L'enseignement des mathématiques à l'école primaire, XIXe-XXe siècle.
Études comparatives Brésil-France - Juin 2013
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A aritmética nas escolas de primeiras letras no Rio de Janeiro:
do Brasil Império à República
L'arithmétique à l'école des premières lettres à Rio de Janeiro:
du Brésil Empire à la République
Aparecida Rodrigues Duarte
Universidade Bandeirante do Brasil (UNIBAN)
São Paulo/SP, Brasil
Lucia Maria Aversa Villela
Universidade Severino Sombra (USS)
Vassouras/RJ, Brasil
[email protected]
Resumo:
Após breve retrospectiva do que antecedeu a mudança de regime político no Brasil (de
Império à República), situa-se a que espaço geográfico estamos nos referindo ao citar
o “Rio de Janeiro”. Objetiva-se buscar evidências históricas sobre o ensino de
matemática nas escolas de primeiras letras do espaço geográfico a que hoje
chamamos de Estado do Rio de Janeiro, no intervalo de tempo entre 1870 e 1910.
Introdução:
Nosso objetivo é buscar evidências históricas sobre o ensino e em particular o
ensino de matemática no espaço geográfico a que hoje chamamos de Estado do Rio
de Janeiro, no intervalo de tempo de 1870 a 1910. Nesse encalço, como estamos em
um seminário que reúne participantes internacionais, sentimos necessidade de
localizar o que estava ocorrendo no Brasil no período que antecedeu à República.
O país enfrentou muitas mudanças sociais, políticas e econômicas no período
entre o início do Império (7 de setembro de 1822) e a chegada da República (15 de
novembro de 1889).
Do Brasil-Império ao Brasil-República: o Rio de Janeiro.
Com a primeira Constituição foi instituída a Monarquia Constitucional. Neste
documento foi oficializado que haveria quatro poderes: “o Poder Legislativo, o Poder
Moderador, o Poder Executivo e o Poder Judicial” (BRASIL, Carta de Lei de 25 de
março de 1824, Art. 10º), onde o Poder Moderador seria exercido pelo Imperador e o
Poder Legislativo ficaria a cargo da Assembleia Geral, formada pela “Câmara de
Deputados e Câmara de Senadores ou Senado” (Art. 14). Essa Constituição do
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Império mantinha a divisão do país em províncias e delegava participação dos
cidadãos cujo ato “será exercitado pelas câmaras dos distritos e pelos conselhos, que
com o título de - Conselho Geral da Província - se devem estabelecer em cada
província, onde não estiver colocada a Capital do Império” (Art. 72). Os cidadãos que
compunham a Assembleia Geral e os Conselhos Gerais de Províncias eram
escolhidos por meio de “eleições indiretas, elegendo a massa dos cidadãos ativos em
assembleias paroquiais” (Art. 90). Isto gerou descontentamento, uma vez que, na
prática, o conceito de cidadania estava vinculado à posição social e ao patrimônio
financeiro, o que excluía a maior parte da população.
Também problemas de natureza econômica e financeira aumentaram o
descontentamento em relação à atuação do primeiro Imperador (D. Pedro I). As
pressões políticas e a necessidade de resolver a situação do trono português levaram
o Imperador D. Pedro I, em 1831, a abdicar em favor de seu filho, que então possuía
apenas cinco anos. Dessa forma, o país viveu um período de grandes agitações
políticas, em que o governo foi exercido por regências. O Ato Adicional (BRASIL, Lei
nº 16, de 12 de agosto de 1834), que aumentava o poder das províncias, não
conseguiu acalmar os ânimos.
Dentre as alterações na Constituição do Império realizadas pelo Ato Adicional
de 1834 estava a separação da cidade do Rio de Janeiro – que era a capital do
Império - do restante da antiga Província do Rio de Janeiro (Anexo 1). A cidade do Rio
de Janeiro era a sede do governo desde 1763, ainda no Brasil-Colônia e, por meio da
alteração de 1834 passou a constituir o Município Neutro ou Município da Corte
(Anexo 2). Ao se separar esses espaços, o agora novo Município do Rio de Janeiro
passou a ter como capital a cidade de Vila Real da Praia Grande, cujo nome foi
alterado para Niterói, em 1835.
Durante o Período Regencial, as lutas por mais espaço político1 estavam cada
vez mais acirradas. Para enfraquecer o poder dos conservadores e ampliar as
possibilidades dos liberais, em 1840, com uma antecipação de três anos, foi decretada
a maioridade do Príncipe Regente, que recebeu o título de D. Pedro II (1825–1891) e
foi Imperador do Brasil até a chegada da República.
Cerca de quinze meses após a Proclamação da República, foi promulgada a
primeira Constituição Republicana (BRASIL, Constituição da República dos Estados
1
O Partido Conservador surgiu em 1836 e defendia a centralização do poder e a força do
Poder Executivo. O Partido Liberal foi criado no ano seguinte e reunia pessoas que lutavam
pela maior autonomia das Províncias.
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Unidos do Brasil, 24 de fevereiro de 1891). Nela vê-se que foi instituído o regime
federativo. As Províncias receberam o nome de Estados.
Com o início do período republicano, a cidade do Rio de Janeiro passou à
Capital Federal e seu espaço geográfico - o antigo Município Neutro (ou Município da
Corte) - passou a constituir o Distrito Federal2, enquanto que a Província do Rio de
Janeiro passou a compor o Estado do Rio de Janeiro.
