LETRAMENTO DE INGLÊS COMO PRÁTICA
SOCIOCULTURAL
Edvaldo Neneu da Silva1
[email protected]
RESUMO
Este artigo trata-se de uma experiência de ensino/aprendizagem de inglês em uma
escola pública estadual de alagoas, que visa ensinar e aprender numa perspectiva de
letramento de inglês como prática sociocultural, trabalhando as dimensões de cidadania,
usando e valorizando práticas sociais. A experiência aqui vivenciada, com o ensino de
inglês foi ler o livro The Picture of Dorian Gray (O retrato de Dorian Gray) de Oscar
Wilde, clássico da literatura inglesa, destacando a [re]leitura da obra do autor,
comparando pontos de discussão com outras fontes de conhecimentos semelhantes, a
partir do livro de Oscar Wilde, The Picture of Dorrian Gray, o filme Crepúsculo de
Stephenie Meyer, biografia de Michael Jackson e da própria vivência dos alunos. A
avaliação da aprendizagem se fez durante todo processo de execução do projeto,
considerando os aspectos observação, participação, interação, produção textual,
expressividade oral e corporal.
PALAVRAS-CHAVE: ensino – aprendizagem – cultura – avaliação – juventude
1. INTRODUÇÃO
Ensinar um novo idioma no Brasil, como segunda língua, é ainda um grande
desafio para todos nós, professores, que nos deparamos dia-a-dia com alunos
1
Possui Licenciatura em Letra (Português/Inglês e suas respectivas literaturas) pela Universidade
Federal de Alagoas (2002) e Especialização em Ensino da Língua Portuguesa e Literatura Brasileira pelo
Centro de Estudos Superiores de Maceió – CESMAC (2005). É professor de língua inglesa de rede pública
de ensino de Alagoas, com ênfase em Literatura e Cultura de Língua Inglesa, e Linguistica Aplicada
(ensino do Português e Inglês) e atua como Assessor Técnico Pedagógico no Conselho Estadual de
Educação de Alagoas na Câmara de Educação Profissional.
2
desestimulados e não interessados em aprender por uma didática enfadonha de
professores que fazem do “pó e giz” seus únicos recursos de trabalho. Mas um grande
desafio ainda está em nós, professores, que mesmo com poucos recursos tecnológicos, e
na ausência de materiais didáticos, conseguimos despertar o estímulo dos alunos para o
aprendizado de línguas estrangeiras, na construção de valores sociais, através de
trabalhos em grupos e trabalhos individuais, formando e construindo conhecimentos,
mas respeitando e valorizando os laços culturais existentes. Afirmações de Souza; Mor
(2008) reforçam esses ideais na prática do ensino e aprendizagem:
Todos sabemos da necessidade de reflexões, de atualizações a respeito
dos pensamentos sociais, educacionais e culturais na área do ensino. Mas
também sabemos o quanto é difícil mudar atitudes em nós mesmos, como
pessoas, e nas instituições que construímos ou ajudamos a preservar.
Muitos de nós projetamos uma escola melhor, um ensino mais
satisfatório, uma educação mais condizente.
Nesse
sentido,
este
artigo
objetiva
mostrar
uma
experiência
de
ensino/aprendizagem de inglês em uma escola pública de Alagoas, visando o letramento
de inglês como prática sociocultural, quando as relações interpessoais se fazem
necessários por se tratar de ensinar e aprender um novo idioma. Aprender visando
estreitar laços culturais semelhantes ou não, mas respeitando e valorizando sempre os
nossos. Dessa forma, a educação fará sentido para uma geração de educandos que
perderam o sentido de como lidar com os valores humanos. Mas como lidar com isso
quando se trata de ser um educador que deve promover a cidadania dessa geração que
vive em conflitos de identidades? Resgatar os sonhos perdidos, por anos de estudos
quando pouco ou nada aprendido na disciplina de línguas estrangeira durante toda
vivencia na escola é, portanto, um dos focos do nosso trabalho.
