UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM CURSO DE DOUTORADO E MESTRADO ACADÊMICO MARIA HELENA SOARES DA NÓBREGA MAZZO Elaboração e validação de instrumento para consulta de enfermagem à puérpera no âmbito da atenção básica Natal, 2013 MARIA HELENA SOARES DA NÓBREGA MAZZO Elaboração e validação de instrumento para consulta de enfermagem à puérpera no âmbito da atenção básica Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte para fins de obter o título de doutor em Enfermagem, área de Concentração: Enfermagem na atenção à saúde. Linha de Pesquisa: Enfermagem na vigilância à saúde. Orientador: Profª Santana de Brito. Natal, 2013 Drª Rosineide Catalogação da Publicação na Fonte Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Mazzo, Maria Helena Soares da Nóbrega. Elaboração e validação de instrumento para consulta de enfermagem à puérpera no âmbito da atenção básica / Maria Helena Soares da Nóbrega Mazzo. - Natal, 2014. 177f: il. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rosineide Santana de Brito. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. Centro de Ciências da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 1. Enfermagem obstétrica - Tese. 2. Período pós-parto - Tese. 3. Cuidados de enfermagem - Tese. 4. Coleta de dados - Tese. I. Brito, Rosineide Santana de. II. Título. RN/UF/BSA01 CDU 618.2-083 MARIA HELENA SOARES DA NÓBREGA MAZZO Elaboração e validação de instrumento para consulta de enfermagem à puérpera no âmbito da atenção básica Tese apresentada ao Programa de PósGraduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção do título de Doutor em Enfermagem, área de concentração: Enfermagem na atenção à saúde. Aprovada em 12 de dezembro de 2013 BANCA EXAMINADORA Profª. Dra. Rosineide Santana de Brito Universidade Federal do Rio Grande do Norte Presidente Profª. Dra. Maria Miriam Lima da Nóbrega Universidade Federal da Paraíba Membro externo Profª.Dra.Claudia Maria Ramos Medeiros Universidade Federal da Paraíba Membro externo Profª Dra. Edméia de Almeida Cardoso Coelho Universidade Federal da Bahia Suplente Profª Dra. Rosana Lúcia Alves de Vilar Universidade Federal do Rio Grande do Norte Suplente Profª. Dra. Akemi Iwata Monteiro Universidade Federal do Rio Grande do Norte Membro interno Profª. Dra.Jovanka Bittencourt Leite de Carvalho Universidade Federal do Rio Grande do Norte Suplente Profª. Dra. Ana Luisa Brandão de Carvalho Lira Universidade Federal do Rio Grande do Norte Membro interno Profª. Dra. Bertha Cruz Enders Universidade Federal do Rio Grande do Norte Suplente Dedicatória Dedico este trabalho especialmente a duas enfermeiras importantes para a história da Enfermagem na Paraíba, minha amada mãe, Aliete Soares da Nóbrega pelo empenho na fundação do Curso de Enfermagem naquele estado, pelo exemplo de dedicação como mãe e enfermeira. Maria Miriam Lima da Nóbrega, minha amada prima, pela sua contribuição para o desenvolvimento da Enfermagem como ciência e pelo seu lado humanitário e acolhedor de ser. E à memória de meu saudoso pai Odilon Dantas da Nóbrega que ficaria imensamente feliz e orgulhoso por esta conquista. AGRADECIMENTOS Àquele que representa meu princípio e meu fim, Deus, pelo dom da vida, pelas vitórias alcançadas, pelas alegrias, pelas lágrimas que me ensinam tanto, pelo amor e pela proteção em tudo. À minha orientadora, Profª Rosineide Santana de Brito, pela paciência, pelo incentivo e pela condução no caminho da pesquisa de forma prazerosa. Uma mulher discreta e detentora de muita sabedoria, o meu especial agradecimento por ter confiado em mim. Às enfermeiras, Akemi Iwata, Nilba Lima, Lourdinha Costa, Flávia Santos, Cláudia Pereira e Janile Macedo pelas valiosas contribuições na construção deste estudo e pela disposição em me ajudar. Às enfermeiras que participaram da validação do instrumento, cujas contribuições foram fundamentais e sem elas seria impossível a concretização do estudo. À minha família querida, meu marido e meus filhos, meu alicerce, meu porto seguro, meu colo, minha razão de seguir com tudo e minha vontade de ficar. À minha irmã Tina, amiga e companheira. Por estar sempre por perto quando preciso. Por me entender tão bem. Aos meus amigos, Nil e Fabrício, pelos cafés alegres regados a muitas risadas renovadoras. Foram meu escape para os dias cansados. À minha amiga, Aurelice Gama, que participou da construção desta conquista no começo de tudo. À chefia do Departamento de Enfermagem e aos meus colegas pela concessão de meu afastamento, que me deu a oportunidade de imergir no estudo. Aos colegas Leonardo Pinheiro e Cecília Queiroz, meus colaboradores em assuntos de informática. Sem vocês teria sido mais difícil. Aos docentes do Programa de Pós-graduação em Enfermagem da UFRN, os quais alicerçaram meus estudos com seus ensinamentos valiosos. Aos meus colegas da turma de 2011 pela convivência pacífica, pelo aprendizado, pelas alegrias e pelas amizades construídas. A todos aqueles que me ajudaram neste caminhar, nas pessoas dos funcionários do Departamento e da Pós-Graduação de Enfermagem da UFRN, colegas da disciplina e do Grupo de Pesquisa Cuidados de Enfermagem nas Diferentes Fases da Vida, pelas palavras de estímulo e pelo carinho. RESUMO MAZZO, M. H. S. da N. Elaboração e Validação de instrumento para consulta de enfermagem à puérpera no âmbito da atenção básica. 2013. 177 fls. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN, 2013. A pesquisa teve como objetivo elaborar e validar um instrumento para sistematizar a assistência de enfermagem à puérpera no âmbito da atenção básica. O documento foi construído com base na Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Horta, na Padronização de um Conjunto Internacional de Dados Essenciais em Enfermagem e na Nomenclatura de diagnósticos e intervenções de enfermagem desenvolvida a partir dos resultados da Classificação Internacional para as Práticas de Enfermagem. Trata-se de um estudo do tipo metodológico desenvolvido em cinco etapas: identificação dos indicadores empíricos relativos à puérpera mediante revisão integrativa da literatura; avaliação dos indicadores empíricos e sua relação com as necessidades humanas básicas por grupo focal com cinco enfermeiras especialistas; estruturação do instrumento mediante a categorização dos indicadores; validação de forma e conteúdo do instrumento pelos especialistas, por meio da técnica Delphi; e aplicação e desenvolvimento das afirmativas de diagnóstico e intervenções de enfermagem. A coleta de dados da primeira etapa ocorreu nos meses de janeiro a março de 2013 nas bases de dados Scopus, Cinahl, Pubmed, Cochrane, e no periódico Journal of Midwifery and Women’s Health. A segunda, terceira e quarta etapas se realizaram nos meses de maio a outubro de 2013. Participaram doze e sete especialistas na primeira e segunda rodada de avaliação respectivamente. A seleção dos especialistas ocorreu pela Plataforma Lattes mediante os seguintes critérios de inclusão: ser enfermeiro (a) docente e especialista em enfermagem obstétrica. A consulta a estes profissionais se deu via email e, ao aceitarem participar da pesquisa, assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A pesquisa obteve aprovação da Comissão de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob o protocolo nº 184.241 e Certificado de Apresentação para Apreciação Ética nº 11674112.3.0000.5537. Para análise dos dados da primeira etapa, utilizou-se a estatística descritiva e os resultados apresentados em forma de tabelas. Nesta etapa, identificou-se 97 indicadores empíricos e, quando relacionados com as necessidades humanas básicas, 46 desses encontravam-se nas necessidades psicobiológicas, 51 nas psicossociais e 01 nas necessidades psicoespirituais. Com relação à segunda e terceira etapas, os dados passaram por um processo de categorização e análise pelo Índice de Validade de Conteúdo. Os indicadores obtiveram um índice de validação de 100%. Na parte de avaliação da puérpera, os itens não validados foram excluídos do instrumento. Os demais itens obtiveram índice acima de 70%, sendo, portanto, o instrumento validado. O instrumento para a consulta de enfermagem é constituído de dados de identificação da puérpera, dados de avaliação das necessidades humanas da puérpera e itens do cuidado de enfermagem. Na versão final foram selecionados 73 Diagnósticos de Enfermagem e 155 Intervenções de Enfermagem a partir da categorização dos indicadores empíricos validados na segunda e terceira etapas do estudo. Com a conclusão do estudo, o enfermeiro disporá de um instrumento para sistematização da assistência à puérpera na atenção básica. Além disso, o documento servirá como ferramenta para o ensino e a pesquisa em enfermagem obstétrica. Descritores: enfermagem obstétrica; período pós-parto; cuidados de enfermagem; coleta de dados. ABSTRACT MAZZO, M. H. S. da N. Elaboration and Validation of a tool for nursing consultation of puerperal women in the primary care scope. 2013. 177 pages. Thesis (Doctorate) – PostGraduation Nursing Program, Federal University of Rio Grande do Norte, Natal-RN, 2013. This research aimed at developing and validating a tool to systematize the nursing care for puerperal women within in the primary care scope. It was built based on the Horta's basic human needs theory, on the Standardization of an International Set of Essential Nursing Data and on the Nomenclature of nursing diagnoses and interventions developed from the outcomes of the International Classification for Nursing Practices. This is methodological study that was conducted in five steps: identification of empirical indicators related to the puerperal woman by means of integrative literature review; evaluation of empirical indicators and their relationship to basic human needs by means of a focus group with five specialist nurses; structuring of the tool through the categorization of indicators; validation of form and content of the tool by experts, through the Delphi technique and, lastly, the application and development of affirmative of diagnosis and nursing interventions. The data collection of the first stage took place in the period from January to March 2013 in the databases Scopus, CINAHL, PubMed, Cochrane, and in the Journal of Midwifery and Women's Health. The second, third and fourth steps were conducted in the period from May to October 2013. Twelve and seven specialists participated in the first and second evaluation rounds respectively. The specialists were selected by the Lattes Platform upon the following criteria: being a teaching nurse and being a specialist in midwifery. They were consulted through e-mail address and, when agreeing to participate in the study, signed a Free and Informed Consent Form. The study was approved by the Research Ethics Committee from the Federal University of Rio Grande do Norte, under protocol nº 184.241 and Certificate of Presentation and for Ethical Consideration nº 11674112.3.0000.5537. The data from the first step were analyzed by means of descriptive statistics and the outcomes were presented in tables. This step has identified 97 empirical indicators and, when related to basic human needs, 46 of these were situated in the psychobiological needs, 51 in the psychosocial needs and 01 in the psychospiritual needs. Regarding the second and third steps, the data went through a process of categorization and analysis by the Content Validity Index. The indicators obtained a validation index of 100%. As for the evaluation of puerperal women, the non-validated items were excluded from the tool at stake. The remaining items reached a rate above 70% and, therefore, the tool was validated. The tool for nursing consultation is composed of identification data of the puerperal woman, evaluation data of the human needs of the puerperal woman and items of nursing care. In the final version, 73 Nursing Diagnoses and 155 Nursing Interventions were selected from the categorization of empirical indicators identification validated in the second and third stages of the study. With the completion of the study, the nursing professional will have a tool for systematization of the care for the puerperal woman in primary care. Furthermore, the document will serve as a tool for teaching and research in midwifery. Descriptors: Midwifery; Puerperal Period; Nursing Care; Data Collection. RESUMEN MAZZO, M. H. S. da N. Elaboración y validación de un instrumento para consulta de la enfermería a la puérpera en el marco de la atención básica. 2013. 177 págs. Tesis (doctoral) - Programa de Posgrado en Enfermería, Universidad Federal de Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil, 2013. El objetivo de esta investigación fue desarrollar y validar un instrumento para sistematizar la atención de la enfermería a la puérpera en el marco de la atención básica. Fue construido con base en la Teoría de las Necesidades Humanas Básicas de Horta, en la Estandarización de un Conjunto Internacional de Datos Esenciales en Enfermería y en la nomenclatura de diagnósticos e intervenciones de enfermería desarrollada a partir de los resultados de la Clasificación Internacional para las Prácticas de Enfermería. El estudio fue de tipo metodológico y llevado a cabo en cinco etapas: identificación de los indicadores empíricos relativos a la puérpera a través de la revisión integral de la literatura; evaluación de los indicadores empíricos y su relación con las necesidades humanas básicas a través de un grupo focal con cinco enfermeras especialistas; estructuración del instrumento a través de la categorización de los indicadores; validación de la forma y el contenido del instrumento por las especialistas a través de la técnica Delphi; y aplicación y desarrollo de las declaraciones de diagnóstico e intervenciones de enfermería. La recopilación de datos de la primera etapa ocurrió en los meses de enero a marzo de 2013 en las bases de datos SCOPUS, CINAHL, PUBMED y COCHRANE y en el periódico Journal of Midwifery and Women's Health. La segunda, tercera y cuarta etapas se llevaron a cabo en los meses de mayo a octubre de 2013. Participaron doce especialistas en la primera ronda de evaluación y siete en la segunda. Los jueces/especialistas fueron seleccionados en la Plataforma Lattes utilizando los siguientes criterios: ser enfermero profesor y ser especialista en enfermería obstétrica. Estos fueron consultados vía correo electrónico y al aceptar participar en la investigación firmaron un término de consentimiento libre e informado. La investigación fue aprobada por el Comité de Ética en Investigación de la Universidad Federal de Rio Grande do Norte, con el Protocolo N° 184.241 y Certificado de Presentación para Apreciación Nº 11674112.3.0000.5537. Los datos de la primera etapa se analizaron mediante estadística descriptiva y los resultados fueron presentados en forma de tablas. En esta etapa se identificaron 97 indicadores empíricos y cuando se los relacionó con las necesidades humanas básicas, 46 de ellos estaban en las necesidades psicobiológicas, 51 en las psicosociales y uno en las necesidades psicoespirituales. Con respecto a la segunda y tercera etapas, los datos fueron sometidos a un proceso de categorización y análisis por medio del índice de Validez de Contenido. Los indicadores obtuvieron un índice de validación de 100%. En la evaluación de la puérpera, los ítems no validados fueron excluidos del instrumento. Los otros ítems obtuvieron un índice arriba de 70% siendo, por lo tanto el instrumento validado. El instrumento para la consulta de enfermería está constituido por datos de identificación de la puérpera e ítems del cuidado de enfermería. En la versión final fueron seleccionados 73 diagnósticos de enfermería y 155 intervenciones de enfermería a partir de la categorización de los indicadores empíricos validados en la segunda y tercera etapas del estudio. Con la finalización del estudio, el enfermero tendrá un instrumento para la sistematización de la asistencia a la puérpera en la atención básica. Además, el documento servirá como una herramienta para la enseñanza y la investigación en enfermería obstétrica. Palabras clave: enfermería obstétrica; período postparto; atención de enfermería; recopilación de datos. LISTA DE FIGURAS Figura Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 6 Figura 7 Figura 8 - Figura 9 - Título Pág. Etapas do Processo de Enfermagem Resumo esquemático da caracterização das categorias do CIDEE de acordo com Werley e Lang, 1988 Esquema da trajetória metodológica do estudo Esquema das etapas da Revisão Integrativa da literatura científica. Baseado em Souza,Silva e Carvalho, 2010 Diagrama do processo de seleção dos estudos por base de dados para a revisão integrativa Estrutura de formação do Grupo Focal Estrutura base da Técnica Delphi Primeira e segunda parte da segunda versão do instrumento para consulta de enfermagem à puérpera na atenção básica. Natal, Rio Grande do Norte, 2013 Terceira parte da segunda versão do instrumento para consulta de enfermagem à puérpera na atenção básica. Natal, Rio Grande do Norte, 2013 35 40 47 54 56 62 74 79 91 LISTA DE QUADROS Quadro Quadro - 1 Quadro - 2 Quadro - 3 Quadro - 4 Quadro - 5 Quadro - 6 Quadro - 7 Quadro - 8 Quadro - 9 Quadro - 10 Título Pág. Classificação das necessidades humanas básicas de Horta Classificação das necessidades humanas básicas segundo Garcia e Cubas, 2012 Distribuição dos indicadores empíricos segundo as necessidades psicobiológicas afetadas das puérperas de acordo com o consenso do Grupo Focal. Natal, 2013 Distribuição dos indicadores empíricos segundo as necessidades psicossociais afetadas das puérperas de acordo com o consenso do Grupo Focal. Natal, 2013 Categorização dos Indicadores Empíricos das necessidades humanas afetadas das puérperas de acordo com Garcia e Cubas, 2012. Natal, 2013 Concordância dos especialistas quanto à pertinência e ao conteúdo dos itens que compõe a primeira versão do instrumento Natal, 2013 Concordância dos especialistas quanto à pertinência e ao conteúdo dos itens que compõe a segunda versão do instrumento. Natal, 2013 Concordância dos especialistas quanto à sugestão de inclusão e exclusão de itens do instrumento Natal, 2013 Seleção dos diagnósticos de enfermagem de acordo com os indicadores empíricos validados no estudo Seleção das intervenções de enfermagem de acordo com os indicadores empíricos validados no estudo e diagnósticos de enfermagem 32 33 64 65 68 70 76 77 81 83 LISTA DE TABELAS Tabela Tabela 1 Tabela 2 Título Pág. Distribuição dos indicadores empíricos segundo as necessidades humanas afetadas das puérperas no nível psicobiológico e a frequência com que aparecem de acordo com a revisão de literatura. Natal, 2013 Distribuição dos indicadores empíricos e sua relação com as necessidades humanas afetadas das puérperas no nível psicossocial de acordo com a revisão de literatura. Natal, 2013 57 58 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABEn Associação Brasileira de Enfermagem CE Consulta de Enfermagem CEP Conselho de Ética em Pesquisa CIDEE Conjunto Internacional de Dados Essenciais em Enfermagem CIE Conselho Internacional de Enfermeiros CIPE® Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem CIPESC® Classificação Internacional das Práticas em Enfermagem de Saúde Coletiva COFEN Conselho Federal de Enfermagem DE Diagnóstico de Enfermagem ICN Internacional Council of Nurses IE Intervenções de Enfermagem IES Indicadores Empíricos MS Ministério da Saúde NMDS Nursing Minimum Data Set OMS Organização Mundial de Saúde PACS Programa de Agentes Comunitários de Saúde PAISM Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher PE Processo de Enfermagem PHPN Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento PSF Programa de Saúde da Família PSMI Programa Nacional de Saúde Materno-Infantil PSSI Primeira Semana de Saúde Integral SAE Sistematização da Assistência de Enfermagem SUS Sistema Único de Saúde TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TNHB Teoria das Necessidades Humanas Básicas UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte USF Unidade de Saúde da Família SUMÁRIO PAG. 1 INTRODUÇÃO 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Período Pós-parto 2.2 Modelo Teórico de Horta 2.2.1 Teoria das Necessidades Humanas Básicas 2.2.2 A Teoria das Necessidades Humanas segundo Garcia e Cubas (2012) 2.3 Sistematização da Assistência de Enfermagem 2.3.1 Processo de Enfermagem 2.3.2 Padronização de um Conjunto Internacional de Dados Essenciais em Enfermagem 2.3.3 Classificação Internacional para a prática de Enfermagem CIPE® 3 METODOLOGIA 3.1 Tipo de Estudo 3.2 Elaboração do Instrumento para Consulta de Enfermagem à puérpera na 13 24 24 29 29 32 34 34 38 41 46 46 46 atenção básica 3.3 População e Amostra 3.4 Análise dos dados 3.5 Preceitos éticos da pesquisa 4 RESULTADOS E DISCUSSÂO 4.1 Apresentação dos resultados 4.1.1 Resultado da 1ª etapa: Identificação dos indicadores empíricos das necessidades humanas nos níveis psicobiológico, psicossocial e psicoespiritual da puérpera mediante revisão integrativa da literatura científica 4.1.2 Resultado da 2ª etapa: Avaliação da primeira versão do instrumento: Indicadores empíricos e sua relação com as necessidades humanas por meio do consenso de um grupo focal 4.1.3 Resultado da 3ª etapa: Estruturação do instrumento mediante a categorização dos indicadores e avaliados por meio de grupo focal 4.1.4 Resultado da 4ª etapa: Validação do conteúdo e forma da segunda versão do instrumento pelas especialistas por meio da Técnica Delphi 4.1.5 Resultado da 5ª etapa: Estruturação da versão final do instrumento mediante a aplicação e desenvolvimento dos enunciados de diagnóstico/resultados e intervenções de enfermagem 5 CONCLUSÃO REFERÊNCIAS APÊNDICES ANEXOS 48 48 49 51 52 52 60 67 72 80 99 102 116 168 Fonte: Amanda Greavette (2011) A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre aquilo que todo mundo vê. (Arthur Schopenhauer) 13 Fonte: Amanda Greavette (2011) 1. Introdução 14 A mulher durante o seu percurso de vida vivencia situações peculiares ao ser feminino. Dentre estas, destaca-se o período gravídico-puerperal, que se estende da prenhez até o pós-parto. Ressaltando o pós-parto, também conhecido como puerpério, é uma fase que se inicia com o descolamento da placenta após o nascimento da criança até o retorno da ovulação e da função reprodutiva da mulher, durando em média de seis a oito meses (COREN, 2012). O puerpério é um período complexo pelo entrelaçamento dos aspectos biológicos, psicológicos, comportamentais, relacionais, socioculturais, econômicos e por questões de gênero. Além disso, é no puerpério que se exacerbam as demandas da maternidade, resultando em importantes mudanças no estilo de vida das mulheres e do casal que perpassam pelo relacionamento afetivo e sexual. (CABRAL; OLIVEIRA, 2010). Durante a fase puerperal, a mulher experimenta um estado de ajustamento devido às alterações biológicas, psicológicas e sociais impostas pela gestação e o parto, colocando-a em situação de vulnerabilidade. Entretanto, os cuidados dispensados à puérpera, na maioria das vezes, se restringem às orientações durante a sua permanência no ambiente hospitalar. Ao retornar a seu domicílio, depara-se com a realidade de uma assistência mínima. As ações dos profissionais de saúde se restringem a uma visita domiciliar nos primeiros dias e uma consulta com 40 dias pós-parto. Todavia, a puérpera vivencia sobreposição de papéis como mãe, companheira e dona de casa, os quais, somados à difícil situação socioeconômica, a deixa vulnerável a risco oriundo do estado gravídico puerperal (MAZZO, 2012). Nesse contexto, é oportuno ressaltar que, no Brasil em 2010, foram investigados 74% do total de óbitos maternos e, desses, 56% ocorreram no pósparto. Dessa forma, atesta-se que as mortes maternas são por causas obstétricas diretas ou indiretas. As diretas resultam de complicações advindas de intervenções, omissões, tratamento incorreto ou de uma cadeia de eventos associados a qualquer um desses fatores, seja na gravidez, no parto ou no puerpério. As causas indiretas derivam de doenças preexistentes, quando agravadas pelos efeitos fisiológicos da gestação, das doenças intercorrentes e das complicações gravídicas (BRASIL, 2012a). 15 Sobre o assunto, Zanotti et al. (2003), estudando 55 puérperas, constataram que 12% apresentavam tristeza pós-parto e 20% transtornos depressivos. Esse agravo ultrapassou o esperado na literatura, em que é admissível uma incidência de 10 a 15% dos casos. Tais achados levam ao entendimento de que alterações dessa natureza podem ser identificadas precocemente e ter seus efeitos reduzidos na saúde mental da puérpera. O reconhecimento dos sinais e sintomas desses problemas e o encaminhamento da mulher a um serviço especializado atenuará o agravamento do quadro clínico e possíveis complicações. Para isto, considera-se que uma assistência sistematizada torna-se imperativa no âmbito dos cuidados puerperais na atenção básica de saúde. A assistência à mulher no puerpério em unidades da rede básica requer discussão e ações efetivas para alcançar a humanização dos cuidados como um passo para a integralidade no atendimento à puérpera. Os serviços de saúde reconhecem que a consulta puerperal tem baixíssima frequência e é pouco valorizada pelos profissionais de saúde. Consideram uma atividade necessária, porém admitem a ausência de estratégia para sua realização. Apontam, ainda, a baixa procura das mulheres por consultas para revisão puerperal, constituindo falha no planejamento e na execução da assistência (ALMEIDA; SILVA, 2008). Assim sendo, faz-se necessário a assistência qualificada e realizada de forma holística. Nessa perspectiva, cabe ao profissional identificar, atender ou buscar formas de adaptação aos problemas de saúde da mulher no pós-parto. Em razão disso, considera-se fundamental a avaliação de suas necessidades e o estabelecimento de uma assistência com vistas a prevenir complicações. Estas representam agravos à saúde feminina, pois correspondem a processos mórbidos, que, como consequência de tais doenças, em alguns casos, evoluem para a morte. Dado ao reconhecimento das peculiaridades da mulher nesse período, o Ministério da Saúde (MS), no âmbito das políticas públicas, tem-se preocupado com a população feminina. Implementou medidas que subsidiam ações de trabalhadores em saúde, visando prestar uma assistência de qualidade a este grupo populacional. Nesse sentido, vários programas têm sido implantados com o objetivo de diminuir as taxas de mortalidade materna e infantil. Dentre esses, destacam-se o Programa Nacional de Saúde Materno-Infantil (PSMI) na década de 1970, o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) nos anos de 1980, o Programa de 16 Humanização do Pré-Natal e Nascimento (PHPN) em 2000 e, o mais recente em 2011, a Primeira Semana de Saúde Integral (PSSI) por meio da Rede Cegonha. É válido lembrar que a Rede Cegonha adota uma estratégia, pela qual são realizadas atividades na atenção à saúde de puérperas e recém-nascidos. A iniciativa prever um novo modelo de assistência ao parto, nascimento e à saúde da criança, com garantia de acesso, acolhimento, resolubilidade e redução da mortalidade materna como também neonatal. No entanto, observa-se que, em relação ao puerpério, a assistência integral à mulher e familiares ainda é algo a ser considerado nesse novo modelo de assistir e cuidar. No cotidiano dos serviços de saúde, as ações dirigidas à puérpera são voltadas basicamente para o aconselhamento do planejamento familiar, cuidados com o recém-nascido e aleitamento materno. Ademais, essas ações não ocorrem de forma integral nem sistematizada como também não são norteadas pelo modelo biomédico de assistência. Conforme o MS, a atenção à puérpera envolve um retorno da mulher e do recém-nascido ao serviço de saúde, uma visita domiciliar entre 7 a 10 dias de puerpério e uma consulta médica ou de enfermagem com 42 dias pósparto (BRASIL, 2012). No âmbito desses cuidados, observa-se a inexistência de instrumento sistematizado que documente os passos da consulta de enfermagem à puérpera no âmbito da atenção básica em saúde. Entretanto, convém lembrar que, no desempenho dessa atividade, o profissional dispõe de um roteiro adotado pelo MS por ocasião da PSSI como forma de instruir as ações desempenhadas junto à puérpera e ao recém-nascido. Esse documento tem como objetivo: avaliar o estado de saúde da mãe e recém-nascido; orientar e apoiar a família para a amamentação; orientar os cuidados básicos com o recém-nascido; avaliar a interação da mãe com o recém-nascido; identificar situações de risco ou intercorrências e tomar as devidas providências. Além disso, visa orientar o planejamento familiar e agendar consulta de puerpério até 42 dias após o parto. Todavia, esse documento pouco contempla questões voltadas para as necessidades humanas da puérpera (BRASIL, 2012). É oportuno ressaltar que, na avaliação da pesquisadora, a assistência puerperal na atenção básica ocorre de modo assistemático. A (o) profissional, sobretudo a (o) enfermeira (o), no atendimento à puérpera, constrói seu próprio roteiro de consulta pós-parto. Dessa forma, fica sob sua responsabilidade julgar o 17 que é importante ser observado, avaliado, ou questionado à mulher. Tendo em vista a carência de critérios legítimos a serem considerados na atenção à puérpera, a assistência prestada no momento da consulta puerperal adquire uma característica assistemática. Sob esse aspecto, a criação de um instrumento voltado para a assistência sistematizada à puérpera no contexto da atenção básica poderia dar mais visibilidade para o agir da Enfermagem. E, sobretudo, possibilitar uma atuação mais assertiva, de acordo com as reais necessidades dessa população. Nesta perspectiva, chama-se atenção para a formação da (o) enfermeira (o), a qual deve partir de uma visão integral da mulher em pós-parto no seu contexto sociocultural e familiar (VIEIRA et al., 2010). A realidade da atenção à puérpera se distancia do preconizado pelo exercício da profissão de Enfermagem por meio de seus órgãos de classe e das leis que a regulamenta. A Consulta de Enfermagem (CE) por ser uma atividade privativa da (o) enfermeira (o) precisa estar inserida nesse novo modelo de assistência. No contexto da CE, o enfermeiro planeja, executa e registra suas ações. Essa metodologia dá visibilidade e independência ao trabalho da (o) enfermeira (o) como integrante da equipe de saúde. Ademais, o profissional que exerce suas funções assistenciais por meio da CE oferece qualidade à assistência prestada ao seu cliente. Tratando-se da puérpera, a falta de sistematização da assistência de enfermagem tende a manter inertes necessidades, que podem ter repercussões desfavoráveis ao estado de saúde da população feminina. Nesse cenário, a (o) enfermeira (o) no exercício de sua profissão precisa acompanhar as transformações dos modelos assistenciais ocorridas no sistema de saúde brasileiro. Tradicionalmente, o foco da atenção ao cuidado e à doença era curativo, atendia a demandas espontâneas, resultando em uma assistência menos contínua e distante da integralidade, pois tinha como centro o contexto hospitalar. Atualmente, busca-se atentar à família, na perspectiva da prevenção, promoção e recuperação da saúde. Considerando essa forma de atenção à saúde, o MS, por meio de suas políticas públicas, implantou em 1994, o Programa Saúde da Família (PSF) que posteriormente passou a ser chamado de Estratégia Saúde da Família (ESF). Surgiu a partir da experiência acumulada pelo Programa de Agentes Comunitários de 18 Saúde (PACS), com o propósito de superar o modelo tradicional de assistência à saúde, marcado pelos serviços hospitalares, no atendimento médico e na ação curativa (BRASIL, 2008). No contexto da ESF, a atenção à saúde é operacionalizada por meio do modelo assistencial de equipes multiprofissionais, com ênfase para as competências gerais e específicas do enfermeiro. Essa estratégia não se atem apenas a prevenção e tratamento de doenças, mas considera o indivíduo em sua singularidade, complexidade, integralidade e necessidade de inserção sociocultural (SILVA; LANDIM, 2012). Diante desse novo paradigma de reorganização da atenção básica à saúde, a (o) enfermeira (o) vem desempenhando um papel diferenciado na equipe a que pertence. A sua prática diz respeito a uma reestruturação e exige dele atuação sistematizada na integralidade do cuidado. Ademais, a partir da busca de conhecimentos em pesquisa, a (o) enfermeira (o) adquire subsídios que lhes conduzirão a novos processos de trabalho, novos modos de inserção nos espaços comunitários, bem como novas diretrizes na avaliação dos resultados desse modelo (TANNURE; PINHEIRO, 2011). A (o) enfermeira (o), por ter papel articulador nas equipes de saúde da família, é capaz de atuar como agente de mudança em busca da consolidação de novas práticas de saúde. Porém, essas práticas devem estar voltadas à integralidade das ações e comprometidas com as necessidades de saúde da população. Nessa perspectiva, faz-se necessário que o profissional atue, sobretudo no âmbito da educação, planejamento, organização e avaliação das ações de saúde e consulta de enfermagem (ARAÚJO, 2005; COLOMÉ; LIMA, 2006). Nesse sentido, a Enfermagem no transcurso das décadas buscou consolidar-se enquanto ciência. A profissão abandonou seu modo empírico de agir, avançou na profissionalização, organização e criação de conhecimentos que embasam a sua prática. No intuito de aprimorar a sua essência, o cuidado ao ser humano, tecnologias da assistência tem sido desenvolvidas com a finalidade de organizar e sistematizar as ações desempenhadas pela (o) enfermeira (o). Entretanto, as ações da Enfermagem na realidade das instituições de saúde são centradas basicamente no cumprimento de recomendações de outros 19 profissionais, principalmente, prescrições médicas. Os cuidados e os registros dos dados relativos ao receptor da atenção, muitas vezes, são delegados a outro membro da equipe de enfermagem que não o enfermeiro. Nessa linha de discussão, faz-se lembrar de que, ao longo do tempo, várias teorias têm sido desenvolvidas no âmbito da Enfermagem visando subsidiar sua prática. Assim, a partir da aplicação das teorias de enfermagem, dá-se o Processo de Enfermagem (PE). O PE é um instrumento metodológico utilizado para administrar o cuidado de enfermagem. Por meio dele, é possível identificar a necessidade do paciente que requeira intervenção profissional, como também, avaliar a sua eficácia (GARCIA; NÓBREGA, 2009). Ao utilizar o PE, a (o) enfermeira (o) assiste ao cliente, identifica os problemas de saúde e tem uma melhor direção em suas decisões. Além disso, confere identidade, autonomia profissional, respaldo legal de suas ações e maior vínculo entre o profissional, o indivíduo, a família ou a comunidade. Essa metodologia que norteia o trabalho do enfermeiro foi introduzida no Brasil em 1960, por Dra. Wanda de Aguiar Horta. Essa teórica definiu o PE como sendo [...] dinâmica das ações sistematizadas e inter-relacionadas, cujo foco é prestar assistência ao ser humano (HORTA, 2011, p.34). Com relação a essa forma de assistir, em 1971, Horta, apresentou as etapas do PE, as quais envolvem: histórico, diagnóstico, plano assistencial, prescrição, evolução e prognóstico de enfermagem, que passaram a partir de então a serem amplamente divulgadas. A recente atualização do livro Processo de Enfermagem, de Horta, realizada por Brigitta Castellanos, refere que, nos Estados Unidos, o PE é largamente utilizado e os serviços de auditoria valorizam sua aplicação e creditam às instituições que o adotam como metodologia. Entretanto, no Brasil, a implantação desse modo assistencial durante a consulta de enfermagem ainda é incipiente (HORTA, 2011). O PE organiza o trabalho profissional em três sentidos: metodológico, pessoal e instrumental. É norteador do cuidado e da documentação da prática do enfermeiro. Nesse sentido, em 15 de outubro de 2009, a Resolução 358/2009 determinou a implantação do PE em todas as unidades de saúde públicas e privadas, nas quais ocorre o cuidado profissional de enfermagem (COFEN, 2009). 