A primeira Constituição do Estado do Rio de Janeiro foi promulgada em 9 de
abril de 1892.
As escolas de primeiras letras e a formação de professores na Província do Rio
de Janeiro e no Município Neutro
No século XIX, a sociedade brasileira buscava novos rumos para a educação
tomando como base as ideias europeias e norte-americanas. Foram criadas novas
escolas e promovidos debates abertos a toda sociedade civil. Essas mudanças eram,
entretanto, vagarosas e fragmentadas, resultado do conservadorismo de origem
agrária e sustentada por mão de obra escrava, responsável pela lenta passagem de
uma sociedade rural e agrícola para urbana e comercial. Essa transição ganha
impulso no final do século XIX, quando ocorre o fortalecimento da burguesia urbanoindustrial, a abolição da escravatura, a queda da monarquia e consequente
proclamação da República (ARANHA, 2006).
Tentando localizar as condições da educação de primeiras letras, no período
entre o Brasil-Império e o Brasil-República, privilegiaremos determinados fatos
históricos, dentre os quais alguns merecem ser melhor analisados ao longo da
pesquisa a se desenvolver nos próximos anos.
Cerca de seis meses após a Independência, o imperador D. Pedro I ordenava
que se criasse “nesta Côrte uma Escola de primeiras lettras, na qual se ensinar[ia]
pelo methodo do ensino mutuo3, sendo em beneficio, não sómente dos militares do
2
Em 1960, com a mudança da capital do país para Brasília, a região anteriormente
correspondente ao Distrito Federal recebeu a classificação de cidade-estado – o Estado da
Guanabara. Posteriormente, em 1975, houve a reunião desta cidade ao Estado do Rio de
Janeiro. A partir de então, a cidade de Niterói deixou de ser a capital e a cidade do Rio de
Janeiro passou a ser a capital do Estado do Rio de Janeiro.
3
Mas este não foi o primeiro documento a se referir ao ensino mútuo no Brasil: Hipólito José da
Costa de Mendonça, responsável pelo jornal Correio Brasiliense , “em 1816 publicou, em
Londres, sete artigos no Jornal Correio Braziliense, do qual era o principal editor, difundindo
as vantagens do método para instruir a população” (CASTANHA, 2012, p. 3). Outra
comprovação encontra-se na ordem que concedia “a João Batista de Queiroz uma pensão
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Exercito, mas de todas as classes dos meus subditos que qu[isessem] aproveitar-se
de tão vantajoso estabelecimento” (BRASIL; Decreto, de 1º de março de 1823).
No artigo 179, inciso 32, da Constituição do Império, outorgada em 1824,
constava que a instrução pública seria garantida a todos os cidadãos, no entanto, essa
Constituição não se pronunciou sobre a criação de escolas que garantissem essa
gratuidade. Isto só veio a ser citado no artigo 1º da Lei Imperial de 15 de outubro de
1827, onde rezava que “em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos, haverão
as escolas de primeiras letras que forem necessárias”. Apesar dos esforços,
estatísticas educacionais revelam que, em 1867, haviam 107.483 alunos matriculados
nas escolas primárias, correspondendo a cerca de 10% das crianças brasileiras da
época, em idade escolar (PILETTI; PILETTI, 2012).
Pelo que consta em relatório emitido em meados de 1889 (veja Anexo 3), no
caso específico da Província do Rio de Janeiro, temos as informações de que em
1888 tinha-se 455 escolas de primeiras letras distribuídas em uma superfície que,
segundo dados de 18724, era de cerca de 40.396 km2 e uma população de 326.972
habitantes, não se computando “a população que ainda então constituía o elemento
servil” (ALMEIDA, 1889, p. 5).
No Ato nº 10, de 1835, rezava que se instituísse “na Capital da Província do
Rio de Janeiro huma Escola Normal para nella se habilitarem as pessoas, que se
destinarem ao magistério de instrução primária, e os Professores actualmente
existentes, que não tiverem adquirido a necessária instrução nas Escolas de Ensino
na conformidade da Lei de quinze de Outubro de mil oitocentos e vinte sete” (BRASIL,
Decreto nº 10, de 10 de abril de 1835, Art. 1º). O segundo artigo explicita que “A
mesma Escola será regida por hum Director, que ensinará. Primo: a ler e escrever
pelo methodo Lancasteriano, cujos princípios theoricos e práticos explicará. Segundo:
as quatro operações de Arithmetica, quebrados, decimaes e proporções. Tertio:
noções geraes de Geometria theocrica e pratica. Quarto: Grammatica de Língua
Nacional. Quinto: elementos de Geographia. Sexto: os princípios de Moral Christã, e
da Religião do Estado”.
Assim, no ano de 1835, a partir de uma iniciativa pública, foi criada a primeira
escola normal do Brasil e das Américas A Escola Normal de Niteroi, capital da
annual, para ir á Inglaterra aprender o systema Lencasterianno” (BRASIL. Decreto de 3 de
julho de 1820)
4
Ano do primeiro censo demográfico do país.
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Província do Rio de Janeiro, não era laica5 e teve como seu primeiro diretor o Tenente
Coronel José da Costa Azevedo. Em relatório de 1836 há elogios sobre a atuação
desse professor e, além de apresentar detalhes sobre despesas com aluguel da casa,
pagamento do diretor e pensão de dez alunos pensionistas, prevê-se o gasto para que
se produza a impressão e a encadernação de uma obra que o referido diretor “se
propoem a traduzir para uso da Escola; a impressão de suas lições de Arithmetica e
Grammatica da Lingua Nacional aos discípulos d’ella” (Relatório do Diretor de
Instrução Pública da Província do Rio de Janeiro, U814, 1836).
