(21) P10904880-4 A2 Frederasáv2 :SEG BussEl E 20 NtiCVS-i9.•: 1 .1 1111 ELI ADJI * (22) Data de Depósito: 04/09/2009 (51) !M.a.: (43) Data da Publicação: A61K 39/12 C12N 15/62 C12N 15/34 C12N 15/85 A61K 38/19 A61P 35/00 17/05/2011 (RPI 2106) 'veia ~. (54) Título: COMPOSIÇÃO FARMACÊUTICA (57) Resumo: COMPOSIÇÃO FARMACÊUTICA CONTENDO UM PLASMIDEO QUE EXPRESSA A ONCOPROTEINA E7 DE HPV-16 FUSIONADA A GD DO HSV- 1 CO-ADMINISTRADO COM UM PLASMIDEO QUE EXPRESSA A IL-2 E O SEU USO NO CONTROLE DE TUMORES INDUZIDOS POR HPV-16 A presente invenção trata da utilização de duas construções de DNA plasmideal, uma contendo o gene que expressa a oncoproteina E7 do vírus do papiloma humano tipo-16 (HPV-16) fusionadas à glicoproteina D (gD) do herpes simplex tipo-1 (HSV-1) e outra contendo o gene que expressa a interleucina-2 Titular(es): Farmacore Biotecnologia Limitada (IL-2) para o preparo de uma composição farmacêutica e o seu uso no controle de tumores induzidos pelo HPV-16. Tal composição Inventor(es): Célio Lopes Silva farmacêutica apresenta interesse para a indústria farmacêutica para a manufatura de medicamentos para uso humano destinados ao controle de tumores. CONTENDO UM PLASMÍDEO QUE EXPRESSA A ONCOPROTEÍNA E7 DE HPV-16 FUSIONADA A GD DO HSV-1 CO-ADMINISTRADO COM UM PLASMÍDEO QUE EXPRESSA A IL-2 E O SEU USO NO CONTROLE DE TUMORES INDUZIDOS POR HPV-16 (73) (72) A RSV L-2 C CMV 1/13 Wifia-4l P10904880 "COMPOSIÇÃO FARMACÊUTICA CONTENDO UM PLASMÍDEO QUE EXPRESSA A ONCOPROTEÍNA E7 DE HPV-16 FUSIONADA A GD DO HSV1 CO-ADMINISTRADO COM UM PLASMÍDEO QUE EXPRESSA A IL-2 E O SEU USO NO CONTROLE DE TUMORES INDUZIDOS PELO HPV-16 5 CAMPO DA INVENÇÃO A presente invenção trata da utilização de duas construções de DNA plasmideal, urna contendo o gene que expressa a oncoproteína E7 do vírus do papiloma humano tipo-16 (HPV-16) fusionadas à glicoproteína D (gD) do herpes simplex tipo-1 (HSV-1) e outra contendo o gene que expressa a 10 interleucina-2 (1L-2) para o preparo de urna composição farmacêutica e o seu uso no controle de tumores induzidos pelo HPV-16. Tal composição farmacêutica apresenta interesse para a indústria farmacêutica para a manufatura de medicamentos para uso humano destinados ao controle de tumores. 15 ANTECEDENTES DA INVENÇÃO O câncer de colo de útero é a terceira principal causa de morte por câncer em mulheres de todo o mundo causando 200.000 mortes por ano (PISANI P. PARKIN D.M., BRAY F. AND FERLAY J. (1999). Estimates of the worldwide mortality from 25 cancers in 1990. Int. J. Cancer 83:18-29).. Dados 20 epidemiológicos mostram uma clara relação entre a infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV) e o desenvolvimento de câncer do colo do útero, sendo que o genoma de HPV pode ser detectado em mais de 99% dos casos deste tipo de câncer. Mais de 100 tipos de HPV foram descritos, e cerca de 20 têm mostrado propensão a infectar os tecidos do trato anogenital. Alguns tipos 25 de HPV causam verrugas e lesões benignas e raramente são encontrados em carcinomas invasivos, sendo chamados de genótipos de baixo risco, como o HPV-6 e o HPV-11. Os genótipos do HPV-16, HPV-18, HPV-31, HPV-33 e HPV-45 são freqüentemente encontrados em tecidos tumorais do colo do útero, sendo chamados de genótipos de alto risco (WALBOOMERS, J.M., JACOBS 30 M.V., MANOS M.M. et aí (1999). Human papillomavirus is a necessary cause of invasive cervical cancer worldwide. Pathol. 