
das abordagens concebe a aprendizagem é que a utilização que se faz hoje
do computador nem sempre tira partido das suas reais potencialidades em
termos de alteração na forma como as pessoas aprendem.
Somente a presença do computador na escola não garante transformação,
a qual depende da conscientização do professor e do seu papel e da sua ação
enquanto agente de transformação, nesse sentido concordamos com Fagundes
(1999, p. 1) que apregoa o seguinte
Conseguir alguns computadores é só o começo. Depois é preciso conectá-los
à internet e desencadear um movimento interno de buscas e outro, de trocas.
Cabe ao professor, no entanto, acreditar que se aprende fazendo e sair da
passividade da espera por cursos e por iniciativas da hierarquia
administrativa.
As considerações acima retratam o fato de como o professor precisa
conhecer e acreditar nas possibilidades do uso do computador no processo
pedagógico, buscando capacitação e formação contínua, aprimorando sua prática
pedagógica, propiciando aos educandos uma educação mais crítica, formando
parcerias e trocas de experiências com outros educadores e com os próprios
educandos.
Neste sentido ainda, Soares (2006, p.104) destaca
Dentre os desafios para revisão da prática pedagógica, utilizando
tecnologias da informação e comunicação, destacam-se a mudança de
paradigma didático que carregam latente os professores e a crença na
formação continuada necessária para realizar a mudança de postura com
as novas perspectivas projetadas pelos recursos e ambientes
educacionais.
A formação do profissional da educação para atender os desafios da
sociedade do conhecimento, ou da informação, exige reflexão quanto à elaboração
de diretrizes que devem ser capazes de darem conta de uma formação continuada
dos profissionais da educação no seu próprio contexto de trabalho, por meio da
discussão da realidade e dos meios tecnológicos disponíveis.
Belloni (2006) menciona que “a perspectiva de formação de professores
exige [...] formar os professores enquanto futuros usuários ativos e críticos bem
como professores conceptores de materiais para aprendizagem aberta e a
distância”. Ou seja, há de se entender o professor como profissional que organizará
o ambiente pedagógico capaz de integrar seus saberes científicos com os avanços
tecnológicos disponíveis no seu ambiente de trabalho. Nessa perspectiva, o
profissional da educação em parceria com os educandos constrói possibilidades
didáticas que respondam às suas necessidades educacionais ao mesmo tempo em
que discutem essas possibilidades de forma crítica e construtiva.
Nesse contexto a proposta de reestruturação da CETE/CRTEs deve buscar
subsidiar os Assessores em Tecnologia na Educação de referencial teórico/prático
para que possam estar à frente dos profissionais da Educação munidos não apenas
de formação técnica, mas uma formação mais ampla que envolva trabalho
colaborativo e inovador, podendo serem agentes de transformação do uso das TIC
nas escolas públicas estaduais.
É necessário considerar os princípios elementares que determinam o uso
dos recursos tecnológicos disponíveis na escola, por parte dos professores
e alunos. E se utilizados, analisar a consistência da sua contribuição para a
produção do conhecimento (TONO, 2003 p. 35)
Verificamos que a grande maioria dos professores que rompem os
obstáculos e utilizam pedagogicamente o computador, possuem uma metodologia
que não difere muito daquela, em que são utilizados os recursos didáticos
tradicionais, como o quadro, o giz e o livro impresso.
Ratificando esse posicionamento, Behrens, (2002, p.75), menciona que
Para romper com o conservadorismo, o professor deve levar em
consideração que, além da linguagem oral e da linguagem escrita que
acompanham historicamente o
processo pedagógico de ensinar e
aprender, é necessário considera também a linguagem digital. [...] a
tecnologia possibilita o acesso ao mundo globalizado e à rede de
informação disponível m todo o universo.
A difusão das tecnologias estende-se à escola com a inserção do
computador, mas são necessárias ações que conduzam além da instrumentalização,
com o uso pedagógico significativo deste recurso, para haver verdadeira
transformação em qualidade no processo de pedagógico.
Nesse sentido, Teza (2002, p.5) afirma
A exclusão digital não será sanada com a utilização de software livre e o
computador para todos, a questão é ainda mais abrangente referindo-se a
concepção de ordem educacional e política que se encontram impregnadas
de conceitos carregados ideologicamente pelo sistema econômico
capitalista.
O importante é que se investigue o uso das possibilidades que o
computador oferece para a produção do conhecimento e que, principalmente, se
mostre ao professor estas possibilidades, pois o computador pode vir a se tornar um
veículo poderosíssimo de expressão, estando de posse do professor, de forma
consciente e sem limites, conforme Prado & Martins (2003. p. 25)
A formação do professor em informática na educação precisa ser vista além
do espaço/tempo do curso, contemplando nesse processo a dimensão do
contexto do dia a dia do professor. Nesse enfoque a preparação do
professor envolve muito mais do que ele aprender a lidar com as
ferramentas computacionais. O professor também precisa aprender a
recontextualizar o uso do computador, integrando-o às suas atividades
pedagógicas. Isto significa que o processo de formação deve propiciar ao
professor construir novos conhecimentos, relacionar diferentes conteúdos e
reconstruir um novo referencial pedagógico.
Este deve ser o enfoque de trabalho a ser desenvolvido pelos Assessores
em Tecnologia na Educação atuantes nas CRTEs, apresentar a tecnologia como
algo que pode auxiliar o trabalho do professor, recontextualizando sua prática,
integrando as tecnologias às suas atividades pedagógicas.
Conhecer e dominar as tecnologias torna-se um importante recurso para
inclusão tanto no mundo social como econômico devido à demanda por formação de
trabalhadores. Não se faz aqui, apologia ao modo de produção neo-liberal, apenas
opta-se por educar para democratizar as práticas sociais atuais em que “as
tecnologias caminham para a convergência, a integração, a mobilidade e
multifuncionalidade” e “libertam para espaços e tempos rígidos, possíveis e
determinados”(MORAN, 2007, p.89).
Ruaro (2007, p. 55) destaca
Pretende-se alertar para o fato de que as informações sobre os modos de
produção e organização do capital devem ser explorados pelo currículo não
de modo a servir ao capital e, sim, desenvolver leitura crítica sobre as
manifestações de poder que emanam dele. Essa educação só acontecerá
quando for possível construir coletivamente um currículo em que se
valorize a individualidade e a coletividade numa perspectiva de inclusão
social.
Esse posicionamento relevante deve ser levado em conta nos processos de
formação continuada dos profissionais da educação, para que de possam integrar e
articular a tecnologia aliada ao currículo de maneira a valorizar a individualidade, a
inclusão social de maneira crítica, construtiva e consciente.
Ratificando esse tipo de formação docente, Pena (1999, p. 9), aponta
Para que o professor passe de um ensino convencional e um ensino
apoiado pelas novas tecnologias, [...] exige que a instituição estabeleça o
desenvolvimento de um projeto de formação de professores que priorize a
inserção das TICs numa perspectiva construtiva e reflexiva da ação
docente.
Com base nesse e nos demais princípios apresentados é que se buscou
expandir e fortalecer a ação dos NTEs/CRTEs, buscando formar equipes
multidisciplinares,
formados
por
educadores
da
comprometidos com uma educação pública de qualidade.
rede
pública
estadual
3 – ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO DA PESQUISA
3.1 – METODOLOGIA DA PESQUISA
Diante do problema de pesquisa que trata das Políticas Públicas na Área de
Tecnologia na Educação e a Formação Continuada dos Profissionais da Educação
Pública Paranaense no uso destas tecnologias como proposta pedagógica,
fundamenta-se a pesquisa nas políticas públicas de cunho federal e estadual que
efetivaram e continuam efetivando a incorporação de ferramentas computadorizadas
no contexto educacional. Por meio destas políticas analisamos como ocorreu e como
ocorre processo de formação continuada para uso das tecnologias, pelos
profissionais da educação atuantes em escolas públicas estaduais paranaenses.
Entre os objetivos a serem alcançados com a pesquisa destacam-se:
•
Investigar fundamentos teóricos que sustentam a pesquisa nas
categorias: Tecnologias de Informação e Comunicação, Políticas Públicas na Área
de Tecnologia na Educação, Formação de Professores para uso de Tecnologias e
Paradigmas Educacionais;
•
Levantar e analisar dados por meio de questionário diagnóstico
buscando detectar obstáculos emergentes para incorporação das tecnologias de
informação e comunicação na prática pedagógica dos professores na educação
básica do Paraná;
•
Analisar a situação atual em que se encontra o processo de
implementação das políticas públicas e a formação continuada dos profissionais da
educação na área de tecnologia na educação, por meio de pesquisa documental e
entrevista com profissionais responsáveis pelos programas estaduais na área de
tecnologia na educação.
Considerando que o pesquisador atuou como multiplicador do núcleo de
tecnologia educacional - NTE Curitiba no período de 2001 e 2002, passando a partir
de 2003 a 2007 a exercer o papel de Assessor da Coordenação Estadual de
Tecnologia na Educação – CETE, portanto estando diretamente envolvido nas ações
apresentadas na pesquisa, optou-se pela abordagem qualitativa para nortear a
pesquisa, pois conforme Lüdke e André (1986, p.11) “a pesquisa qualitativa supõe o
contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está
sendo investigada”.
Esse contato com o objeto de estudo permite maior grau de objetividade e
clareza nas informações pesquisadas, como acesso a documentos oficiais, contato
direto com coordenadores dos programas e projetos de formação continuada da
Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED, bem como contato com os
profissionais que desempenham o papel de “multiplicadores” no uso das tecnologias
no contexto educacional. O pesquisador também está diretamente ligado à
elaboração, acompanhamento e avaliação da pesquisa diagnóstica realizada no
Estado do Paraná.
Lüdke e André (1986, p. 61) enfatizam
Nesses estudos há sempre uma tentativa de capturar ‘a perspectiva dos
participantes’ [...] Ao considerar os diferentes pontos de vista dos
participantes, os estudos qualitativos permitem iluminar o dinamismo
interno das situações, geralmente inacessível ao observador externo.
A pesquisa qualitativa tem por objetivo traduzir e expressar o sentido dos
fenômenos do mundo social; trata-se de reduzir a distância entre indicador e
indicado, entre teoria e dados, entre contexto e ação (MAANEN, 1979, p. 520).
Esta afirmação ratifica nosso posicionamento na escolha da metodologia,
pois o estudo das políticas públicas e formação docente para uso das tecnologias,
apresentam dados e informações que buscam reduzir a distância entre teoria e
prática, contexto e ação no uso dos recursos tecnológicos a serviço da educação.
3.2 – UNIVERSO DE PESQUISA
O universo de pesquisa selecionado surgiu em 2005 durante o período de
implantação do Projeto BRA/03/036 – Educação Básica e Inclusão Digital no Estado
do Paraná. Este projeto apresenta em seu artigo 3º como um dos resultados a
serem apresentados:
•
Sistema de monitoramento e avaliação do projeto
elaborado e implementado (Projeto BRA/03/036, p. 19);
Entre as ações de monitoramento, está a ação de auditoria a ser executada
pela Controladoria Geral da União, que em 2005, solicitou a elaboração de um
instrumento de coleta de dados que retratasse o desenvolvimento das ações
configuradas no projeto junto às escolas públicas estaduais de ensino. Coube a
Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação – CETE em parceria com a
Universidade Federal do Paraná - UFPR elaborar o referido instrumento.
A CETE então, atendendo as orientações da Controladoria Geral da União,
resolveu ampliar o horizonte de pesquisa. Elaborou um questionário diagnóstico
(anexo 01) com o intuito de efetuar um levantamento de dados sobre a utilização de
recursos tecnológicos por parte dos professores da rede pública estadual e, como
estes professores implementam o uso dos recursos tecnológicos em sua prática
pedagógica por meio da formação continuada proporcionada pela SEED/PR.
Buscando alcançar um número significativo de escolas e professores,
escolheu-se como universo de pesquisa as 414 maiores escolas de Ensino Médio
em número de alunos matriculados dos 399 municípios do Estado do Paraná. Nos
municípios de Cascavel, Londrina, Maringá, Ponta Grossa e Toledo o universo de
escolas pesquisas foram três por município e, em Curitiba, seis escolas foram
pesquisadas. Este número é proveniente a quantidade elevada de escolas nestes
municípios.
O universo de envolvidos na pesquisa de maneira direta e/ou indireta esta
representado na tabela 02.
Tabela 02 – Universo de pesquisa
Universo de pesquisa
Alunos
412916
Docentes
19226
Docentes pesquisados
3255
Escolas com computadores PROEM
353
Escolas com computadores PROINFO
123
Escolas sem computador
66
fonte: anexo 04 – Relação das Escolas Públicas Estaduais de 399 municípios selecionadas para
pesquisa.
3.3 – INSTRUMENTO DE PESQUISA – QUESTIONÁRIO DIAGNÓSTICO
O instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário diagnóstico (anexo
01), elaborado pela CETE, sob orientação da Profa. Dra. Sônia Haracemiv do Setor
de Educação da Universidade Federal do Paraná, instituição esta que atua como
parceira no processo de implementação do Programa Paraná Digital.
O pesquisador juntamente com a Coordenadora de Tecnologia na
Educação, foram responsáveis pela elaboração do questionário, bem como a
seleção da amostra de escolas a serem pesquisadas.
O questionário foi dividido em 3 categorias de análise, sendo a
primeira dados pessoais, buscando informações de caráter sociocultural. A
segunda buscando informações acadêmicos e relativos à prática docente, como
formação acadêmica, tempo de atuação no magistério, forma de vínculo com a
Secretaria de Estado da Educação – SEED, disciplinas e modalidade de docência.
Na terceira categoria buscou-se dados relativos ao uso instrumental e pedagógico
de tecnologia de informação e comunicação – TIC. Esta categoria levantou
questões relativas ao acesso e utilização das ferramentas das TIC no contexto
instrumental e pedagógico, não somente no ambiente escolar, mas também pessoal,
além de buscar informações a respeito do conhecimento das políticas públicas
denominadas, Paraná Digital e Portal Dia-a-Dia Educação e o processo de formação
continuada para uso dos recursos tecnológicos a partir destas políticas. Também foi
objeto de pesquisa desta categoria, levantar dados para discussão a respeito das
considerações dos docentes a respeito das tecnologias de informação e
comunicação e os maiores obstáculos para se utilizar tecnologias de informação e
comunicação na escola.
3.4 – APLICAÇÃO DA PESQUISA E TABULAÇÃO DOS DADOS
A aplicação do questionário diagnóstico foi orientado pelo pesquisador por
meio de orientações encaminhadas para as CRTEs (anexo 2) e aplicado in loco nos
399 municípios do Estado do Paraná no período de outubro e novembro de 2005
pelos Assessores em Tecnologia na Educação das 32 Coordenações Regionais de
Tecnologia na Educação - CRTEs. Estes assessores visitaram as escolas, entraram
em contato com o diretor levando consigo um ofício circular apresentando o
profissional e a finalidade da pesquisa que foi realizada com 20% dos docentes de
cada escola selecionada (anexo 03).
A escolha das escolas de ensino médio se deu por serem as maiores
escolas em quantidade de alunos e docentes, bem como serem as escolas que
participaram da feira de informática realizada em 1998, por meio do programa
público denominado Programa de Extensão, Melhoria e Inovação do Ensino Médio
do Paraná - PROEM.
Das 414 escolas de ensino médio (anexo 04) em número de alunos
matriculados, 353 delas receberam computadores PROEM. As demais não foram
contempladas com computadores deste programa devido ao fato de terem
implementado modalidade de ensino médio a partir de 1998, ou serem construídas
depois desta data, 123 receberam escolas receberam computadores PROINFO. Na
afirmativa “receberam” não estamos querendo afirmar que estes equipamentos
continuam disponíveis nas escolas em condições de uso, pois estes equipamentos
por motivos diversos passaram a não ter nenhum tipo de assistência técnica quanto
à manutenção, atualização e renovação de equipamentos.
Após realização da pesquisa in loco nas escolas, os Assessores das CRTEs
efetuaram a digitação dos dados do questionário utilizando um ambiente que foi
disponibilizado em abril/2006. Este ambiente foi elaborado pela Coordenação de
Infra-estrutura do CETEPAR por orientação do pesquisador e foi produzido em
software livre, por um técnico, utilizando uma Front-end em PHP baseado no
sistema MySQL que “é um sistema de gerenciamento de banco de dados (SGBD),
onde utiliza a linguagem SQL (Structured Query Language - Linguagem de Consulta
Estruturada) como interface” (WIKIPEDIA, 2007). A digitação podia ser realizada
tanto no sistema operacional Windows como Linux, disponível na intranet da
Companhia
de
Informática
do
Paraná
–
CELEPAR,
no
endereço
http://10.74.50.3/cete/diagnostico.
Após finalização das digitações, o mesmo técnico procedeu o tabulação
dos
dados
em
cada
questão,
conforme
orientações
do
pesquisador,
disponibilizando os para a CETE.
Coube ao pesquisador elaborar a análise dos dados por meio de tabelas e
gráficos utilizando o aplicativo de planilhas da Microsoft Office Excel 2003.
O total de docentes previstos foi de 3245 profissionais das diversas áreas
do conhecimento. Esta quantidade de profissionais corresponde a 20% dos
docentes (16226) do total de escolas pesquisas. O total de questionário digitados foi
de 2757 questionários, correspondente a 85% dos questionários encaminhados.
Cabe ressaltar que dos 15% faltantes, referem-se a professores que não
devolveram o questionário preenchido e também a algumas CRTEs que não
efetuaram a digitação dos dados.
Após digitação dos dados, os questionários foram encaminhados a CETE
para análise e arquivamento, cabendo ao pesquisador a análise e guarda dos
referidos questionários.
Importante ressaltar, que durante todo o processo de efetivação da
pesquisa, praticamente todas as dúvidas, informações, solicitações e sugestões
foram tratadas pelo pesquisador com os Assessores e a Coordenação Estadual de
Tecnologia na Educação por meio de ambientes virtuais (Chat, e-mail e fórum de
discussão e telefone).
4 –ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS COM AS POLÍTICAS
PÚBLICAS E COM A PESQUISA DIAGNÓSTICA
Apresentaremos neste capítulo resultados das políticas públicas na área de
tecnologia na educação bem como considerações acerca da pesquisa, realizada nos
414 colégios públicos estaduais do Paraná.
