06 Hydro • Agosto 2010 Notícias Despoluição de água e efluentes através de jardins filtrantes P ara quem nunca imaginou ser possível o trabalho conjunto de paisagismo e tratamento de efluentes, a Phytorestore, empresa de origem francesa especializada em fitorestauração, prova ser eficiente o uso de sistemas em que as plantas são o principal agente no tratamento de água, ar e solo contaminados. A empresa inaugurou sua primeira filial fora do país de origem no final de 2009, na cidade de Indaiatuba, SP, em conjunto com a Alliance Verte, grupo nacional com foco em soluções sustentáveis, e até o final deste ano espera implantar ao menos cinco jardins filtrantes, como é chamado o sistema de despoluição através de recursos naturais da Phytorestore. Segundo o gerente geral da Phytorestore no Brasil, Arnaud Fraissignes, uma das facilidades desse sistema é a sua simplicidade operacional e de manutenção, permitindo redução de até 30% dos custos quando comparados aos de um sistema convencional de tratamento de água e efluentes. “Trata-se de um espaço que necessita de cuidado similar ao de uma área verde”, afirma. Apenas no final de um período de 10 anos é preciso retirar o acúmulo de sedimento, que pode ser usado como adubo. Quando o efluente contém metais pesados, como o chumbo, por exemplo, um jardim específico e complementar é capaz de “segurar” esses elementos no solo. Neste último caso, logo que estiver saturado – após cinco anos aproximadamente, o substrato precisa ser substituído. A premissa de todo projeto passa pela integração dos jardins à paisagem local tanto quanto possível, onde assumem, por exemplo, a função de parques públicos ou área de jogos e equipamentos esportivos em um parque de diversão. Outro ponto interessante diz respeito às plantas, selecionadas da própria região em que os jardins serão implantados e escolhidas pelo potencial de tolerância a variações do Jardins filtrantes usados na despoluição do rio Sena, na tempo e tipos de poluentes, e cidade de Nanterre, França também em relação ao conesgoto de até 15 mil habitantes e terá sumo de oxigênio. Segundo o gerente, capacidade de vazão de 1100 m3/dia. a empresa já identificou algumas cenAo final do tratamento, será construítenas de plantas nativas úteis no proda uma lagoa para controle da água cesso de tratamento, sendo a maioria de saída dos jardins filtrantes e tamdelas aquáticas, como a Canas, Typhas, bém para a prática de pesca esportiva. Chorão, Íris, etc. Nenhuma é escolhida De acordo com Fraissignes, o sistepara acumular elementos tóxicos, mas ma goiano terá três jardins formados para favorecer, a partir de atividade microbiana perto da raiz, a biodegradação, transformação e lixiviação dos poluentes. O sistema é indicado no tratamento de água pluvial, rejeitos industriais, como etapa complementar do tratamento de esgoto municipal ou na despoluição de rios – a exemplo do emprego dos jardins filtrantes na depuração das águas do Rio Sena, na França. Em geral, as instalações são formadas por pelo menos três jardins, que trabalham em sistema de rodízio, com apenas um deles funcionando a cada semana. Fraissignes explica que os sistemas podem funcionar por gravidade, desde que a topografia local favoreça esse modelo de operação. Quando isso não for possível, são usadas bombas em regime de batelada. No Brasil, a solução está sendo empregada pela primeira vez na cidade de Chapadão do Céu, GO. O sistema previsto pode tratar o Funcionamento dos jardins filtrantes Tratamento de água Em uma primeira filtragem, a água passa em um filtro vegetal vertical onde a matéria orgânica e o nitrogênio são degradados. Em seguida, na passagem pelo filtro vegetal horizontal, um tratamento complementar é feito para os contaminantes que só podem ser tratados em meio anóxico. A água resultante pode ser captada para reúso. Do contrário, ela atravessa o último jardim, onde terá evaporação total ou parcial pelo processo de evapotranspiração através das plantas e infiltração no solo. Todos os jardins são impermeabilizados com manta de PEAD. Tratamento de lodo, solo e efluentes No tratamento do solo, o sistema utiliza múltiplas ações das raízes (aeração, desidratação, fixação de metais pesados e desinfecção). Também utiliza a capacidade das plantas e dos micro-organismos