20 Ainda com referência à Resolução nº 358/2009, o PE deve ser baseado em um suporte teórico que oriente a execução de suas cinco fases, cabendo à (ao) enfermeira (o) a liderança no desenvolvimento e avaliação deste. Do mesmo modo, a Resolução nº 429 de 2012 determina que na execução do PE o registro formal contemple um resumo dos dados coletados, os diagnósticos de enfermagem, as ações ou intervenções de enfermagem em decorrência dos diagnósticos identificados, bem como os resultados alcançados na assistência prestada à pessoa, família ou coletividade (COFEN, 2009; COFEN 2012). Quando realizado em instituições prestadoras de serviços ambulatoriais de saúde, domicílios, escolas, associações comunitárias, entre outros, o PE é denominado nesses ambientes como Consulta de Enfermagem (CE). Outrossim, o decreto nº 94.406/87, que regulamenta a Lei 7498/86, que dispõe sobre exercício da profissão de enfermagem, estabelece em seu Artigo 8°, inciso I, que a CE é uma atividade privativa do enfermeiro (COFEN, 1986; 1987). Porém, ainda não está totalmente implementada nas instituições de saúde sejam elas públicas ou privadas. Isto leva a acreditar que a CE não é valorizada como uma atividade importante na assistência à saúde. No cenário da atenção básica, a (o) enfermeira (o), ao exercer suas ações junto aos clientes da ESF, desenvolve diversas atividades. Dentre elas, destacamse: consultas de enfermagem, solicitação de exames complementares e prescrição de medicamentos, conforme as disposições legais da profissão e os protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo Ministério da Saúde, gestores estaduais, municipais ou Distrito Federal. Soma-se ainda, a assistência integral às pessoas e famílias e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (BRASIL, 2012b). Nesse âmbito, as bases de dados de produtividade da (o) enfermeira (o) na atenção básica têm demonstrado pouco registro que comprove a efetividade da prática desse profissional voltada para o cuidado. A Enfermagem é dotada de conhecimentos técnico-científicos e é capaz de assistir ao indivíduo, família ou comunidade nas ações educativas e de promoção à saúde de seus clientes. Por meio da CE, o profissional dá resolubilidade à assistência prestada ao usuário, e traz para si, um caráter profissional e define sua competência. Neste sentido, esforços 21 têm sido empreendidos no intuito de uniformizar a linguagem de enfermagem por meio da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®). Para tanto, faz-se necessário reunir os termos adotados com vistas a designar os fenômenos, as ações e os resultados pelos quais a (o) enfermeira (o) é responsável. Isto tem sido motivo de interesse de organizações nacionais e internacionais da profissão. No Brasil, frente à necessidade de uma proposta visando ao desenvolvimento de uma classificação, que descrevesse os elementos da prática de enfermagem na área de saúde coletiva, a Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) instituiu, em 1996,em parceria com o CIE, o Projeto de Classificação Internacional das Práticas de Enfermagem em Saúde Coletiva CIPESC® (ALBUQUERQUE; CUBAS, 2005). Concernente a este estudo, na construção do instrumento da SAE, utilizou-se a nomenclatura de diagnósticos e intervenções de enfermagem da CIPE® por se tratar de uma metodologia relevante para a (o) enfermeira (o) no seu exercício profissional. Também foram empregados os resultados do projeto CIPESC® desenvolvido em Curitiba por enfermeiras associadas à ABEn e os termos da nomenclatura CIPE® adotados por Garcia e Cubas (2012). Assim, a puérpera é vista de modo holístico em seu contexto biológico, familiar, social, econômico, emocional, afetivo e espiritual. Diante dos problemas encontrados, traçou-se a prescrição dos cuidados, objetivando atender as necessidades afetadas em nível de atenção básica. Pois, além de permitir uma linguagem uniformizada em âmbito da saúde, a CIPE® possibilita documentar os aspectos relativos à prática profissional e encontra-se relacionada com algumas fases do processo de enfermagem. Neste, destacam-se três componentes básicos para a classificação dessa prática: diagnósticos de enfermagem (estado do cliente, problemas, necessidades, potencialidades), intervenções (ações) e resultados. Outrossim, foi utilizado, como base na construção do instrumento, o Conjunto Internacional de Dados Essenciais em Enfermagem (CIDEE) que o divide em três categorias, quais sejam: Itens demográficos dos clientes, Itens do cuidado de enfermagem e itens do serviço (WERLEY et al., 1991). Entretanto, as necessidades psicobiológicas, psicossociais e psicoespirituais foram classificadas tendo como embasamento a Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Horta (TNHB) (HORTA, 2011). 22 Alguns aspectos despertaram o interesse em desenvolver este estudo, quais sejam: o período puerperal por ser uma fase de risco requer uma assistência qualificada tendo como base a melhoria das condições de saúde da mulher e família; a necessidade de desenvolver uma metodologia de assistência de enfermagem sistematizada à puérpera no âmbito da atenção básica; a lacuna bibliográfica existente acerca de instrumentos que norteiem a ação do cuidado de enfermagem à puérpera após a alta hospitalar. Dessa forma, considerou-se relevante a elaboração e validação de um instrumento com devido rigor científico que se apresente como documento da assistência de enfermagem à puérpera no âmbito das unidades básicas de saúde. Ressalta-se que a validação do referido instrumento foi de conteúdo e forma. Na concepção de Polit e Beck (2011), a validação de conteúdo aponta em que medida o instrumento possui itens suficientes para medir o construto específico e contemplar seu domínio. O estudo teve como objetivo construir um instrumento para documentação da assistência de enfermagem à puérpera no âmbito da atenção básica em saúde. Partiu-se da hipótese de que o nível de concordância acima de 70% entre as enfermeiras que fizeram parte do painel de especialistas validou o instrumento de assistência de enfermagem à puérpera após a alta hospitalar. Convém salientar que embora a proposta se caracterize como uma tecnologia da Enfermagem faz-se pertinente considerá-la na linha de pesquisa Vigilância Epidemiológica em Saúde, pois se trata de um documento que visa à sistematização da assistência à puérpera. Assim sendo, diferentes aspectos foram abordados na perspectiva da promoção da saúde e na prevenção de agravos à mulher no período puerperal. 23 Fonte: Amanda Greavette (2011) 2. Referencial teórico 24 A fundamentação teórica deste estudo foi elaborada com base nas alterações ocorridas no organismo da mulher durante o período pós-parto, no Modelo Conceitual de Horta - a Teoria das Necessidades Humanas Básicas, na Importância da Padronização de um Conjunto Internacional de Dados Essenciais em Enfermagem, na nomenclatura de diagnósticos/resultados e intervenções de enfermagem desenvolvida a partir da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®). 2.1. Período pós-parto O puerpério tem início após o parto e nele se desenvolvem todas as alterações involutivas e de recuperação da genitália materna, e a mulher retorna ao seu estado anterior à gravidez. Este período é dividido em três fases: imediato que corresponde ao período do 1º ao 10º dia pós-parto, tardio do 11º ao 25º dia, e remoto, de término impreciso (MONTENEGRO; FILHO, 2008). As transformações que ocorrem no puerpério têm a função de restabelecer o organismo da mulher à situação não gravídica. Estas ocorrem quanto aos aspectos anátomos-fisiológicos, aspectos psíquicos no estabelecimento da lactação, e também pela interação mãe-filho e familiares (OLIVEIRA; MONTICELLI; BRÜGGEMANN, 2002). Para apresentação das modificações do organismo materno durante o pós-parto, foram utilizadas fontes clássicas da área obstétrica (MONTENEGRO; FILHO, 2008; OLIVEIRA; MONTICELLI; BRÜGGEMANN, 2002; NEME, 1995; DELASCIO; GUARIENTO, 1987; ZIEGEL; CRANLEY, 1985). As alterações são com relação à: o Modificações locais: são as modificações que ocorrem na involução uterina e de recuperação da genitália materna. o Modificações gerais: são as que ocorrem de modo sistêmico no organismo materno. o Eventos Psicossociais: são os ajustamentos e adaptações psicossociais do puerpério. 2.1.1. Modificações locais - A involução uterina é a diminuição do tamanho do útero. Após a expulsão da placenta, o útero se contrai a fim de promover sua 25 hemostasia. A consistência uterina torna-se endurecida e de forma globosa. Ao término do parto, o útero é palpado entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical. Após algumas horas, situa-se à altura da cicatriz umbilical e, em torno de 12 dias, retorna à cavidade pélvica. A causa principal da involução é a queda dos níveis de estrogênio e progesterona, a qual desencadeia a liberação de enzimas proteolíticas no endométrio. Este processo é decorrente de autólise que transforma o material protéico das células endometriais em substâncias absorvidas e eliminadas pela urina. A quantidade das células é preservada, porém há redução do volume (tamanho) delas. A zona de inserção placentária se regenera em torno da sexta a oitava semana pós-parto, enquanto toda a espessura do endométrio, entre duas a três semanas. A involução torna-se mais lenta na ocorrência de polidrâmnio, gemelaridade, pós-cesárea, nas puérperas não lactantes e na presença de infecção. Nas mulheres que amamentam, a involução uterina é mais rápida devido ao reflexo úteromamário. Durante a amamentação ocorre a estimulação da região mamiloareolar e da glândula mamária pela liberação da ocitocina e pelas contrações uterinas. No pós-parto, ocorre a loquiação, as perdas sanguíneas que escoam pelo trato vaginal chamadas de lóquios. São secreções resultantes de exsudatos, transudatos, elementos descamados e sangue oriundos da ferida placentária, das lacerações da vagina e do colo ocorridas com a passagem do feto pela vagina. Os lóquios são classificados como vermelhos ou sanguinolentos (nos primeiros três a quatro dias de pós-parto); serosanguinolentos (do terceiro ou quarto dia até o décimo dia pós-parto); e serosos (após o décimo dia de puerpério). A quantidade de loquiação perdida durante a primeira semana pós-parto é de aproximadamente 500 ml. Tem odor característico, semelhante ao da menstruação e, na presença de odor fétido, sugere infecção. A vagina apresenta-se edemaciada, arroxeada, congestionada e dilatada durante as três semanas iniciais do puerpério. O epitélio vaginal se regenera em torno de seis semanas após o parto. Nas primíparas, os retalhos de hímem – carúncula himenal - são observados no introito vaginal. Na vulva é comum o apagamento dos pequenos lábios, o edema e a ocorrência de pequenas lacerações pela passagem do feto. O colo uterino apresenta-se flácido, lacerado e com bordas distensíveis. Estas lesões reduzem em sete dias, porém a cérvice não retorna às 26 condições pré-gravídicas. O orifício externo do colo, antes puntiforme, assume uma forma em fenda irregular e transversa. 2.1.2. Modificações gerais - Quanto ao estado geral da puérpera, esta pode apresentar ou relatar calafrios, febre, sede, cansaço físico ou fadiga, dificuldades em sentar ou caminhar nas primeiras horas de pós-parto. A temperatura sofre uma ligeira elevação até 38°C nos primeiros três dias em decorrência da migração de micro-organismos para a corrente sanguínea materna pelas soluções de continuidade havidas no canal do parto. Por ocasião da apojadura do leite, em torno do terceiro ou quarto dia de pós-parto, a temperatura também se apresenta elevada. A frequência do pulso está diminuída, em torno de 60 a 70 batimentos por minuto, entre seis a oito dias, como consequência da diminuição das contrações cardíacas e da redução do leito vascular após o parto. As mamas são os únicos órgãos que evoluem durante o puerpério, sendo, portanto, responsáveis pela lactação. Por ocasião do processo de aleitamento, tornam-se turgescentes, dolorosas, secretoras de colostro e posteriormente de leite. Na primeira semana, podem apresentar-se ingurgitadas, como consequência de um esvaziamento mamário insuficiente. Na ausência de cuidado imediato, a mama se avoluma ocasionando desconforto e dor nas puérperas, simulando um aspecto inflamatório. Em virtude de pega incorreta da aréola mamária pelo lactente, é comum o surgimento de fissuras que em alguns casos chegam a sangrar e desse modo dificultam ou até mesmo interrompem o aleitamento materno. O peso corporal da puérpera diminui, em média, cinco quilos logo após o parto pela perda com relação ao feto, a placenta, e líquido amniótico. Entre o sétimo e décimo dia pós-parto, a mulher perde em torno de três quilos devido à involução uterina, loquiação, diurese e sudorese. No sistema sanguíneo ocorrem alterações quanto à diminuição do volume sanguíneo pela perda sanguínea na dequitação, diminuição do número de hemácias, leucocitose, elevação das plaquetas, aumento da atividade fibrinolítica e aumento dos fatores de coagulação, o que predispõe à tromboflebite e embolia. Estas alterações retornam ao normal em torno de cinco dias a seis semanas pósparto. 27 As alterações no sistema urinário estão relacionadas com o aumento da capacidade da bexiga e diminuição da sensibilidade à pressão exercida pela urina. Esta se encontra edemaciada, hiperemiada e com atonia da musculatura da parede vesical. O meato urinário e os tecidos subjacentes podem apresentar edema, irritação e traumatismo. Todos estes fatores relacionados podem ocasionar dificuldade de micção, retenção urinária e incontinência urinária, que expõem a puérpera a risco de infecção urinária. Estas transformações tendem a regredir ou desaparecer em torno de seis a 12 semanas. Concernente ao sistema respiratório ocorre mudança da respiração costal superior para tóraco abdominal e desaparecimento da dificuldade respiratória como consequência da descompressão do diafragma após o parto. Com relação ao sistema tegumentar, há queda de cabelos, sudorese, enfraquecimento das unhas, que se tornam quebradiças. A hiperpigmentação da pele tem sua redução gradativa, bem como as estrias, antes de cor violácea, assumem uma cor esbranquiçada. As manifestações do sistema endócrino são com relação à queda brusca dos hormônios estrogênio e progesterona, acrescida da manifestação completa da prolactina, da ocitocina e dos corticoides. Estas alterações são fundamentais para a produção e ejeção láctea. Em virtude disso, o restabelecimento da fecundidade nas lactantes ocorre mais tardiamente que as não lactantes, em torno de seis semanas pós-parto, a depender ainda da frequência e duração da amamentação. Com o término da gestação, o estômago, o intestino delgado e o cólon retornam à sua posição anatômica. Isto favorece o esvaziamento mais rápido do estômago e retorno das funções intestinais. A obstipação intestinal é frequente neste período como consequência da morosidade intestinal da gestação, súbita perda da pressão intra-abdominal, relaxamento ou flacidez da parede abdominal, repouso físico e dieta, medo da puérpera em evacuar para não romper os pontos da epsiorrafia e da cicatriz de cesárea, bem como da presença de hemorroidas. 2.1.3. Eventos Psicossociais Durante o puerpério, transformações de ordem psíquica podem ocorrer em algumas mulheres. Para Ziegel e Cranley (1985), os eventos psicossociais 28 podem ser mais traumáticos que os eventos fisiológicos. Seus efeitos, quando presentes, são duradouros e afetam as mulheres e suas famílias. É necessário um período de três a quatro meses para o desenvolvimento e ajustamento psicossocial do puerpério. Nesta fase, a puérpera passa pela adaptação gradual de ser grávida, de não ser mais grávida e ser mãe ao mesmo tempo. As alterações da rotina familiar e a presença da criança requerem adaptações de todos os membros da família. Imediatamente após o parto, a mulher experiencia um momento de euforia, alegria e sensação de excitamento. Nos primeiros dias de pós-parto, é frequente a puérpera demonstrar uma passividade e dependência. É a fase de reabastecimento. Neste momento e por todo o puerpério, é necessário que receba atenção e educação para a saúde. As puérperas que não recebem apoio afetivo e social estão mais predispostas à inadaptação da maternidade. Na transição desta fase, a mulher assume gradualmente uma posição de independência. Os efeitos dolorosos começam a desaparecer e surge a readaptação física, falando-se em puérpera que vivenciou um parto normal, pois após uma cesariana a readaptação é mais lenta. É, nesta ocasião, que a puérpera quer assumir suas responsabilidades domésticas. É a fase de participação do puerpério. Nesse período, são comuns as alterações de humor. A responsabilidade de cuidar de uma criança e de toda a família, especialmente para as primíparas, pode tornar a puérpera ansiosa. Com o nascimento do filho, algumas mães consideram sua liberdade cerceada e sentem-se culpadas por isso. No puerpério, a família precisa reorganizar os papéis, o tempo e as prioridades. Apesar das demandas familiares e da maternidade, a fim de manter sua saúde psíquica, a mulher precisa encontrar um tempo para ela mesma. É importante nesta fase o apoio do companheiro, dos familiares e dos amigos. No retorno da vida sexual, o relacionamento do casal pode tornar-se tenso, principalmente se não tinha boa convivência antes da gestação e do parto. A mulher pode sentir algum desconforto pela dor da episiotomia e/ou hemorroidas, diminuição da lubrificação vaginal, cansaço, sono prejudicado e amamentação, que resultem em conflito por ocasião das relações sexuais. Os casais que não desejem engravidar precisam dispor de método contraceptivo, mesmo que esteja a mulher amamentando. 29 Diante das alterações impostas pelo período puerperal, a mulher tem suas necessidades humanas alteradas. Portanto, necessitam de adaptações, ajustes e assistência de profissionais da saúde, especificamente da Enfermagem, bem como de pessoas de seu convívio pessoal e familiar. As necessidades humanas e a metodologia da assistência de Enfermagem são demonstradas por Horta (1979, 2011) meio de seu modelo conceitual. 2.2. Modelo Conceitual de Horta 2.2.1. A Teoria das Necessidades Humanas Básicas Com o objetivo de descrever a Enfermagem como uma ciência, Horta, durante sua trajetória profissional de trinta anos, acumulou observações, aprendeu, estudou e refletiu. Isso fez com que desenvolvesse uma teoria segundo a qual pudesse explicar a natureza dessa profissão, definir seu campo de ação específico e sua metodologia científica. Afirmava que nenhuma ciência podia sobreviver sem uma filosofia própria. Embora estivesse imperceptível de maneira clara e escrita, a filosofia científica é percebida quando todos os cientistas estão ligados entre si por uma unidade de pensamento comum. Nesse sentido, a Enfermagem como um dos ramos do conhecimento humano não pode prescindir de uma filosofia que lhe conceda bases para o seu desenvolvimento enquanto ciência. Filosofar segundo Horta é pensar a realidade, é uma interrogação. Na sua concepção, apesar de existirem diversos conceitos de filosofia, todos têm em comuns três pontos: o ser, o conhecer e a linguagem (HORTA, 2011). Na Enfermagem, distinguem-se os três Seres: o Ser-Enfermeiro, o SerCliente ou Paciente, o Ser-Enfermagem. Nesse sentido, o Ser-Enfermeiro é um ser humano que assume o compromisso com a Enfermagem. Então, a partir dessa responsabilidade com a profissão, esse ser adquire conhecimentos e habilidades tornando-se enfermeiro, cuja sanção é dada pela sociedade que lhe outorga o direito de cuidar de gente. Por sua vez, o Ser-Cliente ou Paciente pode ser um indivíduo, família ou comunidade que necessita de cuidados de outros seres humanos. O SerEnfermagem é um ser abstrato que se manifesta na interação e transação do SerEnfermeiro com o Ser-Cliente ou Paciente (HORTA, 2011). 30 No dizer de Horta, o Ser-Enfermeiro, para alcançar os níveis mais elevados do Ser-Enfermagem, subtranscende e atinge sua plenitude de ação, ou seja, ele vai além da obrigação do fazer. É estar comprometido e engajado na profissão. Do mesmo modo, quando se envolve com a pessoa a ser cuidada, por conseguinte, se deixa usar terapeuticamente, visto oferecer calor humano a outrem. É viver a cada momento como o mais importante de sua profissão, isto é, aquele em que o (a) enfermeira (o) ajuda um novo ser a vir ao mundo, a crescer, como também o assiste durante a morte. (HORTA, 2011). O Ser-Enfermeiro tem como objeto assistir às necessidades humanas do indivíduo, os entes da Enfermagem. Essa assistência ocorre em qualquer fase do ciclo vital do ser humano. A Enfermagem caracteriza-se como ciência quando descreve os entes, explica-os, relaciona-os entre si e prediz sobre eles. Partindo desses conceitos, a Enfermagem busca desvelar o ser humano, seja ele indivíduo, família ou comunidade. Para Horta, a Enfermagem constitui-se como ciência, pois os fenômenos que estuda são reais e experimentáveis. As teorias existentes exprimem relações necessárias entre os fatos e os atos; além de que suas conclusões probabilisticamente explicam as ciências hermenêuticas, as empírico-formais e a formal ou positiva, como a física. Entretanto, a teórica reconhece a Enfermagem carente de um conjunto de conhecimentos organizados e sistematizados (HORTA, 2011). Comprometida com uma sistematização da assistência de enfermagem, Horta desenvolveu a TNHB. Esse modelo conceitual põe em foco e engloba leis que regem os fenômenos universais, quais sejam: lei do equilíbrio (homeostase ou homeodinâmica), na qual o universo se mantém em equilíbrio dinâmico entre seus seres; lei da adaptação, todos os seres interagem buscando forma de ajustamento para se manter em equilíbrio e a lei holística. Nessa visão, o universo é um todo, o ser humano é um todo, a célula é um todo e não a soma das partes formadoras de cada ser (HORTA, 2011). Para seu trabalho, Horta respaldou-se em teorias de Enfermagem elaboradas por enfermeiros norte-americanos, quais sejam: “teoria da homeostase” de MacDowell, “teoria holística” de Levine, “teoria da adaptação” de Roy, “teoria de King” e a “teoria de Rogers” (CIANCIARULLO, 1987). A TNHB foi desenvolvida a partir da teoria da motivação humana de Maslow que se fundamenta nas necessidades humanas básicas. Na teoria em 31 questão, a Enfermagem reconhece o ser humano como parte integrante do universo, sujeito a estados de equilíbrio e desequilíbrio. É agente de mudança, como também a causa de equilíbrio e desequilíbrio em seu próprio dinamismo. Os desequilíbrios geram no ser humano necessidades que, se não atendidas ou atendidas inadequadamente, trazem desconforto que, se prolongado, se torna causa de doenças (HORTA, 2011). Ainda com relação à TNHB, no cuidado ao ser humano, devem-se considerar seus entes concretos. No caso da Enfermagem, esses entes são as necessidades humanas básicas, cujos conceitos não satisfazem plenamente quanto ao seu significado. Horta as define como sendo estados de tensões, conscientes ou inconscientes, resultantes dos desequilíbrios homeodinâmicos dos fenômenos vitais (HORTA, 2011. p. 38). As necessidades não se manifestam em condição de equilíbrio, porém estão latentes e surgem a depender de estado de desequilíbrio em que porventura se apresente. Essa situação ao se manifestar leva à necessidade de uma resolução. As necessidades básicas são universais e comuns a todos os seres humanos. Suas manifestações bem como a maneira de satisfazê-las variam em cada indivíduo. Na elaboração da TNHB, Horta utilizou, como suporte teórico, a teoria da motivação humana nas necessidades humanas básicas de Maslow. Estas foram hierarquizadas por ele em cinco níveis: necessidades fisiológicas, de segurança, de amor, de estima e de autorrealização. Para o teórico, o indivíduo só procura satisfazer as necessidades seguintes quando conseguem satisfazer, ainda que minimamente, as necessidades anteriores. No entender de Maslow, no ser humano, é inexistente a plena e permanente satisfação de uma necessidade, pois, assim ocorrendo, não haveria mais motivação individual (HORTA, 2011). Na sua hierarquia das necessidades humanas básicas, Horta utilizou a denominação de João Mohana para os níveis dos instintos psíquicos: necessidades de nível psicobiológico, psicossocial e psicoespiritual (Quadro - 1). Os dois primeiros níveis são comuns a todos os seres vivos. Entretanto, as necessidades espirituais são inerentes apenas ao ser humano. Essas são inter-relacionadas, ao fazerem parte do ser humano que é um todo indivisível, um ser holístico (HORTA, 2011). 32 Quadro 1 - Classificação das necessidades humanas básicas de Horta Necessidades psicobiológicas Necessidades Psicossociais Oxigenação Segurança Hidratação Amor Nutrição Liberdade Eliminação Comunicação Sono e repouso Criatividade Exercício e atividades físicas Aprendizagem (educação à saúde) Sexualidade Sociabilidade Abrigo Recreação Mecânica Corporal Lazer Motilidade Espaço Cuidado corporal Orientação no tempo e no espaço Integridade cutaneomucosa Aceitação Integridade física Auto-realização Regulação: térmica, hormonal, neurológica, Autoestima hidrossalina, eletrolítica, imunológica, Participação crescimento celular, vascular Autoimagem Locomoção Atenção Percepção: olfatória, visual, tátil, gustativa, dolorosa Ambiente Terapêutica Necessidades Psicoespirituais: religiosa ou teológica, ética ou de filosofia de vida FONTE: HORTA (2011) 2.2.2. A Teoria das Necessidades Humanas segundo Garcia e Cubas (2012). Em virtude de sua morte prematura, aos 55 anos de idade, a Dra. Wanda Horta foi impossibilitada de realizar o aprimoramento e a validação de sua teoria. Alguns estudiosos a usam até os dias atuais em diversos trabalhos, cenários de prática e ensino. Nesse sentido, uma reformulação na ordem e títulos de algumas necessidades humanas propostas por Horta foi realizada por Benedet e Bub (2001), a fim de promover um ajustamento aos conceitos e princípios estabelecidos pela teórica. Recentemente foram realizadas adequações de alguns aspectos relacionados com as NHB por Garcia e Cubas (2012). Houve alteração quanto ao número, nos títulos e na forma e/ou conteúdo de suas definições. Esta nova classificação foi utilizada neste estudo, por se considerar que apresenta mais correspondência com as necessidades atuais do ser humano - (Quadro - 2). Esse ajuste teve como propósito adequar um referencial que contribuísse na aplicação dos diagnósticos, das intervenções de enfermagem e resultados. Neste sentido, foram estabelecidas prioridades, conciliando as necessidades orgânicas de sobrevivência com as dos grupos de necessidades psicossociais e psicoespirituais. Conforme as autoras supracitadas, a aplicação do PE requer embasamento de uma 33 teoria, que por sua vez precisa estar orientada por outra teoria. No entanto, para que isto ocorra, sua definição precisa estar apresentada de modo que seja compreendida e assimilada por quem a utiliza. Quadro 2 - Classificação das necessidades humanas segundo Garcia e Cubas, 2012 Necessidades psicobiológicas Necessidades Psicossociais Oxigenação Comunicação Hidratação Gregária Nutrição Recreação e lazer Eliminação Segurança emocional Sono e repouso Amor, aceitação Atividade física Autoestima, autoconfiança, autorrespeito Sexualidade e reprodução Liberdade e Participação Segurança física e do meio ambiente Educação para a saúde e aprendizagem Cuidado corporal e ambiental Autorrealização Integridade física Espaço Regulação: crescimento celular e Criatividade desenvolvimento funcional Garantia de acesso à tecnologia Regulação vascular Regulação térmica Regulação neurológica Regulação hormonal Sensopercepção Terapêutica e de prevenção Necessidades Psicoespirituais: Religiosidade e espiritualidade Fonte: GARCIA; CUBAS (2012) Assistir o ser humano, no entender de Horta (2011), é fazer por ele aquilo que ele não pode fazer por si mesmo. É ajudá-lo quando impossibilitado de se autocuidar; orientar ou ensinar; supervisionar e encaminhar a outros profissionais quando necessário. Dessa forma, o enfermeiro exerce suas funções na área de atuação específica que consiste em assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas e ensinar o autocuidado. Enquanto isso, a interdependência visa à manutenção, promoção e recuperação da saúde. Relativo à função social, as atividades residem no ensino, pesquisa, administração, responsabilidade legal e participação na associação de classe. A partir do estudo das NHB, foram estabelecidos dois eixos, quais sejam, a Enfermagem é um serviço prestado ao ser humano; a Enfermagem é parte integrante da equipe de saúde. Na proposta de Horta (2011, p. 30), a Enfermagem é conceituada como ciência e arte de assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas, de torná-lo independente desta assistência, quando possível, pelo ensino do autocuidado, bem como de recuperar, manter e promover a saúde em colaboração com profissionais. Esta profissão respeita e mantém a unicidade, autenticidade e individualidade do ser 34 humano, pois assiste o indivíduo e, não, a sua doença. Alem disso, reconhece o homem como membro de uma família, de uma comunidade e participante ativo no seu autocuidado. Convém ressaltar que todo o cuidado de enfermagem é preventivo, curativo e de reabilitação. Em virtude dessa compreensão, a Enfermagem necessita desenvolver sua metodologia de trabalho fundamentada em um método científico, tecnologia essa denominada de Processo de Enfermagem. No contexto dessa tecnologia, o cuidado é o foco da Enfermagem. Tratase de um processo interativo não realizado apenas pelo uso de equipamentos e saberes estruturados, pois suas ações se configuram como intervenções, relações e subjetividades. O PE, embora possua a mesma elaboração e efetivação, tem aplicação que depende de quem o executa, do referencial teórico adotado e das perspectivas predominantes no ambiente do cuidado (AMANTE et al., 2010). 2.3. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 2.3.1. Processo de Enfermagem O PE é uma metodologia científica que organiza a prestação do cuidado de Enfermagem. Além disso, favorece a implementação de uma teoria na prática, e sistematiza a assistência de enfermagem (SAE). É um método de trabalho que organiza, direciona e melhora a qualidade da assistência, trazendo visibilidade e proporcionando segurança para a equipe de enfermagem (MEDEIROS; SANTOS; CABRAL, 2012, p. 174). Os estudos sobre a SAE se destacaram no Brasil, após o Decreto-lei 94.406/87, que regulamenta o exercício da profissão de Enfermagem e define como atividade privativa do enfermeiro, entre outras, a prescrição de enfermagem. Entretanto, surgiram inquietações a respeito de como pode o (a) enfermeiro (a) realizar uma consulta sem um método científico e prescrever sem antes conhecer as necessidades do paciente ou cliente (NÓBREGA; SILVA, 2009; TANNURE; PINHEIRO, 2011). Alguns termos têm sido utilizados ora como sinônimos e ora como diferentes definições para o PE - metodologia da assistência e sistematização da assistência. Considera-se que estes termos têm significados distintos. A SAE é uma 35 metodologia institucional, na qual a organização das atividades de enfermagem interfere diretamente na implantação e implementação do PE. Vale salientar que o processo é único. Entretanto, pode modificar-se à luz do referencial teórico utilizado. O PE é a metodologia da assistência de enfermagem proposta por cada uma das teóricas de Enfermagem para o trabalho processual (FULY, 2008). Para Horta (2011, p. 34), o processo de enfermagem é a dinâmica das ações sistematizadas e inter-relacionadas, cujo foco é prestar assistência ao ser humano. As etapas do PE são representadas graficamente por um hexágono, cujas faces são vetores biorientados. No centro estão o indivíduo, a família e a comunidade (Figura 1). No que concerne aos seus componentes, Horta propôs seis etapas: histórico de enfermagem, diagnóstico de enfermagem, plano assistencial, prescrição de enfermagem, evolução e prognóstico (HORTA, 2011). Embora estejam divididas didaticamente, estas fases estão inter-relacionadas e ocorrem concomitantemente (BUB; BENEDET, 2001). Figura1 - Etapas do Processo de Enfermagem Fonte: Horta (2011) Salienta-se que Horta não teve a oportunidade de desenvolver e atualizar seu modelo assistencial. Desde então, o PE passou a ser utilizado de forma parcial por grupos de profissionais e, no decorrer dos tempos, as fases plano de cuidados e prognóstico foram suprimidas. Assim sendo, atualmente contempla cinco etapas: investigação, coleta de dados ou histórico de enfermagem, diagnóstico de 36 enfermagem, planejamento, implementação e avaliação (CAMPEDELLI et al., 1992; CARVALHO et al., 2007; COFEN, 2009). Independentemente da metodologia utilizada, o PE é um método científico que proporciona condições para individualizar e administrar a assistência, possibilitando, assim, uma maior integração entre o profissional, o indivíduo, família, comunidade e a equipe de saúde. Como resultado, gera efeitos positivos na melhoria da qualidade da assistência prestada ao cliente/paciente. Conforme Horta (2011), o histórico de enfermagem, primeira etapa do PE, originalmente chamado de Anamnese de Enfermagem, foi inserido em 1965 na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo e posteriormente substituído por considerar-se a aproximação com a anamnese médica. No sentido de viabilizar essa etapa, é utilizado um roteiro sistematizado para o levantamento de dados do paciente/cliente, o qual fornece condições de identificar os problemas de enfermagem. Este deve ser conciso, individualizado, sem repetições, claro, preciso, além de dispor de informações que possibilitem prestar cuidado ao indivíduo. Essa etapa inicial do PE é fundamental, pois dela depende todo o planejamento da assistência de enfermagem. Esta fase permite a interação enfermeiro-paciente, leva à pesquisa, conduz ao diagnóstico de enfermagem e determina prioridades, orientações e observações posteriores. Alguns fatores interferem na elaboração do histórico como aqueles relacionados com o paciente/cliente, idade, gênero, cultura, escolaridade, tempo de permanência no hospital e padrões de comunicação. Além desses, existem os fatores que guardam relação com os profissionais como, despreparo da (o) enfermeira (o) no atendimento ao paciente/cliente, necessidade de autoconhecimento e tempo disponível na aplicação do histórico. Quanto à instituição e ao serviço de enfermagem, também são encontradas dificuldades inerentes à filosofia profissional e institucional, a qual deve ser centrada no cuidado do paciente e na quantidade e qualidade do pessoal que presta este cuidado. O diagnóstico de enfermagem é a segunda etapa do PE. Nesta fase, analisam-se os dados coletados no histórico e são identificados os problemas de enfermagem. Estes levam ao conhecimento das necessidades básicas afetadas. Por ocasião do diagnóstico, é determinado pela (o) enfermeira (o) o grau de 37 dependência deste atendimento em natureza e extensão. De acordo com a definição da dependência, o profissional toma decisões quanto ao tipo de cuidado de que o cliente necessita. Segundo o Conselho Internacional de Enfermeiros (CIE), o Diagnóstico de Enfermagem (DE) consiste em um enunciado que representa o estado, problemas, necessidades ou forças tidas como objetos de intervenções de enfermagem (CIE, 2007). A terceira etapa do PE é o plano assistencial. Esta determina a assistência de enfermagem a ser recebida pelo indivíduo mediante o diagnóstico estabelecido. Para tanto, examina-se os problemas de enfermagem, as necessidades afetadas e o grau de dependência. Dentre as etapas do PE, encontra-se o plano de cuidados ou prescrição de enfermagem. Nessa fase, é elaborado um roteiro diário que coordena a ação da equipe de Enfermagem nos cuidados a serem aplicados ao ser humano em suas necessidades afetadas. A prescrição deve ser concisa, clara, específica e checada após serem realizadas as intervenções. Como quinta etapa, encontra-se a evolução de enfermagem, representada por um relatório diário ou periódico das alterações que ocorrem no ser humano enquanto estiver sob a assistência de enfermagem. De acordo ainda com Horta (2011), o prognóstico de enfermagem é a sexta etapa do PE. É a estimativa da capacidade do ser humano em atender suas necessidades básicas após a implementação do plano assistencial. Consiste em um meio de avaliação da metodologia em todas as suas fases a fim de chegar a uma conclusão. Utilizando-se da metodologia do PE, a (o) enfermeira (o) desenvolve sua criatividade e sensibilidade, de forma sistemática e contínua. Identifica a quantidade e a qualidade do cuidado de Enfermagem necessário para auxiliar na vivência do processo saúde-doença do indivíduo. Considera-se que no uso do entrelaçamento de diversos saberes, a escolha por este ou aquele cuidado, os passos do PE a (o) remetem para o raciocínio científico, pois demanda do profissional, observação, elaboração de hipóteses, ação e avaliação da assistência (AMANTE et al.,2010). Em alguns cenários de prática e de ensino da Enfermagem, o PE não é utilizado em virtude do tempo a ser dispensado pelo profissional, bem como a quantidade de informação necessária a sua aplicabilidade. Entretanto, outra forma 38 de implementar a SAE se deu com a Padronização de um Conjunto Internacional de Dados Essenciais em Enfermagem por meio de enfermeiras norte-americanas. Surgiu a partir da necessidade de informatizar e reunir os dados essenciais dos usuários dos serviços de saúde, sem comprometer a qualidade da assistência prestada. 