COLÉGIO METODISTA IZABELA HENDRIX (1904-1935): RESGATE E ORGANIZAÇÃO DOS DOCUMENTOS HISTÓRICOS Reginaldo Leandro Plácido 1 Wesley Jesus dos Santos 2 "(...) compreender o tempo significa libertar-se do presente" (Piaget) Introdução No período de transição do Império para a República os colégios protestantes desempenharam papel importante nas mudanças políticas e culturais do país, sendo estes veículos da propagação do ideário liberal e República no importado dos Estados Unidos junto com os missionários que por aqui aportaram no fim do século XIX. Os primeiros protestantes de origem missionária que chegaram ao Brasil se dividiram estrategicamente entre os principais núcleos Republicanos. Este é o caso do Colégio Metodista Izabela Hendrix, fundado em 5 de outubro de 1904 na cidade de Belo Horizonte, em um período de liberalização da educação brasileira, com proposta educacional que fazia frente à educação das escolas brasileiras da época. (Peixoto; Soares: 2004, p. 10). No decorrer de mais de um século de história desta instituição muito material documental foi produzido, armazenado e perdido no tempo. Assim, o objetivo desse trabalho é descrever o resgate de documentos e organização deste material, que representa o período que vai da fundação em 1904 até a inspeção de 1934. Como objetivos específicos destacam-se: descrever a relação entre a pesquisa material e a cultura escolar como categorias de análise no estudo da história das instituições escolares protestantes; destacar aspectos da história da educação metodista no Brasil, tendo como objeto de recorte o Colégio Metodista Izabela Hendrix; descrever o processo de busca por documentos históricos que tratem da fundação do Colégio Metodista Izabela Hendrix e o trabalho de organização destes documentos. A problemática que suscitou esta pesquisa esteve envolvida com os questionamentos da história da instituição a partir da materialidade documental e existência de arquivo histórico que organizasse este material. Neste sentido, foi lançado o seguinte questionamento: qual a importância da pesquisa material para compreensão da história da instituição escolar Izabela Hendrix e qual o trabalho de preservação do material documental e arquivístico? 1 Reginaldo Leandro Plácido, doutorando em Educação (UNIMEP/Universidade de Lisboa), professor de História da Educação no Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. reginaldo.Plá[email protected] 2 Wesley Jesus dos Santos, graduando no curso de Pedagogia do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. [email protected] 1 A escolha do recorte temporal para este artigo foi estabelecida levando-se em consideração a questão do pertencimento desta investigação ao relatório final do projeto de pesquisa “Uma leitura do Colégio Metodista Izabela Hendrix no processo de escolarização em Belo Horizonte no início do século XX”, sob supervisão e orientação do professor Reginaldo Leandro Plácido. O arcabouço teórico-metodológico desta investigação segue o proposto pelo projeto de pesquisa maior e se utiliza principalmente das contribuições dos estudos de Roger Chartier sobre os conceitos do papel das práticas e das representações; de Dominique Julia e Viñao Frago sobre o conceito de cultura escolar; das reflexões e Justino Magalhães sobre o campo de pesquisa das instituições escolares; Peri Mesquida e Cesar Romeiro sobre a educação protestante (em especial o caso da igreja metodista) no Brasil no período do sec. XIX, dentre outros autores e conceitos capazes de dar suporte a construção desta investigação. Pesquisa Material e Cultura Escolar Segundo Le Goff (1996, p. 433), as instituições responsáveis pela manutenção e organização da matéria memorável têm no foco de suas preocupações as articulações entre o tempo, o espaço e o homem. Em uma perspectiva mais ampla, pode-se compreender as próprias instituições como instâncias da memória, isto é, como responsáveis por gestos fundadores que resultam da combinação da ação de um grupo (os eruditos, homens de toga, funcionários etc.), com lugares (cartórios, escolas etc.), práticas e técnicas variáveis no tempo (a cópia manuscrita, a imprensa, a digitalização, a classificação etc.). O pesquisador Luciano Mendes de Faria Filho em seu artigo “a cultura escolar como categoria de análise e como campo de investigação na história da educação brasileira” faz um amplo panorama sobre a problemática da cultura escolar. Em seu artigo ele sintetiza as investigações que tem sido realizadas e como a cultura escolar tem sido apreendida pelos historiadores da educação. Faria Filho aponta que Chervel é um dos primeiros a tratar do assunto sendo ele citado em um artigo de Dominique Julia em 2002 ao qual o próprio Julia tem como referência. Para Chervel a escola era capaz de produzir uma cultura singular, especifica e original. (Faria Filho, 2004, p. 144). Para ele, os saberes escolares não eram inferiores aos que eram da demanda das universidades, sendo que as instituições escolares eram capazes de “produzir um saber específico cujos efeitos estendiam-se sobre a sociedade e a cultura, e que emergia das determinantes do próprio funcionamento institucional.” (Faria Filho, 2004, p. 144-145). A sua pesquisa se deu sobre a história das disciplinas escolares e principalmente sobre o ensino do francês. 