PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CENTRO DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO MARCOS CÉSAR CANTINI Políticas Públicas e Formação de Professores na Área de Tecnologias de Informação e Comunicação – TIC na Rede Pública Estadual de Ensino do Paraná. . CURITIBA 2008 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CENTRO DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO MARCOS CESAR CANTINI Políticas Públicas e Formação de Professores na Área de Tecnologias de Informação e Comunicação – TIC na Rede Pública Estadual de Ensino do Paraná. Dissertação apresentada ao Programa de Pósgraduação em Educação, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Educação. Orientação: Prof. Dr. Paulo Roberto de Carvalho Alcântara. . CURITIBA 2008 AGRADECIMENTOS Ao realizar esta pesquisa e concluir esta fase de estudos temos alguns agradecimentos especiais a realizar. Ao meu orientador, prof. Doutor Paulo Roberto de C. Alcântara, que com sua orientação, apoio e dedicação tornaram possível este momento e a elaboração deste trabalho. As Professoras Doutoras Marilda A. Behrens e Sônia Ana C. Leszczynski que prontamente aceitaram meu convite para participarem da banca de qualificação e defesa desta dissertação e com seu talento, atenção e carisma tornaram o momento da qualificação, que seria um tormento na vida de um mestrando, um momento de aprendizado e troca de experiências significativas. A minha esposa Camila e meus filhos Marco Antônio e Maria Eduarda, primeiramente desculpas pelos momentos de ausência. Foram momentos que jamais poderei resgatar. Um agradecimento especial por serem a minha vida, e motivo maior pelos quais todos os dias acordo e agradeço a Deus vocês existirem na minha vida. Amo muito vocês. Aos meus pais, que não tiveram as mesmas oportunidades que me deram, mas sempre foram exemplos de retidão, honestidade e amor incondicional. A amiga e Coordenadora Estadual de Tecnologia na Educação, Profa. e Msc. Cineiva Campoli Tono, o meu muito obrigado pelo convívio, pela ética e pelas lições ensinadas na área de tecnologia na educação. A amiga e colega de mestrado profa. e Msc. Ana Rita Serenato Bortolozzo, com a qual dividi angústias, sucessos e trabalhos durante esta caminhada. A toda minha equipe da Coordenação de Apoio ao Uso de Tecnologias e Assessores das CRTEs que acreditam no processo de formação continuada dos profissionais da educação por meio do trabalho das CRTEs. “A educação não se reduz á técnica, “mas não se faz educação sem ela”. Utilizar computadores na educação, “em lugar de reduzir, pode expandir a capacidade crítica e criativa de nossos alunos meninos e meninas. Dependendo de quem o usam a favor de que e de quem e para quê”. O homem concreto deve se instrumentalizar com os recursos da ciência e da tecnologia para melhor lutar “pela causa de sua humanização e de sua libertação”. (Freire, 1995 : 98 ; 1979 : 22) RESUMO Esta pesquisa qualitativa baseada em um estudo de caso surgiu de um estudo sobre as políticas públicas e formação de professores na área de tecnologia de informação e comunicação (TIC) nas escolas públicas do Paraná. Este estudo foi realizado em dois períodos, de 1997 a 2002, com destaque ao Programa Nacional de Informática na Educação (PROINFO) e o Programa de Extensão, Melhoria e Inovação do Ensino Médio do Paraná (PROEM), e de 2003 a 2007, com a implementação do Projeto Educação Básica e Inclusão Digital no Estado do Paraná (BRA03/036). Os programas PROINFO e PROEM de cunho federal e estadual, respectivamente, disponibilizaram computadores para escolas públicas estaduais. A metodologia de formação continuada dos profissionais da educação atuantes nas escolas públicas ocorreu por meio dos Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE), criados a partir das diretrizes do PROINFO. Os resultados apresentados por meio deste programa e pela ação dos NTEs não garantiram a efetiva utilização dos recursos tecnológicos disponíveis nas escolas, por fatores diversos que iremos apresentar neste estudo. A partir de 2003, com a implementação do Projeto Educação Básica e Inclusão Digital no Estado do Paraná (BRA03/036), cuja vertente é o Projeto Paraná Digital, responsável pela aquisição e instalação de computadores nas 2100 escolas públicas estaduais. Desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), Companhia de Energia Elétrica do Paraná (COPEL), Companhia de Informática do Estado (CELEPAR) e Secretaria de Estado da Educação (SEED), apresenta-se como uma inovação, pois utiliza uma estrutura de funcionamento por meio de multiterminal e sistema operacional LINUX. O Portal Dia-a-Dia Educação é outra ação deste projeto, responsável pela implantação de um Portal Público voltado à escola pública paranaense, com o objetivo de disponibilizar conteúdos de caráter informacional, formacional e pedagógico para toda comunidade escolar. Como último vértice deste projeto temos o processo de fortalecimento e expansão dos Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE), com a criação da Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação (CETE) e das Coordenações Regionais de Tecnologia na Educação (CRTEs), cujo objetivo primordial é favorecer o processo de inclusão e universalização do uso das tecnologias disponíveis nas 2100 escolas públicas estaduais. As tecnologias de informação e comunicação estão presentes em todas as atividades de formação humana e a escola como lócus da formação de indivíduos capazes de atuar nesta sociedade tecnológica deve propor alternativas para promover uma ação docente ancorada no uso de metodologias inovadoras, utilizando os recursos tecnológicos disponíveis nas escolas. Neste sentido se faz necessário um investimento qualitativo na formação continuada dos professores, favorecendo o aprimoramento da prática pedagógica com o uso dos recursos das TIC. Fundamentou-se este trabalho com contribuições de autores como EICHLER & DEL PINO (1999); GENTILI (1998); SANCHO (2006); MORAN (1995, 2007); ALMEIDA & ALMEIDA (1999); ALMEIDA (1997, 2000); BELLONI (2005, 2006); BEHRENS (2002, 2005); FREIRE (1975, 2001), entre outros que discutem as contribuições da inserção das TIC no contexto educacional e formação de professores. Palavras-chave: Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC, Políticas Públicas na Área de Tecnologia na Educação, Formação de Professores para uso das TIC. Paradigmas Educacionais. ABSTRACT This qualitative research based on a case study arose from a study about public policies and teacher education on the information and communication technology (ICT) area at the public schools of Paraná State. This study was carried out on two periods, from 1997 to 2002, featuring the National Informatics Program on Education (PROINFO) and the High School’s Extension, Improvement and Innovative Program of Paraná State (PROEM), and from 2003 to 2007 with the implementation of the Basic Education and Digital Inclusion Project in the Paraná State (BRA03/036). The PROINFO and PROEM programs of federal and state seals, respectively, made computers available to state public schools. The methodology of continued education of education professionals in action at public schools occurred by means of the Nucleuses of Educational Technology (NTE), created from the PROINFO guidelines. The presented results by these programs and the NTE action did not guarantee the effective utilization of the technological resources available at the schools, by several factors that will be presented on this study. From 2003, with the implementation of the Basic Education and Digital Inclusion Project in the Paraná State (BRA03/036), whose outset is the Paraná Digital Project, responsible by the acquisition and installation of computers in 2100 state public schools. Developed in conjunction with the Federal University of Paraná (UFPR), Paraná Electrical Energy Company (COPEL), State Informatics Company (CELEPAR) and State Office of Education (SEED), is presented as an innovation, because it utilizes a functioning structure by means of a multi-terminal and the LINUX operating system. The Day-to-Day Education Portal is another action of this project, responsible by the implantation of a Public Portal aimed at the Paraná public school, with the objective of supplying informational, educational and pedagogical contents for the scholar community. As a last vertex of this project we have the strengthening and expanding process of the Nucleuses of Educational Technology (NTE), with the creation of the State Coordination of Technology in Education (CETE) and the Regional Coordinations of Technology in Education (CRTEs), whose primordial objective is to favor the inclusion and universalization process of the use of the available technologies at the 2100 state public schools. The information and communication technologies are present in all human education activities and the school as the education locus of capable individuals to acting on this technological society should propose alternatives to promote an anchored teaching action on the use of innovative methodologies, utilizing available technological resources at the schools. Therefore, it is necessary a qualitative investment at the teachers’ continued education, promoting the pedagogical practice improvement with the use of the ICT resources. This study was based on authors’ contributions as EICHLER & DEL PINO (1999); GENTILI (1998); SANCHO (2006); MORAN (1995, 2007); ALMEIDA & ALMEIDA (1999); ALMEIDA (1997, 2000); BELLONI (2005, 2006); BEHRENS (2002, 2005); FREIRE (1975, 2001), among others that discuss the contributions of the insertion of the ICT at the educational context and teacher education. Keywords: Information and Communication Technologies (ICT), Public Policies on the Education Technology Area, Teacher Education for the use of ICT. Educational Paradigms. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 01 – Página do Paraná Digital..................................................................67 Figura 02 – Página do Portal Dia-a-Dia Educação, versão 2003 a 2006............69 Figura 03 – Portal Dia-a-Dia Educação – versão 2007.......................................71 LISTA DE TABELAS Tabela 01 – Distribuição Computadores PROEM............................................ 27 Tabela 02 – Universo da Pesquisa................................................................... 58 Tabela 03 – Possui computador em casa......................................................... 62 Tabela 04 – Recurso que comumente utilizada em sua prática pedagógica... 62 Tabela 05 – Relativo ao uso do computador, a(s) ferramenta(s) ou aplicativo(s) que utiliza pedagogicamente é(são)......................... 64 Tabela 06 – Dados referentes à utilização do Portal Dia-a-Dia Educação....... 69 Tabela 07 - Quadro demonstrativo da distribuição dos Assessores Pedagógicos e Técnicos das 32 CRTEs....................................... 73 Tabela 08 – Maiores obstáculos para se utilizar tecnologias de informação e comunicação na escola é(são)..................................................... 76 Tabela 09 – Quadro demonstrativo das principais ações de formação continuada dos assessores das CRTEs entre os períodos de 2003 a 2007.... 79 Tabela 10 – Quantidade de Professores respondentes por NRE, sexo e contas de e-mail particular e institucional..................................... 82 Tabela 11 – Formação acadêmica dos pesquisados em nível de graduação, especialização, mestrado e doutorado......................................... 84 Tabela 12 – Tempo de Atuação como professor.............................................. 85 Tabela 13 – Vínculo Funcional dos professores da Rede Estadual de Ensino 86 Tabela 14 – Disciplinas de docência dos professores pesquisados................ 87 Tabela 15 – Presença do computados nas residências dos professores....... 88 Tabela 16 – Acesso a Internet nas residências dos professores..................... 88 Tabela 17 – Exercício da informática instrumental........................................... 89 Tabela 18 – Ferramentas e/ou aplicativos que sente apto da trabalhar instrumentalmente........................................................................ 90 Tabela 19 – Aplicativos que o professor utiliza pedagogicamente................... 91 Tabela 20 – Uso do laboratório de informática com alunos............................. 93 Tabela 21 – Participação em cursos de qualificação para uso das TIC.......... 94 Tabela 22 – Entidade promotora de curso de qualificação para uso das TIC.. 95 Tabela 23 – As ferramentas trabalhadas durante o curso de qualificação 95 para uso pedagógico das TIC....................................................... Tabela 24 – Aspecto trabalhados nos cursos de qualificação para uso pedagógico das TIC........................................................................ 96 Tabela 25 – Utilização do Portal Dia-a-Dia Educação..................................... 97 Tabela 26 – Recurso que utiliza na sua prática pedagógica............................ 100 Tabela 27 – Ações pedagógicas com o uso das TIC....................................... 102 Tabela 28 – Considerações sobre as TIC na educação................................... 103 Tabela 29 – Troca de informações e metodologias entre professores para o uso das TIC ................................................................................ 105 Tabela 30 – Maiores obstáculos para se utilizar as TIC na escola................... 106 Tabela 31 – Conhecimento da Política Pública denominada “Programa Paraná Digital”.............................................................................. 111 Tabela 32 – Utilização de ferramentas da plataforma LINUX........................... 111 Tabela 33 – Interesse em instrumentalização na plataforma LINUX................ 112 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS APM – Associação de Pais e Mestres BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento BIRD – Banco Interamericano de Reconstrução e Desenvolvimento BRA/03/036 – Projeto Educação Básica e Inclusão Digital no Estado do Paraná CEFET – Centro Federal de Educação Tecnológica CELEPAR – Companhia de Informática do Paraná CETE – Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação CETEPAR – Centro de Excelência em Tecnologia Educacional CIED – Centro de Informática na Educação CONSED – Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação COPEL – Companhia de Energia Elétrica do Paraná CRTE – Coordenação Regional de Tecnologia na Educação GTs Grupos de Trabalho IE – Informática na Educação LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação NRE – Núcleo Regional de Educação NTE – Núcleo de Tecnologia Educacional Paraná Digital – Programa Público responsável pela instalação de computadores nas escolas públicas estaduais PEIE – Programa Estadual de Informática na Educação PQE – Projeto Qualidade de Ensino Público do Paraná PROEM – Programa de Extensão, Melhoria e Inovação do Ensino Médio do Paraná PROINFO – Programa Nacional de Informática na Educação PRONINFE – Programa Nacional de Informática Educativa CE – Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação SEED/PR – Secretaria de Estado da Educação do Paraná SEED/MEC – Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação SUED – Superintendência de Desenvolvimento Educacional TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação UFPR – Universidade Federal do Paraná SUMÁRIO INTRODUÇÃO ___________________________________________________________ 23 2 – REFERENCIAL TEÓRICO ______________________________________________ 27 2.1 – TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO – TIC _________________ 27 2.2 POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO DIGITAL – PROINFO, PROEM E PROJETO BRA/03/036 __________________________________________________________________ 33 2.2.1 – Programa Nacional de Informática na Educação – PROINFO ____________________ 33 2.2.2 – Programa de Extensão, Melhoria e Inovação do Ensino Médio do Paraná - PROEM37 2.2.3 - Programa Nacional de Informática na Educação – PROINFO no Paraná __________ 39 2.2.4 – Projeto BRA/03/036 – Educação Básica e Inclusão Digital no Estado do Paraná __ 41 2.2.4.1 - Acesso às novas tecnologias de informação e comunicação – Programa Paraná Digital. _____ 45 2.2.4.2 - Modelo colaborativo de produção, uso e disseminação de conteúdos educacionais na internet Portal Dia-a-Dia Educação; ___________________________________________________________ 47 2.2.4.3 - Programa de fortalecimento e expansäo dos NTEs – Criação da Coordenação Regional de Tecnologia na Educação – CRTE.______________________________________________________ 49 2.3 - PARADIGMAS EDUCACIONAIS E FORMAÇÃO DE PROFESSORES __________ 54 2.3.1 - Paradigma Conservador _____________________________________________________ 55 2.3.2 - Transição dos Paradigmas ___________________________________________________ 58 2.3.3 - Paradigmas Inovadores ______________________________________________________ 59 2.4 - FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO PARA USO DAS TIC NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO PARANÁ _______________________________ 62 3 – ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO DA PESQUISA ___________________ 66 3.1 – METODOLOGIA DA PESQUISA ___________________________________________ 66 3.2 – UNIVERSO DE PESQUISA________________________________________________ 68 3.3 – INSTRUMENTO DE PESQUISA – QUESTIONÁRIO DIAGNÓSTICO ___________ 69 3.4 – APLICAÇÃO DA PESQUISA E TABULAÇÃO DOS DADOS __________________ 70 4 –ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS COM AS POLÍTICAS PÚBLICAS E COM A PESQUISA DIAGNÓSTICA _____________________________ 72 4.1 – RESULTADOS OBTIDOS COM A IMPLEMENTAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PROINFO E PROEM NO PARANÁ NO PERÍODO DE 1997 A 2002_______ 72 4.2 – RESULTADOS OBTIDOS COM A IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO BRA/03/036 – EDUCAÇÃO BÁSICA E INCLUSÃO DIGITAL NO ESTADO DO PARANÁ NO PERÍODO DE 2003 A 2007. ____________________________________________________ 76 4.2.1 - Acesso às novas tecnologias de informação e comunicação – Programa Paraná Digital_____________________________________________________________________________ 77 4.2.2 - Modelo colaborativo de produção, uso e disseminação de conteúdos educacionais na internet - Portal Dia-a-Dia Educação _____________________________________________ 79 4.2.3 - Programa de fortalecimento e expansäo dos NTEs - Criação da Coordenação Regional de Tecnologia na Educação - CRTE ________________________________________ 83 4.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE A PESQUISA REALIZADA NAS ESCOLAS. ________ 92 4.3.1 – Categoria: Dados Pessoais: __________________________________________________ 92 4.3.2 – Categoria: Dados Acadêmicos e relativos à prática docente ____________________ 94 4.3.3 – Categoria Dados relacionados ao uso instrumental e pedagógico de tecnologia de informação e comunicação – TIC____________________________________________________ 99 CONSIDERAÇÕES FINAIS _______________________________________________ 124 REFERENCIAS _________________________________________________________ 131 ANEXOS _______________________________________________________________ 137 INTRODUÇÃO O ritmo acelerado do desenvolvimento tecnológico em todo o mundo, o alto nível de flexibilização do meio produtivo e a conseqüente inserção de tecnologias no ambiente escolar público, induzem a reflexões e investigações da relação tecnologia, sua aplicabilidade no contexto educacional e formação de professores capazes de utilizar estes recursos de forma consciente, crítica e reflexiva. É essencial a investigação do quanto estas relações e inter-relações podem influenciar na postura do educador, que possui, indiscutivelmente, uma influência marcante no que tange à condução para a construção do conhecimento humano no ambiente escolar e além deste. As tecnologias de informação e comunicação - TIC, estão presentes em todos os campos de formação humana e conforme Pastor (1998, p. 239), que afirma Quando falamos de novas tecnologias da informação e comunicação, fazemos referência a todos os avanços tecnológicos que foram gerados pelas diferentes formas de tratamento da informação (computador, CDROM...) e da imagem (meios de comunicação, televisão, vídeo, cinema, satélites...). Ressalta-se, porém, que nesta pesquisa a ênfase dada está nas políticas públicas em nível federal e estadual que promovem a inserção de tecnologias computadorizadas no contexto educacional. Mesmo dando-se enfoque a tecnologia computadorizada não despreza os demais recursos gerados pelas diferentes formas de tratamento da informação como os computadores ligados à Internet, e da imagem como a TV, vídeo, DVD, retroprojetor, câmeras fotográficas, filmadoras, dentre outras, também os livros, os periódicos e as revistas são considerados tecnologias de informação e comunicação e que todas poderão dar respostas às necessidades provindas da diversidade dos alunos que se encontram nas escolas. No entanto, as TIC por si só não promovem transformação na aprendizagem, no ensino e na educação, pois são ferramentas que auxiliam na realização das atividades pedagógicas e se não forem bem empregadas podem até dissimular o processo. Assim como o quadro de giz e os livros, as novas tecnologias potencializam as ações com vistas à aprendizagem, pois por meio delas pode-se explorar, conduzir, simular, implementar e resolver problemas, promovendo a contínua construção do conhecimento. Atualmente, a inserção de recursos tecnológicos computadorizados na escola por meio de Programas Públicos Estaduais e Federais, permite que professores, alunos e demais sujeitos das escolas públicas tenham acesso, até certo ponto, a esta tecnologia. Mas este repasse não garante a utilização em sala de aula pelo professor, dos recursos disponibilizados. As variáveis que condicionam a utilização ou não destes recursos são complexas, por terem origem em diversos fatores como: o preparo do professor em utilizar instrumentalmente e pedagogicamente estes recursos; a existência e a disponibilidade de aplicativos nos computadores das escolas para utilização dos professores e alunos; a manutenção técnica dos recursos; o apoio técnico durante as aulas, o assessoramento pedagógico nas atividades com uso do computador, entre outros. Cada um destes fatores pode ser considerado decisivo no momento do professor utilizar pedagogicamente a tecnologia computadorizada. Considerando este panorama, a natureza do trabalho da pesquisa é concernente à investigação da percepção dos professores em relação às políticas públicas e formação de professores na área de tecnologia na educação quanto ao uso dos recursos tecnológicos, disponíveis. Buscamos averiguar em que medidas, professores estão acrescentando o computador ao rol de ferramentas utilizadas em sala de aula, bem como os maiores obstáculos encontrados por estes sujeitos no processo de utilização das tecnologias na sua prática pedagógica. Recorremos à história dos programas públicos de informatização das escolas públicas e traçamos o seu percurso histórico nos âmbitos federal e estadual. Os programas estudados foram àqueles originados do Ministério da Educação e do Desporto-MEC, o Programa Nacional de Informática na Educação-PROINFO, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, o Programa de Extensão e Melhoria do Ensino Médio-PROEM e do Projeto Educação Básica e Inclusão Digital no Estado do Paraná-BRA03/036. Os Programas responsáveis pelo repasse de computadores a colégios públicos estaduais do Paraná, são o PROINFO, o PROEM e o Projeto BRA03/036. Averiguamos, por conseguinte, as intenções declaradas nas Diretrizes das Políticas Públicas dos Programas PROINFO, PROEM e BRA03/036 o que realmente se efetivou no que diz respeito aos dois primeiros programas e quais as mudanças que estão ocorrendo na implementação da atual política pública no repasse de computadores e sua real aplicabilidade no cotidiano escolar. De posse das informações constantes nos documentos correspondentes a estes programas, e das obtidas com o levantamento de dados por meio do questionário diagnóstico, à luz de fundamentação teórica baseada nos princípios que justificam e norteiam as políticas públicas na área de tecnologia na educação, apontamos os fatores que julgamos serem interferentes no uso pedagógico dos computadores pelos professores. Como aprofundamento teórico apresentamos ainda um estudo referente aos paradigmas educacionais que orientaram e orientam a prática pedagógica dos professores, bem como o processo de formação de professores para uso das tecnologias disponíveis na escola. A proposta de pesquisa surgiu em 2005, quando a Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação – CETE, foi orientada a elaborar um instrumento de avaliação do Projeto BRA03/036, a pedido da Controladoria Geral da União. Esta avaliação é uma das ações a ser executada em conformidade com o projeto. Coube a Coordenadora Estadual de Tecnologia na Educação, juntamente com o pesquisador com a orientação da professora doutora Sônia Haracemiv do setor de Educação da UFPR, elaborar um questionário diagnóstico, com objetivo de traçar um diagnóstico do Estado do Paraná quanto ao uso de tecnologias de informação e comunicação pelo professor da rede pública estadual de ensino. A metodologia adotada para aplicação da pesquisa consistiu em selecionar a(s) maior(es) escola(s) de ensino médio dos 399 municípios do Estado do Paraná, pois estas escolas em sua maioria receberam computadores dos Programas PROINFO e PROEM e também do Projeto BRA/03/036. O total de escolas pesquisadas foi de 414 escolas públicas estaduais, com 2757 questionários aplicados, o que correspondeu a 85% do total de pesquisas pretendidas. O questionário diagnóstico constituído de 30 questões está dividido em três categorias de análise: Dados pessoais, Dados Acadêmicos e Relativos a Prática Docente e Dados relacionados ao uso de instrumental e pedagógico de tecnologia de informação e comunicação – TIC. Para aplicar o questionário foram utilizadas as 32 Coordenações Regionais de Tecnologia na Educação - CRTEs, que contam com um grupo de profissionais vinculados a CETE e que são responsáveis pelo processo de formação continuada dos profissionais da educação para uso das tecnologias disponíveis nas escolas. Por se tratar de políticas públicas de nível Federal e Estadual, que regem a implementação e utilização dos recursos tecnológicos na educação, bem como o processo de formação de professores para uso destes recursos promovido pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná - SEED/PR e estando o pesquisador inserido no contexto, pois atua na equipe da Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação, optou-se por uma pesquisa qualitativa que permite uma maior objetividade e interação do pesquisador com o objeto de pesquisa. A ordenação do trabalho está estruturada como segue: Introdução, Marco Teórico, fundamentado em Tecnologias de Informação e Comunicação, Políticas Públicas na Área de Tecnologia na Educação, Paradigmas Educacionais e Formação de Professores para uso das TIC, Metodologia da Pesquisa, Análise e Discussão dos Resultados das Políticas Públicas e Análise e Discussão dos Resultados da Pesquisa Diagnóstica e Considerações Finais. 2 – REFERENCIAL TEÓRICO Neste capítulo apresentaremos os fundamentos teóricos que justificam, orientam e esclarecem pontos a respeito das políticas públicas na área de tecnologia na educação, bem como, os fundamentos que buscam nortear a sua efetiva aplicação no contexto educacional. Entre os temas abordados, trataremos do uso das tecnologias de informação e comunicação – TIC na educação, buscando subsídios que justifiquem a implementação de políticas públicas na área de tecnologia na educação. Iremos também apresentar como meio de orientação pedagógica os paradigmas educacionais que orientaram e orientam à prática pedagógica dos professores, finalizando com formação de professores para uso das TIC na educação. 2.1 – TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO – TIC Nesta dissertação optamos por tratar de políticas públicas e formação de professores para uso das tecnologias relativas ao uso de computador, por ser este o foco da política pública denominada Paraná Digital, tratada neste trabalho, bem como, a pesquisa diagnóstica realizada nas escolas públicas estaduais estar baseada na sua essência nas informações relativas ao uso dos computadores dos programas públicos PROINFO e PROEM, portanto. Nosso estudo e nossas discussões acerca das tecnologias de informação e comunicação estarão enfocadas nas tecnologias que envolvem o computador. Não temos por intenção ignorar os demais recursos tecnológicos e a proposta de integração destes recursos, sejam elas, web, áudio, vídeo ou impressa. Destacamos que atuando na Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação – CETE e conhecendo a política pública na área de tecnologia educacional da SEED-PR, salientamos que, a proposta de inclusão digital perpassa pelo processo de integração de mídias por meio da TV Paulo Freire1, TV Escola2, Programa DVD Escola do MEC3 e a TV Multimídia da SEED/PR4. 