Nº 48 • Série III • Ano 11 • 2º Trimestre • Abr/Mai/Jun 2006 O contributo da CARRIS para o desenvolvimento sustentável CARRIS lança Rede 7 Exposição no Panteão Nacional A CARRIS na história da Cidade Lisboa Carris • Lisboa Carris • Lisboa Carris • Lisboa PROPRIEDADE DIRECTOR José Maia SUB-DIRECTOR Luís Vale CONSELHO REDACTORIAL Alberto Lage, Ana Catalim, António Araújo, Felício Gabriel, Graça Romão, José La Grange, Norberto Silva, Teixeira da Silva Editorial APOIO FOTOGRÁFICO DCM • EDITOR Edifício Lisboa Oriente, Av. Infante D. Henrique, nº 333 H, 4º Piso Escritório 49 1800-282 Lisboa Telef. 21 850 81 10 Fax 21 853 04 26 2 Email: [email protected] • Powered by Boston Media • Impressão: RPO Produção Gráfica, Lda. • Periodicidade: trimestral Tiragem: 10.000 exemplares • Distribuição gratuita aos colaboradores e reformados da Companhia CARRIS de Ferro de Lisboa Assinatura anual: 8 euros • ISSN: 870-676X Depósito Legal nº 12.183/86 Isento de Registo no ICS ao abrigo do artigo 9º da Lei de Imprensa nº 2/99, de 13 de Janeiro • Companhia Carris de Ferro de Lisboa Alameda António Sérgio, Estação de Miraflores 2795-022 Linda-Velha Dedicamos neste número da Lisboa Carris um espaço significativo ao tema Sustentabilidade, a propósito da publicação pela CARRIS do seu 1º Relatório de Sustentabilidade, referente ao ano de 2005. Trata-se de um termo que sistematicamente vem sendo utilizado nas mais diversas situações e a propósito de vários problemas. Com este destaque, pretendemos contribuir para a melhor compreensão do que representa a Sustentabilidade para a sociedade, para a empresa ou para cada um de nós como cidadãos. Permitam-me chamar a atenção para o tema “Cortesia ao Volante”, salientando a convicção pessoal de que a sua falta será uma das causas principais da elevada sinistralidade nas nossas estradas. O respeito dos “15 Mandamentos da Cortesia ao Volante” por parte de cada um, na sua actividade profissional ou como simples condutor, seria um passo para a pacificação das estradas e ruas do nosso País. A Rede Renovada é um projecto que está a mobilizar a empresa e vai permitir aproximar a CARRIS dos seus clientes e, esperamos, captar para o transporte público maior número de utilizadores, através de uma melhoria global da oferta e de serviço de maior qualidade, contribuindo para a melhoria da mobilidade na cidade de Lisboa. Agora que estamos no Verão, desejamos aos colaboradores da CARRIS e seus familiares umas boas e retemperadoras férias. Membro fundador da Associação Portuguesa de Comunicação de Empresa • www.carris.pt José Maia Carris • Lisboa Carris • Lisboa Carris • Lisboa Carris Conceitos O que é a Sustentabilidade? 1900 1972 1987 1992 2000 01 02 04 2010 2016 2005 Conferência de Estocolmo “O Nosso Futuro Comum” Cimeira do Rio Cimeira Joanesburgo Livro Verde Promover um quadro europeu para a RSE Cimeira do Milénio: Objectivos do Milénio Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável (ENDS) Objectivos do Milénio Uma abordagem histórica Os três pilares da Sustentabilidade Há quase 20 anos, a Comissão Mundial para o Ambiente e Desenvolvimento, presidida por Gro Harlem Brundtland, política norueguesa que na altura presidia a esta comissão, lançou no seu relatório, Our Commom Future, a primeira definição de Sustentabilidade: «desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades». Depois disso, em outros encontros internacionais foi abordada a temática da sustentabilidade, como na Cimeira do Rio, que teve lugar em 1992, ou na Cimeira de Joanesburgo, em 2002. No entanto, em 2000, dá-se um importante ponto de viragem quando a Comissão Europeia decide criar um documento que ajuda as empresas a lidar e a aplicar este conceito. E mais recentemente com o lançamento dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, aos quais as empresas ou governos podem aderir de modo a minimizar os principais problemas a nível mundial (como a sida e a falta de escolarização das populações, entre outros). Mais informação em: www.undp.org/mdg/. Assim, com estas deliberações, as empresas começaram a perceber que são cada vez mais responsáveis não só por cumprir a lei, mas também por ir mais além das suas obrigações legais. Começa, assim, um processo de aplicação da Sustentabilidade à gestão das empresas. A Sustentabilidade é conseguida com base no equilíbrio dos seus pilares: social, ambiental e económico, que são transversais à empresa e à sociedade. Pois a empresa ao cuidar de forma igual estes pilares consegue, não só garantir a sua sustentabilidade em termos de funcionamento e de níveis de lucro, como também consegue que a sociedade seja cada vez mais sustentável. Se pensarmos que, se todas as empresas do nosso País gastassem menos electricidade, as centrais produziriam menos e conseguíamos cumprir o protocolo de Quioto. SOCIAL Filantropia, mecenato, proximidade com comunidade local, programas de voluntariado, participação dos colaboradores no lucro sustentabilidade ECONÓMICO AMBIENTAL Corporate governance, sustentabilidade Plano dos 3 R’s, económica interna, gestão de risco eficiência energética - poupança, e controlo interno, promover a segurança eco-eficiência de instalações, e responsabilidade na utilização project finance do seu produto ambiental 3 Lisboa Carris • Lisboa Carris • Lisboa Carris • Lisboa Sustentabilidade na CARRIS Uma realidade Glossário da Sustentabilidade 4 Cidadania empresarial Contribuição que uma empresa dá à sociedade através das suas principais actividades comerciais, do seu investimento social e de programas filantrópicos e do seu compromisso com as políticas públicas. O modo como uma empresa gere as suas relações económicas, sociais e ambientais e o modo como se compromete com os seus parceiros (tais como accionistas, patrões, clientes, parceiros de negócio, governos e comunidades), tem impacto no sucesso da empresa a longo prazo. Responsabilidade social Integração voluntária de preocupações sociais e ambientais por parte das empresas nas suas operações e na sua interacção com outras partes interessadas. Código de ética Instrumento de realização da visão e da missão da empresa, que orienta as suas acções e explicita a sua postura social a todos com quem mantém relações. Stakeholder Termo em inglês amplamente utilizado para designar as partes interessadas, ou seja, qualquer indivíduo ou grupo que possa afectar a empresa por meio das suas opiniões ou acções, ou ser por ela afectado. Fontes: Instituto Ethos e Livro Verde da Comissão Europeia sobre Responsabilidade Social das empresas Em 2006, no decurso de um processo profundo de reestruturação, a CARRIS lançou o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade relativo a 2005, como consequência da sua evolução e resultado da prestação de contas da sua actividade. Neste documento, a