2 Sendo assim Chervel afirma que: Desde que se compreenda em toda a sua amplitude a noção de disciplina, desde que se reconheça que uma disciplina escolar comporta não somente as práticas docentes da aula, mas também as grandes finalidades que presidiram sua constituição e o fenômeno de aculturação de massas que ela determina, então a história das disciplinas escolares pode desempenhar um papel importante não somente na história da educação mas na história cultural. Se se pode atribuir um papel “estruturante” à função educativa da escola na história do ensino, é devido a uma propriedade das disciplinas escolares. O estudo dessas leva a pôr em evidência o caráter eminentemente criativo do sistema escolar, e por tanto a classificar no estatuto dos acessórios a imagem de uma escola encerrada na passividade, de uma escola receptáculo dos subprodutos culturais da sociedade. Porque são criações espontâneas e originais do sistema escolar é que as disciplinas merecem um interesse todo particular. E porque o sistema escolar é detentor de um poder criativo insuficientemente valorizado até aqui é que ele desempenha na sociedade um papel que não se percebeu que era duplo: de fato ele forma não somente os indivíduos, mas também uma cultura que vem por sua vez penetrar, moldar, modificar a cultura da sociedade global. (Chervel, 1990, p. 184) Sendo influenciado por Chervel, Dominique Julia é um dos pesquisadores mais requisitados quando o assunto é história das culturas escolares. Já no segundo capitulo do seu texto “A cultura Escolar como Objeto Histórico” a sua definição de cultura escolar fica explicita: Para ser breve, poder-se-ia descrever a cultura escolar como um conjunto de normas que definem conhecimentos a ensinar e condutas a inculcar, e um conjunto de práticas que permitem a transmissão desses conhecimentos e a incorporação desses comportamentos; normas e práticas coordenadas a finalidades que podem variar segundo as épocas (finalidades religiosas, sociopolíticas ou simplesmente de socialização). Normas e práticas não podem ser analisadas sem se levar em conta o corpo profissional dos agentes que são chamados a obedecer a essas ordens e, portanto, a utilizar dispositivos pedagógicos encarregados de facilitar sua aplicação, a saber, os professores primários e os demais professores. Mas, para além dos limites da escola, pode-se buscar identificar em um sentido mais amplo, modos de pensar e de agir largamente difundidos no interior de nossas sociedades, modos que não concebem a aquisição de conhecimentos e de habilidades senão por intermédio de processos formais de escolarização: aqui se encontra a escalada dos dispositivos propostos pela schooled society que seria preciso analisar; nova religião com seus mitos e ritos contra a qual Ivan Illich se levantou, com vigor, há mais de vinte anos. Enfim, por cultura escolar é conveniente compreender também, quando é possível, as culturas infantis (no sentido antropológico do termo), que se desenvolvem nos pátios de recreio e o afastamento que apresentam em relação às culturas familiares. (Julia, 2001, p. 10-11) Para Julia os historiadores da educação deveriam acrescentar a pesquisa das práticas ao em vez de somente as normas. Em seu pensamento a história de uma escola tem tanto significado como qualquer outra história de outra instituição, como as instituições militares (Julia, 2001, p. 12). Então Julia descreve as instituições escolares não somente como ambientes de 3 “aprendizagem de saberes”, mas um ambiente aonde há a “inculcação de comportamentos e de habitus que exige uma ciência de governo transcendendo e dirigindo, segundo sua própria finalidade, tanto a formação cristã como as aprendizagens disciplinares.” (Julia, 2001, p. 22). Julia se torna então um dos pesquisadores que possivelmente tem uma abertura maior para uma pesquisa ampla às várias gamas de estudo. (Faria Filho, 2004, p. 150) Ainda em seu artigo, outro autor que Faria Filho aborda é Viñao Frago. Ele diz que Viñao Frago tem a cultura escolar como um conjunto das mais “diferentes manifestações das práticas” que ocorrem nas escolas sendo que essa analise “engloba tudo o que acontecia na escola”(Faria Filho, 2004, p.147) Concepto de cultura escolar como un conjunto de teorías, ideas, principios, normas, pautas, rituales, inercias, hábitos y prácticas — formas de hacer y pensar, mentalidades y comportamentos — sedimentadas a lo largo del tempo en forma de tradiciones, regularidades y reglas de juego no puestas en entredicho y que proporcionan estrategias para integrarse em dichas instituciones, para interactuar y para llevar a cabo, sobre todo en el aula, las tareas cotidianas que de cada uno se esperan, así como para hacer frente a las exigencias y limitaciones que dichas tareas inplican o conllevan. Sus rasgos caracteristicos serían la continuidad y persistencia en el tiempo, su institucionalización y una relativa autonomia que le permite generar productos específicos — por exemplo, las disciplinas escolares —que la configuran como tal cultura independiente. (Viñao Frago, 2000, p. 2-3) Viñao Frago tem sido estudado pelos pesquisadores que se situam