112 & Agosto SERVIÇOS BENS vendas Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul impulsione e mantenha os resultados em evolução Quando a intuição faz toda a diferença Gestão Entrevista Food Trucks ganham as ruas e cada vez mais adeptos nicho Use a remuneração a favor da sua empresa equipes um novo perfil de liderança é possível (e muito mais eficiente), defende luiz carlos cabrera João Alves/Fecomércio-RS luiz carlos bohn Presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac Em momentos de incertezas econômicas, como o que estamos vivendo agora, gerir um negócio pode ser uma tarefa hercúlea. Se tradicionalmente o empresariado já precisa enfrentar inúmeras barreiras, quando o contexto macroeconômico não ajuda essas dificuldades ganham um peso ainda maior. Nessa situação, os grupos empresariais que pleiteiam melhores condições corporativas são imprescindíveis, mas cada executivo precisa ir além dessa atuação e observar com afinco ainda maior a condução do seu negócio. Para alcançar as metas definidas no início deste ano, que se caracteriza por ser atípico em decorrência da realização da Copa do Mundo e da eleição que se aproxima, é preciso assegurar-se de que tudo esteja funcionando em perfeita sintonia na empresa para evitar qualquer tipo de perda. O que vemos nesse cenário é a tendência de o empresário segurar investimentos – o que é uma situação-padrão em períodos como este. Se aportar verba para impulsionar resultados não é uma opção neste momento, rever processos pode garantir melhor desempenho, muitas vezes sem elevar custos. A venda é intrínseca ao nosso setor, seja no comércio de bens ou de serviços. Muitos empresários encaram a comercialização como uma das etapas do seu negócio, quando na verdade ela permeia todo o processo empresarial. Afinal de contas, o setor terciário como um todo vive do movimento de venda. E não é diferente na esfera das empresas. De ponta a ponta, o que move a companhia é a satisfação do cliente. Ou seja, não é só o atendimento o responsável pelo sucesso das vendas. Toda uma etapa de apoio vem antes disso. E ela precisa ser eficiente e resolutiva. A venda em si não engloba apenas a atuação do vendedor, mas todo o trabalho de qualificação pelo qual ele passou, bem como a disponibilidade de produtos e serviços que atendam às expectativas dos clientes. Isso sem falar na construção de um ambiente agradável. Não importa se estamos falando de uma loja de comércio ou de um escritório de serviços, o cliente busca um padrão geral, que será notado no espaço físico, na apresentação e no atendimento em si. Assegurar todas essas condições e monitorálas exige bastante empenho, mas gera um retorno incalculável, porque resulta não só na concretização da venda como também no ganho de imagem – algo difícil de mensurar, mas que certamente fará com que a sua empresa ganhe cada vez mais espaço no mercado. Agosto 2014 palavra do presidente Mitigar erros para crescer 112 3 sumário revista bens & serviços / 112 / AGOSTO 2014 o que leva um consumidor a desistir de uma compra? do atendimento a detalhes relativos ao espaço físico ou ao produto, as respostas são as mais variadas. para não perder clientes é preciso ter um olhar crítico sobre o negócio especial / VENDAS 44 18 22 26 luiz carlos cabrera, o vale do rio pardo exala Food Trucks impulsionam especialista em coaching, história, mas não fica parado segmento gastronômico pondera sobre o papel no tempo. negócios locais que ganha as ruas e cada fundamental dos líderes vivem momento de renovação vez mais adeptos ENTREVISTA Regiões NICHO 03 06 Sobre / Negociação 08 Notícias & Negócios 12 Negócios 10 Passos / Política de cargos e salários 14 Opinião 17 Entrevista 18 22 Regiões / Vale do Rio Pardo 24 Equipes Especial / Vendas 26 32 