MONTEPIO l Departamento de Estudos // outubro 2014 SUÍÇA SUÍÇA Indicadores sociodemográficos e estruturais Superficie > 41 277 Km2 Dens. Populacional> 194 Hab/Km2 Reservas Externas> 505 10^9 $ 1 MONTEPIO l Departamento de Estudos // outubro 2014 SUÍÇA Suíça/previsões económicas 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 PIB 3.8 2.2 -1.9 3.0 1.8 1.0 1.9 1.3 1.6 2.0 2.0 1.8 1.8 PIB Nominal 6.4 5.0 -2.4 3.3 2.2 1.2 1.9 1.3 1.9 2.7 3.0 2.8 2.8 Deflator do PIB 2.5 2.8 -0.4 0.3 0.4 0.1 -0.1 0.1 0.3 0.7 1.0 1.0 1.0 Inflaç ão (IPC) 0.7 2.4 -0.5 0.7 0.2 -0.7 -0.2 0.1 0.2 0.6 1.0 1.0 1.0 Investimento (% PIB) 22.5 22.1 19.3 20.3 21.3 21.0 21.2 21.1 21.4 22.2 23.0 23.6 24.4 - - - - - - - - - - - - - 55.6 50.5 49.8 48.9 49.1 49.2 48.3 47.2 46.4 44.3 42.1 40.0 38.9 Saldo Orç amental (% PIB) 1.3 1.8 0.5 0.2 0.3 0.3 0.2 0.5 0.7 1.0 1.0 1.0 0.9 Balanç a Corrente (10^9 $) 43.8 7.8 34.7 78.7 44.3 70.4 103.9 88.0 85.1 78.5 75.6 79.1 75.2 Balanç a Corrente (% PIB) 9.7 1.5 6.8 14.3 6.7 11.2 16.0 13.0 12.5 11.4 10.7 10.9 10.2 Populaç ão (10^6) 7.5 7.6 7.7 7.8 7.9 8.0 8.0 8.1 8.1 8.1 8.2 8.2 8.3 Populaç ão 15-64 anos (% total) 68.1 68.1 68.1 68.0 67.9 67.8 - - - - - - - Unidade: taxa de crescimento % Poupanç a Nac ional Bruta (% PIB) Dívida Públic a (% PIB) Taxa de Desemprego 2.8 2.6 3.7 3.5 2.8 2.9 3.2 3.4 3.3 3.2 3.1 3.0 2.9 PIB PPP (10^9 $) 364.3 379.5 374.9 390.7 405.9 417.5 432.0 444.7 460.2 478.2 497.9 517.6 537.5 PIB per c apita PPP $ 48 511 49 974 48 686 50 182 51 578 52 488 53 977 55 237 56 816 58 697 60 749 62 774 64 802 PIB per c apita $ 59 999 69 049 66 156 70 525 83 719 79 344 81 276 84 344 83 974 84 855 86 323 87 619 88 810 Exportaç ões (%) 9.9 2.9 -7.7 7.7 3.8 2.5 1.9 3.8 3.0 5.0 5.0 5.0 5.0 Bens (%) 8.4 2.6 -11.4 9.6 6.2 2.5 0.8 3.7 3.0 5.0 5.0 5.0 5.0 Importaç ões (%) 6.2 -0.3 -5.2 8.4 4.2 3.1 1.8 2.8 3.0 6.0 6.0 6.0 6.0 Bens (%) 5.2 -0.5 -8.0 9.7 3.6 1.7 0.8 1.8 2.9 6.0 6.0 6.0 6.0 Agric ultura (% PIB) 0.9 1.0 0.9 0.8 0.8 0.7 - - - - - - - Indústria (% PIB) 26.7 26.9 25.9 26.3 26.9 26.8 - - - - - - - Serviç os (% PIB) 72.4 72.1 73.2 72.9 72.3 72.5 - - - - - - - Esperanç a V ida à nasc enç a (anos) 81.7 82.0 82.0 82.2 82.7 82.7 - - - - - - - Fonte : FMI (World Economic Outlook - outubro de 2014); Banco Mundial (restantes dados históricos sem previsões). 2 MONTEPIO l Departamento de Estudos // outubro 2014 SUÍÇA Principais Exportações de Bens (2013) Código Descrição Valor (mM$) Peso (%) 54 M edicamentos e produtos farmacêuticos 62.383 27.2 88 Aparelhos fotográficos, equipamentos de óptica e relógios 24.150 10.5 89 Artigos manufaturados diversos 21.125 9.2 51 Produtos químicos orgânicos 13.073 5.7 77 M áquinas, aparelhos e equipamentos, e suas componentes elétricas 10.454 4.6 Outros produtos 97.972 42.8 Fonte: Nações Unidas. Principais Importações de Bens (2013) Código Descrição Valor (mM$) Peso (%) 54 M edicamentos e produtos farmacêuticos 23.874 11.9 89 Artigos manufaturados diversos 19.905 9.9 78 Veículos rodoviários (incluindo veículos de sustentação por ar) 14.353 7.1 51 Produtos químicos orgânicos 12.603 6.3 33 Petróleo, produtos petrolíferos e materiais relacionados 11.551 5.7 Outros produtos 118.647 59.0 Fonte: Nações Unidas. Principais Parceiros Comerciais de Importações (2013) País Principais Parceiros Comerciais de Exportações (2013) Valor (mM$) Peso (%) Valor (mM$) Peso (%) Alemanha 56.560 28.1 Alemanha 42.360 18.5 Itália 20.239 10.1 EUA 26.829 11.7 França 16.707 8.3 Itália 16.195 7.1 China 12.333 6.1 França 16.176 7.1 EUA 12.244 6.1 Reino Unido 11.826 5.2 Outros países 82.851 41.2 Outros países 115.770 50.5 Fonte: Nações Unidas. País Fonte: Nações Unidas. Top 10 das Importações de Portugal da Suíça (2013) Top 10 das Exportações de Portugal para a Suíça (2013) Valor (€) Share (%) TCMA11-13 (%) Tipo de Produto Valor (€) Share (%) TCMA11-13 (%) 159 683 368 56.9 -2.5 Bebidas 42 555 559 10.2 9.7 Produtos informáticos, electrónicos e ópticos 48 356 952 17.2 -8.7 Couro e produtos afins 35 879 298 8.6 8.5 Equipamento eléctrico 16 397 102 5.8 28.2 Artigos de vestuário 33 955 