2.3.2. Padronização de um Conjunto Internacional de Dados Essenciais em Enfermagem Com o avanço científico e tecnológico, a Enfermagem tem ampliado sua prática, partindo do cuidado individual dos seres humanos nas clínicas, enfermarias até a administração dos serviços de saúde em todos seus níveis de complexidade. Porém, enfrenta desafios para estabelecer uma base sólida de conhecimentos. Enquanto prestador de serviço à população, a (o) enfermeira (o) depende de informações exatas e em tempo real para organizar e administrar o cuidado ao paciente/cliente com qualidade. Por sua vez, a informação é gerada por dados, indispensáveis na elaboração e registro do PE (MARIN, 2005; 2006; 2007). Todavia, a inexistência de um consenso sobre quais dados devem ser coletados favoreceu a utilização de instrumentos extensos e volumosos. A esse respeito, Marin, Barbiere e Barros (2010, p. 252) dizem que, “nem sempre a premissa dado coletado é dado tratado” tem sido utilizada. Além do mais, as instituições de saúde coletam e depositam amplo volume de subsídios em bancos, arquivos e base de dados. Assim sendo, desconhece-se o quanto dessa informação é processado e retorna à prestação do cuidado na perspectiva de dirigir a tomada de decisão do profissional. Relativo ao sistema de informação admitem que sua utilidade dependa do acesso aos dados e consequente interpretação desses. Tais sistemas constituem um conjunto de ferramentas que apoiam a assistência de enfermagem, servindo de base para avaliar, planejar e implementar as ações da (o) enfermeira (o) no contexto da assistência. Porém, nem sempre a documentação está disponível, embora haja o reconhecimento da importância de definir os dados e determinar a informação útil que garanta a continuidade da assistência. Esta ausência de dados específicos pode estar relacionada com a falta de um acordo entre as (os) enfermeiras (os) sobre um conjunto de dados que seja 39 claro, definido, validado, confiável e padronizado (SILVEIRA; MARIN, 2006; MARIN; BARBIERE; BARROS, 2010). Nesse sentido, foi empreendido um esforço com o objetivo de estimular os enfermeiros quanto à informatização de dados e dos serviços de enfermagem. Para isso, em 1977, na Escola de Enfermagem da Universidade de Illinois, em Chicago, foi realizada uma conferência de Enfermagem sobre Sistemas de Informação. Na época, não houve interesse do grupo em prosseguir com a iniciativa. Porém, mais tarde, em 1985, o assunto foi novamente abordado em uma Conferência denominada Nursing Minimum Data Set - NMDS (Conjunto Internacional de Dados Essenciais em Enfermagem- CIDEE) na Escola de Enfermagem da Universidade de Wisconsin-Milwaukee. Participaram do referido evento um grupo de consenso constituído de 64 enfermeiros especialistas em várias áreas; especialistas em políticas de saúde; especialistas em registros de dados em saúde e sistema de informação; proprietários de instituições privadas ou públicas, bem como profissionais com conhecimento anterior sobre desenvolvimento do conjunto de dados essenciais de saúde (WERLEY et al., 1991). A partir do conceito de Conjunto de Dados Mínimos Uniformes em Saúde, construiu-se a definição do CIDEE: conjunto mínimo de elementos de informação, categorias e definições uniformes, relacionadas à dimensão específica da enfermagem, que atende às necessidades de informação de vários usuários no sistema de saúde (WERLEY, et al. 1991, p. 422). A proposta do CIDEE tem por objetivos: estabelecer um mecanismo que facilite a comparação dos dados de enfermagem entre populações, clínicas e diversos contextos; descrever os cuidados de enfermagem prestados aos seus clientes e familiares; projetar ou demonstrar tendências dos cuidados de enfermagem com a finalidade de aprovisionar recursos para indivíduos ou populações. Além disso, fornecer dados sobre cuidados de enfermagem de maneira que influencie e facilite as tomadas de decisões em políticas de saúde, bem como estimular a pesquisa (WERLEY, et al. 1991). O CIDEE é composto por 16 itens, divididos em três categorias: Itens demográficos dos pacientes ou clientes (identificação pessoal, data de nascimento, sexo, raça, etnia, residência); itens do cuidado de enfermagem (diagnóstico, intervenção, resultados e intensidade do cuidado prestado); e itens do serviço (número da agência do serviço de saúde, número do registro único de saúde do cliente ou paciente, número do registro único do profissional que prestou o cuidado 40 de enfermagem, data de admissão, data da alta, dados de encaminhamento do paciente ou cliente, dados sobre o tipo de pagamento pelo serviço prestado). São notórios os benefícios oriundos da utilização do CIDEE para a profissão de enfermagem. Tais benefícios se dão por meio do aperfeiçoamento de dados visando à avaliação da qualidade do cuidado, da assistência prestada, do gerenciamento, da pesquisa, da educação e da política dos cuidados em saúde (WERLEY et al., 1991; SILVEIRA; MARIN, 2006; MARIN; BARBIERE; BARROS, 2010). Um resumo esquemático na Figura - 2 descreve como se caracterizam as categorias do CIDEE. Figura 2 - Resumo esquemático da caracterização das categorias do CIDEE de acordo com Werley e Lang, 1988 Elementos demográficos do paciente ou cliente Elementos do cuidado de enfermagem Elementos do serviço • São caracterizados pela identificação dos aspectos individuais e da população a que pertence. • Diagnóstico de Enfermagem: são documentados pela resposta real ou potencial do paciente ou cliente a problemas de saúde nas dimensões biológica, sociológica, psicológica e espiritual. • Intervenção de Enfermagem: incluem as ações para beneficiar o paciente ou cliente, pelas quais o trabalho do enfermeiro pode ser medido ou quantificado. • Resultados de Enfermagem: incluem os aspectos do estado de saúde do paciente ou cliente que são influenciados pela intervenção de enfermagem. • Intensidade: compreendem o total de horas do cuidado de enfermagem e a equipe envolvida, bem como os recursos materiais consumidos pelo paciente ou cliente durante o cuidado prestado. • São aquelas informações que ligam o profissional ao cuidado com o local do serviço de saúde, e que resultam as informações específicas ao longo do tratamento. 41 Diante da importância do uso do CIDEE no cotidiano dos profissionais e no cuidado ao paciente ou cliente, faz-se necessário, na sua implantação, o uso de uma terminologia comum à prática de enfermagem. Nessa perspectiva, é imprescindível a organização dos dados essenciais com o objetivo de facilitar a documentação de enfermagem e a construção de um banco de dados organizados (MARIN, BARBIERE, BARROS, 2010). O Conselho Internacional de Enfermeiros (CIE), com a finalidade de descrever o elemento cuidado de enfermagem, desenvolveu uma linguagem padronizada para a profissão denominada de CIPE®. Essa classificação é um sistema fundamentado numa linguagem comum, vinculados aos elementos centrais da prática de enfermagem: diagnóstico, intervenções e resultado. Para o estudo em apreço, utilizou-se a classificação baseada na CIPE® de acordo com Garcia e Cubas (2012) e a terminologia proposta pela Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem em Saúde Coletiva (CIPESC®), tendo em vista se tratar da assistência à puérpera no âmbito da atenção básica. 2.3.3. Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem A construção de sistemas de classificação de enfermagem surge como uma necessidade de uniformizar e padronizar uma linguagem técnica, de modo que o profissional de enfermagem a utilize no seu processo de trabalho. Esse sistema é constituído de vocabulário especial com termos inerentes à profissão e expressem o mesmo significado. Nesse sentido, durante o 19º Congresso Quadrienal do Internacional Council of Nurses (ICN), realizado em 1989, em Seul-Korea, foi apresentada uma proposta de classificação internacional dos elementos da prática de enfermagem. O documento tinha como justificativa a inexistência de um sistema que conduzisse o (a) enfermeiro (a) a uma linguagem específica para a profissão (NÓBREGA et al., 2003; NÓBREGA; GUTIÉRREZ, 2000). Desse congresso, surgiu a Classificação Internacional para a Prática da Enfermagem (CIPE®), em cujo processo de desenvolvimento foram elaboradas várias versões. Em 1996, o CIE publicou a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem - Versão Alfa: um marco unificador, com a Classificação de Fenômenos de Enfermagem e a Classificação de Intervenções de Enfermagem, com o objetivo de estimular comentários, observações, críticas e recomendações de 42 ajuste, bem como iniciar um processo de retroalimentação com vistas ao seu aperfeiçoamento. Nesta evolução, em 1999, foi divulgada a CIPE® Versão Beta, durante as comemorações do centenário do CIE. Nesse caminhar no ano de 2001, lançou-se a CIPE® Versão Beta 2; e em 2005, a CIPE® Versão 1.0. Em maio de 2011 o ICE apresentou a versão CIPE® 2011 (GARCIA; NÓBREGA, 2009; ICN, 2011). O ICN anunciou, em 2013, o lançamento de uma nova versão da CIPE®. Nesta, houve um aumento de 15% em relação a 2011 no que diz respeito a diagnósticos e demonstrações de resultados, bem como um aumento de 50% relativo às intervenções. Até o momento, a CIPE® já foi traduzida em 14 idiomas (OE, 2013). A CIPE® é um instrumento de informação que representa a prática de enfermagem em linguagem universal, possibilita a comparação de dados entre populações, estimula a realização de pesquisas, influencia a educação em Enfermagem, bem como as políticas de saúde. Assim sendo, faz-se necessário empregar termos que possam reproduzir um universo único de conhecimentos, propiciando desse modo uma comunicação clara, precisa, objetiva, e bem compreendida pelos profissionais que compõem a equipe de enfermagem (NÓBREGA; SILVA, 2009). E ainda contribui no gerenciamento dos elementos críticos durante a documentação da prática de enfermagem (CIE, 2007). Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a CIPE® é a única classificação de enfermagem aceita como relacionada com a família de classificação da CID. Esta vem sendo utilizada em diversos países, com a finalidade de proporcionar o estabelecimento de uma linguagem comum, que represente os conceitos e os cuidados da prática de enfermagem. Diversos países têm desenvolvido projetos com a missão de apoiar o desenvolvimento contínuo da CIPE ® e promover o seu uso na prática clínica, na educação e na pesquisa em enfermagem. Essa empreitada visa ao fortalecimento e à ampliação dos propósitos da profissão na assistência, na educação e na pesquisa (NÓBREGA, 2011). Convém ressaltar que, no contexto dessas contribuições, a ABEn, entre os anos 1996 e 2000, desenvolveu o Projeto de Classificação Internacional das Práticas de Enfermagem em Saúde Coletiva no Brasil - CIPESC®. Esta proposta está em consonância com a versão beta da CIPE®. O documento é uma contribuição brasileira à CIPE® e teve como resultado um inventário vocabular no campo da Saúde Coletiva. É um instrumento que visa apoiar a sistematização da prática 43 assistencial, gerencial e de investigação do (a) enfermeiro (a). Também é reconhecido pelo potencial pedagógico na formação e qualificação de enfermeiros (as) comprometidos (as) com o SUS. A CIPE® possui termos que podem expressar as práticas de enfermagem ancoradas na compreensão do processo saúde-doença, resultante da forma de como a sociedade e os grupos sociais se organizam em termos de suas condições de trabalho e de vida (CUBAS; EGRY, 2008; NÓBREGA, 2011; NICHIATA et al., 2012). Esta iniciativa teve como ponto de partida a preocupação com a invisibilidade do trabalho da Enfermagem decorrente da inexistência de dados que expressem claramente - no coletivo e no individual - os objetos do trabalho profissional. O projeto CIPESC® teve como propósitos: estabelecer a classificação da prática de enfermagem em saúde coletiva no Brasil; revisitar as práticas de enfermagem em saúde coletiva no país, diante da implantação do SUS; construir um sistema de informação da prática de enfermagem em saúde coletiva que permita a sua classificação, troca de experiências e interlocução nos níveis nacional e internacional (ALBUQUERQUE; CUBAS, 2005). A CIPESC® é precursora na documentação da prática da Enfermagem na atenção básica de saúde. No entanto, sua aplicabilidade e estruturação da SAE dependem do envolvimento do profissional na realização de cuidados no cotidiano do serviço. Soma-se a isso a solução dos problemas mediante as necessidades biológicas, psicológicas e sociais do indivíduo, família e da coletividade (NÓBREGA; GARCIA, 2005; BARROS; CHIESA, 2007). Frente a diversidade dos termos utilizados na Enfermagem, acredita-se que a CIPESC®, por ser um instrumento para a padronização da linguagem de Enfermagem em Saúde Coletiva, contribui com a sistematização da assistência na atenção básica (NICHIATA et al., 2012). É esperado na utilização da CIPE® que os profissionais de enfermagem consolidem suas práticas nas diretrizes e ações desenvolvidas no SUS. Além disso, possam identificar, validar a linguagem de enfermagem, bem como disseminar as informações acerca da prática profissional com qualidade nos serviços de saúde (TANNURE; PINHEIRO, 2011). A quantificação dos resultados obtidos na assistência de enfermagem, embora se faça presente, não é realidade no cotidiano do (a) enfermeiro (a). Porém, a partir de sistemas informatizados, é possível evidenciar a qualidade da assistência, como também as informações reunidas e interpretadas que respaldam o processo 44 decisório das instituições. Tais decisões dirigem o quadro de funcionários e determinam os custos com relação aos cuidados prestados aos pacientes/clientes. Adotar uma linguagem universal trará, portanto, benefícios para a Enfermagem, como visibilidade na equipe de saúde, melhoria na qualidade da assistência e reconhecimento profissional. 45 Fonte: Amanda Greavette (2011) 3. Metodologia 46 3.1. Tipo de estudo Estudo não experimental, do tipo metodológico. Este tipo de delineamento permite investigar métodos de obtenção e organização de dados, a partir do desenvolvimento, da validação e da avaliação de instrumentos que sejam confiáveis, precisos e utilizáveis por outros pesquisadores (POLIT; BECK, 2011). 3.2. Elaboração do instrumento para Consulta de Enfermagem à puérpera na atenção básica Os instrumentos são ferramentas importantes, pois conduzem de maneira segura qualquer atividade profissional. Assim sendo, a assistência de enfermagem, requer direção, sistematização, organização e embasamento científico. Esses requisitos podem encontrar subsídios nas teorias de enfermagem (HERMIDA; ARAÚJO, 2006). Mediante o propósito deste estudo, o instrumento foi estruturado de acordo com as fases do processo de enfermagem, preconizado pelas Resoluções do COFEN nº 358/2009 e 429/2012 que determinam a utilização das fases do PE nas unidades de saúde, quais sejam, coleta de dados, diagnósticos de enfermagem, ações e intervenções de enfermagem e resultados esperados/alcançados, bem como o registro formal delas. Foram utilizados como referenciais teórico-analíticos os indicadores empíricos - problemas - das Necessidades Humanas Básicas de Horta (NHB) afetadas pelo puerpério a partir da revisão de literatura e do consenso do Grupo Focal; o conceito de Conjunto Internacional de Dados Essenciais de Enfermagem (CIDEE); a Nomenclatura de diagnósticos e intervenções de enfermagem, a qual foi desenvolvida a partir dos resultados da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®). Para a construção do instrumento de consulta de enfermagem, o percurso metodológico deste estudo constou de cinco fases: 1. Identificação dos indicadores empíricos (IES), realizada mediante a revisão integrativa da literatura científica; 2. Avaliação da primeira versão do instrumento com especialistas por meio de grupo focal. Esta continha os indicadores empíricos identificados na primeira fase do estudo; 47 3. Estruturação do instrumento mediante a categorização dos indicadores empíricos relativos à puérpera segundo Garcia e Cubas (2012), com avaliação pelo grupo focal; 4. Validação do conteúdo e da forma da segunda versão do instrumento pelas especialistas por meio da Técnica Delphi. Esta contemplava dados da instituição, dados de identificação da puérpera e avaliação das necessidades humanas da puérpera. Após a primeira avaliação o documento foi submetido à correção; 5. Seleção e desenvolvimento das afirmativas de diagnóstico de enfermagem (DE)/resultados e intervenções de enfermagem (IE) com base nos itens validados. E por fim, estruturação da versão final do instrumento com três partes: dados da instituição e de identificação da puérpera; avaliação das necessidades humanas; planejamento da assistência de enfermagem – diagnósticos/resultados e prescrições de enfermagem. Estas etapas foram realizadas no período de janeiro a outubro de 2013, de acordo com o cronograma de atividades. A figura - 3 demonstra a trajetória metodológica do estudo. Figura 3 - Esquema da trajetória metodológica do estudo 2ª fase • Identificação dos indicadores empíricos 1ª fase • Avaliação da 1ª versão do instrumento com os especialistas por meio de Grupo Focal • Estruturação do instrumento mediante a categorização dos indicadores e validação pelo Grupo Focal 3ª fase 4ª fase • Validação de conteúdo e forma da 2ª versão do instrumento pela Técnica Delphi • Estruturação da versão final do instrumento mediante o desenvolvimento dos DE/ resultados e IE 5ª fase 48 3.3. População e Amostra: A seleção dos juízes, denominados neste estudo de especialistas, ocorreu mediante os seguintes critérios: ser enfermeiro (a) docente e ser especialista em enfermagem obstétrica. Foram considerados especialistas as (os) enfermeiras (os) com experiência profissional de pelo menos dois anos de ensino na área de saúde da mulher ou que trabalhassem com a temática do processo de enfermagem ou da CIPE®. Para o estudo em apreço utilizou-se a fórmula de amostra probabilística, segundo Barbetta (1998), totalizando 27 enfermeiras: n 1 n= amostra probabilística = 27 N= Número da população identificada através de busca no currículo Lattes = 33 n 0= tamanho da amostra = 0,1 Ɛ = erro amostral = 0.05 3.4. Análise dos dados: A análise dos dados da revisão integrativa ocorreu por meio da estatística descritiva (frequência absoluta e relativa). A concordância entre os especialistas com relação à categorização dos IES à necessidade afetada foi avaliada pelo Índice de Validade de Conteúdo (IVC). Este método permite analisar cada item individualmente empregando uma escala tipo Likert com pontuação de um a quatro (ALEXANDRE; COLUCI, 2011). O grau de relevância de cada item do instrumento foi avaliado por meio de alternativas como: 4- extremamente relevante, quando a enfermeira considerou muito importante a relação do item com a necessidade humana alterada/afetada, com a avaliação, e ainda, com os elementos do cuidado à puérpera e; 3- relevante, quando considerou importante; 2- pouco relevante, quando na avaliação do especialista, o item tinha pouca importância e 1- irrelevante, o item não foi 49 considerado importante pelo avaliador, pois não tinha relação entre os elementos do cuidado com a necessidade humana alterada/afetada. Como forma de esclarecer algumas dúvidas que por ventura suscitassem nos especialistas, anexou-se ao documento um guia instrucional contendo conceitos e descrição dos itens em avaliação. Quanto ao escore do IVC este foi calculado por meio da soma de concordância dos itens que obtiveram as alternativas 3 e 4 pelos especialistas. Quando os itens receberam o escore 1 ou 2, eram eliminados. Nesse estudo, considerou-se como válido, os itens de no mínimo 70% de concordância. Para a avaliação de cada item utilizou-se a fórmula proposta por Alexandre e Coluci (2011): Na realização da segunda rodada de avaliação das alterações, sugestões, inclusões e exclusões de itens solicitados pelos participantes na 1ª rodada foram aplicados os termos concordo e discordo a cada item analisado. Estes foram considerados validados quando obtiveram 70% de concordância entre os especialistas. Para análise dos resultados foi empregado o Índice de Conteúdo (IC). Este método serve para calcular a porcentagem de concordância entre os especialistas, cuja fórmula utilizada para o cálculo do IC foi proposta por Alexandre e Coluci (2011): Mediante os resultados obtidos com a aplicação destes índices encerrouse o processo de validação. 3.5. Preceitos Éticos da Pesquisa: Por se tratar de uma pesquisa envolvendo seres humanos, o estudo levou em consideração a garantia dos preceitos básicos da bioética, de autonomia, não maleficência, beneficência, justiça e equidade no presente estudo. Dessa forma, 50 assegurou-se os direitos e deveres no que diz respeito à comunidade científica, bem como aos sujeitos da pesquisa conforme preconiza a Resolução CNS 466/2012 (BRASIL, 2012c). Visto isso, o projeto foi enviado ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CEP – UFRN) via Plataforma Brasil o qual obteve aprovação sob o protocolo nº 184.241 e CAAE nº 11674112.3.0000.5537 (ANEXO – A). Consideraram-se ainda os aspectos éticos que dizem respeito ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), relativos ao Grupo Focal e a Técnica Delphi, os quais foram assinados pelos especialistas, mediante carta de apresentação com esclarecimentos acerca do propósito e dos objetivos da pesquisa. Houve também a garantia do anonimato dos especialistas e prestados esclarecimentos da participação voluntária, isenção de gastos, bem como o não recebimento de incentivos financeiros por ter participado da pesquisa. O TCLE e o material apreendido dos instrumentos permanecerão guardados pela coordenadora da pesquisa na instituição sediadora, ou seja, no Departamento de Enfermagem da UFRN, onde serão mantidos por um prazo mínimo de cinco anos, sob a garantia de que outra pessoa não terá acesso a eles, na vigência do período. Ademais, foi assegurado o uso das respostas unicamente para o estudo em pauta. 51 Fonte: Amanda Greavette (2011) Resultados e Discussões 52 4. 1. Apresentação dos resultados Neste item são abordados os resultados oriundos da revisão da literatura, dos grupos focais e da validação do instrumento pela técnica Delphi. 4.1.1. Resultado da 1ª etapa: Identificação dos indicadores empíricos das necessidades humanas nos níveis psicobiológico, psicossocial e psicoespiritual da puérpera mediante revisão integrativa da literatura científica Nesta etapa, recorreu-se à revisão da literatura, utilizando-se as bases de dados que possibilitaram identificar os indicadores empíricos relativos à puérpera. Isto se faz necessário quando se pretende conhecer indicadores que fundamentam a elaboração de um instrumento para consulta de enfermagem. Na revisão integrativa da literatura científica, foram identificados 98 indicadores empíricos, de que, relacionados com as necessidades humanas básicas, 46 se encontravam nas necessidades psicobiológicas e 51 nas psicossociais e 01 nas necessidades psicoespirituais. No corpo de conhecimentos da Enfermagem, os indicadores empíricos são proposições experimentais usados para mensurar e fornecer evidências sobre os conceitos de uma teoria (FAWCETT, 2013). Neste estudo, considerou-se IES, as manifestações das necessidades humanas alteradas das mulheres no pós-parto. Ao construir um instrumento, muitos pesquisadores iniciam sem uma explicitação teórica preliminar e partem de uma coleta intuitiva e aleatória de itens (PASQUALI, 2007). Elaborar um instrumento exige uma vasta revisão da literatura científica acerca do tema pesquisado. O pesquisador ao propor um instrumento deve embasar cientificamente a formulação de cada item da ferramenta em construção (LOBIONDO-WOOD; HABER, 2001). Para a identificação dos indicadores empíricos (IES) das necessidades humanas básicas no puerpério, foi realizada busca dos estudos selecionados com fichamento, utilizando as bases de dados Scopus, Cinahl, Pubmed, Lilacs e Cochrane, e no periódico Journal of Midwifery and Women’s Health, além de documentos oficiais do MS (ANEXO - B) e COREN-RJ sobre o período pós-parto. Somam-se a esses conhecimentos literários acerca da Teoria das Necessidades Humanas Básicas, bem como do PE de Horta e da CIPE®. 53 Buscou-se, ainda, na revisão de literatura, trabalhos que associassem a Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Horta com o período pós-parto. Foram realizadas pesquisas acerca de conteúdo relacionado com o exame físico da puérpera, as quais indicassem as necessidades básicas da cliente. Para o levantamento dos estudos contidos nas referidas bases de dados, utilizou-se os seguintes descritores controlados: enfermagem obstétrica, período pós-parto, cuidados de enfermagem e coleta de dados, bem como os descritores não controlados: consulta de enfermagem e necessidades humanas. Nas bases SciVerse Scopus (Scopus), Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (Cinahl), US National Library of Medicine National Institutes of Health (Pubmed), Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), The Cochrane Library (Cochrane), e no periódico Journal of Midwifery and Women’s Health empregou-se a terminologia preconizada por essas bases de dados, ou seja, os termos indexidadores Medical Subject Headings of U.S. (MeSH) em língua inglesa. Nas demais bases de dados, usou-se o vocabulário trilíngue Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). O caminho percorrido no desenvolvimento da revisão integrativa da literatura foi por meio de seis etapas conforme descrevem Souza; Silva e Carvalho (2010). Esse percurso está representado na figura - 4. 54 Figura 4 - Esquema das etapas da Revisão Integrativa da literatura científica. Baseado em Souza,Silva e Carvalho, 2010 • Elaboração da pergunta norteadora 1ª fase • Busca ou amostragem na literatura 2ª fase • Coleta de dados 3ª fase • Análise crítica dos estudos incluídos 4ª fase • Discussão dos resultados 5ª fase • Apresentação da revisão integrativa 6ª fase 4.1.1.1. Elaboração da pergunta norteadora A fim de realizar uma investigação mais abrangente, optou-se por uma busca dos indicadores empíricos (IES) em enfermagem acerca do período pósparto, sem limitação cronológica da fase. A partir de tal preferência, determinou-se como objetivo integrar os conhecimentos produzidos sobre os IES às necessidades humanas alteradas da mulher durante o período pós-parto. Para tanto, elaborou-se a seguinte questão norteadora: quais os indicadores empíricos das necessidades humanas alteradas da mulher durante o pós-parto? 4.1.1.2. Busca ou amostragem na literatura Intrinsecamente relacionada com a fase anterior, foi realizada a revisão bibliográfica. Vale ressaltar que, antes da busca nas bases de dados e demais documento se elaborou um protocolo de revisão. Este continha em sua estrutura: tema da revisão integrativa; objetivo; questão norteadora; estratégia de busca dos 55 estudos (base de dados, descritores controlados, descritores não controlados); seleção dos estudos (critérios de inclusão, critérios de exclusão); estratégia para coleta de dados dos estudos; estratégia para avaliação crítica; interpretação dos resultados e síntese dos dados (APÊNCICE - A). Os artigos foram selecionados nos meses de janeiro e fevereiro de 2013, nas seguintes bases de dados por meio do Portal Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES): Base de dados 1: Scopus (Elsevier). Base de dados 2: Cinahl. Base de dados 3: Pubmed. Inclui nessa base de dados a Medline (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online). Base de dados 4: Lilacs. Base de dados 5: Journal of Midwifery and Women’s Health. Acessado na seção periódicos no Portal Capes. Base de dados 6: Cochrane - Coleção de fontes de informação que apresenta evidências em atenção à saúde. Documento oficial - buscou-se, ainda, na revisão de literatura, pesquisas acerca de conteúdo relacionado com o exame físico da puérpera que indicasse possível alteração nas necessidades humanas da cliente. Os resultados desta etapa são apresentados na figura 5. 4.1.1.3. Coleta dos estudos por base de dados Para extrair os dados dos artigos selecionados, fez-se necessário a utilização de um instrumento previamente elaborado com a finalidade de assegurar a relevância destes, minimizar os riscos de erros na transcrição das informações e registrá-las. Fizeram parte do documento: referência, idioma em que foi publicado, objetivo, metodologia e resultado dos estudos avaliados. Além disso, havia uma coluna destinada à reunião dos IES identificados. Os artigos analisados foram organizados por base de dados, de forma que cada base recebeu uma cor para diferenciá-las entre si (APÊNCICE - B). Após esta etapa, os IES foram categorizados de acordo com as necessidades humanas afetadas, podendo ser considerados como versão preliminar do instrumento (APÊNCICE - C). Essa fase demandou uma leitura exaustiva dos artigos, realizada no mês de março de 2013. 56 4.1.1.4. Seleção dos estudos por base de dados para a revisão integrativa Figura 5 - Diagrama do processo de seleção dos estudos por base de dados para a revisão integrativa Estudos que Estudos Estudos Estudos Estudos Base de atendiam aos identificados selecionados selecionados disponíveis dados critérios de nos critérios eletronicamente na 1ª leitura na 2ª leitura inclusão de exclusão 159 36 123 36 11 189 14 175 14 08 34 07 27 07 04 128 16 112 16 14 306 17 289 17 06 00 4.1.1.5. Análise crítica dos estudos incluídos/categorização das informações Indicadores Empíricos Com o objetivo de responder a questão norteadora da revisão da literatura, foram sintetizados e expostos todos os IES e sua relação com as NHB afetadas das puérperas. Visto isso, efetuou-se fichamento, e as respectivas fontes da pesquisa por base de dados e artigos se encontram no documento construído para esse fim – Apêndice - C - e os resultados encontrados na relação das NHB no nível psicobiológico, psicossocial e psicoespiritual com os IES são demonstrados nas tabelas 1 e 2. 57 Tabela 1 – Distribuição dos indicadores empíricos segundo as necessidades humanas básicas afetadas das puérperas no nível psicobiológico e a frequência com que aparecem de acordo com a revisão de literatura. Natal, 2013. Necessidades IES n % Psicobiológicas Desmame precoce 2 1,6 Dificuldades na amamentação 3 2,2 Alimentação Mudanças significativas no apetite e no peso 1 0,8 Dificuldade em manter uma dieta saudável 3 2,2 Perda urinária de esforço, urgência ao urinar ou mista 2 1,6 Eliminação Insônia e Sono prejudicado/interrompido 13 9,9 Fadiga/cansaço 6 4,4 Sono e repouso Choro excessivo do bebê 3 2,2 Irritabilidade da criança 1 0,8 Atividade física Dificuldade em se exercitar 1 0,8 Diminuição do desejo sexual 3 2,2 Reduzida excitação e Insatisfação com a vida sexual 3 2,2 Sexualidade Menor lubrificação vaginal, reduzida freqüência de orgasmo 1 0,8 Ter acesso à escolha de métodos contraceptivos 1 0,8 Barulho de pessoas da família, vizinhos e animais à noite 1 0,8 Segurança física /meio Necessidade de ter meio ambiente adequado,boas condiçoes de ambiente vida, transporte, alimentação e moradia 1 0,8 Precárias condições sócioeconômicas 1 0,8 Cuidado corporal Dificuldade no autocuidado 1 0,8 Integridade física Regulação vascular Regulação térmica Regulação neurológica Percepção dos órgãos dos sentidos Deiscência na episiorrafia Fissura mamilar Episiotomia Laceração perineal Edema, hiperemia, equimose na região perineal Mastite Inscisão purulenta Infecção Resfriado, gripe Anemia Hipertensão Hemorragia Involução uterina prejudicada 1 6 4 3 2 1 2 2 1 3 2 2 1 Hipertermia Estresse Inabilidade para cuidar da criança Depressão pós-parto Comportamento auto-destrutivo Descompensações psíquicas Falta de concentração Sensação de mal-estar: ansiedade, inquietação Mastalgia, desconforto, ingurgitamento mamário Dor na região perineal Dispareunia Dor Cefaleia Dor na incisão cirúrgica 3 2 1 9 1 3 2 2 7 3 3 7 2 1 0,8 4,4 3,0 2,2 1,6 0,8 1,6 1,6 0,8 2,2 1,6 1,6 0,8 2,2 1,6 0,8 6,9 0,8 2,2 1,6 1,6 5,3 2,2 2,2 5,3 1,6 0,8 continua 58 continuação Tabela 1: Distribuição dos indicadores empíricos segundo as necessidades humanas básicas afetadas das puérperas no nível psicobiológico e a frequência com que aparecem de acordo com a revisão de literatura. Natal, 2013. Necessidade IES n % Psicobiológica Falta de aconselhamento profissional 1 0,8 Parto vaginal ter sido sem assistência 1 0,8 Requer assistência imediata de um profissional (problemas na saúde do bebê) 3 2,2 Terapêutica Ter acesso a medicamentos, insumos, rehospitalização, retorno ao serviço e vínculo comprofissional/equipe 1 0,8 Bebê não consegue boa pega ao seio e leva os pais a acreditarem que ele está com fome, levando-os a introduzir o leite artificial 1 0,8 Necessidade de realizar teste glicêmico após gravidez com diabetes gestacional 1 0,8 131 100,0 Total Nota: Os percentuais foram calculados com base na frequência dos indicadores e não no número de indicadores Tabela 2: Distribuição dos indicadores empíricos e sua relação com as necessidades humanas básicas afetadas das puérperas nos níveis psicossocial e psicoespiritual de acordo com a revisão de literatura. Natal, 2013. Necessidades Psicossociais e Psicoespirituais Gregária Segurança emocional Amor, aceitação Autoestima, autoconfiança, autorrespeito IES Desconfiança de todos Falta de apoio familiar, social e de amigos Problemas conjugais. Sofrimento emocinal relativo à família. Brigas conjugais Sentindo-se controlada Culpa e Medo Violência física, psicológica ou sexual e perseguição do parceiro. Violência psicológica Irritabilidade, Instabilidade emocional, lágrimas imotivadas, tristeza súbita e transitória, introversão. Sentimentos de desamparo, desesperança, falta de energia e motivação (sintomas Baby Blues) Desprendimento da criança e do mundo Desapontamento com o nascimento Necessidade de estabelecer vínculo mãe-filho Outras parceiras sexuais do marido Incapacidade de controlar o peso corporal Insatisfação com a aparência física Prorização ao atendimento das necessidades da família Necessidade de reorganização dos papéis na família Ansiedade dos pais com a maternidade, primiparidade, prematuridade ou morte do filho Sentimentos de inutilidade, desvalia ou culpa, indecisão, capacidade diminuída de pensar, de se concentrar Alteração da rotina familiar, algumas limitações em realizar atividades Ciúmes do filho mais velho com relação à chegada do bebê n % 1 9 1,2 10,2 5 1 2 5,6 1,2 2,3 5 5,6 11 1 1 2 1 1 2 1 2 12,3 1,2 1,2 2,3 1,2 1,2 2,3 1,2 2,3 2 2,3 4 4,5 2 2,3 1 1,2 Continua 59 continuação Tabela 2: Distribuição dos indicadores empíricos e sua relação com as necessidades humanas básicas afetadas das puérperas nos níveis psicossocial e psicoespiritual de acordo com a revisão de literatura. Natal, 2013. Necessidades Psicossociais e IES n % Psicoespirituais Falta de orientações para cuidar do filho 3 3,4 Déficit de comportamento preventivo da diabete tipo 2 1 1,2 Participar de grupos de educação e/ou informações em saúde 1 1,2 Desconhecimento da família quanto ao risco de transmissão de doenças. Prática do aleitamento cruzado. A mulher convive com orientações do senso comum oriundas dos familiares 2 2,3 Educação para a Déficit de conhecimento sobre planejamento familiar 2 2,3 saúde/aprendizagem Déficit de informação sobre incontinência urinária no período pós-parto 1 1,2 Déficit de informação sobre exercícios do assoalho pélvico 1 1,2 Necessidade de informação a respeito do retorno da atividade sexual, direitos sociais e trabalhistas 1 1,2 A família precisa de orientações quanto às mudanças fisiológicas e psicológicas da puérpera 1 1,2 Falta de planejamento na volta ao trabalho 1 1,2 Marido desempregado 1 1,2 Conflitos da identidade como mãe. Expectativa frustrada com o bebê. Sensação de útero vazio. Dificuldade de perceber o bebê como separado de si, permanecendo em um vínculo simbiótico ou negando o nascimento da criança. Necessidade de ser alguém com direito à diferença. Tomar decisões com ligação entre o saber e o Auto-realização fazer. Tomar decisões com respeito a sua opinião. 2 2,3 Tristeza pela gravidez não ter sido planejada Dificuldade em perceber o bebê como separado de si, permanencendo em um vínculo simbiótico ou negando o nascimento da criança 1 1,2 Ausência de prazer em realizar atividades que antes eram agradáveis 1 1,2 Dificuldade de concentração 1 1,2 Dormir no mesmo quarto do bebê 1 1,2 Espaço Compartilhamento da cama com parceiros e filhos 1 1,2 Ter direito à moradia 1 1,2 Religiosidade/ Significado de vida 3 3,4 Espiritualidade Total 82 100,0 Nota: Os percentuais foram calculados com base na frequência dos indicadores e não no número de indicadores 60 4.1.2. Resultado da 2ª etapa: Avaliação da primeira versão do instrumento: Indicadores empíricos e sua relação com as necessidades humanas por meio do consenso de um grupo focal A versão preliminar do instrumento constituída pelos IES identificados na literatura foi avaliada por cinco especialistas mediante a realização da técnica do Grupo Focal (GF). Participaram do Grupo Focal (GF), 05 enfermeiras com idade entre 40 e 63 anos, dentre as quais, 04 eram docentes da área saúde da mulher, sendo 02 doutoras e 01 doutoranda; 01 era docente com titulação de mestre que também é enfermeira na atenção primária e 01 enfermeira especialista com atuação na Estratégia Saúde da Família. Tecendo considerações acerca do GF, considera-se que nesta técnica as entrevistas têm a vantagem de serem eficientes na medida em que geram diálogo e contribuem para o consenso entre os participantes. No desenvolvimento desta, as opiniões e experiências dos especialistas são solicitadas simultaneamente (POLIT; BECK, 2011). Dentre as técnicas de coleta e análise de dados, o GF, por meio da interação grupal, promove uma discussão sobre um tema específico. Trata-se de uma entrevista em grupo com o objetivo de os participantes explorarem seus pontos de vista a partir de reflexões para o alcance de concepções grupais sobre uma determinada temática (TRAD, 2009; BACKES et al., 2011). O GF teve sua origem em 1926 na metodologia de pesquisa em Ciências Sociais na Alemanha. Foi introduzida no Brasil na década de 1940 através de avaliação de programas, marketing, regulamentação pública, propaganda e comunicação. Na área da saúde sua utilização data de 1980, mais notadamente no âmbito da Saúde Coletiva. Nas pesquisas em Enfermagem, ainda que de forma tímida, o GF tem sido reconhecido como técnica de coleta de dados pelo seu potencial alcance de concepções grupais a respeito de determinado tema na produção de conhecimentos (RESSEL, et al., 2008; TRAD, 2009; BACKES et al., 2011). O GF tem a função de aprofundar o significado de uma temática. É uma técnica de pesquisa decorrida de entrevistas grupais que quando empregada na construção de indicadores visa adquirir um consenso sobre os dados encontrados e que, posteriormente, serão analisados pelo investigador e transformados em instrumentos ou dispositivos (MINAYO, 2009). 