198:12-19). As proteínas E6 e E7 2/13 dos genótipos de alto risco são capazes de degradar p53 e inativar pRb, interferindo com proteínas reguladoras do ciclo celular (HOWLEY P.M. (1991). Role of the human oaoillomaviruses in human cancer_ Cancer Res. 51:5019s- 5022s). Entre os genótipos de alto risco, destaca-se o HPV-16 encontrado em 5 50% a 60% dos casos de câncer do colo de útero, podendo ser considerado o principal agente etiológico da doença (BOSCH F.X., MANOS M.M., MUglOZ N., SHERMAN M., JANSEN A.M., PETO J., SCHIFFMAN M.H., MORENO V., KURMAN R., SHAH K.V. (1995). Prevalence of human papillomavirus in cervical cancer: a worldwide perspective. International biological study on 10 cervical cancer (IBSCC) Study Group. J Natl Cancer Inst. 87(11):796-802). Como o câncer cervical é causado por um tipo de infecção virai, seria esperado que uma vacina capaz de gerar anticorpos neutralizantes que bloqueiem a entrada do vírus reduzisse a incidência deste tipo de câncer em longo prazo. Duas vacinas profiláticas baseadas em VLPs (Virus like particles) 15 formados por proteínas L1 de HPV-6, -11, -16 e 18 (Gardasil) ou HPV-16 e -18 (Cervarix) estão disponíveis no mercado. Entretanto, depois que a infecção já foi estabelecida outro tipo de vacina faz-se necessária, pois os anticorpos neutralizantes não são capazes de eliminar o vírus ou inibir o crescimento de tumores. 20 Novas abordagens terapêuticas para tratamento de câncer são continuamente investigadas no mundo todo e dentre elas, a imunoterapia ou vacinas terapêuticas, representa uma forma de crescente relevância. O conhecimento dos mecanismos imunológicos tem permitido que estas abordagens sejam continuamente aprimoradas e se traduzam em progressos 25 clínicos contínuos. Diante disso, a relevância da pesquisa de vacinas terapêuticas contra o câncer cervical, deve ser enfatizada, devido a milhões de mulheres que já estão infectadas pelo vírus e que podem vir a desenvolver tumores, já que o HPV é geralmente contraído por mulheres jovens, mas o câncer se manifesta apenas depois dos 50 anos de idade (LEPIQUE A.P., 30 In A t) A r, g__• sge 1 A g 1 ni-Nomkininic 1., váLLm i•-inrIrtx Lin% kzuvw). nrv Vi2UL11 Idt1011. 11 —r ueyit 'ming 01 ule et lu of cervical cancer? — A Review. Mem Inst Oswaldo Cruz. 104(1): 1-10). 3/13 As vacinas terapêuticas contra o câncer surgem como uma alternativa a processos cirúrgicos e radioterápicos. Diversos grupos têm descrito o desenvolvimento de vacinas que trazem como alvo as células cancerosas induzidas por HPV-16. Estudos de imunoterapia antígeno5 específica mostram que tumores induzidos pelo HPV podem ser controlados e por vezes eliminados por ativação de resposta mediada por células específica contra as proteínas E7 e E6 (LING M., KANAYAMA M., RODEN R., et al. (2000). Preventive and therapeutic vaccines for human papillomavirusassociated cervical cancers. J Biomed Sci. 7(5):341-356). Vacinas de DNA 10 contra o HPV-16 que utilizam o gene da oncoproteína E7 na sua forma nativa induzem baixos níveis de ativação de linfócitos T CD8 + e conseqüentemente não protegem animais contra o desafio utilizando células transformadas pelo HPV (HUNG C. F., MONIE A., ALVAREZ R. D., et al. (2007). DNA vaccines for cervical cancer: from bench to bedside. Exp. Mol. Med. 39:679-689; KANODIA 15 S., DA SILVA D.M., KAST W.M. (2008). Recent advances in strategies for immunotherapy of human papillomavirus-induced lesions. Int J Câncer. 15; 122(2):247-59). Estratégias alternativas para melhorar a apresentação antigênica, como o direcionamento da expressão a compartimentos celulares específicos, 20sãocapzedumntrspoaiemd rlnfócitosTCD8e proteger animais contra o HPV (JI H., WANG T.L., CHEN C.H., et al. (1999). Targeting human papillomavirus type 16 E7 to the endosomal/lysosomal compartrnent enhances the antitumor immunity of DNA vaccines against murine human papillomavirus type 16 E7-expressing tumors. Hum Gene Ther. 25 10:2727-2740; RODRIGUEZ F., AN L.L., HARKINS S., et al. (1998). DNA immunization with minigenes: low frequency of memory cytotoxic T lymphocytes and inefficient antiviral protection are rectified by ubiquitination. J Virol. 