577 8.1 2.3 M áquinas e equipamentos, n.e. 12 360 520 4.4 -26.0 Produtos informáticos, electrónicos e ópticos 31 113 089 7.4 45.0 Produtos químicos 7 304 952 2.6 -16.5 Equipamento eléctrico 25 680 728 6.1 18.3 5 766 905 2.1 0.5 Produtos alimentares 24 643 620 5.9 18.0 5 690 560 2.0 -50.4 Artigos de borracha e de matérias plásticas 23 546 769 5.6 -9.4 23 518 102 5.6 9.4 23 409 168 5.6 -1.8 21 510 270 5.1 8.6 Tipo de Produto Produtos farmacêuticos e preparações farmacêuticas de base Produtos metálicos transformados, excepto máquinas e equipamento Produtos alimentares Produtos diversos das industrias transformadoras 5 350 970 1.9 -7.9 Artigos de borracha e de matérias plásticas 4 049 783 1.4 -10.5 Produtos têxteis 2 176 359 0.8 -6.4 Fonte: INE. Importações totais de Portugal (milhares €) Peso das importações do país (%) Fonte: INE. máquinas e equipamento Produtos farmacêuticos e preparações farmacêuticas de base Produtos têxteis Fonte: INE. Peso da Suíça nas Importações de Portugal Importações de Portugal deste país (milhares €) Produtos metálicos transformados, excepto Peso da Suíça nas Exportações de Portugal 2013 2012 2011 280 418 334 203 365 698 56 616 843 56 165 860 57 905 095 0.50 0.60 0.63 Exportações de Portugal para o país (milhares €) Exportações totais de Portugal (milhares €) Peso das exportações para o país (%) 2013 2012 2011 419 157 400 851 372 248 47 340 403 45 259 455 42 417 000 0.89 0.89 0.88 Fonte: INE. 3 MONTEPIO l Departamento de Estudos // outubro 2014 SUÍÇA Conjuntura Abrandamento da economia em 2014 Suíça/ previsões económicas do Departamento de Estudos do Montepio 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 PIB 4.2 2.3 -2.1 2.9 1.9 1.1 2.0 1.6 1.7 2.0 2.0 1.9 Inflação 0.7 2.4 -0.5 0.7 0.3 -0.7 -0.2 0.1 0.2 0.9 1.0 1.0 Taxa de Desemprego 2.8 2.6 3.7 3.5 2.8 2.9 3.2 3.2 3.1 3.0 2.9 2.8 Balança Corrente (% PIB) 9.7 1.5 6.8 14.3 6.7 11.2 16.0 12.7 12.6 11.4 10.7 10.9 Saldo Orçamental (% PIB) 1.0 2.0 0.8 0.3 0.7 -0.2 0.1 0.3 0.6 0.8 1.0 1.0 POLÍTICA Perspetivas favoráveis para a estabilidade política Desde a última eleição geral, em out11, a Suíça tem sido governada por uma coligação dos quatro principais partidos – o Partido Social Democrata (SP), o Partido Radical Democrático-Liberal (FDP), o Partido Popular Suíço (SVP) e o Partido Democrata Cristão (CVP) – e o menor Partido Democrático Conservador (BDP). O centrista (PS) e o esquerdista (FDP) detêm a maioria no Conselho Federal (o Governo), com dois assentos cada. Os restantes três partidos têm um assento cada. Não há discricionariedade sobre o momento da realização das próximas eleições gerais e a próxima será realizada em out-15. Alterações ao elenco governamental resultariam apenas da saída de atuais ministros, o que, de momento, parece improvável. O Presidente é eleito anualmente a partir do Governo de 7 membros. Em 1 de janeiro de 2014, o Ministro da Defesa, Ueli Maurer (SVP), sucedeu ao Ministro dos Negócios Estrangeiros, Didier Burkhalter (FDP), como Presidente. ter uma estrutura mais robusta e mais simples de cooperação, em que a Suíça adotaria automaticamente o direito da UE e estaria sujeita a um sistema de arbitragem de eventuais disputas, semelhante à relação da UE com os países do Espaço Económico Europeu (EEE). Este nível de maior integração é inaceitável para a maioria da opinião política suíça, que quer manter influência na legislação sobre questões específicas. PIB teria crescido apenas 0.3% desde 2008. Em vez disso, o PIB ficou em 2013 5.9% acima dos valores de 2008. Excluindo a construção, a FBCF teria subtraído 0.5% do PIB nos últimos 5 anos. Assim, as empresas suíças não parecem ter utilizado de forma intensiva as condições financeiras mais favoráveis para investir e modernizar o seu stock de capital. Isto é ainda mais premente porque a questão da competitividade do país não está em causa apenas devido à apreciação da taxa de câmbio nominal, mas também por causa do baixo crescimento da produtividade do trabalho. Além disso, não só o contributo da FBCF tem sido bastante limitada, como