seus estudos sobre os espaços e tempo escolar. Esses processos também o colocam como um teórico daqueles que desejam se aprofundar nas “análises sobre os currículos das escolas, os saberes e a materialidades escolares e os métodos de ensino.” (Faria Filho, 2004, p.150). A partir das discussões sobre pesquisa material e cultura escolar é possível conceber a hipótese de que as escolas protestantes de origem norte-americana contribuíram diretamente para a expansão da ideologia liberal e para a penetração de uma cultura que viria a instalar no âmbito escolar novas normas e práticas que podem ser verificadas a partir da materialidade documental. A educação metodista no Brasil A independência do Brasil, em 1822, trouxe consigo uma necessidade de reorganização política. Mudanças na forma do pensamento político gerariam necessidade de modernização que eram impedidas pelo modelo colonial e geravam um subdesenvolvimento brasileiro (Rodrigues, 1975, p. 230). A educação não era o fator de principal preocupação do Império, sendo que era feito o mínimo suficiente para preencher os quadros necessários do regime 4 (MESQUIDA, 1994, p. 82-83). Desde 1759, com a expulsão dos Jesuítas, havia um vazio educacional no país. Desta forma a maior parte da educação, principalmente dos senhores de engenho, ficava a cargo dos sacerdotes católicos que educavam nas casas-grandes e nos seminários. Esse tipo de educação trazia consigo influência católica que era exercida de dentro para fora. Essa atividade foi de grande importância para a manutenção do poder e para a criação de uma elite intelectual que exercia sua influência como camada dominante. Caso essa elite quisesse um ensino superior era obrigada a ir a Portugal para se graduar. Com a transferência da corte portuguesa para o Brasil por ocasião das invasões francesas, o imperador foi obrigado a criar espaços de ensino superior no Rio de Janeiro e de órgãos oficiais como a impressa e academias militares. Existia no Brasil assim uma elite “necessitária” de títulos de “Bacharel” e “Doutor”. (Mesquida, 1994, p. 53). Entretanto, foi somente no contexto da proclamação da independência que a Assembleia decidiu que a educação deveria ter um novo lugar. Novos cursos apareceram, como instituições primárias e escolas elementares. O modelo de educação adotado servia para divulgar a cultura europeia, seu caráter elitista e a maneira como a sociedade brasileira estava estruturada. (Mesquida, 1994, p.55-56). Durante esse período também aconteceu um distanciamento progressivo da igreja com o estado que se chegou ao seu ápice na formação da República. A proclamação da República , em 1889, suscitou vários debates principalmente sobre as mudanças que o país atravessaria. O Brasil passaria por um processo de modernização semelhante ao que aconteceu nos Estados Unidos e essa modernização seria marcada pelo viés República no e pela influência das ideais liberais resultantes do iluminismo, sobretudo, pela influência positivista. Segundo Carvalho era necessário à criação de um imaginário Republicano para a construção de uma comunidade. Sobre esse assunto Carvalho pontua: Os temas do interesse do indivíduo e de grupos, da nação, da cidadania, encarnados na idéia de república, estavam no centro das preocupações dos construtores da República brasileira. Como país exportador de matériasprimas e importador de idéias e instituições, os modelos de república existentes na Europa e na América, especialmente nos Estados Unidos e na França, serviam de referência constante aos brasileiros. (CARVALHO, 1998, p. 18) Na ecologia deste período circulavam impressos, patrocinados por grupos República nos, que difundiam ideais liberais onde demonstravam uma clara oposição entre o antigo e o novo – entre o Império e a República. Estes grupos República nos estavam ávidos por caminhos da modernidade então nascente na Europa, sobretudo, pela emergência da urbanidade capitalista. 5 Mas esse distanciamento do antigo modelo colonial português gerava um movimento e novos vínculos com uma nova nação estrangeira ao qual surgiria uma nova relação de dependência que gerava um sentimento de ambigüidade de ora interesse, ora rejeição sendo que cabia ao Estado que controlasse esses movimentos e os adequassem as novas exigências do mercado internacional (Vieira; Plácido; Soares, 2011, p. 3-4). Os República nos agiam contra o antigo regime político do país, mas não só contra ele, mas também contra a Igreja Católica, que aos seus olhos eram parte do problema. É neste período de transição do Império para a República que os primeiros missionários norteamericanos desembarcam em terras tupiniquins. Estes missionários trouxeram em sua bagagem cultural o fermento protestante. Esse fermento tem o seu inicio na Reforma Protestante, e é muito difícil delimitar o que foi o evento da reforma e os seus desdobramentos, visto que desde o começo os movimentos protestantes foram incapazes de se manterem unidos (Mendonça, 1990, p.11). Outra coisa a salientar é que esse fermento protestante tinha sabor norte-americano, sendo os missionários que aqui chegaram se distinguiam culturalmente e teologicamente do protestantismo contemporâneo da época na Europa. Estes missionários tinham como