CARRIS reúne o seu contributo para a sua Sustentabilidade que, por sua vez, contribui para a Sustentabilidade da cidade de Lisboa e do próprio País. São várias as políticas postas em prática pela CARRIS em direcção à Sustentabilidade, destacando-se, no último ano, a certificação da qualidade, a nova frota e o investimento nos recursos humanos. Com uma frota de autocarros renovada, a CARRIS mostra que está mais uma vez atenta às exigências ambientais, sociais e económicas que se lhe colocam. O mesmo se passa com a aposta nos recursos humanos, ao contratar para a função de tripulante pessoas mais jovens, reduzindo, assim, a idade média deste segmento de colaboradores da empresa. Quanto à Certificação da Qualidade da CARRIS e de quatro carreiras, trata-se do produto de um investimento constante na qualidade dos seus serviços. A reestruturação da organização e do seu funcionamento é assumida como o ponto de partida para a satisfação das exigências dos clientes e para o bem-estar social. Estes projectos evidenciam a CARRIS como uma empresa moderna e em constante mudança, com uma cultura organizacional baseada na produtividade e orientada para a qualidade de serviço prestado ao cliente e para a optimização da utilização de recursos. Estas características estão resumidas na sua própria visão de Sustentabilidade. A visão de Sustentabilidade construída pela A visão da CARRIS • Sustentabilidade é uma filosofia; • É um modelo de funcionamento; • É parte integrante da missão de serviço público da empresa; • Encontra-se sempre presente na cultura da empresa; • Tem como objectivo atingir o equilíbrio entre as vertentes económica, ambiental e social; • Visa contribuir para a Sustentabilidade da sociedade e garantir às gerações futuras melhores oportunidades do que as que são dadas às gerações actuais. Carris • Lisboa Carris • Lisboa Carris • Lisboa Carris Joaquim Covelinhas, Estação de Miraflores Ao longo de 134 anos de história, a CARRIS acompanhou o desenvolvimento da cidade de Lisboa, adequando-se, adaptando-se e crescendo com ela. CARRIS encontra-se apoiada numa missão orientada para o futuro e para uma dinâmica de mudança que, à semelhança do que tem acontecido ao longo dos anos, se compromete a continuar a acompanhar e a melhorar. Alguns “links” onde pode encontrar mais informação • Instituto Ethos, organização brasileira especializada em aconselhamento e aplicação de politicas relacionadas com a sustentabilidade nas empresas www.ethos.org.br • Global Reporting Initiative (GRI), organização que criou formas mais simples e optimizadas de comunicar e medir a sustentabilidade das empresas: www.globalreporting.org • Global Compact, Programa das Nações Unidas de incremento da Sustentabilidade nas empresas a nível mundial: www.unglobalcompact.org As empresas têm de ter consciência do mercado Quais as mais-valias da CARRIS que a distinguem das restantes operadoras de transporte? A CARRIS é uma empresa estável. Temos mais benefícios do que as outras empresas de transporte e além disso, sentimo-nos também mais motivados porque sabemos o que é a CARRIS. Na concorrência, os colaboradores não conhecem a sua empresa. A CARRIS faz parte da cidade de Lisboa, é quase um património da cidade. Qual a sua opinião sobre os investimentos que têm sido realizados pela CARRIS? Nos tempos que correm, as empresas têm de ter consciência do mercado, das necessidades do público que é cada vez mais exigente, o que é bom. Se a CARRIS quiser triunfar, tem de se actualizar. Qual o papel do tripulante nas mudanças e projectos que a CARRIS tem posto em prática? O tripulante é o cartão de visita da CARRIS. Cada autocarro ou eléctrico é como se fosse um estabelecimento comercial em movimento. Para alguns passageiros, o mais importante é a rapidez, para outros a fiabilidade, o conforto, a regularidade e para outros a simpatia. Há uma grande envolvente de critérios. Neste projecto, o papel do tripulante é essencial para lidar com o cliente. Como perspectiva o futuro da CARRIS? Penso que a CARRIS tem todas as capacidades para triunfar no futuro. Daí a importância do relatório de Sustentabilidade. Em parte, o relatório consegue tratar objectivos e analisar se os objectivos estão a ser alcançados para poder dar uma nova abordagem. 5 Lisboa Carris • Lisboa Carris • Lisboa Carris • Lisboa CARRIS lança primeiro Relatório de Sustentabilidade Os colaboradores da CARRIS puderam integrar a definição da estratégia de Sustentabilidade da CARRIS, com um papel activo nos próximos passos face ao Desenvolvimento Sustentável. 6 As empresas têm sentido a necessidade de estruturar e sistematizar a informação social, ambiental e económica num Relatório de Sustentabilidade autónomo e credível. Este relatório torna-se num símbolo da aposta da CARRIS na transparência e nas suas responsabilidades sociais e ambientais. Foi neste contexto que a CARRIS, em colaboração com a Ecoprogresso, pôs em prática um projecto e uma metodologia que culminou no Relatório de Sustentabilidade CARRIS 2005 e na realização de um evento que documenta um conjunto de next steps a pôr em prática no futuro próximo. Elaboração do Relatório de Sustentabilidade O projecto iniciou-se com a constituição de um grupo de trabalho principal composto por 15 elementos representantes de todas as Unidades de Negócio, Gabinetes e Direcções. Com o mesmo, foram realizadas várias reuniões de trabalho ao longo de todo o processo, com o objectivo de recolher informação, informar e formar os colaboradores da CARRIS na temática da Sustentabilidade. Na metodologia aplicada, destacam-se os workshops. Em duas reuniões, foram envolvidos um número alargado de participantes, com o objectivo de facilitar a ancoragem de conceitos e a identificar os elementos chave da abordagem da CARRIS à Sustentabilidade. Com a duração média de 5 horas, estes workshops reuniram um grupo médio de 50 pessoas. O primeiro workshop, intitulado “Sustentabilidade – Que desafios para a CARRIS?” teve como objectivos definir a Visão e Definição de Sustentabilidade da CARRIS e identificar os seus stakeholders. O segundo workshop teve como tema “Sustentabilidade – Next Steps”. Os participantes tiveram oportunidade de planear acções específicas para cada um dos stakeholders definidos. José Penaforte, coordenador do projecto Uma nova consciência O que representa o projecto de elaboração do Relatório de Sustentabilidade para a CARRIS? O projecto foi uma oportunidade que a CARRIS teve para transmitir aos seus colaboradores e stakeholders todo um conjunto de acções que a própria já desenvolvia, mas que, de alguma maneira, não dava expressão, nomeadamente, no campo económico, social e ambiental. Como foi, para si, coordenar este projecto? Coordenar este projecto foi interessante porque permitiu criar uma nova