Sendo assim, reconhecendo a fragilidade de conhecimento de muitos professores
diante da educação de educandos que aprendem com a vida com as tecnologias é
necessário concordar com Mendes (2009) em que o esforço do professor para lidar com
esse meio se faz justamente necessário:
O educador deve buscar novos horizontes, conhecer melhor as teorias que
fundamentam a educação integral, ler os clássicos dessa linha, desde
Steiner até Gardner, assistir a sessões de meditação, de dança, de
dramatização, e aprender a tirar proveito das novas tecnologias para o
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manejo da informação, e ainda, estar aberto a viver essas experiências
quando tiver oportunidades. Alem disso, é importante que seja uma
pessoa de dialogo, cooperativa, paciente, e que tenha claro que o
importante é o desenvolvimento integral de seus alunos.
Assim, quando se fala de educação do novo milênio, primeiro não se deve
limitar as formas de recursos didáticos que facilitem o processo educativo, pois
necessitamos do aparato dos celulares, da internet e dos computadores portáteis, porque
permitem a comunicação instantânea em praticamente qualquer lugar. Antes, a
informação tinha na forma impressa seu meio mais importante de difusão. Hoje, ela se
tornou digital, podendo ser acessada e multiplicada sem limites, por qualquer pessoa,
em qualquer lugar do mundo, a qualquer instante.
Vivemos em uma sociedade na qual a capacidade de obter, trabalhar, disseminar,
agrupar, classificar e, sobretudo, construir conhecimento determina nossa posição e
espaço. É esperado que hoje o educador deva estar pronto para adaptar ao novo. Em que
seja capaz de aprender os novos conhecimentos, refletir sobre eles e solucionar os
problemas que, porventura, surgirem. E reconhecer que quanto maior for essa
capacidade, mais pronto estará o sujeito. Mas há um porém, se ele não conseguir, por si
mesmo, aprender, criticar, encontrar parar os problemas com soluções, ele pode ser
engolido mais rapidamente do que aqueles que estão abertos ao novo.
Veremos a seguir como o ensino de língua estrangeira é orientado na escola a
partir da LDBEN.
2. O PAPEL EDUCACIONAL DO ENSINO DE INGLÊS NA ESCOLA E A
NOÇÃO DE CIDADANIA
Vários questionamentos se fazem quando se trata do ensino de língua estrangeira
nas escolas públicas desse país. O que ensinar e o que vai servir do aprendizado em
línguas, quando sabemos que não se fala inglês como língua oficial no Brasil. Para
muitos educandos a língua estrangeira pouco ou nada servirá para suas relações sociais.
Perguntas feitas e respondidas pelas Orientações Curriculares para Ensino Médio
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(2008) descreve o objetivo do ensino de línguas como letramento sociocultural neste
pais:
 estender o horizonte de comunicação do aprendiz para além de sua
comunidade lingüística restrita própria, ou seja, fazer com que ele entenda
que há uma heterogeneidade no uso de qualquer linguagem,
heterogeneidade esta contextual, social, cultural e histórica. Com isso, é
importante fazer com que o aluno entenda que, em determinados
contextos (formais, informais, oficiais, religiosos, orais, escritos, etc.), em
determinados momentos históricos (no passado longínquo, poucos anos
atrás, no presente), em outras comunidades (em seu próprio bairro, em
sua própria cidade, em seu país, como em outros países), pessoas
pertencentes a grupos diferentes em contextos diferentes comunicam-se
de formas variadas e diferentes;
 fazer com que o aprendiz entenda, com isso, que há diversas maneiras
de organizar, categorizar e expressar a experiência humana e de realizar
interações sociais por meio da linguagem. (Vale lembrar aqui que essas
diferenças de linguagem não são individuais nem aleatórias, e sim sociais
e contextualmente determinadas; que não são fixas e estáveis, e podem
mudar com o passar do tempo.);
 aguçar, assim, o nível de sensibilidade lingüística do aprendiz quanto
às características das Línguas Estrangeiras em relação à sua língua
materna e em relação aos usos variados de uma língua na comunicação
cotidiana;
 desenvolver, com isso, a confiança do aprendiz, por meio de
experiências bem-sucedidas no uso de uma língua estrangeira, enfrentar
os desafios cotidianos e sociais de viver, adaptando-se, conforme
necessário, a usos diversos da linguagem em ambientes diversos (sejam
esses em sua própria comunidade, cidade, estado, país ou fora desses).