1 TV Paulo Freire – TV Pública voltada para educadores, educandos e comunidade escolar, é uma TV que produz programas televisivos voltados para escola pública paranaense. Foi inaugurada em 2006. Iniciamos este capítulo com o posicionamento de Valente (1993, p. 30) a respeito do computador na educação Já não se discute mais se as escolas devem ou não utilizar computadores, pois a informática é uma inapelável realidade na vida social, ignorar esta nova tecnologia é fadar-se ao ostracismo. A questão atual é: como utilizar a informática de forma mais proveitosa e educativa possível. Esta realidade apresentada em 1993 torna-se hoje ainda uma discussão e uma ação de implementação a ser empregada nas escolas de todo país, em especial nas escolas públicas, nas quais, estão presentes a maioria dos estudantes brasileiros. Moran (2004, p.14) afirma que “as tecnologias sozinhas não mudam a escola, mas trazem mil possibilidades de apoio ao professor e de interação com e entre os alunos”. A tecnologia aponta caminhos e alternativas para uma nova forma de ensinar e aprender. Bueno (1999, p. 87) conceitua tecnologia como [...] um processo contínuo através do qual a humanidade molda, modifica e gera a sua qualidade de vida. Há uma constante necessidade do ser humano criar, a sua capacidade de interagir com a natureza, produzindo instrumentos desde os mais primitivos até os mais modernos, utilizando-se de um conhecimento científico para aplicar a técnica e modificar, melhorar, aprimorar os produtos oriundos do processo de interação deste com a natureza e com os demais seres humanos. O termo tecnologia vai muito além de meros equipamentos. Ela permeia toda a nossa vida, inclusive questões não tangíveis. Não podemos acreditar que está no computador a prerrogativa de ser o elemento transformador da sala de aula um atrativo aos alunos como condição de fazê-los aprender mais. No nosso entendimento uma sala de aula sem computador pode possuir uma riqueza de informações e cultura depositadas em outros materiais, ou mesmo serem frutos da bagagem de conhecimento que professores e alunos 2 TV Escola – Programa Federal, ligado ao MEC que por meio de antenas digitais leva as escolas pública de todos país programas televisivos para toda comunidade escolar. Também por meio da TV Escola é disponibilizado programas televisivos do programa Salto para o Futuro. 3 Programa DVD Escola – Programa do MEC/PROINFO que disponibiliza para escolas públicas de todo país, aparelhos de DVD e kit de mídias contendo programação gravada da TV Escola e Salto para o Futuro. 4 TV Multimídia – TV 29” com entrada USB para pendrive e dispositivos para leitura de arquivos de computador. Por meio de licitação pública 22000 televisores estão sendo entregues nas 2100 escolas públicas estaduais. carregam consigo, e somente a presença do computador na sala de aula não garante riqueza de informação e cultura, sua exploração, nem tampouco benefícios significativos na aprendizagem do aluno. Sancho (2006, p. 17), enfatiza que o computador e suas tecnologias associadas podem melhorar o ensino, e “são hoje mecanismos prodigiosos que transformam o que tocam, os quem os toca, e são capazes inclusive de motivar os alunos ou criar redes de colaboração”. Deve haver um esforço na criação de uma rede de troca e de compartilhamento de professores com seus alunos, de professores com professores, e destes com agentes de outras esferas sociais, para haver fortalecimento de implementos educacionais que favoreçam a produção do conhecimento humano. E para consolidar ainda mais a conotação do conhecimento em rede. Arx (2000, p. 4) diz que [...] É importante o estabelecimento de uma rede dialógica de interação entre os diversos atores sociais envolvidos na articulação ciência, tecnologia e sociedade, como ponto de partida para o conhecimento mútuo de suas demandas, para implementação de ações que respeitem as diferenças, as sensibilidades e as especificidades dos setores e atores envolvidos, bem como para avaliação dos impactos e dos efeitos resultantes. A fusão destes três vértices ciência, tecnologia e sociedade refletem no ambiente escolar o estabelecimento de paradigmas sem regras e padrões prédefinidos e irrevogáveis, mas que priorizam flexibilidade e adaptabilidade no contexto em constante mudança, em que o trabalho cooperado é almejado. Borsatto (2002, p.1) considera que o uso criativo de tecnologias de informação e comunicação, como fonte de novas experiências para o aluno, pode levar a um ensino interdisciplinar quando o professor consegue entender e ampliar os limites do uso de recursos tecnológicos dentro da escola “...já que o emprego adequado desses recursos poderá facilitar e enriquecer a aprendizagem.” Jacinski (2001, p. 34) considera que o advento de uma nova linguagem (quando trata da linguagem efetuada através do computador) pode representar uma ameaça às práticas pedagógicas, disciplinares, didáticas já cristalizadas, trazendo perplexidade, temor e até rejeição. O autor ainda indica que se tratando de introdução das tecnologias computadorizadas nas escolas, cabe aos sujeitos educacionais, submeter-se a um processo de "alfabetização tecnológica" com dimensão meramente instrumental, enquanto a pedagógica, encontra-se impregnada nos discursos de ordem política. Para Garcia (2002, p. 14) a utilização das tecnologias, pode reforçar a visão conservadora e autoritária, escondendo-se o modelo de ensino massificante através de uma aparência de modernidade. Proposição intrigante que vislumbra o ensino tradicional com nuanças tecnológicas de ponta. Este posicionamento indica que o professor tende a resistir à adoção do computador como mais uma ferramenta didática, por necessitar preliminarmente de conhecimento instrumental, seguido de um acirrado diálogo e de sistêmicas deliberações quanto ao seu emprego pedagógico. Somente informações obtidas empiricamente podem corroborar ou não com tal posicionamento, pois se faz necessário, investigar o encaminhamento que está sendo dado pelas políticas, no que tange ao preparo do professor para esta adoção. Para Gianotto e Periotto (1999, p.3), ao contrário de outros recursos didáticos, o computador não tem um campo de ação definido na escola, é um instrumento cujas formas de utilização estão por serem pesquisadas e criadas. Quando Vosgerau (1999) trata da atuação do professor, conota que as escolas esperam deles novas formas de ensinar, que consigam manter o aluno dentro do contexto escolar, com um grau de interesse mais próximo possível daquele que o atraí às mídias. O que se há de considerar é que "mudanças" estão sendo cogitadas nas leis educacionais, por meio das políticas públicas educacionais, dos projetos políticos pedagógicos de algumas escolas, dos discursos de alguns profissionais da educação, mas predominantemente, conserva-se a atitude e o procedimento, impregnados de disfarce. Eichler e Del Pino (1999, p. 22) consideram que a formação continuada dos professores na área de informática na educação possibilitará uma utilização dos computadores que mantenha a direção da melhoria das relações de ensinoaprendizagem. Uma afirmação como esta, merece ser analisada com cautela porque somente a participação dos professores em cursos relacionados à informática na educação, não garante a melhoria das relações de ensino e aprendizagem na escola. Pressupomos que para este alcance inúmeras variáveis devem ser relevadas. “A formação e a atuação de professores para uso da informática em educação é um processo que inter relaciona o domínio dos recursos tecnológicos com a ação pedagógica e com os conhecimentos teóricos necessários para refletir, compreender e transformar esta ação” (ALMEIDA, 1997, p. 2). Concordamos com esta posição, por acreditar que a formação do professor para uso pedagógico do computador deve ocorrer na ação, munidos de referencial teórico que suporte uma reflexão crítica desta ação para ter condição de propor transformação. Para assumir essa perspectiva em que a prática pedagógica com uso das novas tecnologias é concebida como um processo de reflexãoação, o professor precisa ser capacitado para dominar os recursos tecnológicos, elaborar atividades de aplicação desses recursos escolhendo os mais adequados recursos aos objetivos pedagógicos, analisar os fundamentos dessa prática e as respectivas conseqüências produzidas em seus alunos. (ALMEIDA & ALMEIDA, 1999, p. 7) Ainda Almeida (1999) condiciona, de que “se o professor não adquiriu uma visão teórica coerente com a sua prática, sua compreensão sobre o processo de conhecimento e de aprendizagem é reduzida a limites estreitos; e suas ações pedagógicas serão caracterizadas pela contingência.” Nota-se que o simples fato do professor aprender a manusear tecnicamente recursos tecnológicos participando de cursos, não garante uma transformação na sua prática pedagógica que conduza à emancipação. “A força libertadora da reflexão não pode ser substituída pela difusão de um saber tecnicamente utilizável” (HABERMAS,1993, p. 106). A difusão das tecnologias estende-se à escola com a inserção do computador no ambiente escolar, mas são necessárias ações que conduzam a instrumentalização e ao desenvolvimento da consciência para haver verdadeira transformação. A “exclusão digital não será sanada com a utilização de software livre e o computador para todos, a questão é ainda mais abrangente referindo-se a concepção de ordem educacional e política que se encontram impregnadas de conceitos carregados ideologicamente pelo sistema econômico capitalista.” (TEZA, 2002, p. 4) As tecnologias contribuíram e contribuem muito para o desenvolvido da sociedade, mas o acesso e a utilização que se faz agrava as desigualdades socioculturais. Sancho (2006, p.18), aponta dois argumentos básicos com relação às tecnologias As tecnologias de informação e comunicação estão aí e ficarão por muito tempo, estão transformando o mundo e deve-se considerá-las no terreno da educação. As tecnologias da informação e comunicação não são neutras. Estão sendo desenvolvidas e utilizadas em um mundo cheio de valores e interesses que não favorecem toda a população. Além de considerar que um grande número de pessoas seguirá sem acesso a aplicações das TIC em um futuro próximo, deve-se lembrar que os processos gerados pela combinação dessas tecnologias e das práticas políticas e econômicas dominantes nem sempre é positivo para os indivíduos e sociedade. Concordamos com este posicionamento, pois estamos em fase conclusiva de instalação de 44000 computadores nas escolas públicas estaduais, que necessitam transformar-se em moto de inovação pedagógica e inclusão digital, permitindo que mais pessoas tenham acesso à informação e uma formação crítica com relação ao uso das tecnologias no contexto educacional. Experiências com o uso das TIC na educação levaram pesquisadores como McClintock (2000, apud SANCHO 2006, p. 26) a elaboração de sete axiomas para converter as TIC em motor de inovação pedagógica. - Infraestrutura tecnológica adequada; - Utilização de novos meios nos processos de ensino e aprendizagem; - Enfoque construtivista da gestão; - Investimento na capacidade do aluno de adquirir sua própria educação; - Impossibilidade de prever os resultados da aprendizagem; - Ampliação do conceito de interação docente; - Questionar o senso pedagógico comum; McClintock (2000, apud SANCHO, 2006, p. 27) pode concluir que em “em todos os projetos apenas era cumprido o primeiro axioma, relativo à necessidade de contar com uma infra-estrutura informática”. É mais fácil conseguir fundos para comprar equipamentos do que para transformar as concepções em práticas educativas. 2.2 POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO DIGITAL – PROINFO, PROEM E PROJETO BRA/03/036 Neste tópico iremos apresentar um histórico, as concepções e metodologias adotadas pelas políticas públicas de inclusão digital desencadeadas a nível Federal e Estadual, com ênfase no Programa Nacional de Informática na Educação – PROINFO, Programa de Extensão, Melhoria e Inovação do Ensino Médio do Paraná – PROEM e o Projeto BRA03/036 – Educação Básica e Inclusão Digital no Estado do Paraná. 2.2.1 – Programa Nacional de Informática na Educação – PROINFO5 O uso da informática na educação pública brasileira foi desencadeado com a implementação do Projeto Educom na década de 80, patrocinado pelo MEC (ALMEIDA, 1999, p. 3). Este projeto desencadeou uma série de ações e projetos que foram desenvolvidas nos anos subseqüentes com o Proninfe, com a criação dos CIEDs em 1984, Projeto Formar, que se constituiu da realização de cursos de especialização na área de informática na educação (TONO, 2003, p. 21). Em 27 de maio de 1996 o Decreto nº 1917 criou a Secretaria de Educação à Distância – SEED/MEC, como um órgão integrante do MEC, responsável pela definição e implantação da política de educação à distância. Na III Reunião Extraordinária do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação - CONSED em setembro de 1996 foi apresentada à proposta para implementação do Programa Nacional de Informática na Educação – PROINFO, que seria monitorado pela SEED/MEC. O objetivo do PROINFO6 era disseminar o uso do computador nas escolas públicas estaduais e municipais de todos os estados brasileiros e criar Núcleos de Tecnologia Educacional para concentrar ações de sensibilização e de capacitação do professor para incorporar esta ferramenta em seu trabalho pedagógico. 5 http://www.proinfo.gov.br; http://www.c5.cl/ieinvestiga/actas/ribie96/43.html consultas realizadas no período de agosto a setembro/2007; 6 ídem Durante a III Reunião dos Secretários Estaduais de Educação, já mencionada, foi apresentado pela SEED/MEC, um documento que tratava de questões relacionadas à informatização das escolas públicas, norteando o processo de adesão das escolas, o plano para aquisição de hardware e software, especificações técnicas e como se daria o acompanhamento e avaliação do programa em todo o país. O teor deste documento passaria a ser um referencial para as diretrizes do PROINFO que foi oficialmente criado pela portaria nº 522 em 09/04/1997. Constava registrado no documento da SEED/MEC que além das ações do MEC diretamente ligadas ao programa de informatização, as quais serão detalhadas mais adiante, outras ações seriam por ele executadas, como procurar estimular as universidades a incluir a tecnologia aplicada à educação na formação curricular dos professores; incentivar a tradução, adaptação e produção de software educacional em português que respondessem às necessidades brasileiras e implantar um processo de acompanhamento e avaliação das ações do programa. O MEC articularia com os Ministérios das Comunicações e da Ciência e Tecnologia, medidas de apoio à interconexão das escolas, principalmente no que diz respeito à instalação de linhas telefônicas. Mencionado também no documento, estava a importância da constituição de uma comissão julgadora, para análise e aprovação dos planos individuais de informatização que deveriam ser confeccionados pela própria escola. As escolas cujo plano fosse aprovado pela comissão, estariam em condições de serem informatizadas. A comissão deveria contar com representantes das Secretarias Municipais de Educação, da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação - UNDIME, das Universidades, das Associações de Pais e Mestres, do MEC, dos Diretores de escolas e dos professores das escolas de ensino fundamental e médio. Quanto ao plano de treinamento, os primeiros esforços para capacitação em informática seriam com os professores dispostos voluntariamente a participar de uma capacitação na área de informática na educação, para que eles pudessem repassar as informações adquiridas aos demais professores. Consta exposto nas diretrizes do PROINFO o regime de estreita colaboração entre o MEC, o CONSED e os governos estaduais representados por suas Secretarias de Educação e encontram-se elencados quatro objetivos do Programa referentes ao ensino, são eles: 1) melhorar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem; 2) possibilitar a criação de uma nova ecologia cognitiva nos ambientes escolares mediante incorporação adequada das novas tecnologias da informação pelas escolas; 3) propiciar uma educação voltada para o desenvolvimento científico e tecnológico e 4) educar para uma cidadania global numa sociedade tecnologicamente desenvolvida. Continuando a descrição do processo histórico, ainda no ano de 1997 o PROINFO solicitou às Secretarias da Educação de todos os Estados brasileiros, a criação de um Projeto Estadual de Informatização das escolas públicas, que deveria ser encaminhado ao PROINFO para análise e aprovação. Foi pré-definido um roteiro para confecção do projeto pelo CONSED, e o Estado que solicitou, teve o apoio técnico da SEED/MEC para sua elaboração. Os Estados comporiam uma comissão para elaboração do projeto em que se especificariam a sua visão em relação à tecnologia educacional, alertando as questões de ordem técnica, administrativa, pedagógica e humana. Os projetos deveriam prever a contrapartida do Estado com recursos financeiros para a adequação física dos ambientes escolares, para instalação dos computadores e periféricos, aquisição de softwares e para a instalação de Núcleos de Tecnologia Educacionais que seriam distribuídos pelo Estado. Em paralelo à confecção do Projeto Estadual, as Secretarias de Estado solicitaram das escolas públicas a incorporação ao seu Projeto Político Pedagógico, o planejamento tecnológico educacional com um horizonte de no mínimo cinco anos indicando: objetivos educacionais, opções tecnológicas escolhidas em função das orientações do projeto do Estado, proposta de capacitação de recursos humanos, cronograma de implantação e identificação da contrapartida da escola quanto a possíveis financiamentos. As diretrizes do Programa Nacional de Informática na Educação indicam o início do processo de “universalização” do uso de tecnologia de ponta no sistema público de ensino e expõem que a garantia de otimização dos vultosos recursos públicos nele investidos residem, em primeiro lugar, na ênfase dada à capacitação de recursos humanos. E em segundo lugar ficaria a adequada condição de infra- estrutura física, de instalação e de suporte técnico para funcionamento dos equipamentos. Apesar dos documentos não explicarem o significado do termo “universalização”, pode-se interpretá-lo como a intenção de tornar universal, isto é, para todos os alunos e professores, o acesso à tecnologia. Para o biênio 97/98, os investimentos foram orçados em 476 milhões de reais7 para instalação dos NTEs, para capacitação e suporte, aquisição de equipamentos, adaptação das instalações físicas e elétricas cabeamento lógico das escolas e dos NTEs. Estes recursos foram provenientes do MEC (recursos próprios e procedentes de financiamentos externos), Estados (percentual médio estimado em 20%) e municípios. A intenção ao se implantar Núcleos de Tecnologia Educacional - NTE foi o de se criar centros de pesquisa e de disseminação do uso de tecnologias computadorizadas no processo de ensino-aprendizagem das diversas áreas do conhecimento de escolas dentro de um raio de abrangência de 100 quilômetros correspondente em média de 50 escolas por NTE. O número médio de profissionais que atuariam nos núcleos seria em torno de 5 (cinco). Estes núcleos seriam responsáveis pelas seguintes ações: incentivo e orientação das escolas para incorporação da tecnologia em seu ambiente; capacitação dos professores para uso da informática em sua prática; assessoria pedagógica para uso da tecnologia no processo de ensino-aprendizagem; cursos específicos para equipes de suporte técnico; apoio para resolução de problemas técnicos resultantes do uso de computador na escola; e acompanhamento e avaliação do processo de informatização das escolas. O PROINFO financiou Cursos de Especialização em Informática na Educação para professores das escolas, os quais, atuariam nos NTEs como multiplicadores após sua conclusão. Atualmente estão implantados aproximadamente 290 NTEs no país, distribuídos 40 mil computadores para 2.700 escolas públicas estaduais e municipais de todo o país e capacitados em informática na educação em média 20 mil professores. Estes dados foram obtidos diretamente no site do PROINFO8 em maio de 2006. 7 8 Valor correspondente a U$ 785,4 milhões, conforme cotação do dólar a R$ 1,65 em maio/2008. http:://www.proinfo.gov.br, acessado em outubro/2007. 2.2.2 – Programa de Extensão, Melhoria e Inovação do Ensino Médio do Paraná - PROEM9 As primeiras medidas federais relativas à informática na educação surgiram no Paraná no ano de 1985 através do Plano Estadual de Educação do Paraná e em 1987 com a implantação de um Centro de Informática na Educação - CIED localizado no Núcleo Regional de Educação da cidade de Maringá - PR, o qual se tornou um pólo de investigações em Informática na Educação, porém sem grande expressão até 1992. No ano seguinte ocorreu a transferência deste CIED para o Centro de Excelência em Tecnologia Educacional – CETEPAR10. Apenas se tem notícia de movimentos isolados no que tange à Informática na educação, porém, sem intervenção ou apoio direto do Estado (TONO 2003 p. 23). Em 1996 foi implantado no Estado o Programa de Extensão, Melhoria e Inovação do Ensino Médio do Paraná - PROEM. Este programa previu a reformulação do Ensino Técnico Profissionalizante apoiado na proposição da nova Lei de Diretrizes e Bases - LDB, projetou reformas de colégios públicos estaduais que aderiram formalmente ao programa, com a construção de ambientes específicos para bibliotecas e laboratórios de informática, e o financiamento da compra de computadores e periféricos pelos diretores e presidentes da APM de 912 colégios do Estado através da Feira de Informática ocorrida em julho de 1998 em Faxinal do Céu. O número de computadores estipulado para cada colégio foi proporcional ao número de alunos matriculados no ensino médio naquele ano, o qual variou de 3 a 22 computadores por colégio. A proporção utilizada para distribuição encontra-se a seguir: 9 http://www.pr.gov.br/cie/DezAnos_Cap_5.pdf, acessado em setembro/2007. 10 CETEPAR: Centro de Excelência em Tecnologia Educacional antigo Centro de Treinamento do Magistério do Paraná é um órgão vinculado à Secretaria de Estado da Educação do Paraná que trata especificamente da estrutura necessária para realização de Cursos de Atualização e Aperfeiçoamento destinados a profissionais da educação da rede pública estadual de ensino. Tabela 01 – Distribuição Computadores PROEM Nº de alunos matriculados no ensino médio no ano de 1999 Nº de computadores para cada colégio Até 300 3 De 301 a 400 4 De 401 a 800 11 De 801 a 1200 14 Acima de 1201 Fonte: TONO (2003. p. 16) 22 O valor monetário correspondente aos equipamentos atribuídos a cada colégio foi depositado na conta bancária das Associações de Pais e Mestres - APM correspondente. Diretores e presidentes das APM negociaram a compra dos computadores e periféricos diretamente nos "stands" das empresas que participaram da supracitada feira, durante a qual, foram adquiridos pelos colégios um total de 6.352 computadores. Este foi o único repasse de computadores para colégios do Estado através deste programa. Alguns colégios com 400 ou mais alunos matriculados, mesmo os que já tivessem recebido computadores através do PROEM, também receberam do PROINFO um mínimo de 11 computadores. Nos documentos consultados do PROEM, também havia menção quanto à intenção de prover os colégios de softwares educacionais e de conexão à rede mundial de computadores, a internet. Paralelamente à implementação do PROEM estava sendo elaborado o Projeto Qualidade de Ensino Público do Paraná - PQE que obteve financiamento junto ao Banco Interamericano de Reconstrução e Desenvolvimento - BIRD, para investimento na aquisição de equipamentos, construção de laboratórios e capacitação de recursos humanos para uso destes. Fonseca (apud GENTILI, 1998, p. 8) relata que o Banco Mundial (BIRD) no contexto do capitalismo internacional é definido como uma agência de regulação que faz empréstimo no interesse de promover o crescimento econômico mediante o investimento do capital. O Brasil é membro constitutivo do Banco Mundial desde o início das suas operações no ano de 1946 juntamente com mais 37 países, e hoje o Banco conta com um total de 184 países membros. Na década de 60, o Banco definiu os princípios e diretrizes de sua política de crédito e de assistência à educação do Terceiro Mundo. O Banco Mundial estimula empréstimos, tomando a iniciativa em manter contato com os governos dos países sub-desenvolvidos para financiar projetos específicos. O Banco cobra em geral juros equivalentes aos do mercado, como os das agências comerciais, diferenciando-se destas pelo aval concedido pelos governos dos países e pelo Fundo Monetário Internacional. 2.2.3 - Programa Nacional de Informática na Educação – PROINFO no Paraná11 A propositura do Ministério da Educação e do Desporto para adesão do Estado do Paraná ao PROINFO encaminhada ao Governador pelo Ministro da Educação deu-se através do AVISO Nº 475/MEC/GM em 23 de setembro de 1996. Por recomendação do PROINFO, no primeiro semestre de 1997 foram elaborados pelas escolas públicas, com auxílio de técnicos da Secretaria de Estado do Paraná, projetos educacionais de incorporação de computadores na escola, prevendo ajustes administrativos, adequações físicas e aplicabilidades pedagógicas destes recursos. Os projetos foram encaminhados para o PROINFO/MEC para análise e validação conforme as suas diretrizes. Em seguida, o PROINFO previu para o Estado do Paraná a instalação de 13 NTEs que seriam distribuídos pelo Estado e firmou numericamente a cota em 6.440 computadores destinada para o Estado do Paraná, a qual seria liberada por etapas, sendo a primeira liberada no ano de 1998. No ano de 2006 foram liberados para o estado 2370 computadores para 237 escolas de Educação Profissional e 160 computadores para 16 escolas Municipais, totalizando hoje no estado aproximadamente 4913 computadores. Para o ano de 2008 o MEC já lançou os editais do PROINFO Urbano e PROINFO Rural, disponibilizando uma cota de 4460 computadores para 446 escolas estaduais e municipais urbanas e 220 computadores para 22 escolas municipais rurais. Seqüencialmente à adesão, com base fundada na política de parceria do PROINFO, o Paraná lançou o Programa Estadual de Informática na Educação PEIE, envolvendo ações relativas ao PQE, ao PROEM e à implantação da Universidade do Professor, a qual trataria especificamente dos processos de capacitação ocorridos majoritariamente de modo concentrado em Faxinal do Céu, nos NTEs e pontualmente em outros locais do Estado. 11 Tono (2003) – dados obtidos a partir da dissertação de mestrado. A atribuição do PEIE era a de articular educação e informática, com o propósito de disseminar o uso de computadores nas escolas públicas do Estado, promovendo cursos para os professores das diversas áreas do conhecimento na área de informática na educação, incentivando a criação e o uso de softwares educacionais e o desenvolvimento de pesquisas que priorizassem a interação da educação com a informática. A formação dos profissionais que atuariam como multiplicadores nos primeiros NTEs que seriam criados no Estado, deu-se através de dois Cursos de Especialização em Informática Educativa promovidos pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná – CEFET, da unidade de Curitiba nos anos de 1997 e 1998. O primeiro curso ocorreu no laboratório de informática instalado no CETEPAR, o qual se tornaria o primeiro NTE de Curitiba posteriormente ao término do curso. Participaram deste curso um total de 38 professores indicados pelas seguintes instituições: Núcleo Regional da Educação, Secretaria Municipal da Educação, CEFETs e Universidades Estaduais dos municípios correspondentes aos 6 NTEs que seriam preliminarmente instalados em Curitiba, Cascavel, Ponta Grossa, Cornélio Procópio, Pato Branco e Campo Mourão. Destes professores, 20 pertenciam ao quadro próprio do magistério da Secretaria de Estado, 1 professora era do quadro do magistério da Secretaria Municipal de Campo Mourão, 11 professores dos CEFET de Curitiba, de Cornélio Procópio e de Pato Branco, 5 das Universidades Estaduais de Ponta Grossa e de Cascavel e 1 professor de uma escola Estadual de Mato Grosso do Sul. O segundo curso ocorreu no ano de 1998, tendo participado 38 professores, selecionados pela Coordenação Estadual de Informática Educacional do CETEPAR, dos municípios que seriam instalados no ano de 1999 os demais seis NTEs nas cidades de: Medianeira (Foz do Iguaçu); Maringá; Umuarama; Guarapuava; Londrina; e mais um NTE em Curitiba. Dos 38 professores, 36 eram de escolas públicas estaduais e 2 com vínculo empregatício com a Secretaria Municipal de Educação de Curitiba. No ano de 2000, fora implantado o 13º NTE no Estado, na cidade de Telêmaco Borba. Cada um dos 13 NTEs possui um laboratório de informática com 21 computadores e periféricos, no qual eram ministrados cursos de capacitação intitulados "Metodologia aplicada à informática pedagógica" e destinados a professores das diversas áreas do conhecimento de escolas públicas estaduais e municipais. Em 2003, atuavam no estado 72 multiplicadores atuantes nos NTEs do Estado do Paraná, sendo 32 especialistas em Informática na Educação pelo CEFET - PR e dos 40 restantes 32 cursaram uma especialização à distância promovida pela Universidade Federal do Espírito Santo – UFES concluída em novembro de 2003. Os demais oito profissionais que atuavam nos NTEs possuíam apenas a Graduação. Cabe ressaltar que uma das diretrizes do PROINFO que não foi implementada diz respeito a realização de cursos de especialização para técnicos de suporte conforme Kimieck (2002 p. 13) “...realização de cursos especializados para as equipes de suporte técnico”, “Apoio (help-desk) para resolução de problemas técnicos decorrentes do uso do computador nas escolas”. Estas ações estavam previstas nas Recomendações Gerais para a preparação dos NTE.12 2.2.4 – Projeto BRA/03/036 – Educação Básica e Inclusão Digital no Estado do Paraná13 Na tentativa de minimizar a distância entre tecnologia e efetiva utilização no contexto educacional público, a partir de 200314, com a mudança de governo cria-se à política de compromisso com uma escola de qualidade cujos princípios básicos são: defesa da educação como direito de todos os cidadãos; valorização dos profissionais da educação; garantia de escola pública, gratuita e de qualidade; atendimento à diversidade cultura e gestão democrática e colegiada15. O estado reassume o seu papel de organizador e implementador de ações e políticas educacionais voltadas para o atendimento dos princípios básicos apresentados. Neste sentido, destaca-se a ação de atendimento às necessidades básicas de funcionamento de uma escola de qualidade e avanço no uso de tecnologias educacionais na defesa da inclusão digital16. 