4.1 – RESULTADOS OBTIDOS COM A IMPLEMENTAÇÃO DAS POLÍTICAS
PÚBLICAS PROINFO E PROEM NO PARANÁ NO PERÍODO DE 1997 A 2002
Reconhecemos que o implemento do Estado por meio das políticas
“PROINFO e PROEM” abrem oportunidades para facilitar o acesso ao computador.
Mas são precárias e às vezes inexistentes, as condições para se dar sustento no
ambiente escolar, do uso pedagógico desta ferramenta. Dados coletados em
pesquisas realizadas por meio de dissertações na área de tecnologia na Educação e
em especificidade as Políticas Públicas PROINFO e PROEM, além da pesquisa
diagnóstica utilizada como instrumento de pesquisa desta dissertação de mestrado
evidenciam os fatores que dificultam e até mesmo impedem a apropriação do
computador como ferramenta didática pelo professor.
Tais fatores são àqueles que perpassam por elementos de caráter técnico,
administrativo, pedagógico, social e econômico. Ou seja, o Estado até fornece o
instrumento, mas restringe as condições para a sua utilização, pois não prevê
manutenção dos equipamentos, nem apoio técnico aos professores durante as aulas
e quanto menos assessoria pedagógica no delineamento das estratégias didáticas a
serem empregadas pelo professor com uso do computador. E quanto ao preparo do
professor para utilizar pedagogicamente o computador teve-se restringido aos
cursos promovidos pelo NTE, que ocorre de modo esporádico e prioritariamente com
enfoque operacional do computador.
Por mais que as diretrizes das políticas PROINFO e PROEM proclamem
toda esta sustentabilidade, na prática, verificamos que isso não ocorre. Há
discordância entre as pretensões declaradas nas proposituras públicas e a
constatação da real condição no ambiente escolar público. Esta discordância fica
aparente quando analisamos os dados obtidos com a pesquisa realizada, onde 78%
dos professores pesquisados possuem computador em sua casa, porém apenas
11% responderam que utilizam o computador na sua prática pedagógica.
Tabela 03 – Possui computador em casa
15 - Possui computador em casa:
sim
2147
78%
não
570
21%
40
1%
não responderam
Fonte: o Autor
A tabela 04 referente à questão 23 do questionário diagnóstico apresenta
dados referente aos recursos que os professores utilizam em sua prática
pedagógica.
Tabela 04 – Recurso que comumente utilizada em sua prática pedagógica
23. O recurso que comumente utiliza em sua prática pedagógica é (são):
TV e Vídeo
2280
28%
Aparelho de Som
1242
15%
Retroprojetor
1230
15%
DVD
988
12%
Computador
933
11%
Rádio
619
8%
Máquina Fotográfica
476
6%
Telefone
108
1%
Videoconferência
111
1%
não responderam
136
2%
Outro(s)
116
1%
Fonte: o Autor
Percebemos que a tecnologia computador, está presente nas residências
dos professores, porém seu uso enquanto ferramenta pedagógica está limitada a
poucos (11%). Este posicionamento é confirmado por Cysneyros (2000)
[...] o professores não utilizam as tecnologias disponíveis na escola. São
comentários do tipo “professor é muito conservador”, “tem medo de mudar”,
ou “usa vídeo ou o computador em casa, mas não na escola”. Considero
injusto responsabilizar os professores pelo atraso tecnológico do ato de
ensinar. Por que outros profissionais inserem facilmente, sem traumas,
novas ferramentas em suas atividades? Uma das causas é que os
computadores pessoais ainda são tecnologias em mutação, pouco
adaptadas às necessidades do professor e do aluno das escolas públicas.
Concordamos com a afirmação, pois os computadores e a tecnologia
necessitam de adaptações para uso pedagógico, tornando-se instrumento que
auxilie o professor no ato de educar. Existe uma grande necessidade de se investir
em metodologias, softwares de forma gratuita que permitam a inserção destas no
ambiente escolar público.
O acesso que se proporcionou aos professores, através dos cursos
ministrados pelo NTE, por ordem da Secretaria de Estado da Educação do Paraná,
foram predominantemente de caráter operacional-técnico, sem incentivo à pesquisa
científica com amparo de Instituições Educacionais em várias instâncias, que
orientassem para um método de disseminação do uso do computador como
ferramenta auxiliar do trabalho pedagógico, que favoreça a reflexão e a
conscientização, e que o seu uso conduza efetivamente à transformação do
ambiente escolar.
Esta orientação da SEED/PR fez com que fosse reduzida a carga horária
dos cursos de capacitação de 120 horas para cursos com duração de 20, 40 ou 60
horas no máximo, contrariando inclusive a proposta feita pelo CEFET durante os
cursos de especialização realizada.
Durante um período utilizou-se como metodologia a pedagogia de Projetos,
conforme Cysneiros (2000) destaca
[...] Um ano depois, o funcionamento de tais laboratórios (PROINFO) é
parcial na maioria dos estados. As redes Windows NT são pouco utilizadas,
poucas escolas tem ligação com a Internet e poucos professores trabalham
conteúdos curriculares utilizando computadores. Em algumas escolas tem
sido implementadas experiências com Pedagogia de Projetos, explorando
temas ligados a problemas locais e a eventos históricos, porém tais
experiências não são generalizadas e não chegam a ocupar
intensivamente os equipamentos existentes.
No Paraná a metodologia da pedagogia de Projetos foi desenvolvida no
período que corresponde aos anos de 1998 a 2001.
Computadores estão passando a compor o rol de recursos disponíveis para
uso pedagógico, no entanto, é necessário considerar os princípios elementares que
determinam o uso ou não destes, por parte dos professores e alunos. E se
utilizados, analisar a consistência da sua contribuição para a produção do
conhecimento. Verificamos que a grande maioria dos professores que rompem os
obstáculos e utilizam pedagogicamente o computador, possuem uma metodologia
que não difere muito daquela, em que são utilizados os recursos didáticos
tradicionais, como o quadro, o giz e o livro impresso.
Os dados da pesquisa diagnóstica revelaram que o uso pedagógico
predominante do computador tem sido para edição de textos (27%) e busca
informações via Internet (23%).
Tabela 05 – Relativo ao uso do computador, a(s) ferramenta(s) ou aplicativo(s) que utiliza
pedagogicamente é(são)
19. Relativo ao uso do computador, a(s) ferramenta(s) ou aplicativo(s) que utiliza pedagogicamente
é(são):
Editor de Texto
1590
27%
Internet
1364
23%
Sites Educativos
901
15%
Editor de Foto e/ou Imagem
364
6%
Jogos
306
5%
Software de Apresentação
268
5%
Planilha Eletrônica
223
4%
Software Educacional
144
2%
Nenhum
559
9%
não responderam
130
2%
47
1%
Outro(s)
Fonte: o Autor
Acreditamos que estes usos já denotam avanço, mas as possibilidades que
o computador oferece vão muito além destes, como criação, simulação, interação,
comunicação e divulgação, tudo sob comando humano. O importante é que se
investigue o uso das possibilidades que o computador oferece para a produção do
conhecimento e que, principalmente, se mostre ao professor estas possibilidades,
pois o computador pode vir a se tornar um veículo poderosíssimo de expressão,
estando de posse do professor, de forma consciente e sem limites.
[...] a formação do professor em informática na educação precisa ser vista
além do espaço/tempo do curso, contemplando nesse processo a dimensão
do contexto do dia a dia do professor. Nesse enfoque a preparação do
professor envolve muito mais do que ele aprender a lidar com as ferramentas
computacionais. O professor também precisa aprender a recontextualizar o
uso do computador, integrando-o às suas atividades pedagógicas. Isto
significa que o processo de formação deve propiciar ao professor construir
novos conhecimentos, relacionar diferentes conteúdos e reconstruir um novo
referencial pedagógico. (PRADO & MARTINS, 2003)
Durante o período de atuação dos NTEs no estado, muitos foram os
trabalhos desenvolvidos e as metodologias utilizadas, porém os resultados muito
aquém de uma proposta de Inclusão digital e Universalização de acesso, pois os
NTEs realizaram cursos presenciais em laboratórios próprios, onde os professores
realizavam atividades, pesquisas, projetos utilizando o computador e todos os
recursos disponíveis, porém ao retornar ao ambiente escolar, deparava-se e ainda
depara-se com falta de apoio, incentivo, preparo e assessoria permanente para de
maneira real incorporar as tecnologias o contexto educacional.
4.2 – RESULTADOS OBTIDOS COM A IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO
BRA/03/036 – EDUCAÇÃO BÁSICA E INCLUSÃO DIGITAL NO ESTADO DO
PARANÁ NO PERÍODO DE 2003 A 2007.
O programa BRA03/036 teve inicio em 2003 e os resultados aqui
apresentados refletem o período de análise correspondente aos anos de 2003 a
2007, com base em informações coletadas com as equipes de profissionais que
respondem pelos programas Paraná Digital e Portal Dia-a-Dia Educação, bem como
dados obtidos nos sites e documentos de domínio público dos programas, Portal
Dia-a-Dia Educação25 e Paraná Digital26.
25
Fonte: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br
26
Fonte: www.paranadigital.pr.gov.br
4.2.1 - Acesso às novas tecnologias de informação e comunicação – Programa
Paraná Digital
Para execução do Programa Paraná Digital, efetivou-se uma parceria entre
a Universidade Federal do Paraná - UFPR, a Companhia de Energia Elétrica do
Paraná – Copel, a Companhia de Informática do Paraná – CELEPAR e o Secretaria
de Estado da Educação - SEED por meio da Assessoria em Tecnologia de
Informação
- ATI e o Centro de Excelência em Tecnologia Educacional –
CETEPAR.
A Copel, está responsável pelo estabelecimento de conectividade em todas
as 2100 escolas públicas estaduais por meio de fibra ótica, antena digital ou via
rádio por transmissão via satélite. Esta ação foi desencadeada a partir de 2005,
quando foi assinado um convênio entre o Governo do Estado e a Copel. O total de
escolas até dezembro/2007 é de 1680 escolas conectada a rede mundial de
computadores.
A
expectativa
da
Copel
é
de
chegar
atingir
a
totalidade
dos
estabelecimentos ainda no primeiro semestre de 2008.
Coube a UFPR, por meio do Centro de Computação Científica e Software
Livre da Universidade Federal do Paraná, desenvolver a tecnologia multiterminal
four-head, em que quatro monitores funcionam conectados a uma única CPU e
estes a um servidor localizado em cada escola. O sistema operacional disseminado
é o Debian de distribuição LINUX.
A Celepar, responsável pelo gerenciamento do sistema operacional consta
hoje com servidores instalados em Curitiba e tem como filosofia de trabalho a
intervenção mínima, ou seja, a manutenção do sistema pode ser feita de modo
remoto, estando o sistema apto a realizar backup, formatação e atualização dos
servidores locais sem a necessidade de encaminhar um técnico especializado para
executar estas ações. Coube também a Celepar e a UFPR a elaboração de um
sistema de monitoramento do uso dos laboratórios.
Figura 01 – Página do Paraná Digital – www.paranadigital.pr.gov.br
Este sistema permite acompanhar a quantidade de escolas
on-line
conectados a rede do Paraná Digital, o total de horas de utilização da rede (anexo
05) por meio da fibra ótica da Copel, ou satélite, o uso de computadores em
quantidade de horas por regional (anexo 06), e por escola (anexo 07) e de usuários
logados ao sistema (anexo 08), utilizando o link Estatística de uso de Paraná Digital.
A análise dos dados deste site nos permite afirmar que a presença dos
laboratórios tem sido mais efetivo que no período dos programas PROINFO e
PROEM. Os fatores que norteiam este avanço, são de ordem diversas, entre elas
podemos citar a presença mais ampla dos computadores nas residências dos
professores, o maior interesse dos professores em utilizar a tecnologia, a existência
de um ambiente pedagógico colaborativo (Portal Dia-a-Dia Educação) e o trabalho
desenvolvido pelos Assessores das CRTEs que orientam e executam a formação
continuada dos profissionais da educação das escolas para uso das tecnologias.
Os demais links deste sítio trazem informações de caráter informacional,
download de projetos executivos, que tem por finalidade orientar as empresas que
executaram obras de infra-estrutura para instalação dos laboratórios, tenham acesso
às plantas baixas das escolas com os respectivos projetos elétricos e lógico das
escolas. (anexo 09). O sistema de registro de ocorrências tem sido utilizado para
que os técnicos de suporte das CRTEs disponibilizem informações de caráter
técnico sobre problemas de infra-estrutura e abertura de demanda para equipe
responsável pelo programa na SEED/PR (anexo 10).
O sistema também disponibiliza manuais de suporte para instalação dos
laboratórios (anexo 11).
Este sistema permite uma intervenção nas escolas para diagnosticar e
solucionar problemas de ordem técnica, bem como uma intervenção pedagógica por
meios das CRTEs para aprimoramento do processo de formação continuada dos
profissionais da educação destas escolas. Ao acessar o sistema os Assessores
pedagógicos e técnicos das CRTEs, bem como a CETE tem como acompanhar,
orientar, incentivar e desenvolver atividades de cunho instrumental para utilização
dos laboratórios do Paraná Digital, além de promover uma formação pedagógica
para utilização dos recursos disponíveis nas escolas.
A administração intermediária do sistema se dá hoje por meio dos técnicos
de suporte das 32 CRTEs do Paraná da SEED/PR, que tem a função de
acompanhar, avaliar e resolver problemas de configuração e manutenção do sistema
operacional nas escolas e efetuar a formação continuada dos Administradores locais
de todas as escolas para atuarem em nível de administração local.
4.2.2 - Modelo colaborativo de produção, uso e disseminação de conteúdos
educacionais na internet - Portal Dia-a-Dia Educação
O Portal Dia-a-Dia Educação foi lançado oficialmente em dezembro/2003, e
configura-se como um ambiente pedagógico colaborativo para toda comunidade
escolar, pois integra educadores, alunos, escolas e comunidade escolar.
Figura 02 – Página do Portal Dia-a-Dia Educação – www.diaadiaeducacao.pr.gov.br, versão
utilizada entre os anos de 2003 a 2006.
Abaixo apresentamos alguns dados referentes à utilização do Portal Dia-aDia Educação entre os anos de 2003 a 2007.
Tabela 06 – Dados referentes à utilização do Portal Dia-a-Dia Educação.
2003
2004
2005
2006
2007
usuários cadastrados
2865
8790
10945
15942
34587
professores da rede
2408
6545
7066
8894
19561
servidores públicos
0
0
0
1035
3363
outros: alunos
80
286
512
866
1332
outros: professores
outros:
convidados/comunidade
254
1245
2597
3952
8337
130
624
650
1172
1966
OAC publicado
51
164
72
136
81
imagens
1348
291
362
531
356
acessos
413636
639352
501558
445666
568800
e-mail expresso
2423
6650
7178
9950
22924
Fonte: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br., disponibilizado pela Coordenação do Portal em março de
2008.
Dentre os números apresentados destacamos que em 2007 o número de
OAC publicado, pois de acordo com dados apresentados pela equipe de
Coordenação do Portal Dia-a-Dia Educação destacamos
O foco do portal em 2003, quando o mesmo foi criado, estava nos OACs,
uma ferramenta desenvolvida em conjunto com a CELEPAR, para que os
professores escrevessem material para seus colegas e que esta produção
fosse orientada por seus pares, que ajudam na elaboração do material e na
utilização da ferramenta e este material fique disponível na rede para
qualquer internauta que queira aproveitar o conhecimento e dados ali
disponibilizados. Bastava estar cadastrado no portal para acessar os
OACs, porém apenas os professores da rede tinham a possibilidade de
criar um material. Porém, uma vez que o mesmo estivesse disponibilizado,
qualquer um que quisesse colaborar teria a possibilidade de encaminhar
sua colaboração por meio do ambiente. (Ana Claudia Bastian Machado –
Assessoria do Portal Dia-a-Dia Educação, março 2008).
O site é aberto a todos os visitantes, sendo que os profissionais da
educação pública do Paraná possuem acesso a uma série de informações,
ferramentas, consultas e demais serviços por meio de login e senha.
O Portal passou no ano de 2007 por uma reformulação, porém continuam
com os espaços para educadores (anexo 12), alunos (anexo 13), escolas (anexo 14)
e comunidade (anexo 15). Cada um destes espaços é constituído de informações
distribuídas em duas áreas (formação e recursos) nas laterais da página e no centro
informações e notícias. que atendam as necessidades do público alvo, promovendo
informação, integração e interação.
Em entrevista feita com a professora Ana Claudia Bastian Machado, a
mesma destaca as principais mudanças que ocorreram no portal a partir de 2007.
O portal trabalhava com linguagem html e passou para um gerenciador de
portais em php chamado xoops, o novo layout permite uma maior
navegabilidade e visibilidade para os conteúdos que são disponibilizados no
portal.
Hoje o portal mantém a estrutura de uma página inicial e quatro ambientes,
com informações voltadas a cada um dos públicos (educadores, escola
(gestores e funcionários), alunos e comunidade), sendo a página inicial
portadora de notícias da educação e os menus divididos de acordo com cada
tipo de informação disponibilizada, como por exemplo, para os educadores
temos um menu voltado para a formação do docente, um menu com recursos
didáticos, um menu com outras informações, e assim por diante.
Na home temos várias páginas de conteúdos separadas que permitem o
gerenciamento dos mesmos de uma forma mais dinâmica e organizada.
(Ana Claudia Bastian Machado, Portal Dia-a-Dia Educação, março 2008).
Figura 03 – Portal Dia-a-Dia Educação, disponível em www.diaadiaeducacao.pr.gov.br
Outro dado importante sobre o portal é o crescimento de usuários
cadastrados que de 2006 que foi de 15942 usuários passou em 2007 para 34587
usuários cadastrados. O número de contas expresso (e-mail institucional
@seed.pr.gov.br) passou de 9950 contas em 2006 para 22924 contas em 2007.