o valor das fusões e aquisições não parece estar muito impulsionado pelas condições financeiras comparativamente a uma Zona Euro em crise. Exceto durante a crise financeira de 2008 e 2009, quando os volumes caíram menos na Suíça do que no resto da Europa, parece existir apenas um aumento limitado no valor de fusões e aquisições comparativamente aos demais países europeus. Portanto, o lado da oferta na economia suíça não parece acompanhar RELAÇÕES INTERNACIONAIS Esclarecer a natureza da relação da Suíça com a União Europeia (UE) na sequência do referendo de imigração de fevereiro tornou-se uma prioridade evidente. Atualmente, a relação é baseada numa série de acordos sobre questões específicas. A UE gostaria de ATIVIDADE As condições monetárias têm-se mostrado favoráveis na Suíça, em consequência do aumento da aversão ao risco por parte dos investidores estrangeiros. As autoridades têm estado atentas quanto ao impacto dos fluxos de capitais, com o Banco Nacional Suíço (SNB, o banco central) a colocar mesmo em prática um teto para a taxa de câmbio EUR/CHF em 2011, com vista a monitorizar também a evolução do nível de preços na economia. Ainda assim, se fosse somente a formação bruta de capital fixo (FBCF) a impulsionar a recuperação na Suíça, o 4 MONTEPIO l Departamento de Estudos // outubro 2014 o lado da procura. Mesmo quando confrontado com questões de competitividade, as empresas suíças parecem ser menos sensíveis às condições financeiras menos restritivas comparativamente aos consumidores, na dupla vertente de crédito ao consumo e crédito à habitação. Esta observação também é importante para interpretar as estimativas para o crescimento potencial. Algumas previsões parecem sugerir quase uma duplicação do potencial de crescimento em relação ao que se observava há uma década atrás. Algo que poderá ser excessivamente otimista dado a necessidade de reformas estruturais, limites sobre a emigração e a reação às condições financeiras mais facilitadas. Apesar de tudo a economia suíça tem sido surpreendentemente resistente em face da fraca procura global e de uma forte taxa de câmbio (ainda que com um pegg face ao Euro). A procura interna, especialmente o consumo privado, apoiou a economia ao longo de 2012/13 e é provável que se mantenha razoavelmente sólida ao longo dos próximos anos. No entanto, a exceção notável a esta tendência deverá ser justamente este ano, atendendo aos fracos dados do consumo durante o 1º semestre. Depois da desaceleração em 2012, o crescimento do PIB acelerou em 2013 para uma expansão anual de 2.0%, contrastando com a recessão observada na Zona Euro. Em cadeia, a economia cresceu 0.5% no 4ºT2013, 0.4% no 1ºT2014 e somente 0.2% no 2ºT2014, com este baixo crescimento a estar associado a um fraco desempenho da procura interna. Em 2014, o crescimento deverá desacelerar ligeiramente. A economia suíça ainda está em boa forma, não obstante a competitividade deteriorada, o baixo crescimento da produtividade (do trabalho e do capital) e as condições monetárias que têm estado abaixo do nível de equilíbrio durante vários anos. Os nichos de mercado que protegeram parcialmente os exportadores suíços da pior crise internacional dos últimos anos também irão ajudar a economia suíça à medida que a procura externa for acelerando. Além disso, uma normalização das condições financeiras globais, e, portanto, uma diminuição da pressão para a apreciação do franco suíço, SUÍÇA beneficiaria os exportadores que enfrentam uma maior elasticidade da procura externa. Uma menor pressão ascendente não só iria fornecer um suporte adicional para a balança comercial por meio das exportações, mas também através do seu impacto sobre as importações. Apontamos para um crescimento de 1.6% em 2014 e um crescimento médio de 1.9% em 2015/19, impulsionado pela recuperação do crescimento das exportações e pela continuada força do consumo privado e da FBCF. De 2015 a 2019, espera-se uma desaceleração modesta, para um crescimento médio de 1.9%, com o contributo das exportações líquidas a abrandar INFLAÇÃO