consciência entre os elementos que constituíram o grupo de trabalho principal. Consciência despertada com a Ecoprogresso e consolidada em alguma experiência que a empresa já tinha mas que se encontrava dispersa. Descobrir os requisitos da Sustentabilidade foi o mais importante. Quais as conclusões que retira deste projecto? O projecto foi abrangente. Acho que as pessoas ficaram com a noção do que é a Sustentabilidade e da necessidade de, todos os anos, se produzir um relatório de Sustentabilidade. Carris • Lisboa Carris • Lisboa Carris • Lisboa Carris O contributo da CARRIS para o desenvolvimento sustentável Ao procurar a Sustentabilidade no seio da empresa, a CARRIS contribui para o Desenvolvimento Sustentável da cidade de Lisboa e do próprio País. Seguem-se os principais exemplos nos três pilares da Sustentabilidade: económico, social e ambiental. EMISSÕES CORRESPONDENTES AO TRANSPORTE DE UMA PESSOA DURANTE UM ANO: 7 CARRIS - 157 kg de CO2e/pessoa TI - 451 kg de CO2e/pessoa AMBIENTAL – alterações climáticas, uma meta As principais medidas aplicadas no âmbito deste pilar da Sustentabilidade prendem-se com a introdução de novas formas de combustível e com a renovação da frota. Estes contributos têm influência na diminuição de Gases com Efeito de Estufa (GEE) e dos poluentes atmosféricos, sendo mais visível quando comparado com o Transporte Individual (TI). Desta forma, considerando o número de passageiros transportados pela CARRIS em 2005, que atingiu os 240 milhões, e tendo em conta a distância total percorrida pelos mesmos, é possível proceder à contabilização das respectivas emissões, comparando-as com as respectivas emissões resultantes do TI (ver quadro). Ou seja, em Transporte Individual emite-se aproximadamente 3 vezes mais do que em Transporte Público, anualmente, por pessoa. SOCIAL do presente para o futuro A CARRIS está, neste momento, a renovar a sua frota de autocarros, o que vai resultar, numa diminuição da idade média dos seus veículos e numa oferta de serviço mais preocupada com o conforto e a comodidade dos seus clientes, sendo que todos os novos autocarros estão equipados com piso rebaixado e com espaço para colocação de cadeiras de rodas. Além disso, internamente, a CARRIS promove o bom desempenho dos seus colaboradores, através, por exemplo, da atribuição de Prémios de Boa Condução e Antiguidade. ECONÓMICO de dentro para fora Numa perspectiva de “dentro para fora”, a CARRIS tem em curso um processo de reestruturação interna, com o objectivo de tornar a empresa mais ágil, dinâmica e flexível. Desde a reorganização das várias Áreas, Direcções e Unidades de Negócio, passando pela renovação da frota e pela complementaridade entre operadores de transporte, este processo contribuirá para reduzir o défice operacional da empresa. Os dados relativos ao final do ano passado referem já uma redução de 31,4 milhões de euros face a 2002. Este processo fecha o ciclo de investimentos da CARRIS que, desta forma, consegue contribuir para a Sustentabilidade da sociedade e garantir às gerações futuras melhores oportunidades do que as que são dadas às gerações actuais. Lisboa Carris • Lisboa Carris • Lisboa Carris • Lisboa Serviços especiais 8 A CARRIS, para além dos serviços regulares, assegura um conjunto de serviços especiais para dar resposta às necessidades de mobilidade originadas pela realização de alguns eventos na cidade de Lisboa. A Semana Académica de Lisboa e a Final da Taça de Portugal são dois exemplos da forma como a CARRIS adequa os serviços especiais às necessidades do evento em causa. Para a Semana Académica, a CARRIS assegurou, durante os quatro dias do evento, o transporte entre o recinto e a Estação Oriente. Para a Final da Taça de Portugal, que opôs o Futebol Clube do Porto ao Vitória de Setúbal, foi criada a carreira eventual 28F, estabelecendo o trajecto entre a Praça dos Restauradores e o Estádio Nacional antes e após a realização do encontro. O Super Rock Super Bock e o Rock In Rio constituem dois dos maiores festivais de música realizados em Lisboa, arrastando dezenas de milhar de fãs que pretendem ver as suas bandas favoritas. No caso do Super Bock Super Rock, realizado nos dias 25 e 26 de Maio e 7 e 8 de Junho, a CARRIS assegurou um serviço especial entre a Estação Oriente e o Parque Tejo. O Rock In Rio, que decorreu no Parque da Belavista nos dias 26 e 27 de Maio e 2, 3 e 4 de Junho, a CARRIS reforçou o serviço no final dos espectáculos, através da criação de duas linhas especiais com destinos diversos do Metro, com destino ao Restelo e Algés, e reforço da carreira 208. O Dia Mundial da Criança, que se celebrou dia 1 de Junho, foi motivo para mais uma iniciativa especial, a CARRIS Júnior, que possibilitou que durante 3 dias, 31 de Maio, 1 e 2 de Junho todas as crianças até aos 12 anos pudessem viajar gratuitamente nas carreiras regulares. Durante os três dias da campanha foram também oferecidos balões aos mais novos, em vários locais de grande afluência de crianças. Transporte com Responsabilidade Social A CARRIS tem demonstrado disponibilidade para colaborar com organizações que desenvolvam actividades de cariz social e de solidariedade. Exemplo disso é a disponibilidade de transporte gratuito para os portadores de crachat da CERCI no âmbito da Campanha Pirilampo Mágico e o serviço gratuito para os participantes na iniciativa “Walk the World 2006 – Marcha Contra a Fome” e na “Lisboa, a Mulher e a Vida – 5 km EDP”. Qualidade + ao serviço do cliente Tiveram início as sessões do curso destinado a Motoristas e GuardaFreios, integradas no Plano de Formação“Qualidade + ao serviço do cliente” , que durante 2006, deverá abranger cerca de 315 tripulantes. Este plano surge na sequência do investimento efectuado com o objectivo de melhorar a atitude comercial da CARRIS. Este novo investimento formativo visa as boas práticas no serviço a prestar ao cliente, da parte de diversos operacionais da Área de Tráfego. Neste sentido, são envolvidas todas as áreas e funções que têm maior ligação com a qualidade do serviço ao Cliente: Motoristas e GuardaFreios, Expedidores, Controladores e Inspectores de Tráfego. O curso tem a duração de 5 dias, num total de 40 horas, para qualquer das áreas operacionais a que se destina, havendo conteúdos específicos para cada função. Carris • Lisboa Carris • Lisboa Carris • Lisboa Carris Exposição no Panteão Nacional A CARRIS na História da Cidade No âmbito do Dia Internacional dos Museus, assinalado no dia 18 de Maio, o Panteão Nacional e a CARRIS inauguraram a exposição “A CARRIS na História da Cidade”, uma mostra que pretende apresentar de modo cronológico a evolução do transporte oferecido pela companhia e o papel que teve ao longo dos seus 134 anos de existência para a modernização da cidade de Lisboa. A iniciativa, que