61 Em pesquisas quantitativas ou qualitativas, o GF pode ser considerado um método principal, e também complementar, quando associado às técnicas de entrevistas. Seu uso tem ainda a finalidade de subsidiar a elaboração de instrumentos de pesquisa e orientar o pesquisador a um campo de investigação e linguagem local, entre outros propósitos (TRAD, 2009). É conhecido que o GF oportuniza a interpretação de conceitos, conflitos, confrontos e pontos de vista entre os participantes (RESSEL et al., 2008). Conforme Minayo (2009), a fim de se manter a qualidade das discussões, os participantes não devem exceder a oito pessoas. Segundo essa autora, as regras de funcionamento precisam ser combinadas antecipadamente, como solicitar a cada participante que só fale quando o outro terminar a sua fala; evitar as discussões paralelas; pedir que esses expressem livremente suas opiniões; evitar o domínio de alguns participantes na discussão e, por fim, manter o foco de todos com relação à temática. O GF deve ser realizado em espaço confortável, acessível, neutro aos participantes, protegido de ruídos e interrupções externas. A distribuição dos seus membros deve ser em torno de uma mesa oval ou retangular. Porém, havendo a indisponibilidade disto ocorrer, sugere-se colocar cadeiras dispostas de forma circular, de modo que o grupo mantenha uma interação face a face. Além disso, fazse necessário a disponibilização de água, chá, café e um lanche como parte do acolhimento (TRAD, 2009). 4.1.2.1. A construção do grupo focal no estudo 1º passo - definição dos participantes: a primeira iniciativa foi definir o perfil dos participantes do GF. Para isto, estabeleceram-se os seguintes critérios: um número de cinco enfermeiros (as) que atuassem no ensino ou na assistência à puérpera em atenção básica de saúde. Ademais, esses participantes deveriam ter no mínimo dois anos de exercício profissional na área. Dessa forma, constituiu-se uma amostra por conveniência. 2º passo - contato com os participantes: os participantes foram contatados por telefone. Nesta ocasião, eles foram informados dos objetivos da pesquisa e do grupo focal, bem como sobre a disponibilidade para participarem da técnica. 62 3º passo - definição da data do GF: após o contato efetuado e a participação confirmada, as enfermeiras foram informadas da data, hora, local e das regras do GF. Anteriormente ao dia do encontro, confirmou-se, via telefone, o horário e o local da reunião, no sentido de lembrar e estimular a presença de cada participante. 4º passo - elaboração do roteiro norteador: como forma de operacionalizar as atividades, elaborou-se um roteiro com a conceituação das Necessidades Humanas de acordo com Benedet e Bub (2001), baseada em Horta (1979, 2011), a distribuição dos indicadores empíricos e sua relação com as necessidades humanas afetadas das puérperas proposta pela pesquisadora. Como parte da dinâmica do GF, foi elaborada a seguinte pergunta norteadora: No seu entendimento, os IES e as necessidades humanas afetadas apresentados nessa distribuição pela pesquisadora estão de acordo com a classificação e definição das necessidades humanas de Benedet e Bub (2001)? (APÊNDICE - E). 5º passo - preparação do ambiente: algumas providências foram tomadas antes do encontro, tais como agendamento prévio do local, preparo da sala (iluminação, ventilação, cadeiras estofadas, lanche, água e café), seleção e preparo antecipado do material específico e organização do ambiente (cadeiras dispostas em círculo, onde a moderadora permanecia no centro e a observadora ao lado). A formação do GF foi estruturada conforme apresentado na Figura - 6. Figura 6 - Estrutura de formação do Grupo Focal P1 P5 P2 Moderador P4 P3 63 6º passo – condução do GF: o GF foi realizado em dois encontros no mês de maio e um no mês de junho de 2013, perfazendo um total de 6 horas de duração. Este tempo extrapolou o estabelecido previamente – 3 horas - devido à profundidade das discussões, entre as enfermeiras, acerca das NHB e sua relação com os IES apresentados. Antecedendo o início das reuniões, realizou-se leitura do TCLE (APÊNDICE - D) e solicitou-se às participantes a concordância formal, conforme preconiza a Resolução CNS 466/12 do MS que regulamenta a pesquisa com seres humanos no Brasil. A fim de se obter os dados de identificação, utilizouse uma ficha na qual as enfermeiras foram identificadas com a letra P, seguida de um número em ordem crescente. Esta estratégia teve como finalidade preservar a identidade e anonimato dos membros do GF. Inicialmente, procedeu-se com breve introdução por parte do moderador/pesquisador, apresentando os objetivos da pesquisa e do GF, bem como as regras de condução da técnica. Em seguida, houve apresentação dos membros por meio de uma dinâmica de grupo, com o objetivo de promover interação entre os envolvidos no processo. Após esse momento, foi entregue a cada participante um roteiro com a definição das necessidades humanas, segundo Benedet e Bub (2001), e os IES levantados na literatura pela pesquisadora (APÊNDICE - E). Estes dados foram projetados por meio de equipamentos eletrônicos e assim permaneceram durante todo o transcurso do GF. À medida que as discussões ocorriam, o observador procedia com o registro da dinâmica do grupo e auxiliava na condução dos trabalhos como admite Backes (2011). No desenvolvimento do GF, os participantes discutiram entre si, falando um por vez até chegar ao consenso. As necessidades humanas básicas e sua relação com os IES foram discutidas pelos participantes de forma exaustiva até haver concordância entre elas. Acredita-se que desse modo as questões tratadas deram consistência aos resultados. Sendo assim, o GF foi encerrado com apresentação da classificação dos IES das puérperas encontrados na literatura e as necessidades humanas afetadas relacionadas a esses indicadores pelo grupo. Neste sentido, as NHB da puérpera e os IES foram relacionados como pode ser observado nos quadros – 3 e 4. 64 Quadro 3 – Distribuição dos indicadores empíricos segundo as necessidades psicobiológicas afetadas das puérperas de acordo com o consenso do Grupo Focal. Natal, 2013. Indicadores Empíricos das necessidades psicobiológicas afetadas das puérperas de acordo com o Grupo Focal Necessidades Psicobiológicas Indicadores Empíricos Oxigenação Gripe/resfriado Hidratação Hemorragia Alimentação Dificuldade em manter uma dieta saudável Inapetência Mudanças significativas no apetite e no peso Eliminação Incontinência urinária Sono e Repouso Atividade física Sexualidade Segurança física/ meio ambiente Cuidado corporal Integridade física Regulação vascular Regulação térmica Regulação neurológica Percepção dos órgãos dos sentidos Terapêutica Cansaço/fadiga Sono prejudicado Algumas limitações físicas da puérpera para executar atividades Dificuldade em se exercitar Desinteresse sexual Falta de intimidade conjugal Insatisfação com o casamento Ter acesso à escolha de métodos contraceptivos Abuso sexual e violência física pelo parceiro Estresse Loquiação purulenta Mastite Risco de suicídio e infanticídio Ter meio ambiente adequado, transporte, boas condições de vida Uso de fumo,bebidas alcoólicas e café à noite Déficit do autocuidado Episiotomia Eritema, deiscência espontânea, abcesso, endurecimento na ferida cirúrgica Fissura mamilar Hiperemia e equimose na região perineal Ingurgitamento mamário Laceração perineal Mastite Anemia Edema Exsudato seroso ou purulento Hemorragia Involução uterina prejudicada Loquiação purulenta Hipertermia Atividade psicomotora Capacidade intracraniana (cefaleia) Função cognitiva Nível de consciência Cefaleia Dispareunia Dor abdominal Dor lombar Dor na incisão cirúrgica Dor na região perineal Dor no corpo Mastalgia Sensibilidade uterina aumentada Alteração na saúde do bebê Anemia 65 Diabetes gestacional (precisam de acompanhamento e avaliação) Falta de aconselhamento e acompanhamento profissional no pós-parto Hemorragia Hipertensão Incapacidade de controlar o peso corporal Necessidade de exame físico para avaliação da saúde da mãe e do bebê Necessidade de avaliação do estado emocional, flutuação de humor, preocupações, desânimo, fadiga, choro, irritabilidade, insônia, pesadelos, dificuldade de concentração, condições de apoio social e familiar, vínculo mãe-filho Necessidade de informação a respeito do retorno da atividade sexual/métodos contraceptivos; da prevenção de DST/HIV/Aids; direitos sociais e trabalhistas Necessidade de orientações à família quanto às mudanças fisiológicas e psicológicas da puérpera Ter acesso a um serviço de saúde/contrarreferência Quadro 4 – Distribuição dos indicadores empíricos segundo as necessidades psicossociais afetadas das puérperas de acordo com o consenso do Grupo Focal. Natal, 2013. Indicadores Empíricos das necessidades humanas afetadas das puérperas de acordo com o Grupo Focal Necessidades Psicossociais Indicadores Empíricos Comunicação Gregária Recreação e Lazer Segurança emocional Amor, Aceitação Tomar decisões com respeito a sua opinião Ciúmes dos filhos mais velhos com a chegada do bebê Desconfiança de todos Falta de apoio familiar, social e de amigos Introversão Necessidade de uma reformulação nos papéis e nas regras de funcionamento familiar devido à chegada de um novo membro Participar de grupos de educação e/ou informação em saúde Ausência de prazer em realizar atividades que antes eram agradáveis Conflitos da identidade como mãe Depressão pós-parto anterior ou atual Instabilidade emocional, lágrimas imotivadas, tristeza súbita e transitória, introversão Quadros agudos de sofrimento Sensação de mal-estar: ansiedade, inquietação Sentimentos de desvalia, culpa, tristeza, fracasso, desamparo, desesperança, falta de energia e motivação Sentimentos de inutilidade e culpa, indecisão, capacidade diminuída de pensar, de se concentrar, pensamentos recorrentes de morte Sofrimento emocional relativo à família Violência física e psicológica Desapontamento com o nascimento Desprendimento da criança e do mundo Falta de suporte do marido durante o período pósparto 66 Liberdade e Participação Educação para a saúde/ aprendizagem Autorrealização Espaço Insatisfação com o casamento Marido com outras parceiras sexuais Necessidade de ser alguém com direito à diferença Tomar decisões com ligação entre o saber e o fazer Conhecimento adquirido por meio de orientações do senso comum quanto às questões ligadas ao puerpério Déficit de conhecimento sobre aleitamento exclusivo Déficit de conhecimento quanto ao aleitamento cruzado Déficit de conhecimento quanto ao autocuidado e cuidado com o recém-nascido Desmame precoce Diabetes gestacional (precisam de acompanhamento e avaliação) Falta de aconselhamento e acompanhamento profissional no período pós-parto Falta de orientações para cuidar do filho Alteração da rotina e da estrutura familiar Conflitos da identidade como mãe Marido desempregado Precárias condições socioeconômicas Tristeza pela gravidez não ter sido planejada Compartilhamento da cama com o parceiro e filhos Ter direito à moradia Na categoria das necessidades psicobiológicas, foram selecionadas as necessidades de oxigenação, hidratação, alimentação, eliminação, sono e repouso, atividade física, sexualidade, segurança física e meio ambiente, cuidado corporal, integridade física, regulação vascular, regulação térmica, regulação neurológica, percepção dos órgãos dos sentidos, terapêutica e de prevenção. Nas necessidades psicossociais, foram categorizadas as necessidades de comunicação, gregária, recreação e lazer, segurança emocional, amor e aceitação, autoestima, autoconfiança, autorrespeito, liberdade e participação, educação para a saúde/ aprendizagem, autorrealização e espaço. Nesta fase, não houve a identificação do indicador empírico na necessidade psicoespiritual. 67 4.1.3. Resultado da 3ª etapa: Estruturação do instrumento mediante a categorização dos indicadores empíricos das necessidades humanas afetadas das puérperas por Garcia e Cubas (2012) e sua avaliação por meio do grupo focal Após ser avaliado no GF, o documento foi estruturado com base na categorização dos indicadores, segundo Garcia e Cubas (2012), e submetido à validação. A elaboração do instrumento da coleta de dados foi norteada por indicadores empíricos das necessidades humanas da puérpera, identificados e refinados nas etapas anteriores. Justifica-se a seleção dos indicadores pela precisão de se elaborar um instrumento que abordasse as reais necessidades da puérpera. Pois, quando a coleta de dados é excessiva ou realizada de modo incompleto dificulta e inviabiliza o planejamento da assistência de enfermagem. Em função disso, é fundamental determinar e padronizar o conjunto de dados essenciais que forneça informações suficientes e necessárias à avaliação inicial do estado de saúde da cliente (MARIN; BARBIERE; BARROS, 2010). A princípio utilizou-se a classificação das NHB segundo Benedet e Bub (2001). Este referencial foi adotado na ocasião das primeiras reuniões do GF. Entretanto, durante o desenvolvimento do estudo, a pesquisadora tomou conhecimento de uma classificação recente que aborda os conceitos das necessidades, os dados a coletar, os diagnósticos, as intervenções de enfermagem e os resultados de acordo com a terminologia CIPE ® em uma única obra (GARCIA; CUBAS, 2012). Neste contexto, considerou relevante adotar a referida classificação para nortear o estudo. Convém ressaltar que as autoras empregam os termos necessidades humanas (NH) ao invés de necessidades humanas básicas (NHB). Visto isso, julgou-se necessária uma nova avaliação do GF tomando como base este referencial. Assim sendo, os IES foram categorizados e apresentados ao GF. Os especialistas de posse do documento (APÊNDICE - F) procederam com a validação da versão inicial do instrumento pelo Índice de Validade de Conteúdo (IVC). Após analisarem a categorização dos IES, as enfermeiras foram solicitadas a assinalar as alternativas considerando os escores: 4- extremamente relevante; 3- relevante; 2- pouco relevante; 1- irrelevante. Além disso, caso as participantes julgassem necessário, poderiam utilizar o espaço abaixo de cada item para registrar suas observações. 68 Foram identificados e categorizados 78 indicadores empíricos. Deste processo de categorização, foram relacionadas 27 necessidades humanas afetadas, sendo 16 no nível psicobiológico, 10 no psicossocial e 01 no psicoespiritual. Os resultados são demonstrados no quadro – 5 e 6. Para o agrupamento dos IES identificados, foi realizado um processo de categorização norteado pelo conjunto de informações que os profissionais devem coletar com a clientela proposto por Garcia e Cubas (2012). Estes dados, quando listados, possibilitam a formulação do diagnóstico de enfermagem e determinam a intervenção de enfermagem que contribua para o alcance do resultado esperado (GARCIA; CUBAS, 2012). Quadro 5 – Categorização dos indicadores empíricos das necessidades humanas afetadas das puérperas de acordo com Garcia e Cubas, 2012. Natal, 2013. Indicadores Empíricos das necessidades humanas afetadas das puérperas Necessidades Psicobiológicas Indicadores Empíricos Oxigenação Tosse Secreção Hidratação Perda de líquido Alimentação Acesso a alimentos Amamentação Apetite Ganho súbito de peso Eliminação Hábito de eliminação urinária Sono e Repouso Característica do repouso Característica do sono Atividade física Hábito de atividades físicas Capacidade de exercitar-se Sexualidade e Reprodução Práticas sexuais (desinteresse sexual) Uso de métodos contraceptivos Segurança física e Meio ambiente Violência (sexual e física pelo parceiro) Fatores de risco para infecção (loquiação–mama) Condições ambientais domiciliares e peridomiciliares Tabagismo Alcoolismo Cuidado corporal e ambiental Capacidade para o autocuidado (aparência pessoal e higiene) Integridade física Características da pele (integridade, coloração, turgor, textura) Condições das mamas Regulação vascular Anemia Edema (+/++++) Estresse e modo de enfrentamento Perda sanguínea Pressão arterial Regulação térmica Temperatura corporal Regulação neurológica Atividade psicomotora Capacidade intracraniana (cefaleia) Função cognitiva Nível de consciência Regulação hormonal Fluxo menstrual Involução uterina 69 Necessidades Psicoespirituais Lactação Nível de glicose sanguínea Dor (cefaleia, na relação sexual, abdominal, lombar, na incisão cirúrgica, na região perineal, no corpo, nas mamas, no útero) Comportamento em busca de saúde (do bebê diabetes gestacional – anemia - aconselhamento e acompanhamento profissional no pós-parto) Padrão de enfrentamento de problemas Indicadores Empíricos Padrão de comunicação familiar Interação familiar Padrão de enfrentamento familiar Rede de apoio Rede social Desempenho de papéis familiares Participação em grupos/instituições comunitários Atividades preferenciais de recreação e lazer Enfrentamento de situações ou problemas Eventos estressantes recentes Histórico de problemas emocionais Histórico de problemas mentais Desempenho de papéis familiares Rede de apoio familiar Rede de apoio social Vínculo familiar Aceitação da condição de saúde Aceitação da condição pessoal Autoimagem Confiança em si e nos outros Mecanismos de adaptação ou defesa Senso de valor pessoal Conhecimento dos direitos e deveres Padrão comunitário de tomada de decisões Padrão familiar de tomada de decisões Padrão pessoal de tomada de decisões Participação no plano terapêutico Acesso à informação sobre cuidados com a saúde Capacidade para o autocuidado Conhecimento sobre o estado de saúde Situações que interferem na adesão ao plano terapêutico Apoio para desempenho de papéis Distribuição de tarefas na família Papel no âmbito da família Satisfação com o desempenho de papéis Disponibilidade de espaço pessoal Número de cômodos no domicílio Número de pessoas/famílias no domicílio Preservação da privacidade da família Indicadores Empíricos Religiosidade e Espiritualidade Significado de vida Sensopercepção Terapêutica e de prevenção Necessidades Psicossociais Comunicação Gregária Recreação e Lazer Segurança emocional Amor, Aceitação Autoestima, Autoconfiança, Autorrespeito Liberdade e Participação Educação para a saúde e aprendizagem Autorrealização Espaço 70 No que se refere à validação dos itens que compuseram a primeira versão do instrumento, utilizando o índice de validação de conteúdo (IVC), os resultados demonstraram um consenso de opiniões entre os especialistas em todos os itens apresentados. É importante acentuar que na elaboração do primeiro questionário foram validados os indicadores empíricos das NH, categorizados na segunda fase. O instrumento foi apresentado às especialistas (APÊNDICE - F) com o objetivo de obter um consenso do grupo acerca dos IES que iriam compor a versão final do instrumento. Estes IES consubstanciaram a seleção dos enunciados de diagnósticos e intervenções de enfermagem (Quadro - 6). O quadro 6 apresenta a avaliação dos especialistas quanto à pertinência dos IES. A concordância das respostas alcançou 100% em todos os indicadores. No entanto, foi sugerida e acatada, neste estudo, a alteração na classificação da necessidade humana de nutrição, empregada por Garcia e Cubas (2012), para necessidade humana de alimentação. Considerou-se que, ao utilizar o termo nutrição, pode-se caracterizar uma apropriação indevida do termo utilizado na ciência da nutrição, exclusiva ao profissional nutricionista. Sendo assim, o conteúdo total foi considerado válido, visto a porcentagem ultrapassar o valor de validação anteriormente estabelecido de 70% de concordância. Quadro 6 – Concordância dos especialistas quanto à pertinência e ao conteúdo dos itens que compõe a primeira versão do instrumento. Natal, 2013. NH Oxigenação Hidratação Alimentação Eliminação Sono e Repouso Atividade física Sexualidade e Reprodução Segurança física e Meio ambiente Cuidado corporal e Indicadores Empíricos Necessidades Psicobiológicas IVC Tosse Secreção Perda de líquido Acesso a alimentos Amamentação Apetite Ganho súbito de peso Hábito de eliminação urinária Característica do repouso Característica do sono Hábito de atividades físicas Capacidade de exercitar-se Práticas sexuais (desinteresse sexual) Uso de métodos contraceptivos Violência (sexual e física pelo parceiro) Fatores de risco para infecção (loquiação–mama) Condições ambientais domiciliares e peridomiciliares Tabagismo Alcoolismo Capacidade para o autocuidado (aparência pessoal e higiene) 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 71 ambiental Integridade física Regulação vascular Regulação térmica Regulação neurológica Regulação hormonal Sensopercepção Terapêutica e de prevenção Comunicação Gregária Recreação e Lazer Segurança emocional Amor, Aceitação Autoestima, Autoconfiança, Autorrespeito Liberdade e Participação Educação para a saúde e aprendizagem Autorrealização Características da pele (integridade, coloração, turgor, textura) Condições das mamas Anemia Edema (+/++++) Estresse e modo de enfrentamento Perda sanguínea Pressão arterial Temperatura corporal Atividade psicomotora Capacidade intracraniana (cefaleia) Função cognitiva Nível de consciência Fluxo menstrual Involução uterina Lactação Nível de glicose sanguínea Dor (cefaleia, na relação sexual, abdominal, lombar, na incisão cirúrgica, na região perineal, no corpo, nas mamas, no útero) Comportamento em busca de saúde (do bebê - diabetes gestacional – anemia - aconselhamento e acompanhamento profissional no pós-parto) Padrão de enfrentamento de problemas Necessidades Psicossociais Padrão de comunicação familiar Interação familiar Padrão de enfrentamento familiar Rede de apoio Rede social Desempenho de papéis familiares Participação em grupos/instituições comunitários Atividades preferenciais de recreação e lazer Enfrentamento de situações ou problemas Eventos estressantes recentes Histórico de problemas emocionais Histórico de problemas mentais Desempenho de papéis familiares Rede de apoio familiar Rede de apoio social Vínculo familiar Aceitação da condição de saúde Aceitação da condição pessoal Autoimagem Confiança em si e nos outros Mecanismos de adaptação ou defesa Senso de valor pessoal Conhecimento dos direitos e deveres Padrão comunitário de tomada de decisões Padrão familiar de tomada de decisões Padrão pessoal de tomada de decisões Participação no plano terapêutico Acesso à informação sobre cuidados com a saúde Capacidade para o autocuidado Conhecimento sobre o estado de saúde Situações que interferem na adesão ao plano terapêutico Apoio para desempenho de papéis Distribuição de tarefas na família Papel no âmbito da família Satisfação com o desempenho de papéis 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 72 Espaço Religiosidade e Espiritualidade Disponibilidade de espaço pessoal Número de cômodos no domicílio Número de pessoas/famílias no domicílio Preservação da privacidade da família Necessidades Psicoespirituais Significado de vida 1,0 1,0 4.1.4. Resultado da 4ª etapa: Validação do conteúdo e da forma da segunda versão do instrumento pelas especialistas por meio da Técnica Delphi De posse dos dados de identificação da puérpera juntamente com os indicadores empíricos validados na etapa anterior, foi elaborada a segunda versão do Instrumento de Consulta de Enfermagem à puérpera na atenção básica de saúde. Utilizou-se a técnica Delphi de validação objetivando obter, comparar e direcionar o julgamento de peritos com a finalidade de alcançar um acordo sobre um determinado assunto. Trata-se de um conjunto de procedimentos aplicado a um grupo não presencial a fim de conseguir um consenso sobre o tema, cujos dados disponíveis são insuficientes ou contraditórios (JUSTO, 2005). Nesta fase, a segunda versão do instrumento foi submetida à validação de forma e conteúdo. Para Lobiondo-Wood e Haber (2001), a validação consiste em avaliar se o instrumento mede aquilo a que se propõe medir. A técnica Delphi é em essência uma série de questionários ou 'rodadas', intercalados por feedback, que procura obter o consenso mais confiável da opinião de um painel de especialistas (POWELL,2003). Desta forma, permite que os especialistas expressem suas opiniões sobre determinado tema sem ter contato pessoal, eliminando a conflitualidade das reuniões presenciais (JUSTO, 2005). O desenvolvimento dessa técnica se dá da seguinte maneira: elaboração do questionário e seleção dos especialistas. Estes quando estão de acordo, têm maior probabilidade de estarem corretos em questões relativas ao seu campo de especialidade do que os não especialistas. Neste estudo, as informações/questões a serem validadas foram enviadas às enfermeiras de forma individual, as quais responderam anonimamente. As especialistas procederam com a validação dos dados relativos à instituição, dados de identificação da puérpera, bem como dos dados a serem coletados na avaliação das necessidades humanas da puérpera. Após analisarem os itens sugeridos, as especialistas foram solicitadas a marcar as 73 alternativas considerando os escores: 4- extremamente relevante; 3- relevante; 2pouco relevante; 1- irrelevante e se achassem necessária alguma observação, utilizariam o espaço abaixo de cada item destinado para este fim (APÊNDICE - J). As informações foram agrupadas e organizadas pela pesquisadora, que de posse dessas compilou uma lista com todas as alterações e sugestões propostas e a enviou novamente às avaliadoras. A estas, solicitou-se reconsiderar a lista e responder indicando sua concordância ou não com os itens elencados (APÊNDICE L). As respostas foram trabalhadas do mesmo modo que a etapa anterior e assim se obteve o consenso do grupo de especialistas. Desta maneira, os passos seguidos tiveram como base o entendimento de Silva e Tanaka (1999), as quais enfatizam que as avaliações sucessivas devem ser encerradas com o consenso dos especialistas. Ressalta-se que a técnica Delphi foi utilizada neste estudo por entender que através dela se consegue a opinião convergente de vários especialistas e temse como produto final a concordância de um grupo. Logo, adquire-se conhecimento e critérios, mesmo estando os avaliadores distantes geograficamente. Ademais, o número de especialistas fica determinado diretamente ao fenômeno a ser estudado. Evita, também, o confronto face a face, permitindo eliminar as pressões que os participantes teriam nesse tipo de confronto, considerando os aspectos psicológicos envolvidos no processo de comunicação (FARO, 1997; SILVA; TANAKA, 1999; ALVARENGA; CARVALHO; ESCÁRIA, 2007). A população participante da técnica Delphi foi constituída por 33 especialistas que atenderam aos critérios de inclusão da pesquisa. A representatividade da amostra foi avaliada sobre as qualidades do painel de especialistas, ao invés de seu quantitativo. A técnica é designada como painéis de especialistas pela disponibilidade dos membros do painel em dar contribuição adequada na validação do instrumento (POWEL, 2003). Participaram da técnica Delphi 27 especialistas, também denominadas de juízas, as quais foram identificadas por meio de busca do currículo na Plataforma Lattes. Nesta fase, questionou-se às especialistas quanto à disponibilidade em participar do estudo por meio de carta enviada via correio eletrônico (APÊNDICE G). Dessas, 12 concordaram em participar do estudo mediante devolução do TCLE (APÊNDICE - H) assinalado, bem como do instrumento devidamente respondido e portando as devidas observações. Estes, uma vez apreciados pela pesquisadora, 74 tiveram alterações elencadas e, em seguida, encaminhadas aos especialistas, solicitando-se as opiniões sobre as mudanças sugeridas pelas demais participantes. Nesta segunda fase, participaram sete especialistas. Foi utilizado o sistema eletrônico Surveymonkey com o objetivo de facilitar para as participantes o envio do documento com relação ao TCLE e aos dados de identificação das participantes. Neste sistema, utilizado via internet, o TCLE vem integralmente descrito e logo abaixo as opções de aceitar ou não participar da pesquisa. As respostas foram coletadas e enviadas ao coletor da pesquisadora via sistema. Esta etapa possibilitou a obtenção de consenso de opiniões quanto à suficiência, clareza, repetição, pertinência dos itens de identificação e avaliação da puérpera, bem como do formato do instrumento. Com a finalidade de concretizar esta etapa foram elaborados dois instrumentos de avaliação, um portando dados de identificação que caracterizavam os peritos (APÊNDICE - I) e outro constituído pelos itens do modelo da CE (dados de identificação da instituição, dados de identificação da puérpera e dados de avaliação das necessidades humanas afetadas da puérpera) (APÊNDICE - J). Na segunda rodada de avaliação, foi elaborado um instrumento contendo as alterações sugeridas. Neste contexto, solicitou-se aos especialistas respostas que indicassem concordância ou não concordância das modificações indicadas (APÊNDICE - L). Atingindo o consenso das especialistas, na segunda rodada, a técnica deu-se por encerrada e a apreciação foi enviada aos participantes em forma de relatório final contendo tabulação, análise dos dados recebidos. Somado a isso, os agradecimentos pela participação na validação da segunda versão do instrumento. A figura – 7 demonstra esquematicamente como a técnica Delphi é realizada. 75 Figura 7- Estrutura base da Técnica Delphi por Alvarenga, Carvalho e Escária (2007). Fonte: Alvarenga, Carvalho e Escária (2007). O grupo de especialistas foi composto de doze enfermeiras docentes com idade entre 20 e mais de 51 anos. Dentre estas, sete possuem doutorado e cinco, mestrado. Quanto ao tempo de formação, sete afirmaram ter entre 11 e 20 anos de experiência profissional e trabalhar em universidade pública. A grande maioria (11) informou ter ministrado disciplina envolvendo terminologias de Enfermagem e utilizado o PE em sua prática profissional. Para a avaliação da segunda versão do instrumento, utilizou-se a técnica Delphi, a qual constou de duas rodadas avaliativas com doze e sete enfermeiras, respectivamente. Os resultados demonstraram que nos dados de identificação da puérpera, o item responsável pela família não obteve o índice mínimo de 70% de concordância previamente estabelecido para ser considerado validado. Quanto aos itens referentes à avaliação da puérpera, as necessidades de atividade física, como também de amor e aceitação, obtiveram os índices de 60%, sendo, portanto, excluídos do instrumento. Alguns especialistas consideraram que não é o momento adequado para a puérpera realizar atividades físicas, sendo mais importante avaliar se a atividade praticada pela mulher é exaustiva para o período puerperal. Com relação aos dados da necessidade de amor e aceitação, consideraram que os IES se repetiam em outras necessidades. A elaboração do primeiro questionário da técnica Delphi (APÊNDICE - J) baseou-se nos dados de identificação da instituição e da puérpera, bem como dos IES das NH que compuserem o instrumento final e consubstanciaram a seleção dos DE, IE e resultados (Quadro - 7). O quadro 7 apresenta a validação dos especialistas quanto à pertinência dos dados de identificação e de avaliação da puérpera. Dos itens considerados 76 validados, a anuência das respostas se manteve entre 70 e 100%. O conteúdo foi considerado validado, visto a percentagem mínima ter ultrapassado 70% de concordância. Quadro 7 - Concordância dos especialistas quanto à pertinência e ao conteúdo dos itens que compõe a segunda versão do instrumento. Natal, 2013. Dados de Identificação da Puérpera IVC Responsável pela família Prontuário nº e Área Nome Data de nascimento Nº de filhos e Idade dos filhos Endereço Data do parto e Data da alta hospitalar Parto Avaliação da puérpera – Necessidades Humanas Oxigenação Hidratação e Alimentação Eliminação Sono e Repouso Atividade física Sexualidade e Reprodução Segurança física e Meio ambiente Cuidado corporal e ambiental Integridade física Regulação vascular Regulação térmica Regulação neurológica Regulação hormonal Sensopercepção Terapêutica e de prevenção Comunicação Gregária Recreação e Lazer Segurança emocional Amor, Aceitação Autoestima, Autoconfiança, Autorrespeito Liberdade e Participação Educação para a saúde e aprendizagem Autorrealização Espaço Religiosidade e Espiritualidade 0,2 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 0,8 1,0 0,8 0,9 1,0 0,6 0,8 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 0,7 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 0,6 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 0,8 Apesar dos itens serem considerados validados, algumas sugestões de inclusão e exclusão de componentes foram propostas pelas participantes. Diante disto, foi realizada uma segunda rodada de avaliação, na qual 07 participantes 77 responderam a um questionário, cujas alternativas de resposta eram concordo ou discordo das sugestões/alterações sugeridas na primeira rodada (APÊNDICE L). As alterações sugeridas pelos especialistas e os IC alcançados podem ser observadas no quadro – 8. Quadro 8 - Concordância dos especialistas quanto à sugestão de inclusão e exclusão de do instrumento. Natal, 2013. Sugestão de inclusão e exclusão de itens do instrumento Dados de Identificação da puérpera Acrescentar o item “data da consulta” Retirar o item “Idade” Retirar o item “fórceps” em tipo de parto Substituir o termo “tempo de parto” por “dados do parto” Avaliação das Necessidades Humanas Separar as necessidades de alimentação e hidratação em 2 itens distintos Substituir o termo “frequência” na ingestão de líquidos por “quantos copos/dia” na necessidade de hidratação Substituir o termo “tipo” por “características” na eliminação urinária e na eliminação intestinal na necessidade de eliminação Retirar a pergunta: “existe satisfação/prazer na relação sexual?” Retirar o item: “condições de moradia (boa, regular, ruim)” da necessidade de segurança física e meio ambiente Acrescentar o item “altura uterina ___cm” na necessidade de regulação hormonal Retirar o item: “ ltimo resultado do hemograma” na necessidade de regulação hormonal Retirar o item: “resultado da citologia oncótica” na necessidade de regulação hormonal Retirar o item: “Gosta de viver? Por quê?” itens IC 1,0 0.8 0,6 1,0 0.8 1,0 0,8 0,7 0,7 1,0 0,7 0,6 0,8 A inclusão da data da consulta foi sugerida e alcançou um IC de 100%. Este é um dado relevante, considerando que a consulta atende a dois momentos, no 7º e no 40º dias de pós-parto. Com relação ao item idade, sugeriu-se a sua exclusão, obtendo um IC de 80 %, sob a justificativa de que a idade sofre alteração com o tempo, sendo suficiente apenas a data de nascimento. Do mesmo modo, houve sugestão de retirar o termo fórceps quando relacionado ao tipo de parto. Segundo as especialistas, trata-se de uma técnica em desuso pelos obstetras. Entretanto, visto ter obtido um IC de 60 %, manteve-se no instrumento. Outra solicitação voltou-se para a substituição do termo “tempo de parto” por “dados do parto”, cujo IC foi de 1 %. Para melhor compreensão no preenchimento dos dados, as enfermeiras sugeriram separar as necessidades de hidratação e alimentação. Durante o processo de validação, uma especialista achou “confuso” os dados referentes às duas necessidades em um só item. Este alcançou IC de 80 % reforçando, assim, a coerência entre as opiniões emitidas. Referente à “frequência” na ingestão de 78 líquidos houve dúvida quanto à forma de como seria avaliada esta frequência. Deste modo, foi indicada a alteração para “quantos copos/dia” com 1 % de aprovação. As especialistas consideraram inadequados os termos “tipo” e sugeriram substituir por “características” na avaliação concernente às eliminações urinária e intestinal, obtendo um IC de 80%. Como também retirar a pergunta “existe satisfação/prazer na relação sexual?”, pois consideraram que no puerpério este aspecto torna-se irrelevante. Esta questão foi, portanto, retirada do instrumento, visto ter obtido um IC de 70%. No entanto, vale ressaltar que se tratando da primeira consulta puerperal, no sétimo dia de pós-parto, isto é aceitável, porém, no puerpério tardio, investigar a satisfação sexual torna-se relevante quando se considera que neste período há retorno das atividades sexuais. Na necessidade de segurança física e meio ambiente, foi solicitado retirar o item: “condições de moradia (boa, regular, ruim)” por considerarem que depende do ponto de vista de quem o avalia. Obteve um IC de 70%, sendo, portanto, excluído do instrumento. As especialistas sugeriram acrescentar a “altura uterina cm” na necessidade de regulação hormonal com IC de 100%. Sobre “último resultado do hemograma” e “resultado da citologia oncótica”, houve sugestão de retirada desses, uma vez que dependendo da data na qual foram realizados podem estar desatualizados. Os índices alcançados foram de 70% e 50%, respectivamente. Apesar dessa avaliação, mantiveram-se os itens relativos ao resultado do hemograma e da citologia oncótica. Um estudo realizado na Inglaterra em 279 mulheres com dois meses pós-parto encontrou que dentre estas, 115 eram anêmicas. A anemia pós-parto contribui em 25% das mortes maternas tornando-se importante investigá-la e tratá-la adequadamente (DEARMAN, 2012). Com relação à necessidade de religiosidade e espiritualidade , três especialistas solicitaram a exclusão da pergunta: “Gosta de viver? Por quê?”