COMUNICAÇÃO ORAL A ORIENTAÇÃO ACADÊMICA NOS ARTIGOS EM AUTORIA MÚLTIPLA DE PERIÓDICOS CIENTÍFICOS DAS ÁREAS DE INFORMAÇÃO Jayme Leiro Vilan Filho, Gabriela Bentes de Mello, Suzana Pinheiro Machado Mueller Resumo: Estuda a relação entre orientações acadêmicas e os artigos científicos escritos em autoria múltipla publicados entre 2005 e 2009 em periódicos científicos brasileiros das áreas de informação (Arquivologia, Biblioteconomia, Ciência da Informação, Documentação e Museologia). Objetiva estudar a influência de cada tipo de orientação acadêmica na publicação de artigos em autoria múltipla, por meio da mensuração da proporção de orientações por grau acadêmico e por área do conhecimento usando duas unidades de análise: orientações acadêmicas e artigos. Para alcançar o objetivo pretendido utilizou-se como fonte principal de dados uma base de referências bibliográficas (ABCDM) com artigos de periódicos científicos brasileiros. A partir do conjunto de 638 artigos publicados em autoria múltipla entre 2005 e 2009, foi selecionada sistematicamente uma amostra de 100 artigos, associados a 109 orientações, cuja coleta de dados incluiu duas variáveis: Grau de Orientação (Graduação, Especialização, Mestrado e Doutorado) e Área do Conhecimento (todas as áreas de informação e outras áreas como Educação e Comunicação). Foram obtidas tabelas, elaboradas no MS-Excel, para análises bibliométricas que evidenciaram os seguintes resultados: (1) O Mestrado é o grande responsável pelas orientações (mais de 40%) seguido da Graduação (cerca de 30%), incluindo TCC (cerca de 20%) e trabalhos de iniciação científica (cerca de 10%), e do Doutorado (cerca de 20%); (2) Outros tipos de orientação, como Especialização e Extensão, pouco influenciam na produção de artigos; (3) A proporção de cursos de outras áreas do conhecimento é de 21%, metade dos quais de Mestrado; (4) Dentro das áreas de informação os índices se concentram em trabalhos de Ciência da Informação (quase 2/3), especialmente Mestrado e Doutorado, e Biblioteconomia (1/3), principalmente Graduação. Os resultados obtidos confirmam resultados de pesquisas anteriores e descrevem a proporção de orientações de forma mais detalhada. Palavras-chave: Orientação Acadêmica. Artigos Científicos. Autoria Múltipla. Periódicos Científicos. Áreas de Informação. Brasil. 1 INTRODUÇÃO O presente estudo aborda questões relacionadas à influência das orientações acadêmicas, relações orientador-orientando, na produção de artigos de periódicos científicos das áreas de GT72326 informação publicados no Brasil entre 2005 e 2009. O trabalho foi motivado por resultados obtidos em estudo anterior de Vilan Filho e Mueller (2011) que examinou a literatura periódica da área de informação em três períodos, entre os quais 2005 e 2006. A intenção agora foi a de ampliar o levantamento para o período 2005-2009, para compreender melhor o processo de colaboração entre autores na comunicação científica. Especificamente, o presente trabalho se propõe a responder a seguinte questão: Que tipos de relação orientador-orientando ocorreram e em que proporção, nas autorias de artigos publicados na literatura periódica nacional das áreas de informação no Brasil entre 2005 e 2009? Artigos assinados em conjunto por orientador e orientando são fenômenos relativamente recentes nas áreas sociais e ainda objeto de algumas controvérsias. Esse estudo se justifica por contribuir para o melhor entendimento do assunto com dados de ocorrência. Justifica-se também dentro do esforço mais amplo feito pelos autores para entender o fenômeno da autoria múltipla nas áreas de informação no Brasil. A escolha do período 2005-2009 deve-se, no seu limite inferior (2005), ao fato do presente estudo considerar como ponto de partida o artigo de Vilan Filho e Mueller (2011), cujo último intervalo de estudo foi o biênio 2005/2006. Já o limite superior (2009), foi estabelecido em decorrência do grau de atualização da base de dados usada como fonte (ABCDM), pois boa parte dos artigos de 2010 e a maioria dos artigos de 2011, não haviam sido publicadas no início do estudo (janeiro de 2011). Este trabalho está organizado da seguinte maneira: após esta introdução segue-se uma seção sobre o contexto das orientações acadêmicas, após o que são descritos os procedimentos metodológicos, apresentação dos dados, e conclusões. 