A princípio essa escola, em obediência ao Decreto nº 10 de 1835, adotou o
método lancasteriano. Esse método não obteve muito sucesso e aos poucos foi
abandonado ou aplicado de forma mesclada com outros métodos. Paulatinamente
essas disciplinas foram separadas por ano, impondo, progressivamente a seriação
escolar (VICENTINI; LUIGLI, 2009).
Por achar que se estava investindo muito dinheiro na Escola Normal de Niterói,
Couto Ferraz, quando presidente da Província do Rio de Janeiro, fechou-a.
6
[...] em 1849, substituindo-a pelos professores adjuntos , regime que
adotou no Regulamento de 1854 ao exercer o cargo de ministro do
Império. Os adjuntos atuariam nas escolas como ajudantes do
regente de classe, aperfeiçoando-se nas matérias e práticas de
ensino. Por esse meio seriam preparados os novos professores,
dispensando-se a instalação de Escolas Normais. Mas esse caminho
não prosperou. Os cursos normais continuaram a ser instalados, e a
pioneira escola de Niterói foi reaberta em 1859. (SAVIANI, 2009, p.
145)
Na legislação de 1854, citada por Saviani, destacamos o artigo 47:
Art. 47. O ensino primario nas escolas publicas comprehende:
A instrucção moral e religiosa,
A leitura e escripta,
As noções essenciaes da grammatica,
Os principios elementares da arithmetica,
O systema de pesos e medidas do municipio.
Póde comprehender tambem:
5
6
Com relação à França, a primeira “Escola Normal laica surge cinco anos após a eclosão da
Revolução Burguesa”, mas “funcionou apenas de janeiro a maio de 1795” (MARTINS, 2009,
p. 174).
O artigo 35 do Decreto 1331-A, de 17 de fevereiro de 1854, fala sobre os professores
adjuntos:
Art. 35. A classe dos professores adjuntos será formada dos alumnos das escolas
publicas, maiores de 12 annos de idade, dados por promptos com distincção nos exames
annuaes, que tiverem tido bom procedimento, e mostrado propensão para o magisterio.
Serão preferiveis, em igualdade de circunstancias, os filhos dos professores publicos
que estiverem no caso do Art. 27, e os alumnos pobres. (BRASIL, Decreto 1331-A, de 17
de fevereiro de 1854)
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O desenvolvimento da arithmetica em suas applicações praticas,
A leitura explicada dos Evangelhos e noticia da historia sagrada,
Os elementos de historia e geographia, principalmente do Brasil,
Os principios das sciencias physicas e da historia natural
applicaveis aos usos da vida,
A geometria elementar, agrimensura, desenho linear, noções de
musica e exercicios de canto, gymnastica, e hum estudo mais
desenvolvido do systema de pesos e medidas, não só do municipio
da Côrte, como das provincias do Imperio, e das Nações com que o
Brasil tem mais relações commerciaes. (BRASIL, Decreto nº 1.331-A,
de 17 de fevereiro de 1854).
Esta legislação de 1854, conhecida como Reforma Couto Ferraz, veio, em
consonância com o “artigo 1º do Decreto nº 630 de 17 de Setembro de 1851, Approvar
o Regulamento para a reforma do ensino primario e secundario do Municipio da
Côrte”.
O Decreto nº 630, de 1851, foi assinado pelo Visconde de Mont'alegre, com
rubrica do Imperador. Deste documento destacamos a alínea 6ª do artigo 1º:
As Escolas publicas de instrucção primaria serão divididas em
primeira e segunda classe.
Nas de segunda classe o ensino deve limitar-se á leitura, calligraphia,
doutrina christã, principios elementares do calculo e systemas mais
usuaes de pesos e medidas.
Nas de primeira classe o ensino deve, alêm disto, abranger a
grammatica da lingua nacional, e arithmetica, noções de algebra e de
geometria elementar, leitura explicada dos evangelhos, e noticia da
historia sagrada, elementos de geographia, e resumo da historia
nacional, desenho linear, musica e exercicios de canto. (BRASIL,
Decreto nº 630, 15 de setembro de 1851, Art. 1º, 6ª)
Mas, pelo que se vê no documento de 1854, foram usados outros nomes para
as duas partes que compunham o ensino primário:
Art. 48. As escolas publicas primarias serão divididas em duas
classes.
A huma pertencerão as de instrucção elementar, com a denominação
de escolas do primeiro gráo.
A outra as de instrucção primaria superior com a denominação de
escolas do segundo gráo. (BRASIL, Decreto nº 1331-A, de 17 de
fevereiro de 1854)
Quanto ao ensino secundário, o Decreto de 1851 cita que:
Haverá hum Externato, onde ficarão reunidas as Aulas publicas de
instrucção secundaria, que actualmente existem no Municipio da
Côrte, e o Governo o completará com as cadeiras que faltarem, a fim
de que o seu curso de estudos comprehenda as mesmas materias
que se ensinarem no Collegio de Pedro II, cujo plano e estatutos
deverá o Governo reformar em harmonia com os Regulamentos que
expedir para a organisação, e regimen do Externato, regulando a
fórma dos exames, e a maneira pela qual deva ser conferido o gráo
de Bacharel em letras. (DECRETO nº 630, 15 de setembro de 1851,
Art. 1º, 7ª)
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No documento de 1854, vê-se no artigo 77º (ver Anexo 4) que o secundário no
Município Neutro continuava a cargo do Colégio Pedro II7.