Espera-se que a inflação junto dos consumidores permaneça baixa durante todo o período da previsão, refletindo o impacto do elevado valor externo do franco suíço e dos preços da energia relativamente moderados (particularmente em franco suíços). Em out-13 terminou um período de deflação sustentada que durou 2 anos. Contudo, desde então a inflação tem-se mantido próxima de zero. Nos 8 primeiros meses deste ano, o nível de preços no consumidor encontrava-se cerca de 1% abaixo da média de 2008, permitindo um aumento do poder de compra dos consumidores. Prevemos uma inflação média de 0.1% em 2014, antes de acelerar gradualmente para 1.2% em 2019 Os preços no consumidor (de acordo com a medida nacional) caiu 0.1% em termos homólogos, em set-14, contra uma inflação de 0.1% registada em agosto. Numa base harmonizada da UE, a inflação foi nula em setembro, em comparação com um aumento de 0.1% no mês anterior. Esta queda homóloga de setembro nos preços contrasta com os crescimentos positivos (embora baixos) das leituras dos meses anteriores. O movimento em território de deflação é provável que seja pelo menos em parte atribuível a uma tendência ascendente no franco suíço observada desde o início de agosto. Além disso, a perspetiva económica vacilante na Suíça apresenta mais uma fonte de risco de deflação, como o SNB reconheceu recentemente. Uma análise mais detalhada dos dados de inflação nacional revela que os preços de energia tiveram um impacto substancial em setembro, com uma queda de 0.5% face ao mês anterior e de 1.7% em relação ao ano anterior. Por outro lado, as pressões ascendentes sobre os preços foram vistas em categorias como o vestuário e o calçado, juntamente com os alimentos frescos. Um efeito amortecedor significativo sobre os preços no consumidor que em setembro deverá ter vindo dos preços de importação. Apesar de alguma fraqueza no início de outubro, o franco suíço tem apresentando uma tendência de apreciação desde o início de 2014, facto que afeta as pressões gerais de preços com um desfasamento. A moeda vacilou no início de outubro, mas isso pode ter ocorrido em resposta à clara mensagem do SNB que manteve a determinação em defender o teto para a moeda. Um exemplo foi a sua declaração de que outras medidas para evitar a apreciação da moeda, tais como as taxas de juro negativas, seriam potencialmente consideradas. No entanto, a fraqueza económica na Zona Euro, juntamente com contínuas tensões geopolíticas, continua a sugerir uma firmeza do franco suíço. 5 MONTEPIO l Departamento de Estudos // outubro 2014 SUÍÇA MERCADO LABORAL A taxa de desemprego subiu de 2.9% em 2012 para 3.2% em 2013, devendo estabilizar este ano (de agosto a outubro a taxa de desemprego foi sempre de 3.2%) e cair sensivelmente 0.1 p.p. ao ano até 2019, ano em que se deverá situar em 2.8%, um nível claramente abaixo do observado nas principias economias desenvolvidas. de energia, diminuindo a proporção de energia proveniente de combustíveis fósseis e reduzindo a energia nuclear em favor da produção de energias renováveis e na eficiência energética. As questões de política externa fora da agenda do Governo podem ser levantadas através dos referendos. Uma dessas questões foi a do salário mínimo. Os eleitores decidiram em maio pela não introdução de um salário mínimo nacional de 22 CHF por hora. O referendo tinha a oposição do Governo, que acredita que o aumento levaria a cortes de empregos, ameaçaria a existência de muitas pequenas empresas e reduziria a competitividade. registar um ligeiro excedente este ano (+0.3%), bem como no horizonte 2015/19. Este facto deverá conduzir a uma redução no rácio da dívida pública em relação ao PIB nos próximos anos. O orçamento das administrações públicas manteve-se praticamente equilibrado em 2012 e 2013, devendo-se Presidente da Confederação da Suíça de 2.0%. A nossa previsão do PIB para este ano situa-se em 1.6%, esperando-se uma aceleração para 1.7% em 2015. O SNB está também mais pessimista no que diz respeito às perspetivas de crescimento global, especialmente