Estes dados retratam o uso crescente do ambiente, e entre os fatores que
impulsionaram este crescimento destacamos que em 2007 foi o ano em que o
Paraná Digital mais entregou e implantou laboratórios nas escolas públicas
estaduais. Com a chegada dos laboratórios cresceu também o trabalho de
assessoria in loco das CRTEs nas escolas, sendo que uma das primeiras ações
desta equipe a ambientação dos professores para uso dos equipamentos, efetuando
cadastro dos professores no portal Dia-a-Dia Educação, criação de contas de e-mail
institucional, promovendo a divulgação e utilização deste portal institucional.
4.2.3 - Programa de fortalecimento e expansäo dos NTEs - Criação da
Coordenação Regional de Tecnologia na Educação - CRTE
Conforme explicitado anteriormente a implantação da CETE e das CRTEs
teve início quando da assinatura da resolução 1636/04 (anexo 16) da SEED/PR e a
instrução 04/2004 (anexo 17) da SUED/SEED.
A efetivação da implantação se deu em fevereiro de 2005, quando do
suprimento de 190 profissionais da educação que passariam a exercer a função de
Assessores em Tecnologia na Educação.
O total de Assessores para as CRTEs é de 203 Assessores Pedagógicos e
64 técnicos de suporte, lotados nos 32 NREs do Estado do Paraná. Conforme dados
apresentados na tabela 07, destacamos que o total de Assessores em Tecnologia
na Educação varia de uma CRTE para outra. Esta ocorre, pois o cálculo feito para
determinar o número destes profissionais em cada CRTE é de acordo com o número
de escolas vinculadas ao NRE, considerando uma média de 10 a 12 escolas por
assessor no processo de assessoria pedagógica.
Salientamos, porém que em duas CRTEs, Curitiba e Londrina esta média
não foi possível de ser mantida, pois de acordo com as regas da SEED/PR, a
demanda de cada CRTE não pode ser superior a demanda da equipe de ensino,
cuja demanda máxima hoje é de 520 horas27, correspondente a 12 profissionais com
carga horária semanal de trabalho de 40 horas.
Denota-se desta forma um avanço em relação à estrutura dos NTEs no que
diz respeito ao número de profissionais envolvidos no processo de formação
continuada na área de tecnologia na educação pública do Paraná, quando da
implementação da nova proposta de inclusão digital. Outro fator relevante neste
contexto é que estes assessores passam a serem responsáveis por um número
determinado de escolas para exercer o processo de assessoria in loco nas escolas,
passando desta forma a escola a ser o lócus da formação dos profissionais da
educação pública paranaense.
O quadro abaixo demonstra o total de Assessores e técnicos em cada
CRTEs.
27
Fonte: SEED/GRHS – Grupo de Recursos Humanos.
Tabela 07 - Quadro demonstrativo da distribuição dos Assessores Pedagógicos e Técnicos.
NRE/CRTE
Assessor Pedagógico
Técnico de Suporte
Apucarana
6
2
Área Metropolitana Norte
10
2
Área Metropolitana Sul
12
2
Assis Chateaubriand
3
2
Campo Mourão
6
2
Cascavel
9
2
Cianorte
3
2
Cornélio Procópio
7
2
Curitiba
12
2
Dois Vizinhos
4
2
Foz do Iguaçu
6
2
Francisco Beltrão
10
2
Goioerê
3
2
Guarapuava
5
2
Irati
5
2
Ivaiporã
5
2
Jacarezinho
5
2
Londrina
12
2
Maringá
10
2
Loanda
3
2
Paranaguá
4
2
Paranavaí
5
2
Pato Branco
7
2
Pitanga
3
2
Ponta Grossa
11
2
Telêmaco Borba
5
2
Toledo
9
2
Umuarama
7
2
União da Vitória
5
2
Wenceslau Braz
3
2
Laranjeiras do Sul
5
2
Ibaiti
3
2
203
64
Total de Profissionais
Fonte: SEED/CETEPAR/CETE, consulta realizada em agosto/2007.
Outra etapa importante no processo de implantação das CRTEs foi à
incorporação desta equipe no mesmo espaço físico dos NREs28, o que permitiu uma
aproximação entre aqueles que discutem e implementam ações na área de
tecnologia na educação com aqueles profissionais que orientam e implementam
ações pedagógicas da SEED.
Quando da chegada desta equipe ao NRE, muitos foram e são ainda os
obstáculos enfrentados pela equipe de Assessores em Tecnologia na Educação,
como exemplo citamos, que os mesmos passaram a desenvolver atividades de
digitação de documentos e suprimentos de carga horária quando da sobrecarga de
serviço pelos profissionais do NRE. Também temos relatos dos assessores, que
ouvem dos profissionais do NRE comentários, “a gente passa lá e eles estão sempre
atrás dos computadores, fazendo o quê ninguém sabe”. Este tipo de comentário
demonstra a falta de entendimento de muitos que a tecnologia demanda de
pesquisa, estudo, principalmente no que diz respeito à proposta de implementação
do Paraná Digital, que apresenta uma arquitetura tecnológica, não somente de
hardware, mas também de software diferenciada do sistema operacional até então
aplicado. O LINUX e seus aplicativos eram desconhecidos para a grande maioria
dos Assessores em tecnologia na educação, pois cabe lembrar que são professores
concursados em disciplinas no núcleo comum e, portanto seu conhecimento de
informática se dava por meio de cursos realizados pelos NTEs, ainda no sistema
operacional Windows ou por aprimoramentos pessoais e interesse na área.
Esta etapa de estudos sobre o LINUX e seus aplicativos, implicou em um
trabalho que teve início em 2005 e persiste ainda nos dias de hoje, e provavelmente
com a atualização constante pela qual passa a tecnologia, o trabalho de estudo e
pesquisa persistirá. Outra questão levantada pelos Assessores é que como houve
atraso na implantação dos laboratórios do Paraná Digital, a alegação desta equipe
de ir para escola sem ter os laboratórios era questionada tanto pelo assessores
como pelas equipes dos NREs. Somente em 2007 houve uma ampla efetivação no
processo de instalação dos laboratórios, o que permitiu uma ação mais intensa das
CRTEs nas Escolas. Entendemos que tecnologia no contexto educacional vai além
da tecnologia computador, porém a resistência foi grande por parte de todos.
28
Os NTEs eram possuíam estrutura física própria, laboratórios, sala dos multiplicadores. Este
espaço físico era localizado em uma das escolas que abrigava a sede do NTE. Não havia nenhum
contato entre aqueles que discutiam tecnologia na educação e os profissionais que discutiam a
política estadual de educação.
Relatos de assessores em tecnologia na educação apontam hoje um melhor
entrosamento das equipes das CRTEs e dos NREs no entendimento dos trabalhos e
necessidades de cada um dos setores, porém as conquistas e os espaços de
trabalho e de integração ainda são desafios que deverão ser vencidos por todos.
A formação da equipe de técnicos de suporte foi outro implemento
importante para as CRTEs, pois a falta de Assessoria técnica na manutenção dos
laboratórios é outro fator determinante para a não utilização da tecnologia de forma
efetiva. O total de profissionais atuantes em cada CRTE é de 2 profissionais, apenas
a CRTE de Curitiba, conta hoje com 3 técnicos de suporte, pois apresenta um
número elevado de escolas sob sua área de abrangência.
O trabalho desenvolvido por esta equipe vai desde o acompanhamento da
obras de infra-estrutura da copel e das empresas contratada pelas escolas para
realização das obras de infra-estrutura de rede elétrica e lógica que foram
certificados por engenheiros elétricos contratados por meio do projeto BRA/03/036
em nível de consultoria, bem como acompanhamento da instalação dos
computadores pela empresa, Positivo Informática, vencedora do processo de
licitação para aquisição e instalação dos 44000 computadores nas escolas públicas
Estaduais. Este foi o trabalho inicial, porém o trabalho hoje é, assistência técnica às
escolas e formação continuada aos administradores locais, que são servidores
públicos que atuam nas escolas na função de secretário da escola, ou técnico
administrativo que tem a função de administrar o laboratório da escola em nível
local.
A presença de um profissional responsável direto pelo laboratório
informática na escola, além do técnico de suporte são de fundamental importância e
relevância para a utilização efetiva da tecnologia no contexto educacional. Esta
necessidade pode ser comprovada na pesquisa diagnóstica realizada no estado,
conforme tabela abaixo:
Tabela 08– Maiores obstáculos para se utilizar tecnologias de informação e comunicação escola
é(são):
27. Os maiores obstáculos para se utilizar tecnologias de informação e comunicação na escola
é(são):
Falta de suporte técnico-adiminstrativo durante as aulas
1031
16%
Falta de manutenção freqüente das recursos tecnológicos
952
15%
Falta de tempo para praticar suficientemente as tecnologias
926
14%
Falta de assessoria pedagógica para elaboração de propostas inovadoras com
uso das tecnologias
922
14%
Dificuldade em ulilizar as tecnologias pedagogicamente
855
13%
Falta de tempo para preparar a aula com uso das tecnologias
661
10%
Dificuldade de agendar o uso de tecnologias
454
7%
Outro(s) obstáculo(s)
497
8%
não responderam
212
3%
Fonte: o Autor
Observamos que 16% dos professores citam que entre os maiores
obstáculos para uso das tecnologias, está a falta de suporte técnico-administrativo
durante as aulas. Um fator importante a ser levado em conta é que os
administradores locais não são substitutos dos professores durante as aulas nas
quais o professor e seus alunos estão no laboratório de informática da escola, o seu
papel é preparar e organizar o espaço físico, elaborar agenda de uso, manutenção e
resolução de problemas de ordem técnica dentro da sua instância de trabalho.
Também merece destaque o fato de 15% dos professores relatarem que a
falta de manutenção freqüente das recursos tecnológicos é um dos fatores que vem
impedindo os professores de utilizarem as tecnologias de forma efetiva no contexto
escolar.
Percebemos, portanto a assertividade da proposta quando da implantação
da função de técnicos de suporte e de administradores locais para o atendimento às
escolas, porém ressaltamos a importância de uma formação continuada efetiva e
precisa destes profissionais, para poderem atuar em suas funções de maneira
satisfatória.
Conforme dados no Paraná Digital29 o total de laboratórios instalados até o
final de 2007 é de 1900 laboratórios, sendo que 1680 encontram-se conectados a
rede mundial de computadores, por meio de fibra ótica ou rádio via antena digital.
Os técnicos de suporte das CRTEs também efetuam o acompanhamento e
verificação da rede elétrica e lógica dos computadores PROINFO entregues nas
escolas. No ano de 2007, 2370 computadores foram instalados em 237 escolas de
educação profissional, bem como para 2008 estão previstas as instalações de 4460
computadores, em 446 estabelecimentos de ensino da rede estadual e municipal,
destes 123 serão destinados às escolas estaduais.
Outra ação desempenhada pelos técnicos de suporte diz respeito à
instalação e manutenção de antenas digitais quer permitem a conectividade das
escolas com a TV Escola e a TV Paulo Freire, sendo estas duas ações, a primeira
de cunho federal e a segunda de cunho estadual que promovem o processo de
utilização da tecnologia na educação por meio de programas televisivos. Não
entraremos em detalhes com relação a estes programas, por não serem o foco deste
trabalho, porém ressaltamos a importância destes implementos no processo de
inclusão de tecnologia no processo educacional.
Para dar suporte ao trabalho das CRTEs a Coordenação Estadual de
Tecnologia na Educação – CETE, que era composta por 4 profissionais, sendo 1
coordenador e três assessores entre os anos de 2003 e 2004, passou a contar em
2005 com 9 profissionais que exerciam funções de gerenciamento da ações a serem
desenvolvidas elas CRTEs, seguindo orientações da Diretoria do CETEPAR e da
Superintendência de Estado da Educação – SUED, conforme consta no site da
CETE (2007)30, temos
A Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação (CETE)
atende as diretrizes provindas da Superintendência de Estado da
Educação – SUED, no que tange as ações de sistematização para
pesquisa, capacitação e avaliação quanto à aplicabilidade pedagógica de
tecnologias de informação e comunicação nas diversas áreas do
conhecimento. O método de trabalho da Coordenação Estadual tem como
base a Gestão Democrática, a qual estabelecer integração com os Núcleos
Regionais de Educação (NRE) e com os Departamento da SEED, na
tomada de decisões em relação às ações cabíveis às Coordenações
Regionais de Tecnologia na Educação.
29
30
Fonte: www.paranadigital.pr.gov.br, acessado em janeiro/2008
Fonte: www.cete.pr.gov.br, acessado em julho 2007
A arquitetura das ações cabíveis aos Assessores das CRTEs foi organizada
segundo duas grandes dimensões, são elas: A primeira diz respeito à ação de
assessoria técnica-pedagógica e de capacitação ocorridas diretamente nas escolas.
Cada Assessor deve atuar diretamente na escola sob sua responsabilidade,
orientando educadores em atividades relacionadas ao uso das tecnologias como
ferramentas contribuintes do processo de ensino e de aprendizagem. Nesta ação
cabe ao profissional da CRTE assessorar o planejamento e desenvolvimento de
atividades didáticas com uso de tecnologias disponíveis na escola. Como exemplo,
destaca-se o auxílio e orientação n: Criação e/ou manutenção dos sites das
escolas(anexo 17), planejamento e desenvolvimento de projetos educacionais
(disciplinares e interdisciplinares) e pesquisa e elaboração de materiais didáticos e
metodologias com uso do computador. A segunda ação atribuída aos Assessores
refere-se a pesquisa e interação em 14 Grupos de Trabalho - GTs na área de
tecnologia na educação, instituídos pela CETE com o objetivo de formar uma
comunidade virtual para investigar, testar e avaliar recursos tecnológicos e
estratégias metodológicas para uso pedagógico nas disciplinas curriculares.
Identificam-se os 14 GTs por: GT de História, Geografia, Filosofia,
Língua Portuguesa, Língua estrangeira moderna, Biologia,
Sociologia,
Química,
Física,
Educação Física, Ciências, Matemática, Ensino Religioso e de Artes. Integram os 14
GTs, os Assessores das 32 CRTEs, cada qual participando das atividades do GT de
disciplina correspondente à sua formação e/ou seu interesse, como pesquisador e
articulador, dando a contribuição à produção do GT, para posterior publicação no
Portal Dia-a-dia Educação.
. Hoje as produções dos GTs não estão mais entre as ações a ser
desenvolvidas pelos Assessores das CRTEs, pois a necessidade de assessoria in
loco nas escolas, associadas a outras ações como a implementação da TV Paulo
Freire, TV Multimídia, criação e implementação do site das escolas, e com a quase
totalidade de laboratórios do Paraná Digital instalados, torna-se prioritário o trabalho
dos assessores voltados à utilização destes recursos disponíveis nas escolas.
Importante ressaltar que muitas das produções dos GTs foram estão sendo
incorporadas nos computadores, destacamos aproximadamente 150 softwares que
estão em fase de implantação nos servidores da CELEPAR e estarem distribuídos
em todos os laboratórios de informática das escolas.
Os Assessores das CRTEs, sendo professores da rede pública estadual
necessitaram e necessitam de formação continuada para exercerem suas funções,
sejam elas de ordem pedagógica ou técnica. A tabela abaixo demonstra as
principais ações desenvolvida na formação das equipes das CRTEs.
Tabela 09 – Quadro demonstrativo das principais ações de formação continuada dos
assessores das CRTEs.
Período
Ação de formação continuada
Pesquisa de softwares para uso
pedagógico, com elaboração de manual de uso;
SEED/PR
Pesquisa/uso de ambientes virtuais de
interação dentro da plataforma LINUX (DOKEUS);
SEED/PR
Curso de Open Office e aplicativos
Curso de Legislação, produção de
material didático e projetos em EAD
2004/2005
Instituição Promotora
INTEL/MICROSOFT
NEAD/UFPR
Curso em LINUX
UFPR
Curso de Open Office
CELEPAR
Capacitação das CRTEs/TV Escola
Administradores do Ambiente e-proinfo na
plataforma LINUX
I Fórum de Debates sobre Alfabetização
e Letramento Digital do Estado do Paraná
I e II encontro dos Assessores em
Tecnologia na Educação das CRTEs do Paraná
Imersão de Novos Assessores das
CRTEs em ferramentas das TICs
Curso de Robótica para os Assessores
das CRTEs
MEC/PROINFO
SEED/PR
SEED/PR
SEED/PR
SEED/PR
Período
Ação de formação continuada
2006/2007
Instituição Promotora
III, IV e V Encontro dos Assessores em
Tecnologia na Educação das CRTEs do Paraná
SEED/PR
Oficina de Criação do Site das Escolas
Públicas Estaduais
SEED/PR
Como Usar – RIVED – MEC
MEC/PROINFO
Curso de Especialização em Tecnologias
da Informação e da Comunicação na Promoção da
Aprendizagem
UFRGS
Curso de Especialização em Tecnologias
na Educação
PUC/RJ
Curso de Extensão em Mídias Integradas
NEAD/UFPR-PR/
MEC
Evento do SERE – Sistema de Registro
Escolar Multiplataforma
SEED/PR
Criação e Publicação de OACs no Portal
Dia-a-Dia Educação
SEED/PR
Diretrizes Estaduais na Área de
Tecnologia na Educação
SEED/PR
Construção de material didático com o
uso das TICs – GTs utilizando ferramentas do
Open-Office
SEED/PR
Oficina de formação continuada de uso
pedagógico do sistema LINUX
SEED/PR
Objetos de Aprendizagem: Metodologia,
Avaliação e Produção
SEED/PR
Encontro descentralizado com Diretores
das Escolas Estaduais do Paraná
SEED/PR
Oficina Descentralizada - Ambiente
Virtual de Aprendizagem - MOODLE
SEED/PR
Fonte: SEED/CETE, documentos consultados em novembro/2007 – Relatório de ações para o PNUD.
A análise deste quadro demonstra que várias foram às ações desenvolvidas
tanto em caráter instrumental como em caráter pedagógico, gerencial e técnico,
buscando formar as equipes das CRTEs de forma ampla e vislumbrando uma ação
efetiva destes profissionais nas escolas públicas estaduais.