12 Fonte: KIMIECK, Jorge Luiz. Dissertação de Mestrado. Curitiba. 2002. http://www.pnud.org.br/projetos/pobreza_desigualdade/visualiza.php?id07=59, acessado em outubro/2007. 14 Dados obtidos do relatório da Gestão da Educação no Paraná 2003/2006 – SUED/SEED. 15 SEED/PR. Relatório de Gestão da Educação no Paraná 2003/2006, por Yvelise Arco-Verde. 16 Inclusão digital é o “processo de alfabetização tecnológica e acesso a recursos tecnológicos, no qual estão inclusas as iniciativas para a divulgação da Sociedade da Informação entre as classes menos favorecidas, impulsionadas tanto pelo governo como por iniciativas de caráter não governamental” (Grupo Telefônica, “A Sociedade da Informação - Presente e Perspectivas”, p.35. 2002.) 13 Para dar suporte a política de inclusão digital apresenta-se a Política Pública denominada Paraná Digital, como uma metodologia que vise à superação da metodologia meramente instrumental aplicada até então. A inclusão digital e a informática pedagógica encontram-se entre as prioridades da Secretaria da Educação e da nova gestão governamental do Paraná. O objetivo geral do Plano de Implementação da SEED/PRé atingir os 2.105 Estabelecimentos de Ensino, localizados nos 399 municípios do Paraná, atendendo um universo de 1.5 milhões de estudantes matriculados no ensino público estadual, 51.000 professores e funcionários da SEED/PR, Núcleos Regionais de Educação NRE, visando o acesso e a difusão das tecnologias disponíveis. Esse objetivo tem mobilizado esforços de diferentes órgãos governamentais e o governo do estado, através de sua Companhia de Energia Elétrica do Paraná – COPEL, tem investido pesadamente na expansão da conectividade em todo o Paraná, o que dará sustentabilidade também às demais Secretarias e ampliará a capacidade de inclusão do governo eletrônico (e-gov) nas diversas funções do administrativo. A rede de fibra ótica do estado atinge, atualmente, 72 municípios, que representam cerca de 85% da população do Paraná. O governo do estado pretende, além de realizar as ligações da rede de fibra ótica até as escolas localizadas em municípios já conectados, expandir a conectividade para as mais de 300 localidades que ainda estão fora da rede, com prioridade para as regiões de menor índice de desenvolvimento humano (IDH). Essa política é especialmente relevante para a promoção da inclusão digital das localidades de menor interesse econômico, que dificilmente receberiam a conectividade sem a intervenção governamental. A previsão de investimento em conectividade, para 2003 e 2004, foi da ordem de 200 milhões de reais. Além da conectividade, há que se disponibilizar os instrumentos de acesso à rede. Em 1998, ocorreu a I Feira de Informática em Faxinal do Céu, para aquisição de equipamentos de informática para uso pedagógico no Paraná. Os reflexos dessa ação, entretanto, têm se mostrado relativamente tímidos quanto ao acesso às tecnologias pelos professores e estudantes da rede do estado. Isso ocorreu, principalmente, devido ao número limitado de escolas com acesso a esses recursos . e, mesmo entre àquelas que obtiveram acesso, este se apresentou de forma muito restrita (muitas escolas de grande porte possuíam apenas um microcomputador para acesso à rede). Assim, o Projeto BRA/03/036, faz parte do processo de continuidade e aperfeiçoamento dos investimentos já realizados em acesso às novas tecnologias. A partir de 2003 firma-se um “Acordo Básico de Assistência Técnica entre Acordo Básico de Assistência Técnica entre o Governo dos Estados Unidos do Brasil e a Organização das Nações Unidas, a Organização Internacional do Trabalho, a Organização das Nações para Alimentação e Agricultura, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a Organização de Aviação Civil Internacional, a Organização Mundial de Saúde, a União Internacional de Telecomunicações, a Organização Meteorológica Mundial, a Agência Internacional de Energia Atômica e a União Postal Internacional”, que prevêem no Artigo I, parágrafo terceiro, o Artigo III e Artigo IV, tem como objetivo promover a inclusão digital no estado do Paraná e a melhoria da qualidade da educação básica no estado por meio do uso adequado das novas tecnologias de informação e comunicação. O financiamento do projeto foi efetivado de acordo com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)17, e da contrapartida nacional do Programa de Expansão, Melhoria e Inovação do Ensino Médio do Paraná – PROEM, com investimentos na ordem de 100 milhões de reais18. Em seu artigo II, constam os resultados esperados da efetivação do acordo: 1. Modelo colaborativo de produção, uso e disseminação de conteúdos educacionais na Internet - Portal Dia-a-Dia Educação; 2. Programa de fortalecimento e expansão dos NTEs; 3. Acesso às novas tecnologias de informação e comunicação universalizado na rede pública de educação básica do Paraná; 4. Projeto Educação Básica e Inclusão Digital no estado do Paraná monitorado e avaliado. 17 O BID – Banco Inter-Americano de Desenvolvimento (Inter-American Development Bank) já financiou projetos no Brasil aportando mais de US$ 23 bilhões desde 1961. No ano de 2004, os créditos somaram US$ 2,6 bilhões em 13 projetos voltados para a área de infra-estrutura. (http://www.iadb.org/exr/country/eng/brazil/index.cfm, acessado em março 2008) 18 Valor correspondente a U$ 165,0 milhões, conforme cotação do dólar a R$ 1,65 em maio/2008. Para que cada um desses objetivos sejam alcançados, alguns produtos são esperados no processo de implementação do Projeto, sendo eles: 1.1 Sistema de validação de conteúdos elaborado e implementado; 1.2 Sistema interativo de pesquisa disponibilizado aos usuários do Portal; 1.3 Experiências piloto de utilização do portal concebida, implementada e avaliada; 1.4 Enciclopédia multimídia de uso irrestrito e livre elaborada e disponibilizada no Portal; 1.5 Modelo de incentivo à colaboração do professor ao Portal concebido; 2.1 Padrões mínimos dos NTEs desenhados e disseminados; 2.2 Plano de desenvolvimento dos NTEs concebido e implementado; 2.3 Módulo de ensino sobre tecnologias educacionais e recursos didáticos elaborado e validado pelas instituições de ensino superior; 2.4 Programa de formação continuada no uso de tecnologias educativas, com foco no uso do Portal Dia-a-dia Educação e na sua aplicação pedagógica em sala de aula, elaborado e implementado; 3.1 Estudo diagnóstico da situação física dos laboratórios existentes e das alternativas de expansão realizado; 3.2 Laboratórios de informática educativa expandidos e atualizados. Neste trabalho daremos ênfase e ampliaremos a discussão no que tange os produtos relativos ao acesso às novas tecnologias de informação e comunicação universalizado na rede pública de educação básica do Paraná, teceremos alguns comentários sobre o Portal Dia-a-Dia Educação e discutiremos o fortalecimento e expansão dos NTEs. 2.2.4.1 - Acesso às novas tecnologias de informação e comunicação – Programa Paraná Digital. O projeto Paraná Digital espera disseminar a cultura digital em cerca de 2100 escolas públicas estaduais, beneficiadas com a implantação de laboratórios de informática conectados à rede mundial de computadores. Este projeto está sendo desenvolvido em parceria com o Centro de Computação Científica e Software Livre da Universidade Federal do Paraná que desenvolveu a tecnologia multiterminal fourhead, em que quatro monitores funcionam conectados a uma única CPU e estes a um servidor localizado em cada escola. O sistema operacional disseminado é o Debian de distribuição Linux, o que trouxe uma economia de aproximadamente 50% em hardware e 100% em software, pois utiliza a filosofia do software livre19. A CELEPAR – Companhia de Informática do Paraná relata20 A opção pelo uso desse tipo de tecnologia faz parte das decisões estratégicas de governo, que vê nesse modelo não apenas uma inovação do ponto de vista econômico, mas as condições para o desenvolvimento econômico e social do país. A expectativa é conectar 44 mil computadores à rede mundial, até o final de 2008, por meio da parceria com a Copel – Companhia Paranaense de Energia Elétrica que é responsável pela ampliação da malha de fibra ótica para aproximadamente 300 municípios do estado do Paraná, com prioridade para as regiões de menor índice de desenvolvimento humano (IDH) e nos demais municípios a conectividade se dará por meio de antenas digitais, universalizando o atendimento a todas as escolas públicas estaduais, superando desta forma os investimentos efetuados pelo PROINFO e PROEM no período de 1997 a 2002. Outro parceiro importante na realização do projeto Paraná Digital é a Companhia de Informática do Paraná – CELEPAR que está responsável pela administração do sistema, bem como atualização dos pacotes de softwares e 19 Diz-se que um software é “livre” quando seu criador distribui e garante a qualquer um a liberdade de utilização, cópia, alteração e redistribuição de sua obra, além de tornar público o chamado código fonte – conjunto de comandos escritos em linguagem compreensível pela mente humana. Nos sistemas livres, tal codificação é, por definição, de conhecimento público e admite que qualquer programador a altere para adequá-la a suas necessidades. (L.A.Rocho, 2003, apud Tecnologias da informação e sociedade : o panorama brasileiro / Cláudio Nazareno ... [et al.]. -- Brasília : Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2006. 187p. -(Série temas de interesse do legislativo ; n. 9). aplicativos disponibilizados por meio de servidores sem a necessidade de instalação em cada terminal e sem o deslocamento de profissionais da CELEPAR para instalação e atualização de sistemas em todas as escolas do estado, O modelo da rede, denominado, Centralizado de Intervenção Mínima, propõe que toda a rede das escola seja a partir de um núcleo localizado na CELEPAR. Isso significa que toda intervenção nos computadores deve ser feita remotamente, ou seja, sem o deslocamento físico de membros da equipe até a escola. Isto é fundamental dada à dimensão do Estado do Paraná e também devido à falta de mão de obra especializada em Linux no interior do Estado. Isso implica que cada uma das 44.000 máquinas pode ser reconfigurada parcial ou totalmente a qualquer momento pela equipe a partir do núcleo, garantindo segurança e padronização do sistema. Também implica que a instalação inicial das máquinas deve ser dotada da capacidade de se comunicar com o núcleo e se reconfigurar quando necessário. (Manual do Paraná Digital, 2004, p. 7-8). A utilização de software livre segundo Paraná Digital (2006), diminui os custos. “Essa iniciativa trouxe uma redução nos custos de licenças no projeto na ordem de R$ 88 milhões de reais, ou seja, economia com licenças que teríamos que comprar se optássemos por softwares proprietários”. A proposta de implantação do Paraná Digital pode ser considerada de vanguarda no que se refere a políticas públicas para democratização e universalização de acesso as novas tecnologias, porém também apresenta uma série de desafios, pois trata de um sistema novo não somente em tecnologia de hardware, mas também de software. Para que o projeto tivesse viabilidade financeira, este não poderia estar estruturado somente na aquisição de computadores e sim em uma ação colaborativa no que diz respeito a: • dar acesso ao Portal Dia-a-Dia Educação e a Internet; • disponibilizar para a comunidade escolar softwares básicos de uso geral, navegadores web, entre outros; • disponibilizar softwares educativos adequados a professores e alunos. Destas ações, observa-se que a criação e utilização do Portal Dia-a-Dia Educação é a base que justifica a realização do Projeto Paraná Digital, conforme entrevista concedida pelo Coordenador do Portal, professor Glauco Gomes de Menezes a Beline (2006 p. 97). 20 hppt://www.celepar.pr.gov.br/modules/conteúdo.php?conteudo=39, apud RUARO, 2007, p. 65 [...] o Portal que acaba sendo esse grande elemento pedagógico que justifica essa aquisição de computadores e essa infra-estrutura, porque se tivéssemos um projeto que tivesse como previsão a compra de computadores, nós teríamos alguns problemas junto aos organismos financiadores para justificar a viabilidade desse investimento. Então o Portal tem essa relação de justificar o uso pedagógico/intensivo dessas máquinas nas escolas. [Sem o Portal seria complicado ter um projeto como o Paraná Digital?]. Seria mais difícil, não digo que seja impossível, mas seria mais difícil porque na verdade é uma ação que justifica pedagogicamente um investimento em tecnologia, porque senão nós acabaríamos encontrando um quadro que já se manifestou no Estado que são laboratórios fechados, sem o professor saber qual vai ser o uso do laboratório, para que serve. Então o Portal veio justamente neste sentido, de garantir uma utilização mais efetiva, mais direcionada dos laboratórios. 2.2.4.2 - Modelo colaborativo de produção, uso e disseminação de conteúdos educacionais na internet - Portal Dia-a-Dia Educação; Conforme relato acima, vimos que o Portal surge com uma mola propulsora para a efetivação do Programa Paraná Digital. BELINE (2006 p. 84), relata que o Portal surge do desejo do Secretário de Educação do Paraná, Maurício Requião, no final de 2002, em utilizar a Internet como um recurso que dê subsídios para o professor da escola pública. BELINE (2006, p. 84) ainda retrata trechos da entrevista com o professor Glauco Gomes de Menezes que é convidado pelo secretário para assumir a Coordenação da criação do Portal. [...] nessa conversa falávamos sobre formação de professores, de como usar tecnologia e ele disse que tinha o interesse em um projeto que disponibilizasse, que propiciasse na verdade a universalização da tecnologia, ou seja, você colocar computador e internet em todas as 2075 escolas do Estado, de 5ª a 8ª e ensino médio. O Portal Dia-a-Dia Educação tem como missão, de acordo com Portal (2006) [...] promover uma reforma muito mais profunda e ampla do que a sociabilização do saber, implantando um modelo de aprendizagem colaborativa no hipermeio, reconhecendo e valorizando os saberes acumulados na Rede de Educação Pública Estadual, tornando-se um veículo de informação e de expressão cultural e acadêmica de seus educadores, atendendo a toda a comunidade escolar, num processo aberto, interativo, constante e dinâmico, visando um salto cultural e social no Paraná. O Portal configura-se como um Ambiente Pedagógico Colaborativo em que os sujeitos do processo ensino-apredizagem nas escolas podem criar espaços de discussão, publicação e disseminação de saberes construídos na escola, conforme Santos (2007, p.5) “a viabilização dessa proposta se dá por meio da disseminação colaborativa de experiências, recursos didáticos e fontes de pesquisa de conteúdos curriculares das disciplinas da educação básica”. O site é aberto a todos os visitantes, sendo que os profissionais da educação pública do Paraná possuem acesso a uma série de informações, ferramentas, consultas e demais serviços por meio de login e senha. O Portal esteve durante o ano de 2007 passando por uma reformulação para facilitar e otimizar o acesso, porém continuam com os espaços para educadores, alunos, escolas e comunidade. Cada um destes espaços é constituído de informações específicas que atendam as necessidades do público alvo, promovendo integração e interação. As principais ações e iniciativas que se esperam atingir por meio do Portal, conforme SEED/PR seriam21: • A formação continuada dos educadores por meio do acesso a conteúdos concernentes às diversas áreas do conhecimento e outras informações e recursos didático-pedagógicos; • A divulgação de informações institucionais tornando-se um receptáculo de dados advindos de diferentes instâncias da SEED/PR; • A estruturação de uma rede de comunicação efetiva entre todos os envolvidos no processo educativo e comunidade educacional; • O resgate da identidade do professor da escola pública paranaense, propiciando a veiculação de sua produção intelectual e fomentando a criação de comunidades virtuais de aprendizagem, envolvendo todos os atores da Educação Básica do Estado do Paraná. 21 http://www8.pr.gov.br/portals/portal/ações.php 2.2.4.3 - Programa de fortalecimento e expansäo dos NTEs – Criação da Coordenação Regional de Tecnologia na Educação – CRTE. O Estado do Paraná possuiu até o ano de 2004, 13 Núcleos de Tecnologia Educacional - NTEs, localizados em: Curitiba (Centro), Curitiba (Carmo), Campo Mourão, Cornélio Procópio, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Londrina, Maringá, Pato Branco, Ponta Grossa, Telêmaco Borba e Umuarama, que promoveram cursos de capacitação em informática instrumental gratuitos aos professores da rede pública de ensino. Para o efetivo funcionamento e utilização dos computadores do Paraná Digital e utilização do Portal Dia-a-dia Educação, os multiplicadores dos NTEs possuem um papel estratégico na formação continuada e assessoramento aos profissionais da educação das escolas públicas estaduais, porém a quantidade de NTEs e profissionais alocados nestas unidades não teriam como ofertar cursos de capacitação para 2100 escolas públicas, 51000 professores e funcionários, frente a um novo parque tecnológico não somente em termos de hardware, mas também de software com a implementação do uso de software livre. Fez-se necessário, portanto a incorporação de um terceiro pilar no projeto BRA/03/036, o fortalecimento e expansão dos NTEs, como estrutura de formação continuada para uso das tecnologias implementadas nas escolas. Relatos de dissertações consultadas e a própria pesquisa diagnóstica realizada retrata que os NTEs, por mais que tenham desenvolvidos nos anos de atuação projetos brilhantes com professores que realizaram capacitações nos seus laboratórios, não garantiu a efetiva utilização dos laboratórios das escolas que receberam computadores do PROINFO e PROEM. Os motivos para esta não efetivação são decorrentes de uma política educacional até então vigente pautada em resultados quantitativos em número de professores capacitados, em detrimento a uma ação qualitativa quanto as possibilidades de uso dos recursos tecnológicos disponíveis, além de uma ação centralizada no processo de formação continuada dos profissionais da educação. Com perspectiva transformadora da realidade apresentada propôs-se a criação da Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação CETE, e das 32 Coordenações Regionais de Tecnologia na Educação – CRTEs, por meio da resolução22 1636 de 30 de abril de 2004, ligadas hierarquicamente ao CETEPAR. Consta nesta resolução que as CRTEs do Paraná são unidades vinculadas ao Centro de Treinamento do Magistério do Paraná – CETEPAR e aos Núcleos Regionais da Educação - NRE, responsáveis pela discussão e implementação das políticas públicas relacionadas à informática na educação e sua relação com o processo de ensino-aprendizagem das escolas públicas estaduais e municipais do Estado do Paraná. Complementando esta resolução a Superintendência de Estado da Educação coloca em vigor a instrução23 04/2004 que orienta as principais atribuições das CRTEs: •orientar os educadores para que incorporem os avanços tecnológicos contemporâneos, sugerindo sua aplicabilidade no processo de ensino- aprendizagem; •planejar e desenvolver ações que propiciem a capacitação e o constante aperfeiçoamento dos profissionais da Educação na área de informática educativa, exaltando os contextos pedagógicos e metodológicos norteadores da prática docente; •incentivar e orientar a elaboração e o desenvolvimento de projetos educacionais de aprendizagem mediados pelas Novas Tecnologias de Informação e Comunicação; •de forma descentralizada, assessorar os educadores, acompanhando os projetos nas escolas; •através do Portal Educacional Dia-a-Dia Educação, estimular o uso da Internet como fonte de pesquisa, como meio de comunicação e de divulgação dos projetos educacionais; 22 fonte: www.cete.pr.gov.br 23 fonte: idem •pesquisar como as ferramentas computadorizadas podem facilitar a aprendizagem dos alunos com dificuldades específicas; •promover eventos que favoreçam o intercâmbio entre a comunidade, escolas e NTEs; •divulgar, através do Portal Educacional Dia-a-Dia Educação, as experiências em informática educativa bem-sucedidas; •proporcionar uma oportunidade de reflexão sobre uma necessária mudança de postura diante do novo modelo educacional que se descortina. •acompanhar a evolução do processo educativo, que é submetido às mudanças de ordem econômica, política e cultural. O foco principal de trabalho das CRTEs é o trabalho in loco nas escolas, fornecendo suporte pedagógico necessário ao desenvolvimento de ações que otimizem a utilização dos recursos tecnológicos disponíveis nas escolas. De acordo com Santos (2007, p.2), esses profissionais [...] estarão desenvolvendo junto às escolas um trabalho voltado para o uso da tecnologia que, além de oferecer assessoria operacional e instrumental para a utilização dos equipamentos, promoverá e incentivará a análise e discussão com os educadores da rede pública acerca da inserção de tecnologias no universo educacional. A efetivação da ampliação e da reestruturação das CRTEs consolidou-se em 2005 quando do suprimento de 190 profissionais da educação, provindos de Escolas Públicas Estaduais por meio de um processo de seleção24 desencadeado pela CETE e acompanhado pelos 32 NREs. Este processo consistiu na divulgação de vagas disponíveis para professores que tivessem interesse em trabalhar com tecnologia na educação em todas as escolas estaduais nos municípios sedes dos 32 NREs do Estado do Paraná. 24 fonte: CETE/SEED/PR, período de 2004/2005, documentos internos. De acordo com a Resolução 1636/2004, para que um professor se candidate à função de Assessor Pedagógico, este deve atender aos seguintes requisitos: • Formação em nível superior; • Especialista em Informática na Educação ou ser aprovado no processo de seleção para receber a devida formação; • Fazer parte do Quadro Próprio do Magistério (QPM), Quadro Único de Professores (QUP) ou do Quadro Próprio de Professores da Educação (QPPE); • Experiência docente como professor regente, no mínimo dois • Domiciliado no mesmo município da CRTE; • Ter disponibilidade de 40 horas semanais de trabalho; • Para participação de eventos fora do domicílio de residência, anos; nos termos das normas do Estado, será disponibilizado, condição financeira para hospedagem, alimentação e deslocamento do profissional designado pela CETE; • Ter disponibilidade para viagens. Os interessados deveriam encaminhar currículo e participar de um processo de seleção que consistiu de: • análise de currículo; • preenchimento de um questionário com questões de ordem técnica, pedagógica e gerencial; • elaboração de um texto em editor de texto, uma apresentação utilizando um software de apresentação e uma planilha eletrônica. Estes documentos eram avaliados e encaminhados a CETE por um profissional indicado pela chefia do NRE e por um multiplicador de um dos 13 NTEs existentes que atuaram nesse processo como avaliadores dos candidatos à vaga de Assessor em Tecnologia na Educação. Os 203 educadores denominados Assessores em Tecnologia na Educação estão distribuídos nas 32 CRTEs. Considera-se em média 8 a 12 escolas sob responsabilidade de cada Assessor no que tange ao planejamento e desenvolvimento de projetos educacionais com o uso de tecnologias. Coube a CETE a arquitetura de ações para qualificação docente na apropriação do computador como ferramenta pedagógica a serem implementadas pelas 32 CRTEs. As ações primordiais estão dispostas em duas grandes dimensões. A primeira diz respeito à ação de assessoria técnica-pedagógica e de capacitação ocorridas diretamente nas escolas. Cada assessor deve atuar diretamente nas escolas sob sua responsabilidade, orientando educadores em atividades relacionadas ao uso de tecnologias como ferramentas contribuintes do processo pedagógico. Nesta ação cabe ao Assessor da CRTE o planejamento e desenvolvimento de atividades didáticas com o uso das tecnologias disponíveis na escola, como assessoria a criação dos sites das escolas, planejamento e desenvolvimento de projetos educacionais disciplinares e interdisciplinares, pesquisa e elaboração de materiais didáticos e metodologias inovadoras com o uso do computador. Para dar suporte técnico quanto à instalação e manutenção dos computadores, passam a fazer parte do quadro das CRTEs a partir de 2005, professores da rede públicos ou técnicos administrativos aprovados em concurso público para exercerem o papel de técnico de suporte das CRTEs. Estes profissionais estão em constante treinamento técnico/operacional para acompanhar e efetuar a instalação dos laboratórios do Paraná Digital nas 2100 escolas públicas estaduais, bem como dar suporte técnico quanto à manutenção e atualização dos sistemas. O total de técnicos de suporte existente no estado são 64 profissionais, sendo 2 em cada CRTE que atendem além das escolas da sua região, dão suporte também a CRTE e ao NRE na questões relativas a suporte técnico/operacional. Outra ação prevista pelo Programa Paraná Digital é a formação de um profissional da escola que exerce a função de Administrador local. É este profissional da escola (professor ou técnico administrativo) que responde localmente pela manutenção e organização do laboratório de informática da escola. Da mesma forma como os técnicos de suporte recebem formação continuada para atuarem como técnico de suporte das escolas, os administradores locais recebem treinamento pela própria equipe da CRTE (assessores e técnicos) para administrar o laboratório de informática das escolas. Como percebemos não foi somente à ampliação, mas também o fortalecimento das CRTEs por meio da implementação de uma estrutura de suporte técnico nas CRTEs e nas escolas, buscam efetivar uma ação de uso significativo dos recursos tecnológicos disponíveis, e permitirão a formação de uma rede integrada de profissionais que estarão atuando junto às escolas nos aspectos técnicos/operacionais e pedagógico, garantido assim assessoria ao professor e alunos na utilização efetiva dos recursos tecnológicos disponíveis nas escolas. Com a implementação do Programa Paraná Digital e com as estruturas do Portal Dia-a-Dia Educação e da CETE/CRTEs, deslumbra-se modificações no panorama que se configurou até o ano de 2002. Cabe ressaltar que a função de suporte técnico já era prevista nas diretrizes do PROINFO, porém não se concretizou por fatores diversos. 