principal objetivo a difusão do modelo protestante americano e com foco no chamado movimento de missões mundiais, por isso, este movimento que chegou ao Brasil ficou conhecido como protestantismo de missão. Dentre os primeiros missionários enviados pelo protestantismo de missão foi identificada também a presença de mulheres que tinham como seu trabalho a educação. Destaca-se aqui: Mary Parker Dascomb (1869) que dirigiu a Escola Americana, que posteriormente se transformaria na Universidade Presbiteriana Mackenzie; Arianna Herderson (1872), Mary Videau Kirk (1874) e Charlotte Kemper (1882) foram enviadas para Campinas pela Igreja Presbiteriana do Sul dos Estados Unidos e trabalharam no Colégio Internacional. Martha Hide Watts (1881 a 1908) foi enviada a varias cidades do Brasil pela igreja Metodista. (Ferreira, 2008, p. 178-179). Nesse contexto é que ocorre a implantação das escolas protestantes no Brasil. Um momento que demandava ideais de modernização que tinham como base o liberalismo e o positivismo. A educação passou a ser vista como um dos principais instrumentos privilegiados para elevar o país ao seu verdadeiro posto, mas faltava determinar qual o tipo de educação mais apropriada para cumprir as exigências do futuro. Foi a partir da década de 1870 que o protestantismo missionário norte-americano instala-se, definitivamente no Brasil, com suas escolas com ênfase no pragmatismo, na maior participação do aluno... (Vieira; Plácido; Soares, 2011, p. 3). 6 Pesquisadores como Romeiro (2006) e Mesquida (1994) colocam que a entrada de escolas protestantes ocasionou um avanço nos processos pedagógicos e na cultura escolar. As escolas metodistas tinham um currículo inovador. Davam ênfase não somente às línguas (Latim e Francês) à história e a literatura, mas também às humanidades e ao estudo das ciências exatas assim como, afirma Mesquida (1994, p. 156), o método de ensino era entusiasmante, pois ele dava ênfase à observação e à experimentação seguindo os métodos de Frobel e Pestalozzi. Os missionários faziam um esforço para que o corpo docente das escolas metodistas fosse preparado e na medida do possível fosse membro da igreja metodista. Para tal feito eram importadas professoras dos Estados Unidos, construído centro de preparação de docentes e os melhores alunos eram enviados para os Estados Unidos para aperfeiçoamento. (Mesquida, 1994, p.157) No caso das escolas metodistas os professores foram os pioneiros a trazerem práticas de debates e discussão na sala de aula. Essa prática se diferenciava do “magister dixit” que era comumente praticado. O educador metodista era visto como amigo e conselheiro, ao qual se tinha uma construção de modelo de professor que poderia exercer a influência sobre a sociedade. (Mesquida, 1994, p.158) Os missionários, entendendo que a prática pedagógica não deveria se restringir a prática estritamente escolar, se apropriaram de outros métodos de aprendizagem introduzindo a educação física com aulas de ginástica que não eram comuns naquele tempo. Mas as atividades para-escolares não iam somente à educação do corpo, abrangendo também no incentivo da formação associações de alunos, ex-alunos, reuniões, mostras artísticas e outros movimentos sociais que segundo os missionários eram imprescindíveis para que se aprendesse a vida democrática necessária para a vida República na inspirada no modelo Americano. (Mesquida, 1994, p.159) Outra diferença que pode ser percebida e que nessa nova situação de aproximação com os Estados Unidos, os colégios metodistas tinham o ensino da língua inglesa em seus currículos o que propiciava na construção de uma identidade cultural americano-brasileira (Mesquida 1994, p. 154-163). Todo esse avanço era também demandado pela sociedade que achava o modelo antigo inadequado para uma nova geração República na que estava surgindo e que também era necessária uma educação que propiciasse a modernização do país e para isso era necessário novos modelos educativos (Mesquida 1994, p186). 7 Como já foi ventilado a partir do século XIX chegou ao Brasil um tipo de protestantismo americano que tinha em seu ideário a religião civil norte-americana. Dentre esses protestantes norte-americanos destacaram-se os missionários da Igreja Metodista na difusão de suas idéias e valores. Além disso, havia na sociedade brasileira, principalmente na região sudeste, brechas na sociedade aonde essas idéias e valores poderiam ser empregados (Mesquida, 1994 p. 120), mas não foi o homem pobre e livre do meio rural o seu alvo. Como desejavam transmitir uma mensagem global o seu objeto de missão eram a: “classe política e economicamente dominante da Região Sudeste e se ‘braço’ culto, os intelectuais, sensíveis aos ideais e ao sistema de valores norte-americanos.” (Mesquida 1994, p.121). Esse grupo já nutria uma admiração pelos ideais norte-americanos e desejavam dar os seus filhos uma educação que auxiliasse conservar o poder político e econômico, além de que os intelectuais desejavam uma identidade cada vez mais próxima a dos norte-americanos. Sendo assim, os primeiros protestantes de origem missionária que chegaram ao Brasil dividiram-se estrategicamente entre os principais núcleos República nos. “A educação nesse