2. SOBRE ORIENTAÇÕES ACADÊMICAS E A PRODUÇÃO DE ARTIGOS NAS ÁREAS DE INFORMAÇÃO NO BRASIL A palavra orientador vem do grego, que significa aconselhar, e da raiz indoeuropeia que significa pensar. Portanto, orientador teria o significado de “aconselhar o pensamento” (FERREIRA; FURTADO; SILVEIRA, 2009, p. 170). Lopes e Romancini (2006) consideram que “o orientador é coresponsável pela investigação que será feita.” (LOPES; ROMANCINI, 2006, p. 139) e a elaboração dos trabalhos finais corresponde a uma etapa do treinamento do estudante sob a supervisão de um investigador mais experiente (o orientador) vinculado à instituição que ministra o curso (LOPES; ROMANCINI, 2006, p. 139). Os tipos de trabalhos que devem ser “aconselhados” pelo orientador são enumerados na ABNT NBR 14724/11: trabalho de conclusão de curso de graduação, trabalho de graduação interdisciplinar, trabalho de conclusão de curso de especialização e/ou aperfeiçoamento, dissertação e tese (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011, p. 6-8). GT72327 As orientações ocorrem como parte de cursos formais ou informais. A seguir serão descritos os cursos nas áreas de informação onde tais orientações são realizadas. No caso dos cursos em nível de graduação, Mueller, em publicação datada de 1988 (p.1) enumerou 30 cursos em Biblioteconomia reconhecidos pelo Conselho Federal de Educação (CFE). Do final da década de 1980 até o início da década de 2010, o número de cursos de Biblioteconomia aumentou para 381 Quanto aos demais cursos de graduação nas áreas de informação, os dados atuais são de 15 cursos de Arquivologia2 e 14 de Museologia3, ou seja, menos da metade dos cursos de graduação em Biblioteconomia. Além desses, a WIKIPEDIA4 e o GUIA DO ESTUDANTE5 registram dois cursos em Ciência da Informação6 e um em Gestão da Informação7, denominações relativamente novas na área para cursos de graduação. Ainda em relação aos cursos de graduação nas áreas de informação, é importante ressaltar que enquanto alguns cursos estabelecem como requisito para formatura a elaboração de um trabalho de conclusão de curso (TCC), outros oferecem essa possibilidade apenas como opcional e outros ainda sequer a oferecem. Além do TCC, alunos de graduação de todas as áreas têm ainda a possibilidade da chamada iniciação científica, atividade de iniciação à pesquisa, orientada por um professor pesquisador, muitas vezes contemplada com um bolsa. A iniciação científica pode ser definida como: 1 Os cursos de graduação em Biblioteconomia pertencem às seguintes instituições: Univ. Fed. de Alagoas (UFAL); Univ. Fed. do Amazonas (UFAM); Univ. Fed. da Bahia (UFBA); Univ. Fed. do Ceará (UFC) Univ. Fed. do Ceará (UFC) - Cariri; Univ. de Brasília (UnB); Univ. Fed. do Espírito Santo (UFES) ; Univ. Fed. de Goiás (UFG); Univ. Fed. do Maranhão (UFMA); Univ. Fed. de Mato Grosso (UFMT); Instituto Superior da Funlec (IESF); Univ. Fed. de Minas Gerais (UFMG); Centro Universitário de Formiga (UNIFOR-MG); Univ. Presidente Antônio Carlos (UNIPAC) Univ. Vale do Rio Verde de Três Corações (UNINCOR);. Univ. Fed. do Pará (UFPA); Univ. Fed. da Paraíba (UFPB); Univ. Est. de Londrina (UEL); Univ. Fed. de Pernambuco (UFPE); Univ. Est. do Piauí (UESPI); Univ. Fed. do Est. do Rio de Janeiro (UNIRIO); Univ. Santa Úrsula (USU); Univ. Fed. do Rio de Janeiro (UFRJ); Univ. Fed. Fluminense (UFF); Univ. Fed. do Rio Grande do Norte (UFRN); Fund. Univ. Fed. do Rio Grande (FURG) ; Univ. Fed. do Rio Grande do Sul (UFRGS) ; Univ. do Est . de Santa Catarina (UDESC); Univ. Fed. de Santa Catarina (UFSC); Fund. Esc. de Sociologia e Política de São Paulo (FESP); Univ. de São Paulo (USP); Centro Universitário Assunção (UNIFAI); Fac. Int. Teresa D’Ávila (FATEA); Fac. Int. Coração de Jesus (Fainc); Pont. Univ. Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS); Univ. Est. Paulista (UNESP); Univ. Fed. de São Carlos (UFSCar) e Univ. Fed. de Sergipe (UFS). 2 Os cursos de graduação em Arquivologia pertencem às seguintes instituições: Univ. Fed. de Santa Maria (UFSM); Univ. Fed. do Rio Grande do Sul (UFRGS); Univ. Fed. do Rio Grande (FURG); Univ. Fed. de Santa Catarina (UFSC); Univ. Est. de Londrina (UEL); Unesp (Marília); Univ. Fed. Fluminense (UFF); Univ. Fed. do Est . do Rio de Janeiro (UNIRIO); Univ. Fed. do Espírito Santo (UFES); Univ. Fed. de Minas Gerais (UFMG); Univ. de Brasília (UnB); Univ. Fed. da Bahia (UFBA); Univ. Est. da Paraíba (UEPB); Univ. Fed. da Paraíba (UFPB) e Univ. Fed. do Amazonas (UFMA). 3 Os cursos de graduação em Museologia pertencem às seguintes instituições: Univ. Fed. da Bahia (UFBA); Univ. de Brasília (UnB); Univ. Fed. de Pelotas (UFPel); Univ. Fed. de Goiás (UFG); Univ. Fed. do Pará (UFPA); Univ. Fed. de Pernambuco (UFPE); Univ. Fed. de Sergipe (UFS); Univ. Fed. de Santa Catarina (UFSC); Univ. Fed. de Minas Gerais (UFMG); Univ. Fed. de Ouro Preto (UFOP); Univ. Fed. do Recôncavo da Bahia (UFRB); Centro Universitário Barriga Verde (UNIBAVE); Univ. Fed. do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Univ. Fed. do Est . do Rio de Janeiro (UNIRIO). 4 Acessado em 09/08/2011 em: http://pt.wikipedia.org. 5 Acessado em 10/08/2011 em: http://guiadoestudante.abril.com.br. 6 Os cursos de graduação em Ciência da Informação pertencem às seguintes instituições: Univ. de São Paulo (USP) – Ribeirão Preto (FFCLRP) e Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS). 