Destacamos não estar presente na lista de ações de formação continuada
as ações que envolvem a capacitação das equipes de técnicos de suporte das
CRTEs, pois estes somente passaram a estar vinculados a CETE a partir de 2007,
estando anteriormente ligados à outra coordenação a qual não obtivemos dados
para apresentar. Podemos apenas destacar algumas ações que o pesquisador
acompanhou enquanto Assessor em Tecnologia na Educação da CETE, entre eles
destacamos: Oficina para instalação de antenas digitais para recepção do sinal da
TV Escola e TV Paulo Freire, Oficinas de instalação dos laboratórios do Paraná
Digital, Reuniões técnicas com as equipes de infra-estrutura do CETEPAR, UFPR e
Celepar para implantação dos laboratórios do Paraná Digital.
4.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE A PESQUISA REALIZADA NAS ESCOLAS.
A pesquisa realizada nas escolas ocorreu por meio do
questionário diagnóstico conforme explicitado no capítulo 3 deste trabalho. Este
questionário foi dividido em 3 categorias de análise, sendo a primeira dados
pessoais, dados acadêmicos e relativos à prática docente, e, uso instrumental
e pedagógico de tecnologia de informação e comunicação – TIC.
Com relação ao total de profissionais pesquisados destacamos que a
proposta inicial era a pesquisa com 3245 profissionais de 414 escolas públicas
estaduais dos 399 municípios do Estado do Paraná.
A
pesquisa
foi
realizada
pelos
Assessores
das
CRTEs
in
loco
simultaneamente nas 414 escolas nos meses de outubro e novembro de 2005. De
posse dos questionários coube as CRTEs efetuar a digitação dos dados em uma
sistema disponibilizado pela CETE. Houve a digitação de 2757 questionários
diagnósticos, correspondente a 85% do universo de pesquisa.
A seguir uma análise dos dados da pesquisa nas três categorias
apresentadas
4.3.1 – Categoria: Dados Pessoais:
Esta categoria levantou informações nas questões 1 a 9, a respeito do
núcleo regional de educação – NRE ao qual o professor está vinculado, o município
de residência, o colégio onde atua, além de informações pessoais como data de
nascimento, sexo, estado civil, quantidade de filhos, faixa etária e e-mail tanto
particular como institucional.
A tabela 10 traz a consolidação dos dados referente à quantidade de
questionários preenchidos por NRE, o total de professores por sexo e a quantidade
de professores com e-mail particular e institucional.
Tabela 10 – Quantidade de Professores respondentes por NRE, sexo e contas de e-mail particular e
institucional.
NRE
Total de
escolas
pesquisadas
Total de
questionários
preenchidos
Endereço eletrônico
(e-mail)
sexo
F
M
Particular Institucional
Apucarana
16
121
105
16
43
19
Área Metropolitana Norte
14
118
73
45
63
7
Área Metropolitana Sul
14
Assis Chateaubriand
7
59
38
11
22
1
Campo Mourão
16
118
90
28
44
7
Cascavel
20
Ciarnote
12
76
66
10
29
8
Cornélio Procópio
19
142
126
16
64
17
Curitiba
6
117
72
45
75
9
Dois Vizinhos
7
37
28
9
27
3
Foz do Iguaçu
10
27
17
10
10
1
Francisco Beltrão
20
150
126
26
74
11
Goioerê
9
63
54
9
28
5
Guarapuava
8
65
49
16
44
10
Ibaiti
9
60
51
9
16
0
Irati
9
69
58
11
27
5
Ivaiporã
13
77
57
20
26
16
Jacarezinho
12
103
85
18
49
4
Laranjeiras do Sul
10
51
42
9
30
1
Loanda
12
66
55
11
26
8
Londrina
21
144
114
30
75
17
Maringá
27
225
190
35
102
6
Paranaguá
7
55
41
14
25
11
Paranavaí
21
99
87
12
58
23
Pato Branco
15
132
110
22
66
6
Pitanga
7
52
42
10
21
5
Ponta Grossa
13
104
78
26
55
3
Telêmaco Borba
7
52
37
15
22
15
Toledo
18
128
95
33
71
21
Umuarama
19
128
108
20
49
4
União da Vitória
9
72
51
21
38
4
Wenceslau Braz
7
47
37
10
18
6
414
275
2182
79%
567
21%
1297
47%
253
9%
Fonte: o Autor
Não tabulado
Não tabulado
Os dados revelam que duas CRTEs, Área Metropolitana Sul e Cascavel,
não efetuaram a tabulação dos dados. Segundo informações levantadas pelo
pesquisados com as respectivas CRTEs, as mesmas relatam que haviam efetuado a
tabulação e encaminhado os questionários à CETE, porém ao tabularmos os dados
verificou-se que o fato não corresponde as informações.
Percebe-se pelos dados a predominância de professoras (79%) no quadro
de profissionais atuantes na educação pública paranaense em relação ao percentual
de professores (21%).
Com relação a contas de e-mail temos como resultado da pesquisa a
informação de que 47% dos respondentes possuem e-mail particular e apenas 9%
possuem e-mail institucional (@seed.pr.gov.br). Cabe ressaltar que o e-mail
institucional é utilizado para acessar contas de e-mail a partir do Portal Dia-a-Dia
Educação e o seu cadastro desta conta é feito por meio do Portal.
Em 2007 o número de contas de e-mail passou de 22924 contas criadas,
contra 7178 em 2005, percebe-se portanto um aumento considerável em função da
instalação dos laboratórios do Paraná Digital ter sido mais intensa em 2007.
4.3.2 – Categoria: Dados Acadêmicos e relativos à prática docente
Nesta categoria buscou-se na questão 10.1 a 10.4, informações relativas a
formação acadêmica, em nível de graduação, especialização, mestrado e/ou
doutorado.
Os resultados apresentados na tabela 11, retratam que todos os 84% dos
pesquisados respondentes possuem graduação e 73% possuem especialização.
Estes dados retratam que após a graduação a maioria dos professores tem buscado
formação em nível de pós-graduação, tanto para aprimoramento profissional como
pessoal pois para avanço de carreira, um dos critérios de diferenciação salarial é
cursos realizados na área de formação e especialização. Com nível de mestrado
apenas 3% dos respondentes possuem este nível de pós-graduação e o mesmo
ocorre com o título de doutorado, onde apenas 0,2% estão neste nível de formação.
Estes dados retratam que este nível de formação ainda está distante da
maioria dos professores da rede pública estadual.
Tabela 11 – Formação acadêmica dos pesquisados em nível de graduação, especialização,
mestrado e doutorado.
Formação Acadêmica
NRE
Graduação
Especialização
Mestrado
Doutorado
Apucarana
116
107
1
1
Área Metropolitana Norte
117
92
10
1
Área Metropolitana Sul
não tabulado
Assis Chateaubriand
48
40
3
1
Campo Mourão
113
103
4
1
Cascavel
não tabulado
Cianorte
76
71
19
1
Cornélio Procópio
139
122
3
1
Curitiba
115
90
1
0
Dois Vizinhos
36
30
2
0
Foz do Iguaçu
15
11
3
0
Francisco Beltrão
151
133
4
0
Goioerê
62
59
12
0
Guarapuava
64
53
7
0
Ibaiti
60
50
0
0
Irati
69
52
1
0
Ivaiporã
77
70
1
0
Jacarezinho
102
91
1
0
Laranjeiras do Sul
51
42
0
0
Loanda
66
60
9
0
Londrina
144
123
5
0
Maringá
222
199
5
0
Paranaguá
52
42
2
0
Paranavaí
99
92
1
0
Pato Branco
132
111
1
0
Pitanga
53
42
0
0
Ponta Grossa
102
84
0
0
Telêmaco Borba
52
45
0
0
Toledo
125
113
0
0
Umuarama
128
123
0
0
União da Vitória
74
62
0
0
Wenceslau Braz
48
42
0
0
2314
2012
77
6
84%
73%
3%
0,20%
totalização
Fonte: o Autor
Na questão 11 levantou-se o tempo de atuação como professores, conforme
dados da tabela abaixo.
Tabela 12 – Tempo de Atuação como professor.
11 - Tempo de atuação como professor é:
De 11 a 15 anos
623
24%
De 16 a 20 anos
507
18%
De 6 a 10 anos
474
17%
De 1 a 5 anos
439
16%
De 21 a 25 anos
393
14%
Mais de 26 anos
259
9%
62
2%
Não Responderam
Fonte: o Autor
Os dados demonstram a concentração do tempo de atuação no magistério
entre 11 a 15 anos (24%), apontando experiência na área de atuação.
Consideramos importante observar que 17% dos docentes estão atuando no
magistério a mais de 6 anos e 18% está entre 16 a 20 anos, concentrando portanto
a maior parte dos docentes em um tempo de atuação superior a 6 anos e inferior a
20 anos. Este quadro permite fazer um plano de ação educacional voltada a
incorporar de maneira efetiva as tecnologias na formação docente, pois estes
profissionais terão ainda tempo para se aperfeiçoar e receber formação continuada
por meio de políticas públicas na área educacional.
Entre os anos de 1996 a 2002 não houve nenhum concurso público para
suprir vagas de professor efetivo nas disciplinas do núcleo comum nas escolas
públicas
estaduais
de
ensino
fundamental
e
médio,
como
política
de
descentralização e terceirização do setor da educação. Os professores eram
contratados por tempo determinado e não tinham lotação específica, ou seja, a cada
ano o professor poderia estar atuando em uma escola diferente. Este período
também proporcionou a incorporação de muitos profissionais que não possuíam
habilitação específica, para atuar no magistério em disciplinas curriculares,
propiciando desta forma fazer da educação um complemento as suas atividades
profissionais.
Como proposta de candidatura o governo atual se comprometeu a realizar
concursos públicos para suprir as vagas de professores em toda as escolas públicas
estaduais. O primeiro concurso ocorreu em 2003 quando da efetivação de 15000
professores aproximadamente no quadro de professores estatutários. Em 2005
houve outro concurso que também resultou na efetivação de 10000 professores na
rede pública estadual e em 2007 um terceiro concurso foi realizado, e os aprovados
deverão ser incorporados à rede de servidores estaduais ainda no ano de 2008 a fim
de suprir as vagas que estão sendo preenchidas por professores selecionados por
um processo seletivo e temporário de contratação.
Constata-se um avanço e a realização de uma ação política de
fortalecimento da ação docente e valorização do magistério como política pública.
O resultado desta ação política pôde ser comprovada com os dados da
tabela 13, que apresentam dados referentes ao tipo de vínculo do professor com a
rede pública estadual de ensino.
Tabela 13 – Vínculo Funcional dos professores da Rede Estadual de Ensino.
12 - Tipo de Vínculo
Professor QPM 20 horas + 20 extraordinárias
1093
39%
Professor QPM 40 horas
1072
39%
Professor CLT
183
7%
outra
359
13%
77
3%
não responderam
Fonte: o Autor
Percebemos que a maioria dos professores (78%) dos professores
pertencem ao quadro próprio do magistério, sendo que 39% possuem 2 padrões de
20 horas como professores efetivo do quadro do magistério, outros 39% possuem
como vínculo funcional, 20 horas de padrão efetivo no estado e 20 horas de aulas
extraordinárias.
Como professores contratados em regime CLT, temos 7% dos pesquisados.
Na categoria outra (13%) temos professores que respondem pertencer ao quadro
PSS (processo seletivo de servidores). Este quadro é regido pelas mesmas leis da
CLT, apenas com uma nomenclatura específica, sendo que ambos são quadros
temporários de contratação.
Na questão 13 buscou-se levantar informações sobre a disciplina de
atuação do professor bem como a modalidade de ensino. Os dados desta questão
estão tabulados na tabela 14.
Tabela 14 – Disciplinas de docência dos professores pesquisados.
13 - Disciplina(s) de docência é (são):
Matemática
642
15%
Língua Portuguesa/Literatura
607
14%
Ciências
399
9%
Língua Estrangeira Moderna
375
9%
História
359
8%
Geografia
358
8%
Física
222
5%
Biologia
213
5%
Educação Física
178
4%
Artes
149
3%
Educação Artística
141
3%
Química
139
3%
Filosofia
94
2%
Ensino Religioso
85
2%
Sociologia
68
2%
259
6%
59
1%
Outra(s)
não responderam
Fonte: o Autor
Os dados da tabela revelam que todas as disciplinas do núcleo comum de
nível fundamental e médio foram contempladas na pesquisa. A maior concentração
de pesquisados nas disciplinas de Língua Portuguesa/Literatura e Matemática se
deve ao fato destas disciplinas possuírem carga horária semanal maior que as
demais e também por estarem contemplados tanto no nível de ensino fundamental
quanto médio.
Verifica-se que 6% dos pesquisados aponta outra disciplina como área de
atuação. Estas disciplinas estão relacionadas a escolas de educação profissional
que possuem em sua grade curricular, disciplinas técnicas, como técnica de
administração, bioquímica, química analítica, entre outras, conforme análise do
questionário diagnóstico.
4.3.3 – Categoria Dados relacionados ao uso instrumental e pedagógico de
tecnologia de informação e comunicação – TIC
Esta terceira categoria levantou informações a respeito do uso da tecnologia
como ferramenta instrumental e pedagógica no contexto pessoal e profissional. Nas
questões 15 e 16 o contexto do questionário diagnóstico buscou informações sobre
a presença do computador nas residências dos professores, bem como o acesso e
Internet. Estes dados estão tabulados e apresentados na tabela 15.
Tabela 15 – Presença do computados nas residências dos professores.
15 - Possui computador em casa:
sim
2147
78%
não
570
21%
40
1%
não responderam
Fonte: o Autor
Percebe-se que a tecnologia computador está presente na maioria das
residências dos professores pesquisados (78%) e destes 58% acessam a internet
conforme tabela 16 abaixo:
Tabela 16 – Acesso a Internet nas residências dos professores.
16 - Acessa Internet em casa:
sim
1607
58%
não
1024
37%
126
5%
não responderam
Fonte: o Autor
Acreditamos que a presença do computador e o acesso a Internet seja na
maioria das vezes para atendimento às necessidades dos filhos, bem como acesso
a e-mail e a pesquisas de
cunho financeiro, entretenimento e educacional, no
contexto de elaboração e confecção de avaliações. Esta constatação é percebida
na análise da tabulação dos dados do questionário diagnóstico quando se pergunta
sobre a utilização do computador como ferramenta pedagógica.
A tabela 17, apresentamos dados referente à utilização da informática, em
caráter instrumental.
Tabela 17 – Exercício da informática instrumental.
17. Tem exercitado a informática instrumental:
Sozinho
1468
47%
Com auxílio de um parente ou amigo
759
24%
Participando de cursos
337
11%
De nenhuma forma
289
9%
não responderam
143
5%
Com auxílio de um assessor em tecnologia na educação
104
3%
Fonte: o Autor
Os dados revelam que a utilização da informática em caráter instrumental
tem sido exercitado por 47% dos pesquisados, seguido por 24% de utilização com
auxílio de um parente ou amigo, 11% relatam que tem exercitado que praticam a
utilização da informática por meio de cursos.
Esta questão apresenta um dado importante o exercício da informática
instrumental com o auxílio de um assessor em tecnologia na educação31 representa
apenas 3% dos pesquisados. Contata-se desta forma que a ação dos Assessores
das CRTEs diretamente com professores não foi até a data da pesquisa realizada de
forma efetiva nas escolas. Justifica-se este ponto, pois houve um atraso na
instalação dos computadores do Paraná Digital e a ausência desta tecnologia física
nas escolas foi um dos impeditivos para que a assessoria na utilização do
computador fosse realizada de maneira mais efetiva. Outro fator importante é que a
equipe de assessores em tecnologia na educação passou a contar com um número
maior de profissionais discutindo e implementando ações nesta área a partir de
fevereiro de 2005, portanto um grupo novo que precisava passar por um processo
de formação para dar suporte aos profissionais da rede pública estadual.
Acredita-se que os respondentes que não tem exercitado a informática de
maneira instrumental (9%) são professores que não utilizam ou não possuem
computador em sua residência, podendo estender esta análise aos 5% que não
responderam a questão.
A questão 18 apontou informações com relação às ferramentas ou
aplicativos que utiliza instrumentalmente e pedagogicamente. Estes dados estão
compilados na tabela 18.
Tabela 18 – Ferramentas e/ou aplicativos que sente apto da trabalhar instrumentalmente.
18. Relativo ao uso do computador, a(s) ferramenta(s) ou aplicativo(s) que sente apto para trabalhar
instrumentalmente é (são):
Editor de Texto
1825
33%
Software de Apresentação
1553
28%
Editor de Foto e/ou Imagem
556
10%
Planilha Eletrônica
413
8%
77
1%
não responderam
189
3%
Nenhum
430
8%
Internet
Fonte: o Autor
As ferramentas disponibilizadas pelo computador podem ser utilizadas em
diversos contextos sejam eles administrativos, pedagógicos, entretenimento. No
contexto da educação, principalmente considerando o uso por professores, tem-se o
editor de texto como a ferramenta mais utilizada no caráter instrumental (33%). O
editor de texto é uma ferramenta que permite várias aplicações, como elaboração de
avaliações, produção de textos, elaboração de currículos, cartas, projetos, e entre os
aplicativos do computador talvez a ferramenta mais conhecida.
Considera-se como software de apresentação o power point do Windows ou
o Impress do BROffice, sendo esta a segunda ferramenta que os professores
sentem-se mais aptos em utilizar instrumentalmente (28%), pois permite a
elaboração de aulas, apresentações de trabalhos em cursos de formação
continuada e também como metodologia de apresentação de trabalhos por parte de
alunos.
Os demais aplicativos como editor de imagem e/ou foto, planilha eletrônica
são aplicativos foram pouco mencionados (8%), retratando que ainda é necessário
conhecimento e investimento de formação inicial e continuada para utilização destes
aplicativos.
31
Assessor em Tecnologia é a denominação dada aos profissionais que atuam nas CRTEs do
Um dado importante diz respeito ao uso da Internet, (1%) dos entrevistados
se dizem aptos a utilizar este aplicativo de forma instrumental. Estamos vivendo na
sociedade do conhecimento, onde a informação se atualiza a cada instante e a
Internet é um canal de informação e comunicação que retrata a velocidade de como
a informação circula entre todas as comunidades.