período foi utilizada pelo movimento República no como mote para uma revolução passiva.” (Vieira 2006, p.151). A Sociedade de Missões Estrangeiras das Mulheres, que representava a vanguarda do movimento de educação missionário avançaram nesse processo fundando os primeiros colégios metodistas no Brasil, como por exemplo: o Colégio Piracicabano (em Piracicaba, em 1881), o Colégio Bennett (no Rio de Janeiro, em 1882), o Colégio Americano Granbery 3 (em Juiz de Fora, em 1880), a Escola Metodista de Ribeirão Preto (1899), o Colégio Noroeste de Birigui (1918). Este é o caso do Colégio Metodista Izabela Hendrix (uma homenagem a mãe do bispo Eugene R. Hendrix cujo fez uma doação de US$ 15.000,00 para a Sociedade de Missões Estrangeiras das Mulheres), fundado em cinco de outubro de 1904 na cidade de Belo Horizonte, pela missionária norte-americana Marta Watts que veio para estabelecer no país escolas para moças tendo em si a crença que veio de uma nação que deveria ser modelo para outras nações. Martha Watts, como tantas outras mulheres, surpreendeu o Brasil no século XIX, vindo de terras tão distantes, através de viagens difíceis, atravessando o oceano para abrir escolas, sendo missionária e educadora em terras 3 O colégio Americano Granbery não foi fundado pela Sociedade de Missões Estrangeiras das Mulheres devido a elas estarem ocupadas com uma frente no Rio de Janeiro, sendo esse fundado pelos missionários Norte-Americanos J.M. Lander e J.W.Wolling com o apoio do Bispo J.C. Granbery. (Mesquida, 1994, p. 152) 8 tupiniquins. Ela trará em sua bagagem uma auto-imagem etnocêntrica, concebida pela crença de fazer parte de uma civilização modelo para outras nações. De acordo com este pensamento, fomentado no século XIX, ela atendeu ao chamado missionário da Igreja Metodista Episcopal do Sul e veio ao Brasil, especialmente, para abrir uma escola para moças. (Oliveira, 2007, p.1) O Colégio Metodista Izabela Hendrix foi a primeira escola confessional protestante implantada em Belo Horizonte e a primeira a trabalhar com a educação de mulheres com o propósito de prepará-las para a docência. O contexto histórico de sua implantação está relacionado com a fundação de Belo Horizonte, cidade projetada para ser a capital de Minas Gerais. O marco inaugural do Colégio Izabela Hendrix é 1904, sete anos após a fundação de Belo Horizonte em 1897. Enquanto instituição protestante o Colégio Metodista Izabela Hendrix tem sua origem no movimento missionário metodista, originário principalmente do Sul do Estados Unidos - o metodista episcopal – que chegou ao Brasil com propósitos de evangelizar e educar a nação: Visto que a “face” da educação metodista que veio ao país é uma continuidade dessa tradição, e não uma ruptura no tempo e espaço. A sua característica marcante será a ação pautada na relação evangelizaçãoeducação. (NOVAES: 2003, p.117). Mesquita faz a transcrição de uma das cartas de Martha Watts, datada de Março de 1905, onde Martha comenta sobre a fundação do Colégio Metodista Izabela Hendrix: Conforme anunciado, abrimos nossas portas no dia 5 de outubro com a presença de um bom grupinho. Os irmãos Kennedy e Tilly estavam presentes. (...) Os irmãos também falaram e eu fui chamada para dar uma palavra. (...) No dia seguinte, vieram cinco crianças. Ficamos um pouco desapontadas, pois esperávamos algumas mais; (...) e no dia 5 de novembro já havíamos matriculado dezoito. (Mesquita: 2001, p.143) O Colégio Metodista Izabela Hendrix veio atender a demanda educacional efetiva da época, que expandia nas regiões urbanas, em especial no centro econômico-administrativo do país, em Estados como Minas Gerais (Belo Horizonte e Juiz de Fora), São Paulo (Piracicaba) e Rio de Janeiro (Petrópolis). A demanda foi atendida pela união que cuidou de ampliar a oferta de ensino de elite, o médio e superior, para as classes médias em ascensão. Segundo Santos e Plácido: O Colégio Metodista Izabela Hendrix veio a contribuir no processo de Repúblicanização de Minas Gerais e Belo Horizonte, pois trazia uma pedagogia moderna e liberal que coadunava com o pensamento dos Republicanos. Esta profícua aproximação e admiração entre República nos e protestantes metodistas trouxe para os metodistas o consentimento de se expandir por todo território brasileiro. (Santos; Plácido, 2012, p.34) 9 O arquivo institucional Julho chegou aqui, bem como nos Estados Unidos, mas com uma mensagem diferente. Os geógrafos dão um noção teórica da zona tórrida. Se pudessem representar o litoral como a zona tórrida dizendo que era quente, estariam dizendo a verdade; mas quanto a Belo Horizonte, eles não dizem a verdade. Durante três meses choveu quase sem para e a humidade trouxe frio, embora fosse pleno verão, e depois em abril ficou seco começou a esfriar mais no outono, e agora está muito frio. Imagine só um dia frio de novembro ou de março sem fogo, exceto na cozinha. Isto é a Belo Horizonte de hoje. (Trecho de carta de Martha Whatts. Mesquita, 2001, p.147) Foi com essas palavras que Miss. Marta Whatts descreveu Belo Horizonte em novembro de 1906. No decorrer de mais de um século de história desta instituição muito material documental foi produzido, armazenado e perdido no tempo. Esses materiais são objetos