7 O curso de Gestão da Informação é da Univ. Fed. do Paraná (UFPR). GT72328 [...] um instrumento que permite introduzir os estudantes de graduação, potencialmente mais promissores, na pesquisa cientifica. É a possibilidade de colocar o aluno desde cedo em contato direto com a atividade científica e engajá-lo na pesquisa (INSTITUTO DE QUÍMICA DA USP). Quanto aos cursos em nível de pós-graduação nas áreas de informação, há os cursos formais, dito stricto sensu, que são os cursos de mestrado e doutorado, e os informais, ou lato sensu. Em geral, tais cursos, formais ou informais são oferecidos por programas estabelecidos sediados em universidades, ligados a faculdades ou departamentos de Ciência da Informação, que também oferecem cursos de graduação nas áreas de Biblioteconomia, Arquivologia e, mais recentemente Museologia (BUFREM, 2006). Os cursos de pós-graduação lato sensu (especialização) no Brasil foram objeto de estudo de Pinheiro (2007) que destaca o Curso de Pesquisa Bibliográfica, implantado em 1955, pelo então IBBD, hoje IBICT. A autora afirma ainda que os cursos de especialização, no Brasil, apesar de numerosas iniciativas, como na Universidade Federal do Paraná e na Universidade Federal da Paraíba, entre outros, caracterizaram-se pela descontinuidade. Deve-se considerar também em relação a estes cursos a grande variação de denominações, muitas relacionadas diretamente com as áreas de informação como Gestão em Arquivos (UFSM), Gestão Eletrônica de Documentos (UNISUAM), Arquitetura e Organização da Informação (UFMG) e Gestão de Arquivos e Documentos (PUC Minas), entre outras. Mas há denominações que deixam menos evidentes a relação com as áreas de informação, tais como Gestão Estratégica da Informação (UFMG). O primeiro curso stricto sensu em Ciência da Informação no Brasil foi fundado no início da década de 1970, pelo então IBBD. A partir do final dessa década começaram a surgir cursos de mestrado em biblioteconomia em universidades tais como a UFMG, UnB e PUCCAMP. Os primeiros cursos de doutorado surgiram no início da década de 1990, época em que muitos mestrados em Biblioteconomia mudaram sua designação para Ciência da Informação. Mais recentemente, Vilan Filho (2010) observou que os cursos de mestrado e doutorado no Brasil nas áreas de Informação apresentaram crescimento regular a partir de 1988, passando de 8 cursos em 1987 para 178 em 2010 (VILAN FILHO, 2010, p. 146-147), podendo chegar a 19 se os cursos de mestrado e doutorado em Memória Social da UNIRIO forem incluídos. Em relação à participação de alunos dos cursos das áreas de informação em revistas científicas, Bufrem (2006, p.208-209) apontou o incremento da participação de alunos de pós-graduação a partir dos anos 1990 nas revistas científicas de Ciência da Informação, associando-o a dois fenômenos: (1) “um reflexo das adaptações aos parâmetros de avaliação das instituições financeiras [de financiamento ou apoio]”, (2) a “uma certa tendência a se transformar a cultura acadêmica a partir do incentivo que vem sendo dado a essa participação. Esse incentivo reflete-se especialmente em trabalhos de parceria entre orientador e orientando”. E acrescenta que essa tendência fortalece a academia como “locus 8 Mestrado e Doutorado nas instituições: IBICT, USP, UFMG, UNB, UFRGS e UNESP. Mestrado nas instituições: PUCCAMP, UFPB, UFBA, UFSC, UNIRIO (Museologia e Patrimônio). GT72329 privilegiado de formação e aperfeiçoamento profissional”. A participação dos alunos de pós-graduação nas revistas da área também foi detectada em um amplo estudo sobre a evolução da colaboração nas áreas de informação no Brasil (Arquivologia, Biblioteconomia, Ciência da Informação, Documentação e Museologia), realizado por Vilan Filho (2010). O objetivo do autor foi identificar fatores presentes no processo de colaboração entre autores de artigos de periódicos científicos das áreas de informação publicados entre 1972 e 2007. Além dos artigos de periódicos, tal estudo incluiu também dados da produção de teses e dissertações das mesmas áreas produzidas no mesmo período. Entre os resultados obtidos, foi identificada semelhança entre a curva de crescimento da produção de teses e dissertações e a de artigos científicos escritos em autoria múltipla, o que provocou a suspeita de uma possível relação orientador-orientando nas autorias. O estudo observou aumento substancial no número de artigos em autoria múltipla relacionados com orientações. Em estudo posterior, Vilan Filho e Mueller (2011) investigaram mais a fundo a questão concluindo que 31% dos artigos tinham relação com as teses e dissertações defendidas nos cursos de CI no período 2005/06 e 21% eram artigos provenientes de orientações de natureza desconhecida. Este último fato motiva o presente estudo que agora tenta identificar que tipos de orientação estão associados aos 21% de artigos provenientes de orientações não identificadas. Importante frisar que estes 21% representam cerca de 40% dos artigos relacionados com orientações9. Outro ponto interessante a ser considerado são os aspectos negativos na forma de participação dos alunos nas publicações científicas levantadas por Targino (2010), quando afirma que a co-autoria na publicação de artigos relacionados a orientações é um fenômeno questionável