Entre
aqueles
que
responderam
que
utilizam
outro(s)
aplicativos
instrumentalmente (3%), foi solicitados aos professores que especificassem. As
respostas foram Word, Power Point, Excell, Paint, ou seja, aplicativos da plataforma
Windows, presente na totalidade dos computadores domésticos. Entre os que
citaram que em nenhum aplicativo sente-se apto a trabalhar instrumentalmente,
devem estar incluídos aqueles que responderam não possuírem computador em
casa (21%).
As questões 19 a 27 do questionário diagnóstico buscaram levantar
informações sobre a aplicação do uso de tecnologias no contexto educacional e
apresentam resultados referentes ao uso pedagógico das tecnologias, sendo,
portanto questões importantes para análise e discussão.
Na questão 19 temos os resultados referentes às ferramentas ou aplicativos
que o professor utiliza pedagogicamente.
Tabela 19 – Aplicativos que o professor utiliza pedagogicamente.
19. Relativo ao uso do computador, a(s) ferramenta(s) ou aplicativo(s) que utiliza pedagogicamente
é(são):
Editor de Texto
1590
27%
Internet
1364
23%
Sites Educativos
901
15%
Editor de Foto e/ou Imagem
364
6%
Jogos
306
5%
Software de Apresentação
268
5%
Planilha Eletrônica
223
4%
Software Educacional
144
2%
Nenhum
559
9%
não responderam
130
2%
47
1%
Outro(s)
Fonte: o Autor
Paraná.
Assim como na questão 18 o editor de texto é o aplicativo do computador
que apresenta maior utilização (27%), pois como já citado, trata-se de uma
ferramenta de fácil manuseio, com amplas possibilidades de utilização. No contexto
pedagógico é a ferramenta que permite ao professor elaborar seu plano de trabalho,
suas avaliações, seus projetos, entre outras possibilidades de uso inclusive com os
educandos.
Diferente da questão 18, aqui a Internet aparece como o segundo aplicativo
mais utilizado pedagogicamente. Esta discrepância se assim podemos denominar
pode ter sido pela falta de entendimento quanto ao termo utilizar instrumentalmente.
Alguns dos pesquisados podem ter levado em conta que utilizar instrumentalmente
seria executar programações complexas ou outra atividade desconhecida por ele.
Os sites educativos aparecem em terceiro lugar na ordem de citação pelos
professores (15%). Destaca-se entre eles o cabrit geometric, régua e compasso,
geogebra, cmaptools, tabela periódica on-line, simuladores do Portal Dia-a-Dia
Educação.
Os demais aplicativos foram citados em média por 5% dos pesquisados.
Estes dados revelam que são poucos os professores que possuem informação e/ou
orientação quanto às possibilidades dos aplicativos como software de apresentação,
planilha eletrônica, jogos e software educacional no processo de ensino e
aprendizagem. Uma das questões que podemos apontar com relação ao não
conhecimento de alguns destes aplicativos como software de apresentação e
planilha eletrônica, deve-se ao fato de não se ter utilizado no questionário
diagnóstico os termos power point e excell, cujos termos já popularizados entre
aqueles que possuem computadores em suas residências. Justifica-se a não
utilização destes termos em virtude da proposta de utilização do sistema operacional
Linux, o qual não utiliza as mesmas nomenclaturas do sistema operacional
Windows.
A tabela 20 apresenta dados referente à freqüência de uso do laboratórios
de informática da escolas com alunos.
Tabela 20 – Uso do laboratório de informática com alunos.
20. A freqüência do uso do laboratório de informática da escola com seus alunos é:
1 vez por bimestre
164
6%
1 vez por mês
131
5%
1 vez por semana
112
4%
90
3%
1820
64%
Outra
309
11%
não responderam
201
7%
1 vez a cada 15 dias
Nenhuma
Fonte: o Autor
Os dados apontam que 64% dos pesquisados não utilizam os laboratórios
PROINFO ou PROEM existente em suas escolas. A não utilização destes
laboratórios poderá ser interpretada por motivos diversos, como sucateamento das
máquinas devido à falta de manutenção, incentivos, formação continuada, entre
outros.
FREIRE (2001, p.1) destaca
[...] para mim, a questão que se coloca é: a serviço de quem as máquinas e a
tecnologia avançada estão? Quero saber a favor de quem, ou contra quem
as máquinas estão sendo postas em uso [...] Para mim os computadores são
um negócio extraordinário. O problema é saber a serviço de quem eles
entram na escola.
Concordamos com esse posicionamento, pois os computadores devem
estar a serviço do ser humano e não o ser humano a serviço dos computadores. A
tecnologia deve servir como instrumento que facilite e enriqueça o trabalho humano
e não simplesmente sejam objetos de manipulação política ou social.
Percebemos pela análise dos dados que a utilização do laboratório é
reduzida a raros momentos em que os professores e alunos utilizam este espaço
para construção do conhecimento. Na opção outra, os pesquisados poderiam
especificar a forma de utilização do laboratório, entre as respostas citadas que foram
poucas, tivemos, “não temos laboratório de informática na escola”, “o laboratório não
está funcionando”.
Estes dados revelam que muitas das escolas que possuíam laboratório
PROINFO ou PROEM em 2005, já não contavam com a estrutura destes
laboratórios em funcionamento, e entre aquelas escolas que não possuíam
computadores destes programas, não haviam recebido ainda computadores do
programa Paraná Digital.
A tabela 21 referente à questão 21 do questionário diagnóstico buscou
levantar dados referente à participação por parte do professor em cursos de
qualificação para uso pedagógico de tecnologias de informação e comunicação.
Tabela 21 – Participação em cursos de qualificação para uso das TIC.
21. Já participou de algum curso de qualificação para uso pedagógico de tecnoloiga de informação e
comunicação:
não
1642
60%
sim
984
36%
não responderam
131
5%
Fonte: o Autor
Observamos que apenas 36% dos pesquisados, participaram de cursos de
qualificação na área de tecnologia educacional, comprovando que mesmo possuindo
a tecnologia e existindo a estrutura dos NTEs, responsáveis pelo processo de
capacitação dos professores, a sua formação continuada na área de tecnologia na
educação não ocorreu de maneira esperada. Os fatores são de ordem diversa,
citamos, falta de divulgação, falta de incentivo, distância do seu local de trabalho,
pois as capacitações eram centralizadas e realizadas nos laboratórios dos NTEs,
falta de equipe de profissionais para atendimento a todas as escolas públicas
estaduais, entre outros.
Outra questão importante é que dos 36% que responderam já terem
participado de cursos de qualificação na área de tecnologia educacional, somente
27% participaram de cursos promovidos pelo NTE/CRTE, conforme tabela 22
referente à questão 21.1, que teve como pergunta a entidade promotora do curso de
qualificação.
Tabela 22 – Entidade promotora de curso de qualificação para uso das TIC.
21.1. Promovido pelo:
NTE/CRTE
752
27%
Outro
237
8%
1801
65%
não responderam
Fonte: o Autor
Os NTEs do Paraná tem seu mérito, pois implementaram na medida em que
foi possível um processo de utilização das tecnologias buscando aliar não apenas o
caráter instrumental das tecnologias, mas também o enfoque pedagógico, buscando
aliar outras tecnologias nos cursos ofertados.
Tono (2003, p. 88) relata trabalhos realizados nos NTEs utilizando a
metodologia de projetos como proposta de utilização dos computadores dos
programas PROINFO e PROEM.
Os objetivos principais deste implemento eram de: conduzir a efetivação de
pesquisas nas diversas áreas do conhecimento com uso do computador
como ferramenta auxiliadora, buscar a interação entre as disciplinas,
incentivar a participação de alunos, atribuir condição para ocorrer à troca e
o compartilhamento de informações entre professores e entre estes e os
Multiplicadores. Os cursos instrumentais promovidos pelo NTE continuaram
ocorrer, mas a Oficina de Projetos se tornou um complemento destes.
Esta afirmação é confirmada na análise da questão 21.2, apresentada na
tabela 23. Nesta questão o enfoque se deu nas ferramentas trabalhados nos cursos
realizados pelos NTEs/CRTEs.
Tabela 23 – As ferramentas trabalhadas durante o curso de qualificação para uso pedagógico das
TIC.
21.2. As ferramentas trabalhadas durante o curso foram:
Computador
877
27%
TV e Vídeo
317
10%
Retroprojetor
159
5%
60
2%
1793
55%
29
1%
Rádio
não responderam
Outra
Fonte: o Autor
Constata-se que o computador é a ferramenta mais trabalhada no contexto
de formação continuada (27%) seguido da TV e Vídeo (10%).
O retroprojetor (5%) e o rádio (2%) foram pouco citados, pois nas
capacitações efetuadas pelos NTEs, não estava incluído a utilização de outras
mídias que não fossem o computador a TV e o vídeo. Quanto aos que citaram a
opção outras (1%) ferramentas, não tivemos exemplos apresentados, e os que não
responderam (55%) são os professores que provavelmente não receberam formação
continuada por parte dos NTEs.
A realização de projetos como metodologia de uso do computador pelos
NTEs resultou em uma nova forma de incorporar a tecnologia no contexto
educacional, reduzindo a dicotomia entre o instrumental e pedagógico, conforme
análise dos resultados apresentados pelo questionário diagnóstico, por meio da
questão 21.3, conforme tabela 24.
Tabela 24 – Aspecto trabalhados nos cursos de qualificação para uso pedagógico das TIC
21.3 Tais ferramentas foram trabalhadas no aspecto:
Pedagógico
722
24%
Instrumental
445
15%
1853
61%
não responderam
Fonte: o Autor
O resultado retrata que as ferramentas foram trabalhadas tanto no caráter
instrumental (15%), quanto no caráter pedagógico (24%), sendo este superior
inclusive do que o instrumental. Este pode ser considerada um dos maiores avanços
incorporados pelos NTEs no contexto de utilização das tecnologias no processo
pedagógico. A utilização do computador como ferramenta pedagógica é uma das
estratégias fundamentais para que o professor conceba a utilização de forma efetiva
das tecnologias no processo pedagógico e possa trazer para sala de aula um
enriquecimento metodológico, possibilitando ultrapassar horizontes e perspectivas.
Este posicionamento é contemplado por Fagundes
....as práticas educacionais tradicionais apontam para uma sala vazia de
objetos da natureza e cultura, e o ambiente é pobre de informações e de
oportunidades para exploração e práticas. Para que pode servir o
computador? Para aportar ambientes virtuais, para situações de simulação,
pois se não é possível trazer toda a vida para a escola, é possível
enriquecer o seu espaço com objetos digitais. O computador pode servir
para dar acesso ao que está distante e invisível” (FAGUNDES, 1999, apud
TONO, 2003, p. 44)
Justificamos que as salas de aula mesmo sem computadores podem ser
ricas de conhecimento, cultura e informações, porém não podemos negar que o uso
de tecnologias aproxima o aluno pelo interesse à pesquisa e a busca de
informações.
O Portal Dia-a-Dia Educação foi um ambiente pesquisado durante a
aplicação do questionário diagnóstico, com finalidade de levantar dados referente ao
conhecimento e utilização deste espaço pedagógico.
A tabela 25 apresenta dados referente à utilização do Portal Dia-a-Dia
Educação pelos professores pesquisados. Os dados obtidos referem-se à questão
22 do questionário diagnóstico.
Tabela 25– Utilização do Portal Dia-a-Dia Educação.
22. Já utilizou o Portal Dia-a-dia Educação do Paraná (www.diaadiaeducacao.pr.gov.br) com a
finalidade de:
Busca de Informação
1543
51%
Publicação de Informação
213
7%
Troca de Informação
177
6%
Não Utilizou
884
29%
não responderam
227
7%
Fonte: o Autor
Os dados da tabela retratam que 51% dos pesquisados já utilizaram o Portal
com finalidade de busca de informações, porém muitos dos acessos com esta
finalidade estão restritos a consultas de ordem administrativa e pessoal, como
andamento de processos, consulta a contra cheque. Outros 6% respondem ter
utilizado o ambiente do portal na troca de informações e 7% na publicação de
informações, sendo importante destacar a produção de objetos de aprendizagem
colaborativa. Estes objetos são produtos desenvolvidos por professores da rede
pública estadual com orientação de uma equipe técnico-pedagógica que avalia e
publica os objetos validados. Um percentual de 29% nunca utilizaram o Portal, sendo
este dado um percentual significativo ainda a ser atingido em ações de formação
continuada por meio das CRTEs e equipes de ensino dos NREs e técnicospedagógicos da SEED/PR.
Ainda em relação ao Portal Dia-a-Dia Educação, foi solicitado na questão
21.2, que os pesquisados que dessem sugestões quanto a ferramentas/informações
que poderiam ser disponibilizadas no Portal. Os dados apresentados dizem respeito
a:
- inclusão de softwares educacionais livres junto com dicas de como e com que usálos;
- criação de páginas (sites) das escolas;
- sugestões de atividades para serem trabalhadas em literatura infanto juvenil;
- oficina de redação e teatro na sala de aula;
- projetos;
- capacitação à distância;
- sugestão de obras de autores e obras de língua e literatura, preço e onde
encontrar;
- troca de experiências com os colegas através de e-mail;
- mais imagens;
-
como
trabalhar
com
produção
de
texto
e
utilização
do
computador
pedagogicamente;
- material didático;
- links de educação física;
- textos informativos sobre a história e geografia do Paraná;
- pesquisas científicas, materiais didáticos como transparências e jogos para
matemática;
- maiores informações sobre o Hino do Paraná;
- práticas do dia a dia;
- indicações de bibliografias;
- material didático relacionado à educação especial (dicas sobre libras e braile),
dicas de informática dentro da minha matéria;
- experiências de laboratório;
- disponibilidade no portal da pontuação docente para promoção na carreira;
- edital de cursos promovidos para professores, ouvidoria, simuladores virtuais em
Java;
- uma interação coincidindo com a construção cognitiva dos educadores;
- aumentar cada vêz mais o número de APCs e conteúdos;
- agilizar a validação dos APCs.
As indicações feitas pelos professores vem de encontro às alterações
propostas pela equipe do Portal Dia-a-Dia Educação em 2007, pois muitas das
sugestões apresentadas já se encontram disponíveis hoje no portal, como Biblioteca
virtual, artigos, teses e dissertações, cadernos pedagógicos da SEED que apontam
as diretrizes curriculares estaduais, catálogo de sítios, trechos de filmes, sons,
imagens, literatura on-line, mapas, museus, simuladores e objetos de aprendizagem
para as áreas de ciências, entre outros.
A SEED utiliza hoje como ambiente virtual de aprendizagem a plataforma
moodle e conta também com uma equipe de Educação a Distância responsável por
implementar ações nesta área, que segundo sugestões dos professores é uma área
a ser aprimorada pela SEED.
Como podemos perceber o Portal Dia-a-Dia educação é um canal de
comunicação, divulgação e publicação de informações e conteúdos para toda
comunidade escolar, e está acessível por meio dos computadores do Paraná Digital
a todos os profissionais da educação e educandos das escolas públicas estaduais
do Paraná, porem a sua efetiva utilização depende de um investimento em formação
continuada, pois conforme Behrens (2000, p.72) “a tecnologia precisa ser
contemplada na prática pedagógica do professor, de modo a instrumentalizá-lo a
agir e interagir no mundo com critério, com ética e visão transformadora”.
A tabela 26, consolida dados referente à questão 23, que teve o interesse
de buscar informações referente aos recursos que comumente o professor utiliza na
sua prática pedagógica.
Tabela 26 – Recurso que utiliza na sua prática pedagógica.
23. O recurso que comumente utiliza em sua prática pedagógica é (são):
TV e Vídeo
2280
28%
Aparelho de Som
1242
15%
Retroprojetor
1230
15%
DVD
988
12%
Computador
933
11%
Rádio
619
8%
Máquina Fotográfica
476
6%
Telefone
108
1%
Videoconferência
111
1%
não responderam
136
2%
Outro(s)
116
1%
Fonte: o Autor
Os resultados revelam que a TV e o vídeo são os recursos mais utilizados
(28%). Com relação ao uso da TV e vídeo no contexto educacional, podemos
destacar que este resultado deve-se ao fato de que esta tecnologia está presente na
maioria das residências e sendo está uma mídia muito atrativa em todos os
segmentos da sociedade ela foi facilmente incorporada pela escola. Programas
como TV Escola e Salto para o Futuro auxiliaram e incentivaram a utilização destas
mídias por meio de formação continuada e formaram um grande número de
professores em seus programas.
O aparelho de som (15%) e o retroprojetor (15%) foram à segunda
tecnologia mais citada entre os pesquisados. Também aqui temos duas tecnologias
de fácil incorporação pela escola, o rádio pela sua presença ampla e difundida em
todas as classes sociais e o seu uso no contexto educacional passa pela utilização
em diversas disciplinas, como podemos citar, artes, história, literatura, educação
física, entre outras. O retroprojetor também pelo seu manuseio bastante simples
para a maioria dos professores, permite ao professor projetar imagens, mapas e
figuras que seriam de difícil representação no quadro negro, além de ser uma
tecnologia presente na maioria das escolas.
O computador com 11% de citação como recurso comumente utilizado na
prática pedagógica, nos traz um questionamento importante. Diante de uma política
de inclusão digital e universalização de uso, quais as medidas a serem
implementadas para que a utilização desta e de outras tecnologias alcancem os
resultados anunciados pela política vigente?
Uma resposta a este questionamento diz respeito à estrutura dos 12 NTEs,
cuja atuação foi implementada até 2003. Estas estruturas não teriam condições de
atendimento a 2100 escolas públicas estaduais diante da proposta apresentada, e
questiona-se hoje se a própria estrutura das 32 CRTEs terão condições pedagógica
e técnica para dar sustentabilidade a esta política de modo a universalizar o uso das
tecnologias disponíveis na escola.
Será necessário uma ação que envolva outras estruturas da Secretaria de
Estado da Educação, como equipes de ensino dos NREs, que possuem
especialistas em todas as disciplinas do currículo e podem potencializar por meio de
assessoria nas escolas a implementação de ações que visem à formação
continuada dos profissionais atuantes nas escolas.
As demais tecnologias, videoconferência e telefone com uma citação de 1%
são tecnologias pouco difundidas até mesmo pela falta de estrutura nas escolas
para utilização destes recursos na prática pedagógica.
Na opção outros citada por 1%, havia possibilidade do pesquisado
especificar, porém não encontramos nos questionários nenhuma citação específica.
