A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À GESTANTE DE BAIXO RISCO NA PERSPECTIVA DO PROGRAMA DE HUMANIZAÇÃO DO PRÉ-NATAL E NASCIMENTO (PHPN) – REVISÃO DE LITERATURA Patrícia Rodrigues Argolo* Ana Márcia Chiaradia Mendes Castillo** RESUMO A Assistência Pré-Natal, segundo a Organização Mundial de Saúde, consiste num conjunto de cuidados médicos, nutricionistas, psicólogos e sociais, destinados a proteger o binômio feto/mãe durante todo período gestacional, parto e puerpério, tendo como principal finalidade a diminuição da morbimortalidade materna e perinatal. Este estudo tem como objetivo realizar um levantamento bibliográfico na perspectiva de subsidiar como vem sendo desenvolvida a SAE nas consultas pré-natais de baixo risco realizadas por enfermeiros (as) mediante um levantamento bibliográfico e descrever o protocolo de assistência à gestante de baixo risco. O presente estudo trate-se de uma pesquisa qualitativa de caráter descritivo, que utiliza como base a revisão bibliográfica. Ressalta-se que essa pesquisa foi elaborada através de um levantamento e seleção de materiais publicados, sendo estes: livros, manuais, manuais técnicos de programas do ministério da saúde (MS), periódicos, artigos e portarias. Foi utilizada também uma leitura sistemática a fim de definir as categorias necessárias para discussão do tema em análise. Através deste estudo, verificou-se que a sistematização da assistência de enfermagem à mulher no pré-natal de baixo risco, corroborando com melo (2010), além de dar a mulher uma atenção especializada e individualizada, por analisar cada necessidade e elaborar um plano de cuidados pra ela vem valorizar ainda mais o que vem sendo preconizado pelo PHPN e as demais políticas que visam o cuidado integral e humanizado. Palavras-chave: pré-natal, SAE, PHPN * Enfermeira, graduada pela Faculdade Nobre (FAN) de Feira de Santana – Ba. Docente da disciplina Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher e Assistente do Curso de Enfermagem da Faculdade Anísio Teixeira (FAT) de Feira de Santana – Ba. Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos E-mail: [email protected] ** Enfermeira, Doutoranda, docente do Curso de Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos, orientadora da disciplina Metodologia do Trabalho Científico. 1. INTRODUÇÃO A política de humanização do Pré-natal e Nascimento vêm ocupando um importante espaço na agenda de Saúde Pública na maioria dos países. Como refere Boaretto (2003) o momento do parto é de grande intensidade emocional e afeta profundamente as mulheres, os bebês, as famílias e tem efeitos importantes e persistentes sobre a sociedade. É de fundamental importância a valorização do parto e do nascimento para o aumento da autonomia e do poder de decisão das mulheres. A idéia de humanização vem sendo utilizada há vários anos, em especial na área da saúde. No campo da assistência ao parto, vários autores e organizações nãogovernamentais têm demonstrado nos últimos anos suas preocupações com a medicalização excessiva do parto (Rehuna, 1993), propondo modificações no modelo de assistência, principalmente naqueles de baixo risco. A Organização Mundial de Saúde tem trazido contribuições importantes para este debate ao propor o uso adequado de tecnologias para o parto e nascimento com base em evidências científicas que contestam práticas preconizadas no modelo médico de atenção (OMS, 1996). O Contexto de cada gestante é determinante para seu desenvolvimento, bem como para a relação que a mulher e a família estabelecerão com a criança. Assim, a equipe deve valorizar a historia que cada mulher grávida traz e também suas emoções e sentimentos, de forma a individualizar e a contextualizar a assistência ao pré-natal. Para tanto, torna-se necessário criar um ambiente de segurança que permita que a mulher fale de sua intimidade, expresse suas dúvidas e discuta tema (tabus), como a sexualidade. A Assistência Pré-natal, segundo a Organização Mundial de Saúde, consiste num conjunto de cuidados destinados a proteger o binômio feto/mãe durante todo período gestacional, parto e puerpério, tendo como principal finalidade a diminuição da morbimortalidade materna e perinatal. Contribuindo com