Produção sustentável ENERGIA AO NATURAL O Fotos: Divulgação Schattdecor bter ganhos produtivos a partir da utilização racional de recursos, um dos aspectos da chamada “ecoeficiência”, é uma tendência, em termos gerais, que vem ganhando força também no setor brasileiro de móveis. Sob este ponto de vista, o foco em soluções como economia de energia na produção e reaproveitamento de materiais descartados passa a integrar de forma crescente as metas ambientais e produtivas das indústrias atuantes neste segmento. Entre as indústrias fornecedoras, exemplo está na paineleira Masisa Brasil, com sede administrativa em Curitiba (PR), que prioriza o uso de energia limpa e de fontes renováveis em suas operações. Conforme a Masisa, em sua unidade gaúcha, situada em Montenegro e voltada à produção de painéis de MDP, 99% da matriz energética que alimenta o processo produtivo é composta por energia térmica renovável (queima de biomassa; o 1% restante corresponde ao uso de gás necessário para manter as ‘chamas-piloto’ de alguns equipamentos). Além das cascas dos troncos das árvores usadas como matéria-prima para a fabricação 56 | MÓBILE FORNECEDORES | SETEMBRO 2011 Divulgação Masisa Na linha de produção da paineleira Masisa Brasil, a meta é de reduzir em torno de 30% o consumo de energia elétrica em 2011 Empresas fornecedoras de tecnologia e materiais voltados à produção moveleira investem em soluções que promovem a energia limpa e o uso racional de recursos, de modo a obter ganhos tanto na preservação do ambiente quanto em competitividade no mercado Por Tatiane Salvatico dos painéis, a empresa também reaproveita nesta unidade serragem, cavacos e pó de madeira, que transforma em energia. A Masisa adquire ainda das serrarias da região aquilo que descartariam como ‘subprodutos da madeira’, e que antes geravam ‘passivo ambiental’, para utilizar em seu processo produtivo. Além disso, a empresa busca reduzir seu consumo de energia elétrica, por meio de investimentos em automação e racionalização do uso de equipamentos. Os ganhos, conforme a Masisa, podem girar em torno de 30% em termos de consumo de energia elétrica ao longo do ano de 2011. Na unidade brasileira de produção de MDF, situada em Ponta Grossa (PR), a empresa já obteve ganhos reais na utilização de energia elétrica, de 6,35% em 2010. Conforme a Masisa, o ganho ocorreu, principalmente, por conta da atuação de um grupo de trabalho focado em melhorias formado pelos próprios funcionários da empresa. Além disso, nesta unidade, conforme Conforme Werner Kessler, gestor ambiental da Schattdecor Brasil, além de investir em reaproveitamento de recursos na geração de energia, a empresa adota insumos base água, com menores impactos ambientais e na saúde do trabalhador e do consumidor a Masisa, índice próximo de 50% da energia utilizada no processo produtivo deriva de biomassa. Reaproveitamento O processo industrial da fornecedora de laminados decorativos Schattdecor Brasil, com fábrica em São José dos Pinhais (PR), também se apresenta como exemplo em termos de reaproveitamento de recursos na geração de energia. Segundo o responsável pela gestão ambiental da empresa, Werner Kessler, o ar quente gerado durante a queima do gás natural no processo produtivo circula novamente no sistema e pré-aquece o ar que está entrando no sistema. Com isso, é possível utilizar uma quantidade menor de gás natural no processo como um todo. “Conseguimos, com regulagem periódica dos queimadores, lançar o mínimo de poluentes na atmosfera, pois a qualidade da queima do gás tende a ser perfeita”, observa Kessler. Ele explica que, entre as alternativas de destinação de resíduos da Schattdecor, está o de podas de árvores e material do jardim que agricultores podem reaproveitar em processos de compostagem, para geração de fertilizante. Mas, conforme Kessler, o grande volume de resíduos de produção é encaminhado para reciclagem ou reaproveitamento. Além disso, o executivo salienta que no processo industrial da Schattdecor existe a preocupação de utilizar tintas e vernizes base água. “Estas matérias-primas são menos agressivas à saúde dos trabalhadores, melhorando seu ambiente de trabalho e eliminando a necessidade de uso de máscaras para proteção contra vapores emitidos por produtos à base de solvente”, aponta.