2.3 - PARADIGMAS EDUCACIONAIS E FORMAÇÃO DE PROFESSORES A organização das relações sociais, da comunicação e dos modos de produção da contemporaneidade exige que se pense um modelo educacional dinâmico, que possibilite a aquisição de conhecimentos que ultrapasse o modelo linear de informação; “o desafio imposto aos docentes é mudar o eixo de ensinar para optar pelos caminhos que levem ao aprender” (BEHRENS, 2000 p.73). Há de se utilizar os meios e metodologias inovadoras para formar educandos e educadores para serem agentes transformadores deste novo milênio. A proposta de ampliação e reestruturação das CRTEs do Paraná implica em superar paradigmas educacionais vigentes transcendendo práticas conservadoras de organização da prática pedagógica. Para melhor entendimento a respeito dos paradigmas educacionais que sustentaram e sustentam as práticas pedagógicas, fazemos a seguir uma análise dos paradigmas educacionais e a sua relação com o uso das TIC. 2.3.1 - Paradigma Conservador O século XX assim como o século XIX caracterizou-se como afirma Behrens (2005, p. 17) pelo domínio dos paradigmas conservadores, influenciados pelo método newtoniano-cartesiano, que apresenta uma separação entre mente e matéria, uma visão fragmentada do conhecimento, e a busca pela eficácia. O paradigma conservador segundo Cardoso (2002, apud Behrens 2005, p. 18) afirma: “o paradigma cartesiano-newtoniano orienta o saber e a ação propriamente pela razão e pela experimentação, revelando assim o culto do intelecto e o exílio do coração”. Essa afirmação retrata a característica de formação de um indivíduo capaz reproduzir conhecimento dentro de uma abordagem mecanicista. Behrens (2005, p. 18) ainda destaca que o paradigma conservador propiciou um avanço material significativo, muitas invenções foram desencadeadas nesse período, porém essa forma de educação compartimentalizou o pensamento em mente e corpo, ciência e ética, razão e sentimento e a ciência da fé, ou seja, tudo se podia fazer em nome da ciência, independente de outros fatores externos ao processo da ciência. Esse paradigma desencadeou uma sociedade denominada como afirma Behrens (2005, p. 40) como “sociedade de produção em massa”, cuja forma primordial de aprendizado era a reprodução do conhecimento, uma visão mecanicista com ênfase a repetição. Essa prática educativa está presente nas abordagens tradicional, escolanovista e tecnicista. Na abordagem tradicional o papel do professor é conforme Behrens (2005. p. 41), único detentor do conhecimento, repassa e transmite conteúdos de forma fragmentada, disciplinar e severo. Ratificando esse posicionamento Mizukami (1986, p. 14) afirma A relação professor-aluno é vertical, sendo que um dos pólos (o professor) detém o poder decisório quanto à metodologia, conteúdo, avaliação, forma de interação na aula etc. Ao professor compete informar e conduzir seus alunos em direção a objetivos e/ou pela sociedade em que vive não pelos sujeitos do processo. Percebe-se que hoje muito da metodologia adotada pelos professores está ainda sendo concebida dentro dessa visão de professor. O professor continua sendo o único sujeito ativo do processo, dono do conhecimento e o aluno um sujeito passivo, enfileirado, recebendo e armazenando conteúdos de forma pronta a acabada. A metodologia na abordagem tradicional caracteriza-se por aulas expositivas com apresentação dos conteúdos de forma fragmentada, seqüencial e ordenada, sem relação com outras disciplinas. Libâneo (1986, p. 24) caracteriza os pressupostos da aprendizagem que confirmam as características apresentadas como A idéia de que o ensino consiste em repassar conhecimentos para o espírito da criança é acompanhada de uma outra: a de que a capacidade de assimilação da criança é idêntica à do adulto, apenas menos desenvolvida. Os programas, então devem ser dados numa progressão lógica, estabelecida pelo adulto, sem levar em conta as características próprias de cada idade. A abordagem escolanovista apresentou-se afirma Behrens (2005, p. 44), “como um movimento de reação à pedagogia tradicional e buscar alicerçar-se com fundamentos da biologia e da psicologia e dando ênfase ao indivíduo e à sua atividade criadora”. Como percebemos foi uma tentativa de centrar a formação no indivíduo e na aprendizagem e não no processo. O professor assume nessa abordagem o papel de facilitar da aprendizagem, orientador no processo de ensino-aprendizagem, busca relacionar-se com seus alunos, buscando uma vivência democrática. Behrens (2005, p. 45) condiciona que o papel do professor Não é de dirigir, mas aconselhar e orientar os alunos. Na sua missão educativa, organiza e coordena os alunos. Cada professor tem autonomia para criar seu próprio repertório, precisa ser autêntico e deve relacionar-se com o caráter individual de cada aluno. A metodologia leva em conta a aprendizagem desenvolvida pela execução de trabalhos individuais e em grupos, com o desenvolvimento de capacidades de habilidades intelectuais, experiências colaborativas e principalmente o respeito ao ritmo de cada aluno. Behrens (2005, p. 46) destaca que “embora o aluno seja visto em sua individualidade, valoriza o trabalho de grupo, considerando que as características de cada indivíduo variam segundo a sua cultura, a sua família, sua comunidade, seu trabalho e sua vida cívica e religiosa”, portanto a aprendizagem deve levar em conta as características de cada indivíduo para que a aprendizagem possa tornar-se significativa e eficiente. Com o advento do processo de produção em massa, surge a necessidade de formar mão de obra para atender as necessidades do mercado e a escola como espaço de formação, deve atender essas exigências adequando-se processos para atender essa demanda. Nesse sentido a abordagem tecnicista busca conforme afirma Behrens (2005, p. 47) “fundamenta-se no positivismo e propõe uma ação pedagógica inspirada nos princípios da racionalidade, da eficiência, da eficácia e da produtividade”. Na abordagem tecnicista, Behrens (2005, p. 47) destaca que o planejamento e o controle asseguram a produtividade do processo, como se fosse um esteira mecânica que devidamente controlada a função de cada indivíduo (professor e aluno), realizando sua tarefa com eficácia o produto estaria assegurado. O professor é o transmissor do conhecimento, aprimora no aluno a busca por comportamentos adequados e alta performance do mesmo. Behrens (2005, p. 49) apresenta a forte influência da teoria de Skinner que “permite reprogramar o ensino, prever o comportamento desejado e o produto final”. A metodologia dá ênfase à reprodução do conhecimento e em respostas certas, bem como treinamentos organizados, mecânicos e repetitivos, buscando a qualidade do processo e não da formação integral do aluno. As teorias conservadoras deram uma visão reducionista da realidade, encabeçadas pelo pensamento newtoniano-cartesiano, deram suporte a um mecanicismo também nas relações educacionais, promovendo a reprodução acrítica do conhecimento. A sociedade do conhecimento deixa entrever que o pensamento newtoniano-cartesiano que buscava a reprodução não assegurava o domínio de um saber, pois as transformações pelas quais passa a sociedade são muitas e rápidas neste novo milênio. Segundo BEHRENS (2000, p. 60), “o conhecimento torna-se provisório e relativo o que promove a necessidade de sua construção contínua”. A aplicação de recursos tecnológicos no contexto dos paradigmas conservadores permite o uso do computador como ferramenta de controle e reprodução do conhecimento, por meio de testes prontos, com respostas certas ou erradas, emissão de conceitos por quantidade de acertos. Apenas verificamos que na abordagem escolanovista seria possível utilizar recursos tecnológicos elaboração de trabalhos em grupo 2.3.2 - Transição dos Paradigmas Com o desenvolvimento científico-tecnológico a partir da segunda parte do século XX, com a produção acelerada de novas tecnologias cada vez mais presentes em nossas vidas, houve a necessidade de se incorporar ao processo de formação humana novos paradigmas que contribuíssem para a formação de um cidadão para atuar nessa nova sociedade bem como a superação do paradigma da reprodução do conhecimento. Behrens (2005, p. 26) nesse sentido afirma “que a superação de um paradigma científico, não invalida, não o torna errado ou nulo, mas evidencia que seus pressupostos e determinantes não correspondem mais às novas exigências históricas”. Considera-se, portanto que os paradigmas conservadores, tiveram sua importância no contexto social no qual estavam inseridos e responderam as necessidades de formação de mão de obra específica para o mercado de trabalho existente, porém com o advento da tecnologia é necessário um novo tipo de cidadão, capaz de trabalhar colaborativamente, produzir em grupo, produzir conhecimento, testar possibilidades entre outras habilidades necessárias. O paradigma conservador começa a perder força segundo Pregogine, Moraes (apud Behrens 2005, p, 29) a partir dos estudos de Lamarck no limiar do século XIX, e com os estudos de Darwin sobre a teoria da evolução das espécies. Associado a esta teoria surge também à teoria da relatividade de Einstein proposta a partir de 1905 e também a física quântica proposta por Max Planck em 1900. Esses avanços científicos colocaram em contradição a racionalidade do pensamento newtoniano-cartesiano, promovendo uma ampla discussão sobre a necessidade de ser incorporar novos paradigmas que possam ampliar a visão de homem, de mundo, de sociedade, enfim do processo de formação humana. 2.3.3 - Paradigmas Inovadores Para responder a essa nova sociedade e esse novo homem a ser formado surge a era da produção do conhecimento. Esse novo paradigma Behrens (2002, 2005) e outros autores denominam de paradigma da complexidade, paradigma emergente, visão ecológica, visão sistêmica ou ainda visão holística, que formam uma teia ou sistema integrado, onde o foco está na formação de homem como um todo, mente e corpo, razão e sentimento, aliando interconexão e interrelacionamento, buscando a superação da reprodução do conhecimento. Essa aliança ou teia proposta por Behrens (2005), na busca da produção do conhecimento está inserida em três correntes de pensamento: Abordagem sistêmica ou holística, Abordagem Progressista e Abordagem do Ensino com Pesquisa. Na abordagem sistêmica o foco está como afirma Behrens (2005, p.56) no resgate do ser humano em sua totalidade, permitindo ao homem desenvolver suas múltiplas inteligências, sendo um ser humano com senso crítico, estético e ético. Nessa abordagem o professor possui papel fundamental na superação da abordagem tradicional de fragmentação do conteúdo, devendo ultrapassar a ênfase na reprodução para a produção do conhecimento. Esse professor sendo sujeito comprometido com o processo de formação humana pensa por que e para que está ensinando, devendo incutir em seus alunos valores como paz, justiça, harmonia, solidariedade, igualdade e honestidade, e muda sua postura em prol a uma formação holística do aluno. Justificando essa posição Crema (1995, p. 47) destaca que “o educador holístico têm como preocupação fundamental o futuro da humanidade e de todas as outras formas de vida do planeta Terra”. A metodologia busca uma prática pedagógica baseada não em uma única metodologia, mas sim em estruturar ações que possibilitem ao aluno o seu desenvolvimento global, autônomo, relacionando teoria e prática, aprendendo a aprender por meio de trabalhos com projetos que aprimorem a sua aprendizagem, relacionando com o seu contexto social, promovendo a aprendizagem significativa, utilizando tecnologia como ferramentas desta possibilidade de aprender a aprender. A abordagem progressista tem como principal pensador Paulo Freire que afirma [...] Não importa em que sociedade estejamos, em que mundo nos encontremos, não é possível formar engenheiros ou pedreiros, físicos ou enfermeiras, dentistas ou torneiros, educadores ou mecânicos, agricultores ou filósofos, pecuaristas ou biólogos, políticos, sociais e culturais; sem uma compreensão de como a sociedade funciona. E isto o treinamento supostamente apenas técnico não dá.(FREIRE. 1992, p. 134) Essa visão de mundo retrata os fundamentos da abordagem progressista no qual destaca como principal ponto que apenas aprendizagem e conhecimento técnico não são subsídios suficientes para atuar na sociedade do conhecimento, é necessário compreender o mundo e suas relações nas mais diversas dimensões, e cabe a escola enquanto espaço privilegiado de troca, busca e aprimoramento da formação humana, propor alternativas para alcançar os objetivos de formar esse novo cidadão. Behrens (2005, p. 72) destaca, “A pedagogia progressista visa buscar a formação do homem concreto, síntese de múltiplas determinações. Fruto das relações sociais, o homem político pertence a uma classe social determinada. Esse homem pode-se tornar cidadão do seu país e do mundo”. Neste contexto, destaca-se que o papel do professor na abordagem progressista é ser um educador crítico, exigente, coerente com sua prática educativa e no exercício da sua própria prática. Centra suas ações nas relações, promovendo uso coerente dos materiais, métodos e técnicas, buscando sempre o melhor de cada um. Através do diálogo promove a democratização do conteúdo e nesse ponto Paulo Freire em sua obra Pedagógica da Esperança deixa claro “... repitamos que não há prática educativa sem conteúdo” (FREIRE, 1992, p. 113), portanto o professor enquanto sujeito do processo, assume o papel de mediador na produção do conhecimento, orienta através de uma postura democrática com a autoridade que lhe é devida, sem ser autoritário nem licencioso, conforme afirma Freire (1992, p. 114) “nem autoritarismo, nem licenciosidade, mas substantividade democrática, é o que precisamos”. Para sustentar essa prática educativa, Freire (1992, p. 111) destaca que a metodologia a ser adotada deve defender a presença da comunidade escolar com um todo, que juntos possam propor uma programação de conteúdos das escolas, porém não nega a participação de especialistas, mas estes não devem ser os “proprietários” dos conteúdos a serem adotados. Portanto a metodologia não e única, mas uma série de procedimentos, métodos e técnicas e tecnologias coerentes que usados de forma dialógica possam auxiliar o aluno a produzir conhecimento. A metodologia contempla uma ação libertadora e democrática, trazendo para sua estrutura a prática e a vivência social dos alunos para que de posse de conhecimentos que subsidiem sua prática transforma a realidade social que os circunda de forma crítica, reflexiva e autônoma. A abordagem do ensino com pesquisa considera o professor como um articulador, crítico, criativo, produtor do se próprio conhecimento enquanto pesquisador da sua prática educativa. Tem como objetivos buscar uma aliança para fortalecer o envolvimento e a participação dos estudantes em trabalhos coletivos. Behrens (2005, p. 82) relata que “o docente, como educador, transcende a posição de instrutor e preocupa-se em ampliar caminhos para a emancipação de si mesmo e dos estudantes”. A metodologia está baseada na construção do conhecimento através do ensino e da pesquisa, sendo ambos indissociáveis, possibilitando ultrapassar o ensino somente através do livro didático. O trabalho com ensino e pesquisa enfoca o conhecimento construído na capacidade de ação reflexiva do aluno, na sua capacidade de análise, interpretação, visão crítica e criativa na resolução de situações problemas. Estamos vivendo na sociedade do conhecimento, onde as perspectivas para o século XXI indicam uma educação voltada para os quatro pilares propostos pela UNESCO: Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser. Esses quatro pilares juntos devem alicerçar uma educação voltada para a formação de um cidadão capaz de viver na sociedade do conhecimento, sendo agente de transformação para uma sociedade, cujos ideais sejam: justiça, paz, solidariedade e liberdade. Esse cidadão também é torna-se responsável por promover transformações políticas, econômicas, culturais e sociais. A escola para poder promover essa formação deve buscar subsídios nos paradigmas que sustentem uma prática educativa voltada para preparação desse cidadão. Para tanto é necessário investir na formação continuada de professores para superar o paradigma da reprodução. 2.4 - FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO PARA USO DAS TIC NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO PARANÁ As mudanças ocorridas no mundo do trabalho produzem implicações nos processos de formação humana. Uma nova forma de educar advém de uma nova forma de produção, e as instituições de ensino encarregadas de conduzir a formação dos seus alunos, devem atentar a estas mudanças. Nesse sentido a Política Pública de Inclusão Digital implementada pelo Estado do Paraná, tem buscado adaptar-se a nova realidade proposta no mundo do trabalho, retomando o contexto disciplinar, abrindo oportunidades para a integração entre as disciplinas, aprimorando o rol de recursos tecnológicos disponíveis na escola, mas também e principalmente investindo no processo de formação humana por meio das estruturas da CETE/CRTEs, cuja função primordial é a de incentivar e assessorar o uso efetivo dos recursos disponíveis, que se utilizados corretamente podem contribuir significativa para a construção do conhecimento. Papert (1996 apud Costa, 2004 p. 10), afirma Mesmo aceitando o que o computador pode desempenhar um papel benéfico no processo de aprendizagem e embora isso possa ser conseguido de formas muito diferenciadas, dependendo das perspectivas com que cada uma das abordagens concebe a aprendizagem é que a utilização que se faz hoje do computador nem sempre tira partido das suas reais potencialidades em termos de alteração na forma como as pessoas aprendem. Somente a presença do computador na escola não garante transformação, a qual depende da conscientização do professor e do seu papel e da sua ação enquanto agente de transformação, nesse sentido concordamos com Fagundes (1999, p. 1) que apregoa o seguinte Conseguir alguns computadores é só o começo. Depois é preciso conectá-los à internet e desencadear um movimento interno de buscas e outro, de trocas. Cabe ao professor, no entanto, acreditar que se aprende fazendo e sair da passividade da espera por cursos e por iniciativas da hierarquia administrativa. As considerações acima retratam o fato de como o professor precisa conhecer e acreditar nas possibilidades do uso do computador no processo pedagógico, buscando capacitação e formação contínua, aprimorando sua prática pedagógica, propiciando aos educandos uma educação mais crítica, formando parcerias e trocas de experiências com outros educadores e com os próprios educandos. Neste sentido ainda, Soares (2006, p.104) destaca Dentre os desafios para revisão da prática pedagógica, utilizando tecnologias da informação e comunicação, destacam-se a mudança de paradigma didático que carregam latente os professores e a crença na formação continuada necessária para realizar a mudança de postura com as novas perspectivas projetadas pelos recursos e ambientes educacionais. A formação do profissional da educação para atender os desafios da sociedade do conhecimento, ou da informação, exige reflexão quanto à elaboração de diretrizes que devem ser capazes de darem conta de uma formação continuada dos profissionais da educação no seu próprio contexto de trabalho, por meio da discussão da realidade e dos meios tecnológicos disponíveis. Belloni (2006) menciona que “a perspectiva de formação de professores exige [...] formar os professores enquanto futuros usuários ativos e críticos bem como professores conceptores de materiais para aprendizagem aberta e a distância”. Ou seja, há de se entender o professor como profissional que organizará o ambiente pedagógico capaz de integrar seus saberes científicos com os avanços tecnológicos disponíveis no seu ambiente de trabalho. Nessa perspectiva, o profissional da educação em parceria com os educandos constrói possibilidades didáticas que respondam às suas necessidades educacionais ao mesmo tempo em que discutem essas possibilidades de forma crítica e construtiva. Nesse contexto a proposta de reestruturação da CETE/CRTEs deve buscar subsidiar os Assessores em Tecnologia na Educação de referencial teórico/prático para que possam estar à frente dos profissionais da Educação munidos não apenas de formação técnica, mas uma formação mais ampla que envolva trabalho colaborativo e inovador, podendo serem agentes de transformação do uso das TIC nas escolas públicas estaduais. É necessário considerar os princípios elementares que determinam o uso dos recursos tecnológicos disponíveis na escola, por parte dos professores e alunos. E se utilizados, analisar a consistência da sua contribuição para a produção do conhecimento (TONO, 2003 p. 35) Verificamos que a grande maioria dos professores que rompem os obstáculos e utilizam pedagogicamente o computador, possuem uma metodologia que não difere muito daquela, em que são utilizados os recursos didáticos tradicionais, como o quadro, o giz e o livro impresso. Ratificando esse posicionamento, Behrens, (2002, p.75), menciona que Para romper com o conservadorismo, o professor deve levar em consideração que, além da linguagem oral e da linguagem escrita que acompanham historicamente o processo pedagógico de ensinar e aprender, é necessário considera também a linguagem digital. [...] a tecnologia possibilita o acesso ao mundo globalizado e à rede de informação disponível m todo o universo. A difusão das tecnologias estende-se à escola com a inserção do computador, mas são necessárias ações que conduzam além da instrumentalização, com o uso pedagógico significativo deste recurso, para haver verdadeira transformação em qualidade no processo de pedagógico. Nesse sentido, Teza (2002, p.5) afirma A exclusão digital não será sanada com a utilização de software livre e o computador para todos, a questão é ainda mais abrangente referindo-se a concepção de ordem educacional e política que se encontram impregnadas de conceitos carregados ideologicamente pelo sistema econômico capitalista. O importante é que se investigue o uso das possibilidades que o computador oferece para a produção do conhecimento e que, principalmente, se mostre ao professor estas possibilidades, pois o computador pode vir a se tornar um veículo poderosíssimo de expressão, estando de posse do professor, de forma consciente e sem limites, conforme Prado & Martins (2003. p. 25) A formação do professor em informática na educação precisa ser vista além do espaço/tempo do curso, contemplando nesse processo a dimensão do contexto do dia a dia do professor. Nesse enfoque a preparação do professor envolve muito mais do que ele aprender a lidar com as ferramentas computacionais. O professor também precisa aprender a recontextualizar o uso do computador, integrando-o às suas atividades pedagógicas. Isto significa que o processo de formação deve propiciar ao professor construir novos conhecimentos, relacionar diferentes conteúdos e reconstruir um novo referencial pedagógico. Este deve ser o enfoque de trabalho a ser desenvolvido pelos Assessores em Tecnologia na Educação atuantes nas CRTEs, apresentar a tecnologia como algo que pode auxiliar o trabalho do professor, recontextualizando sua prática, integrando as tecnologias às suas atividades pedagógicas. Conhecer e dominar as tecnologias torna-se um importante recurso para inclusão tanto no mundo social como econômico devido à demanda por formação de trabalhadores. Não se faz aqui, apologia ao modo de produção neo-liberal, apenas opta-se por educar para democratizar as práticas sociais atuais em que “as tecnologias caminham para a convergência, a integração, a mobilidade e multifuncionalidade” e “libertam para espaços e tempos rígidos, possíveis e determinados”(MORAN, 2007, p.89). Ruaro (2007, p. 55) destaca Pretende-se alertar para o fato de que as informações sobre os modos de produção e organização do capital devem ser explorados pelo currículo não de modo a servir ao capital e, sim, desenvolver leitura crítica sobre as manifestações de poder que emanam dele. Essa educação só acontecerá quando for possível construir coletivamente um currículo em que se valorize a individualidade e a coletividade numa perspectiva de inclusão social. Esse posicionamento relevante deve ser levado em conta nos processos de formação continuada dos profissionais da educação, para que de possam integrar e articular a tecnologia aliada ao currículo de maneira a valorizar a individualidade, a inclusão social de maneira crítica, construtiva e consciente. Ratificando esse tipo de formação docente, Pena (1999, p. 9), aponta Para que o professor passe de um ensino convencional e um ensino apoiado pelas novas tecnologias, [...] exige que a instituição estabeleça o desenvolvimento de um projeto de formação de professores que priorize a inserção das TICs numa perspectiva construtiva e reflexiva da ação docente. Com base nesse e nos demais princípios apresentados é que se buscou expandir e fortalecer a ação dos NTEs/CRTEs, buscando formar equipes multidisciplinares, formados por educadores da comprometidos com uma educação pública de qualidade. rede pública estadual 3 – ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO DA PESQUISA 3.1 – METODOLOGIA DA PESQUISA Diante do problema de pesquisa que trata das Políticas Públicas na Área de Tecnologia na Educação e a Formação Continuada dos Profissionais da Educação Pública Paranaense no uso destas tecnologias como proposta pedagógica, fundamenta-se a pesquisa nas políticas públicas de cunho federal e estadual que efetivaram e continuam efetivando a incorporação de ferramentas computadorizadas no contexto educacional. Por meio destas políticas analisamos como ocorreu e como ocorre processo de formação continuada para uso das tecnologias, pelos profissionais da educação atuantes em escolas públicas estaduais paranaenses. Entre os objetivos a serem alcançados com a pesquisa destacam-se: • Investigar fundamentos teóricos que sustentam a pesquisa nas categorias: Tecnologias de Informação e Comunicação, Políticas Públicas na Área de Tecnologia na Educação, Formação de Professores para uso de Tecnologias e Paradigmas Educacionais; • Levantar e analisar dados por meio de questionário diagnóstico buscando detectar obstáculos emergentes para incorporação das tecnologias de informação e comunicação na prática pedagógica dos professores na educação básica do Paraná; • Analisar a situação atual em que se encontra o processo de implementação das políticas públicas e a formação continuada dos profissionais da educação na área de tecnologia na educação, por meio de pesquisa documental e entrevista com profissionais responsáveis pelos programas estaduais na área de tecnologia na educação. Considerando que o pesquisador atuou como multiplicador do núcleo de tecnologia educacional - NTE Curitiba no período de 2001 e 2002, passando a partir de 2003 a 2007 a exercer o papel de Assessor da Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação – CETE, portanto estando diretamente envolvido nas ações apresentadas na pesquisa, optou-se pela abordagem qualitativa para nortear a pesquisa, pois conforme Lüdke e André (1986, p.11) “a pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada”. Esse contato com o objeto de estudo permite maior grau de objetividade e clareza nas informações pesquisadas, como acesso a documentos oficiais, contato direto com coordenadores dos programas e projetos de formação continuada da Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED, bem como contato com os profissionais que desempenham o papel de “multiplicadores” no uso das tecnologias no contexto educacional. O pesquisador também está diretamente ligado à elaboração, acompanhamento e avaliação da pesquisa diagnóstica realizada no Estado do Paraná. Lüdke e André (1986, p. 61) enfatizam Nesses estudos há sempre uma tentativa de capturar ‘a perspectiva dos participantes’ [...] Ao considerar os diferentes pontos de vista dos participantes, os estudos qualitativos permitem iluminar o dinamismo interno das situações, geralmente inacessível ao observador externo. A pesquisa qualitativa tem por objetivo traduzir e expressar o sentido dos fenômenos do mundo social; trata-se de reduzir a distância entre indicador e indicado, entre teoria e dados, entre contexto e ação (MAANEN, 1979, p. 520). Esta afirmação ratifica nosso posicionamento na escolha da metodologia, pois o estudo das políticas públicas e formação docente para uso das tecnologias, apresentam dados e informações que buscam reduzir a distância entre teoria e prática, contexto e ação no uso dos recursos tecnológicos a serviço da educação. 3.2 – UNIVERSO DE PESQUISA O universo de pesquisa selecionado surgiu em 2005 durante o período de implantação do Projeto BRA/03/036 – Educação Básica e Inclusão Digital no Estado do Paraná. Este projeto apresenta em seu artigo 3º como um dos resultados a serem apresentados: • Sistema de monitoramento e avaliação do projeto elaborado e implementado (Projeto BRA/03/036, p. 19); Entre as ações de monitoramento, está a ação de auditoria a ser executada pela Controladoria Geral da União, que em 2005, solicitou a elaboração de um instrumento de coleta de dados que retratasse o desenvolvimento das ações configuradas no projeto junto às escolas públicas estaduais de ensino. Coube a Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação – CETE em parceria com a Universidade Federal do Paraná - UFPR elaborar o referido instrumento. A CETE então, atendendo as orientações da Controladoria Geral da União, resolveu ampliar o horizonte de pesquisa. Elaborou um questionário diagnóstico (anexo 01) com o intuito de efetuar um levantamento de dados sobre a utilização de recursos tecnológicos por parte dos professores da rede pública estadual e, como estes professores implementam o uso dos recursos tecnológicos em sua prática pedagógica por meio da formação continuada proporcionada pela SEED/PR. Buscando alcançar um número significativo de escolas e professores, escolheu-se como universo de pesquisa as 414 maiores escolas de Ensino Médio em número de alunos matriculados dos 399 municípios do Estado do Paraná. Nos municípios de Cascavel, Londrina, Maringá, Ponta Grossa e Toledo o universo de escolas pesquisas foram três por município e, em Curitiba, seis escolas foram pesquisadas. Este número é proveniente a quantidade elevada de escolas nestes municípios. O universo de envolvidos na pesquisa de maneira direta e/ou indireta esta representado na tabela 02. Tabela 02 – Universo de pesquisa Universo de pesquisa Alunos 412916 Docentes 19226 Docentes pesquisados 3255 Escolas com computadores PROEM 353 Escolas com computadores PROINFO 123 Escolas sem computador 66 fonte: anexo 04 – Relação das Escolas Públicas Estaduais de 399 municípios selecionadas para pesquisa. 3.3 – INSTRUMENTO DE PESQUISA – QUESTIONÁRIO DIAGNÓSTICO O instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário diagnóstico (anexo 01), elaborado pela CETE, sob orientação da Profa. Dra. Sônia Haracemiv do Setor de Educação da Universidade Federal do Paraná, instituição esta que atua como parceira no processo de implementação do Programa Paraná Digital. O pesquisador juntamente com a Coordenadora de Tecnologia na Educação, foram responsáveis pela elaboração do questionário, bem como a seleção da amostra de escolas a serem pesquisadas. O questionário foi dividido em 3 categorias de análise, sendo a primeira dados pessoais, buscando informações de caráter sociocultural. A segunda buscando informações acadêmicos e relativos à prática docente, como formação acadêmica, tempo de atuação no magistério, forma de vínculo com a Secretaria de Estado da Educação – SEED, disciplinas e modalidade de docência. Na terceira categoria buscou-se dados relativos ao uso instrumental e pedagógico de tecnologia de informação e comunicação – TIC. Esta categoria levantou questões relativas ao acesso e utilização das ferramentas das TIC no contexto instrumental e pedagógico, não somente no ambiente escolar, mas também pessoal, além de buscar informações a respeito do conhecimento das políticas públicas denominadas, Paraná Digital e Portal Dia-a-Dia Educação e o processo de formação continuada para uso dos recursos tecnológicos a partir destas políticas. Também foi objeto de pesquisa desta categoria, levantar dados para discussão a respeito das considerações dos docentes a respeito das tecnologias de informação e comunicação e os maiores obstáculos para se utilizar tecnologias de informação e comunicação na escola. 