esse conceito, o Ministério da Saúde (BRASIL, 2005), define como um “conjunto de procedimentos clínicos e educativos com o objetivo de acompanhar a evolução da gravidez e promover a saúde da gestante e da criança, encaminhando-os para soluções imediatas ao Sistema Único de Saúde (SUS)”. O Pré-natal pode ser classificado como baixo ou alto risco. Essa por sua vez determinará os cuidados específicos e as condutas que cada profissional fará ao * Enfermeira, graduada pela Faculdade Nobre (FAN) de Feira de Santana – Ba. Docente da disciplina Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher e Assistente do Curso de Enfermagem da Faculdade Anísio Teixeira (FAT) de Feira de Santana – Ba. Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos E-mail: [email protected] ** Enfermeira, Doutoranda, docente do Curso de Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos, orientadora da disciplina Metodologia do Trabalho Científico. acompanhar essa gestante. No tocante à Enfermagem, o Ministério da Saúde e a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986 que dispõe sobre a regulamentação do Exercício Profissional da Enfermagem e regulamentada pelo Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987 e de acordo com a resolução COFEN nº 195/1997, afirmam que o pré-natal de baixo risco pode ser inteiramente acompanhado pelo(a) enfermeiro(a), cabendo-lhe a realização da consulta, prescrição da assistência de enfermagem e solicitação de exames de rotina e complementares. Dessa forma as consultas de pré-natal poderão ocorrer na unidade de saúde ou durante as visitas domiciliares, conforme disponibilidade da equipe e necessidade de cada gestante, podendo ser realizado pelo enfermeiro(a) e/ou pelo (a) médico(a). Sistematização da Assistência de Enfermagem no Pré-natal é a organização da Assistência de Enfermagem que será oferecida a gestante de baixo risco, durante o período do eu pré-natal, bem como as consultas de enfermagem, as reuniões do grupo de gestantes, as ações educativas, os exames laboratoriais, assim como quaisquer informações que a gestante queira ou deva saber a respeito de sua saúde e de seu filho (BASSOTO, 2007). A resolução COFEN 272/2002 considera que a Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE, sendo atividade privativa do (a) Enfermeiro (a), utiliza como método de trabalho científico para a identificação das situações de saúde/doença, subsidiando ações da assistência de Enfermagem que possam contribuir para promoção de atividades específicas para cada gestante. Segundo Lacava (2002), anualmente cerca de 600 mil mulheres morrem no mundo por complicações da gravidez, parto e puerpério. Sabe-se que 90% dessas mortes ocorrem nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, entre os quais inclui o Brasil. Sendo assim, é imperativo ressaltar que tal fato reafirma a situação da assistência à saúde reprodutiva das mulheres no país. Alvim (2007) diz que com vistas à melhoria e a humanização da assistência no período gravídico-puerperal, o Ministério da Saúde (MS) responsabiliza os serviços de saúde, que devem oferecer o adequado acompanhamento do parto e puerpério, a receber com dignidade a mulher e o recém nascido e a adotar práticas humanizadas e seguras. Ainda afirma que a freqüência de toda gestante ao pré-natal é fator primordial para a prevenção e o tratamento precoce de diversas afecções que poderão afetar a integridade do novo ser * Enfermeira, graduada pela Faculdade Nobre (FAN) de Feira de Santana – Ba. Docente da disciplina Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher e Assistente do Curso de Enfermagem da Faculdade Anísio Teixeira (FAT) de Feira de Santana – Ba. Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos E-mail: [email protected] ** Enfermeira, Doutoranda, docente do Curso de Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos, orientadora da disciplina Metodologia do Trabalho Científico. que Irá nascer, além de propiciar no momento do parto, informações necessárias para o atendimento adequado. O objetivo deste estudo foi realizar um levantamento bibliográfico na perspectiva de subsidiar como vem sendo desenvolvida a SAE nas consultas Pré-natais de baixo risco realizadas por enfermeiros (as) mediante um levantamento bibliográfico e descrever o protocolo de assistência à gestante de baixo risco, de acordo com a Política de Humanização do Parto e Nascimento – Ministério da Saúde (MS) de modo a sistematizar a assistência de enfermagem à gestante de baixo risco. Trata-se de uma pesquisa de caráter descritivo, que utiliza como base a revisão bibliográfica. Referente às pesquisas descritivas, para Trivinos (1994), há um aprofundamento da descrição da realidade em questão, descrevendo “com exatidão” os fatos e fenômenos. Tem como objetivo descrever as características de determinada população, fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Assume em geral, a forma de levantamento. Em relação à pesquisa bibliográfica será elaborada por meio de materiais já publicados, constituído principalmente de livros, artigos, e material científico disponibilizado em bancos de dados na internet. Ressalta-se que essa pesquisa foi elaborada através de um levantamento e seleção de materiais publicados, sendo estes: livros, manuais, manuais técnicos de programas do Ministério da Saúde (MS), periódicos, artigos e portarias. Faz-se mister salientar que nesta análise articularam-se os conceitos: sistematização da assistência de Enfermagem e prénatal de baixo risco. A partir daí, foram selecionados 07 artigos que abordam esta relação os quais foram utilizados para aprofundamento da categorização. Utilizou-se também uma leitura sistemática a fim de definir as categorias necessárias para discussão do tema em análise. * Enfermeira, graduada pela Faculdade Nobre (FAN) de Feira de Santana – Ba. Docente da disciplina Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher e Assistente do Curso de Enfermagem da Faculdade Anísio Teixeira (FAT) de Feira de Santana – Ba. Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos E-mail: [email protected] ** Enfermeira, Doutoranda, docente do Curso de Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos, orientadora da disciplina Metodologia do Trabalho Científico. 2. DESENVOLVIMENTO No Brasil, na década de 80, foi lançado o Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PAISM), que evidenciou um salto de qualidade na Atenção à Mulher a partir da formulação de propostas que incluíram, pela primeira vez, serviços públicos que contemplavam o ciclo vital, visando a incorporação da própria mulher como sujeito ativo do cuidado à saúde, considerando todas as etapas de vida. Para Giffin (1991), ainda falta muito para uma efetiva implementação destas propostas. No final dos anos 90, após quase duas décadas da instituição do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), a assistência à saúde da mulher no Brasil permanecia com muitas questões a serem enfrentadas. O Ministério da Saúde havia definido a saúde da mulher como prioritária e sistematizou, a partir de três linhas principais de ações, projetos específicos: melhorar a saúde reprodutiva, reduzir a mortalidade por causas evitáveis e combater a violência contra a mulher (Brasil, Ministério da Saúde, 2006). A atenção à saúde da mulher, na história das políticas de saúde no Brasil e no mundo, tem sido reduzida, em grande parte, aos parâmetros da atenção materno-infantil e, mesmo assim, freqüentemente, relegada a segundo plano. Dessa forma, devido esta realidade, o Ministério da Saúde (BRASIL, 2001) tem chamado a sociedade à responsabilidade de afirmando que a humanização e a qualidade da atenção em saúde são condições essenciais para que as ações de saúde se traduzam na resolução dos problemas identificados, na satisfação das usuárias, no fortalecimento da capacidade das mulheres frente à identificação de suas demandas, no reconhecimento e reivindicações de seus direitos e na promoção do autocuidado. Considerando que este artigo tem como propósito subsidiar como vem sendo desenvolvida a SAE e corroborando com este estudo a Organização Mundial de Saúde (OMS), por intermédio de sua comissão de Peritos, define a proteção à maternidade: ”que tem por objetivo salvaguardar a saúde das mulheres durante a gravidez e o aleitamento, de lhes ensinar os cuidados a ser dispensado às crianças, permitir o parto normal e dar a luz a filho sadio” (LACAVA, 2002). Ainda, a OMS(2000) apud Alvim (2007), sob o enfoque da Saúde Pública, conceitua a saúde, como “saúde é a sensação de bem estar físico, mental e social, e não apenas ausência de moléstia” Saúde da gestante é, portanto, a sensação de bem estar físico, psíquico e social, dentro das condições especiais da grávida. * Enfermeira, graduada pela Faculdade Nobre (FAN) de Feira de Santana – Ba. Docente da disciplina Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher e Assistente do Curso de Enfermagem da Faculdade Anísio Teixeira (FAT) de Feira de Santana – Ba. Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos E-mail: [email protected] ** Enfermeira, Doutoranda, docente do Curso de Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos, orientadora da disciplina Metodologia do Trabalho Científico. Dessa forma, sistematizar a assistência de enfermagem num pré-natal de baixo risco vai além das ações que vem sendo desenvolvidas pelos (as) pré-natalistas. Alvim (2007) afirma que para realização dos atendimentos faz-se necessário a operacionalização da consulta de Enfermagem através de protocolos objetivando a eficiência e eficácia. Para tal, são fundamentais procedimentos como: registro do n° de consultas realizadas por enfermeiros (as), padronização e prescrição de medicamentos, solicitação de exames e encaminhamentos e critérios de risco obstétrico. Durante a consulta de Pré-Natal, o MS propõe a(o) enfermeiro(a): orientar as mulheres e suas famílias obre a importância do Pré-natal, amamentação, vacinação, preparo para o parto etc, realizar consulta de Pré-natal de baixo risco, solicitar exames de rotina e orientar tratamento, conforme protocolo do serviço, encaminhar as gestantes identificadas como de risco para o(a) médico(a) obstétrico(a), realizar atividades de grupos de gestantes, sala de espera, fornecer o cartão da gestante, atualizando a cada consulta e realizar coleta de exame citpatológico quando necessário. A SAE é definida como a organização da assistência de enfermagem durante o período pré-natal e tem como característica educativa e informativa mostrando-se um instrumento indipensável na humanização da assistência pré-natal como previsto pelo PHPN (BRASIL, 2005; ALVIM;BASSOTO,2007). A SAE é composta por cinco (5) etapas: entrevista ou histórico de enfermagem, exame físico, diagnóstico de enfermagem, prescrição de enfermagem e evolução de enfermagem. O Diagnóstico de Gravidez, no tocante a SAE para Melo (2010) é o primeiro passo para iniciar o acompanhamento. Esse por sua vez se faz baseado no exame físico e nos testes laboratoriais. Sendo assim, após a confirmação da Gravidez faz-se necessário proceder então com a primeira consulta dessa gestante, preferencialmente obedecendo as seguintes recomendações do Ministério da Saúde: I – Entrevista ou Histórico de Enfermagem: (observar cartão da gestante): a) identificação; b) dados sócio-econômicos; c) grau de instrução; d) profissão/ocupação; e) estado civil/união; f) número e idade de dependentes (avaliar sobrecarga de trabalho doméstico); g) renda familiar; h) pessoas da família com renda; i) condições de moradia (tipo, nº de cômodos); j) condições de saneamento (água, esgoto, coleta de lixo); k) distância da residência até a unidade de saúde; l) antecedentes familiares; m) antecedentes * Enfermeira, graduada pela Faculdade Nobre (FAN) de Feira de Santana – Ba. Docente da disciplina Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher e Assistente do Curso de Enfermagem da Faculdade Anísio Teixeira (FAT) de Feira de Santana – Ba. Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos E-mail: [email protected] ** Enfermeira, Doutoranda, docente do Curso de Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos, orientadora da disciplina Metodologia do Trabalho Científico. pessoais; n) antecedentes ginecológicos; o) sexualidade; p) antecedentes obstétricos; q) gestação atual. (BRASIL, 2005; ALVIM; BASSOTO; MARQUES, 2007 apud MELO, 2010). II– Exame Físico: a) geral; b) específico (gineco-obstétrico). III - Exames complementares: a) solicitações de todos os exames de rotina já citados anteriormente; b) outros exames podem ser acrescidos a esta rotina mínima em algumas situações especiais (protoparasitológico: solicitado na primeira consulta, sobretudo para mulheres de baixa renda; colpocitologia oncótica (papanicolau) se mulher não a tiver realizado nos últimos três anos, ou se houver indicação; bacterioscopia da secreção vaginal: em torno da 30ª semana de gestação, particularmente nas mulheres com antecedente de prematuridade; sorologia para rubéola; urucultura para diagnóstico de bacteriúria assintomática, se existir disponibilidade para esse exame); c) ultra-sonografia obstétrica, realizada precocemente durante a gestação nas unidades já estruturadas para isso, com o exame disponível. IV – Condutas: a) cálculo da IG (idade gestacional) e DPP (data provável do parto); b) avaliação nutricional; c) fornecimento de informações necessárias e respostas às indagações da mulher e família; d) orientação sobre sinais de riscos e assistência em cada caso. (BRASIL, 2005; ALVIM; BASSOTO; MARQUES, 2007) Ricci (2008) afirma que a assistência pré-natal contínua é importante para um resultado bem-sucedido. Dessa forma, nas consultas subseqüentes, deve-se fazer a revisão da ficha pré-natal, o exame de anamnese atual sucinta e a verificação do calendário de vacinação. I – Controles maternos: a) cálculo e anotação da IG; b) determinação do peso para avaliação do índice de massa corporal (IMC); anotação no gráfico e observar o sentido da curva para avaliação do estado nutricional; c) medida da PA (pressão arterial) (observar a aferição da PA com técnica adequada); d) palpação obstétrica e medida da AU, anotar no gráfico e observar o sentido da curva para avaliação do crescimento fetal; e) pesquisa de edema; f) verificação dos resultados dos testes para sífilis (VDRL e confirmatório, sempre que possível) e, no caso de resultado positivo, o esquema terapêutico utilizado (na gestante e em seu parceiro), além do resultado dos exames (VDRL), realizados mensalmente para o controle de cura; g) avaliação dos outros resultados de exames laboratoriais. * Enfermeira, graduada pela Faculdade Nobre (FAN) de Feira de Santana – Ba. Docente da disciplina Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher e Assistente do Curso de Enfermagem da Faculdade Anísio Teixeira (FAT) de Feira de Santana – Ba. Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos E-mail: [email protected] ** Enfermeira, Doutoranda, docente do Curso de Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos, orientadora da disciplina Metodologia do Trabalho Científico. II – Controles fetais: a) ausculta dos BCF; b) avaliação dos movimentos percebidos pela mulher e/ou detectados no exame obstétrico. III – Condutas: a) interpretação dos dados de anamnese, do exame obstétrico e dos exames laboratoriais como solicitação de outros se necessários; b) tratamento de alterações encontradas, ou encaminhamentos, se necessário; c) prescrição de sulfato ferroso (60 mg de ferro elementar/dia e ácido fólico (5mg/dia); d) realização de ações práticas educativas individuais e em grupos (os grupos educativos para adolescentes devem ser exclusivos da faixa etária e abordar temas de interesse do grupo; recomenda-se dividir os grupos em faixas etárias de 10-14 anos e de 15-19 anos, para obtenção de melhores resultados); e) agendamento de consultas subseqüentes (ALVIM; BASSOTO; MARQUES, 2007). Desde o primeiro momento, em que se estabelece a suspeita da gravidez o profissional enfermeiro (a) necessita de uma abordagem clínica onde serão levados em consideração as queixas desta gestante, sendo estas possíveis: dor lombar, leucorréia, náuseas, vômitos e tonturas, pirose, sialorréia, fraquezas e desmaios, dor abdominal cólicas, flatulência e obstipação intestinal, hemorróidas, mastalgia, cefaléia, faringite, polaciúria, varizes, câimbras, cloasma gravídico, estrias etc. Essas manifestações são caracterizadas como alterações fisiológicas durante toda gestação. Assim, com o levantamento destes dados, também denominados problemas, a SAE vem colaborar com a assistência do (a) enfermeiro (a) ao dar resolutividade aos problemas enfrentados pela gestante como proposto por Alvim; Bassoto; Marques (2007) apud Melo (2010), em seu estudo segundo o quadro 1. Quadro 1: Principais problemas, diagnósticos e cuidados de enfermagem a