COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E ESTRUTURA DA COMUNIDADE ARBÓREA DE
DOIS FRAGMENTOS DE CERRADO SENTIDO RESTRITO NO NORTE DE MINAS
GERAIS
Diego Oliveira Brandão (1), Fernanda Vieira da Costa (2), Karla Nunes Oliveira (3), Gisele Cristina de Oliveira
Menino (4), Yule Roberta Ferreira Nunes (5)
1. Universidade Estadual de Montes Claros, Departamento de Biologia Geral, Laboratório de Ecologia e
Propagação Vegetal, Montes Claros, MG, Brasil
2. Universidade Estadual de Montes Claros, Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Montes
Claros, MG, Brasil
3. Universidade Estadual de Montes Claros, Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Montes
Claros, MG, Brasil
4. Universidade Estadual de Montes Claros, Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Montes
Claros, MG, Brasil
5. Universidade Estadual de Montes Claros, Departamento de Biologia Geral, Laboratório de Ecologia e
Propagação Vegetal, Montes Claros, MG, Brasil
O Cerrado é caracterizado pela presença de árvores baixas, tortuosas, com ramificações
irregulares e geralmente, com evidência de queimadas. A profundidade do lençol freático, a
freqüência de queimadas e os fatores antrópicos têm nítida influência na distribuição das suas
espécies arbóreas. No Brasil, a cobertura original do Cerrado já foi reduzida em mais de 37%,
comprometendo muito sua biodiversidade. Assim, estudos florísticos e fitossociológicos
fornecem informações importantes para o estabelecimento de áreas prioritárias para
conservação. Este estudo teve como objetivo conhecer a composição florística e a estrutura da
comunidade arbórea de duas áreas de Cerrado sentido restrito localizadas em Grão Mogol (S
16º37’44’’ e W 43º18’21’’), Norte de Minas Gerais. A região possui clima do tipo semi-árido,
com estações secas e chuvosas bem definidas. A temperatura média anual é de 23ºC e a
precipitação é de 1.000 mm/ano. As comunidades arbóreas foram avaliadas através do método
de quadrantes. Em cada área, foram marcados seis transectos totalizando 48 pontos
eqüidistantes 10m entre si. Foram amostrados todos indivíduos arbóreos vivos com CAP
(circunferência a altura do peito) ³ 10 cm e altura ³ 1,5m. Foram amostrados um total de 384
indivíduos arbóreos distribuídos em 62 espécies, 50 gêneros e 28 famílias, sendo 37 espécies
na área 1 e 48 na área 2. De fato, a área 2 encontra-se em melhor estado de conservação,
explicando a maior riqueza de espécies encontrada. Para as duas áreas, as famílias Fabaceae e
Vochysiaceae foram as mais representativas, enquanto que Qualea parviflora e Eriotheca
pubescens foram as espécies com maiores valores de IVI (índice de valor de importância). A
distribuição diamétrica e de altura das comunidades apresentou forma de J-invertido,
indicando um balanço positivo entre recrutamento e mortalidade, o que caracteriza as
comunidades como autoregenerativas. A diversidade (H`) e equabilidade (J) foram H`=3,13 e
J=0,87 para a área 1 e H`=3,26 e J= 0,84 para a área 2. O índice de similaridade de Sorensen
entre as áreas foi de 0,68, não indicando alta similaridade entre os fragmentos, mesmo sendo
áreas próximas (< 1 Km). A baixa similaridade pode ser devido às diferentes pressões
antrópicas que estas áreas têm sofrido. Provavelmente, as diferentes condições topográficas
das áreas resultaram em diferentes perturbações e, conseqüentemente, em diferentes respostas
na regeneração natural desses ambientes. (Capes)
Palavras-Chave: Conservação, Fitossociologia, Método de quadrantes, Similaridade
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