Retomemos as informações sobre as tentativas de se implantar escolas de
formação de professores para o ensino primário. Focalizaremos agora o como isto foi
conduzido no Município Neutro, onde a primeira experiência relacionada à criação de
um espaço específico para a melhor qualificação de professores surgiu a partir da
“iniciativa de um grupo de professores públicos da Corte” (LÔBO, s/d, p.2). Ainda
segundo esta autora, foi inaugurada:
[...] em 25 de março de 1874, com o nome de Escola Normal do
Município da Corte. Em novembro de 1875, suas atividades chegam
ao fim em razão da autorização dada ao executivo pela Câmara dos
Deputados para criar a Escola Normal da Corte, para ambos os
sexos, em 1875. (LÔBO, s/d, p.2).
Posteriormente, em 1880, surge outra iniciativa para se instituir uma Escola
Normal, na Corte. Seu primeiro diretor foi o Bacharel Benjamim Constant Botelho de
Magalhães.
Ao longo dos seus primeiros doze anos de existência (1880/1892) a
Escola Normal teve nove diretores e seu Regimento foi alterado
seguidamente (1881/1883/1986). Funcionando provisoriamente em
prédios cedidos por outras escolas - inicialmente na Escola
Politécnica, no Largo de São Francisco, depois na Rivadávia Corrêa e
posteriormente na Estácio de Sá -, a Escola Normal somente terá seu
próprio prédio nos anos de 1930, situado na rua Mariz e Barros,
edifício construído na administração de Fernando de Azevedo na
Direção da Instrução Pública do Distrito Federal. (LÔBO, s/d, p. 5)
Essa escola de formação de professores existe até hoje, com o nome de
Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (ISERJ). Em dezembro de 2005 foi
inaugurado o Centro de Memória Institucional do ISERJ (CEMI/ ISERJ)8, que possui
7
8
O Colégio Pedro II surgiu, com este nome, em 1837.
A origem do Colégio Pedro II remonta ao Seminário dos Órfãos de São Pedro, criado
pela provisão do bispo D. frei Antonio de Guadalupe em 1739, no Rio de Janeiro. Depois
de 27 anos, passou a se chamar Seminário de São Joaquim e exerceu também a função
de escola, representando um polo de cultura. Esse papel ganhou ainda mais relevância
com a expulsão dos jesuítas, em 1759. Sem os religiosos, os jovens da Colônia ficaram
com poucas opções de ensino. A educação era feita em casa com preceptores ou em
seminários ligados às paróquias locais.
O Seminário de São Joaquim foi transformado em Colégio Pedro II graças a um
decreto publicado em 1837. A iniciativa foi do ministro interino do Império, Bernardo
Pereira de Vasconcellos, durante a Regência de Pedro de Araújo Lima (1793-1870). O
nome dado à escola foi estratégico, já que dava a ideia de que a instituição pertencia ao
imperador. (SANTOS, 2010).
Há notícias sobre o CEMI/ ISERJ em http://cemiiserj.blogspot.com.br/. Ao visitá-lo, vê-se a
boa vontade dos funcionários e, infelizmente, a precariedade de condições técnicas que
enfrentam.
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boa quantidade de vestígios sobre esse passado, embora a maior parte do acervo
ainda não esteja catalogado e tratado.
Ao pesquisarmos as décadas de 1870 e 1880 encontramos no Rio de Janeiro
algumas iniciativas tomadas por professores primários do Município Neutro no que diz
respeito às condições de seu campo profissional e as tentativas de se organizar a
classe. Um exemplo é o Manifesto dos Professores Públicos de Instrução Primária da
Corte, de 1871 (ALBUQUERQUE, 2004), em que um grupo de três professores
assumiu a liderança e redigiu um conjunto de quatro cartas9, em reação a comentários
emitidos pelo Conselheiro Paulino José Soares de Souza no relatório apresentado à
Assembleia Legislativa, em 1868. Outro exemplo nos é trazido por Lopes (2010), a
partir da análise de exemplares da Revista O Ensino Primário de 1884 e 1885, que
tratava sobre o universo dos professores do Município Neutro. O artigo:
Observa que os redatores da revista, professores adjuntos da rede
pública, visivelmente ameaçados pela exigência de frequentarem o
curso da Escola Normal recém-criada (1880), empenham-se em
“salvaguardar a dignidade do magistério publico” por meio de artigos
que abordam questões de interesse da classe, nos quais retratam a
situação precária dos professores primários e o controle a que eram
submetidos por parte do Estado. (LOPES, 2010, p. 139)
Lopes (2010, p. 141) também cita que os professores públicos das escolas
primárias, iniciaram um movimento de classe e chegaram a criar uma Associação dos
Professores Públicos da Corte, em 1877.
A Decisão Imperial nº 77, de 6 de novembro de 1883, aprovava “Regimento
interno para as escolas públicas primárias do 1º grau do município da Corte”. Em seu
Art. 37, tratava da divisão das classes para as escolas primárias.
Art. 37. Em cada escola primária serão os alunos divididos em três
classes, que ocuparão lugares distintos na sala. À 1ª classe, ou
elementar, pertencerão os que não souberem ler. À 2ª, ou de
transição, os que principiarem a ler com desembaraço. À 3ª classe,
ou superior, os que forem capazes de leitura corrente. (BRASIL,
Decisão Imperial nº 77, de 6 de novembro de 1883).