. Estas a consideraram vaga e constrangedora, como também apontaram a possibilidade de se obter uma resposta que não corresponda com a verdade. Esta pergunta foi, portanto, retirada do instrumento por obter IC de 80%. Após a aplicação das alterações sugeridas, adquiriu-se um conjunto de dados essenciais a serem coletados na puérpera levando em consideração que a mulher encontra-se em seu contexto domiciliar, vista de modo holístico, ou seja, em seus aspectos biológico, psicossocial e espiritual. A partir dos itens validados e 79 aceitos pela pesquisadora, a segunda versão do instrumento foi corrigida. A figura 8 mostra a primeira e segunda parte do instrumento com as alterações realizadas. Figura 8- Primeira e segunda partes da segunda versão do instrumento para Consulta de Enfermagem à puérpera na atenção básica. Natal, Rio Grande do Norte, 2013 80 4.1.5. Resultado da 5ª etapa: Estruturação do instrumento mediante a aplicação e desenvolvimento dos enunciados de diagnóstico/resultados e intervenções de enfermagem Uma vez validada a segunda versão, procedeu-se com a estruturação final do instrumento. Inicialmente, os diagnósticos/resultados e intervenções de enfermagem das terminologias CIPE® de acordo com Garcia e Cubas (2012) foram selecionados com base nos indicadores identificados e validados na etapa anterior. Na indisponibilidade ou conflito das afirmativas da CIPE ® com os indicadores encontrados no estudo, desenvolveu-se enunciados de enfermagem relacionados com as seguintes fases do PE: diagnósticos/resultados e intervenções de enfermagem. O desenvolvimento dos enunciados de diagnóstico de enfermagem ocorre pela avaliação sobre os problemas e/ou necessidades da cliente pelo enfermeiro. A seleção das intervenções de enfermagem baseou-se nos diagnósticos de enfermagem que foram identificados a partir do agrupamento dos IES (dados a coletar) de modo a alcançar os resultados esperados pelos quais o enfermeiro é responsável. O resultado diz respeito à resposta da cliente após a implementação das intervenções de enfermagem. Portanto, nesta última fase, constituiu-se a estruturação final do instrumento, contendo dados de identificação de avaliação da puérpera validados pelos especialistas na técnica Delphi, dados do serviço, os enunciados de diagnóstico, intervenções de enfermagem, bem como os resultados selecionados pela pesquisadora. A estruturação do instrumento considerou as etapas do processo de enfermagem que devem ser registradas de acordo com as Resoluções nº 358/2009, 429/2012 e no CIDEE (APÊNDICE - M). Após a conclusão das rodadas da técnica Delphi, elaborou-se a versão final do instrumento. A contribuição dos especialistas foi de suma importância para a concretização desta fase do estudo. A partir deste resultado, desenvolveu-se a terceira parte do instrumento denominada de Planejamento da Assistência de Enfermagem à puérpera (Quadros - 9 e 10). 81 Quadro 9 – Seleção dos diagnósticos de enfermagem de acordo com os indicadores empíricos validados no estudo. Diagnóstico de Enfermagem selecionado Agrupamento de indicadores empíricos Padrão respiratório alterado Tosse, secreção Tosse produtiva Ingestão de líquidos inadequada Hábito de ingestão de líquido Alimentação inadequada Acesso a alimentos, amamentação, apetite, ganho Peso corporal excessivo súbito de peso Emagrecimento Eliminação urinária alterada Hábito de eliminação urinária Fadiga Característica do repouso, característica do sono Insônia Repouso ineficaz Sono ineficaz Padrão sexual alterado Práticas sexuais (desinteresse sexual) Planejamento familiar ineficaz Uso de métodos contraceptivos Exposição à violência socioambiental Condições ambientais domiciliares e peridomiciliares, Violência doméstica violência (sexual e física pelo parceiro), tabagismo, Uso de álcool alcoolismo Uso de fumo Uso de drogas ilícitas Risco de suicídio Autocuidado inadequado: banho/higiene e Capacidade para o autocuidado (aparência pessoal e vestimentas higiene) Ingurgitamento mamário Características da pele (integridade, coloração, Fissura mamilar turgor, textura), condições das mamas Inflamação da mama Ferida cirúrgica contaminada Coloração da pele alterada (especificar local) Risco da integridade da pele prejudicada Infecção (especificar local) Anemia Edema (+/++++), perda sanguínea, pressão arterial Edema Perda sanguínea (especificar via e se leve, moderada, severa) Pressão arterial aumentada Temperatura corporal aumentada Temperatura corporal Agitação Atividade psicomotora, capacidade intracraniana Atividade mental alterada: nível de (cefaleia), função cognitiva, nível de consciência consciência Atividade mental alterada: orientação (tempo, espaço, si mesmo, outrem) Confusão Involução uterina retardada Involução uterina, lactação, nível de glicose Lactação diminuída sanguínea Glicemia instável Dor (especificar local e intensidade) Dor (cefaleia, na relação sexual, abdominal, lombar, na incisão cirúrgica, na região perineal, no corpo, nas mamas, no útero) Manutenção de saúde alterada Comportamento em busca de saúde (do bebê Adesão inadequada ao regime terapêutico diabetes gestacional – anemia – aconselhamento e Adesão inadequada ao regime dietético acompanhamento profissional no pós-parto), padrão de enfrentamento de problemas Comunicação familiar ineficaz Padrão de comunicação familiar Atitude familiar conflituosa Interação familiar, padrão de enfrentamento familiar, Interação social inadequada rede de apoio, rede social, desempenho de papéis Potencial para paternidade/ maternidade familiares, participação em grupos/instituições inadequada comunitários 82 Risco de isolamento social Risco de solidão Atividade de recreação e lazer insuficiente Ansiedade Depressão pós-parto Medo (especificar) Desesperança Sentimento de impotência Tristeza Baixa autoestima Baixa confiança nos outros Baixa iniciativa Baixa volição/vontade Conflito de decisão Direitos de cidadania limitados (especificar) Processo de tomada de decisão inadequado Conhecimento insuficiente sobre aspectos do puerpério Conhecimento insuficiente sobre aleitamento materno Conhecimento insuficiente sobre cuidados com o recém-nascido Conhecimento inadequado (especificar o tópico: estado de saúde, medicação, exames, procedimentos terapêuticos, entre outros) Uso inadequado de contraceptivo Conflito de desempenho do papel de pai/mãe Desempenho de papel ineficaz Baixa privacidade Espaço pessoal inadequado Angústia Percepção de falta de significado da vida Atividades preferenciais de recreação e lazer Enfrentamento de situações ou problemas, eventos estressantes recentes, histórico de problemas emocionais, histórico de problemas mentais Aceitação da condição de saúde, aceitação da condição pessoal, autoimagem, confiança em si e nos outros, mecanismos de adaptação ou defesa, senso de valor pessoal Conhecimento dos direitos e deveres, padrão comunitário de tomada de decisões, padrão familiar de tomada de decisões, padrão pessoal de tomada de decisões, participação no plano terapêutico Acesso à informação sobre cuidados com a saúde, capacidade para o autocuidado, conhecimento sobre o estado de saúde, situações que interferem na adesão ao plano terapêutico Apoio para desempenho de papéis, distribuição de tarefas na família, papel no âmbito da família, satisfação com o desempenho de papéis, rede de apoio familiar, rede de apoio social, vínculo familiar Disponibilidade de espaço pessoal, número de cômodos no domicílio, número de pessoas/famílias no domicílio, preservação da privacidade da família Significado de vida Na elaboração final do instrumento para a consulta de enfermagem, foram selecionados 73 Diagnósticos de Enfermagem e 155 Intervenções de Enfermagem a partir da categorização dos IES validados na segunda e terceira etapas do estudo. O diagnóstico de enfermagem é o processo de interpretação e agrupamento dos dados coletados do indivíduo no histórico de enfermagem e determina a tomada de decisão sobre as respostas da pessoa. Estas decisões constituem a base para a seleção das intervenções de enfermagem, cuja aplicação tem o propósito de obter um resultado esperado no processo saúde-doença (COFEN, 2009). Os diagnósticos de enfermagem são os resultados do julgamento clínico, ou seja, da análise que o enfermeiro faz sobre a situação de saúde do indivíduo. Sendo esta uma ação reflexiva, ela habilita o enfermeiro a rever seus conceitos, 83 seus julgamentos, levando-o a mudanças na atividade clínica. Além disso, contribuem para viabilizar a SAE, uma vez que permitem a identificação de indicadores do cliente, visando ao restabelecimento e à promoção da saúde (MATOS, 2009). Os diagnósticos de enfermagem necessitam ser registrados por meio de uma linguagem específica e padronizada. Os DE na terminologia CIPE® representam um título atribuído por um enfermeiro que ao tomar a decisão acerca de um fenômeno tem como objetivo realizar a intervenção de enfermagem. Assim, para registrá-lo, precisa utilizar um termo do eixo Foco e um termo do eixo Julgamento, podendo ser acrescido de termos de outros eixos (CIE, 2007). Na aplicação dos enunciados do diagnóstico, o enfermeiro obtém uma comunicação clara, objetiva e organizada na assistência de enfermagem. O Quadro - 10 apresenta a seleção das intervenções de enfermagem de acordo com os indicadores empíricos validados no estudo e com os diagnósticos de enfermagem. Quadro 10 – Seleção das intervenções de enfermagem de acordo com os indicadores empíricos validados no estudo e diagnósticos de enfermagem. Diagnósticos de Enfermagem Intervenções de Enfermagem Indicadores Empíricos □ Padrão respiratório alterado □ Encorajar puérpera a tossir □ Tosse produtiva □ Realizar ausculta pulmonar □ Encaminhar à Unidade de Sa de Tosse, secreção □ Ingestão de líquidos inadequada □ Orientar quanto à necessidade de ingerir líquidos Hábito de ingestão de líquido □ Alimentação inadequada □ Encorajar ingestão de alimentos conforme necessidades □ Peso corporal excessivo nutricionais, preferências alimentares e condições □ Emagrecimento socioeconômicas Acesso a alimentos, amamentação, □ Avaliar a necessidade de mudanças de hábitos alimentares □ Incentivar a reeducação alimentar apetite, ganho súbito de peso □ Agendar consulta com nutricionista □ Eliminação urinária alterada □ Encorajar controle esfincteriano gradativo ao urinar □ Orientar os exercícios de Kegel Hábito de eliminação urinária □ Orientar a higiene íntima □ Agendar consulta médica □ Fadiga □ Identificar o motivo da perturbação do sono □ Insônia □ Encorajar descanso □ Repouso ineficaz □ Orientar sobre os fatores que interferem no sono, como □ Sono ineficaz café, chá preto, nicotina, refrigerantes, cochilos prolongados Característica do repouso, durante o dia, temperaturas extremas, ventilação deficiente, luminosidade inadequada, ruídos característica do sono □ Orientar a limitar o sono diurno a 2 -30 minutos pela manhã ou tarde □ Ensinar técnicas de relaxamento □ Orientar a descansar e dormir enquanto o recém-nascido dorme □ Orientar a priorizar atividades □ Orientar a delegar atividades a outras pessoas 84 □ Padrão sexual alterado □ Planejamento familiar ineficaz □ Exposição à violência socioambiental □ Violência doméstica □ Uso de álcool □ Uso de fumo □ Uso de drogas ilícitas □ Risco de suicídio Condições ambientais domiciliares e peridomiciliares, fatores de risco para infecção (loquiação–mama), tabagismo, alcoolismo, violência (sexual e física pelo parceiro) □ Autocuidado inadequado: banho/higiene e vestimentas Capacidade para o autocuidado (aparência pessoal e higiene) □ Ingurgitamento mamário □ Fissura mamilar □ Inflamação da mama □ Ferida cir rgica contaminada □ Coloração da pele alterada (especificar local) □ Risco da integridade da pele prejudicada □ Infecção (especificar local) Características da pele (integridade, coloração, turgor, textura), condições das mamas □ Anemia □ Edema □ Perda sanguínea (especificar via e se leve, moderada, severa) □ Pressão arterial aumentada Edema (+/++++), perda sanguínea, pressão arterial □Temperatura corporal aumentada Temperatura corporal □ Encorajar a verbalização de sentimentos, percepções e medos □ Esclarecer que situações de estresse e o período pós-parto podem interferir na vida sexual □ Orientar o uso de métodos contraceptivos □ Dispensar contraceptivos para a puérpera do programa de planejamento familiar □ Orientar a evitar comportamentos de risco □ Avaliar condições de higiene ambiental durante visita domiciliar □ Orientar quanto aos prejuízos do uso de fumo, álcool e/ou drogas para a mãe e a criança □ Identificar rede de apoio familiar e comunitário □ Encaminhar puérpera para a casa de apoio à mulher vítima de violência □ Encaminhar para grupo de autoajuda □ Identificar risco de suicídio □ Estabelecer relação de confiança □ Envolver a família no apoio e vigilância à puérpera □ Comunicar situações de violência para a autoridade competente □ Encaminhar para consulta médica □ Encorajar hábitos de higiene e de vestimentas adequadas às condições e ao clima □ Orientar a troca de absorvente perineal regularmente □ Ordenhar manualmente as mamas □ Oferecer à criança o leite ordenhado com uma colher pequena ou um copinho □ Orientar a exposição das mamas ao sol: 15 minutos pela manhã, até as 10h, ou à tarde, após as 16h □ Fazer limpeza do mamilo com o próprio leite materno antes e após cada mamada □ Orientar a amamentação e a pega da criança na mama □ Orientar o uso de sutiã apropriado □ Desestimular manipulação excessiva dos mamilos □ Desestimular uso de sabonetes, cremes e pomadas nos mamilos □ Orientar a lavagem das mãos antes de manipular as mamas □ Acompanhar a evolução da cicatrização de ferida cir rgica □ Realizar curativo da ferida cir rgica infectada □ Monitorar sinais e sintomas de infecção □ Examinar episiorrafia □ Elevar membros inferiores □ Avaliar características de pulso □ Avaliar involução uterina □ Inspecionar características dos lóquios □ Monitorar perda de líquidos □ Solicitar eritrograma ou hemograma □ Tratar casos de anemia □ Encaminhar os casos de hemorragia identificados na visita domiciliar para Unidade de Saúde/Maternidade □ Ministrar medicação anti-hipertensiva □ Controlar pressão arterial □ Orientar medidas de prevenção do aumento da pressão arterial □ Verificar temperatura corporal □ Administrar medicação antitérmica □ Aquecer a puérpera 85 □ Agitação □ Atividade mental alterada: nível de consciência □ Atividade mental alterada: orientação (tempo, espaço, si mesmo, outrem) □ Confusão Atividade psicomotora,capacidade intracraniana (cefaleia),função cognitiva,nível de consciência □ Involução uterina retardada □ Lactação diminuída □ Glicemia instável Involução uterina, lactação, nível de glicose sanguínea □ Dor (especificar local e intensidade) Dor (cefaleia, na relação sexual, abdominal, lombar, na incisão cirúrgica, na região perineal, no corpo, nas mamas, no útero) □ Manutenção de sa de alterada □ Adesão inadequada ao regime terapêutico □ Adesão inadequada ao regime dietético Comportamento em busca de saúde (do bebê - diabetes gestacional – anemia – aconselhamento e acompanhamento profissional no pós-parto), padrão de enfrentamento de problemas □ Comunicação familiar ineficaz □ Atitude familiar conflituosa □ Interação social inadequada □ Potencial para paternidade/ maternidade inadequada □ Risco de isolamento social □ Risco de solidão Padrão de comunicação familiar, interação familiar, padrão de enfrentamento familiar, rede de apoio, rede social, desempenho de papéis familiares, participação em grupos/instituições comunitários □ Atividade de recreação e lazer □ Encorajar a ingestão de líquidos □ Encaminhar à Unidade de Sa de se a febre persistir □ Avaliar interação mãe-filho □ Avaliar alterações no nível de consciência □ Investigar presença de fatores causadores e contribuidores da confusão mental □ Informar à puérpera sobre pessoas, tempo, local □ Evitar frustrar a puérpera com perguntas que não possa responder □ Manter a puérpera orientada no tempo e no espaço (proporcionar relógio, calendário, espelho) □ Planejar atividades l dicas que estimulem a memória □ Usar frases simples durante a comunicação □ Envolver a família no processo de recuperação da capacidade mental □ Estimular atividades físicas e de lazer □ Encaminhar a puérpera ao serviço de sa de mental □ Orientar a observação do fluxo vaginal (características e quantidade) □ Monitorar involução uterina □ Apoiar a mãe durante a lactação □ Explicar a transitoriedade fisiológica da lactação diminuída □ Orientar a deixar a criança sugar à vontade □ Verificar glicemia capilar □ Orientar sobre a importância do monitoramento da glicose □ Orientar sobre sinais e sintomas de hipoglicemia e hiperglicemia □ Encaminhar à Unidade de Sa de/Hospital □ Realizar medidas de alívio da dor □ Encaminhar puérpera para consulta médica □ Estimular a verbalização da dor □ Envolver a família na resolutividade dos problemas de saúde da puérpera □ Estimular a participação em oficinas e grupos participativos □ Orientar acerca do esquema terapêutico □ Orientar acerca do esquema dietético □ Avaliar dinâmica de apoio familiar □ Identificar barreira na comunicação familiar □ Proporcionar oportunidades para que os membros da família se reúnam e discutam a situação □ Observar comportamento da criança e da mãe durante a amamentação □ Observar interação pai/mãe/filhos □ Proporcionar o desenvolvimento de habilidades pessoais □ Orientar a família para o reconhecimento de pontos fortes no relacionamento □ Encorajar convívio com amigos, família e grupos comunitários □ Referenciar para a terapia familiar □ Identificar equipamentos sociais para recreação e lazer 86 insuficiente Atividades preferenciais de recreação e lazer □ Ansiedade □ Depressão pós-parto □ Medo (especificar) □ Desesperança □ Sentimento de impotência □ Tristeza Enfrentamento de situações ou problemas, eventos estressantes recentes, histórico de problemas emocionais, histórico de problemas mentais □ Baixa autoestima □ Baixa confiança nos outros Desempenho de papéis familiares, rede de apoio familiar, rede de apoio social, vínculo familiar □ Baixa iniciativa □ Baixa volição/vontade □ Conflito de decisão □ Direitos de cidadania limitados (especificar) □ Processo de tomada de decisão inadequado Conhecimento dos direitos e deveres, padrão comunitário de tomada de decisões, padrão familiar de tomada de decisões, padrão pessoal de tomada de decisões, participação no plano terapêutico □ Conhecimento insuficiente sobre aspectos do puerpério □ Conhecimento insuficiente sobre aleitamento materno □ Conhecimento insuficiente sobre cuidados com o recém-nascido □ Conhecimento inadequado (especificar o tópico: estado de saúde, medicação, exames, procedimentos terapêuticos, entre outros) □ Uso inadequado de contraceptivo Acesso à informação sobre cuidados com a saúde, capacidade para o autocuidado, conhecimento sobre o estado de saúde, situações que interferem na adesão ao plano terapêutico □ Motivar participação em atividades de recreação e lazer □ Avaliar comportamento indicador de ansiedade □ Orientar quanto às alterações emocionais do puerpério □ Apoiar puérpera para aliviar estresse □ Auxiliar puérpera na identificação de um sistema de apoio □ Desenvolver uma relação de apoio com a puérpera □ Estabelecer vínculo com a família □ Envolver a família nos cuidados à puérpera, criança e afazeres domésticos □ Monitorar sintomas de depressão pós-parto □ Encaminhar a puérpera ao serviço de saúde mental □ Estimular a autoconfiança materna □ Orientar sobre cuidados pessoais □ Ajudar a puérpera a identificar atributos pessoais positivos e oportunidades possíveis □ Investigar características de alteração de autoestima □ Discutir com a puérpera as alterações físicas previsíveis □ Explicar o processo de recomposição da autoimagem □ Reforçar aspectos positivos □ Promover a escuta ativa □ Auxiliar no estabelecimento de metas realistas □ Auxiliar a família a avaliar seus comportamentos □ Encorajar livre expressão dos sentimentos □ Encorajar o processo de tomada de decisão □ Orientar sobre cuidados com ferida cir rgica/episiorrafia □ Incentivar a amamentação exclusiva □ Ensinar sobre o processo de ordenha manual e armazenamento de leite materno □ Ensinar sobre o posicionamento do recém-nascido durante a amamentação □ Ensinar à mãe a posição confortável para a amamentação □ Estimular a livre demanda na amamentação □ Ajudar a mãe a amamentar □ Orientar sobre as necessidades nutricionais do neonato □ Orientar quanto à necessidade de amamentar em local tranquilo □ Conversar sobre mitos e crenças em torno da amamentação □ Identificar pessoas que possam apoiar no processo da amamentação □ Orientar os cuidados com mamas e mamilos □ Explicar métodos contraceptivos □ Ajudar a puérpera a identificar informações que tenha mais interesse em obtê-las □ Orientar a puérpera sobre o retorno à Unidade de Saúde, esquema vacinal da criança e acompanhamento do crescimento e desenvolvimento 87 □ Conflito de desempenho do papel de pai/mãe □ Desempenho de papel ineficaz Apoio para desempenho de papéis, distribuição de tarefas na família, papel no âmbito da família, satisfação com o desempenho de papéis, rede de apoio familiar, rede de apoio social, vínculo familiar □ Baixa privacidade □ Espaço pessoal inadequado Disponibilidade de espaço pessoal, número de cômodos no domicílio, número de pessoas/famílias no domicílio, preservação da privacidade da família □ Ang stia □ Percepção de falta de significado da vida Significado de vida □ Encorajar os pais a verbalizar sentimentos e preocupações □ Avaliar impacto do nascimento sobre o papel de pai/mãe e relacionamentos □ Estimular os pais na participação dos cuidados com a criança □ Informar os pais sobre a sa de da criança □ Orientar sobre a importância do vínculo mãe-filho □ Incluir outros membros da família no cuidado à criança □ Orientar os pais a ter espaço de privacidade □ Explicar à família a necessidade de respeito à privacidade individual □ Orientar na utilização dos espaços do domicílio respeitando a privacidade dos membros da família □ Avaliar crenças espirituais da família □ Apoiar práticas espirituais da puérpera ou família □Trabalhar com Estimular a verbalização de sentimentos com relação à vida, ego, emoção, subjetividade, crenças, mitos, expectativas, dentre outras □ Conversar sobre a visita de líder espiritual em casa Na elaboração de um instrumento para Consulta de Enfermagem, devese ter em mente que este seja sucinto, ou seja, que não demande muito tempo no seu preenchimento, tendo em vista a sua não aplicabilidade prática. A preocupação em conciliar esta prerrogativa, como também construir um instrumento que avalie a puérpera de modo holístico e dentro de seu contexto familiar com todas suas variáveis foi um desafio importante nesta pesquisa. O protocolo do MS a respeito do período pós-parto determina duas consultas nesta fase, uma na primeira semana e outra em torno de 40 dias após o parto. O objetivo é garantir o aleitamento materno, prevenir infecções, dentre outros. Este atendimento não garante um enfoque voltado aos transtornos mentais decorrentes do período gravídico-puerperal. As puérperas com sintomas depressivos deixam de ser detectadas, pois geralmente não retornam à unidade de saúde. E, ao retornarem, o foco principal da assistência está voltado para a criança com relação à imunização, assim como ao acompanhamento do seu crescimento e desenvolvimento (SANTOS JÚNIOR, 2013; DENNIS; MCQUEEN, 2007). Logo, há iminência na assistência à puérpera com uma atenção integral e de modo resolutivo, voltada para a melhoria da qualidade de vida desta população. Neste sentido, escutar, observar a puérpera no ambiente familiar, suas relações interpessoais, identificar sua rede de apoio, atentar às suas dúvidas e queixas, entre outras, são ações imperativas no contexto da consulta de enfermagem. Neste entendimento, uma consulta resumida pode comprometer a qualidade da assistência 88 à mulher durante o pós-parto, considerando o fato de que alguns aspectos importantes poderiam passar despercebidos pelo profissional enfermeira (o). O instrumento foi elaborado respeitando o preconizado pelo CIDEE, ou seja, precisa ser estruturado a partir de dados essenciais para descrever a prática de enfermagem. Em função disso, sugere-se que a estrutura seja composta de três categorias: itens demográficos dos pacientes ou clientes; itens do cuidado de enfermagem (diagnóstico, intervenção, resultados e intensidade do cuidado de enfermagem); e itens do serviço. Neste estudo, os dados utilizados na identificação da puérpera foram nome, prontuário, data de nascimento, área, data da consulta, número de filhos, idade do último filho, endereço, data do parto, data da alta hospitalar, dados do parto. Com relação aos itens pertinentes ao cuidado de enfermagem, utilizou-se os DE, IE com base em Garcia e Cubas (2012), cujos estudos têm como referência a terminologia CIPE®. Aos resultados de enfermagem, empregaram-se os termos melhorado, piorado, inalterado e resolvido para todas as intervenções. O objetivo foi simplificar esta etapa tendo em vista melhor formatação e otimização do instrumento. Neste sentido, houve adaptações relativas ao DE e IE no intuito de evitar repetições destes em mais de uma necessidade identificada. As modificações ocorridas se relacionaram às necessidades de alimentação, eliminação, sono e repouso, segurança física e do meio ambiente, cuidado corporal e, por fim, amamentação. Na NH de alimentação, foi inserido o termo condições socioeconômicas na IE. Desta forma, o enunciado passou a ser “Encorajar ingestão de alimentos conforme necessidades nutricionais, preferências alimentares e condições socioeconômicas”. Reconhecendo a realidade econômica da população brasileira, considerou-se que em algumas famílias esse fator é primordial na orientação quanto aos hábitos alimentares. A educação alimentar contém elementos complexos e até conflituosos, considerando os diferentes espaços geográficos, econômicos e culturais no Brasil. Neste sentido, a promoção de práticas alimentares saudáveis precisa contemplar todos esses aspectos. Na necessidade de eliminação, foi acrescentada a IE “Orientar exercícios de Kegel”. Considerando que na incontinência urinária o exercício traz benefício para o distúrbio, à medida que ajuda o fortalecimento da musculatura pélvica feminina oferece uma reeducação perineal (SILVA; OLIVA, 2011). 89 Ao aplicar as IE na necessidade de sono e repouso, desenvolveu-se no estudo as seguintes intervenções: orientar a descansar e dormir enquanto o recémnascido dorme; orientar a priorizar atividades; orientar a delegar atividades a outras pessoas. Estas não são contempladas no referencial teórico de Garcia e Cubas (2012). As alterações na necessidade de segurança física e do meio ambiente ocorreram com a retirada do indicador “fatores de risco para infecção” por considerar que este já se encontra contemplado na necessidade de integridade física. Nesta necessidade, ainda foi acrescentado o termo ilícitas no DE “uso de drogas ilícitas”, bem como a IE “encaminhar puérpera para a casa de apoio à mulher vítima de violência”, uma vez que mulheres agredidas são encaminhadas para essas instituições em algumas capitais do Brasil. Na necessidade de cuidado corporal, as modificações voltaram-se para o termo vestimentas ao DE “autocuidado inadequado: banho/higiene e vestimentas” e a IE “orientar sobre os cuidados pessoais”. Com relação à IE, “solicitar eritrograma ou hemograma”, esta foi acrescida ao item planejamento da assistência, visto que é comum a mulher apresentar anemia durante o puerpério mediato e tardio. Os DE e IE referentes à amamentação foram agrupados na necessidade de educação para a saúde e aprendizagem uma vez que estes termos apareciam repetidamente em diversas necessidades. A ideia é que haja mais visibilidade do (a) enfermeiro (a) quanto à amamentação, sendo importante reuni-los em um só item. Este cuidado requer atenção primordial no puerpério, levando-se em consideração o estabelecimento de uma alimentação saudável da criança e o fortalecimento do vínculo afetivo entre a mãe e o (a) filho (a). Na aplicação das IE, percebeu-se a necessidade do desenvolvimento das intervenções estimular livre demanda na amamentação; orientar quanto à necessidade de amamentar em local tranquilo; orientar sobre o retorno à Unidade de Saúde; esquema vacinal da criança; e o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento. No intuito de melhor adequação e entendimento, o termo trabalhar foi substituído por estimular. Esta alteração foi concernente à necessidade de religiosidade e espiritualidade (estimular a verbalização de sentimentos relacionados à vida, ego, emoção, subjetividade, crenças, mitos, expectativas, dentre outras). Com relação aos dados referentes ao serviço, houve adaptação quanto aos componentes utilizados na realidade das unidades de saúde brasileiras, como 90 secretaria da saúde a que se está vinculada, nome da unidade de saúde, nome do profissional responsável e número do registro no Conselho Regional de Enfermagem (COREN). Para a estruturação da Consulta de Enfermagem à puérpera, levou-se em consideração o que regulamenta a Resolução 358/2009 do Conselho Federal de Enfermagem sobre a SAE. A referida resolução dispõe que a CE quando realizada em ambulatórios domicílios, entre outros, corresponde ao PE organizado em cinco etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes, são elas: coleta de dados, diagnóstico de enfermagem, planejamento de enfermagem, implementação e avaliação (COFEN, 2009). A Resolução 429/2012 diz que a execução do PE deve ser registrada formalmente envolvendo um resumo dos dados coletados sobre a pessoa, os diagnósticos de enfermagem acerca das respostas da pessoa, as intervenções de enfermagem realizadas face aos diagnósticos identificados e os resultados alcançados como consequência das intervenções realizadas (COFEN, 2012). Os registros sobre a evolução de enfermagem não foram contemplados neste instrumento por considerar-se que as unidades de saúde possuem formulário próprio para esta finalidade. Assim sendo, com base no CIDEE que preconiza o estabelecimento de um conjunto de dados essenciais para descrever a prática de enfermagem, oferecendo informações sobre os dados da instituição, da identificação da puérpera, dos indicadores validados e do planejamento da assistência de enfermagem, elaborou-se a versão final do instrumento (figuras - 8 e 9, Apêndice - M). 91 Figura 9 – Terceira parte da versão final do instrumento para consulta de enfermagem à puérpera na atenção básica. Natal, Rio Grande do Norte, 2013. Diagnóstico de Enfermagem □ Padrão respiratório alterado □ Tosse produtiva Planejamento da Assistência de Enfermagem Intervenção de Enfermagem □ Encorajar puérpera a tossir □ Realizar ausculta pulmonar □ Encaminhar à Unidade de Saúde □ Ingestão de líquidos inadequada □ Orientar quanto à necessidade de ingerir líquidos □ Alimentação inadequada □ Peso corporal excessivo □ Emagrecimento □ Encorajar ingestão de alimentos conforme necessidades nutricionais, preferências alimentares e condições socioeconômicas □ Avaliar a necessidade de mudanças de hábitos alimentares □ Incentivar a reeducação alimentar □ Agendar consulta com nutricionista □ Encorajar controle esfincteriano gradativo ao urinar □ Orientar os exercícios de Kegel □ Orientar a higiene íntima □ Agendar consulta médica □ Identificar o motivo da perturbação do sono □ Encorajar descanso □ Orientar sobre os fatores que interferem no sono, como café, chá preto, nicotina, refrigerantes, cochilos prolongados durante o dia, temperaturas extremas, ventilação deficiente, luminosidade inadequada, ruídos □ Orientar a limitar o sono diurno a 20-30 minutos pela manhã ou tarde □ Ensinar técnicas de relaxamento □ Orientar a descansar e dormir enquanto o recém-nascido dorme □ Orientar a priorizar atividades □ Orientar a delegar atividades a outras pessoas □ Encorajar a verbalização de sentimentos, percepções e medos □ Esclarecer que situações de estresse e o período pós-parto podem interferir na vida sexual □ Orientar o uso de métodos contraceptivos □ Dispensar contraceptivos para a puérpera do programa de planejamento familiar □ Orientar a evitar comportamentos de risco □ Avaliar condições de higiene ambiental durante visita domiciliar □ Orientar quanto aos prejuízos do uso de fumo, álcool e/ou drogas para a mãe e o bebê □ Identificar rede de apoio familiar e comunitário □ Encaminhar puérpera para a casa de apoio à mulher vítima de violência □ Encaminhar para grupo de autoajuda □ Identificar risco de suicídio □ Estabelecer relação de confiança □ Envolver a família no apoio e vigilância à puérpera □ Comunicar situações de violência para a autoridade competente □ Encaminhar para consulta médica □ Encorajar hábitos de higiene e de vestimentas adequadas □ Eliminação urinária alterada □ Fadiga □ Insônia □ Repouso ineficaz □ Sono ineficaz □ Padrão sexual alterado □ Planejamento familiar ineficaz □ Exposição à violência socioambiental □ Violência doméstica □ Uso de álcool □ Uso de fumo □ Uso de drogas ilícitas □ Risco de suicídio □ Autocuidado Resultados □ Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □ Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □ Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □ Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □ Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □ Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □ Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □ Melhorado 92 inadequado: banho/higiene e vestimentas às condições e ao clima □ Orientar a troca de absorvente perineal regularmente □ Ingurgitamento mamário □ Fissura mamilar □ Inflamação da mama □ Ferida cirúrgica contaminada □ Coloração da pele alterada (especificar local) □ Risco da integridade da pele prejudicada □ Infecção (especificar local) □ Ordenhar manualmente as mamas □ Oferecer à criança o leite ordenhado com uma colher pequena ou um copinho □ Orientar a exposição das mamas ao sol: 15 minutos pela manhã, até as 10h, ou à tarde, após as 16h □ Fazer limpeza do mamilo com o próprio leite materno antes e após cada mamada □ Orientar o uso de sutiã apropriado □ Desestimular manipulação excessiva dos mamilos □ Desestimular uso de sabonetes, cremes e pomadas nos mamilos □ Orientar a lavagem das mãos antes de manipular as mamas □ Acompanhar a evolução da cicatrização de ferida cirúrgica □ Realizar curativo da ferida cirúrgica infectada □ Monitorar sinais e sintomas de infecção □ Examinar episiorrafia □ Elevar membros inferiores □ Avaliar características de pulso □ Avaliar involução uterina □ Inspecionar características dos lóquios □ Monitorar perda de líquidos □ Solicitar eritrograma ou hemograma □ Tratar casos de anemia □ Encaminhar os casos de hemorragia identificados na visita domiciliar para a Unidade de Saúde/Maternidade □ Ministrar medicação anti-hipertensiva □ Controlar pressão arterial □ Orientar medidas de prevenção do aumento da pressão arterial □ Verificar temperatura corporal □ Administrar medicação antitérmica □ Aquecer a puérpera □ Encorajar a ingestão de líquidos □ Encaminhar à Unidade de Saúde se a febre persistir □ Avaliar interação mãe-filho □ Avaliar alterações no nível de consciência □ Investigar presença de fatores causadores e contribuidores da confusão mental □ Informar à puérpera sobre pessoas, tempo, local □ Evitar frustrar a puérpera com perguntas que não possa responder □ Manter a puérpera orientada no tempo e no espaço (proporcionar relógio, calendário, espelho) □ Planejar atividades lúdicas que estimulem a memória □ Usar frases simples durante a comunicação □ Envolver a família no processo de recuperação da capacidade mental □ Estimular atividades físicas e de lazer □ Encaminhar a puérpera ao serviço de saúde mental □ Edema □ Perda sanguínea (especificar via e se leve, moderada, severa) □ Pressão arterial aumentada □ Temperatura corporal aumentada □ Agitação □ Atividade mental alterada: nível de consciência □ Atividade mental alterada: orientação (tempo, espaço, si mesmo, outrem) □ Confusão □ Involução uterina retardada □ Lactação diminuída □ Glicemia instável □ Orientar a observação do fluxo vaginal (características e quantidade) □ Monitorar involução uterina □ Apoiar a mãe durante a lactação □ Explicar a transitoriedade fisiológica da lactação diminuída □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □ Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □ Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □ Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □ Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □ Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido 93 □ Dor (especificar local e intensidade) □ Orientar a deixar a criança sugar à vontade □ Verificar glicemia capilar □ Orientar sobre a importância do monitoramento da glicose □ Orientar sobre sinais e sintomas de hipoglicemia e hiperglicemia □ Encaminhar à Unidade de Saúde/Hospital □ Realizar medidas de alívio da dor □ Encaminhar puérpera para consulta médica □ Estimular a verbalização da dor □ Manutenção de saúde alterada □ Adesão inadequada ao regime terapêutico □ Adesão inadequada ao regime dietético □ Envolver a família na resolutividade dos problemas de saúde da puérpera □ Estimular a participação em oficinas e grupos participativos □ Orientar acerca do esquema terapêutico □ Orientar acerca do esquema dietético □ Comunicação familiar ineficaz □ Atitude familiar conflituosa □ Interação social inadequada □ Potencial para paternidade/ maternidade inadequada □ Risco de isolamento social □ Risco de solidão □ Avaliar dinâmica de apoio familiar □ Identificar barreira na comunicação familiar □ Proporcionar oportunidades para que os membros da família se reúnam e discutam a situação □ Observar comportamento da criança e da mãe durante a amamentação □ Observar interação pai/mãe/filhos □ Proporcionar o desenvolvimento de habilidades pessoais □ Orientar a família para o reconhecimento de pontos fortes no relacionamento □ Encorajar convívio com amigos, família e grupos comunitários □ Referenciar para a terapia familiar □ Identificar equipamentos sociais para recreação e lazer □ Motivar participação em atividades de recreação e lazer □Atividade de recreação e lazer insuficiente □ Ansiedade □ Depressão pós-parto □ Medo (especificar) □ Desesperança □ Sentimento de impotência □ Tristeza □ Baixa autoestima □ Baixa confiança nos outros □ Baixa iniciativa □ Baixa volição/vontade □ Conflito de decisão □ Direitos de cidadania limitados (especificar) □ Avaliar comportamento indicador de ansiedade □ Orientar quanto às alterações emocionais no puerpério □ Apoiar puérpera para aliviar estresse □ Auxiliar puérpera na identificação de um sistema de apoio □ Desenvolver uma relação de apoio com a puérpera □ Estabelecer vínculo com a família □ Envolver a família nos cuidados à puérpera, criança e afazeres domésticos □ Monitorar sintomas de depressão pós-parto □ Encaminhar a puérpera ao serviço de saúde mental □ Estimular a autoconfiança materna □ Orientar sobre os cuidados pessoais □ Ajudar a puérpera a identificar atributos pessoais positivos e oportunidades possíveis □ Investigar características de alteração de autoestima □ Discutir com a puérpera as alterações físicas previsíveis □ Explicar o processo de recomposição da autoimagem □ Reforçar aspectos positivos □ Promover a escuta ativa □ Estimular visitas de amigos, familiares e pessoas significativas □ Auxiliar no estabelecimento de metas realistas □ Auxiliar a família a avaliar seus comportamentos □ Encorajar a livre expressão de sentimentos □ Encorajar o processo de tomada de decisão □ Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □ Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □ Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □ Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □ Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □ Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □ Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido 94 □ Processo de tomada de decisão inadequado □ Conhecimento insuficiente sobre aspectos do puerpério □ Conhecimento insuficiente sobre aleitamento materno □ Conhecimento insuficiente sobre cuidados com o recém-nascido □ Conhecimento inadequado (especificar o tópico: estado de saúde, medicação, exames, procedimentos terapêuticos, entre outros) □ Uso inadequado de contraceptivo □ Conflito de desempenho do papel de pai/mãe □ Desempenho de papel ineficaz □ Baixa privacidade □ Espaço pessoal inadequado □ Angústia □ Percepção de falta de significado da vida □ Orientar sobre cuidados com ferida cirúrgica/episiorrafia □ Incentivar a amamentação exclusiva □ Ensinar sobre o processo de ordenha manual e armazenamento de leite materno □ Observar a amamentação e a pega □ Ensinar sobre o posicionamento do recém-nascido durante a amamentação □ Ensinar à mãe a posição confortável para a amamentação □ Estimular a livre demanda na amamentação □ Ajudar a mãe a amamentar □ Orientar sobre as necessidades nutricionais do neonato □ Orientar quanto à necessidade de amamentar em local tranquilo □ Conversar sobre mitos e crenças em torno da amamentação □ Identificar pessoas que possam apoiar no processo da amamentação □ Orientar os cuidados com mamas e mamilos □ Explicar métodos contraceptivos □ Ajudar a identificar informações que tenha mais interesse em obtê-las □ Orientar sobre o retorno à Unidade de Saúde, esquema vacinal da criança e o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento □ Encorajar os pais a verbalizar sentimentos e preocupações □ Avaliar impacto do nascimento sobre o papel de pai/mãe e relacionamentos □ Estimular os pais na participação dos cuidados com a criança □ Informar aos pais sobre a saúde da criança □ Orientar sobre a importância do vínculo mãe-pai-filho □ Incluir outros membros da família no cuidado à criança □ Orientar os pais a ter espaço de privacidade □ Explicar à família a necessidade de respeito à privacidade individual □ Orientar na utilização dos espaços do domicílio respeitando a privacidade dos membros da família □ Avaliar crenças espirituais da família □ Apoiar práticas espirituais da puérpera ou família □Trabalhar com Estimular a verbalização de sentimentos relacionados à vida, ego, emoção, subjetividade, crenças, mitos, expectativas, dentre outras □ Conversar sobre a visita de líder espiritual em casa □ Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □ Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □ Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □ Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido Observações Enfermeiro(a) C OREN 95 Instrumento final para Consulta de Enfermagem à puérpera na atenção básica Instrumento de Consulta de Enfermagem à puérpera Secretaria de Saúde Nome: Nome da Unidade de Saúde Dados de Identificação da puérpera Área: Prontuário nº Endereço: Escolaridade ___anos Data da 1ª consulta __/__/__ Data da 2ª consulta __/__/___ Data de nascimento ___/___/__ Nº de filhos ___ Idade do último filho___ Gesta___ Para___ Data do parto ___/__/___Data da alta hospitalar ___/__/___ Dias de pós-parto________ Dados do Parto: □ normal □ cesárea □ fórceps □ termo □ pré-termo □ pós-termo Avaliação das necessidades humanas da puérpera PSICOBIOLÓGICAS Oxigenação: FR _________rpm □ Tosse □ Expectoração Hidratação: □ Ingere líquidos com frequência – quantos copos/dia:__________ Alimentação: Peso _______ kg - Altura _______ cm IMC _______ Encontra-se com apetite: □ preservado □ aumentado □ diminuído □ Dificuldade de acesso aos alimentos - especificar motivo: Eliminação: Eliminação urinária- características/frequência: ______________ □ Tem ardor/dor na micção - Eliminação intestinalcaracterísticas/frequência:___________________ Sono e Repouso: □ Repousa durante o dia □ Dorme durante o dia – Duração: _______□ Dorme bem à noite – Duração: ________ Sexualidade e Reprodução: □ Retorno às atividades sexuais □ Uso de método contraceptivo- Qual: Segurança física e Meio ambiente: □ Está em área de risco/violência Condições de higiene domiciliar □ boa□ regular □ ruim □ Presença de insetos/roedores □ Sofre violência - Que tipo □ emocional □ física □ sexual □ Faz uso de □ fumo □ álcool □ droga ilícita Cuidado corporal: □ Apresentação pessoal □ boa □ regular □ ruim - Condições de higiene pessoal □ boa □ regular □ ruim Condições de higiene domiciliar □ boa □ regular □ ruim □ Realiza as atividades domiciliares? Quais? Integridade física: Características da pele: □ íntegra □ lesionada - local/tipo ______________ Coloração: ______ □ Sinais de inflamação - local _________Condições das mamas: □ íntegras □ ingurgitadas □ túrgidas □ presença de abscesso Regulação vascular: TA ____x____ mmHg - FC___ bpm - P ____ bpm □ Perda sanguínea/loquiação - Quantidade □ leve □ moderada □ severa Característica da loquiação □ sanguinolenta □ serosanguinolenta □ serosa □ purulenta □ Edema local_________+/++++ ____ Regulação térmica: Temp. _______ºC □ Sente frio □ Sente calafrios Regulação neurológica: □ Orientada no tempo/espaço □ Agitada □ Afetividade presente □ Atenção presente □ Bom humor presente □ Linguagem compreensiva □ Percepção sensorial preservada □ Processos do pensamento preservados □ Confusão mental presente □ Memória preservada Regulação hormonal: □ Involução uterina – Altura uterina ______cm □ Secreção láctea presente - tipo □ colostro □ leite □ sangue □ purulenta - □ Satisfaz o bebê - Glicemia ________mg/dL - última citologia oncótica □ normal □ alterada – Hemograma : _________Hemácias _______Hg _______Ht (cartão de gestante) Sensopercepção: □ Dor - especificar □ Desconforto - especificar Terapêutica e de prevenção: □ Tem necessidade de serviço de referência - especificar _____________□ Tem doença preexistenteespecificar __________________ □ Faz tratamento - especificar _________________ □ Sorologia positiva para ______□ Faz alguma dieta - especificar___________________ □ A família adere ao plano terapêutico PSICOSSOCIAIS E PSICOESPIRITUAIS Comunicação e Gregária: □ Existe boa comunicação familiar □ A gravidez foi desejada □ Conflito familiar tipo_______________□ Existe interação familiar □ Sente confiança nas pessoas □ O filho mais velho aceitou bem o nascimento da criança Recreação e lazer: □ Realiza alguma atividade de recreação e lazer? Qual? Segurança emocional: Enfrentando esta fase com: □ alegria □ tristeza □ dificuldade □ medo □ segurança □ insegurança □ ansiedade □ conforto □ desconforto □ sobrecarga □ irritação □ choro frequente e sem motivo □ sentimento negativo Autoestima, Autoconfiança, Autorrespeito: Em relação à imagem corporal, sente-se: □ satisfeita □ insatisfeita E como mãe: □ satisfeita □ insatisfeita Liberdade e participação: □ Tem vínculo empregatício □ Goza de licença à gestante □ Participa de algum grupo social Educação para a saúde e aprendizagem: □ Aleitamento exclusivo - especificar motivo_____________________________ □ Sente necessidade de ajuda na amamentação – Tipo: ________________________________________________________ □ Gostaria de saber alguma coisa sobre seu pós-parto _________________________________________________________ □ Gostaria de saber alguma coisa sobre os cuidados com a criança _______________________________________________ Autorrealização: □ Tem apoio da família e/ou amigos nesta nova fase □Tem apoio da família no cuidado com o bebê 96 Espaço: Nº de cômodos da casa _____ Nº de membros na família ____ □Tem privacidade - Onde dorme a criança: □ com os pais □ com os irmãos □ quarto próprio □ outro_________________ Religiosidade e Espiritualidade: □ Busca ajuda espiritual para seus problemas □ Sente-se bem quando busca Diagnóstico de Enfermagem □ Padrão respiratório alterado □ Tosse produtiva Planejamento da Assistência de Enfermagem à puérpera Intervenção de Enfermagem □ Encorajar puérpera a tossir □ Realizar ausculta pulmonar □ Encaminhar à Unidade de Saúde □ Ingestão de líquidos inadequada □ Orientar quanto à necessidade de ingerir líquidos □ Alimentação inadequada □ Peso corporal excessivo □ Emagrecimento □ Encorajar ingestão de alimentos conforme necessidades nutricionais, preferências alimentares e condições socioeconômicas □ Avaliar a necessidade de mudanças de hábitos alimentares □ Incentivar a reeducação alimentar □ Agendar consulta com nutricionista □ Encorajar controle esfincteriano gradativo ao urinar □ Orientar os exercícios de Kegel □ Orientar a higiene íntima □ Agendar consulta médica □ Identificar o motivo da perturbação do sono □ Encorajar descanso □ Orientar sobre os fatores que interferem no sono, como café, chá preto, nicotina, refrigerantes, cochilos prolongados durante o dia, temperaturas extremas, ventilação deficiente, luminosidade inadequada, ruídos □ Orientar a limitar o sono diurno a 20-30 minutos pela manhã ou tarde □ Ensinar técnicas de relaxamento □ Orientar a descansar e dormir enquanto o recém-nascido dorme □ Orientar a priorizar atividades □ Orientar a delegar atividades a outras pessoas □ Encorajar a verbalização de sentimentos, percepções e medos □ Esclarecer que situações de estresse e o período pós-parto podem interferir na vida sexual □ Orientar o uso de métodos contraceptivos □ Dispensar contraceptivos para a puérpera do programa de planejamento familiar □ Orientar a evitar comportamentos de risco □ Avaliar condições de higiene ambiental durante visita domiciliar □ Orientar quanto aos prejuízos do uso de fumo, álcool e/ou drogas para a mãe e a criança □ Identificar rede de apoio familiar e comunitário □ Encaminhar puérpera para a casa de apoio à mulher vítima de violência □ Encaminhar para grupo de autoajuda □ Identificar risco de suicídio □ Estabelecer relação de confiança □ Envolver a família no apoio e vigilância à puérpera □ Comunicar situações de violência para a autoridade competente □ Encaminhar para consulta médica □ Encorajar hábitos de higiene e de vestimentas adequadas às condições e ao clima □ Orientar a troca de absorvente perineal regularmente □ Eliminação urinária alterada □ Fadiga □ Insônia □ Repouso ineficaz □ Sono ineficaz □ Padrão sexual alterado □ Planejamento familiar ineficaz □ Exposição à violência socioambiental □ Violência doméstica □ Uso de álcool □ Uso de fumo □ Uso de drogas ilícitas □ Risco de suicídio □ Autocuidado inadequado: banho/higiene e vestimentas □ Ingurgitamento mamário □ Fissura mamilar □ Inflamação da mama □ Ferida cirúrgica contaminada □ Coloração da pele alterada (especificar local) □ Risco da integridade da pele prejudicada □ Infecção (especificar local) □ Ordenhar manualmente as mamas □ Oferecer à criança o leite ordenhado com uma colher pequena ou um copinho □ Orientar a exposição das mamas ao sol: 15 minutos pela manhã, até as 10h, ou à tarde, após as 16h □ Fazer limpeza do mamilo com o próprio leite materno antes e após cada mamada □ Orientar o uso de sutiã apropriado □ Desestimular manipulação excessiva dos mamilos □ Desestimular uso de sabonetes, cremes e pomadas nos mamilos □ Orientar a lavagem das mãos antes de manipular as mamas □ Acompanhar a evolução da cicatrização de ferida cirúrgica □ Realizar curativo da ferida cirúrgica infectada Resultados □Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido 97 □ Edema □ Perda sanguínea (especificar via e se leve, moderada, severa) □ Pressão arterial aumentada □ Temperatura corporal aumentada □ Agitação □ Atividade mental alterada: nível de consciência □ Atividade mental alterada: orientação (tempo, espaço, si mesmo, outrem) □ Confusão □ Involução uterina retardada □ Lactação diminuída □ Glicemia instável □ Dor (especificar local e intensidade) □ Manutenção de saúde alterada □ Adesão inadequada ao regime terapêutico □ Adesão inadequada ao regime dietético □ Comunicação familiar ineficaz □ Atitude familiar conflituosa □ Interação social inadequada □ Potencial para paternidade/ maternidade inadequada □ Risco de isolamento social □ Risco de solidão □ Monitorar sinais e sintomas de infecção □ Examinar episiorrafia □ Elevar membros inferiores □ Avaliar características de pulso □ Avaliar involução uterina □ Inspecionar características dos lóquios □ Monitorar perda de líquidos □ Solicitar eritrograma ou hemograma □ Tratar casos de anemia □ Encaminhar os casos de hemorragia identificados na visita domiciliar para a Unidade de Saúde/Maternidade □ Ministrar medicação anti-hipertensiva □ Controlar pressão arterial □ Orientar medidas de prevenção do aumento da pressão arterial □ Verificar temperatura corporal □ Administrar medicação antitérmica □ Aquecer a puérpera □ Encorajar a ingestão de líquidos □ Encaminhar à Unidade de Saúde se a febre persistir □ Avaliar interação mãe-filho □ Avaliar alterações no nível de consciência □ Investigar presença de fatores causadores e contribuidores da confusão mental □ Informar à puérpera sobre pessoas, tempo, local □ Evitar frustrar a puérpera com perguntas que não possa responder □ Manter a puérpera orientada no tempo e no espaço (proporcionar relógio, calendário, espelho) □ Planejar atividades lúdicas que estimulem a memória □ Usar frases simples durante a comunicação □ Envolver a família no processo de recuperação da capacidade mental □ Estimular atividades físicas e de lazer □ Encaminhar a puérpera ao serviço de saúde mental □ Orientar a observação do fluxo vaginal (características e quantidade) □ Monitorar involução uterina □ Apoiar a puérpera durante a lactação □ Explicar a transitoriedade fisiológica da lactação diminuída □ Orientar a deixar a criança sugar à vontade □ Verificar glicemia capilar □ Orientar sobre a importância do monitoramento da glicose □ Orientar sobre sinais e sintomas de hipoglicemia e hiperglicemia □ Encaminhar à Unidade de Saúde/Hospital □ Estimular a verbalização da dor □ Realizar medidas de alívio da dor □ Encaminhar puérpera para consulta médica □ Envolver a família na resolutividade dos problemas de saúde da puérpera □ Estimular a participação em oficinas e grupos participativos □ Orientar acerca do esquema terapêutico □ Orientar acerca do esquema dietético □Atividade de recreação e lazer insuficiente □ Avaliar dinâmica de apoio familiar □ Identificar barreira na comunicação familiar □ Proporcionar oportunidades para que os membros da família se reúnam e discutam a situação □ Observar comportamento da criança e da mãe durante a amamentação □ Observar interação pai/mãe/filhos □ Proporcionar o desenvolvimento de habilidades pessoais □ Orientar a família para o reconhecimento de pontos fortes no relacionamento □ Encorajar convívio com amigos, família e grupos comunitários □ Referenciar para a terapia familiar □ Identificar equipamentos sociais para recreação e lazer □ Motivar participação em atividades de recreação e lazer □ Ansiedade □ Depressão pós-parto □ Avaliar comportamento indicador de ansiedade □ Orientar quanto às alterações emocionais no puerpério □Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □Melhorado □ Piorado 98 □ Medo (especificar) □ Desesperança □ Sentimento de impotência □ Tristeza □ Baixa autoestima □ Baixa confiança nos outros □ Baixa iniciativa □ Baixa volição/vontade □ Conflito de decisão □ Direitos de cidadania limitados (especificar) □ Processo de tomada de decisão inadequado □ Conhecimento insuficiente sobre aspectos do puerpério □ Conhecimento insuficiente sobre aleitamento materno □ Conhecimento insuficiente sobre cuidados com o recémnascido □ Conhecimento inadequado (especificar o tópico: estado de saúde, medicação, exames, procedimentos terapêuticos, entre outros) □ Uso inadequado de contraceptivo □ Conflito de desempenho do papel de pai/mãe □ Desempenho de papel ineficaz □ Baixa privacidade □ Espaço pessoal inadequado □ Angústia □ Percepção de falta de significado da vida □ Apoiar puérpera para aliviar estresse □ Auxiliar puérpera na identificação de um sistema de apoio □ Desenvolver uma relação de apoio com a puérpera □ Estabelecer vínculo com a família □ Envolver a família nos cuidados à puérpera, criança e afazeres domésticos □ Monitorar sintomas de depressão pós-parto □ Encaminhar a puérpera ao serviço de saúde mental □ Estimular a autoconfiança materna □ Orientar sobre os cuidados pessoais □ Ajudar a puérpera a identificar atributos pessoais positivos e oportunidades possíveis □ Investigar características de alteração de autoestima □ Discutir com a puérpera as alterações físicas previsíveis □ Explicar o processo de recomposição da autoimagem □ Reforçar aspectos positivos □ Promover a escuta ativa □ Estimular visitas de amigos, familiares e pessoas significativas □ Auxiliar no estabelecimento de metas realistas □ Auxiliar a família a avaliar seus comportamentos □ Encorajar a livre expressão dos sentimentos □ Encorajar o processo de tomada de decisão □ Inalterado □ Resolvido □ Orientar sobre cuidados com ferida cirúrgica/episiorrafia □ Incentivar a amamentação exclusiva □ Ensinar sobre processo de ordenha manual e armazenamento de leite materno □ Observar a amamentação e a pega □ Ensinar sobre posicionamento do recém-nascido durante a amamentação □ Ensinar à mãe a posição confortável para a amamentação □ Estimular a livre demanda na amamentação □ Ajudar a mãe a amamentar □ Orientar sobre as necessidades nutricionais do neonato □ Orientar quanto à necessidade de amamentar em local tranquilo □ Conversar sobre mitos e crenças em torno da amamentação □ Identificar pessoas que possam apoiar no processo da amamentação □ Orientar os cuidados com mamas e mamilos □ Explicar métodos contraceptivos □ Ajudar a identificar informações que tenha mais interesse em obtê-las □ Orientar sobre o retorno à Unidade de Saúde, esquema vacinal da criança e o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento □ Encorajar os pais a verbalizar sentimentos e preocupações □ Avaliar impacto do nascimento sobre o papel de pai/mãe e relacionamentos □ Estimular os pais na participação dos cuidados com a criança □ Informar aos pais sobre a saúde da criança □ Orientar sobre a importância do vínculo mãe-pai-filho □ Incluir outros membros da família no cuidado à criança □ Orientar os pais a ter espaço de privacidade □ Explicar à família a necessidade de respeito à privacidade individual □ Orientar na utilização dos espaços do domicílio respeitando a privacidade dos membros da família □ Avaliar crenças espirituais da família □ Apoiar práticas espirituais da puérpera ou família □ Estimular a verbalização de sentimentos relacionados à vida, ego, emoção, subjetividade, crenças, mitos, expectativas, dentre outras □ Conversar sobre a visita de líder espiritual em casa □Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido Observações Enfermeiro(a): COREN: □Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido □Melhorado □ Piorado □ Inalterado □ Resolvido 99 Fonte: Amanda Greavette (2011). 5. Conclusão 100 O estudo teve como objetivo elaborar e validar um instrumento para documentação da assistência de enfermagem à puérpera no âmbito da atenção básica em saúde. Pois, considera-se que a (o) enfermeira (o) no desempenho de suas funções juntamente com a mulher no puerpério necessita de ferramenta que norteie suas atividades na perspectiva de atender a contento esta população. O instrumento foi fundamentado na teoria das necessidades humanas básicas de Horta e elaborado a partir dos conceitos do CIDEE e da terminologia adotada por Garcia e Cubas (2012), baseada na linguagem proposta pela CIPE ®. O desenvolvimento deste se estruturou em três seções denominadas dados de identificação da puérpera, avaliação das necessidades humanas e planejamento da assistência de enfermagem. Os dados de identificação se basearam no CIDEE que agrupa um conjunto de informações sociodemográficas da cliente. A parte destinada à avaliação das necessidades humanas da puérpera foi elaborada mediante agrupamento de indicadores empíricos levantados em bases de dados científicos, por meio de revisão integrativa. Em seguida, mediante a aplicação da técnica de grupo focal, foram validados por especialistas, organizados em dados a coletar e submetidos à validação de forma e conteúdo. Para isto, utilizou-se a técnica Delphi. A terceira parte foi composta por enunciados de diagnósticos, prescrições de enfermagem e resultados com base na terminologia CIPE®, identificados a partir dos indicadores empíricos validados na etapa anterior. As sugestões relacionam-se à futura validação clínica do instrumento. A partir desta, será possível testar sua operacionalização na prática assistencial. A terminologia CIPE® é pouco utilizada pelos enfermeiros assistenciais em nossa realidade, o que dificulta saber se outras enfermeiras chegariam aos mesmos diagnósticos/resultados e intervenções de enfermagem aplicados, neste estudo, pela pesquisadora. Considera-se ser esta uma atividade que depende de embasamento teórico, julgamento clínico e prática assistencial de quem a utiliza. Apesar da validação clínica não ter sido objetivo da pesquisa, em virtude do tempo previsto para o seu desenvolvimento, reconhece-se a premência de que este aspecto seja priorizado pela comunidade científica, sobretudo quando envolve a mulher no contexto do ciclo gravídico puerperal. 101 No transcorrer da investigação, as dificuldades encontradas concentraram-se na demora da devolução dos questionários pelas especialistas. Acredita-se que tal fato tenha ocorrido em virtude da validação do instrumento ter sido realizada em período de férias de algumas universidades públicas, das quais a maioria das participantes faz parte do corpo docente. Conclui-se, portanto, que a partir da TNHB de Horta e da nomenclatura de diagnósticos e intervenções de enfermagem desenvolvidos com base nos resultados da CIPE® e do CIDEE foi possível elaborar e validar um instrumento para documentação da assistência de enfermagem à puérpera no âmbito da atenção básica em saúde. O estudo teve seu objetivo alcançado, bem como foi confirmada a hipótese de que o nível de concordância acima de 70%, entre os participantes do painel de especialistas, validou o documento de assistência de enfermagem à puérpera na atenção básica. O instrumento elaborado e validado neste estudo viabilizará a assistência à puérpera de forma sistematizada, contribuindo para a operacionalização do processo de enfermagem no contexto da atenção básica de saúde. Além disso, possibilitará o estabelecimento de diagnósticos/resultados e intervenções de enfermagem através da utilização da terminologia CIPE ®. Recomenda-se que o documento para a Consulta de Enfermagem à puérpera seja utilizado na primeira semana e em torno do 40º dia pós-parto, preferencialmente no domicílio da mulher, ou seja, na sua inserção familiar. Da mesma forma, considera-se importante a inclusão desta taxonomia como ferramenta de ensino nos cursos de graduação em virtude de os alunos, docentes e enfermeiros atuantes diretamente na assistência demonstrarem pouco conhecimento acerca desta classificação. 102 Referências 103 ABRÃO, C.F.V.; GUTIÉRREZ, M.G.R.; MARIN, H.F. Utilização do diagnóstico de enfermagem segundo a classificação da NANDA, para sistematização da assistência de enfermagem em aleitamento materno. Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v.5, n. 2, abr.1997. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rlae/v5n2/v5n2a07.pdf>. 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Estratégias de busca dos estudos: Base de dados: Base de dados 1: Scopus Base de dados 2: Cinahl Base de dados 3: Pubmed Base de dados 4: Lilacs Base de dados 5: Journal of Midwifery and Women’s Health Base de dados 6: Cochrane Descritores controlados DeCS/MeSH: Enfermagem obstétrica/ obstetrical nursing; período pós-parto/ postpartum period; cuidados de enfermagem/ nursing care; coleta de dados/ data colletion. Descritores não controlados: Consulta de Enfermagem Necessidades humanas básicas 4. Seleção dos estudos: Critérios de inclusão: Publicações disponíveis nas bases de dados selecionadas entre os anos de 2008 a 2013. Estudos disponíveis nos idiomas Português, Inglês e Espanhol Estudos que abordam a questão norteadora Teses e dissertações que abordem à mulher no período pós-parto pertencentes ao DEDALUS ou TEDE (USP e UFC) Documentos oficiais Livros clássicos de Obstetrícia e Enfermagem Obstétrica Critérios de exclusão: Cartas ao editor Estudos repetidos Estudos que não abordem a temática 118 5. Estratégias para coleta de dados dos estudos Instrumento construído pela pesquisadora. Caracterização dos estudos: por base de dados Categorias temáticas: classificação em cores por base de dados; indicadores empíricos das necessidades básicas afetadas; confecção dos quadros temáticos. 6. Estratégia para avaliação crítica dos estudos Os artigos serão avaliados de forma crítica, procurando explicações para os resultados diferentes ou conflitantes nos diferentes estudos. 7. Interpretação dos resultados Comparação com o conhecimento teórico, a identificação de conclusões e implicações resultantes da revisão integrativa. 8. Apresentação da revisão/Síntese dos dados Análise dos resultados: discussão dos resultados evidenciados nos artigos, conclusões e implicações resultantes da revisão, recomendações e sugestões. 119 APÊNCICE - B - Instrumento de seleção dos estudos da revisão integrativa Base de dados Artigo Referência: Idioma: Objetivo: Metodologia: Resultados Indicadores Empíricos (IES) 120 APÊNCICE - C - Instrumento de coleta dos dados da revisão integrativa Base de dados 1: Scopus Artigo 1 Referência: GRAÇA, L. C. C.; FIGUEIREDO, M. C. B.; CONCEIÇÃO, M. T. Caetano C. Contributos da intervenção de enfermagem de cuidados de saúde primários para a promoção do aleitamento materno. Rev. Latino- Am. Enfermagem. v. 19, n. 2, p. 01-09, 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v19n2/pt_27.pdf. Acesso em: 19 fev. 2013. Indicadores Interrupção precoce do aleitamento Psicobiológica Alimentação materno exclusivo influenciando negativamente na nutrição do bebê Falta de conhecimento sobre aleitamento exclusivo Necessidades Psicossocial Educação para a saúde e aprendizagem Artigo 2 Referência: LOPES, D. B. M.; PRAÇA, N. S..Incontinência urinária autorreferida no pós-parto: características clínicas. Rev Esc Enferm USP.v. 46, n. 3, p. 559-64, 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v46n3/05.pdf. Acesso em: 19 fev. 2013. Indicadores Perda urinária de esforço, urgência Necessidades Psicobiológica Eliminação ao urinar ou mista Artigo 3 Referência: DEARMAN, L. R. Bonding in women with postnatal anaemia: a pilot case control study looking at postnatal bonding in women who have been diagnosed with anaemia at a University Hospital in the East of England. Arch Gynecol Obstet. v 285, p. 1243–1248, 2012. Disponível em: http://link.springer.com/article/10.1007/s00404-011-2142-0#page-1. Acesso em: 19 fev. 2013. Indicadores Psicobiológica Necessidades Regulação Vascular Anemia Artigo 4 Referência: DEMIRTAS, B. Breastfeeding support received by Turkish first-time mothers. International Nursing Review. v. 59, p. 338–344, 2012. inr_977 338. Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com.ez18.periodicos.capes.gov.br/doi/10.1111/j.1466-7657.2012.00977.x/pdf. Acesso em: 19 fev. 2013. Indicadores Psicobiológica Percepção dos órgãos Mastalgia Necessidades dos sentidos Psicossocial Educação para a Deficiência na recepção das saúde/aprendizagem informações sobre aleitamento exclusivo Artigo 5 Referência: KAKYO, T. A. et al. Factors associated with depressive symptoms among postpartum mothers in a rural districtin Uganda. Midwifery. v. 28. p. 374 – 379, 2012. Disponível em: http://docs.mak.ac.ug/sites/default/files/2011063003491135.pdf. Acesso em: 19 fev. 2013. Indicadores Psicobiológica Alimentação Dificuldades na amamentação Necessidades Psicossocial Autoestima, Outras parceiras sexuais do marido autoconfiança, Problemas na vida conjugal autorrespeito Falta de suporte do marido durante Segurança emocional. o período pós-parto Amor, aceitação Artigo 6 121 Referência: MILMAN, N. Postpartum anemia II: prevention and treatment. Ann Hematol n. 91, p. 143–154, 2012. Disponível em: http://link.springer.com/article/10.1007%2Fs00277-011-1381-2#page1. Acesso em: 19 fev. 2013. Indicadores Necessidades Psicobiológica Regulação Vascular Anemia Artigo 7 Referência: ENGQVIST I. et al., Women's Experience of Postpartum Psychotic Episodes—Analyses of Narratives From the Internet. Archives of Psychiatric Nursing, v. 25, n. 5, p. 376–387, 2011. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science/journal/08839417. Acesso em: 19 fev. 2013. Indicadores Necessidades Psicobiológica Sono e repouso Insônia Regulação neurológica Falta de concentração Psicossocial Gregária, Medo avassalador Segurança emocional, Inabilidade para cuidar da criança Autoestima, Desorganização de pensamento autoconfiança, Sentimentos de culpa autorrespeito, Sensação de mal estar: ansiedade, Amor e Aceitação inquietação Desconfiança de todos Sentindo-se autolimitada Desprendimento da criança e do mundo Desapontamento com o nascimento Artigo 8 Referência: HSIEN, C-F. et al. Factors Influencing Breast Symptoms in Breastfeeding Women After Cesarean Section Delivery Asian Nursing Research. v. 5, n. 2, 2011. Disponível em: http://ac.elscdn.com/S1976131711600170/1-s2.0-S1976131711600170-main.pdf?_tid=3a725052-7d09-11e2b75a 00000aab0f26&acdnat=1361549116_48f5e2270929844933379db651cb2fcf. Acesso em: 19 fev. 2013. Indicadores Fissura mamilar Integridade física Sono interrompido Sono e repouso Leite materno insuficiente Psicobiológica Alimentação Dor, desconforto pelo Necessidades Percepção dos órgãos Ingurgitamento mamário dos sentidos Flacidez do abdome Psicossocial Autoestima, autoconfiança,autorrespeito Artigo 9 Referência: FRANCISCO, A. A. et al. Avaliação e tratamento da dor perineal no pós-parto vaginal. Acta Paul Enferm. v. 24, n. 1, p. 94-100, 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ape/v24n1/v24n1a14.pdf. Acesso em: 19 fev. 2013. Indicadores Episiotomia, Edema, hiperemia e Integridade física Necessidades Psicobiológica equimose na região perineal Percepção dos órgãos Dor na região perineal, dispareunia dos sentidos Artigo 10 Referência: WEISS, M.; FAWCETT, J. ; ABER, C. Adaptation, postpartum concerns, and learning needs in the first two weeks after caesarean birth .Journal of Clinical Nursing, v. 18, p. 2938–2948, 2009. 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Indicadores Necessidade Psicobiológica Regulação neurológica Depressão pós-parto Base de dados 2: Cinahl Artigo 1 Referência: HUNTER, L. P.; RYCHNOVSKY, J. D.; YOUNT, S. M. A Selective Review of Maternal Sleep Characteristics in the Postpartum Period. JOGNN, v. 38, p. 60-68, 2009. Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1552-6909.2008.00309.x/pdf. Acesso em: 22 Jan 2013. Indicadores Necessidades Psicobiológica Sono e repouso Falta de sono, privação de sono e fadiga Artigo 2 Referência: KURTH, E. Predictors of Crying in the Early Postpartum Period. JOGNN, v. 39, n. 3, p. 250-262, 2010. Disponível em: http://web.ebscohost.com.ez18.periodicos.capes.gov.br/ehost/pdfviewer/pdfviewer?sid=95c356907382-43f1-b127-360d22f187e7%40sessionmgr13&vid=1&hid=12. Acesso em: 22 jan. 2013. Indicadores Depressão materna, Psicobiológica Regulação Neurológica descompensações psíquicas Sono e Repouso Choro excessivo dos bebês nos Necessidades primeiros 10 dias pós-parto Psicossocial Autorrealização Falta de planejamento na volta ao trabalho Artigo 3 Referência: RATHFISCH, G. et al. Effects of perineal trauma on postpartum sexual function. Journal ofAdvanced. Nursing. v. 66, n. 12, p. 2640–2649, 2010. Disponível em:http://web.ebscohost.com.ez18.periodicos.capes.gov.br/ehost/pdfviewer/pdfviewer?sid=0c9978db708d-45ca-9536-ab46d1517646%40sessionmgr13&vid=2&hid=12. Acesso em: 22 Jan. 2013. Indicadores Sexualidade Diminuição do desejo sexual, reduzida excitação, menor lubrificação vaginal, reduzida Necessidades Psicobiológica freqüência de orgasmo, insatisfação com a vida sexual Percepção dos órgãos Dispareunia dos sentidos Episiotomia e laceração perineal Integridade física Artigo 4 Referência: HUNG, C-H., LIN, C-J J. S., YU ,C-Y. Post-natal well-being. 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Psicobiológica Necessidades Psicossocial Regulação neurológica Segurança emocional Indicadores Depressão pós-parto Abuso físico e perseguição do parceiro Artigo 6 Referência: ACELE, E. Ô. ; KARAÇAM, Z. Sexual problems in women during the first postpartum year and related. Conditions. Journal of Clinical Nursing. v. 21, p. 929–937, 2011.Disponível em: http://web.ebscohost.com.ez18.periodicos.capes.gov.br/ehost/pdfviewer/pdfviewer?sid=2baed7421cac-4896-858a-7793a08c65f9%40sessionmgr104&vid=1&hid=103. Acesso em: 22 jan. 2013. Indicadores Psicobiológica Sexualidade Problemas sexuais desde antes da gravidez Percepção dos órgãos Dispareunia do sentido Mastalgia Necessidades Integridade física Episiotomia, laceração perineal Terapêutica Falta de aconselhamento/acompanhamento profissional Psicossocial Segurança emocional Insatisfação com o casamento, Autoestima, abuso sexual, violência física autoconfiança, Insatisfação com a aparência física autorespeito Espaço Dormir no mesmo quarto que o bebê Artigo 7 Referência: FANG, L.; HUNG, C-H. Couples’ postpartum health status. Journal of Clinical Nursing. v. 21, p. 2538–2544, 2012. Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com.ez18.periodicos.capes.gov.br/doi/10.1111/j.1365-2702.2012.04104.x/pdf. Acesso em: 22 jan. 2013. Indicadores Psicobiológica Regulação neurológica Depressão pós-parto Sexualidade Necessidades Psicossocial Gregária Casais sem intimidade conjugal Falta de apoio social Artigo 8 Referência: SERHAN, N. et al.. Prevalence of postpartum depression in mothers and fathers and its Correlates. Journal of Clinical Nursing. v. 22, p. 279–284, 2012. Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com.ez18.periodicos.capes.gov.br/doi/10.1111/j.1365-2702.2012.04281.x/pdf. Acesso em: 22 jan. 2013. 