3.4 – APLICAÇÃO DA PESQUISA E TABULAÇÃO DOS DADOS A aplicação do questionário diagnóstico foi orientado pelo pesquisador por meio de orientações encaminhadas para as CRTEs (anexo 2) e aplicado in loco nos 399 municípios do Estado do Paraná no período de outubro e novembro de 2005 pelos Assessores em Tecnologia na Educação das 32 Coordenações Regionais de Tecnologia na Educação - CRTEs. Estes assessores visitaram as escolas, entraram em contato com o diretor levando consigo um ofício circular apresentando o profissional e a finalidade da pesquisa que foi realizada com 20% dos docentes de cada escola selecionada (anexo 03). A escolha das escolas de ensino médio se deu por serem as maiores escolas em quantidade de alunos e docentes, bem como serem as escolas que participaram da feira de informática realizada em 1998, por meio do programa público denominado Programa de Extensão, Melhoria e Inovação do Ensino Médio do Paraná - PROEM. Das 414 escolas de ensino médio (anexo 04) em número de alunos matriculados, 353 delas receberam computadores PROEM. As demais não foram contempladas com computadores deste programa devido ao fato de terem implementado modalidade de ensino médio a partir de 1998, ou serem construídas depois desta data, 123 receberam escolas receberam computadores PROINFO. Na afirmativa “receberam” não estamos querendo afirmar que estes equipamentos continuam disponíveis nas escolas em condições de uso, pois estes equipamentos por motivos diversos passaram a não ter nenhum tipo de assistência técnica quanto à manutenção, atualização e renovação de equipamentos. Após realização da pesquisa in loco nas escolas, os Assessores das CRTEs efetuaram a digitação dos dados do questionário utilizando um ambiente que foi disponibilizado em abril/2006. Este ambiente foi elaborado pela Coordenação de Infra-estrutura do CETEPAR por orientação do pesquisador e foi produzido em software livre, por um técnico, utilizando uma Front-end em PHP baseado no sistema MySQL que “é um sistema de gerenciamento de banco de dados (SGBD), onde utiliza a linguagem SQL (Structured Query Language - Linguagem de Consulta Estruturada) como interface” (WIKIPEDIA, 2007). A digitação podia ser realizada tanto no sistema operacional Windows como Linux, disponível na intranet da Companhia de Informática do Paraná – CELEPAR, no endereço http://10.74.50.3/cete/diagnostico. Após finalização das digitações, o mesmo técnico procedeu o tabulação dos dados em cada questão, conforme orientações do pesquisador, disponibilizando os para a CETE. Coube ao pesquisador elaborar a análise dos dados por meio de tabelas e gráficos utilizando o aplicativo de planilhas da Microsoft Office Excel 2003. O total de docentes previstos foi de 3245 profissionais das diversas áreas do conhecimento. Esta quantidade de profissionais corresponde a 20% dos docentes (16226) do total de escolas pesquisas. O total de questionário digitados foi de 2757 questionários, correspondente a 85% dos questionários encaminhados. Cabe ressaltar que dos 15% faltantes, referem-se a professores que não devolveram o questionário preenchido e também a algumas CRTEs que não efetuaram a digitação dos dados. Após digitação dos dados, os questionários foram encaminhados a CETE para análise e arquivamento, cabendo ao pesquisador a análise e guarda dos referidos questionários. Importante ressaltar, que durante todo o processo de efetivação da pesquisa, praticamente todas as dúvidas, informações, solicitações e sugestões foram tratadas pelo pesquisador com os Assessores e a Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação por meio de ambientes virtuais (Chat, e-mail e fórum de discussão e telefone). 4 –ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS COM AS POLÍTICAS PÚBLICAS E COM A PESQUISA DIAGNÓSTICA Apresentaremos neste capítulo resultados das políticas públicas na área de tecnologia na educação bem como considerações acerca da pesquisa, realizada nos 414 colégios públicos estaduais do Paraná. 4.1 – RESULTADOS OBTIDOS COM A IMPLEMENTAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PROINFO E PROEM NO PARANÁ NO PERÍODO DE 1997 A 2002 Reconhecemos que o implemento do Estado por meio das políticas “PROINFO e PROEM” abrem oportunidades para facilitar o acesso ao computador. Mas são precárias e às vezes inexistentes, as condições para se dar sustento no ambiente escolar, do uso pedagógico desta ferramenta. Dados coletados em pesquisas realizadas por meio de dissertações na área de tecnologia na Educação e em especificidade as Políticas Públicas PROINFO e PROEM, além da pesquisa diagnóstica utilizada como instrumento de pesquisa desta dissertação de mestrado evidenciam os fatores que dificultam e até mesmo impedem a apropriação do computador como ferramenta didática pelo professor. Tais fatores são àqueles que perpassam por elementos de caráter técnico, administrativo, pedagógico, social e econômico. Ou seja, o Estado até fornece o instrumento, mas restringe as condições para a sua utilização, pois não prevê manutenção dos equipamentos, nem apoio técnico aos professores durante as aulas e quanto menos assessoria pedagógica no delineamento das estratégias didáticas a serem empregadas pelo professor com uso do computador. E quanto ao preparo do professor para utilizar pedagogicamente o computador teve-se restringido aos cursos promovidos pelo NTE, que ocorre de modo esporádico e prioritariamente com enfoque operacional do computador. Por mais que as diretrizes das políticas PROINFO e PROEM proclamem toda esta sustentabilidade, na prática, verificamos que isso não ocorre. Há discordância entre as pretensões declaradas nas proposituras públicas e a constatação da real condição no ambiente escolar público. Esta discordância fica aparente quando analisamos os dados obtidos com a pesquisa realizada, onde 78% dos professores pesquisados possuem computador em sua casa, porém apenas 11% responderam que utilizam o computador na sua prática pedagógica. Tabela 03 – Possui computador em casa 15 - Possui computador em casa: sim 2147 78% não 570 21% 40 1% não responderam Fonte: o Autor A tabela 04 referente à questão 23 do questionário diagnóstico apresenta dados referente aos recursos que os professores utilizam em sua prática pedagógica. Tabela 04 – Recurso que comumente utilizada em sua prática pedagógica 23. O recurso que comumente utiliza em sua prática pedagógica é (são): TV e Vídeo 2280 28% Aparelho de Som 1242 15% Retroprojetor 1230 15% DVD 988 12% Computador 933 11% Rádio 619 8% Máquina Fotográfica 476 6% Telefone 108 1% Videoconferência 111 1% não responderam 136 2% Outro(s) 116 1% Fonte: o Autor Percebemos que a tecnologia computador, está presente nas residências dos professores, porém seu uso enquanto ferramenta pedagógica está limitada a poucos (11%). Este posicionamento é confirmado por Cysneyros (2000) [...] o professores não utilizam as tecnologias disponíveis na escola. São comentários do tipo “professor é muito conservador”, “tem medo de mudar”, ou “usa vídeo ou o computador em casa, mas não na escola”. Considero injusto responsabilizar os professores pelo atraso tecnológico do ato de ensinar. Por que outros profissionais inserem facilmente, sem traumas, novas ferramentas em suas atividades? Uma das causas é que os computadores pessoais ainda são tecnologias em mutação, pouco adaptadas às necessidades do professor e do aluno das escolas públicas. Concordamos com a afirmação, pois os computadores e a tecnologia necessitam de adaptações para uso pedagógico, tornando-se instrumento que auxilie o professor no ato de educar. Existe uma grande necessidade de se investir em metodologias, softwares de forma gratuita que permitam a inserção destas no ambiente escolar público. O acesso que se proporcionou aos professores, através dos cursos ministrados pelo NTE, por ordem da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, foram predominantemente de caráter operacional-técnico, sem incentivo à pesquisa científica com amparo de Instituições Educacionais em várias instâncias, que orientassem para um método de disseminação do uso do computador como ferramenta auxiliar do trabalho pedagógico, que favoreça a reflexão e a conscientização, e que o seu uso conduza efetivamente à transformação do ambiente escolar. Esta orientação da SEED/PR fez com que fosse reduzida a carga horária dos cursos de capacitação de 120 horas para cursos com duração de 20, 40 ou 60 horas no máximo, contrariando inclusive a proposta feita pelo CEFET durante os cursos de especialização realizada. Durante um período utilizou-se como metodologia a pedagogia de Projetos, conforme Cysneiros (2000) destaca [...] Um ano depois, o funcionamento de tais laboratórios (PROINFO) é parcial na maioria dos estados. As redes Windows NT são pouco utilizadas, poucas escolas tem ligação com a Internet e poucos professores trabalham conteúdos curriculares utilizando computadores. Em algumas escolas tem sido implementadas experiências com Pedagogia de Projetos, explorando temas ligados a problemas locais e a eventos históricos, porém tais experiências não são generalizadas e não chegam a ocupar intensivamente os equipamentos existentes. No Paraná a metodologia da pedagogia de Projetos foi desenvolvida no período que corresponde aos anos de 1998 a 2001. Computadores estão passando a compor o rol de recursos disponíveis para uso pedagógico, no entanto, é necessário considerar os princípios elementares que determinam o uso ou não destes, por parte dos professores e alunos. E se utilizados, analisar a consistência da sua contribuição para a produção do conhecimento. Verificamos que a grande maioria dos professores que rompem os obstáculos e utilizam pedagogicamente o computador, possuem uma metodologia que não difere muito daquela, em que são utilizados os recursos didáticos tradicionais, como o quadro, o giz e o livro impresso. Os dados da pesquisa diagnóstica revelaram que o uso pedagógico predominante do computador tem sido para edição de textos (27%) e busca informações via Internet (23%). Tabela 05 – Relativo ao uso do computador, a(s) ferramenta(s) ou aplicativo(s) que utiliza pedagogicamente é(são) 19. Relativo ao uso do computador, a(s) ferramenta(s) ou aplicativo(s) que utiliza pedagogicamente é(são): Editor de Texto 1590 27% Internet 1364 23% Sites Educativos 901 15% Editor de Foto e/ou Imagem 364 6% Jogos 306 5% Software de Apresentação 268 5% Planilha Eletrônica 223 4% Software Educacional 144 2% Nenhum 559 9% não responderam 130 2% 47 1% Outro(s) Fonte: o Autor Acreditamos que estes usos já denotam avanço, mas as possibilidades que o computador oferece vão muito além destes, como criação, simulação, interação, comunicação e divulgação, tudo sob comando humano. O importante é que se investigue o uso das possibilidades que o computador oferece para a produção do conhecimento e que, principalmente, se mostre ao professor estas possibilidades, pois o computador pode vir a se tornar um veículo poderosíssimo de expressão, estando de posse do professor, de forma consciente e sem limites. [...] a formação do professor em informática na educação precisa ser vista além do espaço/tempo do curso, contemplando nesse processo a dimensão do contexto do dia a dia do professor. Nesse enfoque a preparação do professor envolve muito mais do que ele aprender a lidar com as ferramentas computacionais. O professor também precisa aprender a recontextualizar o uso do computador, integrando-o às suas atividades pedagógicas. Isto significa que o processo de formação deve propiciar ao professor construir novos conhecimentos, relacionar diferentes conteúdos e reconstruir um novo referencial pedagógico. (PRADO & MARTINS, 2003) Durante o período de atuação dos NTEs no estado, muitos foram os trabalhos desenvolvidos e as metodologias utilizadas, porém os resultados muito aquém de uma proposta de Inclusão digital e Universalização de acesso, pois os NTEs realizaram cursos presenciais em laboratórios próprios, onde os professores realizavam atividades, pesquisas, projetos utilizando o computador e todos os recursos disponíveis, porém ao retornar ao ambiente escolar, deparava-se e ainda depara-se com falta de apoio, incentivo, preparo e assessoria permanente para de maneira real incorporar as tecnologias o contexto educacional. 4.2 – RESULTADOS OBTIDOS COM A IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO BRA/03/036 – EDUCAÇÃO BÁSICA E INCLUSÃO DIGITAL NO ESTADO DO PARANÁ NO PERÍODO DE 2003 A 2007. O programa BRA03/036 teve inicio em 2003 e os resultados aqui apresentados refletem o período de análise correspondente aos anos de 2003 a 2007, com base em informações coletadas com as equipes de profissionais que respondem pelos programas Paraná Digital e Portal Dia-a-Dia Educação, bem como dados obtidos nos sites e documentos de domínio público dos programas, Portal Dia-a-Dia Educação25 e Paraná Digital26. 25 Fonte: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br 26 Fonte: www.paranadigital.pr.gov.br 4.2.1 - Acesso às novas tecnologias de informação e comunicação – Programa Paraná Digital Para execução do Programa Paraná Digital, efetivou-se uma parceria entre a Universidade Federal do Paraná - UFPR, a Companhia de Energia Elétrica do Paraná – Copel, a Companhia de Informática do Paraná – CELEPAR e o Secretaria de Estado da Educação - SEED por meio da Assessoria em Tecnologia de Informação - ATI e o Centro de Excelência em Tecnologia Educacional – CETEPAR. A Copel, está responsável pelo estabelecimento de conectividade em todas as 2100 escolas públicas estaduais por meio de fibra ótica, antena digital ou via rádio por transmissão via satélite. Esta ação foi desencadeada a partir de 2005, quando foi assinado um convênio entre o Governo do Estado e a Copel. O total de escolas até dezembro/2007 é de 1680 escolas conectada a rede mundial de computadores. A expectativa da Copel é de chegar atingir a totalidade dos estabelecimentos ainda no primeiro semestre de 2008. Coube a UFPR, por meio do Centro de Computação Científica e Software Livre da Universidade Federal do Paraná, desenvolver a tecnologia multiterminal four-head, em que quatro monitores funcionam conectados a uma única CPU e estes a um servidor localizado em cada escola. O sistema operacional disseminado é o Debian de distribuição LINUX. A Celepar, responsável pelo gerenciamento do sistema operacional consta hoje com servidores instalados em Curitiba e tem como filosofia de trabalho a intervenção mínima, ou seja, a manutenção do sistema pode ser feita de modo remoto, estando o sistema apto a realizar backup, formatação e atualização dos servidores locais sem a necessidade de encaminhar um técnico especializado para executar estas ações. Coube também a Celepar e a UFPR a elaboração de um sistema de monitoramento do uso dos laboratórios. Figura 01 – Página do Paraná Digital – www.paranadigital.pr.gov.br Este sistema permite acompanhar a quantidade de escolas on-line conectados a rede do Paraná Digital, o total de horas de utilização da rede (anexo 05) por meio da fibra ótica da Copel, ou satélite, o uso de computadores em quantidade de horas por regional (anexo 06), e por escola (anexo 07) e de usuários logados ao sistema (anexo 08), utilizando o link Estatística de uso de Paraná Digital. A análise dos dados deste site nos permite afirmar que a presença dos laboratórios tem sido mais efetivo que no período dos programas PROINFO e PROEM. Os fatores que norteiam este avanço, são de ordem diversas, entre elas podemos citar a presença mais ampla dos computadores nas residências dos professores, o maior interesse dos professores em utilizar a tecnologia, a existência de um ambiente pedagógico colaborativo (Portal Dia-a-Dia Educação) e o trabalho desenvolvido pelos Assessores das CRTEs que orientam e executam a formação continuada dos profissionais da educação das escolas para uso das tecnologias. Os demais links deste sítio trazem informações de caráter informacional, download de projetos executivos, que tem por finalidade orientar as empresas que executaram obras de infra-estrutura para instalação dos laboratórios, tenham acesso às plantas baixas das escolas com os respectivos projetos elétricos e lógico das escolas. (anexo 09). O sistema de registro de ocorrências tem sido utilizado para que os técnicos de suporte das CRTEs disponibilizem informações de caráter técnico sobre problemas de infra-estrutura e abertura de demanda para equipe responsável pelo programa na SEED/PR (anexo 10). O sistema também disponibiliza manuais de suporte para instalação dos laboratórios (anexo 11). Este sistema permite uma intervenção nas escolas para diagnosticar e solucionar problemas de ordem técnica, bem como uma intervenção pedagógica por meios das CRTEs para aprimoramento do processo de formação continuada dos profissionais da educação destas escolas. Ao acessar o sistema os Assessores pedagógicos e técnicos das CRTEs, bem como a CETE tem como acompanhar, orientar, incentivar e desenvolver atividades de cunho instrumental para utilização dos laboratórios do Paraná Digital, além de promover uma formação pedagógica para utilização dos recursos disponíveis nas escolas. A administração intermediária do sistema se dá hoje por meio dos técnicos de suporte das 32 CRTEs do Paraná da SEED/PR, que tem a função de acompanhar, avaliar e resolver problemas de configuração e manutenção do sistema operacional nas escolas e efetuar a formação continuada dos Administradores locais de todas as escolas para atuarem em nível de administração local. 4.2.2 - Modelo colaborativo de produção, uso e disseminação de conteúdos educacionais na internet - Portal Dia-a-Dia Educação O Portal Dia-a-Dia Educação foi lançado oficialmente em dezembro/2003, e configura-se como um ambiente pedagógico colaborativo para toda comunidade escolar, pois integra educadores, alunos, escolas e comunidade escolar. Figura 02 – Página do Portal Dia-a-Dia Educação – www.diaadiaeducacao.pr.gov.br, versão utilizada entre os anos de 2003 a 2006. Abaixo apresentamos alguns dados referentes à utilização do Portal Dia-aDia Educação entre os anos de 2003 a 2007. Tabela 06 – Dados referentes à utilização do Portal Dia-a-Dia Educação. 2003 2004 2005 2006 2007 usuários cadastrados 2865 8790 10945 15942 34587 professores da rede 2408 6545 7066 8894 19561 servidores públicos 0 0 0 1035 3363 outros: alunos 80 286 512 866 1332 outros: professores outros: convidados/comunidade 254 1245 2597 3952 8337 130 624 650 1172 1966 OAC publicado 51 164 72 136 81 imagens 1348 291 362 531 356 acessos 413636 639352 501558 445666 568800 e-mail expresso 2423 6650 7178 9950 22924 Fonte: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br., disponibilizado pela Coordenação do Portal em março de 2008. Dentre os números apresentados destacamos que em 2007 o número de OAC publicado, pois de acordo com dados apresentados pela equipe de Coordenação do Portal Dia-a-Dia Educação destacamos O foco do portal em 2003, quando o mesmo foi criado, estava nos OACs, uma ferramenta desenvolvida em conjunto com a CELEPAR, para que os professores escrevessem material para seus colegas e que esta produção fosse orientada por seus pares, que ajudam na elaboração do material e na utilização da ferramenta e este material fique disponível na rede para qualquer internauta que queira aproveitar o conhecimento e dados ali disponibilizados. Bastava estar cadastrado no portal para acessar os OACs, porém apenas os professores da rede tinham a possibilidade de criar um material. Porém, uma vez que o mesmo estivesse disponibilizado, qualquer um que quisesse colaborar teria a possibilidade de encaminhar sua colaboração por meio do ambiente. (Ana Claudia Bastian Machado – Assessoria do Portal Dia-a-Dia Educação, março 2008). O site é aberto a todos os visitantes, sendo que os profissionais da educação pública do Paraná possuem acesso a uma série de informações, ferramentas, consultas e demais serviços por meio de login e senha. O Portal passou no ano de 2007 por uma reformulação, porém continuam com os espaços para educadores (anexo 12), alunos (anexo 13), escolas (anexo 14) e comunidade (anexo 15). Cada um destes espaços é constituído de informações distribuídas em duas áreas (formação e recursos) nas laterais da página e no centro informações e notícias. que atendam as necessidades do público alvo, promovendo informação, integração e interação. Em entrevista feita com a professora Ana Claudia Bastian Machado, a mesma destaca as principais mudanças que ocorreram no portal a partir de 2007. O portal trabalhava com linguagem html e passou para um gerenciador de portais em php chamado xoops, o novo layout permite uma maior navegabilidade e visibilidade para os conteúdos que são disponibilizados no portal. Hoje o portal mantém a estrutura de uma página inicial e quatro ambientes, com informações voltadas a cada um dos públicos (educadores, escola (gestores e funcionários), alunos e comunidade), sendo a página inicial portadora de notícias da educação e os menus divididos de acordo com cada tipo de informação disponibilizada, como por exemplo, para os educadores temos um menu voltado para a formação do docente, um menu com recursos didáticos, um menu com outras informações, e assim por diante. Na home temos várias páginas de conteúdos separadas que permitem o gerenciamento dos mesmos de uma forma mais dinâmica e organizada. (Ana Claudia Bastian Machado, Portal Dia-a-Dia Educação, março 2008). Figura 03 – Portal Dia-a-Dia Educação, disponível em www.diaadiaeducacao.pr.gov.br Outro dado importante sobre o portal é o crescimento de usuários cadastrados que de 2006 que foi de 15942 usuários passou em 2007 para 34587 usuários cadastrados. O número de contas expresso (e-mail institucional @seed.pr.gov.br) passou de 9950 contas em 2006 para 22924 contas em 2007. Estes dados retratam o uso crescente do ambiente, e entre os fatores que impulsionaram este crescimento destacamos que em 2007 foi o ano em que o Paraná Digital mais entregou e implantou laboratórios nas escolas públicas estaduais. Com a chegada dos laboratórios cresceu também o trabalho de assessoria in loco das CRTEs nas escolas, sendo que uma das primeiras ações desta equipe a ambientação dos professores para uso dos equipamentos, efetuando cadastro dos professores no portal Dia-a-Dia Educação, criação de contas de e-mail institucional, promovendo a divulgação e utilização deste portal institucional. 4.2.3 - Programa de fortalecimento e expansäo dos NTEs - Criação da Coordenação Regional de Tecnologia na Educação - CRTE Conforme explicitado anteriormente a implantação da CETE e das CRTEs teve início quando da assinatura da resolução 1636/04 (anexo 16) da SEED/PR e a instrução 04/2004 (anexo 17) da SUED/SEED. A efetivação da implantação se deu em fevereiro de 2005, quando do suprimento de 190 profissionais da educação que passariam a exercer a função de Assessores em Tecnologia na Educação. O total de Assessores para as CRTEs é de 203 Assessores Pedagógicos e 64 técnicos de suporte, lotados nos 32 NREs do Estado do Paraná. Conforme dados apresentados na tabela 07, destacamos que o total de Assessores em Tecnologia na Educação varia de uma CRTE para outra. Esta ocorre, pois o cálculo feito para determinar o número destes profissionais em cada CRTE é de acordo com o número de escolas vinculadas ao NRE, considerando uma média de 10 a 12 escolas por assessor no processo de assessoria pedagógica. Salientamos, porém que em duas CRTEs, Curitiba e Londrina esta média não foi possível de ser mantida, pois de acordo com as regas da SEED/PR, a demanda de cada CRTE não pode ser superior a demanda da equipe de ensino, cuja demanda máxima hoje é de 520 horas27, correspondente a 12 profissionais com carga horária semanal de trabalho de 40 horas. Denota-se desta forma um avanço em relação à estrutura dos NTEs no que diz respeito ao número de profissionais envolvidos no processo de formação continuada na área de tecnologia na educação pública do Paraná, quando da implementação da nova proposta de inclusão digital. Outro fator relevante neste contexto é que estes assessores passam a serem responsáveis por um número determinado de escolas para exercer o processo de assessoria in loco nas escolas, passando desta forma a escola a ser o lócus da formação dos profissionais da educação pública paranaense. O quadro abaixo demonstra o total de Assessores e técnicos em cada CRTEs. 27 Fonte: SEED/GRHS – Grupo de Recursos Humanos. Tabela 07 - Quadro demonstrativo da distribuição dos Assessores Pedagógicos e Técnicos. NRE/CRTE Assessor Pedagógico Técnico de Suporte Apucarana 6 2 Área Metropolitana Norte 10 2 Área Metropolitana Sul 12 2 Assis Chateaubriand 3 2 Campo Mourão 6 2 Cascavel 9 2 Cianorte 3 2 Cornélio Procópio 7 2 Curitiba 12 2 Dois Vizinhos 4 2 Foz do Iguaçu 6 2 Francisco Beltrão 10 2 Goioerê 3 2 Guarapuava 5 2 Irati 5 2 Ivaiporã 5 2 Jacarezinho 5 2 Londrina 12 2 Maringá 10 2 Loanda 3 2 Paranaguá 4 2 Paranavaí 5 2 Pato Branco 7 2 Pitanga 3 2 Ponta Grossa 11 2 Telêmaco Borba 5 2 Toledo 9 2 Umuarama 7 2 União da Vitória 5 2 Wenceslau Braz 3 2 Laranjeiras do Sul 5 2 Ibaiti 3 2 203 64 Total de Profissionais Fonte: SEED/CETEPAR/CETE, consulta realizada em agosto/2007. Outra etapa importante no processo de implantação das CRTEs foi à incorporação desta equipe no mesmo espaço físico dos NREs28, o que permitiu uma aproximação entre aqueles que discutem e implementam ações na área de tecnologia na educação com aqueles profissionais que orientam e implementam ações pedagógicas da SEED. Quando da chegada desta equipe ao NRE, muitos foram e são ainda os obstáculos enfrentados pela equipe de Assessores em Tecnologia na Educação, como exemplo citamos, que os mesmos passaram a desenvolver atividades de digitação de documentos e suprimentos de carga horária quando da sobrecarga de serviço pelos profissionais do NRE. Também temos relatos dos assessores, que ouvem dos profissionais do NRE comentários, “a gente passa lá e eles estão sempre atrás dos computadores, fazendo o quê ninguém sabe”. Este tipo de comentário demonstra a falta de entendimento de muitos que a tecnologia demanda de pesquisa, estudo, principalmente no que diz respeito à proposta de implementação do Paraná Digital, que apresenta uma arquitetura tecnológica, não somente de hardware, mas também de software diferenciada do sistema operacional até então aplicado. O LINUX e seus aplicativos eram desconhecidos para a grande maioria dos Assessores em tecnologia na educação, pois cabe lembrar que são professores concursados em disciplinas no núcleo comum e, portanto seu conhecimento de informática se dava por meio de cursos realizados pelos NTEs, ainda no sistema operacional Windows ou por aprimoramentos pessoais e interesse na área. Esta etapa de estudos sobre o LINUX e seus aplicativos, implicou em um trabalho que teve início em 2005 e persiste ainda nos dias de hoje, e provavelmente com a atualização constante pela qual passa a tecnologia, o trabalho de estudo e pesquisa persistirá. Outra questão levantada pelos Assessores é que como houve atraso na implantação dos laboratórios do Paraná Digital, a alegação desta equipe de ir para escola sem ter os laboratórios era questionada tanto pelo assessores como pelas equipes dos NREs. Somente em 2007 houve uma ampla efetivação no processo de instalação dos laboratórios, o que permitiu uma ação mais intensa das CRTEs nas Escolas. Entendemos que tecnologia no contexto educacional vai além da tecnologia computador, porém a resistência foi grande por parte de todos. 