no solo de maneira associada. A profundidade média dos jardins para tratamento de solo é de 50 cm. No caso do lodo, a filtragem dos poluentes é feita por degradação bacteriana e enzimática. A redução do volume de lodo chega a 98% quando proveniente de ETEs. Por conta da presença de sedimentos, os jardins têm profundidade média de 80 cm. Os jardins fazem a desidratação do lodo (até 98%) e um pré-tratamento antes da dispersão. Redução dos níveis de NO3- e NH4+ chega a 80%. Hydro • Agosto 2010 por plantas do cerrado, com cerca de 100 mil pés. “Vamos usar uma combinação de 25 tipos de plantas”, explica. Na Europa, a empresa já implantou mais de 100 sistemas, dos quais 40% voltados ao tratamento de rejeito industrial. Os planos de expansão no Brasil compreendem, inicialmente, foco de atuação no tratamento de lodo das estações municipais e do setor industrial. Como um segundo passo de crescimento, a Phytorestore estuda a possibilidade de implantar um centro de recebimento e tratamento de efluente, chorume e esgoto sanitário, que é chamado na França de biofazenda. Segundo Fraissignes, a unidade francesa trata mais de 40 tipos de efluentes e o pagamento pelo serviço depende da origem do rejeito e do volume tratado. Entre as possíveis candidatas à sede da biofazenda estão as cidades de Suzano, em São Paulo, Betim, em Minas Gerais e a paranaense Curitiba. Phytorestore – Tel. (19) 3834-5252 Site: www.phytorestore.com.br Moleiro Pedroso cresce com sistemas de bombeamento customizados A oferta de sistemas de bombeamento meticulosamente calculados e ajustados a cada necessidade está trazendo bons resultados para a Moleiro Pedroso, empresa de Jundiaí, SP, especializada na aplicação de sistemas de bombeamento para abastecimento de água, recalque de esgoto e drenagem urbana. Já no 1º quadrimestre deste ano, o volume de vendas do período tinha empatado com o do exercício inteiro de 2009. Os reflexos no faturamento também serão significativos, com ganhos até 40% superiores até o final do ano, garante André Luiz Moleiro, gerente comercial da empresa. De acordo com o executivo, o aumento da demanda por sistemas de bombeamento advém em grande parte do volume expressivo de projetos desenvolvidos pela Moleiro Pedroso em 2009 e que somente agora começaram a ser executados. Ao lado do setor de projetos, a empresa mantém duas linhas de atuação: fabricação própria e instalação de equipamentos como estações pressurizadas (boosters) e elevatórias de água tratada, esgoto e efluentes, bem com a distribuição exclusiva no Brasil de motobombas, pressurizadores e estações elevatórias compactas de esgoto da empresa de origem alemã Wilo. A parceria bem-sucedida deve levar em breve ao incremento do portfólio e das possíveis aplicações dos equipamentos alemães, hoje mais restritos a uso em edifícios residencias e comerciais, além de indústrias, que pedem sistemas de baixa e média potência (de 1 a 40 CV). Recentemente, a Moleiro Pedroso apostou em um novo modelo de negócio, pensado principalmente para facilitar a logística de fornecimento e montagem dos sistemas de bombeamento nos canteiros de obras. Na prática, a ideia foi traduzida no projeto e construção de uma “casa” de bombas partindo do conceito plug and play. Moleiro explica que as motobombas são fixadas em bases metálicas e os manifolds de sucção e recalque já saem de fábrica pré-montados e com os testes hidrostáticos realizados. Toda a instrumentação fica instalada em painéis metálicos com visores transparentes nas portas. Os instrumentos são in- 07 terligados aos pontos de tomada de pressão através de tubos flexíveis, evitando a sua instalação diretamente nas tubulações, que é uma prática comum nos sistemas convencionais. Os painéis elétricos também são previamente montados e testados. “O tempo de trabalho em campo necessário para a instalação dos equipamentos hidromecânicos e de automação tem sensível redução, ficando até três vezes menor se comparado com a forma tradicional”, assegura. Um sistema de bombeamento nesses moldes será entregue para operação da Sabesp no município de Osasco, na região metropolitana de São Paulo, para o Projeto de Urbanização de Favelas Morro do Socó. Integram o sistema três boosters de 10, 20 e 40 CV, respectivamente, com motobombas verticais com