Saiba Mais 34 Sesc Cooperação 36 Senac 38 Gestão 40 43 Visão Econômica 44 Nicho / Food Trucks 47 Pelo Mundo 48 Visão Política Monitor de Juros 49 Dicas do mês 50 Palavra do Presidente Presidente: Luiz Carlos Bohn Vice-Presidentes: Luiz Antônio Baptistella, André Luiz Roncatto, Levino Luiz Crestani,Ademir José da Costa, Alécio Lângaro Ughini, Arno Gleisner, Diogo Ferri Chamun, Edson Luis da Cunha, Francisco José Franceschi, Ibrahim Mahmud, Itamar Tadeu Barboza da Silva, Ivanir Antônio Gasparin, João Francisco Micelli Vieira, Joel Vieira Dadda, Leonardo Ely Schreiner, Marcio Henrique Vicenti Aguilar, Moacyr Schukster, Nelson Lídio Nunes, Ronaldo Sielichow, Sadi João Donazzolo,Júlio Ricardo Andriguetto Mottin, Zildo De Marchi, Leonides Freddi, Paulo Roberto Diehl Kruse, Adair Umberto Mussoi, Élvio Renato Ranzi, Manuel Suarez, Gilberto José Cremonese, Ivo José Zaffari Diretores: Walter Seewald, Jorge Ludwig Wagner, Antonio Trevisan, Carlos Cezar Schneider, Celso Canísio Müller, Cladir Olimpio Bono, Daniel Amadio, Davi Treichel, Denério Rosales Neumann, Denis Pizzato, Dinah Knack, Eduardo Luiz Stangherlin, Eduardo Luís Slomp, Eider Vieira Silveira, Elenir Luiz Bonetto, Ernesto Alberto Kochhann, Élio João Quatrin, Gerson Nunes Lopes, Gilberto Aiolfi, Gilmar Tadeu Bazanella, Giraldo João Sandri, Guido José Thiele, Isabel Cristina Vidal Ineu, Jaucílio Lopes Domingues, João Antonio Harb Gobbo, Joel Carlos Köbe, Josemar Vendramin, José Nivaldo da Rosa, Liones Oliveira Bittencourt, Luciano Stasiak Barbosa, Luiz Caldas Milano, Luiz Carlos Dallepiane, Luiz Henrique Hartmann, Marcelo Francisco Chiodo, Marice Fronchetti, Mauro Spode, Nerildo Garcia Lacerda, Olmar João Pletsch, Paulo Roberto Kopschina, Remi Carlos Scheffler, Rogério Fonseca, Silério Käfer, Sueli Morandini Marini, Alberto Amaral Alfaro, Aldérico Zanettin, Antônio Manoel Borges Dutra, Antônio Odil Gomes de Castro, Ary Costa de Souza, Carina Becker Köche, Carlos Alberto Graff, Celso Fontana, Cezar Augusto Gehm, Clori Bettin dos Santos, Daniel Miguelito de Lima, Daniel Schneider da Silva, Eliane Hermes Rhoden, Elvio Morceli Palma, Erselino Achylles Zottis, Flávia Pérez Chaves, Francisco Amaral, Gilda Lúcia Zandoná, Henrique José Gerhardt, Jamel Younes, Jarbas Luff Knorr, Jolar Paulo Spanenberg, José Lúcio Faraco, Jovino Antônio Demari, Leomar Rehbein, Luciano Francisco Herzog, Luiz Carlos Brum, Marcelo Soares Reinaldo, Marco Aurélio Ferreira, Miguel Francisco Cieslik, Nasser Mahmud Samhan, Ramão Duarte de Souza Pereira, Reinaldo Antonio Girardi, Régis Luiz Feldmann, Ricardo Pedro Klein, Sérgio José Abreu Neves, Valdir Appelt, Valdo Dutra Alves Nunes, Vianei Cezar Pasa Conselho Fiscal: Luiz Roque Schwertner, Milton Gomes Ribeiro, Rudolfo José Müssnich, Hildo Luiz Cossio, Nelson Keiber Faleiro, Susana Gladys Coward Fogliatto Delegados Representantes CNC: Luiz Carlos Bohn, Zildo De Marchi, André Luiz Roncatto, Ivo José Zaffari Conselho Editorial: Júlio Ricardo Andriguetto Mottin, Luiz Carlos Bohn e Zildo De Marchi Assessoria de Comunicação: Aline Guterres, Camila Barth, Caroline Santos, Catiúcia Ruas, Fernanda Romagnoli, Liziane de Castro, Luana Trevisol e Simone Barañano Coordenação Editorial: Simone Barañano PRODUÇÃO E EXECUÇÃO: Temática Publicações Edição: Fernanda Reche (MTb 9474) Reportagem: Diego Paiva de Castro, Marina Schmidt e Rafael Tourinho Raymundo Colaboração: Ana Laura Visentini, Edgar Vasques e Leodir Senger edição de Arte: Silvio Ribeiro diagramação: Vanessa Bratz Revisão: Flávio Dotti Cesa imagem DE CAPA: @iStock.com/Hocus-focus Tiragem: 22,7 mil exemplares É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do veículo. Agosto 2014 seção página Publicação mensal do Sistema Fecomércio-RS Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul Avenida Alberto Bins, 665 – 11º andar – Centro – Porto Alegre/RS – Brasil CEP 90030-142 / Fone: (51) 3284.2184 – Fax: (51) 3286.5677 www.fecomercio-rs.org.br – [email protected] www.revista.fecomercio-rs.org.br 112 Selo FSC Esta revista é impressa com papéis com a certificação FSC® (Forest Stewardship Council), que garante o manejo social, ambiental e economicamente responsável da matéria-prima florestal. 