“II ENCONTRO SOBRE TECNOLOGIA POPULAR
E ECONOMIA SOLIDÁRIA: RESGATE DA
CULTURA POPULAR, QUALIDADE DE VIDA
DAS COMUNIDADES E RESPEITO AO MEIO
AMBIENTE” – PRATICANDO A EXTENSÃO
RURAL
Nara Martins Correa de Oliveira1, Thainá Castillo Salin2, Eliane Conceição Rojas de Andrade3,
Carolina Alencar Dantas4 e Laércia da Rocha Fernandes Lima51
Introdução
Esta ação de extensão teve como objetivo abrir um
espaço para a discussão, exposição e multiplicação de
atividades/produtos desenvolvidos por pessoas
pertencentes a todas as classes sociais e culturais da
comunidade, os quais podem ser utilizados pela
população de forma prática e acessível, proporcionando
bem estar social e ambiental. Ainda como objetivos do
evento registra-se a difusão de saberes e técnicas
populares por meio de oficinas e palestras,
a promoção de espaços lúdicos e atividades artísticoculturais, a viabilização de espaços de debates e
conscientização, o incentivo à economia solidária e
promoção feira de trocas solidárias, e o apoio a uma
alimentação natural e orgânica, além de sensibilizar e
conscientizar os participantes sobre o seu papel como
agente transformador da sociedade. Tendo como eixo
central a valorização do saber popular e a difusão de
tecnologias populares e acessíveis, bem como a
disseminação de uma economia justa e solidária.
O II Encontro sobre tecnologia popular e economia
solidária ocorreu na Universidade Federal de
Pernambuco- UFRPE, nos dias 20 e 21 de agosto de
2009, no Departamento de Ciências Florestais. O
público alvo foi formado por acadêmicos, professores,
funcionários e a comunidade local como um todo, que
clama por transformações sociais rumo a uma
sociedade mais justa, equilibrada e solidária.
Metodologia
O planejamento do evento iniciou-se seis meses antes
do mesmo, neste período, comissões foram formadas
para discutir e aprovar todos os itens referentes a
produção física e processual do encontro.
1.
Foram constituídas comissões para encaminhar as diretrizes
do encontro. (Tabela 1)
A metodologia utilizada nas oficinas foi de livre
aprendizado, na qual os recursos áudios-visuais e oficinas
dinâmicas ao ar livre foram incentivados. Apoiando a
experiência pessoal de cada inscrito e tornando-a um meio
de aprendizado. Utilizou-se ainda de instrumentos como
meditação e yoga para conscientizar o público sobre a
própria necessidade de autoconhecimento para a partir daí
facilitar a abertura para a sensibilização sócio-ambiental.
Foram construídas 11 oficinas com disponibilização de 165
vagas no total, tais como:
- Aromaterapia;
- Arte-nativa;
- Bioética e ecoespiritualidade;
- Bioconstrução;
- Consumo Crítico;
- Decoração de caixas e poesia;
- Ecologia Profunda;
- Permacultura (Figura 1);
- Geotintas (Figura 2);
- Reciclagem artesanal de papel;
- Teconogia de culinária popular.
Além das oficinas foram oferecidas ao público palestras
gratuitas nos dois dias do evento e práticas de dança
circular.
No espaço montado no departamento de engenharia
florestal houve a montagem de um teatrinho de
mamulengos e de uma feira de produtos artesanais
organizada pela comunidade local.
Toda a alimentação oferecida nos dias do evento foi
preparada pelos inscritos na oficina de tecnologia de
Nara Martins Correa de Oliveira é discente do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco, UFRPE. Email:
[email protected]
2. Thainá Castillo Salin é discente da Pós Graduação em Ciências Florestais da Universidade Federal Rural de Pernambuco,UFRPE.
3. Eliane Conceição Rojas de Andrade é discente do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal Rural de Pernambuco,UFRPE.
4. Carolina Alencar Dantas é discente do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal Rural de Pernambuco,UFRPE.