bocais “em linha” da Wilo para cada booster. As vazões são de 74, 32 e 25 m3/h. Compõem também o sistema nove painéis de automação, medidores eletromagnéticos de vazão, transmissores analógicos de pressão e componentes para telemetria, entre outros instrumentos customizados. A partir de uma visão global do serviço a ser executado, a Moleiro Pedroso define a melhor bomba para a condição ideal de operação, visando à garantia da eficiência energética, segurança operacional e vida útil do sistema. Mas há casos, segundo o gerente, em que a opção por uma tecnologia em detrimento da outra sempre traz mais vantagens. Caso do uso de estações pressurizadas de água tratada (boosters), em substituição às estações elevatórias. Quando pressurizados, a redução média do consumo de energia dos sistemas pode chegar a 35%. “Os ganhos também podem ser vistos sob outras perspectivas, pois os 08 Hydro • Agosto 2010 Notícias boosters não só dispensam a construção do reservatório e de uma rede própria, como poupam as bombas de trabalharem continuamente”, observa. A empresa já forneceu cerca de 180 boosters em todo o Estado de São Paulo. Além dos boosters com motobombas verticais em linha e de eixo horizontal, a empresa conta com tipos que incorporam motobombas submersas instaladas no interior de “camisas de pressão”. Esses equipamentos podem ser posicionados na forma aparente, semiaparente ou não aparente, neste último caso em caixas subterrâneas com orientação das motobombas nas posições horizontal e vertical. As potências disponíveis variam de 1 a 100 CV. Muito usados em poços tubulares, mais de 50 sistemas já estão Modelo de bomba centrífuga da Wilo comercializado pela Moleiro Pedroso em funcionamento. De acordo com o gerente da empresa, trata-se de uma solução repleta de engenharia pelo fato de a bomba ficar submersa. “Foi preciso definir cuidadosamente os limites de variação de velocidade do equipamento para que não houvesse aquecimento indevido da água do poço”, afirma. A gama de serviços prestados pela Moleiro e Pedroso vai além do fornecimento e instalação de bombas e sistemas de bombeamento, incluindo a oferta de contratos para a realização de start-up e comissionamento, manutenção e reparos nos equipamentos. No mercado há 15 anos e com atuação mais concentrada no Estado de São Paulo, a empresa se prepara para avançar nos Estados da Bahia e Rio de Janeiro em breve. Moleiro Pedroso – Tel. (11) 4587-4098 Site: www.moleiropedroso.com.br Hydro • Agosto 2010 Aerzen investe em nova unidade de sopradores O potencial de crescimento do mercado brasileiro foi o que motivou a Aerzen, fabricante alemã de sopradores, compressores e medidores de gás, a investir na construção de uma nova planta em Cotia, SP. Com área de 1700 metros quadrados, a unidade abrigará uma linha de montagem de produtos que, no futuro, poderá ser expandida para fabricação local. “Hoje muitos componentes são comprados de parceiros no Brasil, mas o objetivo é passar a produzilos também, oferecendo benefícios como redução de custos e maior agilidade nos prazos de entrega”, diz Carlos Facirolli, diretor geral da Aerzen do Brasil. Atualmente a empresa apresenta um conteúdo nacional bastante significativo, da ordem de 65%, o que garante aos clientes o uso de linhas de crédito como do Finame, do BNDES, para aquisição das máquinas. “Apenas parte do sistema é importada da Alemanha”, diz Bernd Wöhlken, diretor de vendas da Aerzen Internacional. O carro-chefe da empresa são os sopradores, equipamentos usados na aeração de lagoas de estabilização e tanques de tratamento de efluentes, disponíveis com vazões de 3 a 1080 m³/hora. “Mas podemos fornecer outros modelos sob consulta. Já realizamos um projeto de 85 mil m³/hora para uma siderúrgica, um equipamento de 30 toneladas”, diz Wöhlken. O destaque na linha de sopradores é a Delta Blower Geração 5, 09 que traz como inovações a redução no consumo de energia, o tamanho compacto e a facilidade de operação e manutenção. O soprador fica dentro de uma cabine, junto com o motor elétrico e outros acessórios, e permite acesso frontal a todas as peças e à instrumentação, como a verificação do nível de óleo. Além disso, a cabine reduz o nível de ruído em 6 a 9 dB em relação aos modelos anteriores. Os sopradores da Aerzen operam sem