5 A negociação é um processo de comunicação, ©iStock.com/GlobalStock sobre Negociação utilizado para resolver conflitos e divergências ou mesmo para a obtenção de benefícios. É uma troca calculada de informações, em que cada palavra deve ser cuidadosamente pensada e analisada, pois acaba influenciando o nível de aspiração da outra parte. O objetivo é, sempre, chegar a um acordo que satisfaça todos os envolvidos Agosto 2014 “ 112 Um negociador observa tudo. Você pode ser parte Sherlock Holmes, parte Sigmund Freud. Victor Kiam, empresário americano (1926-2001) “Os interesses comuns estão latentes em toda a negociação, mas podem não ser imediatamente evidentes. Pergunte a si mesmo: será que temos um interesse comum em preservar nosso relacionamento? Quais são as oportunidades de cooperação e benefício mútuo mais adiante? Qual seria o ônus se as negociações fossem interrompidas? Os interesses comuns são oportunidades. Para que sejam úteis, é preciso deduzir algo a partir deles. É conveniente explicitá-los e formulá-los como uma meta comum. Em outras palavras, faça deles algo concreto e voltado para o futuro.” William Ury, Bruce Patton E Roger Fisher, trecho do livro Como chegar ao sim – A negociação de acordos sem concessões 6 ” “O segredo de uma boa negociação é respeitar as intenções e sabedoria dos outros negociadores. Por mais que possamos estar preparados, inclusive sentindo-se em condição superior, o outro lado chegou onde está porque teve méritos e sucessos. Outro ponto importante é ter a habilidade de empatia, ou seja, colocar-se na situação oposta e procurar entender as reais necessidades e aspirações do outro negociador, ouvir e processar as suas argumentações e linha de raciocínio, possibilitando apertar o botão na hora certa, na intensidade certa e no ponto certo”. Ério Nascimento, consultor de empresas & negócios Edgar Vasques notícias cai pela 13ª vez As instituições financeiras reduziram a perspectiva de crescimento da economia, este ano, pela 13ª vez seguida, segundo o boletim Focus do Banco Central. A estimativa para Agosto 2014 a expansão do PIB passou 112 de 0,79% para 0,70%. Para 2015, a expectativa é de um crescimento de 1,2%. As instituições financeiras mantiveram a projeção para a taxa básica de juros, Selic, no atual patamar de 11% ao ano até o final de 2014. 8 ano, de acordo com levantamento da Serasa Experian. O total de consumidores com dívidas em atraso é maior do que o verificado em agosto de 2013, quando foram registrados 55 milhões. No mesmo mês de 2012, 52 milhões de pessoas estavam nessa situação. O estudo também mostra que 60% dos inadimplentes têm contas mensais a pagar que custam acima de 100% de sua renda mensal. Além disso, 53% dos endividados acumulam até duas dívidas não honradas. De acordo com os especialistas da Serasa Experian, o aumento do número de inadimplentes deve-se ao crescente endividamento das famílias e ao descontrole do consumidor ao assumir novos financiamentos, sem considerar as contas fixas mensais e outras dívidas já contraídas. Parcelamento de compras com juros altos, como de imóveis e carros, e as altas taxas cobradas pelo uso do cheque especial e do rotativo do cartão de crédito também comprometem o orçamento e contribuem para a inadimplência, observa a entidade. ©iStock.com/VMJones Projeção de crescimento Inadimplência atinge 57 milhões no país