vem no seguimento da parceria de âmbito cultural estabelecida entre a CARRIS e o Panteão Nacional (ver caixa), contou na inauguração com a presença de Elísio Summavielle, presidente do IPPAR, e de José Manuel Silva Rodrigues, presidente da CARRIS. A sessão de inauguração iniciouse com a actuação da Banda de Música dos Empregados da CARRIS, seguindo-se uma visita guiada ao Panteão Nacional. A inauguração da exposição contou com uma visita guiada a cargo do Dr. José La-Grange, responsável do Museu da Carris. A exposição está organizada em três espaços distintos. A primeira área de visita apresenta o Presidente da República Teófilo Braga, evocando brevemente a sua vida enquanto governante, com destaque para o facto desta figura histórica ter sido um habitual utilizador dos carros eléctricos. No Hemiciclo é apresentada a evolução histórica da CARRIS, desde da sua fundação, em 1872, até aos dias actuais. Nesta retrospectiva histórica da empresa, é apresentada a evolução do transporte oferecido pela companhia, desde dos “americanos” (veículos de tracção animal), passando pelo serviço de eléctricos, à primeira experiência de serviço de autocarros, os autocarros de dois pisos vindos da Grã-Bretanha, até chegar à modernização do serviço oferecido, com a adopção de veículos de dimensões distintas segundo as necessidades das carreiras. A última área de visita é dedicada às evoluções mais recentes na empresa, nomeadamente a adopção de veículos movidos a gás natural, a elevação dos ascensores da Bica, Lavra e Glória e do elevador de Santa Justa a Monumentos Nacionais, o processo de renovação da frota, a adopção de um moderno sistema de bilhética e, por fim, a Certificação pelo Sistema de Gestão da Qualidade, que premiou globalmente a empresa e um conjunto de quatro carreiras. Face à grande afluência de visitantes, que se tem verificado a esta exposição, a CARRIS e o Panteão Nacional decidiram prolongá-la até ao final do mês de Agosto. A CARRIS estabeleceu também uma parceria com o Panteão Nacional para a criação do percurso temático “À descoberta de Lisboa no 28”. Esta actividade, incluída na iniciativa “Percursos do Panteão Nacional”, tem como cenário o percurso do eléctrico 28 da CARRIS, iniciando-se a viagem no cemitério dos Prazeres e terminando na Igreja de São Vicente de Fora, abordando os vários monumentos que fazem parte do trajecto, seguindo-se uma visita guiada ao Panteão Nacional. O percurso temático “À descoberta de Lisboa no 28” vem no seguimento das várias visitas guiadas que o Serviço Educativo do Panteão Nacional realiza regularmente, normalmente com um grupo de 10 a 15 pessoas, acompanhadas por um técnico do Panteão. 9 Lisboa Carris • Lisboa Carris • Lisboa Carris • Lisboa Novos tripulantes A CARRIS levou a cabo mais quatro cursos de formação para Motoristas de Pesados de Passageiros. Aos 78 novos tripulantes a Lisboa Carris deseja o maior sucesso no desempenho das suas funções. 10 Admitidos em 3 de Fevereiro António José Ribeiro Fernandes, Carlos Eduardo Coelho Gíria, Emílio João Ramos Morais, Fernando Jorge Santos Andrade, João Carlos Ferreira Nogueira, João Luís Enes Ramos, João Manuel da Costa Pereira, Joaquim Moreira Gonçalves, Joel Alexandre Sousa Gomes, Jorge Manuel Gomes Afonso, Mário Miguel Marques Calcinha, Mauro Alexandre da Cunha Floxo, Nicolae Catana, Paulo Miguel Seixas Cardoso, Rodrigo Daniel Martins Vilas-Boas, Rui Fernando Dragão Dias, Rusian Dubov, Paula Cristina de Jesus Dias, José Alberto de Almeida Rodrigues, Luís Miguel Neves e Silva. Admitidos em 6 de Março Alexandre José Castro Quintais, Carlos Alexandre da Silva, David Filipe Torres Gonçalves, José António Gonçalves Pereira, Nuno Miguel da Costa Nunes, Paulo Jorge Galvão da Costa, Paulo Jorge Pinheiro Soares, Tiago Daniel Martins dos Santos, Yuriy Matsopa. Dia da Cortesia ao Volante A CARRIS associou-se ao “Dia da Cortesia ao Volante”, uma iniciativa levada a cabo no dia 5 de Maio pela Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M). A acção visou sensibilizar os cidadãos para a necessidade de adoptar uma condução mais civilizada e cortês nas estradas portuguesas, acção promovida no seguimento no seguimento da presidência temática sobre segurança rodoviária que o anterior Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, promoveu em 2005 e na qual declarou dia 5 de Maio como o Dia Nacional da Cortesia ao Volante. A ACA-M efectuou um percurso num autocarro da CARRIS por alguns dos pontos mais movimentados da cidade de Lisboa, levando os convidados, entre os quais o presidente da CARRIS, Dr. Silva Rodrigues, a presenciar alguns casos flagrantes de falta de civismo por parte dos automobilistas, incentivando-os a seguir os exemplos de condução cortês. Nesta sessão foram ainda apresentados os 15 Mandamentos da Cortesia ao Volante, que deveriam ser interiorizados por todos no seu desempenho profissional ou como simples condutores. Os 15 Mandamentos da Cortesia ao Volante 1. Não utilizarás o veículo como instrumento de ameaça ou agressão. 2. Se conduzires, não consumirás bebidas alcoólicas ou produtos que alterem o teu estado normal de consciência. 3. Darás sempre prioridade aos peões, mesmo fora das passadeiras ou Admitidos em 06 de Março André de Oliveira Ferreira, André Pereira Nogueira, António da Cunha Pereira, Daniel Bruno Machado Vieira, Daniel José de Sousa Borges, Eduardo Gomes de Oliveira, Eduardo José Freitas Serrano, Gonçalo Filipe Abrantes Ribeiro, Hugo José Oliveira Cordeiro, Ricardo Miguel Henriques Sousa. antes de nelas entrarem. 4. Zelarás pelo transporte seguro dos ocupantes do teu veículo, em especial das crianças. 5. Aceitarás o ritmo de condução dos outros condutores e respeitarás os limites de velocidade legais. 6. Não utilizarás o telemóvel durante a condução. 7. Não estacionarás onde prejudicares a passagem e a visibilidade dos peões, em especial crianças, idosos e deficientes. 8. Vigiarás o estado do veículo de modo a contribuir para a segurança e respeito de todos os utentes das estradas. 9. Não perderás a paciência quando a via se encontrar obstruída e não impedirás a ultrapassagem por outro veículo. 10. Pararás sempre nos sinais de Stop e abrandarás com o aparecimento da Admitidos a 2 de Junho Alberto Carlos F. Cunha, António José Morais, Baltasar Moreno Morais, Hugo Henrique Mendes, João Filipe Rosendo, José João Lopes Tavares, Lisandro Manuel Costa Cardoso, Manuel Almeida Dias, Mário Miguel Vale Ribeiro, Nélson David Machado de Sousa, Nélson Matos Fernandes, Nuno Miguel Saraiva, Nuno Pedro Gonçalves, Paulo Jorge Pereira da Costa, Pedro Miguel Moura Reis, Rafael Filipe Martins Semanas, Rui José Magalhães da Silva, Telly de Celta de Araújo Lima Barbosa, Tiago Azevedo Prazeres. luz laranja. 11. Não estacionarás nas passadeiras de peões, faixas BUS, lugares de deficientes e saídas de emergência. 