METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS Bioquímica Básica – Ciências Biológicas 3º período Cátia Capeletto Polissacarídeo de reserva - Amido Polissacarídeo de reserva - Glicogênio Polissacarídeo estrutural - Celulose Polissacarídeo estrutural - Quitina Produção e consumo de glicose Produção e consumo de glicose Atuação enzimática! Glicogênio Ambas acontecem na ausência de oxigênio. Acidose metabólica Acidose metabólica Ciclo de Krebs É uma reação catabólica que promove a oxidação do acetilCoA, a duas moléculas de CO2, e conserva parte da energia livre dessa reação na forma de coenzimas reduzidas, que serão utilizadas na produção de ATP na fosforilação oxidativa, a última etapa da respiração celular. Ciclo de Krebs Resumidamente, este ciclo pode ser descrito da seguinte forma: para iniciar uma volta do ciclo, o acetil-CoA transfere o seu grupo acetil para um composto com quatro átomos de carbono, o oxaloacetato, para formar o citrato (composto com seis átomos de carbono). Este, por sua vez, é transformado em isocitrato, também uma molécula de seis átomos de carbono, e este é desidrogenado, perdendo o CO2, para dar origem ao α-cetoglutarato (ou oxoglutarato), um composto com cinco átomos de carbono. Este também perde CO2e libera o succinato (composto de quatro átomos de carbono), sendo convertido enzimaticamente, em uma reação de três passos em oxalacetato com quatro átomos de carbono, com o qual o ciclo foi iniciado; sendo assim, o oxalacetato está pronto para reagir com uma nova molécula de acetil-CoA e iniciar uma nova volta ao ciclo. NADH e FADH2 Os papéis do NADH e do FADH2 são de agir como carregadores de elétrons em passos específicos dos processos metabólicos. A energia produzida no ciclo de Krebs é armazenada nas moléculas de NADH e FADH2, que são usadas na cadeia transportadora de elétrons, que é o próximo passo da respiração celular. Cadeia transportadora de elétrons As coenzimas reduzidas NADH e FADH2 doam, cada uma, um par de elétrons para o conjunto especializado de transportadores de elétrons, o FMN, coenzima Q e os citocromos – cadeia transportadora de elétrons. Essa via está presente na membrana mitocondrial interna e é a via final comum pela qual elétrons derivados de diferentes combustíveis no organismo fluem até o oxigênio. Cadeia transportadora de elétrons http://www.youtube.com/watch?v=md6JdC98dTU Cadeia transportadora de elétrons Fosforilação oxidativa O transporte de elétrons está acoplado ao transporte de prótons (H+) através da membrana mitocondrial interna até o espaço intermembranas. Retornando a matriz mitocondrial, o H+ passa por um canal no completo ATP sintase, formando o ATP a partir do ADP + Pi. Desse modo, o transporte de elétrons e a fosforilação oxidativa estão acoplados. Fosforilação oxidativa ou Respiração celular Fosforilação oxidativa Esses processos podem ser desacoplados por proteínas desacopladoras, encontradas na membrana mitocondrial interna, e por compostos sintéticos, como o 2,4 dinitrofenol e a Aspirina®, os quais aumentam a permeabilidade interna a prótons. A energia produzida pelo transporte de elétrons é liberada como calor, em vez de ser utilizada na síntese de ATP. Mutações no DNAmt são responsáveis por alguns casos de doenças mitocondriais, como a neuropatia óptica hereditária de Leber. http://www.acessibilidadeinclusiva.com.br/neuropatia-optica-hereditaria-de-leber-nohl/ Respiração celular - Glicólise São utilizadas 2 moléculas de ATP para ativar o catabolismo da molécula de glicose, porém são formadas 2 moléculas de NADH, 4 ATP e 2 moléculas de piruvato. Portanto, o saldo energético somente da cadeia respiratória é de: 4 ATP + 2 NADH – 2 ATP → 2 ATP + 2 NADH - Ciclo de Krebs A partir dessa etapa todo o resultado deve ser dobrado (duplicado), essa consideração é consequente do ciclo de Krebs envolvendo cada molécula de piruvato. Assim, são formadas 4 moléculas de NADH, 1 de FADH2 e 1 de ATP em cada ciclo. 