O número de inadimplentes atingiu o recorde de 57 milhões de brasileiros, este espaço sindical Presidente do Sindigêneros-RS participa de as micro e pequenas empresas que unifica oito impostos em um único boleto e reduz a carga tributária – foi sancionado sem vetos pela presidente Dilma Rousseff no início de agosto. Com a atualização da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, cerca de 450 mil empresas com faturamento anual de até R$ 3,6 milhões poderão ser beneficiadas. Além disso, o Supersimples permite o ingresso de 142 atividades da área de serviços em um novo regime de tributação. Com a aprovação do Simples há, ainda, garantia de entrada única e processo integrado para simplificar a abertura e o fechamento de empresas. O governo também prevê reduzir o prazo para abertura e fechamento de empresas e, por meio de um sistema informatizado, garantir a execução de processo único de registro e legalização. Nesse sentido já há um ganho: a abertura das pequenas empresas, cujo período passou de 107 dias para cinco dias. O ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos, classificou o novo Simples de “embrião da reforma tributária”. O ministro ressalvou que é imprescindível dar prosseguimento ao processo de aprimoramento do Simples. Em 90 dias, quando estarão concluídos os primeiros estudos, há possibilidade de revisão das tabelas do Simples. Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) instalou a Câmara Brasileira do Comércio de Gêneros Alimentícios (CBCGAL), coordenada pelo presidente do Sindigêneros-RS, João Francisco Micelli Vieira. “Vamos trabalhar questões que incomodam o setor, servindo a todo o comércio de gêneros alimentícios e dar suporte à CNC”, disse Micelli. Sindicabes Vale do Taquari realiza Beauty Fest O Sindicabes Vale do Taquari realizará a 11ª edição do Beauty Fest, a maior feira de beleza do interior do Estado, com 28 expositores. A edição ocorre de 31 de agosto a 1º de setembro de 2014, no Clube dos Quinze, em Lajeado. Informações: www.beautyfest.com.br. Caxias realizou simpósio sobre consumo O Sindilojas Caxias do Sul foi um dos apoiadores do 1º Simpósio Regional sobre Direitos e Deveres dos Consumidores e Fornecedores e Consumo Sustentável – Procon Caxias do Sul: 10 Anos de Conquistas. Foram tratados temas como consumo consciente e regras de telecomunicações. Seprorgs Santa Maria muda de endereço Consumidores projetam inflação de 7,2% O consumidor brasileiro acredita que a inflação ficará em 7,2% nos próximos 12 meses, segundo pesquisa feita pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado do Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores de agosto mostra estabilidade em relação a julho, quando o índice também ficou em 7,2%. Como em junho a expectativa havia sido de 7,4%, a média trimestral ficou em 7,3%. Segundo a FGV, apesar do preço dos itens que mais afetam a formação das expectativas, como a alimentação, ter reduzido a inflação, há incerteza com relação aos aumentos programados de itens administrados para o próximo ano. A pesquisa é feita com 2.100 consumidores de sete capitais brasileiras (Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Brasília e Recife). O Seprorgs mudou de endereço em Santa Maria. O atendimento agora está localizado na rua Venâncio Aires, 2035, sala 401, no centro da cidade. O contato com a unidade pode ser feito pelo telefone (55) 8133-9279 ou pelo e-mail [email protected]. Secovi Zona Sul planeja ações futuras Dirigentes e associados do Secovi/Zona Sul se reu- Agosto 2014 Marcelo Camargo/ABr Supersimples amplia acesso às empresas O chamado Supersimples – sistema de tributação diferenciado para câmara temática A Confederação Nacional do 112 niram em junho para planejar estratégias para os próximos quatro anos. A atividade teve como facilitador Ricardo Abud, consultor em Gestão da Qualidade e Capacitação Empresarial. Abud direcionou as habilidades dos participantes para obter o maior proveito da reunião. 