Nos artigos de 41 a 43 orientava-se o professor a utilizar os alunos da segunda
e terceira classes como monitores, mas as lições das turmas de primeira classe só
poderiam ser tomadas por monitores escolhidos entre os alunos da terceira classe.
A Decisão 77, em seu artigo 45, fazia referência ao plano de ensino e permitia
verificar como o professor deveria proceder relativamente aos conteúdos de Desenho
e Aritmética. Segundo essas recomendações legais, o professor deveria indicar
9
Manifesto dos Professores Públicos de Instrução Primaria da Corte (1871). Rio de Janeiro:
Typografia. J. Villeneuve& Cia. Há um exemplar na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.
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pontos, fazendo com que os alunos ligassem esses pontos por meio de linhas retas,
nomeando-as conforme as posições que tomassem, como perpendiculares, oblíquas,
horizontais ou verticais. Também os alunos desenhariam vários polígonos e figuras
geométricas simples, quando o professor indicaria o nome das figuras e faria com que
a classe o repetisse em voz alta.
O artigo também recomendava o uso de um contador mecânico para efetuar os
exercícios de numeração. O professor, nessa atividade, seria auxiliado pelos
monitores encarregados de verificar os exercícios dos outros alunos. O professor
principiaria pela leitura dos números de 1 a 10, em seguida de 10 a 100, e assim por
diante, até 1000. Sempre com o auxílio do contador mecânico, os alunos aprenderiam
as quatro operações. Quanto ao sistema métrico, as aulas visavam a distinção das
unidades fundamentais pelos seus nomes, a finalidade a qual destinavam e a forma
como seriam empregadas. Para tanto seriam utilizados exercícios de ordem prática,
como o uso do metro para medir móveis e a extensão da sala, da balança para pesar
objetos, etc.
Como se pode notar, enfatizava-se o método da memorização de conceitos
aritméticos onde o conceito de número estava associado à contagem e à ordenação.
A obra de autoria de Antonio Feliciano de Castilho (1853), intitulada “Método Castilho
para o ensino rápido e aprazível: do ler impresso, manuscrito e numeração e do
escrever”, retrata esse período. Nessa obra, o autor, que ficara cego aos 6 anos de
idade em consequência de sarampo, faz uso da memorização das letras por figuras e
histórias de todos os caracteres e sinais, além de introduzir o ritmo, “a freqüência do
canto, das palmas, das marchas” (p. XLVI - Anexo 5)10. Segundo Castilho (1853), o
canto, acrescido dos movimentos dos pés e das mãos facilitavam a memorização e
motivavam os alunos ao aprendizado. Para auxílio ao canto, Castilho sugere o uso de
um compassador (Anexo 6), denominado por “contador mecânico” pelo artigo 45, e
recomendava seu uso para contagem, em voz alta, de um a cem. Propunha,
igualmente, o uso dos dedos das mãos para a contagem.
Mas outros esforços foram realizados para que se ampliasse a cultura dos
cidadãos, e, atendendo a este fim, existiram as chamadas Conferências Populares da
Glória. Tinham por objetivo divulgar as ciências e “[...] se realizaram em escolas da
Freguesia da Glória, no Município da Corte, iniciaram-se em 23 de novembro de 1873
10
Nesse anexo, Castilho comenta sobre a publicação de “Aritmetica Popular para servir de
complemento à leitura e escrita pelo método Castilho”, de José Maria Latino Coelho
(CASTILHO, 1853, p. 317) e sobre a eficácia de seu método em detrimento do método mútuo.
Em 1855, Castilho esteve no Brasil possivelmente em 1855.
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sob a iniciativa e coordenação do conselheiro Manoel Francisco Correia, senador do
Império” (FONSECA, 1996, p. 135). Esses encontros, que ficaram também conhecidos
por “Tribuna da Glória”, ocorreram continuamente até 1889, tendo sido reiniciada em
1891. De início aconteciam aos domingos pela manhã, mas depois passaram a uma
frequência de duas vezes por semana, tendo sido inclusive construído um prédio “para
tal fim (as indicações sugerem a atual Escola Amaro Cavalcanti, no Largo do
Machado, construída entre 1874 e 1875)” (FONSECA, 1996, p. 135).
Sobre essas conferências, a partir da listagem apresentada em Fonseca
(1996), destacamos a necessidade de se tentar fazer um estudo em torno de algumas
palestras, dado a pertinência com a presente pesquisa (Anexo 7).
Considerações finais
Há muito a se pesquisar sobre a matemática veiculada no ensino primário no
espaço geográfico correspondente ao atual Estado do Rio de Janeiro, do período
imperial ao início do período republicano, principalmente no que corresponde à atual
cidade do Rio de Janeiro. Há diversos locais em que é possível coletarmos vestígios
desse passado e, assim, subsidiar estudos comparativos mais amplos: tais como a
Biblioteca Nacional, o Centro de Memória do Instituto de Educação do Rio de Janeiro
(CEMI), o Arquivo Público da Cidade do Rio de Janeiro. Além disso, vestígios
históricos também podem ser encontrados na vasta quantidade de relatórios dos
Diretores da Instrução Pública da Província do Rio de Janeiro no portal Brazilian
Government Document Digitization Project (http://brazil.crl.edu/). Estes acervos nos
permitem explorar legislações, atas e relatórios, jornais e periódicos, livros, provas e
exames de seleção.