28 Os NTEs eram possuíam estrutura física própria, laboratórios, sala dos multiplicadores. Este espaço físico era localizado em uma das escolas que abrigava a sede do NTE. Não havia nenhum contato entre aqueles que discutiam tecnologia na educação e os profissionais que discutiam a política estadual de educação. Relatos de assessores em tecnologia na educação apontam hoje um melhor entrosamento das equipes das CRTEs e dos NREs no entendimento dos trabalhos e necessidades de cada um dos setores, porém as conquistas e os espaços de trabalho e de integração ainda são desafios que deverão ser vencidos por todos. A formação da equipe de técnicos de suporte foi outro implemento importante para as CRTEs, pois a falta de Assessoria técnica na manutenção dos laboratórios é outro fator determinante para a não utilização da tecnologia de forma efetiva. O total de profissionais atuantes em cada CRTE é de 2 profissionais, apenas a CRTE de Curitiba, conta hoje com 3 técnicos de suporte, pois apresenta um número elevado de escolas sob sua área de abrangência. O trabalho desenvolvido por esta equipe vai desde o acompanhamento da obras de infra-estrutura da copel e das empresas contratada pelas escolas para realização das obras de infra-estrutura de rede elétrica e lógica que foram certificados por engenheiros elétricos contratados por meio do projeto BRA/03/036 em nível de consultoria, bem como acompanhamento da instalação dos computadores pela empresa, Positivo Informática, vencedora do processo de licitação para aquisição e instalação dos 44000 computadores nas escolas públicas Estaduais. Este foi o trabalho inicial, porém o trabalho hoje é, assistência técnica às escolas e formação continuada aos administradores locais, que são servidores públicos que atuam nas escolas na função de secretário da escola, ou técnico administrativo que tem a função de administrar o laboratório da escola em nível local. A presença de um profissional responsável direto pelo laboratório informática na escola, além do técnico de suporte são de fundamental importância e relevância para a utilização efetiva da tecnologia no contexto educacional. Esta necessidade pode ser comprovada na pesquisa diagnóstica realizada no estado, conforme tabela abaixo: Tabela 08– Maiores obstáculos para se utilizar tecnologias de informação e comunicação escola é(são): 27. Os maiores obstáculos para se utilizar tecnologias de informação e comunicação na escola é(são): Falta de suporte técnico-adiminstrativo durante as aulas 1031 16% Falta de manutenção freqüente das recursos tecnológicos 952 15% Falta de tempo para praticar suficientemente as tecnologias 926 14% Falta de assessoria pedagógica para elaboração de propostas inovadoras com uso das tecnologias 922 14% Dificuldade em ulilizar as tecnologias pedagogicamente 855 13% Falta de tempo para preparar a aula com uso das tecnologias 661 10% Dificuldade de agendar o uso de tecnologias 454 7% Outro(s) obstáculo(s) 497 8% não responderam 212 3% Fonte: o Autor Observamos que 16% dos professores citam que entre os maiores obstáculos para uso das tecnologias, está a falta de suporte técnico-administrativo durante as aulas. Um fator importante a ser levado em conta é que os administradores locais não são substitutos dos professores durante as aulas nas quais o professor e seus alunos estão no laboratório de informática da escola, o seu papel é preparar e organizar o espaço físico, elaborar agenda de uso, manutenção e resolução de problemas de ordem técnica dentro da sua instância de trabalho. Também merece destaque o fato de 15% dos professores relatarem que a falta de manutenção freqüente das recursos tecnológicos é um dos fatores que vem impedindo os professores de utilizarem as tecnologias de forma efetiva no contexto escolar. Percebemos, portanto a assertividade da proposta quando da implantação da função de técnicos de suporte e de administradores locais para o atendimento às escolas, porém ressaltamos a importância de uma formação continuada efetiva e precisa destes profissionais, para poderem atuar em suas funções de maneira satisfatória. Conforme dados no Paraná Digital29 o total de laboratórios instalados até o final de 2007 é de 1900 laboratórios, sendo que 1680 encontram-se conectados a rede mundial de computadores, por meio de fibra ótica ou rádio via antena digital. Os técnicos de suporte das CRTEs também efetuam o acompanhamento e verificação da rede elétrica e lógica dos computadores PROINFO entregues nas escolas. No ano de 2007, 2370 computadores foram instalados em 237 escolas de educação profissional, bem como para 2008 estão previstas as instalações de 4460 computadores, em 446 estabelecimentos de ensino da rede estadual e municipal, destes 123 serão destinados às escolas estaduais. Outra ação desempenhada pelos técnicos de suporte diz respeito à instalação e manutenção de antenas digitais quer permitem a conectividade das escolas com a TV Escola e a TV Paulo Freire, sendo estas duas ações, a primeira de cunho federal e a segunda de cunho estadual que promovem o processo de utilização da tecnologia na educação por meio de programas televisivos. Não entraremos em detalhes com relação a estes programas, por não serem o foco deste trabalho, porém ressaltamos a importância destes implementos no processo de inclusão de tecnologia no processo educacional. Para dar suporte ao trabalho das CRTEs a Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação – CETE, que era composta por 4 profissionais, sendo 1 coordenador e três assessores entre os anos de 2003 e 2004, passou a contar em 2005 com 9 profissionais que exerciam funções de gerenciamento da ações a serem desenvolvidas elas CRTEs, seguindo orientações da Diretoria do CETEPAR e da Superintendência de Estado da Educação – SUED, conforme consta no site da CETE (2007)30, temos A Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação (CETE) atende as diretrizes provindas da Superintendência de Estado da Educação – SUED, no que tange as ações de sistematização para pesquisa, capacitação e avaliação quanto à aplicabilidade pedagógica de tecnologias de informação e comunicação nas diversas áreas do conhecimento. O método de trabalho da Coordenação Estadual tem como base a Gestão Democrática, a qual estabelecer integração com os Núcleos Regionais de Educação (NRE) e com os Departamento da SEED, na tomada de decisões em relação às ações cabíveis às Coordenações Regionais de Tecnologia na Educação. 29 30 Fonte: www.paranadigital.pr.gov.br, acessado em janeiro/2008 Fonte: www.cete.pr.gov.br, acessado em julho 2007 A arquitetura das ações cabíveis aos Assessores das CRTEs foi organizada segundo duas grandes dimensões, são elas: A primeira diz respeito à ação de assessoria técnica-pedagógica e de capacitação ocorridas diretamente nas escolas. Cada Assessor deve atuar diretamente na escola sob sua responsabilidade, orientando educadores em atividades relacionadas ao uso das tecnologias como ferramentas contribuintes do processo de ensino e de aprendizagem. Nesta ação cabe ao profissional da CRTE assessorar o planejamento e desenvolvimento de atividades didáticas com uso de tecnologias disponíveis na escola. Como exemplo, destaca-se o auxílio e orientação n: Criação e/ou manutenção dos sites das escolas(anexo 17), planejamento e desenvolvimento de projetos educacionais (disciplinares e interdisciplinares) e pesquisa e elaboração de materiais didáticos e metodologias com uso do computador. A segunda ação atribuída aos Assessores refere-se a pesquisa e interação em 14 Grupos de Trabalho - GTs na área de tecnologia na educação, instituídos pela CETE com o objetivo de formar uma comunidade virtual para investigar, testar e avaliar recursos tecnológicos e estratégias metodológicas para uso pedagógico nas disciplinas curriculares. Identificam-se os 14 GTs por: GT de História, Geografia, Filosofia, Língua Portuguesa, Língua estrangeira moderna, Biologia, Sociologia, Química, Física, Educação Física, Ciências, Matemática, Ensino Religioso e de Artes. Integram os 14 GTs, os Assessores das 32 CRTEs, cada qual participando das atividades do GT de disciplina correspondente à sua formação e/ou seu interesse, como pesquisador e articulador, dando a contribuição à produção do GT, para posterior publicação no Portal Dia-a-dia Educação. . Hoje as produções dos GTs não estão mais entre as ações a ser desenvolvidas pelos Assessores das CRTEs, pois a necessidade de assessoria in loco nas escolas, associadas a outras ações como a implementação da TV Paulo Freire, TV Multimídia, criação e implementação do site das escolas, e com a quase totalidade de laboratórios do Paraná Digital instalados, torna-se prioritário o trabalho dos assessores voltados à utilização destes recursos disponíveis nas escolas. Importante ressaltar que muitas das produções dos GTs foram estão sendo incorporadas nos computadores, destacamos aproximadamente 150 softwares que estão em fase de implantação nos servidores da CELEPAR e estarem distribuídos em todos os laboratórios de informática das escolas. Os Assessores das CRTEs, sendo professores da rede pública estadual necessitaram e necessitam de formação continuada para exercerem suas funções, sejam elas de ordem pedagógica ou técnica. A tabela abaixo demonstra as principais ações desenvolvida na formação das equipes das CRTEs. Tabela 09 – Quadro demonstrativo das principais ações de formação continuada dos assessores das CRTEs. Período Ação de formação continuada Pesquisa de softwares para uso pedagógico, com elaboração de manual de uso; SEED/PR Pesquisa/uso de ambientes virtuais de interação dentro da plataforma LINUX (DOKEUS); SEED/PR Curso de Open Office e aplicativos Curso de Legislação, produção de material didático e projetos em EAD 2004/2005 Instituição Promotora INTEL/MICROSOFT NEAD/UFPR Curso em LINUX UFPR Curso de Open Office CELEPAR Capacitação das CRTEs/TV Escola Administradores do Ambiente e-proinfo na plataforma LINUX I Fórum de Debates sobre Alfabetização e Letramento Digital do Estado do Paraná I e II encontro dos Assessores em Tecnologia na Educação das CRTEs do Paraná Imersão de Novos Assessores das CRTEs em ferramentas das TICs Curso de Robótica para os Assessores das CRTEs MEC/PROINFO SEED/PR SEED/PR SEED/PR SEED/PR Período Ação de formação continuada 2006/2007 Instituição Promotora III, IV e V Encontro dos Assessores em Tecnologia na Educação das CRTEs do Paraná SEED/PR Oficina de Criação do Site das Escolas Públicas Estaduais SEED/PR Como Usar – RIVED – MEC MEC/PROINFO Curso de Especialização em Tecnologias da Informação e da Comunicação na Promoção da Aprendizagem UFRGS Curso de Especialização em Tecnologias na Educação PUC/RJ Curso de Extensão em Mídias Integradas NEAD/UFPR-PR/ MEC Evento do SERE – Sistema de Registro Escolar Multiplataforma SEED/PR Criação e Publicação de OACs no Portal Dia-a-Dia Educação SEED/PR Diretrizes Estaduais na Área de Tecnologia na Educação SEED/PR Construção de material didático com o uso das TICs – GTs utilizando ferramentas do Open-Office SEED/PR Oficina de formação continuada de uso pedagógico do sistema LINUX SEED/PR Objetos de Aprendizagem: Metodologia, Avaliação e Produção SEED/PR Encontro descentralizado com Diretores das Escolas Estaduais do Paraná SEED/PR Oficina Descentralizada - Ambiente Virtual de Aprendizagem - MOODLE SEED/PR Fonte: SEED/CETE, documentos consultados em novembro/2007 – Relatório de ações para o PNUD. A análise deste quadro demonstra que várias foram às ações desenvolvidas tanto em caráter instrumental como em caráter pedagógico, gerencial e técnico, buscando formar as equipes das CRTEs de forma ampla e vislumbrando uma ação efetiva destes profissionais nas escolas públicas estaduais. Destacamos não estar presente na lista de ações de formação continuada as ações que envolvem a capacitação das equipes de técnicos de suporte das CRTEs, pois estes somente passaram a estar vinculados a CETE a partir de 2007, estando anteriormente ligados à outra coordenação a qual não obtivemos dados para apresentar. Podemos apenas destacar algumas ações que o pesquisador acompanhou enquanto Assessor em Tecnologia na Educação da CETE, entre eles destacamos: Oficina para instalação de antenas digitais para recepção do sinal da TV Escola e TV Paulo Freire, Oficinas de instalação dos laboratórios do Paraná Digital, Reuniões técnicas com as equipes de infra-estrutura do CETEPAR, UFPR e Celepar para implantação dos laboratórios do Paraná Digital. 4.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE A PESQUISA REALIZADA NAS ESCOLAS. A pesquisa realizada nas escolas ocorreu por meio do questionário diagnóstico conforme explicitado no capítulo 3 deste trabalho. Este questionário foi dividido em 3 categorias de análise, sendo a primeira dados pessoais, dados acadêmicos e relativos à prática docente, e, uso instrumental e pedagógico de tecnologia de informação e comunicação – TIC. Com relação ao total de profissionais pesquisados destacamos que a proposta inicial era a pesquisa com 3245 profissionais de 414 escolas públicas estaduais dos 399 municípios do Estado do Paraná. A pesquisa foi realizada pelos Assessores das CRTEs in loco simultaneamente nas 414 escolas nos meses de outubro e novembro de 2005. De posse dos questionários coube as CRTEs efetuar a digitação dos dados em uma sistema disponibilizado pela CETE. Houve a digitação de 2757 questionários diagnósticos, correspondente a 85% do universo de pesquisa. A seguir uma análise dos dados da pesquisa nas três categorias apresentadas 4.3.1 – Categoria: Dados Pessoais: Esta categoria levantou informações nas questões 1 a 9, a respeito do núcleo regional de educação – NRE ao qual o professor está vinculado, o município de residência, o colégio onde atua, além de informações pessoais como data de nascimento, sexo, estado civil, quantidade de filhos, faixa etária e e-mail tanto particular como institucional. A tabela 10 traz a consolidação dos dados referente à quantidade de questionários preenchidos por NRE, o total de professores por sexo e a quantidade de professores com e-mail particular e institucional. Tabela 10 – Quantidade de Professores respondentes por NRE, sexo e contas de e-mail particular e institucional. NRE Total de escolas pesquisadas Total de questionários preenchidos Endereço eletrônico (e-mail) sexo F M Particular Institucional Apucarana 16 121 105 16 43 19 Área Metropolitana Norte 14 118 73 45 63 7 Área Metropolitana Sul 14 Assis Chateaubriand 7 59 38 11 22 1 Campo Mourão 16 118 90 28 44 7 Cascavel 20 Ciarnote 12 76 66 10 29 8 Cornélio Procópio 19 142 126 16 64 17 Curitiba 6 117 72 45 75 9 Dois Vizinhos 7 37 28 9 27 3 Foz do Iguaçu 10 27 17 10 10 1 Francisco Beltrão 20 150 126 26 74 11 Goioerê 9 63 54 9 28 5 Guarapuava 8 65 49 16 44 10 Ibaiti 9 60 51 9 16 0 Irati 9 69 58 11 27 5 Ivaiporã 13 77 57 20 26 16 Jacarezinho 12 103 85 18 49 4 Laranjeiras do Sul 10 51 42 9 30 1 Loanda 12 66 55 11 26 8 Londrina 21 144 114 30 75 17 Maringá 27 225 190 35 102 6 Paranaguá 7 55 41 14 25 11 Paranavaí 21 99 87 12 58 23 Pato Branco 15 132 110 22 66 6 Pitanga 7 52 42 10 21 5 Ponta Grossa 13 104 78 26 55 3 Telêmaco Borba 7 52 37 15 22 15 Toledo 18 128 95 33 71 21 Umuarama 19 128 108 20 49 4 União da Vitória 9 72 51 21 38 4 Wenceslau Braz 7 47 37 10 18 6 414 275 2182 79% 567 21% 1297 47% 253 9% Fonte: o Autor Não tabulado Não tabulado Os dados revelam que duas CRTEs, Área Metropolitana Sul e Cascavel, não efetuaram a tabulação dos dados. Segundo informações levantadas pelo pesquisados com as respectivas CRTEs, as mesmas relatam que haviam efetuado a tabulação e encaminhado os questionários à CETE, porém ao tabularmos os dados verificou-se que o fato não corresponde as informações. Percebe-se pelos dados a predominância de professoras (79%) no quadro de profissionais atuantes na educação pública paranaense em relação ao percentual de professores (21%). Com relação a contas de e-mail temos como resultado da pesquisa a informação de que 47% dos respondentes possuem e-mail particular e apenas 9% possuem e-mail institucional (@seed.pr.gov.br). Cabe ressaltar que o e-mail institucional é utilizado para acessar contas de e-mail a partir do Portal Dia-a-Dia Educação e o seu cadastro desta conta é feito por meio do Portal. Em 2007 o número de contas de e-mail passou de 22924 contas criadas, contra 7178 em 2005, percebe-se portanto um aumento considerável em função da instalação dos laboratórios do Paraná Digital ter sido mais intensa em 2007. 4.3.2 – Categoria: Dados Acadêmicos e relativos à prática docente Nesta categoria buscou-se na questão 10.1 a 10.4, informações relativas a formação acadêmica, em nível de graduação, especialização, mestrado e/ou doutorado. Os resultados apresentados na tabela 11, retratam que todos os 84% dos pesquisados respondentes possuem graduação e 73% possuem especialização. Estes dados retratam que após a graduação a maioria dos professores tem buscado formação em nível de pós-graduação, tanto para aprimoramento profissional como pessoal pois para avanço de carreira, um dos critérios de diferenciação salarial é cursos realizados na área de formação e especialização. Com nível de mestrado apenas 3% dos respondentes possuem este nível de pós-graduação e o mesmo ocorre com o título de doutorado, onde apenas 0,2% estão neste nível de formação. Estes dados retratam que este nível de formação ainda está distante da maioria dos professores da rede pública estadual. Tabela 11 – Formação acadêmica dos pesquisados em nível de graduação, especialização, mestrado e doutorado. Formação Acadêmica NRE Graduação Especialização Mestrado Doutorado Apucarana 116 107 1 1 Área Metropolitana Norte 117 92 10 1 Área Metropolitana Sul não tabulado Assis Chateaubriand 48 40 3 1 Campo Mourão 113 103 4 1 Cascavel não tabulado Cianorte 76 71 19 1 Cornélio Procópio 139 122 3 1 Curitiba 115 90 1 0 Dois Vizinhos 36 30 2 0 Foz do Iguaçu 15 11 3 0 Francisco Beltrão 151 133 4 0 Goioerê 62 59 12 0 Guarapuava 64 53 7 0 Ibaiti 60 50 0 0 Irati 69 52 1 0 Ivaiporã 77 70 1 0 Jacarezinho 102 91 1 0 Laranjeiras do Sul 51 42 0 0 Loanda 66 60 9 0 Londrina 144 123 5 0 Maringá 222 199 5 0 Paranaguá 52 42 2 0 Paranavaí 99 92 1 0 Pato Branco 132 111 1 0 Pitanga 53 42 0 0 Ponta Grossa 102 84 0 0 Telêmaco Borba 52 45 0 0 Toledo 125 113 0 0 Umuarama 128 123 0 0 União da Vitória 74 62 0 0 Wenceslau Braz 48 42 0 0 2314 2012 77 6 84% 73% 3% 0,20% totalização Fonte: o Autor Na questão 11 levantou-se o tempo de atuação como professores, conforme dados da tabela abaixo. Tabela 12 – Tempo de Atuação como professor. 11 - Tempo de atuação como professor é: De 11 a 15 anos 623 24% De 16 a 20 anos 507 18% De 6 a 10 anos 474 17% De 1 a 5 anos 439 16% De 21 a 25 anos 393 14% Mais de 26 anos 259 9% 62 2% Não Responderam Fonte: o Autor Os dados demonstram a concentração do tempo de atuação no magistério entre 11 a 15 anos (24%), apontando experiência na área de atuação. Consideramos importante observar que 17% dos docentes estão atuando no magistério a mais de 6 anos e 18% está entre 16 a 20 anos, concentrando portanto a maior parte dos docentes em um tempo de atuação superior a 6 anos e inferior a 20 anos. Este quadro permite fazer um plano de ação educacional voltada a incorporar de maneira efetiva as tecnologias na formação docente, pois estes profissionais terão ainda tempo para se aperfeiçoar e receber formação continuada por meio de políticas públicas na área educacional. Entre os anos de 1996 a 2002 não houve nenhum concurso público para suprir vagas de professor efetivo nas disciplinas do núcleo comum nas escolas públicas estaduais de ensino fundamental e médio, como política de descentralização e terceirização do setor da educação. Os professores eram contratados por tempo determinado e não tinham lotação específica, ou seja, a cada ano o professor poderia estar atuando em uma escola diferente. Este período também proporcionou a incorporação de muitos profissionais que não possuíam habilitação específica, para atuar no magistério em disciplinas curriculares, propiciando desta forma fazer da educação um complemento as suas atividades profissionais. Como proposta de candidatura o governo atual se comprometeu a realizar concursos públicos para suprir as vagas de professores em toda as escolas públicas estaduais. O primeiro concurso ocorreu em 2003 quando da efetivação de 15000 professores aproximadamente no quadro de professores estatutários. Em 2005 houve outro concurso que também resultou na efetivação de 10000 professores na rede pública estadual e em 2007 um terceiro concurso foi realizado, e os aprovados deverão ser incorporados à rede de servidores estaduais ainda no ano de 2008 a fim de suprir as vagas que estão sendo preenchidas por professores selecionados por um processo seletivo e temporário de contratação. Constata-se um avanço e a realização de uma ação política de fortalecimento da ação docente e valorização do magistério como política pública. O resultado desta ação política pôde ser comprovada com os dados da tabela 13, que apresentam dados referentes ao tipo de vínculo do professor com a rede pública estadual de ensino. Tabela 13 – Vínculo Funcional dos professores da Rede Estadual de Ensino. 12 - Tipo de Vínculo Professor QPM 20 horas + 20 extraordinárias 1093 39% Professor QPM 40 horas 1072 39% Professor CLT 183 7% outra 359 13% 77 3% não responderam Fonte: o Autor Percebemos que a maioria dos professores (78%) dos professores pertencem ao quadro próprio do magistério, sendo que 39% possuem 2 padrões de 20 horas como professores efetivo do quadro do magistério, outros 39% possuem como vínculo funcional, 20 horas de padrão efetivo no estado e 20 horas de aulas extraordinárias. Como professores contratados em regime CLT, temos 7% dos pesquisados. Na categoria outra (13%) temos professores que respondem pertencer ao quadro PSS (processo seletivo de servidores). Este quadro é regido pelas mesmas leis da CLT, apenas com uma nomenclatura específica, sendo que ambos são quadros temporários de contratação. Na questão 13 buscou-se levantar informações sobre a disciplina de atuação do professor bem como a modalidade de ensino. Os dados desta questão estão tabulados na tabela 14. Tabela 14 – Disciplinas de docência dos professores pesquisados. 13 - Disciplina(s) de docência é (são): Matemática 642 15% Língua Portuguesa/Literatura 607 14% Ciências 399 9% Língua Estrangeira Moderna 375 9% História 359 8% Geografia 358 8% Física 222 5% Biologia 213 5% Educação Física 178 4% Artes 149 3% Educação Artística 141 3% Química 139 3% Filosofia 94 2% Ensino Religioso 85 2% Sociologia 68 2% 259 6% 59 1% Outra(s) não responderam Fonte: o Autor Os dados da tabela revelam que todas as disciplinas do núcleo comum de nível fundamental e médio foram contempladas na pesquisa. A maior concentração de pesquisados nas disciplinas de Língua Portuguesa/Literatura e Matemática se deve ao fato destas disciplinas possuírem carga horária semanal maior que as demais e também por estarem contemplados tanto no nível de ensino fundamental quanto médio. Verifica-se que 6% dos pesquisados aponta outra disciplina como área de atuação. Estas disciplinas estão relacionadas a escolas de educação profissional que possuem em sua grade curricular, disciplinas técnicas, como técnica de administração, bioquímica, química analítica, entre outras, conforme análise do questionário diagnóstico. 4.3.3 – Categoria Dados relacionados ao uso instrumental e pedagógico de tecnologia de informação e comunicação – TIC Esta terceira categoria levantou informações a respeito do uso da tecnologia como ferramenta instrumental e pedagógica no contexto pessoal e profissional. Nas questões 15 e 16 o contexto do questionário diagnóstico buscou informações sobre a presença do computador nas residências dos professores, bem como o acesso e Internet. Estes dados estão tabulados e apresentados na tabela 15. Tabela 15 – Presença do computados nas residências dos professores. 15 - Possui computador em casa: sim 2147 78% não 570 21% 40 1% não responderam Fonte: o Autor Percebe-se que a tecnologia computador está presente na maioria das residências dos professores pesquisados (78%) e destes 58% acessam a internet conforme tabela 16 abaixo: Tabela 16 – Acesso a Internet nas residências dos professores. 16 - Acessa Internet em casa: sim 1607 58% não 1024 37% 126 5% não responderam Fonte: o Autor Acreditamos que a presença do computador e o acesso a Internet seja na maioria das vezes para atendimento às necessidades dos filhos, bem como acesso a e-mail e a pesquisas de cunho financeiro, entretenimento e educacional, no contexto de elaboração e confecção de avaliações. Esta constatação é percebida na análise da tabulação dos dados do questionário diagnóstico quando se pergunta sobre a utilização do computador como ferramenta pedagógica. A tabela 17, apresentamos dados referente à utilização da informática, em caráter instrumental. Tabela 17 – Exercício da informática instrumental. 17. Tem exercitado a informática instrumental: Sozinho 1468 47% Com auxílio de um parente ou amigo 759 24% Participando de cursos 337 11% De nenhuma forma 289 9% não responderam 143 5% Com auxílio de um assessor em tecnologia na educação 104 3% Fonte: o Autor Os dados revelam que a utilização da informática em caráter instrumental tem sido exercitado por 47% dos pesquisados, seguido por 24% de utilização com auxílio de um parente ou amigo, 11% relatam que tem exercitado que praticam a utilização da informática por meio de cursos. Esta questão apresenta um dado importante o exercício da informática instrumental com o auxílio de um assessor em tecnologia na educação31 representa apenas 3% dos pesquisados. Contata-se desta forma que a ação dos Assessores das CRTEs diretamente com professores não foi até a data da pesquisa realizada de forma efetiva nas escolas. Justifica-se este ponto, pois houve um atraso na instalação dos computadores do Paraná Digital e a ausência desta tecnologia física nas escolas foi um dos impeditivos para que a assessoria na utilização do computador fosse realizada de maneira mais efetiva. Outro fator importante é que a equipe de assessores em tecnologia na educação passou a contar com um número maior de profissionais discutindo e implementando ações nesta área a partir de fevereiro de 2005, portanto um grupo novo que precisava passar por um processo de formação para dar suporte aos profissionais da rede pública estadual. Acredita-se que os respondentes que não tem exercitado a informática de maneira instrumental (9%) são professores que não utilizam ou não possuem computador em sua residência, podendo estender esta análise aos 5% que não responderam a questão. A questão 18 apontou informações com relação às ferramentas ou aplicativos que utiliza instrumentalmente e pedagogicamente. Estes dados estão compilados na tabela 18. Tabela 18 – Ferramentas e/ou aplicativos que sente apto da trabalhar instrumentalmente. 18. Relativo ao uso do computador, a(s) ferramenta(s) ou aplicativo(s) que sente apto para trabalhar instrumentalmente é (são): Editor de Texto 1825 33% Software de Apresentação 1553 28% Editor de Foto e/ou Imagem 556 10% Planilha Eletrônica 413 8% 77 1% não responderam 189 3% Nenhum 430 8% Internet Fonte: o Autor As ferramentas disponibilizadas pelo computador podem ser utilizadas em diversos contextos sejam eles administrativos, pedagógicos, entretenimento. No contexto da educação, principalmente considerando o uso por professores, tem-se o editor de texto como a ferramenta mais utilizada no caráter instrumental (33%). O editor de texto é uma ferramenta que permite várias aplicações, como elaboração de avaliações, produção de textos, elaboração de currículos, cartas, projetos, e entre os aplicativos do computador talvez a ferramenta mais conhecida. Considera-se como software de apresentação o power point do Windows ou o Impress do BROffice, sendo esta a segunda ferramenta que os professores sentem-se mais aptos em utilizar instrumentalmente (28%), pois permite a elaboração de aulas, apresentações de trabalhos em cursos de formação continuada e também como metodologia de apresentação de trabalhos por parte de alunos. Os demais aplicativos como editor de imagem e/ou foto, planilha eletrônica são aplicativos foram pouco mencionados (8%), retratando que ainda é necessário conhecimento e investimento de formação inicial e continuada para utilização destes aplicativos. 31 Assessor em Tecnologia é a denominação dada aos profissionais que atuam nas CRTEs do Um dado importante diz respeito ao uso da Internet, (1%) dos entrevistados se dizem aptos a utilizar este aplicativo de forma instrumental. Estamos vivendo na sociedade do conhecimento, onde a informação se atualiza a cada instante e a Internet é um canal de informação e comunicação que retrata a velocidade de como a informação circula entre todas as comunidades. Entre aqueles que responderam que utilizam outro(s) aplicativos instrumentalmente (3%), foi solicitados aos professores que especificassem. As respostas foram Word, Power Point, Excell, Paint, ou seja, aplicativos da plataforma Windows, presente na totalidade dos computadores domésticos. Entre os que citaram que em nenhum aplicativo sente-se apto a trabalhar instrumentalmente, devem estar incluídos aqueles que responderam não possuírem computador em casa (21%). As questões 19 a 27 do questionário diagnóstico buscaram levantar informações sobre a aplicação do uso de tecnologias no contexto educacional e apresentam resultados referentes ao uso pedagógico das tecnologias, sendo, portanto questões importantes para análise e discussão. Na questão 19 temos os resultados referentes às ferramentas ou aplicativos que o professor utiliza pedagogicamente. Tabela 19 – Aplicativos que o professor utiliza pedagogicamente. 19. Relativo ao uso do computador, a(s) ferramenta(s) ou aplicativo(s) que utiliza pedagogicamente é(são): Editor de Texto 1590 27% Internet 1364 23% Sites Educativos 901 15% Editor de Foto e/ou Imagem 364 6% Jogos 306 5% Software de Apresentação 268 5% Planilha Eletrônica 223 4% Software Educacional 144 2% Nenhum 559 9% não responderam 130 2% 47 1% Outro(s) Fonte: o Autor Paraná. Assim como na questão 18 o editor de texto é o aplicativo do computador que apresenta maior utilização (27%), pois como já citado, trata-se de uma ferramenta de fácil manuseio, com amplas possibilidades de utilização. No contexto pedagógico é a ferramenta que permite ao professor elaborar seu plano de trabalho, suas avaliações, seus projetos, entre outras possibilidades de uso inclusive com os educandos. Diferente da questão 18, aqui a Internet aparece como o segundo aplicativo mais utilizado pedagogicamente. Esta discrepância se assim podemos denominar pode ter sido pela falta de entendimento quanto ao termo utilizar instrumentalmente. Alguns dos pesquisados podem ter levado em conta que utilizar instrumentalmente seria executar programações complexas ou outra atividade desconhecida por ele. Os sites educativos aparecem em terceiro lugar na ordem de citação pelos professores (15%). Destaca-se entre eles o cabrit geometric, régua e compasso, geogebra, cmaptools, tabela periódica on-line, simuladores do Portal Dia-a-Dia Educação. Os demais aplicativos foram citados em média por 5% dos pesquisados. Estes dados revelam que são poucos os professores que possuem informação e/ou orientação quanto às possibilidades dos aplicativos como software de apresentação, planilha eletrônica, jogos e software educacional no processo de ensino e aprendizagem. Uma das questões que podemos apontar com relação ao não conhecimento de alguns destes aplicativos como software de apresentação e planilha eletrônica, deve-se ao fato de não se ter utilizado no questionário diagnóstico os termos power point e excell, cujos termos já popularizados entre aqueles que possuem computadores em suas residências. Justifica-se a não utilização destes termos em virtude da proposta de utilização do sistema operacional Linux, o qual não utiliza as mesmas nomenclaturas do sistema operacional Windows. A tabela 20 apresenta dados referente à freqüência de uso do laboratórios de informática da escolas com alunos. Tabela 20 – Uso do laboratório de informática com alunos. 