devido à pressão exacerbada para que se publique muito, fato resultante da valorização da informação como fonte de poder. Dessa forma, segundo a autora, a investigação científica prima pela produção meramente quantitativa de artigos e papers cuja intenção primordial é assegurar ascensão profissional, conceitos mais elevados para os programas de pós-graduação e concessão de benefícios. Finalmente, independentemente dos motivos que cercam os artigos de co-autoria entre orientador e orientando, é através dessa produção científica que o conhecimento produzido no interior das universidades e institutos de pesquisa é disseminado e compartilhado, levando até as comunidades acadêmica e externa, informações e alternativas para a solução de seus problemas e para o desenvolvimento integrado e sustentável. (SANTOS-ROCHA; HAYASHI, 2009, p. 1). 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Utilizou-se o método de levantamento (survey) em conjunto com a bibliometria a fim de analisar as relações entre artigos escritos em colaboração e os diversos tipos de orientações acadêmicas entre os autores de cada artigo. É importante salientar que foram usadas neste trabalho duas unidades 9 Os 21% de artigos com orientações desconhecidas são equivalentes a 40% do total de 52% de artigos relacionados com orientações identificados em Vilan Filho e Mueller (2011): 21 / 52 = 0,40. GT72330 de análise: (1) orientação acadêmica entre autores (ou relação orientador-orientando entre autores) e (2) artigo científico. As informações relativas à unidade de análise ‘orientação acadêmica entre autores’ foram obtidas de Mello (2011), enquanto as informações da unidade de análise ‘artigo’ são complementares e usam o mesmo conjunto de dados. O universo do estudo são os 638 artigos de autoria múltipla publicados nos periódicos científicos brasileiros das áreas de informação10 com data de referência entre 2005 e 2009, cujos registros foram obtidos na base ABCDM. Tais registros foram isolados em ordem cronológica de ano de publicação e numerados de 1 a 638 em uma base de dados de trabalho. Dentro de cada ano de publicação os registros estão dispostos na ordem em que entraram na base de dados, independentemente do periódico, volume ou fascículo em que foram publicados, não havendo qualquer regularidade quanto a nenhum critério específico. Em seguida foram selecionados sistematicamente 100 registros (artigos) com orientações. A seleção iniciou-se com uma análise dos registros múltiplos de 6 (intervalo de amostragem) em ordem inversa – 636, 630, 624... 12, 6. Caso o registro escolhido não tivesse indícios de relação de orientação entre autores, foi analisado o registro anterior – 635, 629, 623... – e assim sucessivamente até a obtenção de 100 registros com relações de orientação. Para cada registro selecionado foram adotados os seguintes critérios para confirmação das relações de orientação: • A indicação de um dos autores, em nota geral ou específica da catalogação, como sendo graduando, mestrando, doutorando, acadêmico, entre outros; e/ou de outro autor como sendo professor, orientador, coordenador, ou outra forma que caracterize uma possível relação de orientação. Na ausência destas informações, a confirmação deu-se por meio da análise do resumo e das notas do artigo, ou ainda buscando-se informações sobre relações entre o artigo em questão e algum trabalho acadêmico produzido por algum dos autores, ou finalmente consultando a Plataforma Lattes (CNPq); • Relação temporal entre o trabalho e o artigo, em geral, os artigos relacionados com orientação são publicados em até quatro anos após a produção do trabalho acadêmico; • Relação entre título e resumo do artigo com o título e o resumo do trabalho acadêmico procurando observar correspondência temática total ou parcial entre eles; • No caso de dúvida de existência de relações de orientação entre autores e quando foi 10 Os periódicos incluídos no estudo são: (1) Acervo: Revista do Arquivo Nacional; (2) Arquivística.net; (3) Arquivo & Administração; (4) Biblos: Revista do Departamento de Biblioteconomia e História; (5) Cadernos de Biblioteconomia; (6) Ciência da Informação; (7) Ciências em Museus; (8) DataGramaZero; (9) Em Questão; (10) Revista da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS; (11) Encontros Bibli; (12) Estudos Históricos; (13) Informação & Informação; (14) Informação & Sociedade: estudos; (15) Informare: Cadernos do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação (UFRJ/IBICT); (16) Perspectivas em Ciência da Informação; (17) Ponto de Acesso: Revista do Instituto de Ciência da Informação da UFBA; (18) Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina; (19) Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação; (20) Revista Brasileira de Museus e Museologia (MUSAS); (21) Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG; (22) Revista de Biblioteconomia & Comunicação; (23) Revista de Biblioteconomia de