12. Manterás a calma quando circulares atrás de um veículo de instrução. 13. Reduzirás a velocidade em locais de trânsito de peões. 14. Em auto-estrada ou via rápida, não conduzirás encostado à traseira do carro que circula à tua frente. 15. Adequarás a tua condução às condições atmosféricas e condições da via. Carris • Lisboa Carris • Lisboa Carris • Lisboa Carris Rede 7 Renovação da rede da CARRIS A cidade de Lisboa alargou-se para áreas mais periféricas, com a criação de novas áreas residenciais e pólos de emprego. Paralelamente, o sistema de transportes expandiu-se, nomeadamente o metropolitano. A CARRIS tem procurado responder às mudanças. A última grande alteração da rede da empresa ocorreu em 1998, decorrente da criação da linha vermelha do metro e da construção da grande interface intermodal que constitui a Estação do Oriente, imediatamente antes da Expo’98. Havia, contudo, que efectuar um trabalho mais profundo, repensando a rede da CARRIS de forma global, tornando-a mais atractiva e melhor integrada no sistema de transporte de Lisboa, contribuindo desse modo para a melhoria da mobilidade na cidade, a qual não poderá continuar, por razões cada dia mais evidentes, assente fundamentalmente no transporte individual. Os estudos, iniciados há já algum tempo, conduziram ao estabelecimento de vários objectivos, de que se destacam a segmentação da rede de acordo com a função de cada uma das carreiras que a compõem, a melhor articulação e menor sobreposição com a rede de metropolitano com manutenção das necessárias alternativas de transporte à superfície, o reforço da importância das ligações transversais e circulares, a manutenção dos actuais níveis de acessibilidade à rede, o estabelecimento de maiores frequências na generalidade das carreiras. O resultado destes estudos será uma rede renovada cuja implementação será realizada em várias fases. Esta rede será designada de Rede 7 em homenagem às 7 colinas de Lisboa e como alusão aos 7 dias da semana em que funcionará, mas também como associação ao cartão “7 Colinas” cuja utilização pelos clientes menos frequentes permitirá uma grande flexibilidade nas suas deslocações, nomeadamente devido à validade temporal da abrangente gama de títulos próprios da Carris ou combinados com o Metropolitano que nele podem ser carregados. As carreiras que constituirão a Rede 7 serão identificadas por uma numeração 7xx. Para facilitar a compreensão destas alterações por parte dos actuais clientes, a numeração será constituída pelo dígito 7 seguido do actual número da carreira que mais se identifica com a carreira da Rede 7, salvo no caso das carreiras que já têm 3 dígitos. Aliás, algumas das actuais carreiras manterão • Melhoria Global da Oferta • Mais Qualidade • Melhor Mobilidade os seus trajectos, ou sofrerão pequenas alterações. Também com o objectivo de permitir uma melhor e mais fácil compreensão da rede por parte dos clientes ocasionais, problema muitas vezes referido, todas as carreiras vão ser identificadas por cores que as associam à sua área de operação predominante. A primeira parte da Rede 7 é constituída por 28 carreiras, a que se juntam alterações em outras carreiras de forma a manter o adequado funcionamento da rede. Para ajudar a implementação, a CARRIS está a desenvolver uma forte acção de comunicação interna e externa, dando a conhecer os objectivos, conceitos e particularidades e novos serviços associados à Rede 7, facilitando esta transição. Os BUC’s vão passar para o “7 Colinas” A Carris vai proceder à “desmaterialização” dos bilhetes précomprados, designados de BUC’s. Assim, o conjunto de 2 viagens que compõe os actuais BUC’s deixará de ser vendido no tradicional bilhete em papel, passando a ser carregado no “7 Colinas”, sem qualquer alteração de custo. Durante um período que será oportunamente divulgado, a Carris oferecerá aos seus clientes o cartão “7 Colinas” onde será efectuado o carregamento das viagens, o qual poderá ser posteriormente recarregado. Trata-se de uma mudança que trará aos nossos clientes um benefício evidente, dado que a sua validade horária permite a realização de várias viagens e a utilização muito flexível da rede de transporte. 11 Lisboa Carris • Lisboa Carris • Lisboa Carris • Lisboa O Maestro da Banda Paixão pela música Os restantes concertos estão previstos para 20 de Julho, 1 de Outubro, 23 de Novembro e 19 de Dezembro nas Estações do Cais do Sodré, Alto dos Moinhos e do Chiado. “Música em Movimento” no Metropolitano 12 Com o apoio da CARRIS e em parceria com o Metropolitano de Lisboa, está a decorrer, por iniciativa da Banda de Música da Carris, um ciclo de concertos a ter lugar, durante o corrente ano, em várias estações do metropolitano designado por “Música em Movimento”. Neles está previsto participar a nossa Banda de Música, a “Classe de Conjunto” da Escola de Música da Banda e o Grupo de Música Popular do Metro “Entrelinhas”. O êxito do 1º Concerto já realizado no dia 27 de Abril na Estação Marquês de Pombal é a demonstração do acerto desta iniciativa. A música ao encontro das pessoas Estão previstos realizar, nas Estações de Miraflores, da Musgueira, da Pontinha e de Santo Amaro, concertos em que participam o Coro e a Classe de Conjunto da Escola de Música. Pretende-se, deste modo, mostrar aos associados da Banda e restantes trabalhadores da Empresa não só o trabalho que está a ser desenvolvido como, ainda, proporcionar momentos de convívio com sabor a música junto dos seus locais de trabalho. Quem convive com Carlos da Silva Ribeiro apercebe-se da sua paixão e dedicação por tudo o que diga respeito à música, em particular pelas pessoas. Como costuma dizer, sem pessoas não há música, sejam os executantes, seja o público que assiste e participa nas actuações públicas. Com 53 anos de idade, nasceu em em Santa Maria de Bouro e viveu a sua infância em Vidago. Carlos da Silva Ribeiro reside actualmente em Azeitão, é casado e pai de dois filhos de 16 e 25 anos de que muito se orgulha. Com uma carreira invejável como maestro (frequentou o seu primeiro curso de Direcção de Orquestra em 1983), é o Chefe da Banda da Armada com o posto de Capitão-deFragata. É o Maestro da nossa Banda desde 1991, à frente da qual já dirigiu mais de 200 actuações públicas, que tiveram lugar de norte a sul do país e nas mais prestigiadas salas de espectáculo como o Coliseu de Lisboa, o Pavilhão Atlântico do Parque das Nações, o Teatro de S. Luís e o Forum Lisboa, entre outras. Dividindo a sua actividade pela direcção de bandas e coros e, ainda, pelo ensino da música, dirigiu, de 1998 a 2006, o Grupo Coral da Banda da CARRIS, à frente do qual ficaram registadas 62 actuações públicas. Como nasceu a sua carreira na música? Trata-se de um caso clássico de