a necessidade de lubrificação no interior da câmara de transporte, uma vez que os pistões rotativos giram sem contato um com o outro. Desse modo, não há risco de que a água ou efluente a receber a aeração sejam contaminados. “Temos uma tradição de 145 anos na área. Nossos primeiros sopradores foram produzidos em 1868”, 10 Hydro • Agosto 2010 Notícias diz Ebehard Friess, gerente de desenvolvimento de negócios. “Nesses anos todos foram desenvolvidas diversas tecnologias para oferecer maior confiabilidade e a melhor relação custo/benefício para o cliente”, diz. Fundada em 1864, a Aerzen é uma empresa familiar e está presente em 26 países. Teve um faturamento de 265 milhões de euros em 2009 e emprega 1500 funcionários no mundo todo. No Brasil está presente há 11 anos, tendo iniciado suas operações com vendas diretas da matriz. O país ainda representa uma pequena participação na sua receita total, por volta de 5%, mas é um dos mercados de maior expectativa para o grupo, em especial com os esperados investimentos em saneamento e infraestrutura. O recente aporte na planta brasileira mostra que os alemães não querem ser pegos de surpresa quando a demanda de fato começar a decolar no país. Aerzen – Tel. (11) 4612-4021 Site: www.aerzen.com.br Geoklock: remediação de água e gases com raios ultravioleta O cuidado que uma empresa deve ter com seus passivos ambientais envolve o cumprimento de uma série de obrigações previstas na legislação ambiental, mas a não observância das leis pode se reverter em multas e até mesmo o risco de perda de lucratividade. Dada a importância do tema, empresas de consultoria e engenharia ambiental como a Geoklock, de São Paulo, vêm detectando aumento pela procura de serviços relacionados à adequação dos passivos ambientais. “Em São Paulo, principalmente, cresce a procura de empresas com problemas de contaminação do lençol freático com compostos orgânicos e inorgânicos”, afirma Rubens Spina, diretor da Geoklock. A empresa integra o grupo Ecogeo, uma holding formada por cinco companhias atuantes nos setores de energias renováveis, mercado de carbono, diagnóstico de passivos ambientais e revitalização de áreas contaminadas. Além de ser pioneira do grupo e estar no mercado há 30 anos, a Geoklock é o atual carro-chefe entre as empresas da Ecogeo. O destaque no tratamento de águas subterrâneas e solos contaminados por substâncias orgânicas e inorgânicas provenientes de atividades industriais, além da recuperação de efluentes industriais líquidos e gasosos, é a utilização do sistema de radiação ultravioleta Uviblox, também conhecido por fotooxidação química. Segundo Spina, o tratamento é feito através do uso simultâneo da luz UV e de peróxido de hidrogênio. Este último é adicionado na água contaminada diretamente na tubulação de saída do tanque de equalização e ajuste de pH, promovendo em conjunto com a ação da luz UV, as reações de oxidação dos compostos orgânicos, o que deixa a água apta para fins de reúso. Já no tratamento de gases, a luz UV fornece a energia de ativação necessária para a desestabilização das ligações químicas dos contaminantes orgânicos, que na presença do oxigênio são convertidos em moléculas de água e dióxido de carbono. Entre as vantagens do Uviblox no tratamento de água e efluentes, Spina garante que a tecnologia permite a destruição completa dos poluentes presentes em correntes aquosas ou gasosas sem a geração de resíduos passíveis à destinação. O emprego do sistema é recomendado, por exemplo, para a redução de compostos organoclorados, pesticidas e DBO – demanda bioquímica de oxigênio. “O bombeamento de águas subterrâneas contaminadas também requer tratamento apropriado, pois tais correntes não podem ser lançadas no meio ambiente sem a eliminação dos poluentes”, avalia. Por exemplo, em uma indústria do setor farmacêutico localizada na cidade de São Paulo, a Geoklock se deparou com lençol fréatico contaminado por resinas e solventes clorados. A solução do problema combinou medidas de remediação desse lençol freático e de tratamento da água contaminada em uma estação própria, cuja capacidade de vazão é de 6 m3. O primeiro passo foi a implantação de barreira hidráulica para conter a pluma de contaminação que estava muito próxima dos limites do site daquela indústria. Já