Literatura no ENEM: do modernismo em diante
Para testar seus conhecimentos sobre a poesia do Modernismo e da Literatura Contemporânea,
responda às cinco questões do Enem que se seguem.
QUESTÃO 1 – Enem 2000: 1
“Poética”, de Manuel Bandeira, é quase um manifesto do movimento modernista brasileiro de 1922.
No poema, o autor elabora críticas e propostas que representam o pensamento estético
predominante na época.
Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e
[manifestações de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o
[cunho vernáculo de um vocábulo
Abaixo os puristas
............................................................................................
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
— Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
(BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro. Aguilar, 1974)
Com base na leitura do poema, podemos afirmar corretamente que o poeta:
a) critica o lirismo louco do movimento modernista.
b) critica todo e qualquer lirismo na literatura.
c) propõe o retorno ao lirismo do movimento clássico.
d) propõe o retorno ao lirismo do movimento romântico.
e) propõe a criação de um novo lirismo.
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Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2000/2000_amarela.pdf
1
QUESTÃO 2 – Enem 2013: 2
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA. Oswald de Andrade: o culpado de tudo. 27 set. 2011 a
29 jan. 2012. São Paulo: Prof. Gráfica. 2012. (Foto: Reprodução)
O poema de Oswald de Andrade remonta à ideia de que a brasilidade está relacionada ao futebol.
Quanto à questão da identidade nacional, as anotações em torno dos versos constituem:
a)
b)
c)
d)
e)
direcionamentos possíveis para uma leitura crítica de dados histórico-culturais.
forma clássica da construção poética brasileira.
rejeição à ideia do Brasil como o país do futebol.
intervenções de um leitor estrangeiro no exercício de leitura poética
lembretes de palavras tipicamente brasileiras substitutivas das originais.
QUESTÃO 3 – Enem 2006: 3
Namorados
O rapaz chegou-se para junto da moça e disse:
— Antônia, ainda não me acostumei com o seu
[corpo, com a sua cara.
A moca olhou de lado e esperou.
— Você não sabe quando a gente e criança e de
[repente vê uma lagarta listrada?
A moca se lembrava:
— A gente fica olhando...
2
Disponível em:
3
Disponível em: http://www.enemvirtual.com.br/questoes-do-enem-resolvidas/
http://educacao.globo.com/provas/enem-2013/questoes/129.html
2
A meninice brincou de novo nos olhos dela.
O rapaz prosseguiu com muita doçura:
— Antônia, você parece uma lagarta listrada.
A moca arregalou os olhos, fez exclamações.
O rapaz concluiu:
— Antônia, você é engraçada! Você parece louca.
Manuel Bandeira
No poema de Bandeira, poeta modernista, destaca-se como característica da escola literária
dessa época
a) a reiteração de palavras para a construção de rimas ricas.
b) a utilização expressiva da linguagem falada em situações do cotidiano.
c) a simetria de versos para reproduzir o ritmo do tema abordado.
d) a escolha do tema do amor romântico, caracterizador do estilo literário dessa época.
e) o recurso ao dialogo, gênero discursivo típico do Realismo.
QUESTÃO 4 – Enem 2012: 4
O sedutor médio
Vamos juntar
Nossas rendas e
expectativas de vida
querida,
o que me dizes?
Ter 2, 3 filhos
e ser meio felizes?
(VERISSÍMO, L. F. Poesia numa hora dessas?!. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.)
No poema O sedutor médio, é possível reconhecer a presença de posições críticas
a) nos três primeiros versos, em que “juntar expectativas de vida” significa que, juntos, os
cônjuges poderiam viver mais, o que faz do casamento uma convenção benéfica.
b) na mensagem veiculada pelo poema, em que os valores da sociedade são ironizados, o que é
acentuado pelo uso do adjetivo “médio” no título e do advérbio “meio” no verso final.
c) no verso “e ser meio felizes?”, em que “meio” é sinônimo de metade, ou seja, no casamento,
apenas um dos cônjuges se sentiria realizado.
d) no dois primeiros versos, em que “juntar rendas” indica que o sujeito poético passa por
dificuldades financeiras e almeja os rendimentos da mulher.
e) no título, em que o adjetivo “médio” qualifica o sujeito poético como desinteressante ao sexo
oposto e inábil em termos de conquistas amorosas.
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Disponível em: http://veja.abril.com.br/educacao/slider-questoes-enem/graficos/pdf/questoes-118.pdf
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QUESTÃO 5 – Enem 20012: 5
Das irmãs
os meus irmãos sujando-se
na lama
e eis-me aqui cercada
de alvura e enxovais
eles se provocando e provando
do fogo
e eu aqui fechada
provendo a comida
eles se lambuzando e arrotando
na mesa
e eu a temperada
servindo, contida
os meus irmãos jogando-se
na cama
e eis-me afi
ançada
por dote e marido
(QUEIROZ, Sônia. O sacro ofício. Belo Horizonte: Comunicação, 1980.)
O poema de Sônia Queiroz apresenta uma voz lírica feminina que contrapõe o estilo de vida do
homem ao modelo reservado à mulher. Nessa contraposição, ela conclui que:
a) A mulher deve conservar uma assepsia que a distingue de homens, que podem se jogar na
lama.
b) A palavra “fogo” é uma metáfora que remete ao ato de cozinhar, tarefa destinada às mulheres.
c) A luta pela igualdade entre os gêneros depende da ascensão financeira e social das mulheres.
d) A cama, como sua “alvura e enxovais”, é um símbolo da fragilidade feminina no espaço
doméstico.
e) Os papéis sociais destinados aos gêneros produzem efeitos e graus de autorrealização
desiguais.
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Disponível em: http://veja.abril.com.br/educacao/enem-resolvido-2012/Q117.pdf
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