herança de pais para filhos. O meu pai era Regente da Banda de Música “Os Orfeus” de Vidago, tendo com ele adquirido os meus primeiros conhecimentos musicais. Como executante, o meu primeiro instrumento foi o Sax-Trompa, depois o Saxofone Soprano. Mas o meu instrumento base foi o Saxofone Alto. Em 1971, vim para Lisboa para prestar provas públicas de ingresso na Banda da Armada, iniciando, assim, a minha carreira nesta instituição. Nos anos seguintes frequentei, no Conservatório Nacional, os Cursos Complementar de Saxofone, de Acústica, de História da Música e Superior de Composição. Na década de oitenta frequentei o meu primeiro Curso de Direcção de Orquestra leccionado pelo Maestro Hans Herbert Joris. Foi convidado para dirigir a nossa Banda em 1991, já lá vão 15 anos. Como foram esses primeiros tempos? Os primeiros tempos foram muito difíceis. Ao entrar tivemos uma actuação logo 5 dias Carris • Lisboa Carris • Lisboa Carris • Lisboa Carris AS CARAS DA BANDA depois num festival de bandas na Feira Popular de Lisboa. O ambiente no interior da Banda estava tão mau que estive quase tentado a desistir. Felizmente que, com o tempo, as coisas foram melhorando, sendo muito bom o ambiente que hoje em dia se vive entre os executantes. É o Maestro com maior longevidade na Banda. A que atribui essa longevidade? Atribuo essa longevidade aos laços de afectividade que me unem a todas as pessoas com quem aqui trabalho. Um dos princípios porque me oriento é o do combate à rotina que é o maior inimigo da música. Por outro lado, tenho-me empenhado em contribuir para uma evolução continuada do repertório executado pela Banda da CARRIS, compatibilizando actualidade com qualidade nas obras musicais abordadas. Actualmente interpretamos essencialmente obras escritas para banda, incluindo música portuguesa. Procuro, assim, uma aproximação a novos públicos com alguma pedagogia, não deixando, no entanto, de abordar algumas obras de cariz mais tradicional para banda. Os seus projectos não se limitaram à Banda, pois também ajudou a refundar a Escola de Música da Banda e o Coro. São projectos que abracei com paixão e empenho. A Escola de Música foi mais um desafio que a Direcção me colocou em 1995, com o objectivo de proporcionar aos filhos dos associados a aprendizagem da música. Ao abrigo da Lei do Mecenato, a Banda adquiriu os fundos necessários à concretização deste projecto. Havia, ainda, um segundo objectivo com a escola que era o de formar músicos para a Banda, objectivo esse pouco conseguido devido essencialmente ao facto de os jovens precisarem de continuar os seus estudos académicos, o que torna os horários e as disponibilidades pouco compatíveis. Quanto ao Coro foi mais um desafio a que procurei resistir, não por falta de gosto mas por falta de tempo disponível. Aceitei e hoje, passados oito anos, só lamento não ter podido continuar por incontornável falta de tempo. Também aqui criei laços de afectividade que perdurarão. Só desejo que o novo maestro, a quem endereço as maiores felicidades, tenha as mesmas alegrias que o coro me deu e que todos os elementos correspondam às exigências desta nova fase. À frente da Banda e depois do Coro, gravou já 4 CDs de qualidade reconhecida, o que é um êxito assinalável. A primeira dificuldade a vencer foi a falta de hábito dos músicos no trabalho de estúdio. Felizmente que esta questão foi rapidamente ultrapassada com o profissionalismo e empenho de todos. A qualidade dos executantes ajudou imenso à qualidade final dos trabalhos que todos hoje podem apreciar. Esperança na continuidade Sou optimista por natureza, mas tenho algumas preocupações em relação à sustentação com qualidade da Banda. A redução de trabalhadores da Empresa nos últimos anos, tem tido reflexos na admissão de novos efectivos. Com apenas vinte e cinco elementos entre activos e reformados e apesar da ajuda de alguns jovens que, por gosto e entusiasmo, connosco colaboram, as condições de trabalho apresentam dificuldades. Faço um apelo à Direcção da Banda para que pondere a criação de condições para admissão de músicos já formados que consigam suprir as nossas carências mais imediatas. A minha mensagem é de esperança na continuidade deste bonito e apaixonante projecto. 13 Lisboa Carris • Lisboa Carris • Lisboa Carris • Lisboa Na rua onde as pessoas estão e convivem Para que se saiba... 14 A Banda da CARRIS procura os locais onde as pessoas vão nos seus momentos de lazer para aí lhes proporcionarmos o prazer adicional de ouvir a nossa música. Foi assim com o “Concerto Primavera”, realizado no Coreto do Jardim da Estrela, no passado dia 14 de Maio (Domingo) com o apoio da Câmara de Lisboa e que teve uma assistência de inúmeros lisboetas. O próximo concerto, ainda sem data marcada, está previsto para os Jardins de Belém. A Banda da CARRIS está ainda a tentar organizar outros concertos em alguns coretos da cidade de Lisboa. Esperamos poder dar boas notícias para breve. Coralistas em acção Com um novo maestro e um repertório totalmente remodelado, o Coro da Banda da Carris organizou o seu 4o Encontro de Coros no âmbito dos Encontros de Coros ACAL (Associação de Coros da Área de Lisboa) no Auditório de Miraflores. Participaram no evento, para além do nosso grupo, o Grupo Coral Luís Clemente, da Associação dos Bombeiros Voluntários dos Estoris; Grupo Coral do Clube TAP-AIR PORTUGAL e Coral Canto Novo do Laranjeiro, Almada. O Grupo Coral também participou num concerto organizado pelo Grupo Coral Clube TAP- Air Portugal, no dia 9 de Julho no auditório da Sociedade Filarmónica União Capricho Olivalense, nos Olivais, em Lisboa. Os carros do Museu (IV) No último ano da década de trinta do século passado a CARRIS aumentou a sua frota de serviço público com a introdução de mais cinco carros eléctricos que tomaram os números de frota 801 a 805. Embora o primeiro da série tenha sido formalmente apresentado à Comunicação Social, em Fevereiro de 1939, com uma caixa de bandeira de destino diferente do modelo então em serviço, e que não prevaleceu, o número 802, posto em circulação em Novembro daquele mesmo ano, apresentava já as características que durante alguns anos foram comuns a todos os carros da série. Utilizando a fotografia que ilustra este artigo como auxiliar, saltam à vista algumas dessas características, que passamos a enumerar. Desde logo o seu aspecto de grande robustez, as portas em madeira, em substituição das tradicionais cancelas extensoras, em ferro, sendo esta a primeira vez que tal solução foi utilizada, e a existência de 9 vidros em cada um dos lados do tejadilho, situação que apenas se verificou nestes carros. Mas foi provavelmente a pintura exterior, mantendo ainda as faixas branca e amarela mas terminando “em bico” nas plataformas, que mais chamou a atenção do público, o