Brasília; (24) Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação; (25) Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional; (26) Revista Eletrônica Jovem Museologia; (27) Revista Museu; (28) Transinformação. GT72331 identificado e obtido o trabalho acadêmico (TCC, dissertação, tese etc) relacionando os coautores, foi investigada a existência de trechos do trabalho acadêmico no artigo por meio da função de busca textual. Este critério foi usado especialmente quando os títulos do artigo e do trabalho final (TCC, dissertação e tese) eram diferentes. Ente os 100 registros selecionados, 91 apresentam autorias com uma única relação de orientação e os 9 (nove) restantes apresentam autorias com duas relações de orientação cada um, num total de 109 relações de orientação entre autores. As variáveis usadas neste estudo foram (RICHARDSON, 2009 e BABBIE, 1999): 1. Área de orientação - variável nominal relacionada com as unidades de análise relação de orientação entre autores e artigo, cujos valores possíveis são: Arquivologia, Biblioteconomia, Ciência da Informação, Documentação, Museologia e Outras Áreas, cujos valores são atribuídos de acordo com a área do curso do orientando. Eventualmente, os valores de Arquivologia, Biblioteconomia, Ciência da Informação, Documentação e Museologia serão agrupados em ‘Áreas de Informação’, ficando as demais áreas em ‘Outras Áreas’; 2. Grau de orientação – variável nominal relacionada com a unidade de análise relação de orientação entre autores e artigo. Os valores possíveis são: Doutorado, Mestrado, Especialização, Graduação e Outros. Tais valores foram obtidos a partir do grau acadêmico do curso do orientando. Eventualmente, os valores de Graduação podem ser exibidos em duas subcategorias: Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), incluindo monografias, e Iniciação Científica (IC). Importante frisar que a atribuição dos valores das duas variáveis é feita exclusivamente pelo nome do curso do orientando, sem qualquer relação com formação ou afiliação do orientador, ou com o tema do trabalho orientado. Finalmente, os percentuais obtidos têm margens de erro ≤ 5% conforme Babbie (1999, p. 128). 4 APRESENTAÇÃO DOS DADOS Serão apresentados a seguir os dados obtidos com a unidade de análise orientação, ou seja, os dados das 109 relações de orientação (ou relações orientador-orientando) observadas nas autorias da amostra. Os dados serão mostrados na forma de percentuais sempre que o número de casos for maior ou igual a 100 (n ≥ 100). GT72332 Tabela 1 – Relações orientador-orientando presentes nas autorias de artigos por grau e área do curso do orientando GRAU\ÁREA Áreas Info. Nro. % Doutorado 17 16% Mestrado 34 Graduação (TCC) Outras Áreas S Nro. % 3,5% 7 6% 31% 4,4% 12 24 22% 4,0% Graduação (IC) 9 8% Outros 2 2% TOTAL S Nro. % S 2,3% 24 22% 4,0% 11% 3,0% 46 42% 4,7% 1 1% 1,0% 25 23% 4,0% 2,6% 1 1% 1,0% 10 9% 2,7% 1,3% 2 2% 1,3% 4 4% 1,9% TOTAL 86 79% 3,9% 23 21% 3,9% 109 100% Obs: Dados em ordem decrescente do grau acadêmico; TCC = trabalhos ou monografias de conclusão de curso; IC = projetos de iniciação científica; S = margem de erro; n = 109. Fonte: Autor. Considerando o tipo de área do conhecimento, a Tabela 1 nos permite observar que quase 80% das relações de orientação referem-se a cursos de áreas de informação (79%), principalmente Biblioteconomia e Ciência da Informação, enquanto pouco mais de 20% das orientações estão associadas a cursos de outras áreas (21%), com destaque para Engenharias (sendo a maior parte de Engenharia de Produção), Educação (incluindo Educação Ambiental) e Comunicação (incluindo Publicidade e Propaganda). Houve também relações de orientação das áreas de Saúde, Letras, Administração, Contabilidade, Computação, Química e Política de C&T. Isto significa que a cada cinco relações de orientação presentes nos artigos científicos escritos em autoria múltipla examinados nesta amostra, uma não se refere aos cursos das áreas de informação. Considerando o grau acadêmico das atividades associadas com as relações de orientação, constatamos que pouco mais de 40% das orientações estão associadas a cursos de Mestrado enquanto o Doutorado fica com pouco mais de 20%. As atividades de Graduação (TCC e IC) são responsáveis por quase 1/3 das orientações (32%) dos quais as atividades de iniciação científica (IC) representam quase 10% das orientações - cerca de um em cada dez orientações - enquanto os trabalhos de conclusão de curso correspondem a 23%, ou cerca de um em cada cinco orientações. Quanto aos temas, as orientações relacionadas com a graduação (TCC e IC) são concentradas em cursos das áreas de informação. Mestrados de Áreas de Informação têm percentual de 31% contra 11% de Mestrados de Outras Áreas, proporção que chama a atenção. Doutorados de Áreas de Informação têm 16% contra 6% de Doutorados de Outras Áreas. Quanto aos “Outros” cursos foram encontradas apenas algumas ocorrências de cursos de Especialização e projetos de Extensão. GT72333 Tabela 2 – Relações orientador-orientando entre autores por