72(6):5174-5181; CHENG W.F., HUNG C.F., CHAI C.Y., et al. (2001). Tumorspecific immunity and antiangiogenesis generated by a DNA vaccine encoding 30 calreticulin linked to a tumor antigen. J. Clin. Invest. 108:669-678; CHU N.R., WU H.B., WU T., et al. (2000). Immunotherapy of a human papillomavirus 4/13 (HPV) type 16 E7-expressing tumour by administration of fusion protein comprising Mycobacterium bovis Bacille Calmette-Guerin (BCG) hsp65 and HPV16 E7. Clin Exp Immunol. 121:216-225; HUNG C.F., TSAI Y.C., HE L, et al. (2007). DNA vaccines encoding li-PADRE generates potent PADRE-specific 5 CD4(+) T-cell immune responses and enhances vaccine potency. Moi. Ther. 15:1211-1219). No Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo foram construídas vacinas de DNA capazes de expressar as oncoproteínas E6 e E7 do HPV-16 na 10 superfície celular das células transfectadas (LASARO, M. O., DINIZ, M. O., ARTURO, R., ERTL, H. C., FERREIRA, L. C. S., (2005). Anti-tumor DNA vaccines based on the expression of human papillomavirus-16 E6/E7 oncoproteins genetically fused with the glycoprotein D from herpes simplex virus-1. Microbes and Infection. 7:1541-1550). As oncoproteínas E6 e E7 foram 15 fusionadas geneticamente à glicoproteína D (gD) do vírus do herpes simplex tipo 1 (HSV-1). O vetor que expressa a proteína E7 fusionada a gD (pgDE7) em regime vacinai de quatro doses, promoveu a ativação de células T CD8 + espcífiaontrE7egudosanimefdosprlaticmne com células tumorais. Além disso, a administração da vacina em animais que já 20 continham as células tumorais foi capaz de regredir os tumores em 40% dos animais e retardar a evolução dos tumores nos animais não protegidos. Como estratégia utilizada em nosso laboratório, a proteína E7 foi inserida em sítios permissíveis próximos a extremidade C-terminal da proteína gD do vírus herpes simplex tipo-1 (HSV-1). A proteína gD do HSV-1 é uma 25 proteína que apresenta superfície exposta, ficando ancorada à membrana das células infectadas através de uma seqüência pequena localizada próxima à região C-terminal. Desta forma, as oncoproteínas do HPV-16 estariam sendo expressas no meio extracelular, reduzindo drasticamente os riscos oncogênicos das células transfectadas. A proteína gD tem a capacidade de 30 aumentar a imunogenecidade de E7 ou outras proteínas a ela fusionadas por exercer uma competição com BTLA (B and T lymphocyte attenuator) pelo sítio 5/13 de interação do receptor HVEM (Herpes vírus entry mediator), reduzindo os efeitos co-inibitórios de BTLA em linfócitos T e B (LASARO M.O., TATSIS N., HENSLEY S.E, WHITBECK J.C., LIN S.W., RUX J.J., WHERRY E.J., COHEN G.H., EISENBERG R.J., ERTL H.C. (2008). Targeting of antigen to the 5 herpesvirus entry mediator augments primary adaptive immune responses. Nat Med. 14(2):205-12). Um vetor que expressa as proteínas E5, E6 e E7 do HPV-16 fusionadas à gD do HSV-1 (pgDE7E6E5) está descrito na patente W0/2008/027394 depositada por Lasaro e Ertl em 2008. Os dados já 10 publicados envolvendo esta construção demonstram que uma dose da vacina gera proteção profilática á formação de tumores (LASARO TATSIS f‘L, HENSLEY S.E., WHITBECK J.C., LIN S.W., RUX J.J., WHERRY E.J., COHEN G.H., EISENBERG R.J., ERTL H.C. (2008). Targeting of antigen to the herpesvirus entry mediator augments primary adaptive immune responses. Nat 15 Med. 14(2):205-12). Entretanto, o vetor descrito, assim como o vetor inicialmente descrito por nós e que permitiu a elucidação dos efeitos adjuvantes da proteína gD do HSV-1, não confere proteção total a camundongos que previamente inoculados com as células tumorais, que consiste no principal objetivo de uma vacina terapêutica contra câncer. Neste caso, em desafio de 20 proteção terapêutica a formação de tumores, a vacina é capaz de manter 70% dos camundongos livres de tumores seguindo um regime vacinai de 3 doses. Desta forma, considerando-se camundongos