THINK TANK _RELATO “Visão do Empreendedorismo e da Inovação” AIP _CE 12 de Janeiro 2010 Empreendedorismo e Inovação – Think Tank Índice Enquadramento.....................................................................................................3 Necessidades e Preocupações perseguidas................................................................3 Estrutura, participantes e opções metodológicas Abertura AIP-CE Enquadramento no Estudo às PME Metodologia A Problemática: Competências, Qualificações e Emprego Discussão e Declarações dos Grupos......................................................................11 Principais Questões para Reflexão Futura................................................................13 2/21 Empreendedorismo e Inovação – Think Tank THINK TANK _RELATO “Visão do Empreendedorismo e Inovação” “First they ignore you, then they ridicule you, then they fight you, then you win.” Mahatma Gandhi. "Some men see things as they are and say why - I dream things that never were and say why not." George Bernard Shaw Enquadramento Enquadrado no projecto que compreendeu o Estudo “Aprendizagem Informal e Utilização das TIC nas PME Portuguesas”, realizado em parceria com a Universidade Católica, o terceiro e último Think Tank, “A visão do Empreendedorismo e Inovação”, realizou-se em 12 de Janeiro de 2010. Necessidades e Preocupações Perseguidas O desenvolvimento de Think Tanks ancorou-se desde o primeiro momento na necessidade de reunir informação útil que concorresse para o desenvolvimento do estudo em curso (nomeadamente no âmbito da reflexão partilhada das variáveis em presença). Cedo se verificou que o alcance das suas reflexões e conclusões ia muito além da sua primeira finalidade: desenhava-se um conjunto de informação passível de análise e utilização que suportasse actuais e futuros projectos, ou seja, desenhava-se o pensamento critico e estruturado face aos renovados desafios das pessoas, das empresas e da sociedade portuguesa. O grupo reunido em 12 de Janeiro foi, mais uma vez, exemplo da disponibilidade de pessoas e entidades para reflectir e partilhar. Tornando visível o reconhecimento da importância atribuída a um espaço de interacção que potencie o conhecimento e venha a concorrer para a acção. 3/21 Empreendedorismo e Inovação – Think Tank Estrutura, Participantes e Opções Metodológicas Com a finalidade de contribuir para reflexão sobre as temáticas, cada vez mais prementes, do empreendedorismo e inovação o Think Tank: Foi estruturado em 3 momentos principais: o Abertura Institucional pela AIP-CE o Enquadramento no estudo desenvolvido pela Universidade Católica o Desenvolvimento de think-tank com recurso a Técnica Metaplan. Foram enviados convites a entidades do ramo associativo e empresarial, bem como aos profissionais com experiência comprovada no âmbito da formação e aprendizagem. Envolveu a participação efectiva de 13 elementos de diferentes entidades, 2 animadores e 1 relatora (conforme quadro I). QUADRO 1 – THINK TANK I Local: AIP Tema: Competências, Qualificações e Emprego Duração: 16h20 ÁS 18H20 ANIMADORES Nelson Trindade Etelberto Costa Socio-Sistemas AIP INTERVENIENTES Helena Caiado AIP PARTICIPANTES Aires da Silva Consultor Independente Celeste Brito Consultora Independente Celina Gil IAPMEI João Tavares ATEC Lurdes Calisto ESHTE Manuel Borges Gonçalves LEARNABOUT Márcia Trigo UAL Mário Teixeira AIP Maria Vieira AIP Paula Fonseca AIP Rui Brandão UCP/CEPCEP Tiago Nascimento C4G Vanda Vieira CECOA RELATORA: Adelina Sequeira 4/21 Empreendedorismo e Inovação – Think Tank Abertura pela AIP-CE Enquanto entidade promotora do Estudo “O Impacto das Tecnologias de Informação na Aprendizagem Informal das PME”, bem como da Conferência Internacional Creative Learning/ Innovation Marketplace, coube à AIP - Helena Caiado - a abertura dos trabalhos. O enquadramento inicial permitiu a partilha dos objectivos perseguidos pela AIP, bem como a finalidade última deste Think Tank: o O Estudo realizado pela AIP e UCP/CEPCEP encontra-se em fase final de apresentação de resultados, espelhada em Relatório Final e apresentação pública no Seminário de Lançamento a realizar em 27 de Janeiro no Centro de Congressos de Lisboa. o Os dois Think Tanks foram incorporados no estudo e concorreram com informação pertinente ao