Aula: 09 Temática: Dureza Esta é uma das mais importantes propriedades para a identificação de muitos minerais. “Define-se como dureza de um mineral a resistência que uma superfície lisa do mineral apresenta ao ser ‘arranhada’ (sulcada) por outro material (outro mineral, a ponta de uma faca etc.)”. Em última instância, a dureza de um mineral está relacionada à reação da estrutura cristalina à aplicação de esforço sem ruptura. Em cristais formados essencialmente por ligações metálicas, os quais podem fluir plasticamente, o atrito de um material de dureza mais alta contra a superfície do cristal tende a produzir um sulco. Minerais formados por ligações iônicas ou covalentes tendem a apresentar um comportamento mais rúptil. Ao ser submetido ao mesmo teste, a produção do sulco poderá ser acompanhada da produção de pó do mineral mais mole. Em compostos iônicos o tamanho e a carga dos íons envolvidos afetam a dureza do mineral. Assim, para um grupo de substâncias diferentes com o mesmo tipo de estrutura cristalina, quanto maior a distância interiônica e quanto menores as cargas dos íons, mais fraca será a ligação e, consequentemente, menor será a dureza do mineral. É importante ressaltar que a força global de uma estrutura cristalina é dada por uma combinação dos diferentes tipos de ligação química presentes, mas a dureza desta mesma estrutura é uma expressão da sua ligação mais fraca. A dureza é uma característica de cada mineral, e pode ser avaliada quantitativamente através do uso de equipamentos adequados. Entretanto, sua principal utilidade na identificação mineralógica consiste em estimar qualitativamente a dureza do mineral que se deseja identificar, comparando-o com outros minerais e/ou materiais de dureza conhecida. O teste de dureza baseia-se no fato de que um mineral de dureza mais alta é capaz de provocar um sulco em um mineral de dureza mais baixa, mas o segundo não é capaz de sulcar o primeiro. Em 1822, Friedrich Mohs, um mineralogista australiano, imaginou uma escala de dureza baseada na capacidade de um mineral riscar outro. A escala de QUÍMICA DOS MINERAIS Mohs, composta por dez minerais de dureza conhecida (ver tabela), permite então determinar a dureza relativa de um mineral, mediante a facilidade ou dificuldade com que é riscado por outro. Escala de Mohs Dureza Mineral Fórmula Química 1 Talco Mg3Si4O10(OH)2 2 Gipsita CaSO4.2H2O 3 Calcita CaCO3 4 Fluorita CaF2 5 Apatita Ca5(PO4)3(OH,F,Cl) 6 Ortoclásio KAlSi3O8 7 Quartzo SiO2 8 Topázio Al2SiO4(F,OH)2 9 Coríndon Al2O 3 10 Diamante C Cada um dos minerais desta escala de dureza risca o anterior, de dureza inferior, e é riscado pelo seguinte, de dureza superior. O talco, ao qual foi atribuído o grau de dureza 1, tem uma estrutura constituída por placas tão fracamente unidas entre si que a simples pressão dos dedos é suficiente para fazê-las deslizar umas sobre as outras. Pelo contrário, o diamante, de dureza 10, apresenta ligações químicas tão fortes entre os seus átomos, que nenhum outro mineral o consegue riscar. Usando a escala de Mohs, a dureza de uma mineral é expressa pelo lugar de ordem que ocuparia na escala, se dela fizesse parte. Diz-se que um mineral é mais duro que outro se, e só se o riscar sem se deixar riscar por ele; dois minerais têm a mesma dureza se riscam ou não se riscam mutuamente. Para determinar a dureza de um mineral seleciona-se uma aresta viva, livre de impurezas, com a qual se experimenta riscar os sucessivos termos da escala de Mohs, no sentido decrescente de dureza, até surgir o primeiro que se deixe efetivamente riscar pela amostra em estudo. Os termos da escala devem ser percorridos do mais duro para o menos duro a fim de evitar o constante desgaste dos minerais menos duros. QUÍMICA DOS MINERAIS Quando não se dispõe de uma escala de Mohs a determinação da dureza relativa é conseguida com base na seguinte informação: ▪ dureza da unha do dedo - 2,5; ▪ dureza do alfinete - 3; ▪ dureza da lâmina do canivete - quase 5; ▪ dureza do vidro - 5,5; ▪ dureza do aço de uma lima das unhas - 6,5. Nesta aula definimos as particularidades de dureza, em nossa próxima aula veremos outros tipos de propriedades. QUÍMICA DOS MINERAIS