Os Temas Transversais fazem parte dos Parâmetros Curriculares Nacionais, cuja
preocupação é propor “[...] uma educação comprometida com a cidadania”, baseados
em princípios que possam orientar a educação escolar, tais como: dignidade da pessoa
humana, igualdade de direitos, participação e co-responsabilidade pela vida social.”
(BRASIL, 1998, p. 21).
Conforme exposto no mesmo documento (BRASIL 1998, p. 25).
A educação para a cidadania requer que questões sociais sejam
apresentadas para a aprendizagem e a reflexão dos alunos, buscando um
tratamento didático, dando-lhes a mesma importância das áreas
convencionais. Com isso, o currículo ganha em flexibilidade e abertura,
uma vez que os temas podem ser priorizados e contextualizados de acordo
com as diferentes realidades locais e regionais e que novos temas possam
ser incluídos”.
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Assim, o ensino de língua estrangeira, numa perspectiva que considera infinitas
possibilidades de realização de aprendizagem, vai além do valor educacional de
aprender a gramática ou para fins comunicativos. É preciso subsidiar o conhecimento
dos educandos para um aprendizado de valores sociocultural, em que algo, ou alguma
coisa se faça valer nesse processo de construção de conhecimento e que eles vivenciem
esse aprendizado na escola, na família e em outros grupos sociais. Com isso, faz-nos
lembrar Ghiraldelli „Júnior (1987, p.8) quando afirma que “pedagogia está ligada ao ato
de condução ao saber (...) tem, até hoje, a preocupação com os meios, com as formas e
maneiras de levar o individuo ao conhecimento”.
Dessa forma, apontar para uma construção de aprendizagem significativa, faznos lembrar dos momentos de leitura, discussão livres e aberta, na qual [re]ler a obra de
Oscar Wilde usando a criatividade, foram reveladas em cada expressão oral dos alunos.
O ato de avaliar em diferentes momentos, de modo processual, fez-nos também
entender que o papel social da escola extrapola os limites de uma concepção conteudista
tradicional e nos projeta para um tempo cuja ficção acontece no tecer hoje, uma
realidade.
Sobre isso, Perrenoud (1999) considera a avaliação formativa como “um dos
componentes de um dispositivo de individualização dos percursos de formação e de
diferenciação das intervenções e dos enquadramentos pedagógicos”.
Isso nos faz transportar para momentos vivenciados nas aulas em que um
esquema expresso na “lousa” resgatava os personagens, as características, os status
sociais, espaço e tempo dos personagens. Na medida em que se questionava sobre todos
os aspectos, os educandos construíam sua [re]reitura da obra lida. Pensar em “aulas”
naqueles dias, traz a sensação de superioridade, pois o tempo parece parar, os alunos
pareciam estrear como atores no seu primeiro dia de fama. Ousar fazer diferente numa
disciplina de língua inglesa foi um desafio, não só para o aluno, mas também para o
professor, pois ali estava um descortinar de horizontes em que era possível enxergar
potencialidades, redimensionado todo percurso até, então, escondido.
Percebe-se que a escola não é lugar em que se aprendem somente conteúdos,
mas um espaço em que as relações com o mundo das coisas e das pessoas se cruzam,
gerando autonomia do sujeito que aprende se vendo como construtores de nova vida
social. Recuperar esse pensamento é reviver mais um momento em sala de aula, quando
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mostrado numa revista de circulação nacional a notícia sobre a morte de Michael
Jackson resgatando sua história, seu estilo de vida, suas pretensões e preocupações
estéticas para uma longa vida. Numa relação comparativa com Dorian Gray,
personagem de Oscar Wilde, na obra em discussão, os educandos foram instigados a
perceber fortes traços entre as características do personagem com as de Michael
Jackson, que viveu em função ideológica de um personagem cujo mundo fora
construído para se próprio como se fosse um conto de fadas. Da mesma forma,
comparando Dorian Gray aos personagens do filme Crepúsculo, obra de Stephanie
Meyer, os alunos foram capazes de perceber características semelhantes em que
aspectos da ficção foram ligados à realidade como mitos, utopia, crenças, valores,
religião, ética e até onde tudo isto faz parte da sua realidade.