no tratamento da água foi empregada uma etapa de pré-tratamento físico-químico seguida de oxidação química com radiação UV. Todos os serviços de remediação de águas e solos contaminados são precedidos de um amplo trabalho de investigação do local, incluindo trabalhos de sondagens com profissionais e equipamentos próprios, além de modelagens matemáticas e análises de risco. Do projeto à implantação dos serviços de remediação, o tempo estimado é de um ano. De acordo com Afrânio Pessoa, gerente de projeto e operações da Geoklock, a liberação de licenças para perfuração de poços e captação de água junto aos departamentos de água e esgoto corresponde a uma etapa fundamental para o avanço do cronograma dos trabalhos. Visando ao aprimoramento e controle mais preciso do histórico de monitoramento da remediação de águas, solos e gases, a empresa está desenvolvendo uma versão mais robusta do software responsável pela gestão de 12 Hydro • Agosto 2010 Notícias dados ambientais. “O objetivo é refinar o acompanhamento das remediações, tornando esse trabalho cada vez mais preciso e ao mesmo tempo mais simples”, diz Spina. Atualmente, a Geoklock tem cerca de 190 projetos na área de investigação e remediação de água e solos em andamento, concentrados em maior volume nos estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia. De acordo com o presidente do Grupo Ecogeo, Ernesto Moeri, os setores que mais se destacam são os das indústrias petroquímica, química, papel e celulose e mineração. “Estimamos crescimento de 25% no Grupo Ecogeo e de até 10% na Geoklock”, finaliza Moeri. Geoklock – Tel. (11) 5501-3777 Site: www.geoklock.com.br Siemens trata água para indústrias farmacêuticas A água utilizada na fabricação de medicamentos necessita passar por métodos rigorosos de purificação. No Brasil os parâmetros utilizados são os da farmacopeia norte-americana, conhecida pela sigla USP. O Prevue, da Siemens, é um sistema modular de produção de água purificada USP, disponível em sete modelos, com capacidade de produção nominal de 0,45 a 5,7 m3/h. “A água pode ser proveniente da rede pública ou de poços profundos”, afirma o gerente de vendas Marcelo Batista, da divisão Water Technologies da Siemens. O tratamento ocorre em duas etapas. A primeira, o pré-tratamento, é composta de filtro multimídia, sistema de dosagem e carvão ativado HOT 80C. O segundo passo é constituído de abrandador, filtro de 5 mícrons e sistemas UV, de OR – osmose reversa e de eletrodeionização. Os equipamentos são montados em um skid, juntamente com válvulas de modulação de controle de escoamento, CLPs – controladores lógicos programáveis, painéis de controle e tanque de alimentação e tubulação. Segundo Batista, um dos diferenciais do Prevue é a sanitização térmica, utilizada nos sistemas de OR e eletrodeionização, com água aquecida a 80°C. Um opcional é a tecnologia S3 – sanitize, start, stop, utilizada para minimizar os custos de energia e água. Após a parada da produção, o S3 realiza sanitizações de pulso, antes do reinício da operação. A operação do S3 é comandada por um software desenvolvido pela própria Siemens. O gerente afirma que equipamentos nacionais de produção de água USP não contam com essa solução, utilizando processos que promovem a recirculação contínua de água. No Prevue, diferentemente, o sistema de sanitização é ligado durante a noite, quando não há tratamento da água em andamento. “Assim, há economia de energia e de água, além do aumento da vida útil das membranas e dos módulos de eletrodeionização”, afirma Batista. As membranas e os sistemas de osmose reversa e eletrodeionização são fabricados nos EUA. O skid e equipamentos como o painel e os CLPs, além da engenharia de processamento, são nacionalizados. A montagem é feita em uma integradora de São Paulo. Hydro • Agosto 2010 O Prevue: vazão de até 5,7 m³/h A venda de uma unidade do Prevue começa com a coleta e análise de uma amostra da água que será tratada. Os dados são utilizados pela Siemens para realizar simulações computadorizadas de cada etapa do tratamento no software Win CPD, o que permi- te a melhor adequação e ajuste dos equipamentos. Após a montagem do equipamento é realizado um teste de aceitação em fábrica, em que o cliente testa a unidade que está adquirindo levando em conta os parâmetros encontrados durante as simulações. 