COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS. Estudo da Viabilidade do Uso do Penetrômetro Dinâmico Leve (DPL) para Projetos de Fundações de Linhas de Transmissão em Solos do Estado do Paraná Pablo Fernando Sanchez Instituto de Tecnologia [email protected] para o Desenvolvimento - LACTEC, Curitiba, Brasil, Roberta Bomfim Boszczowski Instituto de Tecnologia para [email protected] o Desenvolvimento - LACTEC, Curitiba, Brasil, Luiz Alkimin de Lacerda Instituto de Tecnologia [email protected] para o Desenvolvimento - LACTEC, Curitiba, Brasil, Rafael Dorigo Loyola Instituto de Tecnologia [email protected] para o Desenvolvimento - LACTEC, Curitiba, Brasil, RESUMO: Um dos principais objetivos dos projetos de linhas de transmissão (LT’s) é alcançar um custo mínimo para um dado nível de segurança e confiabilidade. A grande incerteza neste processo está no projeto das fundações das LT’s, onde existe a dificuldade na determinação das características do solo, já que as estruturas, para as quais as fundações são calculadas, estão espalhadas numa faixa de muitos quilômetros de extensão, dificultando a investigação completa do subsolo para toda a extensão da linha com os equipamentos utilizados atualmente, em sua maioria o SPT. O DPL é um equipamento portátil de investigação do subsolo, ele determina a resistência do solo à sua penetração. O objetivo deste trabalho é avaliar a viabilidade de utilização do equipamento DPL através de comparações de resultados deste ensaio com o ensaio SPT. Pode-se dizer, com os resultados obtidos, que existe uma boa correlação entre os ensaios comparados, mostrando que o DPL pode ser utilizado para se obter a resistência dos solos, tornando possível sua utilização em projetos de fundações, com todas as vantagens que esse equipamento apresenta em relação aos outros tipos de ensaios de campo utilizados. PALAVRAS-CHAVE: Linhas de transmissão, Fundações, DPL, SPT. 1 INTRODUÇÃO dificultando a investigação completa do subsolo para toda a extensão da linha com os equipamentos utilizados atualmente, em sua maioria o SPT. O DPL é um equipamento portátil de investigação do subsolo, ele determina a resistência do solo à sua penetração. O objetivo deste trabalho é avaliar a viabilidade de utilização do equipamento DPL através de comparações de resultados deste ensaio com o ensaio SPT. Procurou-se quantificar a variabilidade das medidas obtidas Um dos principais objetivos dos projetos de linhas de transmissão (LT’s) é alcançar um custo mínimo para um dado nível de segurança e confiabilidade. A grande incerteza neste processo está no projeto das fundações das LT’s, onde existe a dificuldade na determinação das características do solo, já que as estruturas, para as quais as fundações são calculadas, estão espalhadas numa faixa de muitos quilômetros de extensão e em locais de difícil acesso, 1 COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS. no ensaio DPL, bem como as incertezas a elas relacionadas. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Ensaio SPT – Standard Penetration Test torque, obtido a cada metro. Mmax é o valor do momento máximo alcançado no instante anterior à ruptura do solo e Mres é o momento residual alcançado durante a rotação contínua após a ruptura (NILSSON, 2008). O ensaio continua, repetindo-se o mesmo ciclo, acrescentando uma nova haste, batente e guia e martelo, novamente repetindo os procedimentos anteriores. A Figura 1 ilustra a execução do ensaio DPL. Segundo Schnaid (2000), devido à sua simplicidade e baixo custo, o Standard Penetration Test (SPT) é a ferramenta de investigação mais empregada, tanto no Brasil como em boa parte do mundo. A grande experiência acumulada concorre para tornar as informações do SPT a base para uma série de métodos semi-empíricos de dimensionamento de fundações, que são bastante populares no Brasil. O procedimento do ensaio consiste na caravação de um amostrador no fundo de uma escavação usando