A tabela 27 se refere à questão 24 do questionário diagnóstico que teve
como objetivo levantar informações quanto às ações de caráter pedagógico que o
professor desenvolve com as TIC.
Os dados demonstram que a ação de pesquisa, com 30% de citação, se
apresenta como a principal atividade de uso das tecnologias. Este percentual retrata
que o professor é um pesquisador na sua essência e está sempre buscando
informações, pesquisando conteúdos e metodologias. Esta ação isolada não conduz
a uma melhoria efetiva da qualidade pedagógica no processo de ensino e
aprendizagem, mas aliada ao planejamento de aulas, que foi citada por 24% dos
pesquisados e com 19% de ação desenvolvida na produção de conteúdos, torna-se
uma ação complementar a outra e intensificam a implementação de metodologias
inovadoras com o uso de tecnologias.
Tabela 27 – Ações pedagógicas com o uso das TIC.
24. As ações de caráter pedagógico que desenvolve com as tecnologias de informação e
comunicação é (são) para:
Pesquisa
2119
30%
Planejamento de aulas
1721
24%
Produção de Conteúdos
1347
19%
Atendimento a Alunos
694
10%
Interação com outros Professores
427
6%
Jogos Educativos
371
5%
Exploração de Software Educacional com seus Alunos
154
2%
não responderam
149
2%
59
1%
Outros
Fonte: o Autor
Kenski (1997, p. 13) relata
O domínio das novas tecnologias educativas pelos professores pode lhes
garantir a segurança para, com conhecimento de causa, sobrepor-se às
imposições sociopolíticas das invasões tecnológicas indiscriminadas às salas
de aula. Criticamente, os professores vão poder aceitá-las ou rejeitá-las em
suas práticas docentes, tirando o melhor proveito dessas ferramentas para
auxiliar o ensino no momento adequado.
O domínio citado por Kenski somente poderá ser alcançado se os
professores investirem em pesquisa, planejamento e produção de conteúdos,
utilizando como metodologias, as recursos tecnológicos.
Analisando ainda os dados da tabela 26, contata-se que o atendimento a
alunos com 10% de citações ainda não é uma ação muito desenvolvida por
professores como metodologia de ensino. Essa ação é intensificada quando
passamos a discutir cursos à distância, pois nessa modalidade de ensino a
mediação e interação com o aluno são à distância por meio de recursos
tecnológicos. Em se tratando de escolas públicas estaduais a modalidade de
educação a distância é algo ainda em discussão e implementação prevista para
2008, com a criação de uma Coordenação de Educação a Distância.
A interação com outros professores (6%) e exploração de softwares com
alunos (2%) são também ações que ainda despertam pouco interesse ou falta de
incentivos para realização destas ações com o uso de recursos tecnológicos. As
ferramentas de interação Chat, fórum, e-mail são ferramentas que os professores
precisam ousar em aplicar nas suas relações pessoais e profissionais. Acreditamos
que este percentual irá aumentar na medida em que os professores estiverem
utilizando de forma mais efetiva os recursos tecnológicos disponíveis nas escolas.
A utilização de softwares é um desafio a todos aqueles que pensam na
educação
utilizando
metodologias
inovadoras
no
processo
de
ensino
e
aprendizagem. No contexto da política pública do Estado do Paraná, por meio da
implantação de laboratórios de informática com a utilização de software livre tem
demandado pesquisa e produção de softwares livres como Régua e Compasso,
Jclick, Virtuallab, cmaptolls, entre outros para disseminação do uso deste recurso de
forma efetiva nas escolas públicas do estado do Paraná.
Apesar de citados por 1% dos pesquisados, não houve especificações de
ações de caráter pedagógico muito diferente daquelas apresentadas como
alternativa de escolha, houve em algumas citações a substituição por temos
semelhantes, como “preparação de aulas”, “seleção de vídeos e material
audiovisual, elaboração de projetos. Entre as citações destacamos, passar
informações sobre saúde, qualidade de vida, etc, associação da teoria com os
exemplos beneficiados pela tecnologia, digitar textos para sala de aula e trabalhos
pedagógicos, fixação de conteúdos, enriquecimento de conteúdos, traduções de
músicas, filmes ilustrativos, pesquisa voltada para a realidade dos nossos alunos,
audição de textos e músicas, motivação”.
Os dados apresentados na tabela 28, são decorrentes da questão 25 do
questionário diagnóstico, que teve como objetivo verificar como o professor
considera as tecnologias de informação e comunicação na prática pedagógica.
Tabela 28 – Considerações sobre as TIC na educação.
25. Considera as tecnologias de informação e comunicação:
Ferramentas auxiliadoras do processo de ensino-aprendizagem
Componentes dinamizadores da prática pedagógica
Não interferentes no processo de ensino aprendizagem
não responderam
Outra
Fonte: o Autor
2256
66%
897
26%
28
1%
195
6%
42
1%
Os resultados apresentados na tabela acima retratam que as tecnologias
são consideradas ferramentas e componentes importantes no processo pedagógico,
pois 66% dos pesquisados relatam que as tecnologias são ferramentas auxiliadoras
do processo de ensino e aprendizagem, bem como 26% destacam que as
tecnologias são componentes dinamizadoras da prática pedagógica.
Moran (1998, p. 12) destaca que “na sociedade da informação todos
estamos reaprendendo a conhecer, a comunicar-nos, a ensinar e a aprender; a
integrar o humano e o tecnológico; a integrar o individual, o grupal e o social”.
Pelos resultados apresentados acima, vemos que o professor compreende
e acredita nas potencialidades das tecnologias para atuar na sociedade do
conhecimento formando cidadãos capazes de integrar o humano e o tecnológico,
porém propor e executar ações com o uso das tecnologias ainda é um obstáculo a
ser vencido.
A questão 25 permitiu aos pesquisados justificarem suas respostas. Entre
as justificativas apresentadas, destacamos algumas: “Ferramentas auxiliadoras no
processo de ensino e aprendizagem, porque motivam os alunos”, “tornam as aulas
mais dinâmicas”, “os alunos não dormem”, “os alunos são curiosos quando utilizam
computadores”, “indispensáveis aos cursos profissionalizantes”. Entre aqueles que
indicaram que as tecnologias não interferem no processo de ensino e aprendizagem,
não houve justificativa por parte de nenhum dos pesquisados. Na opção outra,
especificar destacamos, que as TIC são “essenciais, pois a evolução do
conhecimento está ligado com a tecnologia”, “muitos professores são acomodados e
não utilizam”, “ fonte de pesquisa”, “a informática deve estar presente na sala de
aula, pois estamos na era digital”, muito útil, pois facilita e agiliza o tratamento
pedagógico”, “amplia os recursos de pesquisas, oferece alternativas (fontes)”.
Um dado importante nesta questão é que 6% não respondem esta questão,
por motivos que desconhecemos.
A tabela 29 apresenta dados sobre a troca de informações com outros
professores sobre metodologias de uso das TIC, solicitada na questão 26 do
questionário diagnóstico.
Tabela 29 – Troca de informações e metodologias entre professores para o uso das TIC.
26. Troca informações com outros professores sobre metodologias com uso de tecnologias de
informação e comunicação:
Durante a hora atividade na escola
2014
55%
Durante cursos de qualificação
1032
28%
Através de outro meio/recurso
176
5%
Através do fórum no ambiente de interação do Portal Dia a Dia Educação
125
3%
27
1%
288
8%
Em lista(s) de discussão
não responderam
Fonte: o Autor
A hora atividade dos professores tem sido o espaço mais utilizado para
troca de informações sobre metodologias de uso das tecnologias por 55% dos
professores pesquisados. Este espaço conquistado pelos professores, torna-se um
espaço privilegiado não apenas para corrigir avaliações, preparar atividades, mas
também para momentos de troca de informações e metodologias de trabalho entre
os professores. Este espaço hoje também é destinado ao trabalho de Assessoria por
parte das CRTEs no processo de formação continuada dos profissionais da
educação pública paranaense.
Com 28% de respostas os professores relatam que trocam informações
sobre o uso de tecnologias durante cursos de qualificação. Estes cursos promovidos
pela SEED e por outras instituições de ensino superior e o próprio MEC oferecem
espaços em que é possível aliar formação continuada e troca de experiências e
metodologias entre os professores. Esta forma de capacitação dos professores foi
muito desenvolvida nas ações dos NTEs, como oficinas de projetos com o uso do
computador, oficina instrumental com enfoque pedagógico, entre outros.
Um dado importante é que apenas 3% dos pesquisados trocam informações
sobre o uso de tecnologias com outros professores utilizando os fóruns disponíveis
no ambiente de interação do Portal Dia-a-Dia Educação, mostrando que é
necessário investir na utilização deste ambiente, não apenas como canal de busca e
acesso de informações de cunho administrativo, mas também como ambiente de
troca de informações e experiências na área de tecnologia na educação.
As listas de discussão são outra forma de construção de uma comunidade
colaborativa, nas quais os participantes fazem com que as discussões promovam
conhecimento, informações e experiências. A pesquisa retrata que apenas 1% dos
pesquisados utiliza esta ferramenta para troca de informações com outros
professores sobre metodologias com o uso de tecnologias de informação e
comunicação.
Na opção através de outro meio/recurso no qual 5% dos pesquisados
apontam utilizar destacamos o e-mail foi à opção mais citada por aqueles que
indicaram esta alternativa no questionário.
A tabela 30 aponta os maiores obstáculos para se utilizar as TIC na escola.
Estes dados foram obtidos por meio da questão 27 do questionário diagnóstico.
Tabela 30 – Maiores obstáculos para se utilizar as TIC na escola.
27. Os maiores obstáculos para se utilizar tecnologias de informação e comunicação na escola
é(são):
Falta de suporte técnico-adiminstrativo durante as aulas
1031
16%
Falta de manutenção freqüente das recursos tecnológicos
952
15%
Falta de tempo para praticar suficientemente as tecnologias
926
14%
Falta de assessoria pedagógica para elaboração de propostas inovadoras com
uso das tecnologias
922
14%
Dificuldade em ulilizar as tecnologias pedagogicamente
855
13%
Falta de tempo para preparar a aula com uso das tecnologias
661
10%
Dificuldade de agendar o uso de tecnologias
454
7%
Outro(s) obstáculo(s)
497
8%
não responderam
212
3%
Fonte: o Autor
Esta questão traz a tona informações que nos permitem avaliar o processo
de expansão e fortalecimento dos NTEs/CRTEs do Paraná. Os NTEs do Paraná
conforme já mencionado neste trabalho, desenvolveram cursos de formação
continuada dos profissionais da educação utilizando estrutura própria centralizada
nos laboratórios dos NTEs. Esta ação além de limitar o número de profissionais que
eram atendidos, também elitizava, pois quem participava dos cursos promovidos
eram sempre os mesmos professores. Ao retornarem às suas escolas estes
professores na sua maioria não utilizavam o laboratório de informática, por motivos
diversos e alguns deles estão apresentados na análise da questão em discussão. A
dificuldade de agendar o uso de tecnologias (7%) é um dos fatores que muitas vezes
impede ou impossibilita o uso por parte do professor. Relatos feitos por professores
em pesquisas anteriores feitas por pesquisadores das políticas públicas como Tono
(2003), destacam o fato de o acesso ao laboratório era restrito, ficando as chaves do
laboratório sob cuidados do diretor da escola ou então em lugar onde ninguém teria
acesso.
Outro obstáculo diz respeito à falta de suporte técnico-administrativo
durante as aulas (16%). Com relação a este dado apresentamos algumas
informações importantes. Em 200732, 236 laboratórios do PROINFO foram
instalados em 236 escolas de Educação Profissional. A maioria destes colégios
possuíam segundo o MEC laboratórios do PROINFO, porém em vistoria realizada
constatou-se que apenas 5% destes colégios possuíam ainda os computadores nos
laboratórios. Nas demais escolas houve um sucateamento das máquinas ou aquelas
que ainda existem estão distribuídas nas áreas administrativas das escolas. Muitos
dos problemas de sucateamento de máquinas ocorreram por falta de suporte
técnico-administrativo, pois após finalização da garantia as máquinas deixaram de
receber assistência e ao apresentarem problemas, eram deixadas de lado sem uso,
ou eram abertas de retiradas peças. Também houve no período até 2002 a
terceirização dos laboratórios por empresas particulares para realização de cursos
de informática para a comunidade escolar. Após finalização destes contratos as
empresas acabaram por deixar as máquinas sem parte de seus periféricos como
memórias, drives e HDs.
A falta de manutenção freqüente das ferramentas (15%) é outro fator que
aliado à falta de suporte tem dificultado e desestimulado a utilização dos recursos
por parte dos professores, pois como não sabem em que condições estarão os
equipamentos, sentem mais tranqüilos em utilizar a sala de aula tradicional para
executar sua ação pedagógica. A proposta de expansão e fortalecimento dos NTEs
com a criação das CRTEs proporcionou também a implementação de uma equipe de
profissionais que exercem hoje a função de técnicos de suporte dos laboratórios das
escolas. Esta ação inovadora em termos de país permite que as escolas tenham
profissionais que são servidores da rede pública de ensino que atuam diretamente
nas escolas proporcionando suporte técnico para as tecnologias disponíveis nas
escolas.
Destacamos que este atendimento não se dá apenas aos laboratórios de
informática mas também a antenas digitais que permitem o recebimento do sinal da
TV Paulo Freire, um canal de TV pública voltada à escola, bem como sintonia da TV
Escola, um programa do MEC que traz programas de cunho educacional para toda
comunidade escolar. Percebemos portanto um avanço significativo proposta pela
SEED na questão de incorporar em cada NRE do Estado profissionais que
desenvolvem ação de instalação, manutenção e assistência técnica às escolas. Para
melhorar o processo de suporte e manutenção dos recursos disponíveis na escola,
foi solicitado que cada escola indicasse um profissional da escola para exercer a
função de administrador local.
Este profissional que muitas vezes é um funcionário administrativo da
escola, um professor em readaptação33, ou um profissional da equipe técnicopedagógico da escola exerce função de responsabilidade com relação à
manutenção do ambiente do laboratório preparado para uso dos professores e emite
diagnósticos com relação aos problemas que estas tecnologias apresentam. Ao
diagnosticar estes problemas, entram em contato com os técnicos de suporte das
CRTEs que vão até a escola, por meio de agendamentos, e realizam ações de
manutenção dos laboratórios.
A questão de utilizar para esta ação funcionários administrativos,
professores ou profissionais da equipe de ensino, traz alguns problemas com
relação à qualificação ou até mesmo condição física e conhecimentos necessários
para realização das ações de suporte local. Os funcionários administrativos tem sido
a melhor alternativa, pois são na maioria das vezes pessoas que já utilizam a
tecnologia em suas atividades, com secretaria, mecanografia, entre outras ações e
portanto apresentam melhores condições de conhecimentos básicos para realizar as
atividades, porém o número de profissionais nas escolas tem sido insuficiente e
muitos destes profissionais são contratados em regime de contrato temporário de 1 a
2 anos de serviço. Há necessidade de efetivar no quadro próprio de funcionários do
Estado, servidores com o vínculo de equipe técnico-administrativa que prestaram
concurso público para esta finalidade em 2005.
32
Fonte: DITEC – Diretoria de Tecnologia Educacional e Coordenação do PROINFO.
Readaptação – nomenclatura dada a professores que por motivos de saúde estão exercendo
atividades fora de sala de aula. Muitos dos problemas diz respeito à voz, problemas físicos ou até
mesmo emocionais.
33
Em se tratando de professores em readaptação, muitas vezes a falta de
conhecimento das tecnologias e mesmo condições físicas são fatores limitantes para
uma ação mais assertiva, bem como a utilização de profissionais da equipe técnicopedagógica também tem apresentado alguns problemas, pois são profissionais com
um acumulo de atividades na escola que não dispõem de tempo para exercer a
função de administrador local, além de muitos não terem conhecimentos básicos
para exercer tal atividade.
Acreditamos que será necessário investir na profissionalização em termos
técnicos neste profissional da escola, que deverá exercer de forma exclusiva as
ações relativas à manutenção das tecnologias em condições de uso para
professores e alunos. Esta ação já esta sendo implementada em muitas escolas por
meio das CRTEs e apresentando resultados satisfatórios.
A falta de tempo para praticar suficientemente as tecnologias (14%) e falta
de tempo de preparar a aula com uso das tecnologias (10%) são outros dois
obstáculos que não permitem que a tecnologia se faça presente na sala de aula. A
hora atividade do professor muitas vezes se restringe à ação de preparação e
correção de avaliações, impossibilitando que o professor utilize este espaço para
estar pesquisando, aprimorando e exercitando a utilização da tecnologia. Para
minimizar este obstáculo a proposta de ampliação e fortalecimento dos NTEs por
meio das CRTEs, propõem ação de assessoria in loco na escola. Nesta ação o
assessor da CRTE responsável pela Escola realiza atividades com professores
utilizando a hora atividade ou o contra turno das atividades do professor para
apresentar, discutir e implementar ações com o uso de tecnologias. Denota-se um
avanço com relação à metodologia aplicada pelo NTEs, pois a ação in loco nas
escolas permite que o professor no seu local de trabalho e utilizando as tecnologias
disponíveis na escola faça o uso destes recursos.
Os dados da pesquisa também revelam que 13% dos pesquisados
apresentam dificuldades em utilizar as tecnologias pedagogicamente. Este número
diz respeito a professores que não possuem conhecimentos muitas vezes básicos
com relação ao uso do computador e suas possibilidades de uso pedagógico, mas
também reflete a falta de formação inicial e continuada. Inicial pois as Universidades
em sua grande maioria continuam a não incorporar o uso pedagógico de
ferramentas computadorizadas na formação acadêmica e a formação continuada
está ligada a políticas públicas que nem sempre chegam a todos de maneira igual.
A falta de assessoria pedagógica na elaboração de propostas inovadoras
com o uso das tecnologias citada por 14% dos pesquisados aponta um desafio a ser
superado pela política pública que tem como meta a universalização do uso de
tecnologias. Esta meta pode ser alcançada, pois os implementos na área de
tecnologia, tem investimentos não somente no que diz respeito à aquisição de
máquinas e criação de um ambiente pedagógico colaborativo, mas o processo de
expansão e fortalecimentos dos NTEs mostra-se como uma alternativa impar em
todo país numa proposta de formação continuada dos profissionais da educação
para uso das tecnologias.