para a Zona Euro e para as economias emergentes. O SNB está preocupado com a inflação, que já está tão perto de zero, fazendo com que exista um risco de que uma espiral de deflação se desenvolva (i.e., uma situação em que os consumidores adiam as compras de bens e serviços, na esperança de que os preços vão cair ainda mais). As tensões geopolíticas, em particular, são vistas como um fator de risco para as perspetivas económicas globais. A maior incerteza geopolítica e as perspetivas de crescimento mundial mais fracos tradicionalmente aumentam a procura pelo franco suíço, que é frequentemente visto como um "porto seguro" das moedas. Com efeito, o franco suíço apreciou nas últimas semanas e, atualmente, está perto do limiar de 1.20 CHF/EUR. Neste contexto, o SNB realçou na sua última avaliação monetária que vai "continuar a fazer cumprir a taxa mínima de câmbio com maior determinação". POLÍTICA ORÇAMENTAL Os responsáveis do país continuarão a focar a atenção na defesa do teto para a taxa de câmbio e em manter a estabilidade do setor bancário. O Governo afrouxou a política orçamental em 2013 e espera-se que continue a reformar as leis do trabalho e da segurança social para fornecer uma base mais sólida a médio prazo. É provável um aumento da idade de reforma para as mulheres de 64 para 65 anos e uma maior flexibilidade em torno da idade de reforma para ambos os sexos, bem como reformas da segurança social de forma a mudar o modo de financiamento dos sistemas e limitar o aumento dos custos com a saúde. A primeira etapa para a eliminação progressiva da energia nuclear irá concentrar-se na redução do consumo Didier Burkhalter POLÍTICA MONETÁRIA Na última avaliação trimestral das suas políticas, o SNB manteve o teto para a sua taxa de câmbio inalterado em 1.20 CHF/EUR, mantendo também a meta para a Libor a 3 meses do franco suíço no intervalo entre 0.00%-0.25%. Para além do fortalecimento da moeda em curso, as perspetivas económicas (e o risco de deflação associada) tornaramse uma fonte de preocupação. Efetivamente, apesar de não ter alterado a política, houve uma notável mudança na linguagem do SNB, com as preocupações relativamente às perspetivas económicas na Suíça a intensificarem-se. Na verdade, o SNB manifestou surpresa com o grau de fraqueza do PIB real durante o 2ºT2014 (-0.2% em termos anualizados). Isso fez com que revisse em baixa a sua previsão de crescimento do PIB para 2014 para um valor um pouco abaixo de 1.5%, quando em junho apontava para cerca Com essas preocupações em mente, o SNB agora considera que o risco de deflação na Suíça aumentou ainda mais. Conforme as suas últimas projeções, a inflação deverá continuar a ser bastante reduzida, tanto em 2014 (+0.1%), como em 2015 (+0.2%), seguido por uma modesta aceleração para 0.5% em 2016, a qual, comparativamente à previsão de junho, foi significativamente revista em baixa (em 0.4 p.p.). 6 MONTEPIO l Departamento de Estudos // outubro 2014 SUÍÇA CONTAS EXTERNAS Até agosto, as exportações de bens cresceram 2.8% face ao período homólogo, sendo que unicamente em agosto o avanço foi de 0.5%, em desaceleração face aos 5.2% de julho. A balança comercial da Suíça exibe sistematicamente excedentes, o que, associado aos igualmente sistemáticos excedentes da balança de rendimentos, implica elevados excedentes da balança corrente. De acordo comos dados do SNB, o superavit da balança corrente aumentou de 6.7% do PIB em 2011 para 11.2% do PIB em 2012 e subiu ainda mais acentuadamente em 2013, para 16.0% do PIB. Em 2014 o excedente deverá cair para 12.7%, devendo fazer uma média de 12.2% no horizonte 2014/16 e de para uma média de 10.6% de 2017 a 2019. Em 2013 o excedente corrente cifou-se 16.0%, devendo cair até 2019, mas ficar ainda acima dos 10% POLÍTICA CAMBIAL A decisão do SNB no final de 2011 de definir um teto para a taxa de câmbio em 1.20 CHF/EUR continua a dominar os movimentos do franco suíço. O apetite dos investidores pelo franco enquanto um ativo de refúgio não mostra sinais de mudar significativamente já que têm persistido as