um martelo de 65 kg, caindo de uma altura de 75 cm. O resultado do ensaio, NSPT, é o número de golpes necessário para fazer o amostrador cravar 30 cm, após uma cravação inicial de 15 cm. O procedimento é repetido para cada metro de profundidade da perfuração (SCHNAID, 2000). Figura 1. Execução do ensaio DPL. Por se tratar de um equipamento portátil, sem nenhuma automatização de processos e pouco utilizado no cenário nacional, o DPL apresenta algumas fontes de incertezas inerentes a seu funcionamento, as quais precisam ser controladas antes e durante a execução do ensaio, para que seus resultados finais sejam suficientemente confiáveis para as correlações futuras (NILSSON, 2006). Essas incertezas estão diretamente ligadas ao cumprimento das diretrizes de execução do ensaio, descritas na norma alemã DIN 4094/1991 e nos procedimentos de ensaio propostos por Nilsson (2004a). 2.2 Ensaio DPL – Penetrômetro Dinâmico Leve O DPL é um instrumento de investigação geotécnica que tem por finalidade fornecer índices sobre a resistência que o solo oferece à sua penetração. Consiste em uma ponteira cônica de diâmetro 35,7 mm de secção igual a 10 cm² e ângulo da ponteira de 90º, acoplada a um conjunto de hastes formadas por segmentos rosqueáveis, cada segmento de haste possui 1 m de comprimento. O conjunto é introduzido no solo através de golpes de um peso de cravação padronizado igual a 10 kg, com altura de queda de 50 cm, contando-se o número de golpes para a penetração de 10 cm da haste. Esse procedimento é repetido enquanto as hastes descem. A quantidade de golpes necessária para a penetração de cada 10 cm (N10) de haste é registrada na planilha de campo. O DPL Nilsson inclui ainda o valor do 3 AVALIAÇÃO DO DPL EM LABORATÓRIO Nessa etapa do projeto foi executada a avaliação do DPL em laboratório, em três tipos de solos, em condições controladas, para posteriores comparações Para tanto, foi utilizado um tambor padrão de 2 COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS. plástico, com as dimensões de 90 cm de altura e diâmetro de 60 cm (Figura 2). Este tambor foi preenchido com solo em três condições de compactação e foram determinados os números de golpes de DPL para a completa cravação da haste no solo selecionado. fofa 0,80 0,226 1,21 1,26 intermediária 0,69 0,195 1,41 0,95 compacta 0,178 1,54 0,78 0,63 Tabela 2 – Dados da areia argilo-siltosa. Altura Volume Peso esp. Índice Densidade (m) (m³) seco (g/cm³) de vazios fofa 0,68 0,174 1,38 0,94 Intermediária 0,63 0,161 1,49 0,80 compacta 0,58 0,148 1,62 0,66 Tabela 3 – Dados da areia argilosa. Altura Volume Peso esp. Índice Densidade (m) (m³) seco (g/cm³) de vazios fofa 0,63 0,161 1,84 0,60 Figura 2. Tambor utilizado. 0,55 0,140 2,10 0,40 compacta 0,52 0,133 2,23 0,32 A Figura 3 apresenta o resultado dos ensaios realizados na areia. Na condição de areia fofa, os primeiros 60 cm de profundidade foram cravados apenas com o peso próprio do equipamento DPL – conjunto formado pela haste de cravação, guia do batente e martelo. Para os últimos 20 cm, foi registrado 1 golpe para cravar cada segmento de 10 cm. Para a condição intermediária, apenas os primeiros 10 cm foram cravados com o peso próprio do equipamento. Com este grau de compactação o solo arenoso já apresentou um pouco mais de resistência à cravação com uma média de golpes variando entre 1 e 2 para cada 10 cm. O solo arenoso no seu estado mais compacto apresenta maior resistência a penetração da ponteira do DPL, chegando a quadruplicar a resistência quando comparado à compactação intermediária. Para os testes de penetração, em cada condição de compactação, foram utilizados 300 kg de peso úmido dos seguintes solos: a) Areia industrializada, que possui massa específica igual a 2,75 g/cm³, teor de umidade 9,2 % e peso seco 274,7 kg; b) Areia argilo-siltosa, de massa específica igual a 2,69 g/cm³, teor de umidade 24,9% e peso seco 240,2 kg; c) Areia argilosa de massa específica