Nesse convívio humano, principalmente das amizades, somos “livres” para fazer
escolhas, construímos valores que nem sempre parecem algo certo depositado como
créditos de confiança. Em Crepúsculo a jovem Bela ao se apaixonar pelo atraente
Edward não percebe na intimidade do relacionamento a verdadeira identidade do jovem.
Ao descobrir o vampiro que ele era, ela se deixa vivenciar seu mundo e passa a aceitar e
conviver o mundo do amado. Com isso, confunde o real do imaginário. Refletindo tal
situação em sala de aula, é percebido que nas relações de amizades, principalmente os
adolescentes e jovens, tais semelhanças podem acontecer. O mito do belo, rico, fácil e
do consumo se confundem com o real do cafajeste, trapaceiro, descarte humano, do
viciado e traficante em que muitas vezes deixa de ser percebidos nesses adolescentes
porque falta a percepção, a capacidade de filtrar aspectos daquilo que está em sua volta
e que esses aspectos negativos, se não observados, passam a se integrar naturalmente no
seu convívio social.
Ratifica-se o que está posto nas Orientações Curriculares Nacionais do Ensino
Médio (2008, p.92):
Desenvolver, com isso, a confiança do aprendiz, por meio de experiências
bem-sucedidas no uso de uma língua estrangeira, enfrentar os desafios
cotidianos e sociais de viver, adaptando-se, conforme necessário, a uso
diversos da linguagem em ambientes diversos (sejam esses em sua própria
comunidade, cidade, estado, país ou fora desses).
Com isso, confirma-se que ensinar língua inglesa é, além de tudo, “criar
possibilidades de o cidadão dialogar com outras culturas sem que abra mão dos seus
valores”, tornando-se, pois, sujeitos de sua própria história.
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A seguir trataremos de experiências de ensino de línguas numa perspectiva de
conhecimento sociocultural e cidadania, vivenciada por alunos de uma escola pública de
Alagoas, na perspectiva da avaliação da aprendizagem no processo de conhecimento do
ensino e aprendizagem.
3. LETRAMENTO DE INGLÊS, PRÁTICA SOCIOCULTURAL E NOÇÃO
DE CIDADANIA
A Escola Estadual de Educação Básica Manoel de Matos está situada no centro
da cidade Santana do Mundaú –Al. a 106 km da capital Maceió. Oferece o ensino
fundamental e médio e funciona nos turnos matutino, vespertino e noturno. Tem 588
alunos matriculados, a maioria é da zona rural e tem grandes dificuldades de acesso à
escola. Apesar de todas as dificuldades de acesso a escola o ensino de inglês pode ser
visto como algo inovador para o conhecimento deles.
O desenvolvimento do projeto Semeando Literatura 2009” se baseou em leituras
e compreensão textual do livro The Picture of Dorian Gray de Oscar Wilde da
literatura inglesa a partir dos fundamentos teóricos das Orientações Curriculares para o
Ensino Médio que visam entender “a linguagem, [...] à concepção de letramento como
prática sociocultural”. Assim, se fez utilizando técnicas de leitura de inglês instrumental
para compreender
o texto em outra língua e confrontar com outros elementos
linguisticos para fins de construir uma [re]leitura do texto lido e uma nova escrita
produzida pelos educandos.
Os educandos envolvidos no ensino e aprendizagem de língua estrangeira em
inglês no ensino médio desta escola leram o livro The Picture of Dorian Gray de Oscar
Wilde em inglês, seguindo as estratégias apresentadas durante as aulas pelo professor,
participaram de seminários2 discutindo o texto em foco, fazendo uma relação com
outros elementos que se assemelham, como Crepúsculo e Michael Jackson onde a
partilha das leituras realizadas e de filmes assistidos ajudaram a compreender os fatos
2
O livro The Picture of Dorian Gray de Oscar Wilde tem 15 capítulos e foram divididos em 3 momentos
para discutir 5 capítulos de cada vez. Para ajudar a compreensão do texto em inglês o professor
entregou um questionário em português, semanas antes de cada seminário, para servir de guia de
compreensão e, assim, ajudar as discussões.
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reais e irreais através da [re]leitura que visa aguiçar a crítica, o aprendizado e o
amadurecimento para a vida dos alunos em qualquer aspectos de aquisição do
conhecimento.