preocupações com os riscos para a prevista recuperação económica global. No entanto, em 2014, esperamos que o franco suíço aprecie modestamente para um nível médio de 1.22 CHF/EUR, após 1.23 CHF/EUR em 2013. Depois de ter fechado 2013 em 1.225 CHF/EUR, o franco suíço tem vindo a apresentar uma tendência de apreciação ao longo de 2014, encontrando-se atualmente (10-out) em 1.209 CHF/EUR, mas depois de no final de setembro ter estado em mínimos desde dez-12 e, nos 1.206 CHF/EUR, já bastante próximo do teto de 1.20 definido pelo SNB. A ligeira depreciação da moeda observada neste início de outubro deverá, de resto, ter estado à referida clara mensagem do SNB de determinação em defender o teto para a moeda. Se a recuperação na Zona Euro e nos EUA continuar, a procura pelo franco suíço enquanto “porto seguro” deverá aliviar. Assim, espera-se um alívio gradual do valor externo da moeda durante os anos seguintes, podendo situar-se em 1.26 CHF/EUR no horizonte 2016/18. Esta previsão está sujeita ao risco de renovada turbulência global e de uma possibilidade de um ataque especulativo contra o bemsucedido teto do SNB. Espera-se um alívio gradual do valor externo da moeda durante os anos seguintes, podendo situar-se em 1.26 CHF/EUR em 2018 7 MONTEPIO l Departamento de Estudos // outubro 2014 SUÍÇA Índice de Liberdade Económica - The Heritage Foundation A Suíça é a 4ª economia mais livre em 2014 A pontuação da Suíça ao nível da liberdade económica é de 81.6 pontos, correspondendo à 4ª economia mais livre dos países que compõem o índice em 2014. Trata-se de um resultado que fica 0.6 pontos acima do observado no ano anterior, refletindo melhorias na liberdade de comércio e na liberdade de gestão das finanças públicas, que foram parcialmente contrabalançadas pelas descidas na liberdade monetária e na liberdade laboral. A Suíça está em 1º lugar entre os 43 países da Europa e a sua pontuação excede as médias regional e mundial. A Suíça integrou o índice de liberdade económica em 1996 e desde então a sua pontuação subiu 4.8 pontos. A melhoria da classificação em 6 das 10 liberdades económicas, liderados por uma boa gestão dos gastos públicos e melhorias notáveis na área de abertura do mercado, medidas através da liberdade de comércio e da liberdade financeira, permitiram à Suíça avançar para um estatuto de economia "livre" em 2010. Tal como está refletido no constante aumento da sua liberdade económica ao longo dos 19 anos no índice, a forte competitividade da Suíça tem vindo a ser construída com base na flexibilidade e na abertura. O bom ambiente regulatório estimula as atividades empreendedoras e a inovação. A legislação bancária e as práticas de crédito são prudentes e sensatas. O sistema judicial, independente e livre de corrupção, fornece uma forte proteção aos direitos de propriedade. derrotada por uma ampla margem dos referendos sobre a adesão à UE. Também a integração no Espaço Económica Europeu (EEE) foi rejeitada por referendo em 1992. A Suíça é um dos países mais ricos do mundo e mais favoráveis ao investimento, possuindo uma indústria de serviços financeiros bem desenvolvida. Além de bancos, a economia baseia-se fortemente na fabricação de produtos de precisão (nomeadamente relógios), metais, produtos farmacêuticos, produtos químicos e eletrónicos. O crescimento económico foi sólido, embora lento em 2013. A taxa de desemprego foi de 3.1% em 2012 e 2013. ENQUADRAMENTO O sistema de governo federal da Suíça dispersa amplamente o poder e a autoridade executiva é exercida coletivamente pelo Conselho Federal de 7 membros. A Suíça tem uma longa tradição de abertura ao mundo, mas guarda zelosamente a sua independência e neutralidade. Aderiu à ONU apenas em 2002, tendo sido ESTADO DE DIREITO Em 2013, o Governo ampliou as leis anticorrupção, fazendo do suborno quase sempre uma ofensa criminal. A proteção dos direitos de propriedade está fortemente reforçada e está institucionalizado em toda a economia um sistema judicial independente e justo. As leis comerciais e de falência são aplicadas de forma