MF 91 de 97 CONVERSÃO, 1 CCE 1849: “O pecado é uma falta contra a razão, a verdade, a consciência recta; é faltar ao amor verdadeiro para com Deus e para com o próximo por causa de um apego perverso a certos bens. Fere a natureza do homem e atenta contra a solidariedade humana. Foi definido como ‘uma palabra, um acto ou um desejo contrários à lei eterna’ (Santo Agostinho)”. CCE 1850: “O pecado é uma ofensa a Deus (...). O pecado levanta-se contra o amor que Deus nos tem e afasta os nossos corações d’Ele. Tal como o primeiro pecado, é uma desobediência, uma rebelião contra Deus pelo desejo de se tornar ‘como deuses’ pretendendo conhecer e determinar o bem e o mal (Gn 3, 5). O pecado é assim ‘amor de si mesmo até ao desprezo de Deus’ (Santo Agostinho)”. MF 92 de 97 CONVERSÃO, 2 Imediatamente depois do castigo que seguiu o pecado original, Deus prometeu ao homem a salvação. Os convites à conversão enchem todo o AT e NT. A pregação de Jesus Cristo inicia-se com uma chamada à conversão: “Arrependei-vos e acreditai no Evangelho” (Mc 1, 15). Todo o contexto do NT contém um chamamento à conversão. Obedecendo ao mandato de Cristo (Lc 24, 47), os Apóstolos insistem reiteradamente na necessidade de se converter, para se ser baptizado e se receber o Evangelho. MF 93 de 97 CONVERSION, 3 Algumas características da conversão no NT - Está dirigida aos pecadores, inclusive aos pagãos (Lc 3, 13-14). - Abarca toda a pessoa e inclui a totalidade da existência. - No AT usa-se o termo “shuh” = “mudança de sentido”, no NT usa-se “metanóia” = “mudança de mentalidade”. - É livre: Deus não violenta a liberdade. Jesus faz preceder os seus chamamentos pelo condicional: “Se quiseres...”. - CCE 1889: “A primeira obra da graça do Espírito Santo é a conversão (...). Movido pela graça, o homem volta-se para Deus e afasta-se do pecado, acolhendo assim o perdão e a justiça do alto”. - Na pregação de Jesus, a conversão forma uma unidade dentro do plano total de salvação: redenção e salvação tornam-se possíveis mutuamente. MF 94 de 97 CONVERSÃO, 4 1 A moral cristã é uma moral da graça, o que significa a primazia da iniciativa divina sobre a acção humana. 2 As paixões são boas quando contribuem a fazer o bem e más quando se empregam na execução do mal. As más reforçam o mal e as boas potenciam o bem. 3 Para dominar as paixões (emoções ou impulsos da sensibilidade), a pessoa deve exercitar-se numa vida ascética. Quando o homem chega a dominá-las, é-lhe mais fácil detectar o bem e o mal. 4 A vida moral não consiste em aniquilar as paixões, mas em orientar-las rectamente. MF 95 de 97 CONVERSÃO, 5 A confissão sacramental é, por desígnio expresso por Jesus, o caminho normal do perdão dos pecados para aqueles que que crêem n’Ele. A sua instituição encontra-se explicitamente no Evangelho (Jn 20, 22-23). A potestade de perdoar os pecados denomina-se “o poder das chaves”. MF 96 de 97 CONVERSÃO, 6 Desde meados do século II consta (Pastor de Hermas) que a penitência se administrava só uma vez na vida (fervor das primeiras comunidades, contínuas perseguições). Por volta do século V começa a administrar-se com maior frequência (mas dureza na penitência). A prática actual data pelo menos do Concílio IV de Latrão (1215). MF 97 de 97 CONVERSÃO, 7 Disposições que há-de ter o pecador para obter o perdão na confissão (actos do penitente): 1. Exame de consciência. 2. Dor dos pecados (contrição, atrição). 3. Propósito de emenda: não pactuar com o mal; estar disposto a mudar de vida. 4. Confissão: individual, auricular e secreta, é o modo ordinário de confessar-se na Igreja. 5. Satisfação ou penitência: oração ou outra boa obra que impôs o confessor.