20. A freqüência do uso do laboratório de informática da escola com seus alunos é: 1 vez por bimestre 164 6% 1 vez por mês 131 5% 1 vez por semana 112 4% 90 3% 1820 64% Outra 309 11% não responderam 201 7% 1 vez a cada 15 dias Nenhuma Fonte: o Autor Os dados apontam que 64% dos pesquisados não utilizam os laboratórios PROINFO ou PROEM existente em suas escolas. A não utilização destes laboratórios poderá ser interpretada por motivos diversos, como sucateamento das máquinas devido à falta de manutenção, incentivos, formação continuada, entre outros. FREIRE (2001, p.1) destaca [...] para mim, a questão que se coloca é: a serviço de quem as máquinas e a tecnologia avançada estão? Quero saber a favor de quem, ou contra quem as máquinas estão sendo postas em uso [...] Para mim os computadores são um negócio extraordinário. O problema é saber a serviço de quem eles entram na escola. Concordamos com esse posicionamento, pois os computadores devem estar a serviço do ser humano e não o ser humano a serviço dos computadores. A tecnologia deve servir como instrumento que facilite e enriqueça o trabalho humano e não simplesmente sejam objetos de manipulação política ou social. Percebemos pela análise dos dados que a utilização do laboratório é reduzida a raros momentos em que os professores e alunos utilizam este espaço para construção do conhecimento. Na opção outra, os pesquisados poderiam especificar a forma de utilização do laboratório, entre as respostas citadas que foram poucas, tivemos, “não temos laboratório de informática na escola”, “o laboratório não está funcionando”. Estes dados revelam que muitas das escolas que possuíam laboratório PROINFO ou PROEM em 2005, já não contavam com a estrutura destes laboratórios em funcionamento, e entre aquelas escolas que não possuíam computadores destes programas, não haviam recebido ainda computadores do programa Paraná Digital. A tabela 21 referente à questão 21 do questionário diagnóstico buscou levantar dados referente à participação por parte do professor em cursos de qualificação para uso pedagógico de tecnologias de informação e comunicação. Tabela 21 – Participação em cursos de qualificação para uso das TIC. 21. Já participou de algum curso de qualificação para uso pedagógico de tecnoloiga de informação e comunicação: não 1642 60% sim 984 36% não responderam 131 5% Fonte: o Autor Observamos que apenas 36% dos pesquisados, participaram de cursos de qualificação na área de tecnologia educacional, comprovando que mesmo possuindo a tecnologia e existindo a estrutura dos NTEs, responsáveis pelo processo de capacitação dos professores, a sua formação continuada na área de tecnologia na educação não ocorreu de maneira esperada. Os fatores são de ordem diversa, citamos, falta de divulgação, falta de incentivo, distância do seu local de trabalho, pois as capacitações eram centralizadas e realizadas nos laboratórios dos NTEs, falta de equipe de profissionais para atendimento a todas as escolas públicas estaduais, entre outros. Outra questão importante é que dos 36% que responderam já terem participado de cursos de qualificação na área de tecnologia educacional, somente 27% participaram de cursos promovidos pelo NTE/CRTE, conforme tabela 22 referente à questão 21.1, que teve como pergunta a entidade promotora do curso de qualificação. Tabela 22 – Entidade promotora de curso de qualificação para uso das TIC. 21.1. Promovido pelo: NTE/CRTE 752 27% Outro 237 8% 1801 65% não responderam Fonte: o Autor Os NTEs do Paraná tem seu mérito, pois implementaram na medida em que foi possível um processo de utilização das tecnologias buscando aliar não apenas o caráter instrumental das tecnologias, mas também o enfoque pedagógico, buscando aliar outras tecnologias nos cursos ofertados. Tono (2003, p. 88) relata trabalhos realizados nos NTEs utilizando a metodologia de projetos como proposta de utilização dos computadores dos programas PROINFO e PROEM. Os objetivos principais deste implemento eram de: conduzir a efetivação de pesquisas nas diversas áreas do conhecimento com uso do computador como ferramenta auxiliadora, buscar a interação entre as disciplinas, incentivar a participação de alunos, atribuir condição para ocorrer à troca e o compartilhamento de informações entre professores e entre estes e os Multiplicadores. Os cursos instrumentais promovidos pelo NTE continuaram ocorrer, mas a Oficina de Projetos se tornou um complemento destes. Esta afirmação é confirmada na análise da questão 21.2, apresentada na tabela 23. Nesta questão o enfoque se deu nas ferramentas trabalhados nos cursos realizados pelos NTEs/CRTEs. Tabela 23 – As ferramentas trabalhadas durante o curso de qualificação para uso pedagógico das TIC. 21.2. As ferramentas trabalhadas durante o curso foram: Computador 877 27% TV e Vídeo 317 10% Retroprojetor 159 5% 60 2% 1793 55% 29 1% Rádio não responderam Outra Fonte: o Autor Constata-se que o computador é a ferramenta mais trabalhada no contexto de formação continuada (27%) seguido da TV e Vídeo (10%). O retroprojetor (5%) e o rádio (2%) foram pouco citados, pois nas capacitações efetuadas pelos NTEs, não estava incluído a utilização de outras mídias que não fossem o computador a TV e o vídeo. Quanto aos que citaram a opção outras (1%) ferramentas, não tivemos exemplos apresentados, e os que não responderam (55%) são os professores que provavelmente não receberam formação continuada por parte dos NTEs. A realização de projetos como metodologia de uso do computador pelos NTEs resultou em uma nova forma de incorporar a tecnologia no contexto educacional, reduzindo a dicotomia entre o instrumental e pedagógico, conforme análise dos resultados apresentados pelo questionário diagnóstico, por meio da questão 21.3, conforme tabela 24. Tabela 24 – Aspecto trabalhados nos cursos de qualificação para uso pedagógico das TIC 21.3 Tais ferramentas foram trabalhadas no aspecto: Pedagógico 722 24% Instrumental 445 15% 1853 61% não responderam Fonte: o Autor O resultado retrata que as ferramentas foram trabalhadas tanto no caráter instrumental (15%), quanto no caráter pedagógico (24%), sendo este superior inclusive do que o instrumental. Este pode ser considerada um dos maiores avanços incorporados pelos NTEs no contexto de utilização das tecnologias no processo pedagógico. A utilização do computador como ferramenta pedagógica é uma das estratégias fundamentais para que o professor conceba a utilização de forma efetiva das tecnologias no processo pedagógico e possa trazer para sala de aula um enriquecimento metodológico, possibilitando ultrapassar horizontes e perspectivas. Este posicionamento é contemplado por Fagundes ....as práticas educacionais tradicionais apontam para uma sala vazia de objetos da natureza e cultura, e o ambiente é pobre de informações e de oportunidades para exploração e práticas. Para que pode servir o computador? Para aportar ambientes virtuais, para situações de simulação, pois se não é possível trazer toda a vida para a escola, é possível enriquecer o seu espaço com objetos digitais. O computador pode servir para dar acesso ao que está distante e invisível” (FAGUNDES, 1999, apud TONO, 2003, p. 44) Justificamos que as salas de aula mesmo sem computadores podem ser ricas de conhecimento, cultura e informações, porém não podemos negar que o uso de tecnologias aproxima o aluno pelo interesse à pesquisa e a busca de informações. O Portal Dia-a-Dia Educação foi um ambiente pesquisado durante a aplicação do questionário diagnóstico, com finalidade de levantar dados referente ao conhecimento e utilização deste espaço pedagógico. A tabela 25 apresenta dados referente à utilização do Portal Dia-a-Dia Educação pelos professores pesquisados. Os dados obtidos referem-se à questão 22 do questionário diagnóstico. Tabela 25– Utilização do Portal Dia-a-Dia Educação. 22. Já utilizou o Portal Dia-a-dia Educação do Paraná (www.diaadiaeducacao.pr.gov.br) com a finalidade de: Busca de Informação 1543 51% Publicação de Informação 213 7% Troca de Informação 177 6% Não Utilizou 884 29% não responderam 227 7% Fonte: o Autor Os dados da tabela retratam que 51% dos pesquisados já utilizaram o Portal com finalidade de busca de informações, porém muitos dos acessos com esta finalidade estão restritos a consultas de ordem administrativa e pessoal, como andamento de processos, consulta a contra cheque. Outros 6% respondem ter utilizado o ambiente do portal na troca de informações e 7% na publicação de informações, sendo importante destacar a produção de objetos de aprendizagem colaborativa. Estes objetos são produtos desenvolvidos por professores da rede pública estadual com orientação de uma equipe técnico-pedagógica que avalia e publica os objetos validados. Um percentual de 29% nunca utilizaram o Portal, sendo este dado um percentual significativo ainda a ser atingido em ações de formação continuada por meio das CRTEs e equipes de ensino dos NREs e técnicospedagógicos da SEED/PR. Ainda em relação ao Portal Dia-a-Dia Educação, foi solicitado na questão 21.2, que os pesquisados que dessem sugestões quanto a ferramentas/informações que poderiam ser disponibilizadas no Portal. Os dados apresentados dizem respeito a: - inclusão de softwares educacionais livres junto com dicas de como e com que usálos; - criação de páginas (sites) das escolas; - sugestões de atividades para serem trabalhadas em literatura infanto juvenil; - oficina de redação e teatro na sala de aula; - projetos; - capacitação à distância; - sugestão de obras de autores e obras de língua e literatura, preço e onde encontrar; - troca de experiências com os colegas através de e-mail; - mais imagens; - como trabalhar com produção de texto e utilização do computador pedagogicamente; - material didático; - links de educação física; - textos informativos sobre a história e geografia do Paraná; - pesquisas científicas, materiais didáticos como transparências e jogos para matemática; - maiores informações sobre o Hino do Paraná; - práticas do dia a dia; - indicações de bibliografias; - material didático relacionado à educação especial (dicas sobre libras e braile), dicas de informática dentro da minha matéria; - experiências de laboratório; - disponibilidade no portal da pontuação docente para promoção na carreira; - edital de cursos promovidos para professores, ouvidoria, simuladores virtuais em Java; - uma interação coincidindo com a construção cognitiva dos educadores; - aumentar cada vêz mais o número de APCs e conteúdos; - agilizar a validação dos APCs. As indicações feitas pelos professores vem de encontro às alterações propostas pela equipe do Portal Dia-a-Dia Educação em 2007, pois muitas das sugestões apresentadas já se encontram disponíveis hoje no portal, como Biblioteca virtual, artigos, teses e dissertações, cadernos pedagógicos da SEED que apontam as diretrizes curriculares estaduais, catálogo de sítios, trechos de filmes, sons, imagens, literatura on-line, mapas, museus, simuladores e objetos de aprendizagem para as áreas de ciências, entre outros. A SEED utiliza hoje como ambiente virtual de aprendizagem a plataforma moodle e conta também com uma equipe de Educação a Distância responsável por implementar ações nesta área, que segundo sugestões dos professores é uma área a ser aprimorada pela SEED. Como podemos perceber o Portal Dia-a-Dia educação é um canal de comunicação, divulgação e publicação de informações e conteúdos para toda comunidade escolar, e está acessível por meio dos computadores do Paraná Digital a todos os profissionais da educação e educandos das escolas públicas estaduais do Paraná, porem a sua efetiva utilização depende de um investimento em formação continuada, pois conforme Behrens (2000, p.72) “a tecnologia precisa ser contemplada na prática pedagógica do professor, de modo a instrumentalizá-lo a agir e interagir no mundo com critério, com ética e visão transformadora”. A tabela 26, consolida dados referente à questão 23, que teve o interesse de buscar informações referente aos recursos que comumente o professor utiliza na sua prática pedagógica. Tabela 26 – Recurso que utiliza na sua prática pedagógica. 23. O recurso que comumente utiliza em sua prática pedagógica é (são): TV e Vídeo 2280 28% Aparelho de Som 1242 15% Retroprojetor 1230 15% DVD 988 12% Computador 933 11% Rádio 619 8% Máquina Fotográfica 476 6% Telefone 108 1% Videoconferência 111 1% não responderam 136 2% Outro(s) 116 1% Fonte: o Autor Os resultados revelam que a TV e o vídeo são os recursos mais utilizados (28%). Com relação ao uso da TV e vídeo no contexto educacional, podemos destacar que este resultado deve-se ao fato de que esta tecnologia está presente na maioria das residências e sendo está uma mídia muito atrativa em todos os segmentos da sociedade ela foi facilmente incorporada pela escola. Programas como TV Escola e Salto para o Futuro auxiliaram e incentivaram a utilização destas mídias por meio de formação continuada e formaram um grande número de professores em seus programas. O aparelho de som (15%) e o retroprojetor (15%) foram à segunda tecnologia mais citada entre os pesquisados. Também aqui temos duas tecnologias de fácil incorporação pela escola, o rádio pela sua presença ampla e difundida em todas as classes sociais e o seu uso no contexto educacional passa pela utilização em diversas disciplinas, como podemos citar, artes, história, literatura, educação física, entre outras. O retroprojetor também pelo seu manuseio bastante simples para a maioria dos professores, permite ao professor projetar imagens, mapas e figuras que seriam de difícil representação no quadro negro, além de ser uma tecnologia presente na maioria das escolas. O computador com 11% de citação como recurso comumente utilizado na prática pedagógica, nos traz um questionamento importante. Diante de uma política de inclusão digital e universalização de uso, quais as medidas a serem implementadas para que a utilização desta e de outras tecnologias alcancem os resultados anunciados pela política vigente? Uma resposta a este questionamento diz respeito à estrutura dos 12 NTEs, cuja atuação foi implementada até 2003. Estas estruturas não teriam condições de atendimento a 2100 escolas públicas estaduais diante da proposta apresentada, e questiona-se hoje se a própria estrutura das 32 CRTEs terão condições pedagógica e técnica para dar sustentabilidade a esta política de modo a universalizar o uso das tecnologias disponíveis na escola. Será necessário uma ação que envolva outras estruturas da Secretaria de Estado da Educação, como equipes de ensino dos NREs, que possuem especialistas em todas as disciplinas do currículo e podem potencializar por meio de assessoria nas escolas a implementação de ações que visem à formação continuada dos profissionais atuantes nas escolas. As demais tecnologias, videoconferência e telefone com uma citação de 1% são tecnologias pouco difundidas até mesmo pela falta de estrutura nas escolas para utilização destes recursos na prática pedagógica. Na opção outros citada por 1%, havia possibilidade do pesquisado especificar, porém não encontramos nos questionários nenhuma citação específica. A tabela 27 se refere à questão 24 do questionário diagnóstico que teve como objetivo levantar informações quanto às ações de caráter pedagógico que o professor desenvolve com as TIC. Os dados demonstram que a ação de pesquisa, com 30% de citação, se apresenta como a principal atividade de uso das tecnologias. Este percentual retrata que o professor é um pesquisador na sua essência e está sempre buscando informações, pesquisando conteúdos e metodologias. Esta ação isolada não conduz a uma melhoria efetiva da qualidade pedagógica no processo de ensino e aprendizagem, mas aliada ao planejamento de aulas, que foi citada por 24% dos pesquisados e com 19% de ação desenvolvida na produção de conteúdos, torna-se uma ação complementar a outra e intensificam a implementação de metodologias inovadoras com o uso de tecnologias. Tabela 27 – Ações pedagógicas com o uso das TIC. 24. As ações de caráter pedagógico que desenvolve com as tecnologias de informação e comunicação é (são) para: Pesquisa 2119 30% Planejamento de aulas 1721 24% Produção de Conteúdos 1347 19% Atendimento a Alunos 694 10% Interação com outros Professores 427 6% Jogos Educativos 371 5% Exploração de Software Educacional com seus Alunos 154 2% não responderam 149 2% 59 1% Outros Fonte: o Autor Kenski (1997, p. 13) relata O domínio das novas tecnologias educativas pelos professores pode lhes garantir a segurança para, com conhecimento de causa, sobrepor-se às imposições sociopolíticas das invasões tecnológicas indiscriminadas às salas de aula. Criticamente, os professores vão poder aceitá-las ou rejeitá-las em suas práticas docentes, tirando o melhor proveito dessas ferramentas para auxiliar o ensino no momento adequado. O domínio citado por Kenski somente poderá ser alcançado se os professores investirem em pesquisa, planejamento e produção de conteúdos, utilizando como metodologias, as recursos tecnológicos. Analisando ainda os dados da tabela 26, contata-se que o atendimento a alunos com 10% de citações ainda não é uma ação muito desenvolvida por professores como metodologia de ensino. Essa ação é intensificada quando passamos a discutir cursos à distância, pois nessa modalidade de ensino a mediação e interação com o aluno são à distância por meio de recursos tecnológicos. Em se tratando de escolas públicas estaduais a modalidade de educação a distância é algo ainda em discussão e implementação prevista para 2008, com a criação de uma Coordenação de Educação a Distância. A interação com outros professores (6%) e exploração de softwares com alunos (2%) são também ações que ainda despertam pouco interesse ou falta de incentivos para realização destas ações com o uso de recursos tecnológicos. As ferramentas de interação Chat, fórum, e-mail são ferramentas que os professores precisam ousar em aplicar nas suas relações pessoais e profissionais. Acreditamos que este percentual irá aumentar na medida em que os professores estiverem utilizando de forma mais efetiva os recursos tecnológicos disponíveis nas escolas. A utilização de softwares é um desafio a todos aqueles que pensam na educação utilizando metodologias inovadoras no processo de ensino e aprendizagem. No contexto da política pública do Estado do Paraná, por meio da implantação de laboratórios de informática com a utilização de software livre tem demandado pesquisa e produção de softwares livres como Régua e Compasso, Jclick, Virtuallab, cmaptolls, entre outros para disseminação do uso deste recurso de forma efetiva nas escolas públicas do estado do Paraná. Apesar de citados por 1% dos pesquisados, não houve especificações de ações de caráter pedagógico muito diferente daquelas apresentadas como alternativa de escolha, houve em algumas citações a substituição por temos semelhantes, como “preparação de aulas”, “seleção de vídeos e material audiovisual, elaboração de projetos. Entre as citações destacamos, passar informações sobre saúde, qualidade de vida, etc, associação da teoria com os exemplos beneficiados pela tecnologia, digitar textos para sala de aula e trabalhos pedagógicos, fixação de conteúdos, enriquecimento de conteúdos, traduções de músicas, filmes ilustrativos, pesquisa voltada para a realidade dos nossos alunos, audição de textos e músicas, motivação”. Os dados apresentados na tabela 28, são decorrentes da questão 25 do questionário diagnóstico, que teve como objetivo verificar como o professor considera as tecnologias de informação e comunicação na prática pedagógica. Tabela 28 – Considerações sobre as TIC na educação. 25. Considera as tecnologias de informação e comunicação: Ferramentas auxiliadoras do processo de ensino-aprendizagem Componentes dinamizadores da prática pedagógica Não interferentes no processo de ensino aprendizagem não responderam Outra Fonte: o Autor 2256 66% 897 26% 28 1% 195 6% 42 1% Os resultados apresentados na tabela acima retratam que as tecnologias são consideradas ferramentas e componentes importantes no processo pedagógico, pois 66% dos pesquisados relatam que as tecnologias são ferramentas auxiliadoras do processo de ensino e aprendizagem, bem como 26% destacam que as tecnologias são componentes dinamizadoras da prática pedagógica. Moran (1998, p. 12) destaca que “na sociedade da informação todos estamos reaprendendo a conhecer, a comunicar-nos, a ensinar e a aprender; a integrar o humano e o tecnológico; a integrar o individual, o grupal e o social”. Pelos resultados apresentados acima, vemos que o professor compreende e acredita nas potencialidades das tecnologias para atuar na sociedade do conhecimento formando cidadãos capazes de integrar o humano e o tecnológico, porém propor e executar ações com o uso das tecnologias ainda é um obstáculo a ser vencido. A questão 25 permitiu aos pesquisados justificarem suas respostas. Entre as justificativas apresentadas, destacamos algumas: “Ferramentas auxiliadoras no processo de ensino e aprendizagem, porque motivam os alunos”, “tornam as aulas mais dinâmicas”, “os alunos não dormem”, “os alunos são curiosos quando utilizam computadores”, “indispensáveis aos cursos profissionalizantes”. Entre aqueles que indicaram que as tecnologias não interferem no processo de ensino e aprendizagem, não houve justificativa por parte de nenhum dos pesquisados. Na opção outra, especificar destacamos, que as TIC são “essenciais, pois a evolução do conhecimento está ligado com a tecnologia”, “muitos professores são acomodados e não utilizam”, “ fonte de pesquisa”, “a informática deve estar presente na sala de aula, pois estamos na era digital”, muito útil, pois facilita e agiliza o tratamento pedagógico”, “amplia os recursos de pesquisas, oferece alternativas (fontes)”. Um dado importante nesta questão é que 6% não respondem esta questão, por motivos que desconhecemos. A tabela 29 apresenta dados sobre a troca de informações com outros professores sobre metodologias de uso das TIC, solicitada na questão 26 do questionário diagnóstico. Tabela 29 – Troca de informações e metodologias entre professores para o uso das TIC. 26. Troca informações com outros professores sobre metodologias com uso de tecnologias de informação e comunicação: Durante a hora atividade na escola 2014 55% Durante cursos de qualificação 1032 28% Através de outro meio/recurso 176 5% Através do fórum no ambiente de interação do Portal Dia a Dia Educação 125 3% 27 1% 288 8% Em lista(s) de discussão não responderam Fonte: o Autor A hora atividade dos professores tem sido o espaço mais utilizado para troca de informações sobre metodologias de uso das tecnologias por 55% dos professores pesquisados. Este espaço conquistado pelos professores, torna-se um espaço privilegiado não apenas para corrigir avaliações, preparar atividades, mas também para momentos de troca de informações e metodologias de trabalho entre os professores. Este espaço hoje também é destinado ao trabalho de Assessoria por parte das CRTEs no processo de formação continuada dos profissionais da educação pública paranaense. Com 28% de respostas os professores relatam que trocam informações sobre o uso de tecnologias durante cursos de qualificação. Estes cursos promovidos pela SEED e por outras instituições de ensino superior e o próprio MEC oferecem espaços em que é possível aliar formação continuada e troca de experiências e metodologias entre os professores. Esta forma de capacitação dos professores foi muito desenvolvida nas ações dos NTEs, como oficinas de projetos com o uso do computador, oficina instrumental com enfoque pedagógico, entre outros. Um dado importante é que apenas 3% dos pesquisados trocam informações sobre o uso de tecnologias com outros professores utilizando os fóruns disponíveis no ambiente de interação do Portal Dia-a-Dia Educação, mostrando que é necessário investir na utilização deste ambiente, não apenas como canal de busca e acesso de informações de cunho administrativo, mas também como ambiente de troca de informações e experiências na área de tecnologia na educação. As listas de discussão são outra forma de construção de uma comunidade colaborativa, nas quais os participantes fazem com que as discussões promovam conhecimento, informações e experiências. A pesquisa retrata que apenas 1% dos pesquisados utiliza esta ferramenta para troca de informações com outros professores sobre metodologias com o uso de tecnologias de informação e comunicação. Na opção através de outro meio/recurso no qual 5% dos pesquisados apontam utilizar destacamos o e-mail foi à opção mais citada por aqueles que indicaram esta alternativa no questionário. A tabela 30 aponta os maiores obstáculos para se utilizar as TIC na escola. Estes dados foram obtidos por meio da questão 27 do questionário diagnóstico. Tabela 30 – Maiores obstáculos para se utilizar as TIC na escola. 27. Os maiores obstáculos para se utilizar tecnologias de informação e comunicação na escola é(são): Falta de suporte técnico-adiminstrativo durante as aulas 1031 16% Falta de manutenção freqüente das recursos tecnológicos 952 15% Falta de tempo para praticar suficientemente as tecnologias 926 14% Falta de assessoria pedagógica para elaboração de propostas inovadoras com uso das tecnologias 922 14% Dificuldade em ulilizar as tecnologias pedagogicamente 855 13% Falta de tempo para preparar a aula com uso das tecnologias 661 10% Dificuldade de agendar o uso de tecnologias 454 7% Outro(s) obstáculo(s) 497 8% não responderam 212 3% Fonte: o Autor Esta questão traz a tona informações que nos permitem avaliar o processo de expansão e fortalecimento dos NTEs/CRTEs do Paraná. Os NTEs do Paraná conforme já mencionado neste trabalho, desenvolveram cursos de formação continuada dos profissionais da educação utilizando estrutura própria centralizada nos laboratórios dos NTEs. Esta ação além de limitar o número de profissionais que eram atendidos, também elitizava, pois quem participava dos cursos promovidos eram sempre os mesmos professores. Ao retornarem às suas escolas estes professores na sua maioria não utilizavam o laboratório de informática, por motivos diversos e alguns deles estão apresentados na análise da questão em discussão. A dificuldade de agendar o uso de tecnologias (7%) é um dos fatores que muitas vezes impede ou impossibilita o uso por parte do professor. Relatos feitos por professores em pesquisas anteriores feitas por pesquisadores das políticas públicas como Tono (2003), destacam o fato de o acesso ao laboratório era restrito, ficando as chaves do laboratório sob cuidados do diretor da escola ou então em lugar onde ninguém teria acesso. Outro obstáculo diz respeito à falta de suporte técnico-administrativo durante as aulas (16%). Com relação a este dado apresentamos algumas informações importantes. Em 200732, 236 laboratórios do PROINFO foram instalados em 236 escolas de Educação Profissional. A maioria destes colégios possuíam segundo o MEC laboratórios do PROINFO, porém em vistoria realizada constatou-se que apenas 5% destes colégios possuíam ainda os computadores nos laboratórios. Nas demais escolas houve um sucateamento das máquinas ou aquelas que ainda existem estão distribuídas nas áreas administrativas das escolas. Muitos dos problemas de sucateamento de máquinas ocorreram por falta de suporte técnico-administrativo, pois após finalização da garantia as máquinas deixaram de receber assistência e ao apresentarem problemas, eram deixadas de lado sem uso, ou eram abertas de retiradas peças. Também houve no período até 2002 a terceirização dos laboratórios por empresas particulares para realização de cursos de informática para a comunidade escolar. Após finalização destes contratos as empresas acabaram por deixar as máquinas sem parte de seus periféricos como memórias, drives e HDs. A falta de manutenção freqüente das ferramentas (15%) é outro fator que aliado à falta de suporte tem dificultado e desestimulado a utilização dos recursos por parte dos professores, pois como não sabem em que condições estarão os equipamentos, sentem mais tranqüilos em utilizar a sala de aula tradicional para executar sua ação pedagógica. A proposta de expansão e fortalecimento dos NTEs com a criação das CRTEs proporcionou também a implementação de uma equipe de profissionais que exercem hoje a função de técnicos de suporte dos laboratórios das escolas. Esta ação inovadora em termos de país permite que as escolas tenham profissionais que são servidores da rede pública de ensino que atuam diretamente nas escolas proporcionando suporte técnico para as tecnologias disponíveis nas escolas. Destacamos que este atendimento não se dá apenas aos laboratórios de informática mas também a antenas digitais que permitem o recebimento do sinal da TV Paulo Freire, um canal de TV pública voltada à escola, bem como sintonia da TV Escola, um programa do MEC que traz programas de cunho educacional para toda comunidade escolar. Percebemos portanto um avanço significativo proposta pela SEED na questão de incorporar em cada NRE do Estado profissionais que desenvolvem ação de instalação, manutenção e assistência técnica às escolas. Para melhorar o processo de suporte e manutenção dos recursos disponíveis na escola, foi solicitado que cada escola indicasse um profissional da escola para exercer a função de administrador local. Este profissional que muitas vezes é um funcionário administrativo da escola, um professor em readaptação33, ou um profissional da equipe técnicopedagógico da escola exerce função de responsabilidade com relação à manutenção do ambiente do laboratório preparado para uso dos professores e emite diagnósticos com relação aos problemas que estas tecnologias apresentam. Ao diagnosticar estes problemas, entram em contato com os técnicos de suporte das CRTEs que vão até a escola, por meio de agendamentos, e realizam ações de manutenção dos laboratórios. A questão de utilizar para esta ação funcionários administrativos, professores ou profissionais da equipe de ensino, traz alguns problemas com relação à qualificação ou até mesmo condição física e conhecimentos necessários para realização das ações de suporte local. Os funcionários administrativos tem sido a melhor alternativa, pois são na maioria das vezes pessoas que já utilizam a tecnologia em suas atividades, com secretaria, mecanografia, entre outras ações e portanto apresentam melhores condições de conhecimentos básicos para realizar as atividades, porém o número de profissionais nas escolas tem sido insuficiente e muitos destes profissionais são contratados em regime de contrato temporário de 1 a 2 anos de serviço. Há necessidade de efetivar no quadro próprio de funcionários do Estado, servidores com o vínculo de equipe técnico-administrativa que prestaram concurso público para esta finalidade em 2005. 