consistente e eficiente. Os direitos de propriedade intelectual são respeitados e a aplicação é consistente com os padrões mundiais. EFICÁCIA DA REGULAÇÃO O enquadramento regulatório eficiente facilita fortemente a atividade empresarial, permitindo a criação de novos negócios e uma boa dinâmica empresarial. O Governo geralmente tem uma abordagem não intervencionista em setores dominados pelas pequenas empresas. A regulamentação geral do trabalho é relativamente flexível e os custos não-salariais de contratação de um trabalhador são moderados. Proporcionalmente, a Suíça tem um dos mais generosos sistemas de subsídios à agricultura do mundo. INTERVENÇÃO DO GOVERNO O regime fiscal da Suíça continua a ser mais oneroso ao nível cantonal do que a nível federal. A taxa de IRS federal máxima é de 11.5%, podendo a taxa de imposto combinada chegar a 41.5%. A taxa de IRC federal é de 8.5%, mas combinada com os impostos cantonais pode chegar a 24%. A carga fiscal global corresponde a 28.5% do PIB. Os gastos do governo representam 33.8% da economia. A Suíça tem uma tarifa alfandegária média de 0%. No entanto, algumas barreiras não-tarifárias impedem as importações agrícolas. O investimento estrangeiro não é blindado e o Governo geralmente trata os investidores estrangeiros e nacionais de forma igual. Com um dos principais centros financeiros mundiais, o setor financeiro altamente desenvolvido fornece uma ampla gama de instrumentos de financiamento para os investidores estrangeiros e nacionais. Apesar do ambiente externo desafiador, os bancos permanecem bem capitalizados. ABERTURA ECONÓMICA 8 Departamento de Estudos // outubro 2014 MONTEPIO l SUÍÇA Indicadores de Risco Rating Heritage Foundation \ 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Overall Score 78.0 79.5 79.4 81.1 81.9 81.1 81.0 81.6 Property Rights 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 Freedom from Corruption 91.0 91.0 90.0 90.0 90.0 87.0 88.0 88.1 90.0 90.0 Government spending 59.8 61.6 65.3 68.9 69.3 65.8 63.8 65.7 Fiscal Freedom 67.9 68.0 67.5 68.2 68.4 67.9 68.1 68.9 Business Freedom 84.1 83.9 82.9 81.2 80.2 77.9 75.8 75.4 Labor Freedom 77.0 79.9 79.2 81.8 87.8 87.9 Monetary Freedom 83.5 83.6 83.9 81.3 83.8 84.4 86.2 85.2 Trade Freedom 87.0 87.2 85.4 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 Investment Freedom 70.0 70.0 70.0 80.0 80.0 80.0 80.0 85.0 Financial Freedom 70.0 80.0 80.0 80.0 80.0 80.0 80.0 80.0 87.9 Country's Score Over Time 87.4 Country Comparisons Fonte: The Heritage Foundation. Rating EIU (The Economist Inteligence Unit) SCORE % Country Risk 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2013 2014 19 19 AA AA 19 22 19 15 16 AA AA 24 24 23 21 A A 18 18 18 18 AA AA 13 AAA AA 19 A AA 17 20 19 21 Sovereign* 12 11 14 17 16 Currency* 12 16 19 20 Economic 8 15 15 20 Political 7 4 8 11 13 8 8 Banking* 12 22 24 21 21 22 20 Moody's S&P Fitc h Aaa AAAu AAA Fonte: EIU. Nota (*): Utilizado na contrução do "Country Risk". 9 Departamento de Estudos // outubro 2014 MONTEPIO l SUÍÇA Chart Book Sw itzerland - GDP Grow th % Sw itzerland – Per Capita GDP $ 4 85,000 3 Sw itzerland – Investment (% GDP) % 25 90,000 24 80,000 2 23 75,000 1 22 70,000 65,000 0 21 60,000 20 55,000 Sw itzerland – Gross National Saving (% GDP) Per Capita GDP Source: IMF (October 2014) 2019 2018 2017 2016 2015 2014 2013 2012 2011 2009 2008 2010 % GDP Source: IMF (October 2014) Sw itzerland – Current Account (% GDP) % Sw itzerland – Inflation Rate % 18 Dados não disponíveis no WEO oct/2014 2007 2019 2018 2017 2016 2015 2014 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2019 2018 2017 2016 2015 2014 2013 2012 2011 2010 2008 2007 2006 2005 2004 2009 GDP Growth (%) Source: IMF (October 2014) 2006 19 50,000 2005 -2 2004 -1 2.5 16 2.0 14 1.5 12 10 1.0 8 0.5 6 0.0 4 -0.5 2 0 Sw itzerland – Unemployment Rate 75 2.0 3.8 70 1.5 3.6 65 3.4 60 3.2 55 3.0 50 2019 2018 Sw itzerland – Budget Balance (% GDP) % 4.0 2017 2016 2015 2014 2013 2012 2011 2009 2008 2007 2006 2010 Inflation Rate Source: IMF (October 2014) Sw itzerland – Public Debt (% GDP) % 2005 2004 % GDP Source: IMF (October 2014) % 2019 2018 2017 2016 2015 2014 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004 -1.0 1.0 0.5 0.0 8.6 1.4 10 8 8.4 1.3 8 8.2 1.2 6 8.0 1.1 4 4 7.8 1.0 2 2 7.6 0.9 0 7.4 0.8 -2 7.2 0.7 -4 7.0 0.6 -6 -4 6.8 0.5 -8 -6 Growth Rate (%) 2019 2018 2017 2016 2015 2014 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 6 0 Source: IMF (October 2014) Exports Growth (%) Source: IMF (October 2014) 2019 2018 2017 2016 2015 2014 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2019 2018 2017 2016 2015 2014 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 -2 2004 2018 2017 2016 2015 2014 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2019 10 Population Sw itzerland - Imports Grow th % 12 Source: IMF (October 2014) 2006 2004 2019 2018 2017 2016 2015 2014 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 Sw itzerland - Exports Grow th % 1.5 8.8 % GDP Source: IMF (October 2014) 2005 % % GDP Source: IMF (October 2014) 2004 Sw itzerland - Population 2005 2004 2019 Unemployment Rate Source: IMF (October 2014) 10^6 2018 2017 2016 2015 2014 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 -1.5 2006 -1.0 35 2005 40 2.4 2004 45 2.6 2005 -0.5 2.8 Imports Growth (%) 10 MONTEPIO l Departamento de Estudos // outubro 2014 SUÍÇA DEPARTAMENTO DE ESTUDOS Rui Bernardes Serra – Chief Economist [email protected] José Miguel Moreira – Senior Economist [email protected] Margarida Filipe – Junior Economist [email protected] Artur Patrício – Junior Economist [email protected] APOIO À INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS Florbela Cunha – Head of Unit [email protected] Rita Marques – Trade Finance [email protected] Luis Carvalho – Africa Business [email protected] Carla Marques Mendes – International Business Advisor [email protected] Alexandra Neves – International Business Advisor [email protected] Advertência Este documento foi elaborado pelo Departamento de Estudos da Caixa Económica Montepio Geral e é disponibilizado com intuito e para fins exclusivamente informativos. Todos os dados, análises e considerações nele contidas estão simplesmente baseadas no que estimamos ser as melhores informações disponíveis, recolhidas a partir de fontes oficiais e outras consideradas credíveis, não assumindo, todavia, qualquer responsabilidade por erros, omissões ou inexatidões das mesmas. As opiniões e previsões expressas refletem somente a perspetiva e os pontos de vista dos autores na data da sua elaboração, podendo ser livremente modificadas a todo o tempo e sem aviso prévio. Neste contexto, o presente documento não pode, em circunstância alguma, ser entendido como convite ao investimento, seja de que natureza for, nem como proposta ou oferta de negócio de qualquer tipo. Qualquer decisão de investimento deve ser devidamente ponderada, fundamentada na análise crítica, pelo investidor, de toda a informação publicamente disponível sobre os ativos a que respeita, suas características e adequação ao perfil de risco assumido, e devem ter em conta todos os documentos emitidos ao abrigo da regulamentação das entidades de supervisão, nomeadamente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. Nem o Montepio, na qualidade de emitente do documento, nem nenhuma entidade sua dominante ou dominada ou qualquer outra integrante do Grupo Montepio em que se insere, pode, consequentemente, ser responsabilizada por eventuais perdas ou prejuízos decorrentes de decisões de investimento que, quem quer que seja, tenha tomado, mesmo que por levar em conta elementos constantes deste documento. Por outro lado, uma vez que este documento não contempla qualquer tipo de informação privilegiada ou reservada, nem constitui nenhum conselho ou convite ao investimento, as empresas do Grupo Montepio mantêm o direito de, nos limites da lei, transacionar ou não, ocasional ou regularmente, qualquer ativo direta ou indiretamente relacionado com o âmbito deste relatório. O relatório pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte. 11