Entre os outros obstáculos citados por 8% dos pesquisados encontramos
entre as respostas as seguintes informações: “não temos laboratório de informática
na escola”, foi à resposta mais citada pelo oitante por esta alternativa na questão.
Este dado retrata o que já foi mencionado neste trabalho, os laboratórios PROINFO
e PROEM foram sucateados, e não se encontram mais disponíveis na escolas e os
laboratórios do Paraná Digital somente passara a ser instalados de modo efetivo nas
escolas em 2007, portanto em 2005, muitas eram as escolas sem a tecnologia
computadorizada disponível ao trabalho pedagógico.
Outras citações importantes foram, “não tenho computador em casa”, “não
preciso de mais curso, pois já estou em final de carreira”, “não temos escritório
modelo”, “falta de preparo do professor para utilizar estas TICs”, “falta de material”,
“máquinas ultrapassadas”, “tempo”, “salas de aula super lotadas, dificultando o
atendimento
individual”,
“poucas
máquinas
para
atendimento”,
“poucos
computadores para muitos alunos”, “a pessoa responsável é muito mal educada”,
“falta de fitas de DVD”, “falta de pessoa na escola para auxiliar”, “não sabe fazer uso
delas”, não há dificuldades”, “qualificação dos professores”, “falta de espaço
adequado”, “saber manusear corretamente os computadores”, “não estão instalados
para uso didático”, “reforma no prédio escolar”, “não há manutenção no laboratório,
as máquinas não funcionam”, “número de aulas reduzidas para vencer o conteúdo”,
“não sinto prazer em utilizá-la”, “maior número de computadores”, “falta de software”,
“falta de conhecimento”,
A Política Pública denominada Paraná Digital foi outro dado pesquisado
durante a aplicação do questionário diagnóstico. A tabela 31 aponta dados referente
ao conhecimento do Programa Paraná Digital por parte dos professores.
Tabela 31 – Conhecimento da Política Pública denominada “Programa Paraná Digital”.
28. Tem conhecimento da política governamental denominada de "Programa Paraná Digital" relativa
a utilização de Software Livre na Administração Pública Educacional:
Não
1620
59%
Sim
1039
38%
98
4%
não responderam
Fonte: o Autor
Os dados da tabela revelam que 38% conhecem esta política. Esse dado
torna-se relevante considerando que em 2005 a maioria dos laboratórios de
informática do programa Paraná Digital ainda não estavam instalados, devido a
atrasos e problemas licitatórios.
Entre aqueles que não conhecem o programa Paraná Digital somam 59%
dos pesquisados, destes muitos desconhecem o programa por ainda não terem
recebido os computadores até o final de 2005 quando da aplicação do questionário
diagnóstico ou por não possuir familiaridade com a tecnologia e portanto não tem
interesse nos assuntos relacionados à tecnologia.
A tabela 32 aponta dados referente à utilização de ferramentas na
plataforma LINUX por parte dos pesquisados e se positivo, indicar quais as
ferramentas.
Tabela 32 – Utilização de ferramentas da plataforma LINUX.
29. Já utilizou alguma ferramentas na plataforma LINUX:
Não
2530
92%
Sim
140
5%
87
3%
não responderam
Fonte: o Autor
O Programa Paraná Digital prevê entre outras ações o uso de ferramentas
na plataforma LINUX. Esta opção tem seu mérito financeiro, pois o custo operacional
por computador torna-se menor pela liberação de pagamento com licenças, porém
também apresenta o ônus de ser um sistema novo para a grande maioria dos
profissionais da rede estadual de ensino, conforme resultado da pesquisa
diagnóstica realizada, em que 92% dos pesquisados responderam não terem
conhecimentos das ferramentas na plataforma Linux, além de outros 3% que não
responderam. Entre os 5% que dizem já terem utilizado ferramentas na plataforma
LINUX, foi citado por alguns destes pesquisados, as ferramentas do pacote open
Office, como editor de texto, planilha de cálculo, softwares de apresentação, browser
de Internet e gerenciamento de pastas.
A tabela 33 demonstra o interesse dos pesquisados em se instrumentalizar
na plataforma LINUX.
Tabela 33 – Interesse em instrumentalização na plataforma LINUX.
30. Tem interesse de se instrumentalizar na plataforma LINUX:
Sim
2391
87%
Não
235
9%
não responderam
131
5%
Fonte: o Autor
Um dado importante foi obtido com os dados da tabela 32, onde o foco da
questão foi o interesse do professor em se instrumentalizar na plataforma LINUX.
Percebe-se que existe o interesse na maioria dos professores
(87%) dos pesquisados, possibilitando uma visão muito positiva do uso da
tecnologia no contexto educacional e também vislumbrando um desafio às políticas
públicas nesta área. Entre aqueles que responderam não ter interesse (9%) temos
uma parcela de professores que estão em final de carreira, outros que desconhecem
o termo LINUX entre outras possíveis variáveis, entre eles estão aqueles que não
responderam e que correspondem a 5% dos pesquisados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise que nos propomos a buscar quando do início desta pesquisa teve
como objetivo verificar como ocorreu e como ocorre o processo de formação
continuada para uso das tecnologias de informação e comunicação nas escolas
públicas
estaduais
em
função
da
existência
do
computador
na
escola.
Fundamentamos tal pesquisa na implementação de políticas públicas voltadas para
inclusão dos recursos tecnológicos nas escolas e no processo de formação de
professores para uso destes recursos, bem como nos paradigmas educacionais que
sustentam a prática pedagógica dos professores.
Com a revelação e interpretação dos dados levantados através da pesquisa
empírica, detectamos a existência de vários obstáculos que interferem na opção do
professor pelo uso ou não deste recurso, como instrumento de melhoria no processo
pedagógico.
A presença da tecnologia computadorizada no contexto educacional, é algo
imprescindível na formação dos educandos, pois conforme Almeida (2000 p.20), [...]
dentre os recursos tecnológicos que adentram os espaços escolares, o computador
é o que se apresenta com maior potencial para provocar mudanças substanciais no
processo pedagógico. É inegável hoje que a tecnologia está presente em todas as
ações humanas e a escola como lócus da formação de indivíduos que devem estar
aptos a atuar na sociedade do conhecimento, não pode negar a implementação e
uso dos recursos tecnológicos nos processos de ensino e aprendizagem, porém
somente a presença do computador não garante a sua efetiva utilização no contexto
educacional.
Este posicionamento é ratificado por Freire, (1992, p. 133)
O que me parece fundamental para nós, hoje, mecânicos ou físicos,
pedagogos ou pedreiros, marceneiros ou biólogos é assunção de uma
posição crítica, vigilante, indagadora, em face da tecnologia. Nem, de um
lado, demonologizá-la, nem, do outro, divinizá-la.
A utilização de computadores no contexto educacional abre uma infinidade
de alternativas, porém a sua utilização passa por um processo de formação
adequada e com princípios claros e bem orientada.
Entende-se que a aplicação de computadores deve se apresentar como
instrumento facilitador da aprendizagem e ensino através da utilização de suas
interfaces como editores de texto, planilhas de cálculos, softwares de apresentação,
softwares educacionais, simuladores, internet entre outros, que podem expandir o
universo de pesquisa na sala de aula, indo além do livro texto e das metodologias
usuais.
É necessário utilizarmos as tecnologias disponíveis na escola como
ferramenta que fomente a produção do conhecimento de forma crítica e criativa
possibilitando um processo inclusão digital e mais promovendo inclusão social, pois
segundo Tenório (2000, p. 20).
É na escola, para a maioria, que se dá a única chance de aquisição do
conhecimento acumulado, da ciência e da tecnologia. Isto se reveste da
maior importância se considerarmos que a tecnologia informática é o mais
poderoso instrumento tecnológico já desenvolvido pelo homem, com alto
poder de transformação, produção e dominação; além disso, tal tecnologia
pode constituir-se em poderosa ferramenta para veicular o conhecimento
significativo e ainda propiciar novos e eficientes métodos e técnica
pedagógicas.
As tecnologias estão disponíveis nas escolas públicas por meio de
programas públicos. Destes, destacamos neste trabalho, o PROINFO, PROEM e
BRA03/036, sendo o primeiro de cunho federal e os outros dois de cunho estadual.
Reconhecemos que o implemento do Estado por meio das políticas públicas
PROINFO e PROEM abrem oportunidades para facilitar o acesso ao computador.
Mas são precárias e às vezes inexistentes, as condições para se dar sustento no
ambiente escolar, do uso pedagógico desta ferramenta. Os dados coletados
evidenciam os fatores que dificultam e até mesmo impedem a apropriação do
computador como ferramenta didática pelo professor.
Tais fatores são àqueles que perpassam por elementos de caráter técnico,
administrativo, pedagógico, social e econômico. Ou seja, o Estado até fornece o
instrumento, mas restringe as condições para a sua utilização, pois não previu
manutenção dos equipamentos, nem apoio técnico aos professores durante as aulas
e quanto menos assessoria pedagógica no delineamento das estratégias didáticas a
serem empregadas pelo professor com uso do computador no próprio ambiente
escolar.
Por mais que as diretrizes das políticas PROINFO e PROEM proclamem
toda esta sustentabilidade, na prática, verificamos que isso não ocorre. Há
discordância entre as pretensões declaradas nas proposituras públicas e a
constatação da real condição no ambiente escolar público. Esta discordância fica
aparente quando analisamos os dados obtidos com a pesquisa.
Para dar sustentação a estas políticas públicas, os NTEs foram às
estruturas utilizadas para disseminar o uso das tecnologias por meio de cursos e
oficinas. As atividades desenvolvidas pelos NTEs foram de caráter instrumental e
pedagógico, o que consideramos um avanço, pois a preocupação da equipe de
multiplicadores dos NTEs sempre foi a de aliar o uso instrumental do computador
com a aplicação pedagógica, bem como aprimorar o trabalho docente com o
elaboração de projetos de aprendizagem desenvolvidos durante a fase de existência
dos NTEs, porém com a realização de atividades centralizadas nos laboratórios dos
NTEs, não era garantida a utilização por parte dos professores quando em retorno
às suas escolas.
Os dados apresentados nesta pesquisa, deixam claro que o processo de
formação continuada por meio dos NTEs foi insuficiente para tornar a tecnologia
uma ferramenta efetiva no aprimoramento pedagógico.
Com a implementação do Projeto BRA03/036, com as suas estruturas
fundamentais, Programa Paraná Digital, Portal Dia-a-Dia Educação e criação das
CRTEs, deslumbra-se modificações no panorama que se configurou até o ano 2002,
pois há consciência por parte de seus gestores de que para os computadores
passarem a compor o rol de recursos utilizados pedagogicamente, é necessário
considerar, analisar e refletir sobre os princípios elementares e subliminares que
determinam o uso ou não destes, por parte dos professores e alunos. E se
utilizados, analisar a consistência da sua contribuição para a produção do
conhecimento.
O Programa Paraná Digital tem como responsabilidade a implantação de
2100 laboratórios de informática nas escolas públicas estaduais. Considera-se esta
ação impar em termos de ação política, pois passamos a contar com laboratórios em
toda as escolas públicas estaduais. Ressaltamos também a inovação apresentada
com relação à tecnologia multiterminal e a utilização de sistema operacional LINUX,
possibilitando uma economia no custo operacional destes equipamentos.
A ação desenvolvida entre SEED, UFPR, Copel e Celepar na implantação
de um sistema de grande porte apresenta-se como uma inovação em termos de
parceria para realização de uma política pública, porém existem melhorias a serem
realizadas que dependem de pesquisa, ação e vontade política das estruturas
envolvidas,
entre
elas
destacamos
a
melhoria
na
conectividade
destes
computadores na web, pois temos escolas com 512 kb de conectividade via fibra
ótica, escolas com conectividade via satélite, onde não temos disponibilidade de
fibra ótica. Escolas com 40 computadores possuem apenas 1 servidor, sendo este
inadequado para o volume de processamento gerado na utilização destes
laboratórios. As atualizações remotas do sistema operacional, acarretam problemas
de ordem operacional, como perda de dados, desconfiguração de impressoras e
teclados, entre outros fatores.
São melhorias a serem implementadas em caráter emergencial para que a
utilização destes recursos atendam a necessidade das escolas e de seus usuários.
O sistema de monitoramento on-line das escolas por meio do site do Paraná
Digital, também se apresenta como uma alternativa importante no acompanhamento
e monitoramento do sistema, pois permite a visualização da quantidade de horas de
utilização diária do sistema, não levando em conta a utilização administrativa e a
pedagógica. Faz-se necessário, portanto uma leitura mais crítica do sistema com a
possibilidade de acompanhamento do uso pedagógico dos recursos disponíveis,
permitindo desta forma uma ação de formação continuada voltada à realidade de
cada escola.
O Portal Dia-a-Dia Educação foi implementado a partir de uma concepção
do Secretário de Estado da Educação, que solicitou a criação de um ambiente
colaborativo para que os professores pudessem disponibilizar saberes produzidos na
escolas, promover a divulgação das ações promovidas pela SEED e serviu também
para justificar a aquisição de 44000 computadores frente às instituições que
promoveram o financiamento do projeto. Este ambiente tem-se apresentado como
uma alternativa para a comunidade escolar, como um ambiente pedagógico
colaborativo, que sofreu mudanças em 2007, que o tornou mais atrativo, mais
informativo e com a incorporação de uma variedade de recursos que estão
disponíveis ao aprimoramento da prática pedagógica do professor.
O número de usuários é crescente a cada ano, conforme dados
apresentados neste trabalho, e em 2008 se espera ampliar ainda mais a quantidade
de acessos, pois neste ano completa-se a instalação dos laboratórios de informática
nas escolas.
Este implemento também se apresenta como uma alternativa singular em
termos de política pública na área de tecnologia na educação, pois é um portal
educacional público, voltado à comunidade escolar paranaense que vem buscando
implementar ações que visem à inclusão e universalização do uso de tecnologias.
O processo de formação continuada dos professores da rede pública
estadual para uso das tecnologias disponíveis nas escolas foi outro implemento
importante. O que anteriormente era tido como capacitação do professor
centralizada no NTE, agora a CRTE vai até a escola disseminar o uso do
computador e demais tecnologias presentes na escola em um processo denominado
assessoria in loco nas escolas. Os aspectos estrutural técnico, logístico,
informacional,
formacional
e
atendimento
individualizado
a
cada
escola,
contemplados por este Programa na área de tecnologia na educação, denotam a
condução para além das possibilidades facilitadoras que o computador oferece a
produção do conhecimento, determinando a importância da socialização sistêmica
destas
possibilidades
ao
professor,
para
que
este
possa
se
apoderar
pedagogicamente de forma consciente deste recurso, como veiculo de expressão e
de criação.
Muitas são ainda as dificuldades de barreiras a serem superadas no
processo de formação continuada dos professores das escolas para uso das
tecnologias, entre elas destacamos a falta de incentivo no processo de progressão
de carreira aos professores que implementarem o uso de tecnologias na sua prática
pedagógica, disponibilidade dos professores para participar do processo de
formação continuada em sua jornada de trabalho, pois em sua hora atividade a
prioridade é dada ao preparo e correção de avaliações.
Percebe-se pelos dados da pesquisa o interesse da maioria dos professores
em participar de cursos de qualificação para uso das tecnologias, porém as
condições ainda não são as apropriadas.
Na pesquisa diagnóstica realizada nas escolas foi possível diagnosticar que
a tecnologia está presente na maioria da residências dos professores, porém a sua
utilização no processo de aprimoramento da prática pedagógica necessita de um
investimento significativo no processo de formação continuada.
Destaca-se aqui há necessidade de se avaliar como está ocorrendo a
formação inicial em nível de graduação dos futuros docentes das nossas escolas. As
universidades tem que propiciar na formação acadêmica espaços que contemplem a
pesquisa, utilização e implementação de ações que permitam ao futuro educando
um contato com as possibilidades dos recursos tecnológicos no contexto
educacional.
Há necessidade de propiciar um estrutura adequada as CRTEs nos
aspectos de transporte, bolsa auxílio, orientação metodológica para que de posse de
recursos adequados possam disseminar e universalizar o uso das tecnologias.
O desafio que se impõem aos profissionais das CRTEs é gigantesco e as
condições ainda não são adequadas para o bom desenvolvimento de suas ações,
pois está sob sua responsabilidade instrumentalizar em termos operacionais,
pedagógicos e gerenciais a utilização dos recursos tecnológicos disponíveis nas
escolas.
Estamos vivendo na sociedade do conhecimento, onde a informação e a
tecnologia se renovam a cada dia e frente a este contexto de mudanças temos
professores que sentem a necessidade de utilizar os recursos da tecnologia para o
seu aprimoramento pedagógico.
O que se espera de um profissional apto a atuar na sociedade do
conhecimento é um profissional que supere a visão de que após a graduação, sua
vida de estudante teve término. O universo de informação ampliou-se, a rede
informatizada desafia o docente e o educando a buscar novas formas de ensinar a
aprender.
Em face dessa nova realidade o profissional deve estar continuamente
buscando formação, priorizando o aprender a aprender, utilizando metodologias e
recursos que permitam um aprimoramento constante, pois conforma Prado & Martins
(2003, p.2)
[...] a formação do professor em informática na educação precisa ser vista
além do espaço/tempo do curso, contemplando nesse processo a dimensão
do contexto do dia a dia do professor. Nesse enfoque a preparação do
professor envolve muito mais do que ele aprender a lidar com as ferramentas
computacionais. O professor também precisa aprender a recontextualizar o
uso do computador, integrando-o às suas atividades pedagógicas. Isto
significa que o processo de formação deve propiciar ao professor construir
novos conhecimentos, relacionar diferentes conteúdos e reconstruir um novo
referencial pedagógico.
O docente para estar apto a atuar nessa sociedade do conhecimento deve
ser inovador, crítico e criativo, articulador, ultrapassando o papel de autoritário para
ser mediador na construção do conhecimento, promovendo um trabalho coletivo e
autônomo, utilizando-se de todos os recursos disponíveis para o aprimoramento
pedagógico.