afinamento de questões e varáveis consideradas relevantes para a recolha directa e indirecta de informação. o O presente Think Tank verá ainda as suas conclusões agregadas às conclusões finais do estudo mas, constitui-se sobretudo como um momento privilegiado de reflexão sobre as temáticas de empreendedorismo e inovação. Isto num momento importante e crucial para AIP, dado que se encontra a desenvolver um projecto especifico no âmbito do empreendedorismo. Enquadramento no estudo desenvolvido À semelhança dos Think Tanks anteriores, foi apresentada, por Etelberto Costa uma síntese do Estudo “Aprendizagem Informal e Utilização das TIC nas PME Portuguesas”, nomeadamente no que respeita às principais questões perseguidas, bem como as variáveis directamente relacionadas com a temática empreendedorismo e inovação. Relembramos aqui as principais linhas enquadradoras já partilhadas em relatos anteriores e focadas neste último think tank: As principais questões perseguidas no âmbito da problemática olham o tecido empresarial português questionando o seu futuro desenvolvimento ou seja a nível macro: Como podemos perspectivar para o futuro uma agenda de desenvolvimento? Por outro lado, situa-nos nas questões cujo foco são as empresas e cujo centro o conhecimento: nesta óptica e a nível meso Qual o significado das aprendizagens informais? Que competências existem, perseguem? 5/21 Empreendedorismo e Inovação – Think Tank O Think Tank aparece, assim, integrado numa estratégia de recolha de dados (que inclui questionário e workshop) e obedece a uma lógica reflexiva gradativa que pretende aferir um referencial das variáveis estudadas e consequentemente uma baliza conceptual que possibilite situar a realidade das PME face ao necessário/desejável. Resultaram , assim, três grandes áreas temáticas de reflexão, as quais servirão de mote aos 3 momentos de reflexão conduzidos através das metodologias perseguidas pela Técnica de Think Tank: o Competências, Qualificações e Emprego o Conhecimento e Mudança o Empreendedorismo e Inovação Metodologia Etelberto Costa iniciou a sessão com a apresentação do animador - Nelson Trindade - e a sensibilização dos participantes para a aplicação prática da metodologia seguida, bem como para o esforço de focalização e trabalho de equipa que permitisse o atingimento dos fins no tempo disponível. Apresentou a metodologia de desenvolvimento adoptada e ancorada na técnica de dinâmica de grupo ‘Metaplan’, a qual subentende momentos diferenciados: 1. Apresentação faseada de perguntas focalizadas na problemática. 2. Resposta individual e anónima (registada em suporte papel), não partilhada com o grupo e focalizada em frases de acção (ou seja que incluam pelo menos uma forma verbal). 3. Formação de 3 grupos de trabalho (atendendo à dimensão do grupo em presença). 4. Leitura das respostas individuais; agrupamento em cluster das respostas (por decisão conjunta) por cada um dos grupos de trabalho. 5. Discussão da problemática, tendo como pano de fundo a análise das respostas individuais - o que pressupõe a sua consideração nos clusters definidos ou pode igualmente pressupor a sua rejeição pelo grupo e a inclusão de novas ideias/respostas à problemática – o objectivo é a escrita colectiva. 6. Apresentação final, por representante do grupo, da resposta à problemática. Esta técnica permitiu responder ao objectivo especifico deste Think Tank: “promover a integração de modo a recolher ‘statements’ que respondam às perguntas-chave e esbocem um referencial para as temáticas em reflexão”. 6/21 Empreendedorismo e Inovação – Think Tank A Problemática: Empreendedorismo e Inovação Sob o mote Empreendedorismo e Inovação, foram solicitadas ao grupo global frases/reflexões individuais no âmbito de cada uma das seguintes questões: Imagem 1 Autonomia Risco Microdecisões Uma visão de quem procura aprender e aplicar Nova-acção ...ou seja, Pessoas e Acções, assim,... Qual a característica fundamental que o novo modelo organizacional de comunicação e colaboração tem que ter ? Imagem 2 PME’s Tec. Informação Aprendiz. informal Como facilitar (possibilitar) esta interacção ? Como potenciar (fortalecer) esta interacção? 