gestante de baixo risco. Problemas de Enfermagem 1 – Náusea Diagnósticos de Enfermagem Cuidados de Enfermagem Sensação subjetiva desagradável caracterizada por salivação aumentada. -Orientar quanto aos intervalos de uma refeição e outra, não ultrapassando três horas sem ingestão de alimentos. -Orientar a ingestão de 2000ml de líquido nas 24h. -Encaminhar ao nutricionista em caso de agravo do quadro. -Administrar medicações, conforme prescrição médica. * Enfermeira, graduada pela Faculdade Nobre (FAN) de Feira de Santana – Ba. Docente da disciplina Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher e Assistente do Curso de Enfermagem da Faculdade Anísio Teixeira (FAT) de Feira de Santana – Ba. Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos E-mail: [email protected] ** Enfermeira, Doutoranda, docente do Curso de Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos, orientadora da disciplina Metodologia do Trabalho Científico. 2 – Dor lombar Experiência sensorial e emocional desagradável caracterizada por relato verbal. 3 – Ansiedade Um vago e incômodo sentimento de desconforto ou temor acompanhado por resposta autonômica caracterizada por preocupações expressas devido a mudanças em eventos da vida. -Orientar quanto à correção da postura ao sentar-se e ao andar. -Orientar a aplicação de calor local 3x ao dia. -Orientar quanto ao uso de sapatos com saltos baixos e confortáveis. -Orientar quanto ao revezamento de posições: sentado x permanecer em pé. -Orientar ao parceiro que realize massagens com hidratantes na região lombar. -Encaminhar ao fisioterapeuta, se agravar o quadro. -Administrar analgésicos, conforme prescrição. -Orientar a realização de caminhadas respirando fundo e devagar. -Identificar os fatores que trazem ansiedade. -Orientar ao parceiro quanto às alterações fisiológicas da gravidez e sua participação para amenizar o quadro. -Encaminhar ao médico em caso de agravo do quadro. -Administrar medicação conforme prescrição. 4- Cloasma Alteração na pigmentação da pele, relacionada a mudanças hormonais caracterizada por manchas escuras na face. 5- Fraqueza e desmaio Ingestão diminuída de alimentos, levando ao déficit de nutrientes para o organismo. -Orientar quanto ao uso excessivo de maquiagem. -Orientar quanto à exposição direta ao sol. -Orientar o uso de protetor solar. -Orientar a não utilizar cremes abrasivos, sabonetes esfoliantes. -Aferir sinais vitais, atentando para valores pressóricos. -Manter MI elevados durante os episódios. -Orientar quanto à necessidade da ingestão de complexo vitamínico. -Orientar deitar em decúbito lateral, respirando profundamente e pausadamente. -Encaminhar a nutricionista para avaliação nutricional. -Orientar quanto à ingestão de complexos vitamínicos e seus horários * Enfermeira, graduada pela Faculdade Nobre (FAN) de Feira de Santana – Ba. Docente da disciplina Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher e Assistente do Curso de Enfermagem da Faculdade Anísio Teixeira (FAT) de Feira de Santana – Ba. Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos E-mail: [email protected] ** Enfermeira, Doutoranda, docente do Curso de Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos, orientadora da disciplina Metodologia do Trabalho Científico. ideais. 7-Constipação intestinal e flatulências. Compressão das alças intestinais pelo aumento uterino. Déficit nutricional devido aos episódios de náusea e vômitos. 8-Câimbras Déficit de eletrólitos, levando a contração deficiente. 9-Varizes Alteração da elasticidade dos vasos devido ao aumento de peso. 10-Edema Retenção de líquido devido aumento da produção do hormônio antidiurético. -Orientar dieta rica em fibras e cereais integrais. -Orientar ingestão de 2000ml de água nas 24h. -Orientar realização de manobras de facilitação do trânsito intestinal até 2o trimestre da gestação. -Avaliar valores de eletrólitos, quando solicitados pelo médico. -Orientar quanto ao consumo de alimentos ricos em potássio, cálcio. -Orientar quanto uso de sapatos confortáveis. -Orientar o parceiro quanto à realização de massagens e aplicação de calor local. -Orientar quanto ao uso de meia calça para gestante se possível. -Orientar quanto à elevação dos membros inferiores