Com a finalização desta pesquisa, não consideramos esgotadas as
discussões, mas sim abrimos perspectivas para novas pesquisas que visem buscar
informações, levantar dados, apontar melhorias a serem implementadas, respostas
ainda não apresentadas e novas discussões e problemas a serem pesquisados.
REFERENCIAS
ALMEIDA, Maria Elizabeth. O computador como ferramenta de reflexão na
formação e na prática pedagógica. São Paulo: Revista da APG, PUC/SP, ano VI,
nº 11, 1997.
_____________. O Computador na Escola: Contextualizando a Formação de
Professores. Praticar a teoria, refletir a prática. 2000. Tese de Doutorado: Programa
de Pós Graduação em Educação: Currículo. PUC/SP.
ALMEIDA, M.E. & ALMEIDA, F.J., Aprender construindo: a informática se
transforma com os professores. Coleção Informática para a mudança na
Educação. Ministério da Educação e do Desporto - MEC, 1999.
____________. Aprendendo com projetos. Coleção Informática para a mudança
na Educação. Ministério da Educação e do Desporto - MEC, 1999.
AXT, Margarete. Tecnologia na educação, tecnologia para a educação: um texto
em construção. Anais do VII Seminário Internacional de Alfabetização e Educação
Científica. Ijuí, RS: Unijuí, 2000.
BEHRENS, Marilda. Projetos de aprendizagem colaborativa num paradigma
emergente. In: BEHRENS, Marilda A.; MASETTO, Marcos T. MORAN, José M.
Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2000.
____________.
Projetos de aprendizagem colaborativa num paradigma
emergente. In: MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T. & ______. Novas
tecnologias e mediação pedagógica. São Paulo: Papirus, 5ª ed., 2002.
BEHRENS, Marilda.
Formação continuada dos professores e a prática
pedagógica. Curitiba: Champagnat, 1996.
_________. O paradigma emergente e a prática pedagógica. Petrópolis: Vozes,
2005.
BELINE, Willian, Contradições Emergentes entre proposta e implementação da
informática na educação paranaense: Análise das falas dos Assessores
Pedagógicos. 2006. 162 f. Dissertação (Mestre) – UEL/PR, Londrina, 2006.
BELLONI, Maria Luiza. Educação à distância. São Paulo: Autores Associados,
4ªed., 2006.
BID – Banco Inter-Americano de Desenvolvimento (Inter-American
Development
Bank)
.
Disponível
em
http://www.iadb.org/exr/country/eng/brazil/index.cfm, acessado em março 2008.
BORSATTO, Dalinni de Oliveira. Dissertação de Mestrado: Tecnologias de
informação e comunicação enquanto tecnologia de educação, na visão dos
professores da rede estadual, no município de Curitiba. CEFET-PR, 2002.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional. Brasília: MEC, 1996. Disponível em
http://portal.mec.gov.br/seesp/index.php?option=content&task=view&id=159&Itemid=
311. Acessado no período de setembro a novembro/2007.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação a Distância. Programa de
Formação
de
Professores
em
Exercício.
2007.
Disponível
em
<http://portal.mec.gov.br/seed/index.php?option=com_content&task=view&id=163> .
Acessado em fevereiro/2008.
BUENO, JGS. Crianças com necessidades educativas especiais, política
educacional e a formação de professores. Revista Brasileira de Educação
Especial, 1999.
CELEPAR. Companhia de Informática do Estado do Paraná. Disponível em
http://celepar.pr.gov.br, acessado no período de julho a dezembro 2007.
CETE. Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação. Disponível em
www.cete.pr.gov.br, acessado no período de julho a dezembro 2007.
CREMA, Roberto. Uma visão holística da educação. In: CARDOSO, Clodoaldo
Meneguello. A canção da inteireza. Uma visão holística da educação. São Paulo:
summus, 1995.
CYSNEIROS, Paulo G. (2000). Iniciação à Informática na Perspectiva do
Educador. Revista Brasileira de Informática na Educação (Brasil, UFSC), n. 07,
Setembro de 2000.
EICHLER, Marcelo. DEL PINO, José Cláudio. Formação continuada do professor
de química no Rio Grande do Sul: informática educativa. III Simpósio Latino
Americano e Caribenho de Educação em Ciências. UFPR, Curitiba, PR. 1999.
FAGUNDES, Léa da Cruz, Aprendizes do futuro: as inovações começaram!
Coleção Informática para a mudança na Educação. Ministério da Educação e do
Desporto - MEC, 1999.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança. Rio de janeiro: Paz e Terra, 1992.
____________. Educação e Mudança. Rio de Janeiro. Paz e Terra, 1979.
____________. Pedagogia da autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 17ª ed.,
2001.
FRONT-END. In: WIKIPÉDIA . Enciclopédia livre, 2007. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Front-end>. Acesso em: 25 set. 2006.
GARCIA, Vanda Dolci. Dissertação de Mestrado: A tecnologia educacional na
prática pedagógica dos professores do ensino médio em escolas estaduais de
Curitiba - PR, CEFET-PR, 2002.
GENTILI, Pablo. Pedagogia da exclusão: crítica ao neoliberalismo em
educação. Petrópolis, RJ : Vozes, 1998.
GIANOTTO, Dulcinéia, E. P. PERIOTTO, Álvaro José. O uso do computador e a
formação de professores de ciências - um desafio para o próximo milênio. III
Simpósio Latino Americano e Caribenho de Educação em Ciências. UFPR, Curitiba,
PR. 1999.
GRUPO TELEFÔNICA. A Sociedade da Informação - Presente e Perspectivas,
p.35. 2002.
HABERMAS, Jurgen. Técnica e Ciência como ideologia. Lisboa, Portugal :
Edições 70, 1993.
JACINSKI, Edson. Linguagem audiovisual na informática educativa: uma
análise dialógica do PROINFO. Dissertação de mestrado. Curitiba, Centro Federal
de Educação Tecnológica do Paraná – Programa de Pós-Graduação em
Tecnologia, 2001.
KENSKI, Vani. Novas Tecnologias. O redimensionamento do espaço e do
tempo e os impactos no trabalho docente. Faculdade de Educação, Universidade
de São Paulo. Trabalho apresentado na XX Reunião Anual da ANPEd, Caxambu,
setembro. 1997.
KIMIECK, Jorge Luiz. Consolidação de Comunidades de Prática: Um estudo de
caso no PROINFO. 2002. 88 f. Dissertação (Mestre) – Programa de Pós-Graduação
em Tecnologia. Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná. Curitiba, 2002.
LIBANÊO, José Carlos. Democratização da escola Publica. A pedagogia crítica social dos conteúdos. São Paulo: Loyola, 1986.
LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E. D.
qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
Pesquisa em educação: abordagens
MAANEM, John, Van. Reclaimin qualitative methods for organization research:
a preface, In Administrative Science Quarterly, vol 24, no. 4, 1979.
MIZUKAMI, Maria da Graça. Abordagens do Processo. São Paulo, EPU, 1986.
cap. 1 2 e 3.
MORAN, José Manuel. Mudanças na comunicação pessoal. São Paulo: Paulinas,
1998. Home Page: www.eca.usp.br/prof/moran
___________. Os novos espaços de atuação do professor com as tecnologias.
Revista Diálogo Educacional. Curitiba, v. 4, n. 12, p.13-21, 2004.
__________. A educação que queremos. Novos desafios e como chegar lá. São
Paulo: Papirus, 2007.
__________. Os novos espaços de atuação do professor com as tecnologias.
In Revista Diálogo Educacional/PUC-PR, vol.4, n.12 (maio/ago.2004), Curitiba:
Champagnat, 2000.
__________. Como utilizar a Internet na educação. Revista Ciência e Informação,
Mai/Ago. 1997, vol.26, no.2, p.-. ISSN 0100-1965.
MYSQL.
In:
WIKIPÉDIA.
Enciclopédia
livre,
2007.
Disponível
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mysql>. Acesso em setembro de 2007.
em:
PHP.
In:
WIKIPÉDIA.
Enciclopédia
livre,
2007.
Disponível
<http://pt.wikipedia.org/wiki/PHP>. Acesso em setembro de 2007.
em:
NAZARENO, Cláudio... [et al]. Tecnologias de Informação e Sociedade: o
panorama brasileiro. Série temas de interesse do legislativo; n. 9. Câmara dos
Deputados. Coordenação de Publicações. Brasília. 2006.
PAPERT, Seymour. A máquina das crianças: repensando a escola na era da
informática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
__________. Constructionism: a new opportunity for elementary science
education. Cambridge, Massachussetts Institute of Technology , Media Laboratory,
Epistemology and Learning Group, 1986.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Portal Dia-a-Dia Educação, 2007.
Disponível
em:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/paranadigital/saiba_mais.php.Ac
esso no período de janeiro a março de 2008.
PASTOR, Carmem A. Utilizaçao didática de recursos tecnológicos como resposta à
diversidade. In SANCHO, Juana M, (Org.). Para uma tecnologia educacional.
Porto Alegre: Artmed, 1998, p. 237-256.
PEÑA, Maria De Los Dolores Jimenes. Ambientes de aprendizagem virtual: O
desafio à prática docente. 1999.
PNUD. Projetos de Inclusão Digital com Investimentos do PNUD.
http://www.pnud.org.br/projetos/pobreza_desigualdade/,acessado em março 2008.
PRADO, Maria Elizabeth.B.B. & MARTINS Maria Cecília. A formação do professor:
estratégias de intervenção no processo de reconstrução da prática
pedagógica, http://www.c5.cl/ieinvestiga/actas/ribie98/237.html, acessado em
agosto 2007.
PORTAL
DIA-A-DIA
EDUCAÇÃO.
2006.
Disponível
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br. Acesso em Abril de 2006.
em
PROEM. Programa de Extensão e Melhoria do Ensino Médio do Estado do
Paraná: http://www.seed.pr.gov.br/proem.html, acessado no período de julho a
dezembro/2007.
PROINFO. Programa Nacional de Informática na Educação- http://www.
proinfo.mec.gov.br, acessado no período de julho a dezembro/2007.
PROJETO BRA03/036. Educação Básica e Inclusão Digital no Estado do
Paraná.
http://www.pnud.org.br/projetos/pobreza_desigualdade/visualiza.php?id07=59,
acessado no período de julho a dezembro/2007.
PROJETO PARANÁ DIGITAL. Relatório Técnico RT-DINF 004/2004: 2004.
Disponível em <http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/handle/1884/473>. Acesso em
março de 2008.
PROJETO
PARANÁ
DIGITAL.
2006.
Disponível
http://www.paranadigital.pr.gov.br. Acesso em fevereiro de 2008.
em
RUARO, Laurete Maria. Educação Para e Com a Mídia – Análise da utilização
das tecnologias da informação e comunicação na rede pública de educação:
Programa Paraná Digital. 2007. 101 f. Dissertação (Mestre) – Programa de Pós
Graduação, Centro de Teologia e Ciências Humanas, PUC/PR, Curitiba, 2007.
SANCHO, Juana M . In: SANCHO, Juana M; HERNÁNDEZ, Fernando. (Org.)
Tecnologias para transformar a educação. Porto Alegre: Artmed, 2006.
SANDHOLTZ, Judith H; RINGSTAFF, Cathy; DWYER, David C. Ensinando com
tecnologia: criando salas de aula centradas nos alunos. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1997.
SANTOS, Elizabete. Diretrizes na Área de Tecnologia na Educação. SEED/PR.
Curitiba. 2006.
SOARES, Suely Galli. Educação e comunicação: o ideal de inclusão pelas
tecnologias de informação – otimismo exacerbado e lucidez pedagógica. São Paulo:
Cortez, 2006.
TENÓRIO, Robinson. Computadores de papel. Máquinas abstratas para um
ensino concreto. São Paulo: Cortez, 3ªed.,2003.
TEZA, M.L. Pão e Liberdade. Artigo, Programa de Software Livre – Brasil. 2002
TONO, Cineiva Campoli. Computador na Escola: As contradições emergentes
das Políticas Públicas PROINFO e PROEM. 2003. 143 f. Dissertação (Mestre) Curso de Educação, Departamento de Educação, UFPR/PR, Curitiba, 2003.
TONO, Cineiva Campoli. Diretrizes das Políticas Públicas de Alfabetização
Digital do Estado do Paraná. XXVI Congresso da Sociedade Brasileira de
Computação. Campo Grande,2006.
VALENTE, J. A. (org). Computadores e conhecimento: repensando a educação.
Campinas: UNICAMP/NIED, 1993.
VOSGERAU, Dilmeire, S. R. A formação de professores e a utilização dos
recursos tecnológicos. III Simpósio Latino Americano e Caribenho de Educação
em Ciências. UFPR, Curitiba, PR. 1999.
ANEXOS
‘
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDÊNCIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SUED
CENTRO DE EXCELÊNCIA EM TECNOLOGIA EDUCACIONAL – CETEPAR
COORDENAÇÃO ESTADUAL DE TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO – CETE
ANEXO 02
Caros Assessores
Por solicitação da Controladoria Geral da União estamos desencadeando
uma Investigação Diagnóstica do Estado do Paraná quanto ao uso de Tecnologias
de Informação e Comunicação pelo Professor da Rede Pública de Ensino. Tal
investigação será efetuada pelas CRTEs do Paraná com orientação da
Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação, a qual indicou dentre os
Assessores em Tecnologia na Educação, um responsável pelo gerenciamento da
investigação em sua CRTE, porém, todos os componentes das CRTEs devem
desenvolvê-la. O responsável fica encarregado de elaborar junto aos demais
Assessores um "plano de ação" para o trabalho de investigação, contendo
cronograma e estimativa de ajuda de custo para sua realização com identificação do
Assessor.
Em
anexo
encontra-se
uma
tabela
relativa
à
CRTE
de
.......................................... contendo os municípios, as escolas e o número total de
professores das diversas áreas do conhecimento e modalidades de ensino a ser
pesquisado em cada escola.
Acompanhando o presente documento estão todos os instrumentos de
investigação por CRTE, os quais após o preenchimento devem ser encaminhados
via malote pelo Assessor responsável pela investigação, para a CETE/CETEPAR até
o dia 15 de dezembro do corrente, a/c de Marcos César Cantini.
O prazo estimado para a efetivação da Investigação é de 17 de outubro a 30
de novembro e os dados devem ser digitalizados no decorrer da realização desta,
com data limite para registro de 09 de dezembro. O sistema a ser digitalizado estará
disponível a partir de 30 de outubro no site www.cete.pr.gov.br.
Curitiba, 05 de outubro de 2005.
Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDÊNCIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SUED
CENTRO DE EXCELÊNCIA EM TECNOLOGIA EDUCACIONAL – CETEPAR
COORDENAÇÃO ESTADUAL DE TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO – CETE
ANEXO 03
Ofício no. 379/2005
Curitiba, 10 de outubro de 2005.
Referência: Aplicação de Questionário Diagnóstico para professores
Prezado Diretor
Por ocasião da auditoria no âmbito de "capacitação" do Programa Paraná
Digital efetuada pela Controladoria Geral da União em 2005 referente ás
capacitações do ano de 2004 e 2005, foi solicitado à Coordenação Estadual de
Tecnologia na Educação a efetivação de uma pesquisa de cunho pedagógico no
Estado para coleta de dados que possam nortear com acertividade o planejamento
das ações de disseminação de Tecnologia de informação e comunicação nas
escolas públicas.
Para tanto confeccionamos um instrumento de pesquisa, em anexo, cuja
aplicação será realizada pelos Assessores em Tecnologia das 32 Coordenações
Regionais de Tecnologia na Educação – CRTEs.
Para
realização
deste
questionário,
apresentamos
o
Assessor
_____________________, da CRTE de ______________________, que está como
responsável pelo processo de aplicação deste instrumento de pesquisa em 20% dos
professores do seu estabelecimento de ensino.
Solicitamos seu apoio para realização desta pesquisa e informamos que as
informações prestadas pelos professores serão mantidas sob guarda desta
Coordenação e serão preservadas as identidades dos participantes.
Nosso objetivo com este questionário é traçar estratégias e metodologias a
serem adotadas nos próximos anos para que a tecnologia esteja presente na prática
pedagógica do professor com finalidade aprimoramento do trabalho docente.
Atenciosamente
Cineiva Campoli Tono
Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação - CETE
Ilustríssimo Senhor Diretor
Anexo 5
Quantidade de horas utilizadas no sistema PRD das escolas conectadas ao sistema do Paraná
Estatística
fonte: www.paranadigital.pr.gov.br, acessado em abril/2008
Anexo 6
Quantidade de horas utilizadas no sistema PRD por Regional de Ensino do Estado
Fonte: www.paranadigital.pr.gov.br, acessado em abril/2008
Anexo 07
Quantidade de horas utilizadas no sistema PRD por Escola conectada ao sistema
Fonte: www.paranadigital.pr.gov.br, acessado em abril/2008
Anexo 08
Total de usuários conectados por mês no sistema Paraná Digital
fonte: www.paranadigital.pr.gov.br, acessado em abril/2008
Anexo 09
Dowload de Projetos Executivos do Programa Paraná Digital
fonte: www.paranadigital.pr.gov.br, acessado em abril/2008.
Anexo 10
Sistema de Registro de ocorrências nos laboratórios do Paraná Digital
fonte: www.paranadigital.pr.gov.br, acessado em abril/2008
Anexo 11
Manuais do Paraná Digital
fonte: www.paranadigital.pr.gov.br, acessado em abril/2008
Anexo 12
Página dos Educadores no Portal Dia-a-Dia Educação
fonte: www.diaadiaeducao.pr.gov.br, acessado em abril/2008
Anexo 13
Página dos Alunos no Portal Dia-a-Dia Educação
fonte: www.diaadiaeducao.pr.gov.br, acessado em abril/2008
Anexo 14
Página da Escola no Portal Dia-a-Dia Educação
fonte: www.diaadiaeducao.pr.gov.br, acessado em abril/2008
Anexo 15
Página da Comunidade no Portal Dia-a-Dia Educação
fonte: www.diaadiaeducao.pr.gov.br, acessado em abril/2008
Anexo 16
Página de referência de uma site de escolas
fonte:
http://www.ovoouroverde.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=7,acessado em
abril de 2008,
Anexo 17
Anexo 18
Download

curitiba cascavel