7/21 Empreendedorismo e Inovação – Think Tank Imagem 3 Imagem 3 de Inovação de Aprendizagem de Empresas Como fomentar estas redes ? (mín 1,máx 3) (Identificar a rede) 8/21 Empreendedorismo e Inovação – Think Tank Frases/ideias Individuais_ Síntese - QUADRO 1 TEMA/QUESTÃO FRASES/IDEIAS Interagir e Partilhar multiculturalmente. Conhecer o utilizador/a população alvo; “customer insight”. Capacidade de internacionais de gerar redes modo a de conhecimento permitir decisões nacionais mais e rápidas, fundamentadas e actualizadas. Vontade genuína das pessoas para, de mente aberta, comunicar, partilhar e colaborar sem tabus nem preconceitos. 1. Qual a característica fundamental que o novo modelo organizacional de comunicação e colaboração tem que ter? Facilitador de Informação! Tem que ser operacional, dinâmico, colaborativo. Aberto, estar disponível, para... De fácil utilização (“user friendly”) e de utilidade fácil (interesse/relevância). Deve ter: transparência, clareza de informação, ferramentas que permitam chegar aos destinatários. De navegação muito fácil intuitiva. Interacção. Surpreender pela positiva…atitude activa. 9/21 Empreendedorismo e Inovação – Think Tank TEMA/QUESTÃO FRASES/IDEIAS Criar Redes, promover a sua utilização. Promover a procura colectiva de problemas. Sistemas de Gestão de Conhecimento. Vontade e capacidade para experimentar e reflectir em conjunto e em rede. Experimentar, ousar, fazer, praticar…em rede e comunidade de prática. Redes de Conhecimento experiencial. Baseado na realidade das empresas. 2. Como facilitar (possibilitar) esta interacção [entre destrezas TI, PME e aprendizagem informal]? Comunicação forte; troca de ideias a vários níveis. Aproveitar diferentes formas de aprendizagem formal/informal. Através de gestores/decisores envolvidos, motivados e conscientes da necessidade de fomentar a aprendizagem nas PME via TIC. Destreza. Inteligência intercultural internacionalização. Criando uma visão, Missão e alinhamento entre as partes. Consciencializar as pessoas que a aprendizagem informal ocorre de forma permanente nos “espaços” que ocorrem entre os momentos de aprendizagem formal. As TIC ajudam a sistematizar e a acelerar este processo. Formação permanente. Motivação pela aprendizagem. 10/21 Empreendedorismo e Inovação – Think Tank TEMA/QUESTÃO FRASES/IDEIAS Motivar, reconhecer, celebrar, estimular. Criando sistemas de “performance support” Divulgar resultados e promover metodologia semelhante para procurar soluções. Com um estilo de liderança que facilita esta interacção. Desenvolver mecanismos de monitorização e ir adequando em conformidade. Criar uma cultura de aprendizagem e criar as condições organizacionais para aplicar os conhecimentos, competência e 3. Como potenciar (fortalecer) esta interacção? aptidões. Fomentar redes de conhecimento. Criar Redes. Transversal à organização. Criar redes de conhecimento. Rede: pela qualidade e pertinência da informação. Criação de consórcios/projectos em várias áreas de intervenção. 11/21 Empreendedorismo e Inovação – Think Tank TEMA/QUESTÃO FRASES/IDEIAS Redes de aprendizagem: seleccionar temas de interesse comunicar aos elementos da rede. Redes de Aprendizagem, fomentar com “sede” de conhecimento. Aprendizagem: plataformas electrónicas/web de conhecimento. Aprendizagem (redes): estabelecer e criar pontos de contacto. Redes de Inovação: partilhar ideias/recurso métodos. Redes de Inovação: fomentar através da “necessidade do mercado”. 4. Como fomentar empresas] estas redes [aprendizagem, inovação, Inovação: sessões de design thinking. Rede de Inovação: aprendizagem. Redes de confiança/visão/partilha e conhecimento; envolver elementos chave da PME com capacidade de facilitação da aprendizagem (interna) e capacidade de partilhar boas práticas (boas práticas). PME aprendentes. Redes de Empresa: identificar interesses comuns. Redes de Empresas: fomentar com a gestão colaborativa. Empresa: Partilha de experiências (formal); “best practices”, “storytelling”, inovação. Criar momentos de partilha de insucessos (aprender pelo “erro”). Encontros mensais (1,3h) com uma determinada temática e para um cluster especifico de empresas. 12/21 Empreendedorismo e Inovação – Think Tank TEMA/QUESTÃO FRASES/IDEIAS Redes de Empresas: ganhos evidentes: competências, relações. Redes de Aprendizagem: Inovação. Troca de experiências, boas práticas (ou casos menos bons). Participar, colaborar. Partilhar experiências e conhecimento star traker, comunidade de prática. Face ao baixo nível de utilização de sistemas de comparação, começar por criar experiências piloto que estimulem o gosto pelo uso de redes, e anulem os “medos”. A AIP pode ter um papel crucial. Fornecendo inputs, polenizando e rebatendo. 