grau acadêmico do curso do orientando (áreas de informação) Arquivologia GRAU\ÁREA Biblioteconomia Nro. Nro./ Tot. Nro. Doutorado 0 0,00 0 0,00 Mestrado 0 0,00 0 Graduação (TCC) 1 0,01 Graduação (IC) 1 Outros 0 Ciência da Info. TOTAL Nro./ Tot. Nro. Nro./ Tot. 17 0,20 17 0,20 0,00 34 0,40 34 0,40 20 0,23 3 0,03 24 0,28 0,01 7 0,08 1 0,01 9 0,10 0,00 1 0,01 1 0,01 2 0,02 Nro./Tot. Nro. TOTAL 2 0,02 28 0,33 56 0,65 86 1,00 Obs: dados em ordem decrescente do grau acadêmico; não foram observados valores para orientações das áreas de Documentação e Museologia; TCC = trabalhos ou monografias de conclusão de curso; IC = projetos de iniciação científica; Nro./Tot. = Nro.Orientações/Total Orientações das Áreas de Informação; n = 86. Fonte: Autor. A Tabela 2 apresenta os valores das 86 relações de orientação entre autores das Áreas de Informação por área do conhecimento, nas quais podemos observar que há uma concentração de relações de orientação das áreas de Ciência da Informação (cerca de 2/3 do total das Áreas de Informação), especialmente na pós-graduação (Mestrado com mais de 1/3 das orientações - ou 0,4 - e Doutorado com 1/5 dos registros - ou 0,2) e Biblioteconomia (quase 1/3 das relações de orientação das Áreas de Informação concentradas na Graduação - TCC e IC). Já a Arquivologia esteve presente apenas em relações de orientação de cursos de Graduação e atividades de Iniciação Científica, com duas relações de orientação, enquanto nos novos cursos de Ciência da Informação (graduação) apresentaram quatro relações de orientação. Considerando apenas os graus acadêmicos podemos observar que a pós-graduação tem pouco menos de 2/3 (0,61 considerando uma relação de orientação de especialização incluída em ‘Outros’) enquanto a Graduação fica com mais de 1/3 das relações de orientação das Áreas de Informação (0,38). Nas duas tabelas observam-se índices mínimos de relações de orientação em cursos de Especialização (de 2% a 4%), especialmente se comparados aos índices observados de relações de orientação de Graduação (de 32% a 38%), incluindo TCC e IC. A seguir serão apresentados os dados obtidos com a unidade de análise artigos, ou seja, os dados dos 100 registros (artigos) da amostra. GT72334 Tabela 3 – Artigos com relações de orientação entre autores por grau acadêmico e por área do conhecimento do curso do orientando Arquivologia Bibliot. Ciência da Info. Doutorado 0 0 16 6 22 Mestrado 0 0 33 11 44 Especialização 0 0 1 2 3 Graduação 2 22 4 2 30 Outros 0 1 0 0 1 GRAU\AREA Outras Áreas TOTAL TOTAL 2 23 54 21 100 Obs: dados em ordem decrescente de grau acadêmico; Graduação inclui dados de TCC e Iniciação Científica (IC); a categoria Outros apresenta apenas um projeto de extensão; n = 100. Fonte: Autor. A Tabela 3 apresenta os dados dos 100 artigos com relações de orientação da amostra e seus valores podem ser interpretados tanto como número de artigos quanto como percentuais. Em relação às áreas do conhecimento, nota-se que pouco mais da metade dos artigos estão relacionados com orientações de cursos de Ciência da Informação (54%), seguidos de artigos com orientações de cursos Biblioteconomia (23%) e de Outras Áreas (21%). Em relação ao grau acadêmico o Mestrado se destaca com 44%, seguido da Graduação com 30% (sendo 21% para TCC e 9% para Iniciação Científica) e Doutorado com 22%. Considerando-se o grau acadêmico e a área do conhecimento, podemos destacar o mestrado em Ciência da Informação (33% dos artigos) seguido da Graduação em Biblioteconomia (22%), do Doutorado em Ciência da Informação (16%) e do Mestrado em Outras Áreas (11%). Por outro lado, os índices de artigos com relações de orientação de cursos de Arquivologia, Documentação e Museologia são reduzidos ou nulos, bem como os de cursos de Especialização. Importante ressaltar que quase 10% dos artigos apresentaram mais de uma relação de orientação entre autores e quase todos relacionados com cursos com mesmo grau e área, com destaque para orientações de Graduação em Biblioteconomia presente em cinco dos nove artigos. Apenas um artigo apresentou relações de orientação de cursos diferentes. 5 CONCLUSÕES 1. No âmbito dos processos de produção científica este estudo aborda aspectos relacionados com a medição da influência das orientações acadêmicas na produção de artigos de periódicos científicos das áreas de informação no Brasil de forma a possibilitar uma maior compreensão do processo de colaboração entre autores na comunicação científica. A partir de estudos anteriores que indicaram influência significativa de relações de orientação acadêmica na autoria colaborativa de artigos científicos, procurou-se mapear e avaliar este fenômeno com maior precisão, uma vez que boa parte das orientações presentes nas autorias dos artigos escritos GT72335 em autoria múltipla era de natureza desconhecida. 