5. Laércia da Rocha Fernandes de Lima é Professora Adjunta do Departamento de Tecnologia Rural da Universidade Federal Rural de
Pernambuco,UFRPE.
culinária popular que aconteceu no Departamento de
Tecnologia Rural - DTR, em sua cozinha – escola.
Resultados e Discussão
Negar a importância do conhecimento popular, a
diversidade do mesmo, a sua complexidade e
capacidade de adaptação que fizeram e fazem com que,
à margem de grandes descobertas tecnológicas, estes
pudessem prover a população de condições para sua
manutenção e existência, é algo inaceitável.
Isto nos remete ao fato de que, por saber-se ciente das
suas necessidades preeminentes, o ser torna-se ator dos
seus atos e provoca no meio, mudanças para que assim
o mesmo possa propiciar a sua sobrevivência.
Quem então senão o povo, o somatório social e legal da
sociedade, a massa que representa a sua totalidade e
não um simples extrato da mesma, poderia expor e
moldar as suas expectativas do que lhe seria útil e
eficientemente
prioritário?
O momento é de mudanças. Assim sempre ouvimos
dizer. Mudanças essas que, na maioria das vezes, são
orquestradas por mãos invisíveis que não representam a
sociedade legitimamente. Na verdade podemos dizer
que o presente é mais do que de mudanças. É o
momento da abertura de espaço para que outros
agentes, antes colocados à parte da situação, possam
também
fazer-se
presentes.
Heterogenizando a ação, tornando-a acessível a todos e
cooperativa, em um princípio de consciência e
afirmação do papel do indivíduo dentro da sociedade
como agente transformador, capaz e autônomo, talvez
possamos assim vislumbrar novos horizontes e alcançarmos
mudanças reais e duradouras. Mudanças que sejam
sinônimos de melhoria da qualidade de vida do ser humano
e da sustentabilidade da biodiversidade no nosso planeta,
embasada em um modelo de economia justa e igualitária
que enxerga o crescimento e desenvolvimento do país
como um todo.
O II Encontro Sobre Tecnologia Popular e Economia
Solidaria gerou resultados significativos na inserção de
uma nova forma de trabalhar com os processos educativos,
valorizando o conhecimento tradicional através de trocas
de saberes e de disseminação de uma nova postura diante a
atual crise sócio-econômica e ambiental, proporcionou
ainda, um espaço de resgate do conhecimento popular,
como forma de pensar alternativas reais de transformação
social. Somando um público de mais de 400 pessoas entre
membros da comunidade local, alunos de escolas públicas e
acadêmicos de várias instituições. O evento encerrou-se
com a inspiradora apresentação do Coral da Universidade
Federal Rural de Pernambuco (Figura 3).
Agradecimentos
À toda comunidade que apoiou e compareceu ao evento,
à Fadurpe, aos profissionais que ministraram oficinas, e a
todos que contribuíram de forma única para a realização
deste grande encontro.
Tabela 1. Comissões:
Comissões
Alimentação
Arte e Cultura
Infra-estrutura
Oficinas
Objetivos
Providenciar a alimentação oferecida durante o evento
Elaborar e sistematizar as atividades feiras de artesanato e apresentações culturais. Além de sugerir os temas e
contatar os grupos, bem como oferecer o aporte necessário durante a execução da atividade.
Responsável por definir os espaços de cada atividade, e providenciar materiais necessários para o desenvolvimento
do evento
Teve por finalidade elaborar e sistematizar as oficinas que foram oferecidas durante o encontro.
Palestras
Teve por finalidade elaborar e sistematizar as palestras que foram oferecidas durante o encontro, sugerir os temas e
contatar os palestrantes, bem como oferecer o aporte necessário durante a execução da atividade.
Divulgação
Divulgar e inscrever os interessados no evento, bem como a atualização do site junto à Home Page da
UFRPE.
Figura 1. Construindo um espiral de ervas na oficina de Permacultura.
Figura 2. Oficina de GeoTintas.
Figura 3. Apresentação do Coral da Universidade Federal Rural de Pernambuco
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