mesmo sucedendo com a identificação da Empresa em que a pintura do seu nome, por extenso, foi substituída pela sigla CCFL. Apresentava ainda esta série uma outra característica que não se repetiu em mais nenhuma: a existência, em cada uma das plataformas, de uma cabina fechada para o guardafreio, em madeira, isolando-o do público. Não foi satisfatório o desempenho da caixilharia das cabinas pelo que, passado algum tempo, foram suprimidas. Com o passar dos anos outras alterações foram introduzidas, sendo as mais visíveis a instalação de uma caixa de bandeira de destino em cada topo, a supressão dos vidros do tejadilho e a adopção de uma nova pintura tornando o amarelo a cor dominante tanto nos painéis laterais como nas plataformas. Em 1943 a série viria a ser aumentada com mais cinco carros eléctricos, numerados de 806 a 810. A memória desta série subsiste no carro 802, parte integrante das colecções do Museu da CARRIS, onde se encontra em exposição. Ao efectuar a avaliação dos primeiros quatro meses de 2006, foi com muita satisfação que se constatou uma redução de 17% na quantidade de reclamações recebidas em relação ao período homólogo de 2006, resultado das intervenções efectuadas para a melhoria da qualidade do serviço. De facto, relativamente às reclamações de serviço verificou-se neste período uma melhoria, continuando a adquirir maior expressão as reclamações sobre irregularidade, informação deficiente e bilhética. Notícias da ARECA Almoço anual em Santarém No passado dia 21 de Maio, em Santarém, teve lugar o “Almoço Anual dos Reformados da CARRIS”, que contou com a presença do Presidente do Conselho de Administração da CARRIS, Dr. Silva Rodrigues, bem como de um representante do Presidente da Câmara Municipal de Santarém. A Banda de Música dos Empregados da CARRIS colaborou neste encontro interpretando vários números do seu reportório, executados com muito entusiasmo. Tivemos igual colaboração da Banda do XantinhoSantarém, que muito nos honrou com a sua presença. Reclamações de serviço (Janeiro a Abril) 500 400 300 250 200 150 100 50 0 2006 2005 ´ irregularidade Adiada a Assembleia-Geral informação deficiente bilhética oferta alteração de deficiente percurso/horário Pelo contrário, as queixas sobre comportamentos do nosso pessoal apresentaram uma evolução negativa e estão relacionadas, sobretudo, com a relação menos cordial estabelecida entre o condutor e o cliente e o tipo de condução praticado. Por diversas razões não foi possível realizar a Assembleia-Geral da nossa Associação. Oportunamente daremos notícias sobre este mesmo assunto. Todavia, informamos, especialmente os nossos associados, que as “Contas” que serão presentes à citada Assembleia foram já aprovadas pelo nosso Conselho Fiscal. Queixas de pessoal (Janeiro a Abril) Património da ARECA mais rico O nosso património acaba de ser enriquecido com a oferta pelo Conselho de Administração da CARRIS de um televisor e de vários jogos que se encontram à disposição dos nossos sócios na nossa sala de lazer. Também um pequeno bar foi instalado na nossa sede. Aguardamos a vossa visita. Próximas actividades Estão programados bailes na Sede, no Edifício da Bica, para todas as últimas sextas-feiras de cada mês, a partir de Setembro. Este ano também será possível fazer a passagem de ano na nossa Sede, para o que convidamos desde já os nossos colegas e suas famílias a preparar o “farnel” que irão trazer e que poderão partilhar com os colegas. Em complemento da presente notícia damos conhecimento que a nossa Sede estará encerrada, para férias, durante o próximo mês de Agosto. Se ainda não é nosso Sócio inscreva-se. Já somos mais de mil, mas com a sua inscrição seremos ainda mais e mais fortes. COLUNA DO PROVEDOR Carris • Lisboa Carris • Lisboa Carris • Lisboa Carris 120 100 80 60 40 20 0 2006 2005 motorista / motorista não atendimento faz paragem condução motorista não motorista agressiva abre a porta altera itinerário De acordo com o plano de formação em curso pretende-se atingir um reforço da qualidade do desempenho dos condutores, em todas as componentes da função relacionadas com o cliente. Estão a ser tratadas com detalhe as boas práticas a observar, tendo em conta, prioritariamente, os casos dos Motoristas e Guarda-Freios cujo desempenho é revelador da necessidade de um investimento formativo mais imediato. A formação dos condutores deverá ser complementada com uma intervenção intensiva ao nível de enquadramento de forma a conseguirse uma redução das queixas de pessoal. 15 Lisboa Carris • Lisboa Carris • Lisboa Carris • Lisboa Notícias Colónia de Férias 2006 16 Este ano irá realizar-se a 28ª Colónia de Férias, que teve o seu início, por iniciativa do Grupo Desportivo da Carris, em 1979 – Ano Internacional da Criança. Desde o ano seguinte que, em parceria com a CARRIS, que suporta o custo do transporte, almoço e um lanche, se tem mantido a organização da colónia de férias para os filhos dos trabalhadores da CARRIS, com idades compreendidas entre os 6 e os 12 anos. Para a sua frequência, basta que os pais manifestem a sua vontade mediante uma inscrição. A organização da colónia de férias teve sempre a preocupação de proporcionar às crianças um conjunto de actividades culturais e lúdicas. Assim, o dia-a-dia divide-se em duas partes – praia de manhã com actividades ao ar livre e culturais à tarde, de que constam visitas guiadas a museus e monumentos, passeios, etc. Este ano, no âmbito destas actividades irão ser incluídas visitas ao Museu da CARRIS. Maratona Fotográfica CARRIS apoia Play GYM de Lisboa no Museu No âmbito da realização da Maratona Fotográfica de Lisboa, iniciativa da Câmara Municipal que visa promover a fotografia, premiando e proporcionando formas de divulgação dos trabalhos apresentados, o Museu da CARRIS participou no evento através da cedência do núcleo 2 de exposição para servir como posto de recepção e de apoio aos participantes. Tendo decorrido durante o período de tempo compreendido entre a 01h00 e as 07h00 da manhã do dia 20 de Maio, este evento trouxe ao Museu cerca de 200 visitantes. A CARRIS apoiou, uma vez mais, o programa Play GYM concedendo transporte gratuito nas suas carreiras aos alunos e respectivos professores que nos passados dias 5, 6 e 7 de Junho se deslocaram ao Estádio 1º de Maio para participarem na actividade final do programa. O programa Play GYM é uma iniciativa conjunta da Federação Portuguesa de Ginástica, da Câmara Municipal de Lisboa e da Direcção Regional de Educação de Lisboa que pretende promover a relação entre as diversas escolas no sentido de enfatizar valores como o espírito de equipa, a cooperação, o fair-play, o respeito e a valorização e benefícios das práticas físicas. Ao longo dos três dias em que realizou esta actividade, participaram 92 escolas do 1º ciclo do ensino básico, num total de cerca de 3500 alunos. Fado no Eléctrico 28 A CARRIS e a EGEAC repetem este ano a iniciativa “Fado no Eléctrico 28”, que junta o som castiço e tradicional dos intérpretes “bairristas” aos habitantes e visitantes da capital. A escolha recaiu novamente sobre o Eléctrico n.