que previamente continham células tumorais, os plasmídeos vacinais pgDE7 e pgDE7E6E5 demonstram reduzir o número de camundongos apresentando tumores, mas não são 25 suficientes para gerar proteção total. Como estratégia alternativa para aumentar a resposta induzida por uma vacina de DNA, além da fusão a genes de proteínas heterólogas podem ser utilizadas citocinas relacionadas à ativação ou proliferação de células T, como a interleucina-2 (IL-2) e IL-12. Plasmídeos que codificam 30 citocinas são potentes adjuvantes capazes de aumentar a resposta imune humoral e citotóxica em modelo animal (BAROUCH, D. H., A CRAIU, M. J. 6/13 KURODA, J. E. SCHMITZ, X. X. ZHENG, S., SANTRA, J. D. FROST, G. R. KRIVULKA, M. A. LIFTON, C. L. CRABBS, G. HEIDECKER (2007). Induction of specific immune responses by severe acute respiratory syndrome coronavirus spike DNA vaccine with or without interleukin-2 immunization using different 5 vaccination routes in mice. Clinica] and vaccine immunol. 14:894-901; CHOW, Y. H., B. L. CHIANG, Y. L. LEE, W. K CHI, W. C. LIN, Y. T. CHEN, AND M. H. TA0_ (1998). Development of Th1 and Th2 populations and the nature of immune responses to hepatitis B virus DNA vaccines can be modulated by codelivery of various cytokine genes. J. Immunol. 160:1320-1329). Nesse 10 contexto, a IL-2 é uma citocina potente produzida por células T ativadas, capaz de ativar múltiplos compartimentos do sistema imune e atua na proliferação clonal de células T (WALDMANN T.A. (2006). The biology of interleukin-2 and interleukin-15: implications for cancer therapy and vaccine design. Nat Rev lmmunol. 6:595-601). 15 IL-2 é um dos adjuvantes sistêmicos mais amplamente utilizados para vacinas baseadas em peptídeos. Seu uso clínico foi aprovado pelo FDA para o tratamento de câncer renal metastático e melanoma maligno, sendo capaz de induzir respostas clínicas em 15% dos pacientes com estes tipos de cânceres (ROSENBERG S.A., YANG J.C., TOPALIAN S.L., 20 SCHWARTZENTRUBER D.J., WEBER J.S., PARKINSON D.R., et al (1994). Treatment of 283 consecutive patients with metastatic melanoma or renal cell cancer using high-dose bolus interleukin 2. JAMA. 271(12):907-13). Alguns estudos que empregam plasmídeos que contém o gene da IL-2 têm obtido aumentos significantes na resposta imunológica contra herpes bovino tipo I 25 (KUHNLE, G., R. A. COLLINS, J. E. SCOTT, AND G. M. KEIL. (1996). Bovine interleukins 2 and 4 expressed in recombinant bovine herpesvirus 1 are biologically active secreted glycoproteins_ J. Gene Virol. 77:2231-2240), Vírus de hepatite C (GEISSLER, M., A. GESIEN, K. TOKUSHIGE, AND J. R. WANDS. (1997). Enhancement of cellular and humoral immune• responses to 30 hepatitis C virus core protein using DNA - based vaccines augmented with cytokine-expressing plasmids. J. lmmunol. 158:1231-1237), vírus da 7/13 imunodeficiência adquirida humana (MOORE, A. C., W. P. KONG, B. K. CHAKRABARTI, AND J. N. GARY. (2002). Effects of antigen and genetic adjuvants on immune responses to human immunodeficiency virus DNA vaccines in mice. J. Virol. 76:243-250), e contra tumores que expressam o 5 HER2/Neu (LIN CC, CHOU CW, SHIAU AL, TU CF, KO TM, CHEN YL, et ai. (2004). Therapeutic HER2/Neu DNA vaccine inhibits mouse tumor naturally overexpressing endogenous neu. Molec Therapy .10:290-301). A co-expressão de IL-2 também tem sido utilizada para aumentar a resposta imune à gD do HSV-1 utilizada como antígenos em vacinas de DNA (LI WR, NIU B,WANG JW, 10 FENG ZJ,WANG DX.