Contudo, a gramática da língua inglesa não foi esquecida durante as aulas, pois
em forma de gráfico os personagens do livro foram classificados com frases tiradas do
próprio livro em inglês, afinal, a língua é fruto de conhecimento real, contextualizada e
também da vivência na prática.
Ao ler o livro em inglês se deu possibilidades de confrontar com elementos
vivenciados pelos educandos e também se fez confrontar com outros elementos
lingüísticos coloquiais pela semelhança dos personagens discutidos. Assim, podemos
destacar temas que se assemelham a essa de ficção e também da realidade, onde os
personagens fogem do irreal se aproximam dos fatos reais. Nesses aspectos, o
importante é fazer o alunado pensar e [re]escrever um texto comparando semelhanças
entre os personagens do livro The Picture of Dorian Gray, com os personagens do filme
Crepúsculo e, quando possível, com fatos da realidade e vivência deles próprios e,
também, assegurar, uma reflexão sobre temas como vida/morte; ficção/realidade;
bondade/maldade; ingenuidade/maturidade; juventude/velhice; tempo/espaço.
Comparando a ficção da realidade, semelhanças pertinentes se aproximam. Em
The Picture of Dorian Gray um quadro tem vida e envelhece com o tempo no lugar do
personagem Dorian Gray. Percebe-se que o tempo faz de Dorian um jovem com vida
longa, bonito e muito atraente e, desfruta da vida com muitas farras, vícios e tudo de
consumo muito caro. Em Crepúsculo, o tempo mantém os vampiros presos ao destino
que a vida os pregou e são jovens eternos. A fim de manter relações com humanos, eles
permanecem por algum tempo convivendo com eles e freqüentando a maioria dos
lugares que os humanos freqüentam. Diante dos fatos em que o tempo traz marcas
visíveis às pessoas pelo processo natural da espécie, inconformismo é sentimento real
ao falar fora de qualquer ficção para uma realidade “irreal” quando nos faz lembrar o
Rei do Pop Michael Jackson, que viveu 50 anos e pretendia viver pelo menos 150 que,
para isso, submeteu a várias cirurgias plásticas, medicamentos e sessões diárias de horas
em câmeras de oxigênio para rejuvenescer as células de seu corpo (RABELO;
VILLAMÉA 2009, P. 82).
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Em outro conceito, a exposição ao sol é algo que pode revelar a verdadeira
identidade de vampiros da família Cullen em Crepúsculo e, foi ao sol que Harry
identificou Dorian Gray como alguém fascinante, bonito e muito atraente, permitindo à
ele, perceber que pode perder seus fascínios ao longo dos anos.
Enquanto o conceito de bondade não é fato consumado para Dorian Gray, em
Crepúsculo a bondade é algo que os vampiros da família Cullen lutam em manter. Em
algum momento da trama, Dorian Gray se preocupa em ser um homem bom se
afastando de influências de amizades e para isso, pensa em casar com Sibyl Vane, sua
suposta namorada. Edward, em Crepúsculo, não quer ser um monstro bebendo sangue
humano e fazendo outras crueldades com as pessoas, conforme tem afirmado para Bella,
sua namorada, com isso não quer que a ingênua moça se afaste dele para que ela
também não seja um monstro como ele se sente.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste projeto que perdurou durante todo ano letivo do ano de 2009, muitos
recursos de mídias foram utilizados para facilitar a aprendizagem. Entre os instrumentos
de avaliação que proporcionaram verificar o aprendizado dos educando no letramento
de inglês estão: leitura, [re]leitura, traduções, escuta, discussões, escrita, [re]escrita,
sessão de filmes, interação, pesquisa, participação, compromisso, postagem em blog,
teatro, observação. Tudo isso levou os educandos aos conhecimentos do letramento de
inglês, sem deixar de valorizar e respeitar os laços culturais existentes.
Com todos esses recursos utilizados, foi notório perceber mudanças de
comportamento dos alunos, quando não mais se ouvia falar, resmungar ou achar ruim
uma avaliação com interpretação de textos. Considerando as técnicas utilizadas do
inglês instrumental que viabilizam a predição; skimming; skanning;, leitura detalhada;
identificação de palavras transparentes ou cognatas; vocabulário e uso do texto;
organização de um texto; pontos gramaticais e avaliação crítica passaram a ser
utilizadas com naturalidade e trouxeram bons resultados.