igual a 2,94 g/cm³, teor de umidade 1,6% e peso seco 295,3 kg.. Para a obtenção do solo em seu estado mais fofo, ele foi colocado no tambor com o auxílio de um funil. Para a obtenção do solo em condições intermediárias de compactação, o mesmo foi compactado com um peso de 10 kg, em 2 camadas de 40 cm, com 10 golpes do soquete em cada camada. A última calibração foi feita em solo compacto. Para conseguir essa compactação o solo foi compactado em camadas de 20 cm, com um soquete de 20 kg, com 20 golpes por camada As Tabelas 1, 2 e 3 resumem as condições de ensaio dos solos. Tabela 1 – Dados da areia. Altura Volume Densidade (m) (m³) Intermediária Peso esp. Índice seco (g/cm³) de vazios 3 COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS. N10 N10 2 4 6 8 0 10 0 0 -0,1 -0,1 -0,2 -0,2 -0,3 -0,3 Profundidade (m) Profundidade (m) 0 -0,4 -0,5 -0,6 8 10 -0,6 -0,8 -0,8 -0,9 -0,9 Compacta 6 -0,5 -0,7 Intermediária 4 -0,4 -0,7 Fofa 2 Fofo Intermediário Compacto Figura 3. Comparação dos valores de N10 para os três graus de compactação da areia. Figura 4. Comparação do valores de N10 para os três graus de compactação da areia siltosa. Procedimento de compactação igual ao ensaio com areia foi aplicado à areia argilosiltosa. Foram utilizadas alturas de 63 cm para a areia siltosa fofa, 55 cm para a medianamente compactada e 52 cm para o estado compactado. Para a condição de menor compactação, os primeiros 15 cm de profundidade foram cravados apenas com o peso próprio do equipamento DPL. Para a profundidade restante, foi registrado uma variação entre 1 e 2 golpes para cravar cada segmento de 10 cm. Para a compactação intermediária, apenas os primeiros 5 cm foram cravados com o peso próprio do equipamento. Com este grau de compactação, a areia siltosa já apresentou um pouco mais de resistência à cravação com uma média de golpes variando entre 2 e 3 para cravação de cada 10 cm. No estado compacto, a areia argilo-siltosa apresenta maior resistência a penetração, chegando a duplicar a resistência quando comparado à compactação intermediária. Os resultados do ensaio DPL na areia siltosa estão apresentados na Figura 4 Do mesmo modo, repetiu-se o ensaio com o DPL para a areia argilosa. Para o primeiro caso, com a areia argilosa simplesmente solta dentro do tambor, a altura de solo dentro do tambor chegou a 68 cm. Nesse caso a compactação ocorreu somente com o peso próprio do material. A condição intermediária de compactação foi atingida com a compactação de camadas de 30 cm através de uma massa de 10 kg aplicada em 10 golpes, o que resultou numa altura de solo de 63 cm. No caso compacto, adotou-se camadas de 15 cm. O resultado final foi uma altura de solo no tambor de 58 cm. Os resultados dos ensaios acompanham os resultados anteriores, areia e areia siltosa, com valores bem superiores para a condição de solo compacto. Os números de golpes de DPL nas três condições de compactação estão apresentados na Figura 5. A Figura 6 resume os resultados dos ensaios executados. 4 COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS. 0 2 4 6 8 de um terreno visando aplicação de Engenharia Civil. O DPL detecta a estratigrafia, fornece resistência da ponta do cone e resistência lateral do mesmo. No entanto, enquanto o SPT faz amostragem do terreno, no ensaio DPL, o solo é identificado por três meios; identificação de solo levado nas ranhuras das hastes e da ponteira, auscultação e finalmente cálculo do quociente entre o atrito lateral e a resistência da ponta. (NILSSON, 2004b) Outra grande diferença entre os ensaios está na energia aplicada para a penetração da haste. SPT emite cerca de 10 vezes mais energia do que DPL, só considerando a contribuição do martelo. A caída do martelo de DPL emite 50 Joule, enquanto SPT descarrega 480 Joule por golpe (NILSSON, 2004b). O barrileteamostrador do SPT tem o diâmetro externo 50,8 mm. A ponteira de DPL, padronizado por norma internacional ISSMFE tem diâmetro 35,7 