13/21 Empreendedorismo e Inovação – Think Tank Discussão e Declarações dos Grupos Foram constituídos 3 grupos de Discussão. QUADRO 3 – Grupos de Discussão Grupo I II III PARTICIPANTES Manuel Borges Gonçalves Maria Vieira Tiago Nascimento Vanda Vieira Aires da Silva Celeste Brito Lurdes Calisto Márcia Trigo Paula Fonseca Celina Gil João Tavares Mário Teixeira Rui Brandão No final foram apresentadas as afirmações resultantes da discussão e conclusões globais, de cada grupo, conforme sintetizado no quadro seguinte. 14/21 Empreendedorismo e Inovação – Think Tank QUADRO 4 – Declarações por Grupo Questão Grupo I Qual a característica fundamental que o novo modelo organizacional de comunicação e colaboração tem que ter? Declarações Finais Ser um agregador de informação. Criar efeito surpresa. Permitir a criação de estimulos. Fomentar a inteligência intercultural. Ser Dinâmico. Skills Gestão: o Definir estratégia permita o envolvimento conscientização actores ousada para dos a que e a diferentes ALV (informal e formal). Ferramentas: o Como facilitar (possibilitar) esta interacção [entre destrezas TI, TIC – Facilitadoras e aceleradoras do processo de aprendizagem (formal x II informal) integrado e suportado por PME e aprendizagem informal]? uma comunicação empática e na automotivação. Experimentação: o Criar e animar redes baseadas na realidade das PME experimentação promovam e para reflexão a gestão a que do conhecimento, a aprendizagem e a resolução de problemas. Liderança: o Exercicio de uma liderança inspiracional/transformacional que estimule, reconheça e celebre uma Como potenciar (fortalecer) esta interacção? cultura ALV. II Monitorização: o Criar sistemas support que monitorização resultados de de aprendizagem e performance promovam a divulgação de experiências de informal suportadas 15/21 Empreendedorismo e Inovação – Think Tank Questão Grupo Declarações Finais em TIC (Web 2.0) com o objectivo de adequar as destrezas às necessidades das PME. Redes o Animar Redes intra e interempresas e/ou com outras entidades em diferentes áreas de intervenção e focalizadas na qualidade e pertinência da informação. de interesse comum, III empresas] Necessita de ganho distribuido, para se manter (pela eficiência, colaboração e Necessita de governance, skills e energia; plataforma. Na sequência da apresentação das declarações, por representante do grupo, seguiu-se uma discussão alargada sobre as temáticas em questão, focalizando dimensões chave que tocam as questões do empreendedorismo e inovação: As PME portuguesas debatem-se com constrangimentos concretos ao nível da sua dimensão média (recursos humanos, materiais e financeiros), o que por si é limitativo de iniciativas inovadoras (porque requerem pesquisa, know-how e tempo). Em paralelo, o tecido empresarial das PME encontra-se ainda preso a pré-conceitos e ideias de senso comum, emergindo um sentido de destino/fatalidade: “nasce-se empreendedor”. Márcia Trigo foi aqui peremptória ao afirmar que “Os empresários fazem-se!”. Nesta afirmação incidiu e insistiu na necessidade premente de contrariar ideias feitas e da necessidade, ou melhor obrigatoriedade, do ‘regresso à escola’ por parte dos empresários - únicas formas de garantir a competitividade. com aceitação mútua para surgir. Como fomentar estas redes [aprendizagem, inovação, Necessita A aprendizagem informal e todas as ferramentas disponíveis e associadas à Web 2.0 foram mencionadas como as grandes potenciadoras das competências necessárias ao empreendedorismo e inovação. A aprendizagem apareceu neste debate (mais uma vez) como central. Tendo sido afirmado que a aprendizagem formal deveria servir para sistematizar a informal. Por outro lado, foi sublinhado que esta última não é em grande parte transmissível (uma vez que falamos em conhecimento tácito), embora possa ser passível de circulação, existindo empresários que já se aperceberam da 16/21 Empreendedorismo e Inovação – Think Tank importância no seio da empresa deste conhecimento tácito e da aprendizagem que ocorre