32 Fonte: DITEC – Diretoria de Tecnologia Educacional e Coordenação do PROINFO. Readaptação – nomenclatura dada a professores que por motivos de saúde estão exercendo atividades fora de sala de aula. Muitos dos problemas diz respeito à voz, problemas físicos ou até mesmo emocionais. 33 Em se tratando de professores em readaptação, muitas vezes a falta de conhecimento das tecnologias e mesmo condições físicas são fatores limitantes para uma ação mais assertiva, bem como a utilização de profissionais da equipe técnicopedagógica também tem apresentado alguns problemas, pois são profissionais com um acumulo de atividades na escola que não dispõem de tempo para exercer a função de administrador local, além de muitos não terem conhecimentos básicos para exercer tal atividade. Acreditamos que será necessário investir na profissionalização em termos técnicos neste profissional da escola, que deverá exercer de forma exclusiva as ações relativas à manutenção das tecnologias em condições de uso para professores e alunos. Esta ação já esta sendo implementada em muitas escolas por meio das CRTEs e apresentando resultados satisfatórios. A falta de tempo para praticar suficientemente as tecnologias (14%) e falta de tempo de preparar a aula com uso das tecnologias (10%) são outros dois obstáculos que não permitem que a tecnologia se faça presente na sala de aula. A hora atividade do professor muitas vezes se restringe à ação de preparação e correção de avaliações, impossibilitando que o professor utilize este espaço para estar pesquisando, aprimorando e exercitando a utilização da tecnologia. Para minimizar este obstáculo a proposta de ampliação e fortalecimento dos NTEs por meio das CRTEs, propõem ação de assessoria in loco na escola. Nesta ação o assessor da CRTE responsável pela Escola realiza atividades com professores utilizando a hora atividade ou o contra turno das atividades do professor para apresentar, discutir e implementar ações com o uso de tecnologias. Denota-se um avanço com relação à metodologia aplicada pelo NTEs, pois a ação in loco nas escolas permite que o professor no seu local de trabalho e utilizando as tecnologias disponíveis na escola faça o uso destes recursos. Os dados da pesquisa também revelam que 13% dos pesquisados apresentam dificuldades em utilizar as tecnologias pedagogicamente. Este número diz respeito a professores que não possuem conhecimentos muitas vezes básicos com relação ao uso do computador e suas possibilidades de uso pedagógico, mas também reflete a falta de formação inicial e continuada. Inicial pois as Universidades em sua grande maioria continuam a não incorporar o uso pedagógico de ferramentas computadorizadas na formação acadêmica e a formação continuada está ligada a políticas públicas que nem sempre chegam a todos de maneira igual. A falta de assessoria pedagógica na elaboração de propostas inovadoras com o uso das tecnologias citada por 14% dos pesquisados aponta um desafio a ser superado pela política pública que tem como meta a universalização do uso de tecnologias. Esta meta pode ser alcançada, pois os implementos na área de tecnologia, tem investimentos não somente no que diz respeito à aquisição de máquinas e criação de um ambiente pedagógico colaborativo, mas o processo de expansão e fortalecimentos dos NTEs mostra-se como uma alternativa impar em todo país numa proposta de formação continuada dos profissionais da educação para uso das tecnologias. Entre os outros obstáculos citados por 8% dos pesquisados encontramos entre as respostas as seguintes informações: “não temos laboratório de informática na escola”, foi à resposta mais citada pelo oitante por esta alternativa na questão. Este dado retrata o que já foi mencionado neste trabalho, os laboratórios PROINFO e PROEM foram sucateados, e não se encontram mais disponíveis na escolas e os laboratórios do Paraná Digital somente passara a ser instalados de modo efetivo nas escolas em 2007, portanto em 2005, muitas eram as escolas sem a tecnologia computadorizada disponível ao trabalho pedagógico. Outras citações importantes foram, “não tenho computador em casa”, “não preciso de mais curso, pois já estou em final de carreira”, “não temos escritório modelo”, “falta de preparo do professor para utilizar estas TICs”, “falta de material”, “máquinas ultrapassadas”, “tempo”, “salas de aula super lotadas, dificultando o atendimento individual”, “poucas máquinas para atendimento”, “poucos computadores para muitos alunos”, “a pessoa responsável é muito mal educada”, “falta de fitas de DVD”, “falta de pessoa na escola para auxiliar”, “não sabe fazer uso delas”, não há dificuldades”, “qualificação dos professores”, “falta de espaço adequado”, “saber manusear corretamente os computadores”, “não estão instalados para uso didático”, “reforma no prédio escolar”, “não há manutenção no laboratório, as máquinas não funcionam”, “número de aulas reduzidas para vencer o conteúdo”, “não sinto prazer em utilizá-la”, “maior número de computadores”, “falta de software”, “falta de conhecimento”, A Política Pública denominada Paraná Digital foi outro dado pesquisado durante a aplicação do questionário diagnóstico. A tabela 31 aponta dados referente ao conhecimento do Programa Paraná Digital por parte dos professores. Tabela 31 – Conhecimento da Política Pública denominada “Programa Paraná Digital”. 28. Tem conhecimento da política governamental denominada de "Programa Paraná Digital" relativa a utilização de Software Livre na Administração Pública Educacional: Não 1620 59% Sim 1039 38% 98 4% não responderam Fonte: o Autor Os dados da tabela revelam que 38% conhecem esta política. Esse dado torna-se relevante considerando que em 2005 a maioria dos laboratórios de informática do programa Paraná Digital ainda não estavam instalados, devido a atrasos e problemas licitatórios. Entre aqueles que não conhecem o programa Paraná Digital somam 59% dos pesquisados, destes muitos desconhecem o programa por ainda não terem recebido os computadores até o final de 2005 quando da aplicação do questionário diagnóstico ou por não possuir familiaridade com a tecnologia e portanto não tem interesse nos assuntos relacionados à tecnologia. A tabela 32 aponta dados referente à utilização de ferramentas na plataforma LINUX por parte dos pesquisados e se positivo, indicar quais as ferramentas. Tabela 32 – Utilização de ferramentas da plataforma LINUX. 29. Já utilizou alguma ferramentas na plataforma LINUX: Não 2530 92% Sim 140 5% 87 3% não responderam Fonte: o Autor O Programa Paraná Digital prevê entre outras ações o uso de ferramentas na plataforma LINUX. Esta opção tem seu mérito financeiro, pois o custo operacional por computador torna-se menor pela liberação de pagamento com licenças, porém também apresenta o ônus de ser um sistema novo para a grande maioria dos profissionais da rede estadual de ensino, conforme resultado da pesquisa diagnóstica realizada, em que 92% dos pesquisados responderam não terem conhecimentos das ferramentas na plataforma Linux, além de outros 3% que não responderam. Entre os 5% que dizem já terem utilizado ferramentas na plataforma LINUX, foi citado por alguns destes pesquisados, as ferramentas do pacote open Office, como editor de texto, planilha de cálculo, softwares de apresentação, browser de Internet e gerenciamento de pastas. A tabela 33 demonstra o interesse dos pesquisados em se instrumentalizar na plataforma LINUX. Tabela 33 – Interesse em instrumentalização na plataforma LINUX. 30. Tem interesse de se instrumentalizar na plataforma LINUX: Sim 2391 87% Não 235 9% não responderam 131 5% Fonte: o Autor Um dado importante foi obtido com os dados da tabela 32, onde o foco da questão foi o interesse do professor em se instrumentalizar na plataforma LINUX. Percebe-se que existe o interesse na maioria dos professores (87%) dos pesquisados, possibilitando uma visão muito positiva do uso da tecnologia no contexto educacional e também vislumbrando um desafio às políticas públicas nesta área. Entre aqueles que responderam não ter interesse (9%) temos uma parcela de professores que estão em final de carreira, outros que desconhecem o termo LINUX entre outras possíveis variáveis, entre eles estão aqueles que não responderam e que correspondem a 5% dos pesquisados. CONSIDERAÇÕES FINAIS A análise que nos propomos a buscar quando do início desta pesquisa teve como objetivo verificar como ocorreu e como ocorre o processo de formação continuada para uso das tecnologias de informação e comunicação nas escolas públicas estaduais em função da existência do computador na escola. Fundamentamos tal pesquisa na implementação de políticas públicas voltadas para inclusão dos recursos tecnológicos nas escolas e no processo de formação de professores para uso destes recursos, bem como nos paradigmas educacionais que sustentam a prática pedagógica dos professores. Com a revelação e interpretação dos dados levantados através da pesquisa empírica, detectamos a existência de vários obstáculos que interferem na opção do professor pelo uso ou não deste recurso, como instrumento de melhoria no processo pedagógico. A presença da tecnologia computadorizada no contexto educacional, é algo imprescindível na formação dos educandos, pois conforme Almeida (2000 p.20), [...] dentre os recursos tecnológicos que adentram os espaços escolares, o computador é o que se apresenta com maior potencial para provocar mudanças substanciais no processo pedagógico. É inegável hoje que a tecnologia está presente em todas as ações humanas e a escola como lócus da formação de indivíduos que devem estar aptos a atuar na sociedade do conhecimento, não pode negar a implementação e uso dos recursos tecnológicos nos processos de ensino e aprendizagem, porém somente a presença do computador não garante a sua efetiva utilização no contexto educacional. Este posicionamento é ratificado por Freire, (1992, p. 133) O que me parece fundamental para nós, hoje, mecânicos ou físicos, pedagogos ou pedreiros, marceneiros ou biólogos é assunção de uma posição crítica, vigilante, indagadora, em face da tecnologia. Nem, de um lado, demonologizá-la, nem, do outro, divinizá-la. A utilização de computadores no contexto educacional abre uma infinidade de alternativas, porém a sua utilização passa por um processo de formação adequada e com princípios claros e bem orientada. Entende-se que a aplicação de computadores deve se apresentar como instrumento facilitador da aprendizagem e ensino através da utilização de suas interfaces como editores de texto, planilhas de cálculos, softwares de apresentação, softwares educacionais, simuladores, internet entre outros, que podem expandir o universo de pesquisa na sala de aula, indo além do livro texto e das metodologias usuais. É necessário utilizarmos as tecnologias disponíveis na escola como ferramenta que fomente a produção do conhecimento de forma crítica e criativa possibilitando um processo inclusão digital e mais promovendo inclusão social, pois segundo Tenório (2000, p. 20). É na escola, para a maioria, que se dá a única chance de aquisição do conhecimento acumulado, da ciência e da tecnologia. Isto se reveste da maior importância se considerarmos que a tecnologia informática é o mais poderoso instrumento tecnológico já desenvolvido pelo homem, com alto poder de transformação, produção e dominação; além disso, tal tecnologia pode constituir-se em poderosa ferramenta para veicular o conhecimento significativo e ainda propiciar novos e eficientes métodos e técnica pedagógicas. As tecnologias estão disponíveis nas escolas públicas por meio de programas públicos. Destes, destacamos neste trabalho, o PROINFO, PROEM e BRA03/036, sendo o primeiro de cunho federal e os outros dois de cunho estadual. Reconhecemos que o implemento do Estado por meio das políticas públicas PROINFO e PROEM abrem oportunidades para facilitar o acesso ao computador. Mas são precárias e às vezes inexistentes, as condições para se dar sustento no ambiente escolar, do uso pedagógico desta ferramenta. Os dados coletados evidenciam os fatores que dificultam e até mesmo impedem a apropriação do computador como ferramenta didática pelo professor. Tais fatores são àqueles que perpassam por elementos de caráter técnico, administrativo, pedagógico, social e econômico. Ou seja, o Estado até fornece o instrumento, mas restringe as condições para a sua utilização, pois não previu manutenção dos equipamentos, nem apoio técnico aos professores durante as aulas e quanto menos assessoria pedagógica no delineamento das estratégias didáticas a serem empregadas pelo professor com uso do computador no próprio ambiente escolar. Por mais que as diretrizes das políticas PROINFO e PROEM proclamem toda esta sustentabilidade, na prática, verificamos que isso não ocorre. Há discordância entre as pretensões declaradas nas proposituras públicas e a constatação da real condição no ambiente escolar público. Esta discordância fica aparente quando analisamos os dados obtidos com a pesquisa. Para dar sustentação a estas políticas públicas, os NTEs foram às estruturas utilizadas para disseminar o uso das tecnologias por meio de cursos e oficinas. As atividades desenvolvidas pelos NTEs foram de caráter instrumental e pedagógico, o que consideramos um avanço, pois a preocupação da equipe de multiplicadores dos NTEs sempre foi a de aliar o uso instrumental do computador com a aplicação pedagógica, bem como aprimorar o trabalho docente com o elaboração de projetos de aprendizagem desenvolvidos durante a fase de existência dos NTEs, porém com a realização de atividades centralizadas nos laboratórios dos NTEs, não era garantida a utilização por parte dos professores quando em retorno às suas escolas. Os dados apresentados nesta pesquisa, deixam claro que o processo de formação continuada por meio dos NTEs foi insuficiente para tornar a tecnologia uma ferramenta efetiva no aprimoramento pedagógico. Com a implementação do Projeto BRA03/036, com as suas estruturas fundamentais, Programa Paraná Digital, Portal Dia-a-Dia Educação e criação das CRTEs, deslumbra-se modificações no panorama que se configurou até o ano 2002, pois há consciência por parte de seus gestores de que para os computadores passarem a compor o rol de recursos utilizados pedagogicamente, é necessário considerar, analisar e refletir sobre os princípios elementares e subliminares que determinam o uso ou não destes, por parte dos professores e alunos. E se utilizados, analisar a consistência da sua contribuição para a produção do conhecimento. O Programa Paraná Digital tem como responsabilidade a implantação de 2100 laboratórios de informática nas escolas públicas estaduais. Considera-se esta ação impar em termos de ação política, pois passamos a contar com laboratórios em toda as escolas públicas estaduais. Ressaltamos também a inovação apresentada com relação à tecnologia multiterminal e a utilização de sistema operacional LINUX, possibilitando uma economia no custo operacional destes equipamentos. A ação desenvolvida entre SEED, UFPR, Copel e Celepar na implantação de um sistema de grande porte apresenta-se como uma inovação em termos de parceria para realização de uma política pública, porém existem melhorias a serem realizadas que dependem de pesquisa, ação e vontade política das estruturas envolvidas, entre elas destacamos a melhoria na conectividade destes computadores na web, pois temos escolas com 512 kb de conectividade via fibra ótica, escolas com conectividade via satélite, onde não temos disponibilidade de fibra ótica. Escolas com 40 computadores possuem apenas 1 servidor, sendo este inadequado para o volume de processamento gerado na utilização destes laboratórios. As atualizações remotas do sistema operacional, acarretam problemas de ordem operacional, como perda de dados, desconfiguração de impressoras e teclados, entre outros fatores. São melhorias a serem implementadas em caráter emergencial para que a utilização destes recursos atendam a necessidade das escolas e de seus usuários. O sistema de monitoramento on-line das escolas por meio do site do Paraná Digital, também se apresenta como uma alternativa importante no acompanhamento e monitoramento do sistema, pois permite a visualização da quantidade de horas de utilização diária do sistema, não levando em conta a utilização administrativa e a pedagógica. Faz-se necessário, portanto uma leitura mais crítica do sistema com a possibilidade de acompanhamento do uso pedagógico dos recursos disponíveis, permitindo desta forma uma ação de formação continuada voltada à realidade de cada escola. O Portal Dia-a-Dia Educação foi implementado a partir de uma concepção do Secretário de Estado da Educação, que solicitou a criação de um ambiente colaborativo para que os professores pudessem disponibilizar saberes produzidos na escolas, promover a divulgação das ações promovidas pela SEED e serviu também para justificar a aquisição de 44000 computadores frente às instituições que promoveram o financiamento do projeto. Este ambiente tem-se apresentado como uma alternativa para a comunidade escolar, como um ambiente pedagógico colaborativo, que sofreu mudanças em 2007, que o tornou mais atrativo, mais informativo e com a incorporação de uma variedade de recursos que estão disponíveis ao aprimoramento da prática pedagógica do professor. O número de usuários é crescente a cada ano, conforme dados apresentados neste trabalho, e em 2008 se espera ampliar ainda mais a quantidade de acessos, pois neste ano completa-se a instalação dos laboratórios de informática nas escolas. Este implemento também se apresenta como uma alternativa singular em termos de política pública na área de tecnologia na educação, pois é um portal educacional público, voltado à comunidade escolar paranaense que vem buscando implementar ações que visem à inclusão e universalização do uso de tecnologias. O processo de formação continuada dos professores da rede pública estadual para uso das tecnologias disponíveis nas escolas foi outro implemento importante. O que anteriormente era tido como capacitação do professor centralizada no NTE, agora a CRTE vai até a escola disseminar o uso do computador e demais tecnologias presentes na escola em um processo denominado assessoria in loco nas escolas. Os aspectos estrutural técnico, logístico, informacional, formacional e atendimento individualizado a cada escola, contemplados por este Programa na área de tecnologia na educação, denotam a condução para além das possibilidades facilitadoras que o computador oferece a produção do conhecimento, determinando a importância da socialização sistêmica destas possibilidades ao professor, para que este possa se apoderar pedagogicamente de forma consciente deste recurso, como veiculo de expressão e de criação. Muitas são ainda as dificuldades de barreiras a serem superadas no processo de formação continuada dos professores das escolas para uso das tecnologias, entre elas destacamos a falta de incentivo no processo de progressão de carreira aos professores que implementarem o uso de tecnologias na sua prática pedagógica, disponibilidade dos professores para participar do processo de formação continuada em sua jornada de trabalho, pois em sua hora atividade a prioridade é dada ao preparo e correção de avaliações. Percebe-se pelos dados da pesquisa o interesse da maioria dos professores em participar de cursos de qualificação para uso das tecnologias, porém as condições ainda não são as apropriadas. Na pesquisa diagnóstica realizada nas escolas foi possível diagnosticar que a tecnologia está presente na maioria da residências dos professores, porém a sua utilização no processo de aprimoramento da prática pedagógica necessita de um investimento significativo no processo de formação continuada. Destaca-se aqui há necessidade de se avaliar como está ocorrendo a formação inicial em nível de graduação dos futuros docentes das nossas escolas. As universidades tem que propiciar na formação acadêmica espaços que contemplem a pesquisa, utilização e implementação de ações que permitam ao futuro educando um contato com as possibilidades dos recursos tecnológicos no contexto educacional. Há necessidade de propiciar um estrutura adequada as CRTEs nos aspectos de transporte, bolsa auxílio, orientação metodológica para que de posse de recursos adequados possam disseminar e universalizar o uso das tecnologias. O desafio que se impõem aos profissionais das CRTEs é gigantesco e as condições ainda não são adequadas para o bom desenvolvimento de suas ações, pois está sob sua responsabilidade instrumentalizar em termos operacionais, pedagógicos e gerenciais a utilização dos recursos tecnológicos disponíveis nas escolas. Estamos vivendo na sociedade do conhecimento, onde a informação e a tecnologia se renovam a cada dia e frente a este contexto de mudanças temos professores que sentem a necessidade de utilizar os recursos da tecnologia para o seu aprimoramento pedagógico. O que se espera de um profissional apto a atuar na sociedade do conhecimento é um profissional que supere a visão de que após a graduação, sua vida de estudante teve término. O universo de informação ampliou-se, a rede informatizada desafia o docente e o educando a buscar novas formas de ensinar a aprender. Em face dessa nova realidade o profissional deve estar continuamente buscando formação, priorizando o aprender a aprender, utilizando metodologias e recursos que permitam um aprimoramento constante, pois conforma Prado & Martins (2003, p.2) [...] a formação do professor em informática na educação precisa ser vista além do espaço/tempo do curso, contemplando nesse processo a dimensão do contexto do dia a dia do professor. Nesse enfoque a preparação do professor envolve muito mais do que ele aprender a lidar com as ferramentas computacionais. O professor também precisa aprender a recontextualizar o uso do computador, integrando-o às suas atividades pedagógicas. Isto significa que o processo de formação deve propiciar ao professor construir novos conhecimentos, relacionar diferentes conteúdos e reconstruir um novo referencial pedagógico. O docente para estar apto a atuar nessa sociedade do conhecimento deve ser inovador, crítico e criativo, articulador, ultrapassando o papel de autoritário para ser mediador na construção do conhecimento, promovendo um trabalho coletivo e autônomo, utilizando-se de todos os recursos disponíveis para o aprimoramento pedagógico. Com a finalização desta pesquisa, não consideramos esgotadas as discussões, mas sim abrimos perspectivas para novas pesquisas que visem buscar informações, levantar dados, apontar melhorias a serem implementadas, respostas ainda não apresentadas e novas discussões e problemas a serem pesquisados. REFERENCIAS ALMEIDA, Maria Elizabeth. O computador como ferramenta de reflexão na formação e na prática pedagógica. São Paulo: Revista da APG, PUC/SP, ano VI, nº 11, 1997. _____________. O Computador na Escola: Contextualizando a Formação de Professores. Praticar a teoria, refletir a prática. 2000. Tese de Doutorado: Programa de Pós Graduação em Educação: Currículo. PUC/SP. ALMEIDA, M.E. & ALMEIDA, F.J., Aprender construindo: a informática se transforma com os professores. Coleção Informática para a mudança na Educação. Ministério da Educação e do Desporto - MEC, 1999. ____________. Aprendendo com projetos. Coleção Informática para a mudança na Educação. 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ANEXOS ‘ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDÊNCIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SUED CENTRO DE EXCELÊNCIA EM TECNOLOGIA EDUCACIONAL – CETEPAR COORDENAÇÃO ESTADUAL DE TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO – CETE ANEXO 02 Caros Assessores Por solicitação da Controladoria Geral da União estamos desencadeando uma Investigação Diagnóstica do Estado do Paraná quanto ao uso de Tecnologias de Informação e Comunicação pelo Professor da Rede Pública de Ensino. Tal investigação será efetuada pelas CRTEs do Paraná com orientação da Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação, a qual indicou dentre os Assessores em Tecnologia na Educação, um responsável pelo gerenciamento da investigação em sua CRTE, porém, todos os componentes das CRTEs devem desenvolvê-la. O responsável fica encarregado de elaborar junto aos demais Assessores um "plano de ação" para o trabalho de investigação, contendo cronograma e estimativa de ajuda de custo para sua realização com identificação do Assessor. Em anexo encontra-se uma tabela relativa à CRTE de .......................................... contendo os municípios, as escolas e o número total de professores das diversas áreas do conhecimento e modalidades de ensino a ser pesquisado em cada escola. Acompanhando o presente documento estão todos os instrumentos de investigação por CRTE, os quais após o preenchimento devem ser encaminhados via malote pelo Assessor responsável pela investigação, para a CETE/CETEPAR até o dia 15 de dezembro do corrente, a/c de Marcos César Cantini. O prazo estimado para a efetivação da Investigação é de 17 de outubro a 30 de novembro e os dados devem ser digitalizados no decorrer da realização desta, com data limite para registro de 09 de dezembro. O sistema a ser digitalizado estará disponível a partir de 30 de outubro no site www.cete.pr.gov.br. Curitiba, 05 de outubro de 2005. Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDÊNCIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SUED CENTRO DE EXCELÊNCIA EM TECNOLOGIA EDUCACIONAL – CETEPAR COORDENAÇÃO ESTADUAL DE TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO – CETE ANEXO 03 Ofício no. 379/2005 Curitiba, 10 de outubro de 2005. Referência: Aplicação de Questionário Diagnóstico para professores Prezado Diretor Por ocasião da auditoria no âmbito de "capacitação" do Programa Paraná Digital efetuada pela Controladoria Geral da União em 2005 referente ás capacitações do ano de 2004 e 2005, foi solicitado à Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação a efetivação de uma pesquisa de cunho pedagógico no Estado para coleta de dados que possam nortear com acertividade o planejamento das ações de disseminação de Tecnologia de informação e comunicação nas escolas públicas. Para tanto confeccionamos um instrumento de pesquisa, em anexo, cuja aplicação será realizada pelos Assessores em Tecnologia das 32 Coordenações Regionais de Tecnologia na Educação – CRTEs. Para realização deste questionário, apresentamos o Assessor _____________________, da CRTE de ______________________, que está como responsável pelo processo de aplicação deste instrumento de pesquisa em 20% dos professores do seu estabelecimento de ensino. Solicitamos seu apoio para realização desta pesquisa e informamos que as informações prestadas pelos professores serão mantidas sob guarda desta Coordenação e serão preservadas as identidades dos participantes. Nosso objetivo com este questionário é traçar estratégias e metodologias a serem adotadas nos próximos anos para que a tecnologia esteja presente na prática pedagógica do professor com finalidade aprimoramento do trabalho docente. Atenciosamente Cineiva Campoli Tono Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação - CETE Ilustríssimo Senhor Diretor Anexo 5 Quantidade de horas utilizadas no sistema PRD das escolas conectadas ao sistema do Paraná Estatística fonte: www.paranadigital.pr.gov.br, acessado em abril/2008 Anexo 6 Quantidade de horas utilizadas no sistema PRD por Regional de Ensino do Estado Fonte: www.paranadigital.pr.gov.br, acessado em abril/2008 Anexo 07 Quantidade de horas utilizadas no sistema PRD por Escola conectada ao sistema Fonte: www.paranadigital.pr.gov.br, acessado em abril/2008 Anexo 08 Total de usuários conectados por mês no sistema Paraná Digital fonte: www.paranadigital.pr.gov.br, acessado em abril/2008 Anexo 09 Dowload de Projetos Executivos do Programa Paraná Digital fonte: www.paranadigital.pr.gov.br, acessado em abril/2008. Anexo 10 Sistema de Registro de ocorrências nos laboratórios do Paraná Digital fonte: www.paranadigital.pr.gov.br, acessado em abril/2008 Anexo 11 Manuais do Paraná Digital fonte: www.paranadigital.pr.gov.br, acessado em abril/2008 Anexo 12 Página dos Educadores no Portal Dia-a-Dia Educação fonte: www.diaadiaeducao.pr.gov.br, acessado em abril/2008 Anexo 13 Página dos Alunos no Portal Dia-a-Dia Educação fonte: www.diaadiaeducao.pr.gov.br, acessado em abril/2008 Anexo 14 Página da Escola no Portal Dia-a-Dia Educação fonte: www.diaadiaeducao.pr.gov.br, acessado em abril/2008 Anexo 15 Página da Comunidade no Portal Dia-a-Dia Educação fonte: www.diaadiaeducao.pr.gov.br, acessado em abril/2008 Anexo 16 Página de referência de uma site de escolas fonte: http://www.ovoouroverde.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=7,acessado em abril de 2008, Anexo 17 Anexo 18