pelo quais podemos acessar as atividades do passado e tentar fazer uma imagem dele. Nas palavras de Le Goff (1990, p. 549) “O documento é monumento. Resulta do esforço das sociedades históricas para impor ao futuro – voluntária ou involuntariamente – determinada imagem de si próprias.” Ainda segundo Le Goff, mesmo que tenhamos uma imensidão de documentos, ou até fragmentos, não devemos fazer uma seleção de monumentos dentre esses documentos, mas tratá-lo de forma quantitativa, e inseri-los em grupos de outros monumentos como a cultura material. O novo documento, alargado para além dos textos tradicionais, transformado – sempre que a história quantitativa é possível e pertinente – em dado, deve ser tratado como um documento/monumento. De onde a urgência de elaborar uma nova erudição capaz de transferir este documento/monumento do campo da memória para o da ciência histórica. (Le Goff. 1990, p. 549) Tendo então em vista a importância dos arquivos, fatalmente nas instituições escolares, não existe um movimento de preservação desses materiais. Magalhães (2004, p.136) nos aponta que tal situação demanda do historiador, mediante a autorização da instituição, a demanda de organizar o arquivo sendo que nesse momento, nas palavras do próprio Magalhães, a Heurística sobrepõe a Hermenêutica. Agindo por si mesmo, o historiador tende a mover-se essencialmente por lógicas de investigação. A fim de valorizar os diferentes planos hermenêuticos, o historiador, mergulhado num arquivo ainda que não organizado, deverá, previamente a qualquer intervenção, proceder a um registro rigoroso da documentação, organização e estado de conservação, tal como a encontra, no pressuposto de que esse retrato corresponde ao estado da situação gerado pelas práticas e pela rotina da instituição. A observação e o registro deste quadro, para além de uma visão de conjunto, permite, pela 10 inferência dos critérios de preservação e de acessibilidade à documentação, uma aproximação ao funcionamento institucional e à representação e hierarquização que os responsáveis da instituição estabelecem sobre as diferentes seções documentadas no arquivo. A projeção dessas inferências ilumina sobre o cotidiano e sobre o sentido evolutivo da instituição". (Magalhães p.136-7) No Caso da instituição Metodista Izabela Hendrix, o ocorrido não foi diferente. No segundo semestre de 2011 buscamos encontrar os documentos sobre a fundação do Colégio. Essas atividades ocorreram como parte das ações do “Grupo de Estudo e pesquisa em História e Epistemologia da Educação”, coordenado pelo professor Reginaldo Leandro Plácido, desenvolvido no curso de pedagogia da própria instituição. A nossa busca ocorreu em vários arquivos da instituição que, além da sede campos Praça da Liberdade, tem mais dois endereços sendo um na cidade de Nova Lima e outro na Cidade de Sabará. Encontramos o referencial oral de uma professora metodista que é docente da instituição nos cursos de pedagogia e serviço social, Lucia Oliveira Leiga, e tem sua vida atrelada ao Izabela Hendrix, e que cumpre o que Mesquida chamou de “um corpo docente capaz e, se possível metodista” (1994, p. 157). Ela nos alertou que existiam arquivos sobre a história do Izabela que foram reunidos para a escrita do livro dos cem anos do colégio, mas que esses arquivos estavam esquecidos nos porões da instituição. Concomitantemente buscamos a bibliotecária da escola que nos informou que o arquivo da instituição estava na unidade de Nova Lima. Depois de uma pesquisa feita pelo prof. Reginaldo Plácido, quase nenhum documento relativo a época da fundação foi encontrado devido a forma de organização que atende mais a funcionalidade acadêmica e tramites de secretaria e de gestão. Então procuramos o administrador do campus da Praça da Liberdade, Marco Fortes, e ele nos informou que a instituição tinha um grupo de documentos guardados na unidade de Sabará em três salas num porão de uma das unidades do Instituto Metodista, chamada de Fazendinha 4. Marco foi sempre muito solicito aos nossos pedidos e tivemos acesso irrestrito a todo o material. Ele tinha cuidado dos materiais antigos do colégio (móveis, flâmulas, máquinas de escrever, calculadoras mecânicas, baús, pinturas e fotografias) e demonstrou um grande interesse na preservação destes. 4 A unidade é instalada em uma área de mais de 30 hectares no distrito de Santo Antônio da Roça Grande, em Sabará. Funcionou como colégio técnico do Izabela Hendrix, hoje funciona com um local de apoio do Instituto Metodista Izabela Hendrix, sendo usado para atividades que demanda a natureza como trilhas e um local de recreação. 