fora dos circuitos formais pré-estabelcidos (tantas vezes alvo de posturas criticas e resistências que não concorrem para resultados efectivos). Nesta linha de ideias, foi ainda introduzido em debate a ideia de aprender com o erro. Por esta via, toda e qualquer iniciativa que potencie a partilha, que vise uma maior circularidade do conhecimento tácito deve prever uma memória: seja pela criação de FQA, seja por técnicas como o storytelling ou pela criação de intra-redes capazes de resolver problemas (já prática em algumas empresas internacionais). Verificou-se uma postura unânime face à necessidade de análise do erro, do insucesso (não só das boas práticas). “Somos culturalmente ineficazes na documentação de experiências.”, afirmou-se. No âmbito do empreendedorismo e inovação foi, por fim, sublinhada a importância da internacionalização. Para qualquer empresa é importante que saia do país desde a sua criação: a viagem a outros países enquanto conhecimento, aprendizagem; na observação do que se faz e como se faz. No final da discussão, Nelson Trindade contextualizou e clarificou a emergência das questões debatidas e reflectidas neste Think Tank, com base no seguinte esquema: What…….. Ever When…….. Ever Where…….. Ever Contexto Próprio Why? Why not? Modelo What if? 17/21 Empreendedorismo e Inovação – Think Tank As questões colocadas: What (o quê?), When (quando?) e Where (onde?) têm associadas a expressão Ever (sempre/nunca). Esta aparece aqui no seu duplo significado, demonstrando, neste esquema do empreendedorismo, que a grande questão se centra na transformação do Nunca (traduzido nos constrangimentos, a prioris, barreiras e demais desafios/entraves colocados à acção empreendedora) e do Sempre (traduzido na fatalidade da imutabilidade das coisas). O grande atrevimento do empreendedor será assim, conforme apresentado, atacar os “Ever” – e substitui-los por outras questões impulsionadoras da criação/invenção e abertura ao mundo: Why (porquê? – interrogação primeira); Why not (porque não?) e What if (e se?). Assim, a noção de empreendedorismo colocando o indivíduo face ao contexto (a mais das vezes adverso e resistente a mudanças) a criar/inventar/construir o seu próprio modelo de respostas/a sua ideia/o seu empreendimento. Por fim, Nelson Trindade deixou uma nota face às tentativas impulsionadoras de empreendedorismo: este só ocorre em plena liberdade (verbos como permitir não podem aqui ser equacionados – a permissão pressupõe um ascendente externo que por si só é inibidor da iniciativa individual). 18/21 Empreendedorismo e Inovação – Think Tank Principais Questões para Reflexão Futura Empreendedorismo e Inovação estão hoje na ordem do dia. A necessidade de crescimento económico e de resposta a uma crise sem precedentes (onde ainda se discutem as razões e soluções adjacentes) parece impor a procura de uma nova visão (ainda que a simples ideia de imposição pareça aqui uma contradição). O presente Think Tank foi conduzido e impulsionado por esta ideia de imperativo, ancorada na percepção e construção de soluções que potenciem empreendedorismo e inovação: a iniciativa da AIP-CE no seu projecto de empreendedorismo foi assim um dos motes da discussão (Qual a melhor forma de apoiar e potenciar uma rede de empreendedores e criadores?). Tendo por base 4 questões principais, que incluíam já a associação de ideias-chave à visão de empreendedorismo e inovação - comunicação, colaboração, interacção e rede – foram solicitados aos participantes contributos individuais (primeira fase) e contributos dos grupos constituídos (segunda fase): Qual a característica fundamental que o novo modelo organizacional de comunicação e colaboração tem que ter? – Os contributos individuais apontam uma reflexão dos participantes ancorada em duas perspectivas de análise: ao nível lato de um modelo de comunicação e colaboração e ao nível estrito de uma ferramenta que sirva esse mesmo modelo. Verificamos que ao nível do modelo este deverá ter transparência, clareza e capacidade de gerar redes de conhecimento nacionais e internacionais, bem como integrar uma aceitação por parte das pessoas. A declaração final centrouse na utilização de uma ferramenta (foco aliás da maioria das declarações individuais), agregadora de informação, dinâmica, aberta, de fácil utilização e