Mesmo que em fase inicial de investigação, foi possível verificar que, na
década em que antecedeu a Proclamação da República e nas duas posteriores –
período de 1880 a 1910 – encontramos alterações significativas no âmbito da
educação no Brasil. Nesse sentido, entendemos que se faz necessário analisar, por
exemplo, a chamada Reforma Benjamin Constant (BRASIL, Decreto nº 981, de 8 de
novembro de 1890), que “Approva[va] o Regulamento da Instrucção Primaria e
Secundaria do Districto Federal”, bem como as ações advindas de sua implantação
nos anos seguintes, no que tange ao ensino primário no então Distrito Federal.
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Referências:
ALBUQUERQUE, Daniel Cavalcanti. Manifestantes na Educação do Século XIX: o
manifesto de julho de 1871. 27ª Reunião Anual da ANPED, 2004. Disponível em
www.anped.org.br/reunioes/27/gt02/p022.pdf. Acesso em 22 abri 2013.
ALMEIDA, M. Ribeiro. Relatorio do Diretctor da Instrucção Publica da Provincia do Rio
de Janeiro, Nictheroy, 1 julho 1889. Brazilian Government Document Digitization
Project: Hartness Guide to Statistical Information. Chicago, EUA: Center for Research
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_______. Decreto nº 630, de 17 de setembro de 1851. Autorisa o Governo para
reformar o ensino primario e secundario do Municipio da Côrte. Disponível em
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Instrucção Primaria e Secundaria do Districto Federal. (Reforma Benjamin Constant).
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_______. Decreto nº 1331-A, de 17 de fevereiro de 1854. Approva o regulamento
para a reforma do ensino primario e secundario no Municipio da Côrte. (Reforma
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letras em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos do Império. Disponível em
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________ Lei nº 16, de 12 de agosto de 1834. Faz algumas alterações e addições á
Constituição Politica do Imperio, nos termos da Lei de 12 de Outubro de 1832. Disponível em
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FREYCINET, Louis de. Carte de la Province de Rio de Janeiro [Material cartográfico
/ par M. Louis de Freycinet. - Escala [ca. 1:840000], 25 Lieues moy de France [25 ao
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Maschek
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RODRIGO TORRES. Relatorio do Director da Instrucção Publica da Província do
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Études comparatives Brésil-France - Juin 2013
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L'enseignement des mathématiques à l'école primaire, XIXe-XXe siècle.
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Anexo 1:
Carte de la Province de Rio de Janeiro – 1824, de FREYCINET, Louis de
L'enseignement des mathématiques à l'école primaire, XIXe-XXe siècle.
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Ficha Bibliográfica (visualização ISBD)
[454708]
FREYCINET, Louis de
Carte de la province de Rio de Janeiro [Material cartográfico / par M. Louis de Freycinet. - Escala [ca. 1:840000], 25 Lieues moy de France [25
ao grau] = [13,20 cm]. - [S.l. : s.n.], 1824. - 1 mapa : p&b, com traçados color. ; 29,90x53,70 cm em folha de 50,20x67,90 cm http://purl.pt/3426.
- O exemplar, C.C. 219 A., apresenta duas cotas antigas inscritas no verso . - Contém ainda escalas gráficas de "60 Milles marins"-"18 Legoas
Portugaises" e "10 Myriamètres". - No canto inferior direito contém inserto o "Plan des Environs du Cap Frio". - Escala ca. 1:190000,
determinada com o valor calculado 2,90 cm correspondente a "3 Milles" marítimas.
CDU 918.153(084.3)
912"18"(084.3)
L'enseignement des mathématiques à l'école primaire, XIXe-XXe siècle.
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Anexo 2
Mappa do Municipio Neutro / organisado e desenhado por E. de Maschek 187_
L'enseignement des mathématiques à l'école primaire, XIXe-XXe siècle.
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Mappa do municipio neutro / organisado e desenhado por E. de Maschek.
Maschek, E. de.
URL objeto digital http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_cartografia/cart209447.jpg
http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_cartografia/cart209447.jpg
Dados de edição Rio de Janeiro : Laemmert, [187-?].
Tipo de Documento Material cartográfico
Matéria Ferrovias - Rio de Janeiro (RJ) – Mapas
Fazendas - Rio de Janeiro (RJ) - Mapas.
Estradas - Rio de Janeiro (RJ) - Mapas.
Rio de Janeiro (RJ) - Mapas.
Descrição 1 mapa col. 71 x 103cm.
Identificador cart209447
L'enseignement des mathématiques à l'école primaire, XIXe-XXe siècle.
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Anexo 3
Distribuição de escolas na Província do Rio de Janeiro,
por Municípios, em 1888.
Fonte: RODRIGO TORRES. Relatorio do Director da Instrucção Publica da Província
do Rio de Janeiro, Nictheroy, 1 de Julho de 1889, p. 5.
L'enseignement des mathématiques à l'école primaire, XIXe-XXe siècle.
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Anexo 4
Alguns artigos referentes ao ensino secundário do Colégio Pedto II,
de acordo com decreto de 1854
Da Instrucção publica secundaria
Art. 77. Em quanto não for creado o externato de que trata o § 7º do Art. 1º do Decreto
nº 630 de 17 de Setembro de 1851, a instrucção publica secundaria continuará a ser dada no
Collegio de Pedro II e nas aulas publicas existentes.