124 Indicadores Regulação neurológica História anterior de depressão Autoestima, Ansiedade dos pais com a autoconfiança e maternidade, primiparidade, autorrespeito prematuridade do filho Autorrealização Marido desempregado. Educação para a Falta de orientações para cuidar do saúde/aprendizagem filho Base de dados 3: Pubmed Artigo 1 Referência: KURTH, E. et al. Crying babies, tired mothers: what do we know? A systematic review. Midwifery. v. 27, p.187–194, 2011. Disponível em: http://ac.els-cdn.com/S0266613809000692/1-s2.0S0266613809000692main.pdf?_tid=6f5c8706-7f02-11e2 889300000aacb360&acdnat=1361766101_b08b28af3a4523b67d2370ba75842a83. Acesso em: 05 fev. 2013. Indicadores Regulação neurológica Depressão pós-parto Necessidades Psicobiológica Sono e repouso Fadiga, choro e irritabilidade da criança Artigo 2 Referência: TAYLOR, J.; JOHNSON, M. The role of anxiety and other factors in predicting postnatal fatigue: From birth to 6 months. Midwifery. v. 12, p. 1-9, 2012. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0266613812000654. Acesso em: 05 fev. 2013. Indicadores Sono e repouso Fadiga Psicobiológica Pouco sono à noite Regulação vascular Hemorragia Percepção dos órgãos Dor Necessidades dos sentidos Regulação neurológica Depressão Terapêutica Parto vaginal ter sido sem Psicossocial Amor, aceitação assistência Autoestima, Ansiedade autoconfiança, Ausência de apoio do parceiro autorrespeito Dificuldade em cuidar do filho Artigo 3 Referência: DOERING, J.J. The Physical and Social Environment of Sleep in Socioeconomically Disadvantaged Postpartum Women. JOGNN. v. 42, p. 33-43, 2013. Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com.ez18.periodicos.capes.gov.br/doi/10.1111/j.1552-6909.2012.01421.x/pdf. Acesso em: 05 fev. 2013. Indicadores Sono e repouso Dormir com a televisão ligada Psicobiológica Beber café e fumar antes de dormir Uso de álcool Necessidades Segurança física e Barulho de pessoas da família, meio ambiente vizinhos e animais durante à noite Psicossocial Espaço Compartilhamento da cama com o Segurança emocional parceiro e filhos Sofrimento emocional relativo à família Necessidades Psicobiológica Psicossocial Artigo 4 Referência: KAISER B.; RAZUREL, C. Determinants of postpartum physical activity, dietary habits and weight loss after gestational diabetes mellitus. Journal of Nursing Management, v. 21, p. 58–69, 2013. Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com.ez18.periodicos.capes.gov.br/doi/10.1111/jonm.12006/pdf. Acesso em: 05 fev. 2013. 125 Psicobiológica Atividade física Alimentação Psicossocial Educação para a saúde/aprendizagem Gregária Necessidades Indicadores Dificuldade em se exercitar Dificuldade em manter uma dieta saudável Déficit de comportamento preventivo da diabete tipo 2 Falta de apoio social e familiar a fim de adquirir e manter hábitos de vida saudáveis Base de dados 4: Lilacs Artigo 1 Referência: CATAFESTA, F. et al. A amamentação na transição puerperal. Esc Anna Nery Rev Enferm. v. 13, n. 3, p. 609-616, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ean/v13n3/v13n3a22.pdf. Acesso em: 15 jan. 2013 Indicadores Necessidades Psicobiológica Sono e repouso Fadiga/cansaço (intervalo curto entre as mamadas). Integridade física Fissura mamilar, mastite Percepção dos órgãos Dor dos sentidos Ingurgitamento mamário Alimentação Desmame precoce Artigo 2 Referência: MORAES, M. H. C.; CREPALDI, M. A. A clínica da depressão pós-parto. Mudanças – Psicologia da Saúde. v. 19, n.1-2, p. 61-67, 2011. Acesso em 15 jan. 2013. Disponível em: https://www.metodista.br/revistas/revistasims/index.php/MUD/article/view/3041/3059. Indicadores Sono e repouso Cansaço Psicobiológica Regulação neurológica Delírio, alucinações, com risco de suicídio e infanticídio Necessidades Terapêutica Requer assistência imediata de um profissional Psicossocial Segurança emocional Instabilidade emocional, lágrimas imotivadas, tristeza súbita e transitória, introversão Autorrealização Por conflitos da identidade como Segurança emocional mãe Expectativa frustrada com o bebê. Sensação de útero vazio. Dificuldade de perceber o bebê como separado de si, permanecendo em um vínculo simbiótico ou negando o nascimento da criança Introversão, irritabilidade Artigo 3 Referência: SOUZA, K. V. et al. A consulta puerperal: demandas de mulheres na perspectiva das necessidades sociais em saúde. Rev Gaúcha Enferm. v. 29, n. 2, p. 175-181, 2008. Acesso em 15 jan. 2013. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/index.php/RevistaGauchadeEnfermagem/article/view/5532/3149. 126 Psicobiológica Sexualidade Terapêutica Psicossocial Segurança física meio ambiente Recreação e lazer Gregária Autorrealização Autoestima, autoconfiança autorrespeito Necessidades e e Educação para a saúde/aprendizagem Indicadores Exercício dos direitos sexuais, dos direitos reprodutivos. Ter acesso à escolha de métodos contraceptivo Ter acesso a medicamentos e insumos Ter acesso à reinternação Possuir vínculo com o serviço e ser recebida quando precisar Possuir vínculo com a equipe/profissional Ter meio ambiente adequado Necessidade de boas condições de vida Transporte Necessidade de ser alguém com direito à diferença Tomar decisões com ligação entre o saber e o fazer Tomar decisões com respeito a sua opinião Participar de grupos de educação e/ou informação em saúde Ter direito à moradia Espaço Artigo 4 Referência: ALENCAR, B. C., RANGEL, S. L., MOREIRA, C. M. Aleitamento materno: a visão das puérperas. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. v.11, n. 3, p.605-611,2009. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/revista/v11/n3/v11n3a18.htm. Acesso em 15 jan. 2013. Indicadores Necessidades Psicossocial Educação para a Dúvidas e dificuldades com relação saúde/aprendizagem ao aleitamento Artigo 5 Referência: AZEVEDO, D. S.; et al.Conhecimento de primíparas sobre aleitamento materno - estudo descritivo quantitativo. Online Brasilian Journal of Nursing. v. 8, n. 2 ,2009. Disponível em: http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/view/j.16764285.2009.2357/532. Acesso em 15 jan. 2013. Indicadores Necessidades Psicossocial Educação para a Déficit de conhecimento quanto às saúde/aprendizagem questões ligadas ao Aleitamento Materno (AM) Artigo 6 Referência: SANTOS JUNIOR, H. P. O.; SILVEIRA, M. F. A. GUALDA, D. M. R. Depressão pósparto: um problema latente. Rev Gaúcha Enferm. v. 30, n. 3, p.516-524, 2009. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/RevistaGauchadeEnfermagem/article/view/8062 Acesso em: 15 jan. 2013. Indicadores Psicobiológica Alimentação Mudanças significativas no apetite e no peso Necessidades Sono e repouso Insônia ou hipersônia Psicossocial Segurança emocional Tristeza Autorrealização Humor deprimido Autoestima, Ausência de prazer em realizar autoconfiança, atividades que antes eram autorrespeito agradáveis Sentimentos de inutilidade e culpa, indecisão,capacidade diminuída de pensar, de se concentrar, pensamentos recorrentes de morte Artigo 7 Referência: MARTINS C. A., et al. Dinâmica familiar em situação de nascimento e puerpério. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. v. 10, n. 4, p. 1015-1025, 2008. Disponível em: 127 http://www.fen.ufg.br/revista/v10/n4/v10n4a13.htm. Acesso em: 15 jan. 2013. Indicadores Psicobiológica Integridade física Fissura mamilar, ingurgitamento mamário Sono e repouso Ter que acordar durante a noite para atender às necessidades do Necessidades bebê que chora Terapêutica Bebê não consegue boa pega ao seio leva os pais a acreditarem que ele está com fome, levando-os a introduzir o leite artificial Psicossocial Educação para a Desconhecimento da família quanto saúde e aprendizagem ao risco de transmissão de doenças Prática do aleitamento cruzado A mulher convive com orientações do senso comum oriundas dos familiares Autoestima, Necessidade de uma reformulação autoconfiança, nos papéis e nas regras de autorrespeito funcionamento familiar devido à chegada de um novo membro Algumas limitações físicas da puérpera para executar atividades Alteração da rotina e da estrutura familiar Ciúme dos outros filhos com a chegada do bebê Artigo 8 Referência: MARTINS, L.; BIGUETTI, D.; SOUZA, P. N.. Incontinência urinária autorreferida no pósparto: características clínicas. Rev Esc Enferm USP. v. 46, n. 3, p. 559-64, 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v46n3/05.pdf . Acesso em: 15 jan. 2013. Indicadores Eliminação Incontinência urinária: perda de Necessidades Psicobiológica urina por esforço. Incontinência de urgência e incontinência mista Integridade física Episiotomia Artigo 9 Referência: PARREIRA, B. D. M.; SILVA, S. R.; MIRANZI, M. A. S. Métodos anticoncepcionais: orientações recebidas por puérperas no pré-natal e puerpério. Cienc Cuid Saude. v. 9, n. 2, p. 262268, 2010. Disponível em: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/9699/6075. Acesso em: 15 jan. 2013. Indicadores Necessidades Psicossocial Educação para a Deficit de conhecimento sobre saúde/aprendizagem planejamento familiar Artigo 10 Referência: TAKEMOTO, A. Y., et al. Preparo e apoio à mãe adolescente para a prática de amamentação. Cienc Cuid Saude. v.10, n. 3, p. 444-451, 2011. Disponível em: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/17362/pdf. Acesso em: 15 jan. 2013. Indicadores Necessidades Psicobiológica Integridade física Fissura mamilar Psicossocial Educação para a Descrença nas propriedades do saúde/aprendizagem aleitamento materno Uso de chás, chupetas, água no intervalo entre as mamadas Artigo 11 Referência: LIMA-LARA , A.C.; FERNANDES, R. A. Q. Qualidade de vida no puerpério mediato: um estudo quantitativo. Online Brasilian Journal of Nursing. v. 9, n. 1, p. 1-9, 2010. Disponível em:. http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/view/j.1676-4285.2010.2815/html_68 Acesso em 128 15 jan 2013. Necessidades Psicobiológica Integridade física Percepção dos órgãos dos sentidos Indicadores Fissura ou trauma mamilar e o ingurgitamento mamário Dor lombar Cefaléia Dor no local da episiorrafia Dor na incisão cirúrgica Anemia, hipertensão Hipertermia Incisão purulenta, resfriado, gripe Fadiga Dificuldades no auto-cuidado Alteração na saúde do bebê Regulação vascular Regulação térmica Integridade física Sono e repouso Cuidado corporal Terapêutica Artigo 12 Referência: GAMBA, O. A. B. et al. Seguimento de enfermería a La madre y al recién nacido durante el puerperio: traspasando lãs barreras hospitalarias. Av. enferm. v .XXVII, n. 2, p. 139-149, 2009. Disponível em: Acesso em: http://www.enfermeria.unal.edu.co/revista/articulos/xxvii2_14.pdf. 15 jan. 2013. Indicadores Psicobiológica Terapêutica Problemas com a saúde do bebê Percepção dos órgãos Ingurgitamento mamário dos sentidos Fissura mamilar, mastite Necessidades Integridade física Infecção Alimentação Perda de peso Regulação vascular Involução uterina prejudicada, Regulação neurológica hemorragia Depressão puerperal Psicossocial Educação para a Déficit de conhecimento para o saúde/aprendizagem autocuidado e cuidado com o recém-nascido Artigo 13 Referência: BERETTA, M. I. R. et al.Tristeza/depressão na mulher: uma abordagem no período gestacional e/ou puerperal. Rev. Eletr. Enf. [Internet].v.10, n. 4, p. 966-978, 2008. Available from: http://www.fen.ufg.br/revista/v10/n4/v10n4a09.htm.Acesso em: 15 jan. 2013. 129 Psicobiológica Necessidades Psicossocial Sono e repouso Percepção dos órgãos dos sentidos Integridade física Alimentação Regulação neurológica Sexualidade Regulação vascular Autorrealização Autoestima, autoconfiança, autorrespeito Segurança emocional Gregária Autorrealização Indicadores Insônia/alteração do sono Dor na episiorrafia Deiscência da episiorrafia Falta de apetite Agitação ou retardo psicomotor Desinteresse sexual Hipertensão Caráter conflituoso da experiência da maternidade Sentimentos de desvalia ou culpa, perda de concentração e ideias de morte ou suicídio Tristeza pela gravidez não ter sido planejada, nascimento prematuro ou morte do bebê Brigas conjugais, desinteresse pelo marido Sentimentos de desamparo e desesperança, falta de energia e motivação Irritabilidade, choro frequente Pai estressado pela falta de atenção da puérpera que está ocupada com os cuidados com o recém-nascido Falta de apoio familiar Precárias condições socioeconômicas Artigo 14 Referência: LETTIERE, A.; NAKANO, A. M. S.; BITTAR, D. B. Violência contra a mulher e suas implicações na saúde materno-infantil. Acta Paul Enferm. v. 25, n.4, p. 524-529, 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ape/v25n4/07.pdf Acesso em 15 jan. 2013. Indicadores Necessidades Psicossocial Segurança emocional Violência física Quadros agudos de sofrimento Violência psicológica Autorrealização Sentimento de culpa e fracasso Base de dados 5: Journal of Midwifery and Women’s Health Artigo 1 Referência: YEE, L.; SIMON, M. Urban Minority Women’s Perceptions of and Preferences for Postpartum Contraceptive Counseling. J Midwifery Womens Health. v. 56, p. 54–60, 2011. http://onlinelibrary.wiley.com.ez18.periodicos.capes.gov.br/doi/10.1111/j.1542-2011.2010.00012.x/pdf. Acesso em 22 jan. 13. Indicadores Necessidades Psicossocial Educação para a Falta compreensão sobre o uso dos saúde/aprendizagem métodos contraceptivos Artigo 2 Referência: BECK, C. T. et al. Postpartum Depressive Symptomatology: Results from a Two-Stage US National Survey. J Midwifery Womens Health. v.56, p. 427435, 2011.http://onlinelibrary.wiley.com.ez18.periodicos.capes.gov.br/doi/10.1111/jmwh.2011.56.issue4/issuetoc. Acesso em 22 jan. 2013. Indicadores Necessidades Psicobiológica Sono e repouso Sono prejudicado Psicossocial Segurança emocional Labilidade emocional Pensamentos suicidas 130 Sintomas de estresse traumático (pós-parto) Dificuldade de concentração pós- Autorrealização Artigo 3 Referência: CHOJENTA, C. et al. How do Previous Mental Health, Social Support, and Stressful Life Events Contribute to Postnatal Depression in a Representative Sample of Australian Women? J Midwifery Womens Health. v. 57, p. 145–150, 2012. Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com.ez18.periodicos.capes.gov.br/doi/10.1111/jmwh.2012.57.issue2/issuetoc. Acesso em: 22 jan. 2013. Indicadores Necessidades Psicossocial Regulação neurológica História de depressão anterior. Fatores estressantes Gregária Falta de apoio social Artigo 4 Referência: KO, J. Y et al. Gestational Diabetes Mellitus and Postpartum Care Practicesof NurseMidwives. J Midwifery Womens Health . v. 58, p. 33–40, 2013. Diponível em:http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1542-2011.2012.00261.x/pdf. Acesso em: 22 jan. 2013. Indicadores Necessidades Psicobiológica Terapêutica Mulheres após gravidez com Diabete gestacional necessitam fazer teste de glicemia no pósparto, pois apresentam riscos à sua saúde a longo prazo Artigo 5 Referência: THARPE, N. Postpregnancy Genital Tract and Wound Infections. J Midwifery Womens Health. v. 53, p. 236 – 246, 2008. Disponível em:.http://onlinelibrary.wiley.com.ez18.periodicos.capes.gov.br/doi/10.1111/jmwh.2008.53.issue1/issuetoc. Acesso em 22 jan. 2013. Indicadores Necessidades Psicobiológica Regulação térmica Hipertermia. Percepção dos órgãos Dor abdominal. dos sentidos Sensibilidade uterina aumentada Integridade física Eritema, a presença de exsudato seroso ou purulento na ferida cirúrgica, isolamento de organismos na ferida cirúrgica, deiscência espontânea da ferida, e/ou a presença de abscesso, endurecimento Loquiação purulenta Artigo 6 Referência: HERMANSEN, I. L.; O’CONNELL, B.; GASKIN, C. J. Are Postpartum Women in Denmark Being Given Helpful Information About Urinary Incontinence and Pelvic Floor Exercises? J Midwifery Womens Health. v.55, p. 171 174, 2010. Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com.ez18.periodicos.capes.gov.br/doi/10.1016/j.jmwh.2009.09.004/pdf. Acesso em: 22 jan. 2013. Indicadores Educação para a Déficit de informação sobre Necessidades Psicossocial saúde/ incontinência urinária no período aprendizagem pós-parto Déficit de informação sobre exercícios do assoalho pélvico Atenção ao pré-natal de baixo risco do Ministério da Saúde Referência: BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília: Ministério da Saúde, 2012 a. Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/caderno_atencao_pre_natal_baixo_risco.pdf>. Acesso em: 25 fev. 2013. Indicadores Psicobiológica Terapêutica Exame físico e avaliação do estado Necessidades de saúde da puérpera e do bebê. 131 Educação para saúde/ aprendizagem a Necessidade de informação a respeito do retorno da atividade Psicossocial sexual; da prevenção de DST/Aids; direitos sociais e trabalhistas. Segurança Necessidade de avaliação do emocional estado emocional: flutuação de humor, preocupações, desânimo, fadiga;choro; irritabilidade; insônia; pesadelos; dificuldade de concentração; condições de apoio social e familiar; vínculo mãe-filho Protocolos de Enfermagem na atenção primária à saúde do COREn- RJ Referência: COREN. Protocolos de Enfermagem na atenção primária à saúde. Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil. Rio de Janeiro (RJ): Prefeitura, 2012. Disponível em: https://docs.google.com/file/d/0B4Cug69w7jkxaWtNZ0ZMaEFFVFk/edit?pli=1. Acesso em 27 fev. 2013. Psicobiológica Terapêutica Exame físico para avaliação materna. A família precisa de orientações Necessidades Educação para a quanto às mudanças fisiológicas e saúde/ psicológicas da puérpera Psicossocial Aprendizagem Necessidade de avaliação do estado Segurança emocional (sintomas de Baby Blues), emocional situações de vulnerabilidade social; de observação do vínculo mãe-filho 132 APÊNDICE - D - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA OS (AS) ENFERMEIROS (AS) ESPECIALISTAS (ETAPA DE IDENTIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES HUMANAS DO INSTRUMENTO PARA CONSULTA DE ENFERMAGEM À PUÉRPERA NO ÂMBITO DA ATENÇÃO BÁSICA – GRUPO FOCAL) Senhora enfermeira, Sou aluna do curso de doutorado em Enfermagem da PGENF/UFRN, e gostaria de convidá-lo (a) a participar do desenvolvimento de uma pesquisa intitulada “Validação de instrumento para consulta de enfermagem à puérpera no âmbito da atenção básica". Esse estudo tem o objetivo de elaborar e validar um instrumento para a sistematização da assistência de enfermagem à puérpera no âmbito da atenção básica em saúde fundamentada na Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Horta e na Classificação para a Prática de Enfermagem - CIPE®, baseado no Conjunto Internacional de Dados Essenciais da Enfermagem. Sua participação é de fundamental importância. Caso aceite participar, a senhora deverá assinar o presente termo de consentimento. Sua colaboração acontecerá na avaliação dos indicadores empíricos das necessidades humanas afetadas pelo puerpério mediato a partir da literatura científica. Nesta oportunidade, solicitamos sua cooperação no sentido de averiguar as necessidades humanas básicas afetadas pelo puerpério tendo sua expertise e conhecimento como requisito fundamental para a realização dessa etapa da pesquisa. É possível que o presente estudo lhe traga algum desconforto ao responder os questionamentos contidos no instrumento. Os benefícios advindos com os resultados desta pesquisa relacionam-se com a disponibilização de um instrumento para a sistematização da assistência de enfermagem à puérpera no âmbito da atenção básica confiável a ser utilizado por enfermeiros no exercício de sua prática assistencial, bem como a qualificação e embasamento da prática de enfermagem a partir de informações válidas e confiáveis. Dou-lhe a garantia de que as informações aqui obtidas serão utilizadas apenas para a realização do estudo. A senhora tem a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e não participar do estudo, sem nenhum dano. Ao apresentar o trabalho, não utilizarei o seu nome nem qualquer outro dado que possa identificá-lo (a). Para informar irregularidades danosas durante a vossa participação no estudo, entre em contato com o Comitê de Ética em pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, localizado na Av. Senador Salgado Filho, 3000, Natal – RN. Campus Universitário Fone: (84) 3215-3135. 133 Caso precise entrar em contato comigo, as informações constam a seguir: Nome: Maria Helena Soares da Nóbrega Mazzo. Endereço: Departamento de Enfermagem, Campus Universitário, S/N, Lagoa Nova, Natal – RN. Fone: (84) 3215-3840/3615 Endereço eletrônico: [email protected] _______________________________________________________________ Declaração do Participante: Concedo, após convenientemente esclarecido pela pesquisadora e ter entendido o que me foi explicado, a minha participação nesta pesquisa. Natal, _______ de __________________de __________. ____________________________ Assinatura da Participante ________________________________ Assinatura da Pesquisadora Responsável ___________________________ _____________________________ Testemunha 1 Testemunha 2 134 APÊNDICE - E Roteiro de discussão para o Grupo Focal No capítulo anterior, os Indicadores Empíricos (IE) foram identificados por meio da literatura científica. Posteriormente, procedeu-se sua correlação com as necessidades humanas afetadas das puérperas pela pesquisadora. Neste estudo, o grupo focal é utilizado como uma ferramenta com o objetivo de obter a opinião consensual das enfermeiras a despeito da associação entre os IE e as necessidades humanas afetadas da puérpera. Essa etapa antecede a construção do instrumento de consulta de enfermagem à puérpera na atenção básica e tem como propósito subsidiar a classificação realizada pela pesquisadora. Para o desenvolvimento da dinâmica cada participante do GF recebe essa lista com a classificação e a definição das necessidades humanas, bem como os indicadores encontrados nos artigos e suas respectivas necessidades humanas afetadas estão projetados em dispositivo visual de acordo com os Quadros 2 Classificação das necessidades humanas básicas segundo Benedet e Bub (2001) e Quadro 3 – Classificação dos indicadores empíricos de acordo com as necessidades humanas básicas afetadas da puérpera, respectivamente. Este roteiro tem como propósito nortear as discussões do GF, e para isso tem como base os seguintes questionamentos: no seu entendimento, os Indicadores Empíricos (IE) e as Necessidades Humanas Afetadas (NHA) apresentados nessa distribuição pela pesquisadora estão de acordo com a classificação e definição das necessidades humanas de Benedet e Bub (2001)? Ainda com relação a classificação e definição das necessidades humanas de Benedet e Bub (2001), no seu entendimento, existe necessidade de acrescentar ou suprimir algum IE? Durante o desenvolvimento do GF, as participantes discutiram a concordância ou não da relação das NHB com os IE. O observador registrará as alterações/sugestões na coluna destinada para este fim e ao término da técnica, os resultados serão apresentados às participantes do grupo. 135 Necessidades psicobiológicas Necessidades Psicossociais Oxigenação Hidratação Alimentação Eliminação Sono e repouso Atividade física Sexualidade Segurança física Cuidado corporal Integridade física Regulação: crescimento celular desenvolvimento funcional Regulação vascular Regulação térmica Regulação neurológica Regulação hormonal Percepção dos órgãos dos sentidos Terapêutica Comunicação Gregária Recreação e lazer Segurança emocional Amor, aceitação Autoestima, autoconfiança, autorrespeito Liberdade e Participação Educação para a saúde/aprendizagem Autorrealização Espaço Criatividade e Necessidades Psicoespirituais: Religiosidade/ espiritualidade Quadro 2 - Classificação das necessidades humanas básicas segundo Benedet e Bub (2001). Necessidades Psicobiológicas 1. Regulação Neurológica É a necessidade do indivíduo de preservar e/ou restabelecer o funcionamento do sistema nervoso com o objetivo de coordenar as funções e atividades do corpo e alguns aspectos do comportamento (ATKINSONS; MURRAY, 1989). 2. Percepção dos Órgãos dos Sentidos É a necessidade do organismo em perceber o meio através de estímulos nervosos com o objetivo de interagir com os outros e perceber o ambiente (BENEDET; BUB, 2001, p. 69). 3. Oxigenação É a necessidade do organismo de obter o oxigênio através da ventilação, da difusão do oxigênio e dióxido de carbono entre os alvéolos e o sangue, do transporte do oxigênio para os tecidos periféricos e da remoção do dióxido de carbono; e da regulação da respiração com o objetivo de produzir energia (ATP) e manter a vida (GUYTON; HALL, 2000, p. 33). 136 4. Regulação Vascular É a necessidade do organismo de transportar e distribuir nutrientes vitais através do sangue para os tecidos e remover substâncias desnecessárias, com o objetivo de manter a homeostase dos líquidos corporais e a sobrevivência do organismo (GUYTON; HALL, 2000, p. 57). 5. Regulação Térmica É a necessidade do organismo em manter a temperatura central (temperatura interna) entre 36° e 37,3° C, com o objetivo de obter um equilíbrio da temperatura corporal (produção e perda de energia térmica) (BENEDET; BUB, 2001, p. 82). 6. Hidratação É a necessidade de manter em nível ótimo os líquidos corporais, compostos essencialmente pela água, com o objetivo de favorecer o metabolismo corporal (BENEDET; BUB, 2001, p. 85). 7. Alimentação É a necessidade do individuo obter os alimentos necessários com o objetivo de nutrir o corpo e manter a vida (BENEDET; BUB, 2001, p. 88). 8. Eliminação É a necessidade do organismo de eliminar substâncias indesejáveis ou presentes e quantidades excessivas com o objetivo de manter a homeostase corporal (BENEDET; BUB, 2001, p. 95). 9. Integridade Física É a necessidade do organismo em manter as características de elasticidade, sensibilidade, vascularização, umidade e coloração do tecido epitelial, subcutâneo e mucoso com o objetivo de proteger o corpo (BENEDET; BUB, 2001, p. 103). 10. Sono e Repouso É a necessidade do organismo em manter, durante certo período diário, a suspensão natural, periódica e relativa da consciência; corpo e mente em estado de 137 imobilidade parcial ou completa e as funções corporais parcialmente diminuídas com o objetivo de obter restauração (BENEDET; BUB, 2001, p. 107). 11. Atividade Física É a necessidade de mover-se intencionalmente sob determinadas circunstâncias através do uso da capacidade de controle e relaxamento dos grupos musculares com o objetivo de evitar lesões tissulares (vasculares, musculares, osteoarticulares), exercitar-se, trabalhar, satisfazer outras necessidades, realizar desejos, sentir-se bem, etc. (BENEDET; BUB, 2001, p. 111). 12. Cuidado Corporal É a necessidade do indivíduo para, deliberada, responsável e eficazmente, realizar atividades com o objetivo de preservar seu asseio corporal (BENEDET; BUB, 2001, p. 117). 13. Segurança física e meio ambiente É a necessidade de manter um meio ambiente livre de agentes agressores à vida com o objetivo de preservar a integridade psicobiológica (BENEDET; BUB, 2001, p. 123). 14. Sexualidade É a necessidade de integrar aspectos somáticos, emocionais, intelectuais e sociais do ser, com o objetivo de obter prazer e consumar o relacionamento sexual com um parceiro ou parceira e procriar (BENEDET; BUB, 2001, p. 135). 15. Regulação: Crescimento Vascular É a necessidade do organismo em manter a manipulação celular e o crescimento tecidual dentro dos padrões da normalidade com o objetivo de crescer e desenvolver-se (BENEDET; BUB, 2001, p. 138). 16. Terapêutica É a necessidade do indivíduo de buscar ajuda profissional para auxiliar no cuidado à saúde com o objetivo de promover, manter e recuperar a saúde (BENEDET; BUB, 2001, p.142). 138 Necessidades Psicossociais 1. Comunicação É a necessidade de enviar e receber mensagens utilizando linguagem verbal (palavra falada e escrita) e não verbal (símbolos, sinais, gestos, expressões faciais) com o objetivo de interagir com os outros (BENEDET; BUB, 2001, p. 146). 2. Gregária É a necessidade de viver em grupo com o objetivo de interagir com os outros e realizar trocas sociais (BENEDET; BUB, 2001, p. 149). 3. Recreação e Lazer É a necessidade de utilizar a criatividade para produzir e reproduzir ideias e coisas com o objetivo de entreter-se, distrair-se e divertir-se (BENEDET; BUB, 2001, p. 152). 4. Segurança Emocional É a necessidade de confiar nos sentimentos e emoções dos outros em relação a si com o objetivo de sentir-se seguro emocionalmente (BENEDET; BUB, 2001, p. 154). 5. Amor, Aceitação É a necessidade de ter sentimentos e emoções em relações às pessoas em geral com o objetivo de ser aceito e integrado aos grupos, de ter amigos e família (BENEDET; BUB, 2001, p. 162). 6. Autoestima, Autoconfiança, Autorrespeito É a necessidade de sentir-se adequado para enfrentar os desafios da vida, de ter confiança em suas próprias ideias, de ter respeito por si próprio, de se valorizar, de se reconhecer merecedor de amor e felicidade, de não ter medo de expor suas ideias, desejos e necessidades com o objetivo de obter controle sobre a própria vida, de sentir bem-estar psicológico e de perceber-se como o centro vital da própria existência (BRADEN, 1998 apud BENEDET; BUB, 2001, p.169). 139 7. Liberdade e Participação É a necessidade que cada um tem de agir conforme a sua própria determinação dentro de uma sociedade organizada, respeitando os limites impostos por normas definidas (sociais, culturais, legais). Em resumo, é o direito que cada um tem em concordar ou discordar, informar e ser informado, delimitar e ser delimitado com o objetivo de ser livre e preservar sua autonomia (BENEDET; BUB, 2001, p.174). 8. Educação para a Saúde/Aprendizagem É a necessidade de adquiri conhecimento e/ou habilidade para responder a uma situação nova ou já conhecida com o objetivo de adquirir comportamentos saudáveis e manter a saúde (BENEDET; BUB, 2001, p. 183). 9. Autorrealização É a necessidade de realizar o máximo com suas capacidades físicas, mentais, emocionais e sociais com o objetivo de ser o tipo de pessoa que deseja ser (KALISH, 1983 apud BENEDET; BUB, 2001, p. 187). 10. Espaço É a necessidade de delimitar-se no ambiente físico, ou seja, expandir-se ou retrair-se com o objetivo de preservar a individualidade e a privacidade (BENEDET; BUB, 2001, p. 190). 11. Criatividade É a necessidade de ter ideias e produzir novas coisas com o objetivo de realizar-se (vir a ser) (BENEDET; BUB, 2001, p.191). Necessidades Psicoespirituais 1. Espiritualidade É a necessidade inerente aos seres humanos e está vinculada àqueles fatores necessários para o estabelecimento de um relacionamento dinâmico entre as pessoas e um ser ou entidade superior com o objetivo de sentir bem-estar espiritual. (BENEDET; BUB, 2001, p.192 140 APÊNDICE – F - CONCORDÂNCIA DOS ESPECIALISTAS DA PRIMEIRA VERSÃO DO INSTRUMENTO PARA CONSULTA DE ENFERMAGEM À PUÉRPERA NO ÂMBITO DA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO À PERTINÊNCIA E AO CONTEÚDO DOS ITENS QUE O COMPÕE. Na ocasião do Grupo Focal, a classificação das necessidades humanas básicas utilizada foi de acordo com Benedet e Bub, 2001. Porém, em seguida, a pesquisadora tomou conhecimento da classificação de Garcia e Cubas, 2012, cuja denominação está mais atual e, portanto, optou-se por substituí-la. Para tanto, o quadro comparativo abaixo e a lista das definições das necessidades humanas visam demonstrar essa alteração no que concerne ao nome da necessidade, bem como as que foram acrescentadas. Necessidades psicobiológicasGarcia e Cubas, 2012 Necessidades psicobiológicasBenedet e Bub, 2001 Oxigenação Oxigenação Hidratação Hidratação Nutrição* Alimentação Eliminação Eliminação Sono e repouso Sono e repouso Atividade física Atividade física Sexualidade e Sexualidade reprodução* Segurança física/meio Segurança física e do ambiente meio ambiente Cuidado corporal Cuidado corporal e Integridade física ambiental* Regulação: crescimento Integridade física celular Regulação: Regulação vascular crescimento celular e Regulação térmica desenvolvimento Regulação neurológica funcional* Percepção dos órgãos Regulação vascular dos sentidos Regulação térmica Terapêutica Regulação neurológica Regulação hormonal** Sensopercepção* Terapêutica e de prevenção* Necessidades Psicoespirituais: Religiosidade e espiritualidade. Garcia e Cubas, 2012. Necessidades Psicossociais – Garcia e Cubas, 2012 Necessidades Psicossociais Benedet e Bub, 2001 Comunicação Gregária Recreação e lazer Segurança emocional Amor, aceitação Autoestima, autoconfiança, autorrespeito Liberdade e Participação Educação para a saúde e aprendizagem Autorrealização Espaço Criatividade Garantia de acesso à tecnologia** Comunicação Gregária Recreação e lazer Segurança emocional Amor, aceitação Autoestima, autoconfiança, autorrespeito Liberdade e Participação Educação para a saúde/aprendizagem Autorrealização Espaço Criatividade Necessidades Psicoespirituais: Religiosidade/espiritualidade. Benedet e Bub, 2001. Classificação das necessidades humanas segundo Garcia e Cubas, 2012 X Benedet e Bub, 2001. Fonte: adaptado de GARCIA; CUBAS, 2012 e BENEDET; BUB, 2001. Alterações entre as classificações de GARCIA, 2012 e BENEDET; BUB, 2001: * mudança na nomenclatura da necessidade ** necessidade acrescentada 141 Necessidades Psicobiológicas 1. Necessidade de Oxigenação É a necessidade do indivíduo de obter o oxigênio por meio da ventilação, dedifusão do oxigênio e dióxido de carbono entre os alvéolos e o sangue, de transporte de oxigênio para os tecidos periféricos e da remoção de dióxido de carbono; e de regulação da respiração com o objetivo de produzir energia (ATP) e manter a vida (GARCIA, 2012, p. 16). 2. Necessidade de Hidratação É a necessidade do indivíduo de que os líquidos corporais, compostos essencialmente pela água, sejam mantidos em nível ótimo, com o objetivo de favorecer o metabolismo corporal (GARCIA, 2012, p. 21). 3. Necessidade de Nutrição É a necessidade do individuo obter os alimentos necessários para consumo e utilização biológica de energia e nutrientes em nível celular, com o objetivo de manutenção da saúde e da vida. Envolve os processos de ingestão, digestão de alimentos, absorção de nutrientes, captação dos mesmos e sua utilização no metabolismo celular (GARCIA, 2012, p. 24). 4. Necessidade de Eliminação É a necessidade do indivíduo de eliminar substâncias orgânicas indesejáveis ou presentes em quantidades excessivas, com o objetivo de manter a homeostase corporal (GARCIA, 2012, p. 31). 5. Necessidade de Sono e Repouso É a necessidade do indivíduo de manter, por certo período diário, a suspensão natural, periódica e relativa da consciência; o corpo e a mente em estado de imobilidade parcial ou completa e as funções corporais parcialmente diminuídas, com o objetivo de restaurar o vigor para as atividades cotidianas (GARCIA, 2012, p. 36). 142 6. Necessidade de Atividade Física É a necessidade do indivíduo de mover-se intencionalmente, sob determinadas circunstâncias, usando a capacidade de controle e relaxamento dos grupos musculares com o objetivo de evitar lesões tissulares (vasculares, musculares, osteoarticulares), exercitar-se, trabalhar, satisfazer outras necessidades, realizar desejos, sentir-se bem, etc (GARCIA, 2012, p. 39). 7. Necessidade de Sexualidade e Reprodução É a necessidade do indivíduo de integrar aspectos somáticos, emocionais, intelectuais e sociais, com o objetivo de relacionamento afetivo-sexual com um parceiro, obter prazer e procriar (GARCIA, 2012, p. 44). 8. Necessidade de Segurança física e meio ambiente É a necessidade do indivíduo, família ou coletividade de proteger-se e de manter um meio ambiente livre de agentes agressores, com o objetivo de preservar a segurança física e socioambiental (GARCIA, 2012, p. 47). 9. Necessidade de Cuidado Corporal e Ambiental É a necessidade do indivíduo para, deliberada, responsável e eficazmente, realizar atividades com o objetivo de preservar seu asseio corporal e apresentação pessoal, da família e coletividade; e para manter o ambiente domiciliar e entorno em condições que favoreçam a saúde (GARCIA, 2012, p. 57). 10. Necessidade de Integridade Física É a necessidade do indivíduo em manter as características orgânicas de elasticidade, sensibilidade, vascularização, umidade e coloração do tecido epitelial, subcutâneo e mucoso com o objetivo de proteger o corpo (GARCIA, 2012, p. 61). 11. Necessidade de Regulação: Crescimento celular e desenvolvimento Funcional É a necessidade do indivíduo de que o organismo mantenha a multiplicação celular e o crescimento tecidual, assim como de receber a estimulação adequada, com o objetivo de crescer e desenvolver-se dentro dos padrões da normalidade (GARCIA, 2012, p. 71). 143 12. Necessidade de Regulação Vascular É a necessidade do indivíduo de que sejam transportados e distribuídos, por meio do sangue, nutrientes vitais para os tecidos removidas substâncias desnecessárias, com o objetivo de manter a homeostase dos líquidos corporais e a sobrevivência do organismo (GARCIA, 2012, p. 74). 13. Necessidade de Regulação Térmica É a necessidade do indivíduo de obter equilíbrio entre a produção e perda de energia térmica, com o objetivo de manter uma temperatura corporal central (temperatura interna) entre 35,5º C e 37,4º C (GARCIA, 2012, p. 79). 14. Necessidade de Regulação Neurológica É a necessidade do indivíduo de preservar ou restabelecer o funcionamento do sistema nervoso, com o objetivo de coordenar as funções e atividades do corpo e alguns aspectos do comportamento (GARCIA, 2012, p. 81). 