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Economia - [email protected]
O Estado do Maranhão - São Luís, 23 de dezembro de 2012 - domingo
Brasileiro paga um dos mais altos
impostos de vendas e consumo
Governo brasileiro toma 28,7% do valor total da cesta de bens, mediante impostos, de acordo com pesquisa feita em 22
países; estudo mostra que desta forma o Brasil tem o segundo maior nível de impostos de vendas e consumo no mundo
B
RASÍLIA - O Brasil impõe aos consumidores o
segundo maior nível de
impostos de vendas e consumo
no mundo, de acordo com nova
pesquisa de UHY, a rede internacional de contabilidade e consultoria, representada no país
pela UHY Moreira-Auditores.
Os especialistas em tributação
da UHY estudaram dados de 22
países pertencentes a sua rede internacional, incluindo todos os
membros do G8 e as economias
em desenvolvimento (BRIC). De
uma cesta representativa de bens
e serviços, os impostos e taxas foram calculados com base no preço total. E concluiu-se que o governo brasileiro toma 28,7% do
valor total da cesta de bens, mediante impostos.
O diretor executivo da UHY
Moreira, Diego Moreira, diz que
com os impostos de vendas e
consumo bem acima da média,
o Brasil continuará a notar a sobrecarga no movimento da economia do consumidor. Isso não
vai ajudar o crescimento econômico brasileiro. A redução da taxa de impostos de vendas deveria ser uma aposta considerável.
O diretor de Business Process
Outsourcing e Consultoria de
UHY Moreira, Eric Waidergorn,
afirma que "o principal problema com impostos indiretos no
Brasil é que eles afetam desproporcionalmente os contribuintes. Observa-se que contribuintes de renda baixa pagam a mesma taxa tributária sobre produtos ou serviços que os contri-
Porcentagem do preço da cesta de bens que é imposto
Cesta de itens
buintes de renda alta. Ou seja, os
primeiros arcam com uma parcela muito maior de tributos sobre sua renda, no consumo, do
que os últimos". "Este fato é desfavorável para o poder aquisitivo e a ascensão das classes mais
baixas, que, por ser a maioria no
Brasil, poderia movimentar mais
a economia e incentivar o empreendedorismo. Para um desenvolvimento maior, o país deveria focar seus tributos sobre a
renda e não sobre o consumo e
produção", acrescenta.
Média - Em média, os governos
europeus são responsáveis por
15,5% do preço da cesta de bens
e serviços. Isto se compara a uma
média de 13,8% para todos os
países; 12,3% nos países do G8; e
8,2% nos países da Ásia-Pacífico.
Para Diego Moreira, "o Brasil,
a exemplo de muitas economias
em desenvolvimento, depende
muito mais de impostos sobre
vendas do que em imposto de
renda, em comparação com
seus homólogos economicamente mais desenvolvidos. Im-
postos de renda mais baixos podem ter um efeito positivo sobre
a produtividade, uma vez que incentiva às pessoas a trabalhar
mais e aos empresários a gerar
mais riqueza. No entanto, permanece a dúvida se estas elevadas taxas de consumo têm dificultado o crescimento de elementos de consumo da economia brasileira".
"Os impostos diretos sobre as
pessoas são muito baixos no
Brasil, mas isso significa que a
carga tributária cai pesadamen-
te sobre as empresas e o consumo. Elevados impostos indiretos podem desanimar os gastos
e colocar pressão sobre as margens dos negócios. Os impostos
brasileiros indiretos são também
altamente complicados, o que
dificulta o entendimento por
parte dos consumidores de como funciona o sistema fiscal. Esta complexidade também aumenta os custos de conformidade dos negócios, pois eles têm de
contabilizar os diferentes impostos", acrescenta Diego Moreira.
A conclusão do estudo da
UHY de que os impostos de
vendas e consumo brasileiros
(sobre os itens da cesta de bens
e serviços) estão rotineiramente entre os mais altos do mundo, se dá por conta do governo
cobrar o mais alto nível de impostos sobre contas de energia
elétrica (27% do preço corresponde a imposto, em comparação com uma média global de
13%); roupas infantis (27%,
11%), iPads (27 %, 11%), e refeições em restaurante (27%, 11%).
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