Art. 78. O curso do Collegio continuará a ser de 7 annos.
As materias de cada anno, sua distribuição por aulas, o systema das lições, o methodo
dos exames, o rigimen interno do estabelecimento e a distribuição de premios até o numero de
tres no fim de cada anno lectivo do curso, farão objecto de hum Regulamento especial que
será organisado pelo Conselho Director, e sujeito á approvação do Governo.
Art. 79. Haverá no Collegio as seguintes cadeiras:
2 de latim,
1 de grego,
1 de inglez,
1 de francez,
1 de allemão,
1 de philosophia racional e moral,
1 de rhetorica e poetica, que comprehenderá tambem o ensino da lingua e litteratura
nacional,
2 de historia e geographia, ensinando o professor de huma a parte antiga e media das
referidas materias, e o da outra a parte moderna, com especialidade a historia e geographia
nacional,
1 de mathematicas elementares, comprehendendo arithmetica, algebra até equações
do 2º gráo, geometria e trigonometria rectilinea,
2 de sciencias naturaes, sendo huma de historia natural com as primeiras noções de
zoologia, botanica, mineralogia e geologia, e outra de elementos de physica e chimica,
comprehendendo somente os principios geraes e os mais applicaveis aos usos da vida.
Art. 80. Alêm das materias das cadeiras mencionadas no Artigo antecedente, que
formão o curso para o bacharelado em letras, se ensinarão no Collegio huma das linguas vivas
do meio dia da Europa, e as artes de desenho, musica e dansa.
Farão os alumnos exercicios gymnasticos, debaixo da direcção de hum mestre
especial.
Poderão ser creadas, quando as circumstancias o permittirem, huma cadeira de
elementos de mechanica, e de geometria descriptiva; e bem assim separar-se da cadeira de
historia moderna a historia e geographia nacional, formando esta huma aula especial.
Art. 81. O ensino das materias, que não constituem o curso litterario, será regulado de
maneira que não perturbe o estudo das outras.
Fonte: Decreto nº 1331 A, de 17 de fevereiro de 1854.
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Anexo 5
CASTILHO, Antonio Feliciano de. Método Castilho para o ensino rápido e aprazível: do
ler impresso, manuscrito e numeração e do escrever. 2. ed. Lisboa: Imprensa
Nacional, 1853, p. XLVI.
http://purl.pt/185/1/sc-28857-p_JPG/sc-28857-p_JPG_24-C-R0150/sc-28857p_0050_xlvi_t24-C-R0150.jpg
L'enseignement des mathématiques à l'école primaire, XIXe-XXe siècle.
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Anexo 6
CASTILHO, Antonio Feliciano de. Método Castilho para o ensino rápido e
aprazível: do ler impresso, manuscrito e numeração e do escrever. 2. ed. Lisboa:
Imprensa Nacional, 1853, p. 316 - 318.
http://purl.pt/185/1/sc-28857-p_JPG/sc-28857-p_JPG_24-C-R0150/sc-28857p_0383_316_t24-C-R0150.jpg
L'enseignement des mathématiques à l'école primaire, XIXe-XXe siècle.
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http://purl.pt/185/1/sc-28857-p_JPG/sc-28857-p_JPG_24-C-R0150/sc-28857p_0384_317_t24-C-R0150.jpg
L'enseignement des mathématiques à l'école primaire, XIXe-XXe siècle.
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http://purl.pt/185/1/sc-28857-p_JPG/sc-28857-p_JPG_24-C-R0150/sc-28857p_0385_318_t24-C-R0150.jpg
L'enseignement des mathématiques à l'école primaire, XIXe-XXe siècle.
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Anexo 7
“Conferências Populares da Glória”:
seleção de palestras altamente relevantes à presente pesquisa
Data
23/11/1873
Nº
Autor
1 Manuel Francisco Correia
Título
Ensino primário obrigatório
Fonte
Conf. Popul. RJ. nº4, abril/ 1876 (íntegra)
11/01/1874
11 Manuel Francisco Correia
Escolas normais
Conf. Popul. RJ. nº5, maio/ 1876 (íntegra)
12/04/1874
36 Manuel Jesuíno Ferreira
Instrução pública
Conf. Popul. RJ. nº4, abril/ 1876 (íntegra)
25/06/1874
56 Antonio Ferreira Viana
02/07/1874
58 Antonio Ferreira Viana
09/07/1874
60 Antonio Ferreira Viana
16/07/1874
62 Antonio Ferreira Viana
23/7/1874
64 Antonio Ferreira Viana
06/08/1874
68 Antonio Ferreira Viana
20/08/1874
72 Antonio Ferreira Viana
Curso de Pedagogia: considerações
gerais
Curso de Pedagogia: leis fundamentais
da ciência
Curso de Pedagogia: necessidade e
liberdade
Curso
de
Pedagogia:
ainda
necessidade e liberdade
Curso de Pedagogia: unidade; 1ª lei
pedagógica; educação cristã.
Curso de Pedagogia: variedade; 2ª lei
pedagógica.
Curso de Pedagogia: lei da harmonia
27/08/1874
74 Antonio Ferreira Viana
03/09/1874
76 Antonio Ferreira Viana
10/09/1974
78 Antonio Ferreira Viana
Jornal do
(resumo)
Jornal do
(resumo)
Jornal do
(resumo)
Jornal do
(resumo)
Jornal do
(resumo)
Jornal do
(resumo)
Jornal do
(aviso)
Curso de Pedagogia: grandeza d’alma
Jornal do
(resumo)
Curso de Pedagogia: grandeza d’alma; Jornal do
exemplos
(resumo)
Curso de Pedagogia: lei da gradação.