13 Qualquer erro é corrigido no mesmo momento. “O processo economiza tempo”, diz Batista. A aquisição de um sistema Prevue também envolve a capacitação teórica e operacional dos funcionários do cliente. O sistema é vendido sob encomenda e pode ter vazões diferentes das fixadas. O primeiro Prevue comercializado no Brasil foi adquirido há cerca de dois anos pela Valeant, de Campinas, SP. “O sistema não apresenta até hoje problemas de contaminação microbiológica, devido à sanitização térmica”, explica o gerente. Ele também comenta que o público-alvo é formado por indústrias farmacêuticas de pequeno e médio porte. Siemens – Tel. (11) 3908-1804 Site: www.siemens.com.br 14 Hydro • Agosto 2010 Notícias Sistema de Emmeti aquece água por via indireta A instalação de sistemas de aquecimento solar de água tem ganhado popularidade no Brasil. Entre os motivos estão a criação de leis municipais e estaduais e o aumento da consciência ecológica. Seguindo a tendência, o Energy Box, da Emmeti, empresa de origem italiana com escritório em São Paulo, foi projetado para uso em sistemas prediais de edifícios residenciais e comerciais. “Trabalhamos com a matriz para desenvolver essa tecnologia especialmente para o mercado brasileiro de construção civil”, afirma Marcos Pelizzon, diretor comercial da Emmeti. O Energy Box é baseado no conceito de aquecimento indireto, no qual a água que recebe a energia solar das placas de captação passa por um circuito fechado, sem entrar em contato com o usuário. Através de trocadores de calor, presentes em cada apartamento, parte dessa energia é transferida para a água de consumo. Uma das vantagens da solução é a maior higiene, uma vez que em sistemas diretos, a água a ser aquecida pode ser contaminada por bactérias. “No Energy Box, esse risco não existe, pois a água do circuito não entra em contato com o oxigênio. Com isso também é possível utilizar tubos de aço, uma vez que não há risco de oxidação”, explica Pelizzon. Com o sistema indireto também não é preciso controlar a pressão do circuito. Além disso, o volume de água necessário é de cerca de 25% daquele de um sistema de aquecimento direto. Outra vantagem da solução, afirma o diretor, é que sistemas de medição individualizada do consumo de água podem ser instalados livremente, em razão da ausência de ligações do Energy Box com o sistema público de abastecimento. O sistema começa a operar com a passagem da água pelas placas solares e seu aquecimento por boilers a uma temperatura média de 55ºC. Quando um chuveiro é ligado, o fluxostato do Energy Box entra em ação e aciona Instalação com o Energy Box em escola do Senai-SP Hydro • Agosto 2010 15 uma bomba, que envia a água quente para o circuito fechado. Após a transferência da energia no trocador de calor, a água aquecida chega até o ponto de utilização. “O acionamento do sistema é automático”, diz Pelizzon. O sistema exige um reservatório de água com cerca de 1500 L para cada apartamento, cuja instalação é realizada de acordo com o projeto. “O reservatório pode ser instalado no teto ou uma área técnica, no térro, por exemplo”, afirma o diretor. O Energy Box está disponível em três versões. A mais completa é a Top, que pode alimentar até três chuveiros ao mesmo e tempo e que conta com trocador de calor, válvula misturadora, bomba de circulação, fluxostato, medidor de energia térmica, tubo multicamadas, conexões e válvulas. Um pouco mais simples, a versão Plus também atende até a três chuveiros simultaneamente, mas não tem medidor de energia térmica. O modelo mais básico, o Eco, também não tem medidor de energia térmica, e é capaz de atender a dois chuveiros ao mesmo tempo. Todas as versões são compatíveis com placas solares e outros itens usados no Brasil para aquecimento solar, os quais são indicados pela empresa. De acordo com Pelizzon, a quantidade de placas é determinada pelos cálculos de potência térmica do projeto. O Energy Box também tem aplicações no aquecimento de piscina, mas o foco no Brasil são os sistemas prediais. Na Europa, ele é utilizado como uma central unificada, para o gerenciamento de energia térmica em um único ponto. Assim, a calefação e dispositivos para o aquecimento de pisos também passam por ele. “Essa funcionalidade ainda não está disponível nacionalmente”, diz o diretor. 