(2006). Coexpression of interleukin-2 enhances the immunization effect of a DNA vaccine expressing herpes simplex 1 glycoprotein D. Acta Viro!. 50:251-6). Diante do exposto, os Depositantes desenvolveram uma composição farmacêutica para ser administrada por via intramuscular 15 combinando um plasmídeo que expressa a E7 de HPV-16 fusionada à gD de HSV-1 com um plasmídeo que expressa a IL-2. A administração dessa composição farmacêutica, em animais previamente desafiados com linhagem tumoral TC-1, conferiu proteção completa (100%) para o desenvolvimento de tumores, tanto de forma profilática como terapêutica, e representa uma 20 estratégia inédita de grande interesse prático, e que necessita de proteção do invento visando futuras aplicações clínicas em seres humanos e animais. DESCRIÇÃO DAS FIGURAS A figura 1 mostra esquematicamente os vetores plasmidiais utilizados na pesquisa. Em (A) está representado o vetor pgDE7 que codifica a 25 proteína E7 do HPV-16 geneticamente fusionada à proteína gD do HSV-1 e contém gene de resistência a ampicilina. Em (B) está representado o vetor pIL2 que codifica para a citocina 1L-2 murina. Em (C) está representado o vetor pVaxgDE7 que codifica a proteína E7 do HPV-16 geneticamente fusionada à proteína gD do HSV-1 e contém gene de resistência a canamicina. 30 A figura 2 mostra um ensaio de proteção terapêutica de camundongos C57BU6 desafiados com células tumorais TC-1. Os animais 8/13 foram imunizados com três doses do vetor pgD, pIL-2 ou pgDE7 e uma, duas ou três doses da composição farmacêutica contendo os vetores pgDE7 e pIL-2 pela via intramuscular. Os plasmídeos foram administrados na quantidade de 100pg de DNA/dose. Os protocolos vacinais tiveram início no mesmo dia do 5 desafio. O desafio foi feito através da inoculação por via subcutânea de 5x10 4 céluastmoriTC-1pnal.OsvetorpgDIL-2isladmentão foram capazes de manter os camundongos livres de tumores, e o vetor pgDE7 sozinho gerou 70% de proteção. Entretanto a composição farmacêutica contendo os vetores pgDE7 e pIL-2 foi capaz de proteger 100% dos 10 camundongos do desenvolvimento de tumor com a inoculação de uma, duas ou três doses da composição. A figura 3 mostra um ensaio de proteção terapêutica de camundongos C57BL/6 desafiados com células tumorais TC-1. Os animais foram imunizados com uma dose de 100pg do vetor pIL-2, ou uma dose da 15 composição farmacêutica contendo os vetores pgDE7 e pIL-2 administradas na quantidade de 100pg, 50pg, 25pg ou 10pg DNA/dose. Os protocolos vacinais tiveram início no mesmo dia do desafio. O desafio foi feito através da inoculação por via subcutânea de 5x10 4 células tumorais TC-1 por animal. A composição farmacêutica contendo os vetores pgDE7 e pIL-2 foi capaz de 20 proteger 100% dos camundongos do desenvolvimento de tumor em dose única com a inoculação de 100pg, 50pg ou 25pg de DNA/dose. A inoculação de 11 0pg de DNA/dose da formulação vacinai protegeu 50% dos camundongos do desenvolvimento de tumores e o vetor pIL-2 isoladamente não foi capaz de manter os camundongos livres de tumores. 25 A figura 4 mostra um ensaio de proteção terapêutica de camundongos C57BL/6 desafiados com células tumorais TC-1. Os animais foram imunizados com uma dose do vetor pIL-2, ou uma dose da composição farmacêutica contendo os vetores pgDE7 e plL-2 administradas na quantidade de 50pg de DNA/dose. A composição farmacêutica foi administrada no mesmo 30 dia (dia 0), 3, 7, 10 ou 14 dias após o desafio. O desafio foi feito através da inoculação por via subcutânea de 5x10 4 células tumorais TC-1 por animal. A 9/13 composição farmacêutica contendo os vetores pgDE7 e pIL-2 foi capaz de proteger 100% dos camundongos do desenvolvimento de tumor em dose única com a inoculação de 50pg de DNA/dose quando a vacina foi administrada no mesmo dia ou 3 dias após o desafio. Quando a composição farmacêutica foi 5 inoculada nos dias 7, 10 e 14, os valores de proteção obtidos foram de 60%, 40% e 0% de camundongos livres de tumor, respectivamente. O vetor pIL-2 isoladamente não foi capaz de manter os camundongos livres de tumores. A figura 5 mostra um ensaio de proteção terapêutica de camundongos C57BU6 