2. Após a execução dos procedimentos de pesquisa e da apresentação dos dados, podemos concluir: 1. Não houve grandes diferenças entre os índices obtidos nas duas unidades de análise, artigos (100) e relações de orientação entre autores (109), e tais diferenças, quando ocorreram, foram muito próximas das margens de erro e, portanto, não alteraram o quadro geral das proporções das variáveis estudadas. Quanto aos 9 artigos que apresentaram como autores um ou mais orientadores e mais de um orientando, esses orientandos se caracterizaram em quase todos os casos por estarem cursando o mesmo grau e área, com destaque para alunos de cursos de graduação em Biblioteconomia. Esse tipo de autoria (um ou mais professor orientador e mais de um aluno orientando da graduação de Biblioteconomia) esteve presente em pouco mais da metade dessas autorias (5 artigos); 2. Em relação ao Grau Acadêmico em que ocorreram as orientações que resultaram nas autorias dos artigos estudados, os dados mostraram que as orientações de cursos de Mestrado geraram mais artigos que orientações nos demais níveis (mais de 40% dos artigos da amostra foram assinados por um professor orientador e seu(s) orientando(s) de Mestrado), seguido de artigos assinados por um professor e seu(s) aluno(s) de cursos de Graduação, (cerca de 30% dos artigos). Artigos assinados por um professor orientador e seu orientando de Doutorado geraram 22% dos artigos na amostra estudada; 3. Chama a atenção a proporção de artigos gerados por orientações de trabalho final de curso de graduação (TCC), 20% dos artigos da amostra, proporção semelhante aos artigos gerados por orientações no nível de Doutorado. O curioso é que nem sempre o trabalho de conclusão de curso de graduação envolve pesquisa. Já as orientações também no nível de graduação em trabalhos de programas de Iniciação Científica, que necessariamente envolvem pesquisas, geraram apenas 10% dos artigos da amostra. Uma possibilidade é a de que os trabalhos de iniciação científica tenham sido continuados nos TCC, aumentando o caráter científico destes últimos; 4. Na amostra estudada, 79% dos artigos foram gerados por orientações de cursos de três áreas de informação (Arquivologia, Biblioteconomia e Ciência da Informação), sendo que quase 2/3 do total desses casos ocorreram na última, e que a primeira, Arquivologia, apresenta índices insignificantes. Não foram observadas relações de orientação de cursos das áreas de Documentação ou Museologia. Entretanto esta relativa concentração de orientações de cursos de áreas de informação resulta em que 21% dos artigos, ou um em cada cinco artigos, com relações de orientação entre autores estão relacionados com orientações de cursos de outras áreas como Engenharia GT72336 de Produção, Comunicação, Educação, Administração, Contabilidade, entre outras. Esse fato sugere caráter interdisciplinar da área de informação e de seus periódicos; 5. Dos artigos resultantes de orientações que ocorreram fora das áreas de informação, total de 21% da amostra estudada, quase a metade, 11%, são oriundos de orientações de alunos de cursos de Mestrado. Artigos resultantes de orientações de estudantes em nível de Doutorado somam apenas 6% da amostra. Os 4% de artigos restantes nesse grupo se originaram de orientações em nível de graduação. Esses dados apontam os cursos de pós-graduação stricto sensu, especialmente no nível de Mestrado, como responsáveis por artigos de origem interdisciplinar; 6. Os índices de artigos originados de orientações em cursos de Arquivologia, Documentação e Museologia são reduzidos ou nulos, bem como os de cursos Especialização de qualquer área. Os resultados obtidos, resumidos nos seis pontos acima, revelam alguns aspectos interessantes das autorias em colaboração nos artigos integrantes da amostra estudada. A participação das orientações de alunos de graduação de Biblioteconomia na produção desses artigos de autorias múltiplas que envolvem o orientando como autor, chama a atenção. A expectativa era de encontrar número mais significativo de artigos assinados por orientadores e orientandos de cursos de Doutorado e Mestrado, pela natureza desses cursos, voltados para a pesquisa. Mas o fato de encontrarmos tantos artigos produto de TCCs em Biblioteconomia sugere não apenas que a Biblioteconomia, como área produtora de pesquisa, é predominante entre os diversos campos que compõem a área de informação, mas também que a própria área de informação ainda está se consolidando como área de pesquisa. Com relação aos artigos identificados como produto de orientações que envolveram cursos de outras áreas (21% da amostra), os resultados poderiam apontar para a suposta natureza interdisciplinar da área. No entanto, na origem desses artigos destaca-se a presença dos cursos de Engenharia de Produção e Educação, fato que levanta perguntas quanto a sua relação com as áreas da informação. Outro fato que chama atenção em relação a esse grupo de artigos interdisciplinares é a presença do periódico Datagramazero que publicou sete ou um terço dos artigos desse grupo, sugerindo foco de interesse mais amplo que os demais títulos. Por outro lado, artigos oriundos de orientações