Outra mudança de hábito percebida, eles ficaram mais perceptivos, passaram a
compreender melhor a língua e entender a gramática como ela realmente é. Em
depoimento de uma aluna do 2º ano do ensino médio, deixa claro que, “somente com a
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leitura desse livro, no exercício desse projeto, foi possível finalmente entender a
conjugação do verbo to be”.
Ao se tratar do letramento de inglês, nada como escrever frases que caracterize
os personagens da obra lida. Foi o que fizemos para que a partir do texto, fosse retirado
depois de uma [re]leitura, frases que identificasse os principais personagens. Com isso,
poder reler o livro destacando as principais referências.
Houve mudanças de comportamento e até de consciência diante dos temas
tratados, considerando a idade deles, quando a maioria são adolescentes. Abordamos
temas que levantaram fortes discussões sobre a promiscuidade, vícios, vaidade
preconceito etc. temas que poderiam ser aprofundados com outras disciplinas usando a
interdisciplinaridade com a sociologia, filosofia, religião despertando, assim,
a
curiosidade e a vontade de aprender conversas mais amadurecidas.
A dramatização foi muito importante e permitiu que eles pudessem sentir mais
seguros em suas atitudes. Agiram com naturalidade e mostraram que são jovens capazes
de encarar desafios que podem surgir durante o estudo de uma língua estrangeira,
grande desafio também, para o professor que conseguiu, com eles, tamanha ousadia,
fazer alunos camponeses, com pouco ou quase nenhum recurso, aprender línguas com
prazer.
Os resultados apresentados se deram, também, com a [re]leitura de hipertextos
da produção de textos pelos alunos, da realização de peças teatrais enfatizando o olhar
no enredo da historia, despertando para a importância de viver a vida em harmonia,
cuidando bem do corpo e da mente, como elementos essenciais para a integridade
social.
As histórias de ficção atraem jovens a ler e não é difícil encontrar no enredo algo
que os atraem, levando-os a se verem no espelho cuja imagem refletia traços surgidos
diariamente que os transformam e os comovem de alguma forma. Este projeto despertou
nos jovens a preocupação pela vaidade do tempo e do espaço e, que muitos adolescentes
poderam refletir sobre a importância de manter-se sempre jovem e conscientes de que a
velhice é conseqüência de anos vividos com muitas experiências e amadurecimentos.
Além de contribuir para a construção de um ego mais saudável, que a vida pode
proporcionar pelas relações de amizades, a construção de valores sociais mais autênticos
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e verdadeiros. Este trabalho considera importante cuidar do corpo, sobretudo da mente
e, manter sempre sano nas escolhas para ter uma vida longa numa convivência saudável.
Conclui-se ainda, que a relação sociocultural de um aprendizado ajuda a crescer
e amadurecer em muitos jovens, ideais, que por hora são, na grande maioria,
adolescentes. E que temas que se trate de assuntos de seus interesses são, de certo,
muito proveitoso por que eles gostam de participar contribuindo, assim, para um
aprendizado significativo.
5. REFERÊNCIAS
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ensino fundamental. Temas Transversais. Brasília, 1998.
_______________ . Orientações Curriculares para o ensino médio: linguagens,
códigos e suas tecnologias / secretaria de educação básica – Brasília, 2008.
BUFFA, Ester; ARROYO, Miguel; NOSELLA, Paolo. Educação e cidadania: quem
educa o cidadão? 3 ed. SP. Cortez, 1991.
GHIRALDELLI JÚNIOR, P. O que é Pedagogia. SP: Brasiliense, 1987.
MENDES, Fábio C. R. Um novo modelo de ensino para o século XXI. Pátio, revista
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2009.
MEYER, Stephenie. Crepúsculo. Tradução de Ryta Magalhães Vinagre. 2. Ed. Rio
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RABELO, Carina; VILLAMÉA, Luiza. Mente insana em corpo doente. in Revista
Isto É. Ano 32, nº 2068, julho 2009.
WILDE, Oscar. The Picture of Dorian Gray. Macmillan Readers. Elementary level.
YUS, Rafael. Um paradigma holístico para a educação. Pátio, revista pedagógica;
FNDE Ministério da Educação; Numero 51; Ano XIII Agosto/Outubro 2009.
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