em torno de 30 minutos ao deitarse. -Atentar para identificação precoce de rompimento (trombose venosa) dos vasos: calor, rubor e dor. -Orientar repouso com as pernas elevadas de pelo menos 20 minutos. -Orientar quanto ao revezamento de posições sentar x permanecer em pé. -Orientar quanto ao uso de sapatos confortáveis. -Orientar que ao sentar-se, não deixar os MMII pendentes. Orientar dieta hipossódica. Fonte: AlVIM; BASSOTO; MARQUES, 2007. * Enfermeira, graduada pela Faculdade Nobre (FAN) de Feira de Santana – Ba. Docente da disciplina Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher e Assistente do Curso de Enfermagem da Faculdade Anísio Teixeira (FAT) de Feira de Santana – Ba. Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos E-mail: [email protected] ** Enfermeira, Doutoranda, docente do Curso de Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos, orientadora da disciplina Metodologia do Trabalho Científico. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Através deste estudo, verificou-se que a Sistematização da Assistência de Enfermagem à Mulher no pré-natal de baixo risco, corroborando com Melo (2010), além de dar a mulher uma atenção especializada e individualizada, por analisar cada necessidade e elaborar um plano de cuidados pra ela vem valorizar ainda mais o que vem sendo preconizado pelo PHPN e as demais políticas que visam o cuidado integral e humanizado, seja em qual for unidade de saúde. Para Alvim, Bassoto, Marques (2007), existe um número bastante considerável de mulheres que ainda não realizam o número mínimo de consultas, durante o pré-natal, preconizado pelo Ministério da Saúde, contribuindo para que número de mortes, causado por complicações durante a gravidez, o parto e o puerpério aumente. A sistematização da assistência de Enfermagem no período gestacional, principalmente através da realização da Consulta de Enfermagem no pré-natal de baixo risco e das ações educativas, é um caminho a ser seguido. Dessa forma, chamamos atenção para a valorização da prática da consulta de enfermagem e de todas as prerrogativas nelas implícitas como prescrever ações de competência desta profissão, a fim de alcançar os resultados pelos quais a enfermagem é responsável (PEREIRA, BACHION, 2005). Com o advento do Programa de Saúde da Família (PSF), o (a) enfermeiro (a) como membro da equipe ganhou um amplo espaço de atuação na assistência pré-natal. No Ceará, por exemplo, já somam 1.300 enfermeiros atuando nessa ação (SESA, 2001 apud MOURA; RODRIGUES; SILVA, 2003). Sepúlveda (2000) apud Moura et al, (2003) afirmam que a atuação do (a) enfermeiro (a) no que diz respeito ao cuidado às gestantes vem ganhando destaque desde a implantação do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), em 1985 apesar de ainda hoje elencarmos alguns obstáculos como caracterização do papel do (a) enfermeiro (a) tendo em vista a prática da consulta e da execução do parto. O valor do cuidado pré-natal foi substancialmente documentado na literatura como sendo proporcional a melhores desfechos da gravidez. A proporção de mulheres que inicia os cuidados pré-natais no primeiro trimestre de gestação permaneceu estável em 83,2% em 2000 (US Departamento of Health and Human Services [Departamento Norte Americano de Serviços de Saúde e Assistência Social], 2002). Contudo, problemas * Enfermeira, graduada pela Faculdade Nobre (FAN) de Feira de Santana – Ba. Docente da disciplina Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher e Assistente do Curso de Enfermagem da Faculdade Anísio Teixeira (FAT) de Feira de Santana – Ba. Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos E-mail: [email protected] ** Enfermeira, Doutoranda, docente do Curso de Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos, orientadora da disciplina Metodologia do Trabalho Científico. financeiros e de transporte, barreiras de idioma ou de cultura, horários de atendimento e atitudes inadequadas de profissionais de saúde freqüentemente limitam o acesso da mulher aos cuidados pré-natais (Ricci, 2008). Por fim, ressalto que o (a) enfermeiro (a) é um profissional qualificado para o atendimento à mulher e precisa ampliar a sua atuação neste programa. Ele (a) tem o papel de fundamental importância na área educativa, de prevenção e promoção da saúde da mulher. Sendo assim, ressalta-se que o déficit quanto o desenvolvimento da SAE vem tornar cada vez mais desafiador para se atingir uma assistência à Mulher/Gestante de qualidade, com compromisso e humanizada. * Enfermeira, graduada pela Faculdade Nobre (FAN) de Feira de Santana – Ba. Docente da disciplina Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher e Assistente do Curso de Enfermagem da Faculdade Anísio Teixeira (FAT) de Feira de Santana – Ba. Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos E-mail: [email protected] ** Enfermeira, Doutoranda, docente do Curso de Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos, orientadora da disciplina Metodologia do Trabalho Científico. THE CARE SYSTEM TO NURSING PREGNANT LOW RISK IN VIEW OF THE PROGRAM HUMANIZATION PRENATAL AND BIRTH (PHPN) - LITERATURE REVIEW ABSTRACT Assistance Pre-Natal, according to World Health Organization, is a set of healthcare, nutritionists, psychologists and social, designed to protect the binomial fetus / mother throughout pregnancy, childbirth and postpartum, with the primary purpose of reducing maternal and perinatal morbidity and mortality. This study aims to do a survey from the perspective of support is being developed as a SAE in antenatal lowrisk by nurses (as) through a literature review and describe the protocol for assistance to low risk pregnant women. This case study is a qualitative descriptive character, which uses as a basis to review. It is emphasized that this survey was drawn from a survey and selection of published materials, which are: books, manuals, technical programs of the Ministry of Health (MoH), journals, articles and ordinances. Was also used a systematic reading in order to define the categories needed for discussion of the topic under discussion. Through this study it was found that the systematization of nursing care to women in prenatal care of low risk, corroborating melo (2010), besides giving the woman a specialized and individualized attention, by examining every need and develop a plan care for her comes further enhance what is being advocated by PHPN and other policies aimed at the integral and humanized care. Keywords: antenatal care, SAE, PHPN * Enfermeira, graduada pela Faculdade Nobre (FAN) de Feira de Santana – Ba. Docente da disciplina Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher e Assistente do Curso de Enfermagem da Faculdade Anísio Teixeira (FAT) de Feira de Santana – Ba. Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos E-mail: [email protected] ** Enfermeira, Doutoranda, docente do Curso de Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos, orientadora da disciplina Metodologia do Trabalho Científico. REFERÊNCIAS ALVIM, DAB; BASSOTO, TRP; MARQUES, GM. Sistematização da Assistência de Enfermagem à Gestante de Baixo Risco. Rev. Meio Amb. Saúde, Rio de Janeiro, v.2, n.1. p.258-27, 2007. Disponível em: http://www.faculdadedofuturo.edu.br/revista/2007/pdfs/RMAS%202(1)%20258-272.pdf. Acesso em 16 jun. 2010. Brasil. Secretaria de Saúde de Minas Gerais. Atenção ao Pré-natal Parto e Puerpério: Belo Horizonte; 2003. Barros SM (org). Enfermagem no ciclo gravídico-puerperal. São Paulo: MANOLE Ltda; 2006. Brasil. Ministério da Saúde. Pré-Natal e Puerpério: bases de ação programática. Série A: Normas e Manuais Técnicos, 5. Brasília; 2005. Brasil. Ministério da Saúde. Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher: bases de ação programática. 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Acesso em 10 maio 2010. Trivinos ANS. Introdução à Pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas; 1994. * Enfermeira, graduada pela Faculdade Nobre (FAN) de Feira de Santana – Ba. Docente da disciplina Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher e Assistente do Curso de Enfermagem da Faculdade Anísio Teixeira (FAT) de Feira de Santana – Ba. Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos E-mail: [email protected] ** Enfermeira, Doutoranda, docente do Curso de Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica – Atualiza Cursos, orientadora da disciplina Metodologia do Trabalho Científico.