15. Necessidade de Regulação Hormonal É a necessidade do indivíduo de preservar ou restabelecer a liberação e a ação de substâncias ou fatores que atuam na coordenação de atividades/funções específicas do corpo (GARCIA, 2012, p. 85). 16. Necessidade de Sensopercepção É a necessidade do indivíduo de perceber o meio através de estímulos nervosos com o objetivo de interagir com os outros e perceber o ambiente (GARCIA, 2012, p. 87). 17. Necessidade de Terapêutica e de Prevenção É a necessidade do indivíduo de lidar com eventos do ciclo vital e situações do processo saúde e doença, o que inclui buscar atenção profissional com o objetivo de promover, manter e recuperar a saúde, prevenir doenças e agravos à saúde, readaptar ou habilitar funções ou obter cuidados paliativos para uma morte digna (GARCIA, 2012, p. 92). 144 Necessidades Psicossociais 1. Necessidade de Comunicação É a necessidade do indivíduo de enviar e receber mensagens utilizando linguagem verbal (palavra falada e escrita) e não verbal (símbolos, sinais, gestos, expressões faciais) com o objetivo de interagir com os outros (GARCIA, 2012, p. 101). 2. Necessidade de Gregária É a necessidade do indivíduo de viver em grupo, com o objetivo de interagir com os outros e realizar trocas sociais (GARCIA, 2012, p. 104). 3. Necessidade de Recreação e Lazer É a necessidade do indivíduo de dispor de tempo livre, recursos materiais e ambientais e de acesso e entretenimento, distração e diversão (GARCIA, 2012, p. 108). 4. Necessidade de Segurança Emocional É a necessidade do indivíduo de ter consciência e saber lidar com os próprios sentimentos e emoções, e de confiar nos sentimentos e emoções dos outros em relação a si, com o objetivo de sentir-se seguro emocionalmente (GARCIA, 2012, p.110). 5. Necessidade de Amor, Aceitação É a necessidade do indivíduo de ter sentimentos e emoções em relações às pessoas em geral com o objetivo de ser aceito e integrado aos grupos, de ter amigos e família (GARCIA, 2012, p. 114). 6. Necessidade de Autoestima, Autoconfiança, Autorrespeito É a necessidade do indivíduo de sentir-se adequado para enfrentar os desafios da vida, de ter confiança em suas próprias ideias, de ter respeito por si próprio, de se valorizar, de se reconhecer merecedor de amor e felicidade, de não ter medo de expor suas ideias, desejos e necessidades com o objetivo de obter 145 controle sobre a própria vida, de sentir bem-estar psicológico e de perceber-se como o centro vital da própria existência (GARCIA, 2012, p.116). 7. Necessidade de Liberdade e Participação É a necessidade do indivíduo que cada um tem de agir conforme a sua própria determinação dentro de uma sociedade organizada, respeitando os limites impostos por normas (sociais, culturais, legais) definidas. Em resumo, é o direito que cada um tem em concordar ou discordar, informar e ser informado, delimitar e ser delimitado com o objetivo de ser livre e preservar sua autonomia (GARCIA, 2012, p.119). 8. Necessidade de Educação para a Saúde/Aprendizagem É a necessidade do indivíduo de adquiri conhecimento e desenvolver habilidades cognitivas e psicomotoras com o objetivo de expressar comportamentos saudáveis e responder a situações do processo saúde e doença, novas ou já conhecidas (GARCIA, 2012, p.123). 9. Necessidade de Autorrealização É a necessidade do indivíduo de realizar de desenvolver suas capacidades físicas, mentais, emocionais e sociais, com o objetivo de ser o tipo de pessoa que deseja e alcançar metas que estabeleceu para sua vida (GARCIA, 2012, p.135). 10. Necessidade de Espaço É a necessidade do indivíduo de delimitar-se no ambiente físico, ou seja, expandir-se ou retrair-se com o objetivo de preservar a individualidade e a privacidade (GARCIA, 2012, p.137). 11. Necessidade de Criatividade É a necessidade do indivíduo de ter ideias e produzir novas coisas, novas formas de agir, com o objetivo de alcançar satisfação pessoal e sentir-se produtivo e capaz (GARCIA, 2012, p.139). 146 Necessidades Psicoespirituais 1. Necessidade de Religiosidade e Espiritualidade É a necessidade dos seres humanos de estabelecer relacionamento dinâmico com um ser ou entidade superior, com o objetivo de sentir bem-estar espiritual e de ter crenças relativas a um sentido da importância da vida (GARCIA, 2012, p.145). 147 Estruturação do instrumento de consulta de enfermagem à puérpera na atenção básica mediante a identificação dos indicadores empíricos das necessidades humanas afetadas das puérperas. Esta etapa da elaboração do instrumento de consulta de enfermagem à puérpera contempla a categorização dos IE considerando o consenso do GF. A seleção dos IE foi obtida por meio de revisão integrativa da literatura científica realizada pela pesquisadora. O processo de categorização dos IE identificados foi norteado pelo conjunto de informações que os profissionais devem coletar junto à clientela proposto por Garcia e Cubas (2012). Estes dados devem ser listados, de modo que levem a formulação do diagnóstico de enfermagem e determinem a intervenção de enfermagem que contribua para o alcance do resultado esperado (GARCIA; CUBAS, 2012). Foram identificados e categorizados 78 indicadores empíricos. Deste processo de categorização foram relacionadas 27 necessidades humanas afetadas, sendo 16 no nível psicobiológico, 10 no psicossocial e 01 psicoespiritual. A fim de obter uma validação dos indicadores para o instrumento de Consulta de Enfermagem à puérpera na atenção básica, solicitamos que após analisar a categorização dos indicadores empíricos das necessidades humanas afetadas, por gentileza, marque as alternativas considerando os escores abaixo: 4- extremamente relevante 3- relevante 2- pouco relevante 1- irrelevante Se achar necessário alguma observação, um espaço abaixo de cada item é destinado para este fim. Concordância dos juízes quanto à pertinência e ao conteúdo dos itens que compõe a primeira versão do instrumento. Indicadores Empíricos das necessidades humanas afetadas das puérperas Necessidades Consenso do Grupo Focal Indicadores Empíricos Psicobiológicas Tosse Gripe/resfriado Secreção Oxigenação Observação Hidratação Nutrição Perda de líquido Acesso a alimentos Amamentação Apetite Hemorragia Dificuldade em manter uma dieta saudável Inapetência IVC 4- □ 3- □ 2- □ 1- □ 4- □ 3- □ 2- □ 148 Ganho súbito de peso Mudanças significativas no apetite e no peso 1- □ Hábito de eliminação urinária Incontinência urinária 4- □ 3- □ 2- □ 1- □ Característica do repouso Característica do sono Cansaço/fadiga Sono prejudicado 4- □ 3- □ 2- □ 1- □ Hábito de atividades físicas Capacidade de exercitarse Algumas limitações físicas da puérpera para executar atividades Dificuldade em se exercitar 4- □ 3- □ 2- □ 1- □ Práticas sexuais (desinteresse sexual) Uso de métodos contraceptivos Desinteresse sexual Falta de intimidade conjugal Insatisfação com o casamento Ter acesso à escolha de métodos contraceptivos 4- □ 3- □ 2- □ 1- □ Violência (sexual e física pelo parceiro) Fatores de risco para infecção (loquiação– mama) Condições ambientais domiciliares e peridomiciliares Tabagismo Alcoolismo Abuso sexual e violência física pelo parceiro Estresse Loquiação purulenta Mastite Risco de suicídio e infanticídio Ter meio ambiente adequado, transporte, boas condições de vida Uso de fumo,bebidas alcoólicas e café à noite 4- □ 3- □ 2- □ 1- □ Capacidade para o autocuidado (aparência pessoal e higiene) Déficit do autocuidado Observação Eliminação Observação Sono e Repouso Observação Atividade Física Observação Sexualidade reprodução e Observação Segurança física e meio ambiente Observação Cuidado Corporal e ambiental 4- □ 3- □ 2- □ 1- □ Observação Integridade Física Características da pele (integridade, coloração, turgor, textura) Condições das mamas Episiotomia Eritema, deiscência espontânea, abcesso, endurecimento na ferida cirúrgica Fissura mamilar Hiperemia e equimose na região perineal Ingurgitamento mamário Laceração perineal Mastite 4- □ 3- □ 2- □ 1- □ Edema (+/++++) Estresse e modo enfrentamento Perda sanguínea Anemia Edema, Exsudato seroso ou purulento Hemorragia 4- □ 3- □ 2- □ 1- □ Observação Regulação vascular de 149 Pressão arterial Involução uterina prejudicada Loquiação purulenta Observação Regulação térmica Temperatura corporal Hipertermia 4- □ 3- □ 2- □ 1- □ Desmame precoce 4- □ 3- □ 2- □ 1- □ Observação Regulação neurológica Observação Regulação hormonal Atividade psicomotora Capacidade intracraniana (cefaléia) Função cognitiva Nível de consciência Fluxo menstrual Involução uterina Lactação Nível de glicose sanguínea Não identificado 4- □ 3- □ 2- □ 1- □ Observação Sensopercepção Observação Terapêutica e de prevenção Dor (Cefaleia, à relação sexual, abdominal, lombar, na incisão cirúrgica, na região perineal, no corpo, nas mamas, no útero) Comportamento em busca de saúde (do bebê - diabetes gestacional – anemia - aconselhamento e acompanhamento profissional no pós-parto) Padrão de enfrentamento de problemas Cefaleia Dispareunia Dor abdominal Dor lombar Dor na incisão cirúrgica Dor na região perineal Dor no corpo Mastalgia Sensibilidade uterina aumentada 4- □ 3- □ 2- □ 1- □ Alteração na saúde do bebê Anemia Diabetes gestacional (precisam de acompanhamento e avaliação) Falta de aconselhamento e acompanhamento profissional no pós-parto Hemorragia Hipertensão Incapacidade de controlar o peso corporal Necessidade de exame físico para avaliação da saúde da mãe e do bebê Necessidade de avaliação do estado emocional, flutuação de humor, preocupações, desânimo, fadiga, choro, irritabilidade, insônia, pesadelos, dificuldade de concentração, condições de apoio social e familiar, vínculo mãe-filho Necessidade de informação a respeito do retorno da atividade sexual/métodos contraceptivos; da prevenção de DST/HIV/Aids; direitos sociais e trabalhistas Necessidade de orientações à família quanto às mudanças fisiológicas e psicológicas da 4- □ 3- □ 2- □ 1- □ 150 puérpera Ter acesso a um serviço saúde/contrareferência Observação Necessidades Psicossociais Comunicação Observação Gregária Observação Recreação e Lazer Observação Segurança Emocional Observação Amor, Aceitação Indicadores Empíricos Padrão de comunicação familiar de Consenso do Grupo Focal IVC Tomar decisões com respeito a sua opinião Ciúmes dos filhos mais velhos com a chegada do bebê Desconfiança de todos Falta de apoio familiar, social e de amigos Introversão Necessidade de uma reformulação nos papéis e nas regras de funcionamento familiar devido à chegada de um novo membro Participar de grupos de educação e/ou informação em saúde 4- □ 3- □ 2- □ 1- □ Interação familiar Padrão de enfrentamento familiar Rede de apoio Rede social Desempenho de papéis familiares Participação em grupos/instituições comunitários Desapontamento com o nascimento Desprendimento da criança e do mundo Falta de suporte do marido durante o período pós-parto Insatisfação com o casamento Marido com outras parceiras sexuais Atividades preferenciais de recreação e lazer Ausência de prazer em realizar atividades que antes eram agradáveis 4- □ 3- □ 2- □ 1- □ Enfrentamento de situações ou problemas Eventos estressantes recentes Histórico de problemas emocionais Histórico de problemas mentais Conflitos da identidade como mãe Depressão pós-parto anterior ou atual Instabilidade emocional, lágrimas imotivadas, tristeza súbita e transitória, introversão Quadros agudos de sofrimento Sensação de mal estar: ansiedade, inquietação Sentimentos de desvalia, culpa, tristeza, fracasso, desamparo, desesperança, falta de energia e motivação Sentimentos de inutilidade e culpa, indecisão, capacidade diminuída de pensar, de se concentrar, pensamentos recorrentes de morte Sofrimento emocional relativo à família Violência física e psicológica 4- □ 3- □ 2- □ 1- □ Abuso/violência psicológica e 4- □ 3- □ Desempenho de papéis familiares física perseguição ou do 4- □ 3- □ 2- □ 1- □ 151 Observação Autoestima, Autoconfiança, Autorrespeito Observação Liberdade Participação Observação Educação para Saúde aprendizagem Observação Autorrealização Observação Espaço e a e 2- □ 1- □ Rede de apoio familiar Rede de apoio social Vínculo familiar parceiro/violência sexual Conflitos da identidade como mãe Desconfiança de todos Aceitação da condição de saúde Aceitação da condição pessoal Autoimagem Confiança em si e nos outros Mecanismos de adaptação ou defesa Senso de valor pessoal Dificuldade em recuperar a imagem corporal anterior à gravidez Dificuldades na amamentação e em cuidar do filho Flacidez do abdomem Incapacidade de controlar o peso corporal Insatisfação com a aparência física Priorização da mulher em atender as necessidades da família Conhecimento dos direitos e deveres Padrão comunitário de tomada de decisões Padrão familiar de tomada de decisões Padrão pessoal de tomada de decisões Participação no plano terapêutico Necessidade de ser alguém com direito à diferença Tomar decisões com ligação entre o saber e o fazer Tomar decisões com respeito a sua opinião Acesso a informação sobre cuidados com a saúde Capacidade para o autocuidado Conhecimento sobre o estado de saúde Situações que interferem na adesão ao plano terapêutico Conhecimento adquirido por meio de orientações do senso comum quanto às questões ligadas ao puerpério Déficit de conhecimento sobre aleitamento exclusivo Déficit de conhecimento quanto ao aleitamento cruzado Déficit de conhecimento quanto ao autocuidado e cuidado com o recém-nascido Desmame precoce Diabetes gestacional (precisam de acompanhamento e avaliação) Falta de aconselhamento e acompanhamento profissional no período pós-parto Falta de orientações para cuidar do filho 4- □ 3- □ 2- □ 1- □ Apoio para desempenho de papéis Distribuição de tarefas na família Papel no âmbito da família Satisfação com o desempemnho de papéis Alteração da rotina e da estrutura familiar Conflitos da identidade como mãe Marido desempregado Precárias condições sócioeconômicas Tristeza pela gravidez não ter sido planejada 4- □ 3- □ 2- □ 1- □ Disponibilidade de espaço pessoal Número de cômodos no domicílio Número de Compartilhamento da cama com o parceiro e filhos Ter direito à moradia 4- □ 3- □ 2- □ 1- □ 4- □ 3- □ 2- □ 1- □ 4- □ 3- □ 2- □ 1- □ 152 pessoas/famílias no domicílio Preservação da privacidade da família Observação Necessidades Psicoespiritual Religiosidade espiritualidade Observação Indicadores Empíricos e Significado de vida: risco de suicídio e infanticídio Consenso do Grupo Focal Não identificado IVC 4- □ 3- □ 2- □ 1- □ 153 APÊNDICE – G- CARTA DE APRESENTAÇÃO AOS ESPECIALISTAS PARTICIPANTES DA TÉCNICA DELPHI Cara (o) colega, Sou aluna do curso de doutorado em Enfermagem da PGENF/UFRN, e gostaria de convidá-lo (a) a participar do desenvolvimento de uma pesquisa intitulada “Elaboração e validação de instrumento para consulta de enfermagem à puérpera no âmbito da atenção básica". Este estudo tem como objetivo a elaboração e validação de um instrumento de Consulta de Enfermagem à puérpera na atenção básica. Pois, sabe-se que, a Resolução 358/2009 determina a implantação do Processo de Enfermagem (PE) em todas as unidades de saúde públicas e privadas, nas quais ocorre o cuidado profissional de enfermagem. Porém, quando realizado em instituições prestadoras de serviços ambulatoriais de saúde, domicílios, escolas, associações comunitárias, entre outros, o PE é denominado como Consulta de Enfermagem (CE) (COFEN, 2009). O instrumento foi elaborado tomando como base o modelo conceitual de Horta em que, as necessidades humanas afetadas se manifestam por meio de sinais e sintomas, ou seja, problemas de enfermagem, denominados neste estudo de Indicadores Empíricos (IE). Estes foram identificados na literatura científica por meio de uma revisão integrativa e posteriormente categorizados de acordo com Garcia e Cubas (2012). Em seguida, procedeu-se com a validação dos IE em grupo focal, obtendo o Índice de Validade de Conteúdo (IVC) de 1,0, ou seja, com 100% de concordância. Isto indica, portanto, que o grupo considerou os termos claros e adequados, como também os IE pareceram-lhes suficientes para identificar as alterações ocorridas nas necessidades humanas, possibilitando o diagnóstico, as intervenções de enfermagem e os resultados esperados/alcançados. Para a concretização desta etapa necessita-se estabelecer os itens pertinentes aos dados da instituição, dados de identificação da puérpera, bem como os itens de avaliação da puérpera (dados a coletar) , a fim de se estruturar a segunda versão do instrumento denominado Consulta de Enfermagem à puérpera na atenção básica. A fim de obter uma validação de forma e de conteúdo do instrumento, solicitamos-lhe analisar a pertinência dos dados da instituição e de identificação da puérpera, assim como se os dados de avaliação da puérpera correspondem às necessidades humanas afetadas. 154 Após a análise das necessidades humanas afetadas, solicitamos que o (a) senhor (a) por gentileza, marque as alternativas considerando a pontuação: 4extremamente relevante, 3- relevante, 2- pouco relevante e 1- irrelevante. Caso o (a) senhor (a) julgue necessário fazer alguma observação para cada item analisado existe um espaço destinado a este fim. Em seguida encontra-se o TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) por meio do link http://pt.surveymonkey.com/s/D5288JC e o instrumento em anexo (documento) que deverá ser preenchido contendo espaço destinado a dados da instituição, identificação da puérpera e avaliação da puérpera. Atenciosamente, Maria Helena Soares da Nóbrega Mazzo [email protected] 155 APÊNDICE - H - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA OS (AS) ENFERMEIROS (AS) ESPECIALISTAS (VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTO PARA CONSULTA DE ENFERMAGEM À PUÉRPERA NO ÂMBITO DA ATENÇÃO BÁSICA) Sr (a) enfermeiro (a), Sou aluna do curso de doutorado em enfermagem da PGENF/UFRN, e gostaria de convidá-lo (a) a participar do desenvolvimento de uma pesquisa intitulada “Validação de instrumento para consulta de enfermagem à puérpera no âmbito da atenção básica". Esse estudo tem o objetivo de elaborar e validar um instrumento para a sistematização da assistência de enfermagem à puérpera no âmbito da atenção básica em saúde fundamentada na Teoria das Necessidades Humanas de Horta e na Classificação para a Prática de Enfermagem - CIPE®, baseado no Conjunto Internacional de Dados Essenciais da Enfermagem. Sua participação é de fundamental importância. Caso aceite participar, o (a) Sr (a) deverá assinar o presente termo de consentimento, devendo sua assinatura estar digitalizada, pois o presente termo deverá ser encaminhado através de e-mail. Em sua colaboração o (a) Sr (a) deverá avaliar a pertinência dos dados da instituição, dos dados de identificação da puérpera e dos indicadores empíricos (avaliação da puérpera) das necessidades humanas afetadas pelo puerpério a partir da literatura científica e refinadas no grupo focal com especialistas. É possível que o presente estudo lhe traga algum desconforto ao responder os questionamentos contidos nos instrumentos. Os benefícios advindos com os resultados desta pesquisa relacionam-se com a disponibilização de um instrumento confiável para a sistematização da assistência de enfermagem à puérpera no âmbito da atenção básica a ser utilizado por enfermeiros no exercício de sua prática assistencial, bem como a qualificação e embasamento da prática de enfermagem a partir de informações válidas e confiáveis. Dou-lhe a garantia de que as informações aqui obtidas serão utilizadas apenas para a realização do estudo. O (a) Sr. (a) tem a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e não participar do estudo, sem nenhum dano. Ao apresentar o trabalho, não utilizarei o seu nome nem qualquer outro dado que possa identificá-lo (a). Para informar irregularidades danosas durante a vossa participação no estudo, entre em contato com o Comitê de Ética em pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, localizado na Av. Senador Salgado Filho, 3000, Natal – RN. Campus Universitário Fone: (84) 3215-3135. 156 Caso precise entrar em contato comigo, as informações constam a seguir: Nome: Maria Helena Soares da Nóbrega Mazzo. Endereço: Departamento de Enfermagem, Campus Universitário, S/N, Lagoa Nova, Natal – RN. Fone: (84) 3215-3840/3615 Endereço eletrônico: [email protected] □ aceito participar da pesquisa □ não aceito participar da pesquisa 157 APÊNDICE - I - CARACTERIZAÇÃO DOS ESPECIALISTAS (ETAPA DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTO PARA CONSULTA DE ENFERMAGEM À PUÉRPERA NO ÂMBITO DA ATENÇÃO BÁSICA). Sr (a) solicitamos que assinale com um "x" os questionamentos contidos na parte 1 do Instrumento de coleta de dados. 1. Idade 20 a 30 anos 31 a 40 anos 41 a 50 anos 51 anos e mais 2. Titulação especialização mestrado doutorado Área: 3. Tempo de formação 2 a 10 anos 11 a 20 anos 21 a 30 anos 31 anos e mais 4. Onde exerceu suas atividades profissionais nos últimos dois anos? Hospital Unidade de Saúde da Família Universidade Pública Universidade Privada Curso Técnico 5. Desenvolveu estudo na temática Saúde da Mulher no Ciclo gravídicopuerperal? Sim Não 158 6. Já prestou assistência de enfermagem à gestante, puérpera, recém-nascido? Sim Não Por quanto tempo? 7. Ministra ou já ministrou disciplinas envolvendo terminologias de enfermagem? Sim Não Por quanto tempo? 8. Ministra ou já ministrou disciplinas envolvendo Assistência de Enfermagem à Saúde da Mulher no ciclo gravídico - puerperal? Sim Não Por quanto tempo? 9. Utiliza ou já utilizou o Processo de Enfermagem em sua prática profissional (assistencial ou ensino)? Sim Não Por quanto tempo? 159 APÊNDICE – J - SEGUNDA VERSÃO DO INSTRUMENTO PARA VALIDAÇÃO COM ESPECIALISTAS PELA TÉCNICA DELPHI Instrumento para Consulta de Enfermagem à puérpera na Atenção Básica Índice de Dados da Instituição validade de conteúdo (IVC) Secretaria a que está vinculada: municipal ou estadual ( ) 4( ) 3( ) 2( ) 1 Nome da Unidade de Saúde Observação Dados de Identificação da puérpera Responsável família: Área Prontuário nº Endereço Nome Data de Nascimento __/__/_ Idade _______ Tipo de parto □ normal □ cesárea □ fórceps Data do parto __/__/__ Data da alta hospitalar __/__/__ Tempo do parto □ termo □ pré-termo □ pós-termo Nº de filhos _________ Idade dos filhos__________ Observações Avaliação da puérpera Necessidades psicobiológicas Necessidade Dados a coletar (IE) Oxigenação FR ______irpm – tosse □ sim □ não - Expectoração □ sim □ não Observação Ingere líquidos com frequência □ sim □ não - Frequência/dia _________________________□Tem dificuldade em ter acesso Hidratação e aos alimentos especificar motivo ____________ □ apetite Alimentação preservado □ aumentado □ diminuído □Aleitamento exclusivo especificar motivo________________Peso ______ kg Outros________________ Observação Eliminação Eliminação urinária- tipo/frequência_________ Eliminação intestinal-tipo/frequência _________ □ Tem ardor/dor à micção Observação Sono e Repouso Repousa durante o dia □ sim □ nãoduração______________Dorme durante o dia □ sim □ não duração_____________Dorme bem à noite □ sim duração______________ □ não - Por quê?___________ Observação Atividade Física □ Pratica atividade física - Que tipo__________________________ Observação Sexualidade reprodução e Observação Segurança física e meio ambiente Observação ( ) 4( ) 3( )2 ( ) 1 ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 □Retorno às atividades sexuais □Existe satisfação/prazer na relação sexual □Dor à relação sexual □ Faz uso de método contraceptivo qual?____________ ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 Condições de moradia □ boa □ regular □ ruim □ Está em área de risco/violência □ Presença de insetos/roedores □Sofre violência □ emocional □ física □ sexual Faz uso de □ fumo □ álcool □ droga ilícita □ outra ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 160 Cuidado Corporal e ambiental Observação Integridade Física Observação Regulação vascular Observação Regulação térmica Observação Regulação neurológica Observação Regulação hormonal Observação Sensopercepção Observação Terapêutica e de prevenção Apresentação pessoal □ boa □ regular □ ruim - Condições de higiene pessoal □ boa □ regular □ ruim Condições de higiene domiciliar □ boa □ regular □ ruim □ Realiza as atividades domiciliares ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 Características da pele: □ íntegra - local/tipo __________ Coloração: ________□Sinais de inflamação - local __________ Condições das mamas: □ íntegras □ ingurgitadas □ t rgidas □ abscesso ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 □ Edema - local_________+/++++_____ □ perda sanguínea/loquiação Quantidade □ leve □ moderada □severa Característica da loquiação □ sanguinolenta □ serosanguinolenta □ serosa □ purulenta - TA ___x____mmHg -FC___bpm- P ___ bpm ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 Temp. _______ºC □Sente frio □ sente calafrios ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 □ Cefaleia - frequência/dia ______Atividade psicomotora e mental: □ orientada no tempo/espaço □ agitada □ afetividade presente □ atenção presente □ bom humor presente □ linguagem compreensiva □ percepção sensorial preservada □ processos do pensamento preservados □ confusão mental presente □ memória preservada □ coordenação motora preservada ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 □Involução uterina □ Secreção láctea presente - tipo □ colostro □ leite □ sangue □ purulenta □ satisfaz o bebê - Glicemia ____mg/dL - Último resultado de hemograma :hemácias ____ leucócitos _____ ht ____hg ______ Citologia oncótica Resultado _____________________________ (cartão de gestante) ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 □Dor - especificar _____________________ □ Desconforto especificar______________________________ ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 □Tem necessidade de serviço de referência - especificar _______ □ Tem doença preexistente especificar ___________ □ Faz tratamento especificar ______________ □ Faz alguma dieta - especificar_____________□ A família adere ao plano terapêutico ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 Observação Necessidades psicossociais Necessidade Comunicação Observação Gregária Observação Recreação e lazer Observação Segurança emocional Dados a coletar (IE) □ Existe boa comunicação familiar□Suas opiniões/decisões são respeitadas/acatadas ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 □A gravidez foi desejada □ Existe conflito familiartipo___________________________________________________ □ Existe interação familiar □ Sente confiança nas pessoas - Como é a relação dos filhos mais velhos com o bebê? ______________________________________________________ ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 □ Realiza alguma atividade de recreação e lazer ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 Como está enfrentando esta fase: □ com alegria □ com dificuldade □ com medo □ com segurança □ com insegurança □ confortavelmente □ desconfortavelmente □ ansiosa □ sobrecarregada □ triste □ chora com frequência sem motivo □ sente-se irritada □ tem algum sentimento negativo ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 161 Observação Amor, aceitação Observação Autoestima, autoconfiança, autorrespeito Observação Liberdade e participação Observação Educação para a saúde e aprendizagem Observação Autorrealização Observação Espaço □ A família e/ou amigos lhe ajudam nesta nova fase □ Consegue atender às suas necessidades pessoais□ Sente-se satisfeita em cuidar do filho ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 Como se sente em relação à sua imagem corporal: □ satisfeita □ insatisfeita □Sente-se bem como mãe ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 □Tem algum vinculo empregatício □ -Goza de licença à gestante □ Participa de algum grupo social ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 □Gostaria de saber alguma coisa sobre seu resguardo ou sobre os cuidados com o bebê_____________________________________ ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 □Tem apoio da família nas tarefas domésticas □ Tem apoio da família no cuidado com o bebê □ Sente necessidade de ajuda na amamentação ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 Nº de cômodos _____ Nº de membros na família ____ □Tem privacidade Onde dorme o bebê? □ com os pais □ com os irmãos □ quarto próprio □ outro_______________________________ ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 Observação Necessidade Religiosidade e espiritualidade Observação Enfermeiro (a): Necessidades psicoespirituais Dados a coletar (IE) □ Busca ajuda espiritual para seus problemas □Sente-se bem quando busca □ Gosta de viver ( ) 4( ) 3( ) 2 ( ) 1 COREn nº: 162 APÊNDICE - L - CONCORDÂNCIA DOS ESPECIALISTAS QUANTO SUGESTÃO DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO DE ITENS DO INSTRUMENTO À Cara colega, Inicialmente agradeço sua contribuição em participar da primeira rodada da técnica Delphi para validação do Instrumento de Consulta de Enfermagem à puérpera na atenção básica. Suas contribuições foram valiosas e as alterações sugeridas foram analisadas e categorizadas no quadro abaixo. Por este motivo, lhe convido a participar desta segunda rodada de discussão. Para esta pesquisa foi estabelecido que um indicador fosse considerado validado, caso alcançasse um Indice de Conteúdo (IC) de no mínimo 70%. De acordo com suas respostas e das outras especialistas participantes da primeira rodada, nos itens considerados validados foram alcançados os IVC de 70% a 100%. Os itens que não alcançaram o IVC de 70% e portanto invalidados foram: Responsável família, nos dados de identificação (IVC de 20%); Atividade Física (IVC de 60%) e Amor e aceitação (IVC de 60 %) nos dados de avaliação da puérpera. Apesar dos demais itens terem sido validados, algumas alterações e sugestões foram propostas e necessitam de discussão. Portanto, solicito que marque com um (X) no quadro abaixo se concorda ou discorda com as alterações sugeridas: Concordância dos especialistas quanto à sugestão de inclusão, exclusão e substituição de itens do instrumento. Natal, 2013. Sugestão de inclusão, exclusão e substituição de itens do instrumento Discordo Concordo Dados de Identificação da puérpera Acrescentar o item “data da consulta” Data da consulta ___/___/__ Retirar o item “Idade” (justificativa: sofre alteração com o tempo, mas permanece a data de nascimento) Retirar o item “fórceps” em tipo de parto (justificativa: não é considerado tipo de parto e sim uma técnica, em desuso) Substituir o termo “tempo de parto” por “dados do parto” Dados do Parto: □ normal □ cesárea □ termo □ pré-termo □ pós-termo Avaliação das Necessidades Humanas Separar as necessidades de Alimentação e Hidratação em 2 itens distintos(justificativa:ficou confuso) Substituir o termo “frequência” na ingestão de líquidos por “quantos copos/dia” na necessidade de hidratação □ Ingere líquidos com frequência – quantos copos/dia Substituir o termo “tipo” por “características” na eliminação urinária e na eliminação intestinal na necessidade de eliminação 163 Eliminação urinária características/frequência__________________ □Tem ardor/dor à micção? Eliminação intestinalcaracterísticas/frequência_____________________ Dados de Identificação da puérpera Retirar a pergunta: “existe satisfação/prazer na relação sexual?” (justificativa: é irrelevante para o período, não é o momento) Retirar o item: “condições de moradia (boa, regular, ruim)” da necessidade de segurança física e meio ambiente(depende do ponto de vista de quem avalia) Acrescentar o item “altura uterina ___cm” na necessidade de Regulação hormonal□ Involução uterina – Altura uterina ______cm Retirar o item: “último resultado do hemograma” na necessidade de Regulação hormonal(justificativa: pode está desatualizado a depender da data do exame) Retirar o item: “resultado da citologia oncótica” na necessidade de Regulação hormonal(justificativa:é irrelevante para o período, não é o momento) Retirar o item: “Gosta de viver? Por que?” na necessidade de Religiosidade e espiritualidade? (justificativa: pergunta muito vaga, constrangedora e pode ter uma resposta que não corresponda com a verdade) Concordo Discordo 164 APÊNDICE – M– VERSÃO FINAL DO INSTRUMENTO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM À PUÉRPERA NA ATENÇÃO BÁSICA 165 166 167 168 Fonte: Amanda Greavette (2011) Anexos 169 ANEXO – A PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP 170 171 172 173 ANEXO - B - Ações relacionadas à puérpera de acordo com o Ministério da Saúde - Atenção ao pré-natal de baixo risco (BRASIL, 2012). 1 - ANAMNESE: 1.1. Verifique o Cartão da Gestante e pergunte à mulher questões sobre: • As condições da gestação; • As condições do atendimento ao parto e ao recém-nascido; • Os dados do parto (data; tipo de parto; se parto cesárea, qual indicação deste tipo de parto); • Se houve alguma intercorrência na gestação, no parto ou no pós-parto (febre, hemorragia, hipertensão, diabetes, convulsões, sensibilização de Rh); • Se recebeu aconselhamento e realizou testagem para sífilis e HIV durante a gestação e/ou o parto; • O uso de medicamentos (ferro, ácido fólico, vitamina A, outros). 1.2. Pergunte a ela como se sente e indague questões sobre: • Aleitamento (frequência das mamadas, dia e noite, dificuldades na amamentação, satisfação do RN com as mamadas, condições das mamas); • Alimentação, sono, atividades; • Dor, fluxo vaginal, sangramento, queixas urinárias, febre; • Planejamento familiar (desejo de ter mais filhos, desejo de usar método contraceptivo, métodos já utilizados, método de preferência); • Sua condição psicoemocional (estado de humor, preocupações, desânimo, fadiga, outros); • Sua condição social (pessoas de apoio, enxoval do bebê, condições para o atendimento de necessidades básicas). 1.3. Avaliação clínico-ginecológica: • Verifique os dados vitais; • Avalie o estado psíquico da mulher; • Observe seu estado geral: a pele, as mucosas, a presença de edema, a cicatriz (parto normal com episiotomia ou laceração/cesárea) e os membros inferiores; • Examine as mamas, verificando a presença de ingurgitamento, sinais inflamatórios, infecciosos ou cicatrizes que dificultem a amamentação; • Examine o abdômen, verificando a condição do tero e se há dor à palpação; 174 • Examine o períneo e os genitais externos (verifique sinais de infecção, a presença e as características de lóquios); • Verifique possíveis intercorrências: alterações emocionais, hipertensão, febre, dor no baixo ventre ou nas mamas, presença de corrimento com odor fétido, sangramentos intensos. No caso de detecção de alguma dessas alterações, solicite avaliação médica imediata, caso o atendimento esteja sendo feito por outro profissional da equipe; • Observe a formação do vínculo entre a mãe e o filho; • Observe e avalie a mamada para a garantia do adequado posicionamento e da pega da aréola. O posicionamento errado do bebê, além de dificultar a sucção, comprometendo a quantidade de leite ingerido, é uma das causas mais frequentes de problemas nos mamilos. Em caso de ingurgitamento mamário, mais comum entre o terceiro e o quinto dia pós-parto, oriente a mulher quanto à ordenha manual, ao armazenamento e à doação do leite excedente a um Banco de Leite Humano (caso haja na região); • Identifique os problemas e as necessidades da mulher e do recém-nascido com base na avaliação realizada. 1.4. Condutas: Oriente a puérpera sobre: • Higiene, alimentação, atividades físicas; • Atividade sexual, informando-a a respeito de prevenção de DST/Aids; • Cuidados com as mamas, reforçando a orientação sobre o aleitamento (considerando a situação das mulheres que não puderem amamentar); • Cuidados com o recém-nascido; • Direitos da mulher (direitos reprodutivos, sociais e trabalhistas). Oriente a puérpera sobre o planejamento familiar e a utilização de método contraceptivo, se for o caso: • Dê a ela uma informação geral sobre os métodos que podem ser utilizados no pósparto; • Explique a ela como funciona o método da LAM (amenorreia da lactação); 175 • Se a mulher não deseja ou não pode usar a LAM, ajude-a na escolha de outro método; • Disponibilize o método escolhido pela mulher com instruções para o seu uso, dizendo-lhe o que deve ser feito se o método apresentar efeitos adversos e dandolhe instruções para o seguimento; • Aplique vacinas (a dupla, tipo adulto e a tríplice viral), se necessário; • Ofereça teste anti-HIV e VDRL, com aconselhamento pré e pós-teste, para as puérperas não aconselhadas e testadas durante a gravidez e o parto; • Prescreva suplementação de ferro: 4 mg/dia de ferro elementar, até três meses após o parto, para mulheres sem anemia diagnosticada; • Trate possíveis intercorrências; • Registre informações em prontuário e insira as informações do puerpério no SisPréNatal. É importante orientar que as relações sexuais podem ser restabelecidas por volta de 20 dias após o parto, quando já tiver ocorrido a cicatrização. No entanto, devem ser tomadas providências quanto à anticoncepção. Caso a mulher deseje ter outra gravidez, o ideal é que ela aguarde cerca de dois anos. Pois, o intervalo interpartal com menos de dois anos, aumenta o risco de problemas de saúde à mãe e criança. Este período é necessário para que o organismo possa se restabelecer por completo, evitando complicações perinatais (como prematuridade e baixo peso) e maternas (como anemia, debilidade física ou hemorragia).