adaptada ao seu público-alvo. A interacção e dinamismo foram aqui as palavraschave apontando para a necessidade de colaboração. Como facilitar (possibilitar) esta interacção [entre destrezas TI, PME e aprendizagem informal]? Os contributos individuais e o contributo do grupo apontaram caminhos de aprendizagem: pela via do reforço de Skills na valorização e dinamização da ALV (pelo reforço da aprendizagem formal, mas sobretudo pela maior atenção e aproveitamento da aprendizagem informal). Tratou-se aqui de enfatizar a utilização adequada de ferramentas enquanto facilitadoras de comunicação e de redes que criem canais de experimentação intra e inter PME. 19/21 Empreendedorismo e Inovação – Think Tank Como potenciar (fortalecer) esta interacção? Liderança, monitorização e animação de redes. Estas foram as palavras chave emergentes da discussão de grupo, reiteradas na discussão mais alargada que se seguiu e que apontam para um fortalecimento através da necessidade de reequacionar/requalificar as lideranças das nossas PME, colocar as aprendizagens no centro das dinamizações de crescimento e inovação, conhecer/aprender, com os problemas/erros/práticas boas ou más, num intercâmbio permanente entre PME. Como fomentar estas redes [aprendizagem, inovação, empresas]? A criação de redes foi concluída como um dos passos importantes para o crescimento das PME e para a potenciação do espirito empreendedor. Identificou-se a necessidade de um sentido comum, da percepção de distribuição de ganho e de uma orientação clara na definição de caminhos (governance, skills e energia). Sendo este o último dos três Think Tanks realizados, importa colocar as questões para reflexão futura enquadradas na linha reflexiva e nos contributos de todos os grupos envolvidos. Este think tank reforçou a ideia da centralidade da aprendizagem: verificou-se o reconhecimento da importância do conhecimento tácito presente nas empresas e da importância crucial da sua valorização. Aprender – imperativo de acção subjacente às diversas questões focalizadas: necessidade de formação das lideranças, necessidade de partilha do conhecimento tácito e experiencial, necessidade de (re)conhecer o erro, identificar e solucionar problemas. Mas reforçou também a ideia de Rede/Partilha/Colaboração - a abertura ao exterior (seja este, outra pessoa, outra empresa ou outro país), a interacção e colaboração mediada por via tecnológica (ou dinamizada dentro da empresa) foram apontadas como condições sine qua non para o empreendedorismo e inovação – numa óptica de sucesso. 20/21 Empreendedorismo e Inovação – Think Tank No primeiro Think Tank foi questionado: sucesso? Qual o desafio…que abre a porta do A resposta encontrada nesse momento ganha agora novos contornos: Conhecimento (através da sua exploração, dinamização e reinvenção); Cooperação (através da proximidade, relacionamento - pelo encontro de valores e humanização dos meios); Adaptação (à mudança, às pessoas, aos contextos). Estando igualmente presente e como pano de fundo a Inovação ( a ideia de encontrar novas formas de actuar). À questão colocada nas conclusões do segundo Think Tank, encontramos hoje a resposta: as empresas não podem descentrar a sua atenção sobre os indivíduos e sobretudo sobre as relações, interrelações e conexões colaborativas entre indivíduos. Assim empreendedorismo e inovação, são uma das faces da procura de crescimento e competitividade necessária a toda e qualquer sociedade. A iniciativa, a criatividade, a invenção, a resiliância, a adaptabilidade tomam assim forma na urgência de ancoragem na aprendizagem e na cooperação. Hoje, entendemos que não somos ilhas. Entendemos que sozinhos é mais difícil e sobretudo menos rico. Seja pela fonte inspiradora que é a emergência das novas tecnologias, seja pela constatação que muito do que sabemos/desenvolvemos está fora dos circuitos formais de ensino/aprendizagem, neste think tank pudemos concluir que: Potenciar/Facilitar o contacto (de forma dinâmica e interactiva) entre indivíduos/empresas com interesses comuns, de forma aberta e internacional, com ganhos partilhados e em aprendizagem permanente (com sentido atribuído e reconhecido por todos) são características necessárias a qualquer modelo e respectivas ferramentas que suportem iniciativas empreendedoras e inovadoras. 21/21