11 A unidade Fazendinha fica na grade Belo Horizonte na cidade histórica de Sabará. Chegando lá o ambiente é agradável, um tanto bucólico, com clima agradável e com varias áreas verde. Em nossa pesquisa descobrimos que o ambiente era o antigo sanatório da Rede Ferroviária Federal (RFFSA) e que depois foi adquirido pelo Instituto Metodista Izabela Hendrix, e que os documentos se encontravam em um porão que tinha sido o antigo necrotério do local. Lá o que encontramos foram diversos documentos que se situam no ano 1904 em diante. Eram móveis, fotos, mapas, projetos, plantas arquitetônicas, documentos oficiais do MEC, relatórios, cartas, cronogramas, croquis, flâmulas, prospectos e outros. Os materiais se encontravam espalhados ou então mal armazenados em caixas de arquivo e em pastas de papelão, e estavam expostas as intempéries e a humidade do local. Havia a presença de roedores que destruíam o material. Devido a essa situação os materiais se encontravam em um rápido processo de deterioração sendo assim necessária a criação de um arquivo para que a história e a memória não se percam. Outra ação necessária foi a digitalização de todo esse material para viabilizar sua manipulação e estudo criando assim um arquivo virtual. Concomitante ocorria um trabalho no Centro Universitário desenvolvido pelo curso de comunicação, dirigido pelo professor Sander Neves de digitalização de matérias que correspondam à história do Izabela Hendrix. Mas o museu tem o interesse somente em um arquivo virtual sendo que para eles os documentos propriamente ditos não tem uma relevância imediata, mas que então possibilitou uma parceria aonde poderia conservar os documentos e ao mesmo tempo termos um arquivo virtual que facilitaria o acesso aos materiais aos pesquisadores. Diante de todo esse processo conversamos com o administrador do campus, Marco Fortes, se era possível a criação de um espaço para melhor armazenamento de todo o material para posterior organização e a possibilidade de abertura para pesquisadores da história da instituição pudessem ter acesso para o seus trabalhos de pesquisa. Fortes prontamente atendeu a solicitação e então foi criada uma sala de pesquisa na própria unidade Fazendinha sendo que foram utilizados dois cômodos da casa com arquivos próprios e um local para visitação dos moveis históricos, que inclusive já foram usados por visita dos alunos do Colégio Izabela Hendrix em um projeto multidisciplinar, em que aproveitaram o ambiente campestre para trabalhar os conteúdos de biologia, e os materiais históricos para trabalhar a história da instituição e da cidade de Belo Horizonte. Os documentos/monumentos que sobreviveram ao tempo são o mapa para decifrar o passado. O arquivo seria então, um lugar privilegiado de informações do processo evolutivo da história 12 da instituição educativa. Assim poderíamos ter acessibilidade às informações, além dos documentos que possibilitam a visualização dos documentos e matérias que poderíamos reconstruir com os aportes da história cultural a história da instituição escolar interligado com o período da formação das elites de Belo Horizonte. Para isso devemos nos abastecer da mais diversa cultura material da instituição. Na ausência de vasta materialidade escolar são os programas oficiais, planejamentos ou os artigos de revista o material que dispomos para tentar reconstruir a cultura escolar de uma instituição ou uma época. Nada na vida de uma instituição escolar acontece, ou aconteceu, por acaso, tanto o que se perdeu ou transformou, como aquilo que permaneceu. A memoria de uma instituição é, não raro, um somatório de memórias e de olhares individuais ou grupais, que se contrapõem a um discurso cientifico. É mediando entre as memórias e o(s) arquivos(s) que o historiador entretece uma hermenêutica e um sentido para o seu trabalho e dessa dialética nasce o sentido para a história das instituições escolares.” (Magalhães, 2004 p. 155). Sabemos também que isso é somente o início da pesquisa. A quantidade de material é bastante profícua, sendo necessária uma grande carga de estudos posteriores para que haja uma reconstrução de toda a memoria e processo de influência da educação metodista em Belo Horizonte no início do século. Nesses documentos poderemos constatar a influência ou não do liberalismo na educação e na sociedade Belo Horizontina. Mas esse é um trabalho hercúleo sendo que um artigo não conseguirá responder todas as perguntas, demandando pesquisas posteriores. CONSIDERAÇÕES FINAIS Esse artigo suscitou a importância da conservação do material cultural para a pesquisa das instituições escolares, em especial o Colégio Metodista Izabela Hendrix. Autores como André Chervel, Dominique Julia e António Frago foram visitados para estabelecer a importância da pesquisa dos documentos para a pesquisa, sejam os currículos escolares, sejam os saberes escolares, ou sejam os espaços e tempos escolares. Constatou-se que a pesquisa documental se demonstra muito importante para a preservação da memoria das instituições e práticas sociais, e faz parte das sociedades, das instituições e dos homens sendo indispensável para construção da identidade, coletiva ou individual e essa busca está intrinsicamente ligada aos indivíduos e as sociedades contemporâneas. (Goff, 2003, p. 455). Assim o Instituto Metodista Izabela Hendrix demonstrou pouco interesse de buscar e resgatar a sua história. Movimentos como o projeto de pesquisa “Uma leitura do Colégio Metodista 13 Izabela Hendrix no processo de escolarização em Belo Horizonte no início do século XX”, realizado pelo docente Reginaldo Leandro Plácido; o Museu Virtual; o espaço para armazenamento criado na unidade Fazendinha, demonstra esse interesse nos indivíduos, mas não na instituição, sendo ainda muito tímido visto a importância desses arquivos e seus materiais. Podemos