16 Hydro • Agosto 2010 Notícias O Energy Box pode ser instalado em edifícios novos e antigos, com a construção de uma ou mais prumadas, dependendo do tipo de arquitetura. A construtura Gafisa utilizou a solução em edifícios em Belém, PA, e na capital paulista. O sistema também foi alvo de um projeto realizado em parceria com o Senai-SP – Serviço Nacional da Indústria, em que cinco unidades equipadas com coletores solares da Transsen foram instaladas em uma escola da instituição. Para o futuro próximo, o Energy Box deve ser aperfeiçoado e ganhar dimensões menores. “Essa preocupação se deve ao tamanho cada vez menor dos apartamentos”, conclui o diretor. Emmeti – Tel. 0800-7700-383 Site: www.emmeti.com.br Notas Investimentos – Até 2015, todas as cidades do interior de São Paulo deverão ter 100% de universalização de água e esgoto. Esta é a previsão da Secretaria de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo, que também estabeleceu como prazo o ano de 2018 para toda a região metropolitana de São Paulo, composta pela Capital e mais 38 municípios (cerca de 20 milhões de pessoas). Para atingir essas metas, o governo paulista deverá trabalhar com quatro linhas de ação: aumento de eficiência das empresas municipais; facilidade para captação de recursos; atração de capitais privados; e desoneração de PIS/Confins das empresas (estima-se em R$ 1,4 bilhão o montante que poderia ser desonerado para investimen- tos no setor). Hoje, dos 645 municípios do Estado, somente 112 possuem total universalização das redes de abastecimento de água, de coleta e tratamento de esgoto. O programa de investimentos para o setor é de R$ 8,7 bilhões no período 2007-2010. Ampliação – Até o final deste ano, a Nascente Engenharia, empresa fabricante de estações compactas de tratamento de água e efluentes a partir de fiberglass, com sede em Laguna, SC, deve inaugurar seu segundo parque fabril. O espaço de 3 mil metros quadrados de área construída vai abrigar linhas de produção mais modernas e automatizadas, segundo Heder Hilsendeger, diretor geral da Nascente Engenharia. Além das ETAs e ETEs, a empresa produz flotadores, deionizadores e adensadores, entre Hydro • Agosto 2010 outros equipamentos. “Vamos aumentar em até três vezes a capacidade de produção”, assegura o executivo. Norma – Já está em vigor a norma ABNT NBR 15847/2010, que trata da Amostragem de água subterrânea em poços de monitoramento – Método de purga. A norma estabelece métodos para a purga de poços usados para investigações e programas de monitoramento de qualidade de água subterrânea em estudos e remediação de passivos ambientais. A publicação pode ser adquirida no endereço www.abntcatalogo.com.br. Exportações – A Soletrol, de São Manuel, SP, exportou recentemente 400 coletores solares para a África do Sul. Os equipamentos, com área en- tre 1,6 e 2 m2, serão instalados em residências de Johanesburgo para substituir o aquecimento elétrico da água. A empresa dispõe de seus produtos no país africano desde 2008. Biorremediador – A Mariano e Souza Ambiental, de São Paulo, SP, conta com a linha Enzilimp de biorremediadores para tratamento de esgotos sanitários, efluentes e recuperação de áreas contaminadas. O produto, à base de micro-organismos vivos, também é eficaz na eliminação de odores provenientes das estações de tratamento municipais e industriais. Certificação – A Fundação Vanzolini lançou a certificação Aqua para Arenas e Complexos Esportivos, voltada para reduzir o impacto ambiental antes, du- 17 rante e depois da construção dessas instalações. Entre os parâmetros analisados está a redução do consumo de água, através da instituição de métodos alternativos de abastecimento, como a captação e o uso de água de chuva em bacias sanitárias, irrigação e lavagem de áreas comuns. Nova sede – A Daytec, distribuidora especializada em tratamento de água e efluentes, de São Caetano do Sul, SP, inaugurou em junho uma nova sede, com 1000 metros quadrados de área construída, que abriga escritório, vendas e estoque para pronta entrega dos produtos. A empresa trabalha com marcas como GE Water (tratamento químico), Microbac (tratamento biológico) e Prominent (bombas dosadoras e sistemas de osmose reversa).