2 x (4 NADH + 1 FADH2 + 1 ATP) → 8 NADH + 2 FADH2 + 2 ATP - Cadeia respiratória Etapa de conversão das moléculas de NADH e FADH2 em moléculas de ATP, quando os prótons H+ por difusão são forçados a passar pela proteína sistetase ATP (enzima transmembranar) restituindo ADP em ATP. 2 NADH da glicólise → 6 ATP 8 NADH do ciclo de Krebs → 24 ATP 2 FADH2 do ciclo de Krebs → 4 ATP 34 ATP Balanço Energético da Respiração Aeróbia Glicólise = 2 ATP Ciclo de Krebs = 2ATP Cadeia respiratória = 34 ATP Total energético da respiração celular aeróbia = 38 ATP Fosforilação oxidativa é a reação em que se formam as moléculas de ATP, com a energia liberada pelos elétrons durante sua passagem pela cadeia respiratória, tendo o gás oxigênio ao final dela. Participação do CO2 Embora o gás oxigênio só participe da fosforilação oxidativa, na sua ausência também não acontece o ciclo de Krebs, razão pela qual dizemos que essas são etapas aeróbicas da respiração celular, enquanto a glicólise é uma etapa anaeróbica. Na ausência desse gás, alguns organismos realizam a fermentação, onde a quebra da glicose forma duas moléculas de ATP e ácido pirúvico, que é transformado em ácido lático ou etanol, dependendo do organismo. Consumo de glicose nos tecidos Reações da glicose e glicogênio Glicólise Glicólise aeróbica, na qual o piruvato é o produto final, ocorre nas mitocôndrias com um fornecimento adequado de oxigênio. Glicólise anaeróbica, tem o ácido láctico como produto final, ocorre em células que não apresentam mitocôndrias (eritrócitos) ou privadas de quantidade suficiente de oxigênio (músculo em exercício). Concentrações elevadas de lactato no plasma (acidose láctica) podem ocorrer quando há um colapso do sistema circulatório ou quando um indivíduo está em choque. Glicólise A glicose é transportada através das membranas por uma das 14 isoformas de transportadores de glicose (GLUT). GLUT-1: abundante nos eritrócitos e no encéfalo; GLUT-4: (dependente de insulina) é encontrado no músculo e no tecido adiposo; GLUT-2: encontrado no fígado. GLUT-4 Glicólise A conversão de glicose em piruvato ocorre em dois estágios: ◦ Fase de investimento de energia: a glicose é fosforilada pela hexoquinase (encontrada nos tecidos) ou pela glicoquinase (encontrada nos hepatócidos e nas células β do pâncreas). ◦ Fase de produção de energia: conversão da G6-P ou da F-6-P2 em piruvato. Essas enzimas são ativadas pelas insulina e inibidas pelo glucagon. Glicólise - alterações O passo final na síntese do piruvato a partir da F-6-P2 é catalisada pela piruvato-cinase. A deficiência de piruvato-cinase perfaz 95% de todos os defeitos herdados em enzimas glicolíticas. Por exemplo, é restrita aos eritrócitos e causa anemia hemolítica crônica de moderada a grave. Alterações no aumento do Km e na Vmáx são geralmente responsáveis por essa deficiência. Glicólise - piruvato Destinos alternativos do piruvato: ◦ Pode ser descarboxilado pela piruvatodesidrogenase, produzindo acetil-CoA – principal combustível para o ciclo do ácido cítrico e síntese de AG. ◦ Ainda, pode ser carboxilado a oxalacetato pela piruvato-carboxilase. ◦ Em microrganismos, o piruvato pode ser reduzido a