desafiados com células tumorais TC-1. Os animais 10 foram imunizados com uma dose do vetor pIL-2 ou pVaxgDE7, ou com uma dose da composição farmacêutica contendo os vetores pVaxgDE7 e pIL-2 administradas na quantidade de 50pg de DNA/dose. As vacinas e a composição farmacêutica foram administradas 3 dias após o desafio. O desafio foi feito através da inoculação por via subcutânea de 5x10 4 células tumorais 15 TC-1 por animal. A composição farmacêutica contendo os vetores pVaxgDE7 e pIL-2 foi capaz de proteger 100% dos camundongos do desenvolvimento de tumor em dose única com a inoculação de 50pg de DNA/dose. Os vetores pIL2 e pVaxgDE7 isoladamente não foram capazes de manter os camundongos livres de tumores. 20 DESCRIÇÃO DA INVENÇÃO A presente invenção descreve o preparo de formulações farmacêuticas vacinais contendo um plasmídeo que expressa a oncoproteína E7 do vírus do papiloma humano tipo-16 (HPV-16) fusionadas a glicoproteína D (gD) do herpes simplex tipo-1 (HSV-1) co-administrado a um plasmídeo que 25 expressa a interleucina-2 (IL-2) e o seu uso no controle de tumores induzidos por HPV-16. O presente pedido de patente consiste na combinação das propriedades adjuvantes de um plasmídeo que expressa IL-2 com o potencial vacinai e terapêutico de um plasmídeo que expressa a oncoproteína E7 de 30 HPV-16 fusionada a gD de HSV-1. 10/13 Em uma primeira realização, a presente invenção envolve a formulação baseada na co-administração de um plasmídeo que expressa 1L-2 e um plasmídeo que expressa a oncoproteína E7 de HPV-16 fusionada a gD de HSV-1 em concentrações de 100pg de DNA de cada, que podem variar de 25 5 pg a 100 pg. As formulações da presente invenção podem ser administradas por via parenteral, preferencialmente, sendo administrada pela via intramuscular. EXEMPLOS A compo s ição farmacêutica armacêu dd presente 10 iydu fui t'utetdd em modelo murino de tumor TC-1, sendo a composição farmacêutica composta de um plasmídeo que contém o gene da oncoproteína E7 de HPV-16 fusionado no sítio de Apal do gene da gD de HSV-1 co-administrado com um plasmídeo que contém o gene da IL-2 para o controle terapêutico de tumores induzidos pelo 15 HPV-16. CONSTRUÇÃO E PURIFICAÇÃO DOS VETORES PLASMIDIAIS Para a construção do vetor pIL-2 o gene da IL-2 foi amplificado por PCR e clonado no vetor pcDNA3.1 (Invitrogen). O vetor pgDE7 foi construído através da amplificação do gene da proteína E7 a partir do genoma 20 total do HPV-16, gentilmente cedido pelo Dr. VVilly Beçak do Instituto Butantan, utilizando iniciadores específicos desenhados com base na seqüência depositada no GeneBank (GI:9627100) e incluindo sítios para a enzima Apal nos iniciadores de E7. O plasmídeo pRE4 que contém o gene da glicoproteína D do HSV-1, gentilmente cedido pelo Dr. G. Cohen da Universidade da 25 Pensilvânia, foi utilizado para a clonagem do gene de E7 fusionado ao gene gD. Para a construção do vetor pVaxgDE7 o gene gDE7 foi retirado do vetor pgDE7 através de digestão com a enzima de restrição Hindi' e clonado no vetor pVax1 (Invitrogen). As células eletrocompetentes utilizadas para a transformação com o vetor pRE4 foram bactérias Escherichia coli JM 110. Os 30 tratamentos com enzimas de restrição, ligação, eletroforese em gel de agarose, purificação dos fragmentos de DNA e eletroporação seguiram os 11/13 procedimentos descritos anteriormente por Sambrook e colaboradores (1989). Todos os plasmídeos foram propagados em Escherichia coli DH5a em meio LB suplementado com ampicilina (100i.kg/mL) e purificado por duplo gradiente de densidade de cloreto de césio seguido de precipitação com etanol e 5 ressuspensão em água estéril. O conteúdo de DNA das amostras foi determinado em espectofotômetro a 260nm e confirmado por inspeção visual em gel de agarose 1% corado com brometo de etídeo usando fragmentos de