Com a devida vénia transcrevemos artigo publicado na edição do Jornal de Negócios Montepio reclama 60 milhões da ES Hotéis Diogo Cavaleiro | [email protected] Metade da dívida da Espírito Santo Hotéis é perante o Montepio. A justiça diz que o empréstimo do banco não é garantido. A caixa económica contestou essa decisão e quer ter poder para reter as acções do Tivoli. O Montepio reclama um crédito de 60 milhões de euros da Espírito Santo Hotéis, sociedade através da qual o Grupo Espírito Santo controlava os Hotéis Tivoli e que pediu a entrada em Processo Especial de Revitalização (PER). A Caixa Económica Montepio Geral é o principal credor desta empresa e considera que pode ficar com os Hotéis Tivoli para tornar aquele valor como garantido. De acordo com a lista provisória de créditos, publicada no site do Citius, a Caixa Económica Montepio Geral tem um crédito, em papel comercial da ES Hotéis, no valor de 60 milhões de euros, 51,61% do total de 106 milhões. O crédito não é garantido, como se lê na decisão publicada: o grupo defende que sim, mas o administrador judicial Amadeu Magalhães diz que não. Da lista de credores, percebe-se que houve um contrato entre a instituição bancária e a sociedade do GES para o depósito de títulos representativos do capital da Hotéis Tivoli. É com base na possibilidade de reter esses títulos da empresa - cujo objectivo final é ser vendida - que o Montepio diz que o crédito é garantido. O que não tem adesão no administrador judicial: o crédito reclamado não foi feito na sequência do depósito das acções da cadeia hoteleira, pelo que "não estão verificados os pressupostos para classificar como garantido". "A Caixa Económica Montepio Geral reclamou créditos invocando garantia real, aguardando-se competente decisão judicial uma vez que impugnou a decisão do administrador judicial provisório" respondeu ao Negócios fonte oficial da instituição bancária, sem acrescentar mais informações. O presidente do banco, Tomás Correia, disse em Agosto que a exposição ao Grupo Espírito Santo "é da ordem dos 150 milhões de euros". Nessa altura, o presidente assegurou que a dívida está "devidamente provisionada" através de "reservas ocultas". Ou seja, segundo estas indicações, os 60 milhões de euros em dívida na Espírito Santo Hotéis deverá representar cerca de um terço da exposição global. A ES Hotéis, que detém os Hotéis Tivoli, também é uma empresa totalmente detida pela Rioforte, sociedade do GES que está em processo de insolvência no Luxemburgo, onde se encontrava sediada. Aliás, a Rioforte é mesmo a segunda maior credora desta empresa, com um crédito de 33,2 milhões. Da mesma forma, a Rioforte (Portugal) encontra-se nesta lista, com um serviço que não foi pago no valor de pouco mais de mil euros. O BPI tinha um crédito num contrato celebrado com a Hotéis Tivoli, sem garantias, de 5 milhões, reconhecido como dívida da ES Hotéis. A Ernst & Young é outro dos nomes que surge na lista de credores da sociedade. E por acordo entre aqueles a quem deve que a companhia pode chegar à revitalização. Entretanto, terá de haver decisão da contestação do Montepio. 2015-03-16