etanol. Glicólise - piruvato A deficiência da piruvato-desidrogenase é a mais comum causada bioquímica de acidose láctica congênita. Essa deficiência priva o encéfalo de acetilCoA, o SNC é afetado com retardo psicomotor e morte. Uma dieta cetônica pode ser benéfica em alguns casos. Envenamento por arsênio também causa a inativação dessa enzima. http://www.scielo.br/pdf/jped/v83n2s0/a03v83n2s0.pdf Via das pentoses-fosfato e NADPH Via das Pentoses-fosfato: Consiste em duas reações oxidativas irreversíveis, não ocorre o consumo de ATP e são produzidos dois NADPH para cada G6-P que entra na via oxidativa. Essas vias são importantes no fígado e nas glândulas mamárias, que são ativos na biossíntese de AG, no córtex adrenal que depende de NADPH para síntese de esteróides, e nos eritrócitos que requerem NADPH para manter a glutationa reduzida. Usos do NADPH Ativa o sistema citocromo P450monoxigenase, utilizado para produzir hormônios esteróides, síntese de ácidos biliares e na ativação da vitamina D; Fornece eq redutores para os fagócitos, no processo de eliminação de microrganismos invasores; É necessário para a síntese de óxido nítrico, uma molécula importante que causa vasodilatação. Gliconeogênese Gliconeogênese Precursores gliconeogênicos incluem: ◦ ◦ ◦ ◦ Intermediários da glicólise; Glicerol – hidrólise do tecido adiposo; Lactato; α-cetoácidos; A G-6-P é convertida em glicose pela G-6-Pase. Essa enzima é necessária para o último passo da degradação do glicogênio, assim como para a gliconeogênese. Uma deficiência dessa enzima resulta na doença do armazenamento do glicogênio tipo I. http://www.fmc.br/revista/V5N2P19-21.pdf Glicogênio Síntese: UDP-glicose, doadora de glicose + G-1-P + UTP; Glicogênio-sintase: ligações α(1-4) Glicosil-α(1-4)- α(1,6)transferase: ramificações. Glicogenólise A glicogênio-fosforilase cliva ligações (1,4) nas extremidades das cadeias de glicogênio produzindo G-1-P. A G-1-P é convertida em G-6-P pela fosfoglicomutase. No músculo a G-6-P entra na via glicolítica. No fígado, o fosfato é removido pela G-6-Pase, liberando glicose livre, que pode ser utilizada para a manutenção da glicemia. Uma deficiência na G-6-Pase causa a doença que resulta na incapacidade do fígado em fornecer glicose livre ao organismo durante o jejum. Afeta a degradação do glicogênio e causa hipoglicemia grave no jejum. Glicogenólise e Glicogênese Glicogenólise e Glicogênese A glicogênio-sintase e a glicogêniofosforilase são reguladas alostericamente. No estado alimentado, a G-6-P atua como ativadora da glicogênio-sintase e inibidora da glicogênio-fosforilase. Glicogenólise e Glicogênese O Ca2+ é liberado no retículo sarcoplasmático durante o exercício. Ele ativa a fosforilase-cinase no músculo, ligando-se à subunidade calmodulina da enzima. Isso permite ativar a glicogênio-fosforilase, causando degradação do glicogênio. A calmodulina ocorre sob forma livre no citosol ou como sub-unidade da fosforilase-quinase. É uma proteína pequena e, com quatro sítios de ligação para o cálcio. http://grupo12b-calcio.blogspot.com.br/2007/12/o-complexo-clcio-calmodulina.html Glicogenólise e Glicogênese Glicogenólise e Glicogênese A síntese e a degradação do glicogênio são reguladas por hormônios. Níveis elevados de insulina aumentam a síntese de glicogênio, e uma diminuição desses níveis ativam a degradação. Aumento nos níveis de glucagon (ou adrenalina) causa aumento da degradação e diminuição da síntese de glicog^neio. FIM! Pesquisar sobre a deficiência da glicose-6-fosfato-desidrogenase e sua relação com a anemia hemolítica.