DNA com concentrações conhecidas (Invitrogen). Os plasmídeos foram mantidos a —20° C até o momento de uso, quando a concentração foi ajustada 10 para 1p.g/gL em PBS. COMPOSIÇÃO MEDICAMENTOSA A composição farmacêutica medicamentosa consiste na coadministração de plasmídeo que expressa a E7 de HPV-16 fusionada à proteína gD de HSV-1 em combinação com o plasmídeo que expressa a IL-2 15 humana ou de outras espécies de mamíferos. Esta composição farmacêutica preparada em solução salina pela mistura dos dois plasmídeos pode ser administrada por via parenteral utilizando-se doses que podem variar entre 10 Dg a 100mg de DNA, de acordo com a espécie a ser vacinada, sendo seu efeito ótimo, obtido em camundongos, com 501.1g de DNA com células TC-1 por 20 animal. A composição farmacêutica pode ser administrada em dose única ou múltiplas doses de acordo com o grau de desenvolvimento do tumor. A formulação vacinai pode ser administrada também em combinação com vetores que codifiquem para as citocinas IL-12 e/ou GM-CSF assim como com citocinas purificadas e administradas na forma de proteínas. 25 CÉLULAS TUMORAIS A linhagem celular tumoral TC-1 é derivada de células primárias do epitélio pulmonar de C57B1/6 transformadas com v-Has-ras e os genes de E6 e E7 do HPV-16 (gentilmente cedida pelo Dr. T.C. Wu, Universidade Johns Hopkins, EUA). As células TC-1 foram cultivadas em meio DMEM 30 suplementado com 2mM L-glutamina, 1 mM piruvato de sódio, 2 mM aminoácidos não essenciais, 10mM tampão HEPES, 50 U/mL 12/13 penicilina/streptomicina, 10% de soro fetal bovino (SFB) e mantidas a 37°C e 5% de CO2. No dia do desafio tumoral as células são tratadas com tripsina, lavadas duas vezes, e ressuspendidas em meio sem soro a concentrações apropriadas para a inoculação. 5 IMUNIZAÇÃO DOS CAMUNDONGOS E DESAFIO COM AS CÉLULAS TUMORAIS Os experimentos de imunização foram realizados com camundongas fêmeas C57BU6 com idade entre 6-8 semanas adquiridos do Biotério de Camundongos Isogênicos do Depto de Imunologia da USP e manuseados segundo as normas estabelecidas pela comissão de ética do ICB10 USP. Grupos de 5-10 animais foram vacinados com as composições farmacêuticas por via intramuscular. As doses tiveram de 10jig a 100 IA de DNA diluído em 100p1 de PBS e foram inoculadas no músculo tibial anterior de cada pata (50p1 por pata). A inoculação das células tumorais TC-1 foi feita por via 15 subcutânea em camundongos na concentração de 5x 10 4células/animal. As células foram ressuspensas em 100 pL de meio de cultura sem soro e inoculadas em uma região dorso-lateral do animal. Para determinar o efeito de regressão de tumores já estabelecidos, os camundongos foram desafiados com as células TC-1 e oito 20 horas depois teve início o protocolo vacinai. O acompanhamento da evolução dos tumores nos ensaios de regressão tumoral foi feito três vezes a cada semana por um período mínimo de 60 dias. Os tumores quando presentes foram medidos com o auxílio de um paquímetro e os animais que apresentarem tumores maiores que 1,5 crn de diâmetro foram eutanasiados. 25 RESULTADOS Os resultados descritos no presente invento demonstram que a composição farmacêutica contendo uma combinação do plasmídeo pgDE7 e pcDNA3.IL-2 resultou em total proteção terapêutica a desafios feitos com as células TC-1 em regime de 1,2 ou 3 doses da composição farmacêutica 30 administradas pela via intramuscular e que a quantidade de DNA/dose pode 13/13 ser de 25pg a 100pg de DNA de cada plasmideo na composição farmacêutica. A formulação farmacêutica proposta, assim, como outras derivadas do conceito baseado na co-administração de plasmídeo pgDE7 e plasmicleos que codifiquem citocinas, assim como citocinas purificadas, representa uma 5 estratégica terapêutica anti-tumoral única que deve ser protegida quanto ao potencial de utilização clínica e/ou veterinária. 