mm. Como o ensaio SPT é o mais solicitado ensaio “in situ” no Brasil e os projetistas estão tão acostumados com SPT, que o índice de resistência NSPT vale como indicador básico em muitos projetos, a comparação de resultados de DPL e SPT faz-se importante. Para a realização do presente trabalho foram coletados dados de resistência à penetração do subsolo através de ensaios SPT e DPL em diferentes formações geológicas, localizadas nos municípios de Curitiba, Cascavel, Guaíra, São José dos Pinhais e Figueira. Os resultados destes ensaios foram analisados e comparados estatisticamente para determinação da variabilidade entre os ensaios. A campanha de ensaios realizados para este estudo consistiu em 17 ensaios SPT e, posteriormente, nessas mesmas localidades, foram executados 17 ensaios DPL, seguindo a mesma distribuição de furos, a uma distância aproximada de 2 m dos furos SPT, onde foram obtidas diversas resistências de penetração, visando à comparação com a resistência de penetração do ensaio SPT. 10 0 -0,1 Profundidade (m) -0,2 -0,3 -0,4 -0,5 -0,6 -0,7 -0,8 N10 Fofa Intermediária Compacta Figura 5. Comparação dos valores de N10 para os três graus de compactação da areia argilosa. 0 2 4 6 8 10 0 -0,1 -0,2 Profundidade (m) -0,3 -0,4 -0,5 -0,6 -0,7 -0,8 -0,9 Areia Fofa Areia Intermediária Areia Compacta Areia Argilo-Siltosa Fofa Areia Argilo-Siltosa Intermediária Areia Argilo-Siltosa Compacta Areia Argilosa Fofa Areia Argilosa Intermediária Areia Argilosa Compacta N10 Figura 6 - Valores comparativos de N10 para todos os tipos de solos e compactações da calibração. 4 CORRELAÇÃO COM ENSAIOS SPT 4.1 Tanto o ensaio de SPT quanto o ensaio de DPL foram desenvolvidos para a caracterização Correlações Lineares Para determinação das correlações lineares foi 5 COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS. utilizado o software Microsoft Excel. Os valores do número de golpes NSPT (aqui chamado de N30, por registrar os golpes nos últimos 30 cm de cada metro de ensaio) foram comparados com os valores de N10 (DPL) de três formas diferentes: a) média entre os todos os valores de N10 obtidos em cada metro; b) média entre os valores de N10 obtidos nos últimos 30 cm de cada metro; c) soma dos valores de N10 obtidos na penetração dos últimos 30 cm da haste em cada metro. Tendo esses conjuntos de dados bem definidos, foram determinadas linhas de tendência com regressão linear, equação do gráfico e valor do R-quadrado (coeficiente de correlação entre os valores de N30 e N10), o que ajuda na análise da dispersão dos dados. Na Figura 7 é apresentada a correlação, com coeficiente R2 igual a 0,7902, entre o valor do número de golpes N30 e a média entre os valores do número de golpes N10, em cada metro do ensaio realizado. 60 N30 (SPT) 40 30 20 10 0 0 20 40 60 80 N10 (DPL) Figura 8. Correlação “média dos últimos 30 cm N10” X N30. A Figura 9 mostra a correlação, com coeficiente de variabilidade R² igual a 0,7054, entre o valor de N30 e a soma dos valores de N10 obtidos nos últimos 30 cm de cravação da haste, em cada metro de ensaio realizado. 60 y = 0,1972x + 1,6854 R2 = 0,7054 N30 (SPT) 50 40 40 30 20 10 y = 0,5933x + 0,3755 R2 = 0,7902 0 30 N30 (SPT) y = 0,6062x - 0,3644 R2 = 0,8508 50 0 50 100 150 200 250 N10 (DPL) 20 Figura 9. Correlação “soma dos últimos 30 cm N10” X N30. 10 Para o conjunto de dados analisados, obtevese a melhor correlação entre os valores de N30 e a média dos valores de N10 obtidos nos últimos 30 cm de penetração da haste, em cada metro de ensaio realizado. 0 0 10 20 30 40 50 60 N10 (DPL) Figura 7. Correlação “média N10” X N30. Na Figura 8 tem-se a correlação, com coeficiente de variabilidade R² igual a 0,8508, entre o valor de N30 e a média dos valores de N10 obtidos nos últimos 30 cm de penetração da haste, em cada metro de ensaio realizado. 