dizer assim então que se torna urgente a solidificação do arquivo institucional e o processo de “garimpagem” em seus documentos, para que toda essa história possa ser decifrada e seja transferida para o campo de saber historiográfico. São necessários iniciativas com profissionais como historiadores ou da área da arquivologia que possa fazer o trabalho de produzir um ambiente ideal para receber todo esse material. Sabendo disso podemos dizer que o arquivo retoma aquilo que foi vivido, conferindo sentido de modo ficcional a que podemos o observar “quadro do passado” e assim pensar a história da educação. (Magalhães, 2007, p.12). Se na sua constituição o arquivo é uma representação/uma memorização, na sua abordagem histórica é uma reconstituição. Muito para além da sua função de depósito, o arquivo permite uma projecção e uma reinvenção da própria tradição. O arquivo permite uma ciência da tradição, afinal. E esta é, em boa parte, a razão de ser da história. (Magalhães, 2007, p.12). Esse material deve ser preservado adequadamente, pois é pela memória material que poderemos reconstruir e compreender o passado, as suas práticas, suas personagens seus movimento e a assim trabalharmos a memoria coletiva, para que essa assim sirva de instrumento de libertação, e para que assim o passado possa servir o presente e o futuro. Por fim, como foi dito por Samaran e citado por Le Goff: “não existe história sem documentos”.(Le Goff, 2003, p.515) Bibliografia: CARVALHO, José Murilo de. A formação das almas. São Paulo: Cia das Letras, 1990. CHARTIER, Roger. A História Cultural: entre práticas e representações. Tradução Maria Manuela Galhardo. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990. 245p. FARIA FILHO, Luciano Mendes de ; GONÇALVES, Irlen Antônio ; VIDAL, Diana Gonçalves ; PAULILO, André Luiz . A cultura escolar como categoria de análise e como campo de investigação na história da educação brasileira. Educação e Pesquisa (USP. Impresso), São Paulo, v. 30, n.1, p. 139-159, 2004. FERREIRA, VALDINEI Aparecido. Protestantismo e modernidade no Brasil. 2008, 246 f. Tese (Doutorado em Sociologia do departamento de Filosofia, Letras e Ciências Humanas de São Paulo), Universidade de são Paulo – USP, São Paulo, 2008. LE GOFF, Jacques. História e memória. Tradução de Bernardo Leitão. 5º Ed. Campinas: Editora da UNICAMP. 2003. MAGALHÃES, Justino. Tecendo nexos: história das instituições educativas. São Paulo: Editora da Universidade de São Francisco, 2004. 14 MENDONÇA, A. Gouvêa.; VELASQUES FILHO, Prócoro. Introdução ao protestantismo no Brasil. São Paulo: Loyola: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião, 1990. ______. O celeste porvir: a inserção do protestantismo no Brasil. São Paulo: Paulinas,1984, 271 p. MESQUIDA, Peri. Hegemonia norte-americana e educação protestante no Brasil: um estudo de caso. Tradução de Celso Rodrigues Filho. Juiz de Fora: EDUFJF; São Bernardo do Campo: Editeo, 1994. _______. EDUCAÇÃO E HEGEMONIA CATÓLICA NO BRASIL( 1870 a 1900). Curitiba :Revista Diálogo Educacional - v. 2 - n.3 - p. 113-128 - jan./jun. 2001 MESQUITA, Zuleica, Evangelizar e Civilizar. Cartas de Martha Watts, 1881-1908. Piracicaba: Ed. UNIMEP, 2001. NEVES, Lúcia Maria Bastos. Cidadania e Participação Política na Época da Independência do Brasil. Caderno Cedes, Campinas v. 22, n. 58, p. 47 a 64. OLIVEIRA, Lilian Sarat de. Martha Watts uma mulher na história das instituições escolares. In: I Seminário de Relações de Gênero: Desafios e Perspectivas, 2007, Dourados. Seminário de Relações de Gênero, 2007. OLIVEIRA, Lúcia Leiga. Instituto Metodista Izabela Hendrix na Educação Superior: Implantação e Avaliação. Pedro Leopoldo/MG. 2010 (Dissertação de Mestrado). PEIXOTO, Ana Maria Casasanta; SOARES, Magda. Izabela Hendrix Cem Anos 1904 – 2004. Belo Horizonte: Izabela Hendrix, 2004. REILY, Duncan A. História documental do protestantismo no Brasil. São Paulo: ASTE, 1984, 416 p. RODRIGUES, José Honório. Revolução e contra-revolução da Independência. In: RODRIGUES, José Honório. Independência: revolução e contra-revolução, volume 5. Rio de Janeiro: Editora Francisco Alves, 1975, p. 213 a 237. SANTOS, Sibeli Martins dos; PLÁCIDO, Reginaldo Leandro. História da Fundação do Colégio Metodista Izabela Hendrix. Revista Formação@Docente – Belo Horizonte – vol. 4, no 2, jul/dez 2012. SCHIAVINATTO, Iara Lis C. Cultura política do primeiro liberalismo constitucional. A adesão das câmaras no processo de autonomização do Brasil. In: Araucaria: Revista Iberoamericana de filosofía, política y humanidades, Nº 18, 2007, p. 220-235. VIEIRA, Cesar Romeiro Amaral. Protestantismo e educação: a presença liberal norte americana na reforma Caetano de Campos - 1890 . 2006. 208 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Ciências Humanas, Universidade Metodista de Piracicaba, Piracicaba, 2006. ______. Contribuição Protestante à Reforma da Educação pública paulista. Comunicações, ano 9, Número 1, jun. 2002. Universidade Metodista de Piracicaba. ______. PLÁCIDO, Reginaldo Leandro; SOARES, Thais Gonsalves. Escolas protestantes no final do século XIX: entre o novo e o velho. XXVI Simpósio Nacional de História (ANPUH). São Paulo,jul. 2011. Universidade de São Paulo. 15