Jornal do
(resumo)
Commercio, RJ, 27/06/1874, p. 4
Commercio, RJ, 04/07/1874, p. 3
Commercio, RJ, 11/07/1874, p. 3
Commercio, RJ, 18/07/1874, p. 3
Commercio, RJ, 25/07/1874, p. 4
Commercio, RJ, 08/08/1874, p. 3
Commercio, RJ, 18/08/1874, p. 4
Commercio, RJ, 29/08/1874, p. 3
Commercio, RJ, 05/09/1874, p. 4
Commercio, RJ, 12/09/1874, p. 4
L'enseignement des mathématiques à l'école primaire, XIXe-XXe siècle.
Études comparatives Brésil-France - Juin 2013
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17/09/1974 80
Antonio Ferreira Viana
Curso de Pedagogia: a linguagem.
24/09/1974 82
Antonio Ferreira Viana
01/10/1974
84 Antonio Ferreira Viana
Curso de Pedagogia: leis da
conveniência e da progressão
decrescente.
Curso de Pedagogia: a família
08/10/1974
87 Antonio Ferreira Viana
Curso de Pedagogia: o enjeitado
15/10/1974
89 Antonio Ferreira Viana
22/10/1874
91
10/01/1875 108
24/01/1875 110
02/05/1875 124
14/08/1875 190
28/07/1878 248
Curso de Pedagogia: o Estado e a
Escola
Antonio Ferreira Viana
Curso de Pedagogia: a Igreja e a
Escola
Carlos Victor Boisson11
Métodos de ensino das matemáticas
elementares, especialmente da
geometria
Carlos Victor Boisson
Métodos de ensino das matemáticas
elementares, especialmente da
geometria (cont.)
Antenor Augusto Ribeiro Educação dos Sentidos
Guimarães
Herman Luiz Gade
Algumas palavras sobre a marinha
nacional e o sistema trajano12
Barão de Tautphoeus
Organização do ensino primário e
secundário no Brasil
Jornal do Commercio, RJ, 19/09/1874, p. 4
(resumo)
Jornal do Commercio, RJ, 26/09/1874, p. 2
(resumo)
Jornal do Commercio, RJ, 03/10/1874, p. 4
(resumo)
Jornal do Commercio, RJ, 10/10/1874, p. 4
(resumo)
Jornal do Commercio, RJ, 17/10/1874, p. 3
(resumo)
Jornal do Commercio, RJ, 24/10/1874, p. 4
(resumo)
Diário do Rio de Janeiro, RJ, 12/01/1875, p.
2 (resumo).
Diário do Rio de Janeiro, RJ, 26/01/1875, p.
2 (resumo).
Jornal do Commercio, RJ, 01/05//1875, p. 3
(aviso).
Conf. Pop., RJ, nº 8, agosto 1876 (íntegra)
Jornal do Commercio, RJ, 27/07/1878, p. 1
(aviso)
11
No Plano Diretor Ambiental de Porto Feliz (www.portofeliz.sp.gov.br/.../30c51be2f32c47337b9b6219963e1435.pdf ), elaborado em 2008, na página 33, há
referência a um documento de 1860: “Carta topográfica do Rio Tietê construída e oferecida a S. M. o Imperador pelo engenheiro geógrafo bacharel Carlos
Victor Boisson, sendo dados que lhe foram fornecidos, atualmente os mais exatos que existem”.
12
O título se refere ao método utilizado pelo “construtor Trajano Augusto de Carvalho, que, após servir ao AMC [Arsenal de Marinha da Corte] até 1874, se
empregou no estaleiro de John Maylor. Herman Luiz Gade, que trabalhou junto com Carvalho, também projetou navios que foram construídos no estaleiro
da Ponta da Areia” (GOULARTI FILHO, 2011, p. 315).
L'enseignement des mathématiques à l'école primaire, XIXe-XXe siècle.
Études comparatives Brésil-France - Juin 2013
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03/11/1878 262 Antonio Zeferino Candido13
22/06/1879 282 Barão de Tautphoeus
24/10/1880 346 Domingos José Bernardino
de Almeida
12/12/1880 353 Eliseu de Sousa Martins
13
Métodos de ensino e desenvolvimento
intelectual do país
Organização do ensino primário no
Brasil
Educação prática das crianças pobres
nos asilos. Influência que eles exercem
na sociedade. Meios de realizar.
Ensino primário científico.
Jornal do Commercio, RJ, 02/11/1878, p. 2
(aviso)
Jornal do Commercio, RJ, 21/06/1879, p. 2
(aviso)
Jornal do Commercio, RJ, 25/10/1880,
(resumo).
Jornal do Commercio, RJ, 13/12/1880,
(resumo).
Antonio Zeferino Candido foi “professor de matemáticas da Universidade de Coimbra. que, no ano de 1878, fez uma verdadeira turnê de propaganda [do
método João de Deus] realizando conferências em várias cidades da província de São Paulo e do Rio. Aqui é importante esclarecer que temos duas
questões interessantes: uma coisa é o método, outra a missão de Zeferino no Brasil” (HILS ORF apud MENEZES, 2006, p. 15)
L'enseignement des mathématiques à l'école primaire, XIXe-XXe siècle.
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A aritmética nas escolas de primeiras letras no Rio de