º 28 por percorrer alguns dos mais típicos bairros lisboetas (do Martim Moniz aos Prazeres, passando pela Mouraria e Graça), tradicionalmente ligados ao Fado. Este é também o percurso mais frequentado pelos turistas, assegurando assim a divulgação deste género musical, verdadeiro “cartão de visita” da cidade. Ao todo, participaram nesta iniciativa 65 fadistas (vozes masculinas e femininas) e 23 músicos (12 guitarras e 11 violas). Carris • Lisboa Carris • Lisboa Carris • Lisboa Carris Notícias CARRIS na Feira do Livro A Carris esteve presente na edição 2006 da Feira do Livro de Lisboa com o autocarro 851, que faz parte da colecção do Museu da Carris. Este autocarro recria uma pintura da autoria de Eduardo Nery. O projecto tinha como objectivo levar manifestações de carácter cultural ao quotidiano dos lisboetas. Exposições no MOPTC No âmbito do “Dia Internacional das Mulheres”, esteve patente ao público de 6 a 31 de Março, no átrio principal da Secretaria-Geral, do Ministério das Obras Públicas Transportes e Comunicações, uma exposição de quadros “Mulheres e Fantasias” e de dados biográficos da pintora Laura Cesana. A CARRIS colaborou neste evento oferecendo 3 exemplares do livro “A História da Companhia Carris de Ferro de Lisboa em Portugal” para oferta às individualidades que colaboraram no evento: a pintora Laura Cesana, a escritora e actriz Rosa Lobato de Faria e o declamador de poesia Dr. Jorge Lino. De 3 a 12 de Abril, teve lugar, no mesmo local, a exposição “Mulheres nos Prémios Nobel” da autoria da Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres. Ambas as exposições foram apoiadas por painéis cedidos pela CARRIS para colocação de quadros. Eléctrico 28 na revista “Time” O “histórico” eléctrico 28, que estabelece a ligação entre o Martim Moniz e o Cemitério dos Prazeres, foi referenciado numa peça publicada na conhecida revista semanal “Time” sobre os melhores percursos de autocarro e eléctrico a efectuar na visita a algumas das capitais da Europa. Na peça é destacado um percurso em Berlim, Londres, Paris, Roma e Lisboa. Na capital portuguesa é referenciado o trajecto efectuado pelo eléctrico 28, destacando a passagem por Alfama, Baixa Pombalina, Chiado, Bairro Alto, Bica, até chegar ao término da viagem, nos Prazeres. Visitaram a CARRIS No dia 20 de Abril, uma delegação do Instituto Militar dos Pupilos do Exército, do 3º. Ano do Curso Superior de Engenharia Mecânica, constituída por 15 alunos e 4 docentes, visitou as Oficinas de Reparação de Autocarros (áreas de veículos e de órgãos) e a Estação de Miraflores. Ainda nesse mês, no dia 28, o Museu da CARRIS recebeu a visita de uma delegação de Técnicos de Tráfego noruegueses, que, deste modo, tomaram contacto com a evolução histórica da empresa. Em Maio, no dia 11, uma delegação da cidade suíça de St. Gallen, liderada pela vereadora do pelouro de construção e transportes daquela cidade, após uma apresentação sobre a “Rede de Transportes Públicos da CARRIS”, visitou o Museu tendo, de seguida, efectuado uma breve viagem até Belém num dos eléctricos que integram as suas colecções, o n.º 283, entrado ao serviço em 1902. Também no dia 18, e como parte integrante de uma viagem de estudo a Lisboa, o Museu recebeu um grupo de estudantes de Mestrado em Turismo Internacional da Universidade Suíça de Lugano. No dia 6 de Junho o Complexo de Santo Amaro recebeu um grupo de 25 estudantes de engenharia suecos, tendo a visita contemplado o Museu da CARRIS, a Estação e as Oficinas de Carros Eléctricos e a Central de Comando de Tráfego. Momento da visita efectuada pelos estudantes universitários de Lugano 17 Lisboa Carris • Lisboa Carris • Lisboa Carris • Lisboa PRIMEIRO A SAÚDE A falta de exercício mata o coração Mexa-se 18 A inactividade física é hoje reconhecida como um importante factor de risco para as doenças cardiovasculares, a par do tabagismo, da hipertensão arterial e da hipercolesterolémia (colesterol elevado). As alterações orgânicas que aparecem com o envelhecimento não são em grande parte devidas a um processo normal e fisiológico, mas sim, com o decorrer da idade, aos efeitos da inactividade física. Se quer envelhecer com qualidade, bastam-lhe 30 minutos de actividade física moderada por dia. Mas, se não lhe apetecer fazer 30 minutos, faça o tempo que quiser. Comece devagar e não se esqueça que não é obrigatório ir para o ginásio. Pode fazer muita coisa para contrariar o sedentarismo: jardinagem, “bricolage”, dançar, subir e descer escadas, andar com passo enérgico, indo a pé para o emprego ou descendo numa paragem do autocarro anterior à usual. O mais importante é fazer algo com carácter de continuidade. Mais vale pouco e regular do que muito só de vez em quando. Actividade física moderada e regular O que pode ganhar 1. Aumentar a capacidade cardiorespiratória, o que lhe permite brincar; trabalhar; fazer amor; correr; dançar; subir escadas... sem se cansar ou cansando-se menos. 2. Melhorar a circulação sanguínea, diminuindo o risco de tromboses e embolias e consequentes enfartes. 3. Aumentar a sua massa muscular e flexibilidade, o que lhe permite desempenhar as tarefas do dia-a-dia com maior eficiência, coordenação, agilidade e com mais equilíbrio. 4. Fortalecer os ossos diminui o risco de osteoporose e de fracturas em caso de quedas. 5. Controlar o seu peso contribui para o normal funcionamento do seu mecanismo de controlo da fome e evita acumulação de gorduras. 6. Melhorar o colesterol: aumenta o HDL (colesterol “bom”) e reduz o colesterol total e o LDL (o colesterol “mau”). 7. Reduzir os diabetes do adulto reduz o risco de complicações vasculares nos diabéticos e reduz em 20% as probabilidades do seu aparecimento. 8. Controlar a tensão arterial tanto de indivíduos hipertensos (tensão alta), como hipotensos (tensão baixa). 9. Aumentar o seu bem-estar psicológico, melhorando os níveis de confiança e de auto-estima... 10. Aumentar a seu sistema imunitário: o que o torna mais forte contra os agentes patogénicos, como alguns vírus e bactérias. GRIPE SAZONAL Saiba algo importante para a sua Saúde É uma doença respiratória aguda, frequente nos meses de Inverno, ainda que possam surgir casos isolados ao longo do ano. Chama-se epidemia quando há um aumento muito elevado de casos numa comunidade. Transmite-se pela saliva, através da respiração, da fala, da tosse e dos espirros. É, normalmente, benigna e a vacinação é eficaz, com grandes benefícios nos doentes portadores de doenças crónicas e nos idosos.