em cursos em nível de especialização estão quase ausentes da amostra (3% dos artigos), sugerindo que esses cursos privilegiam aspectos de aplicação dirigidos a interesses profissionais. Quanto à comparação dos dados obtidos com os dados de estudo anterior de Vilan e Mueller (2011), ponto de partida deste trabalho, podemos fazer várias afirmações. Primeiramente, considerando o total de artigos oriundos de todos os tipos de orientação considerados na amostra, podemos observar que o índice de artigos oriundos de orientações de teses e dissertações em CI diminuiu de cerca de GT72337 60%, no estudo anterior, para cerca 50% (sendo 16% de Doutorado e 33% de Mestrado) no estudo atual. Quanto aos 40% de artigos oriundos de orientações não identificadas no estudo anterior, e cujo índice obtido no presente estudo foi maior (50%), podemos afirmar que boa parte é proveniente de orientações de graduação das áreas de informação (28%), principalmente Biblioteconomia (22%) e artigos com orientações de Mestrados (11%) e Doutorados (6%) de outras áreas. As diferenças de índices observadas entre os dois estudos podem ser creditadas às diferenças na amostra (tamanho e data de publicação) e eventuais diferenças na aplicação dos critérios de categorização das orientações. Assim, ainda existem muitas questões a serem respondidas a respeito das orientações relacionadas com artigos de periódicos escritos em autoria múltipla. Qual é a tendência do número de orientações entre autores de artigos escritos em autoria múltipla, crescimento ou queda? Qual a proporção de orientações de cada uma das outras áreas na produção de artigos em colaboração? Qual a proporção de temas ligados às áreas de informação nas orientações de outras áreas? Qual a proporção de orientadores das áreas de informação nas orientações de cursos outras áreas? Qual a proporção de orientadores outras áreas nas orientações de cursos de áreas de informação? Perguntas como essas só poderão ser respondidas com dados mais completos sobre o assunto e uma investigação mais detalhada das relações entre orientações acadêmicas e os artigos científicos. Abstract: It studies the relationship between academic advising and scientific articles written in multiple authorship and published between 2005 and 2009 in Brazilian scientific journals in the areas of information (Archival Science, Librarianship, Information Science, Documentation and Museology). Aims at studying the influence of each type of academic advising in multiple authorship using two units of analyses: academic advising and articles. As main source for information on articles data base of bibliographical references on Brazilian scientific journals (ABCDM) was used. From a set of 638 articles, published with multiple authorship between 2005 and 2009, a sample of 100 articles was randomly selected, in which occurred 109 authorships with student/adviser relationship. Two variables were studied: level of advising (undergraduate, specialization, master and doctorate) and field of knowledge (all areas of information and other areas such as education and communication). Tables were constructed in MS-Excel for bibliometric analysis that showed the following results: (1) supervising at the master level is the main responsible for production of the articles examined (more than 40%) followed by supervising at undergraduate level (about 30%), including conclusion works (about 20%) and initiation to science (about 10%), and supervising at the doctorate level (about 20%); (2) other types of supevising, such as specialization courses and extension activities, have little influence in the production of articles; (3) the proportion of courses in other areas of knowledge is 21%, what shows the degree of interdisciplinarity in journals of the areas of information; (4) within the areas of information, indexes are focused in information science (almost 2/3), especially masters and doctorate, and library science (1/3), mainly undergraduate. The results confirm previous research results and describe the proportion of academic advising in more details. Keywords: Academic Advising; Scientific Papers; Multiple Authoring; Scientific Periodicals; Information Studies, Brazil. GT72338 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2011. BABBIE, Earl. Métodos de pesquisa de survey. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999. 519 p. BUFREM, Leilah Santiago. Revistas científicas: saberes no campo da Ciência da Informação. In: POBLACION, Dinah Aguiar; WITTER, Geraldina Porto; SILVA, José Fernando Modesto da (Orgs.). Comunicação e produção científica: contexto, indicadores e avaliação. São Paulo: Angellara, 2006. cap. 7, p. 191-214. FERREIRA, Lydia Masako; FURTADO, Fabianne; SILVEIRA, Tiago Santos. Relação orientadororientando: o conhecimento multiplicador. Acta Cirúrgica Brasileira. São Paulo, v. 24, n. 3, p. 170172, 2009. INSTITUTO DE QUÍMICA DA USP. Bolsas de iniciação científica. 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