1/2 REIVINDICAÇÕES 1. COMPOSIÇÃO FARMACÊUTICA, caracterizada pela combinação de um vetor plasmideal que codifica a proteína E7 do HPV-16 (pgDE7) associada a um vetor plasmideal que codifica a IL-2 (pcDNA3.IL-2). 5 2. COMPOSIÇÃO FARMACÊUTICA, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo uso do gene ET derivados do HPV-16, assim como do HPV-18 e outros tipos virais associados à formação de tumores e produzidos por síntese química. 3. COMPOSIÇÃO FARMACÊUTICA, de acordo com as 10 reinvindicações 1 e 2, caracterizada pelo uso do gene da interleucina 2 (IL-2), preferencialmente, ou da IL-12 e GM-CSF, derivados de mamíferos e/ou produzido por síntese química. 4. COMPOSIÇÃO FARMACÊUTICA, de acordo com as reinvindicações 1 a 3, caracterizada pelo uso de plasmídeos recombinantes 15 que possam ser usados em humanos e animais de estimação ou criação para o controle de tumores induzidos por diferente papilomavirus. 5. COMPOSIÇÃO FARMACÊUTICA, de acordo com as reivindicações 1 a 4, caracterizada pelo uso dos vetores descritos, em concentrações que variam entre 0,1 pg a 100 pg por dose para camundongos 20 e de 0,1 pg a 5 mg por dose para humanos e outras espécies de mamíferos. 6. PROCESSO DE OBTENÇÃO DA FORMULAÇÃO FARMACÊUTICA, de acordo com as reinvindicações 1 a 5, caracterizada pela purificação do DNA em condições de boas práticas de laboratório e de boas pr6'ticns 25 fmbrirnra", livros do endot^xina e adequado para testes pré-clínico e/ou clínicos. 7. COMPOSIÇÃO FARMACÊUTICA, de acordo com as reivindicações 1 a 6, caracterizada pelo fato da administração da dita composição farmacêutica vacinai ser feita pelas vias sub-cutânea, intradérmica, transdérmica, mucosa e, preferencialmente, por via intramuscular. 30 8. COMPOSIÇÃO FARMACÊUTICA, de acordo com as reinvindicações 1 a 7, caracterizada pelo fato dos plasmídeos pgDE7 e 2/2 pcDNA3.IL-2 serem aplicados em solução de salina ou combinada a sistemas de liberação sustentada ou controlada, como os lipossomos, emulsões lipídicas e micropartículas de PLGA. 9. USO DOS CONSTRUTOS DE PLASMÍDEOS, de acordo 5 com as reivindicações 2 e 3, na preparação de uma COMPOSIÇÃO FARMACÊUTICA para imunoterapia ou tratamento de tumores induzidos por HPV em humanos e animais de estimação. 1/3 Fig 1L-2 c CMV \.Apai .11111"41 pVaxgDET Apai gD Figura 2. 188% 86% 68% 48% —*—pgDE7 3 doses --pgDE7 4 piL-2 1 dose --e--pgDE7 26% 4 pfl_-2 2 doses DE7 f piL-2 3 doses 6% 1%., Tr." LL, 7:2 O 7 14 21 30 Dias após desarmo •■•• r. 42 49 ,..10 2/3 Figura 3. o -E-- pIL-2 E a 80% o -of GO% -á- pg DE 7 pIL.2 100ug pg 0E7 p11.2 5Oug pg CE 7 .p1L-Z 25dg pg0E7 pli-Z Oug • o 40% 29% É ° O% O 7 14 21 30 35 42 49 to Dias após desafia Figura 4. 100% -Á- 1:11.-'7 4,2 clã O a- of1Dt7 p11.-2 de 3 pg3E 7 01-2 de 7 o E 54% a • - 1ç,G;E7 1011-2 de 13 pnCE7. pa-2 d$14 • CNP 4614- o ic 0% 1) 7 14 21 30 Dias apôs desafio 42 45 50 3/3 Figura 5. 100% -t- p R. -2 -E-- pilo rr. 7 -*- pVa xsi 0E7 •pil-2 1 4 7 10 13 16 Dias apto desafio 10 22 25 1/1 (01 ,0 t-PC7-Li RESUMO "COMPOSIÇÃO FARMACÊUTICA CONTENDO UM PLASMIDEO QUE EXPRESSA A ONCOPROTEÍNA E7 DE HPV-16 FUSIONADA A GD DO HSV1 CO-ADMINISTRADO COM UM PLASMIDEO QUE EXPRESSA A IL-2 E O 5 SEU USO NO CONTROLE DE TUMORES INDUZIDOS POR HPV-16" A presente invenção trata da utilização de duas construções de DNA plasmideal, uma contendo o gene que expressa a oncoproteína E7 do vírus do papiloma humano tipo-16 (HPV-16) fusionadas à glicoproteína D (gD) do herpes simplex tipo-1 (HSV-1) e outra contendo o gene que expressa a 10 interleucina-2 (IL-2) para o preparo de uma composição farmacêutica e o seu uso no controle de tumores induzidos pelo HPV-16. Tal composição farmacêutica apresenta interesse para a indústria farmacêutica para a manufatura de medicamentos para uso humano destinados ao controle de tumores.