4.2 Avaliação da Correlação Linear A norma alemã DIN 4094 sugere uma correlação entre os ensaios de DPL e SPT. Esta correlação foi comparada à obtida neste trabalho e os resultados são mostrados a seguir. A Figura 10 apresenta a comparação entre a correlação linear da norma DIN 4094 e a correlação obtida a partir da média entre os valores de N10 e do valor de N30, para cada metro. 6 COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS. 60 60 y = 0,5933x + 0,3755 R2 = 0,7902 y = 0,1972x + 1,6854 R2 = 0,7054 50 40 N30 (SPT) N30 (SPT) 50 30 20 10 40 30 20 10 DIN 4094 DIN 4094 0 0 0 20 40 60 80 0 50 100 N10 (DPL) Figura 10 – Comparação entre Norma DIN 4094 e correlação de N30 com a média de N10 a cada metro de ensaio. N30 (SPT) 5 y = 0,6062x - 0,3644 R2 = 0,8508 30 20 10 DIN4094 0 40 60 CONCLUSÕES O objetivo deste trabalho foi avaliar a viabilidade de utilização do equipamento DPL através de comparações de resultados deste ensaio com o ensaio SPT. Pode-se dizer, com os resultados obtidos, que existe uma boa correlação entre os dois tipos de ensaio. Os coeficientes de correlações (R²) obtidos foram: 0,7902, entre o valor do número de golpes N30 e a média entre os valores do número de golpes N10; 0,8508, entre o valor de N30 e a média dos valores de N10 obtidos nos últimos 30 cm de penetração da haste; e 0,7054, entre o valor de N30 e a soma dos valores de N10 obtidos nos últimos 30 cm de cravação da haste. Todos os resultados obtidos para cada metro de ensaio realizado. Com esses resultados, mostra-se, principalmente no segundo caso (valor de N30 e a média dos valores de N10 obtidos nos últimos 30 cm de penetração da haste), que com a utilização do ensaio DPL, pode-se obter a resistência do solo investigado e, com isso, torna-se possível a sua utilização em projetos de fundações deste tipo de obra, com todas as vantagens que esse equipamento apresenta em relação aos outros tipos de ensaios de campo 40 20 250 A análise com a Norma DIN confirmou a correlação entre os valores de N30 do SPT e a média dos valores de N10 do DPL obtidos nos últimos 30 cm de penetração da haste dos ensaios realizados na presente pesquisa. 60 0 200 Figura 13 – Comparação entre Norma DIN 4094 e correlação de N30 com a soma dos valores de N10 dos últimos 30 cm de cravação da haste, para cada metro de ensaio. A Figura 11 mostra a comparação entre a correlação linear proposta pela norma DIN 4094 e a correlação obtida a partir da média entre os valores de N10 dos últimos 30 cm de penetração da haste no ensaio DPL e do valor de N30, para cada metro. 50 150 N10 (DPL) 80 N10 (DPL) Figura 12 – Comparação entre Norma DIN 4094 e correlação de N30 com a média dos valores de N10 dos últimos 30 cm de cravação da haste, para cada metro de ensaio. Na Figura 13 tem-se a comparação entre a correlação linear sugerida pela norma DIN 4094 e a correlação obtida a partir da soma dos valores de N10 dos 30 cm finais de penetração da haste no ensaio DPL e do valor de N30, para cada metro. 7 COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS. utilizados. REFERÊNCIAS DIN – Taschenbuch (1991) Erkundung und Untersuchung des Baugrunds. Beuth, Alemanha, 12p. ISSMFE (1989) International Reference Test procedure for dynamic probing (DP). Report of the ISSMFE Technical Committee on Penetration Testing of Soils – TC 16 with Reference Test Procedures. . Swedish Geotechnical Society, 49 p. Nilsson, T.U. (2004a) O Penetrômetro Portátil DPL Nilsson, V SEFE - Seminário de Engenharia de Fundações Especiais e Geotecnia, São Paulo, SP, Brasil, 10p. Nilsson, T. U. (2004b) Comparações entre DPL Nilsson e SPT. Geosul 2004 – Simpósio de Prática de Engenharia Geotécnica da Região Sul, Curitiba, PR, Brasil, 10p. Nilsson, T.U (2006) Estatística e Correlações. Thomas Nilsson Geoconsultores Ltda. Curitiba, PR, Brasil, 4p. Nilsson, T.U. (2008) Parameter approach from DPL test. International Conference on Site Characterization, Taipei, Taiwan, 4 p. Schnaid, F. (2000) Ensaios de Campo e suas Aplicações à Engenharia de Fundações, 1ª ed., Oficina de Textos, São Paulo, SP, Brasil, 208 p 8