9 & negócios Divulgação/Casa da Palavra três perguntas Silvio Meira, autor do ©iStock.com/deepblue4you notícias livro Novos negócios inovadores de crescimento empreendedor no Brasil e especialista em inovação, fala sobre os desafios impostos às empresas que buscam renovação. É possível inovar sem fazer grandes investimentos financeiros? Existem graus de inovação: inovação de baixo, médio e alto impactos do ponto de vista do resultado. Muitas vezes, há inovação de alto impacto sem compra de máquina ou de um prédio. Pode ser até resultado de mudança de atitude para melhorar o atendimento ou um reentendimento do perfil dos consumidores. O aumento do poder de consumo dos brasileiros, quando parte passou a integrar a chamada classe C, abriu oportunidade para empresas que tiveram a visão inovadora de oferecer os mesmos produtos que até então eram consumidos pela classe C mas com valor reduzido. É uma mudança sem custo. Qual é o nível de inovação das empresas brasileiras? É muito baixo. Viajando para qualquer outro país, raramente será visto um produto brasileiro na prateleira ou na venda em qualquer lugar. No entanto, os carros que estão nas ruas brasileiras são feitos fora, assim como nas lojas de celulares esses Venda de computadores tem renúncia fiscal até 2018 O governo prorrogou, por quatro anos, a alíquota zero do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que incidem sobre a venda de computadores e smartphones. A previsão inicial era de que o benefício durasse até o fim do ano. Agora, a concessão se estende até 31 de dezembro de 2018. A medida também abrange dispositivos como tablets, modems e roteadores digitais. De acordo com o Ministério da Fazenda, o governo deixará de arrecadar com a medida R$ 5 bilhões neste ano e R$ 7,5 bilhões no próximo. No entanto, a renúncia fiscal é mais do que compensada pelo aumento da produção, das vendas e do emprego no setor. A arrecadação do setor de informática passou de R$ 1,9 bilhões, em 2010, para R$ 2,8 bilhões, em 2013, sendo que a arrecadação superou o volume que o governo deixou de arrecadar com a desoneração (R$ 2,5 bilhões). Para o consumidor, a vantagem é considerável. Em 2012, a desoneração do varejo resultou em queda de 30% no preço dos smartphones. aparelhos vêm de fora. O Brasil é pouco competitivo, e competitividade depende do grau de inovação. Agosto 2014 Não é uma contradição para um povo 112 consagrado como criativo? Isso é uma mentira. O brasileiro não é mais criativo do que nenhum outro povo. O inglês, o americano, o alemão, o japonês, todos são criativos. O brasileiro é um povo exatamente como qualquer outro. Na Alemanha há criatividade, só que também há processos que tornam viáveis as boas ideias e que fazem com que as inovações sejam competitivas. A criatividade brasileira desconectada da capacidade de empreender e inovar não tem efeito. 10 Sonegação bate R$ 300 bilhões O valor de impostos sonegados no Brasil está próximo de alcançar R$ 300 bilhões, conforme dados do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz). O valor foi calculado pelo sonegômetro: ferramenta em forma de placar, que calcula quantos reais o país deixou de arrecadar com a sonegação de tributos. De acordo com a entidade, a sonegação fiscal no país, de 1º de janeiro até o momento, foi 12 vezes maior que os gastos com a Copa do Mundo (de R$ 25,6 bilhões). Necessidade de crédito aumentou após a Copa A demanda das empresas por crédito subiu 15% em julho, em relação a junho, de acordo com a Serasa Experian. Na comparação com julho do ano passado, houve alta de 1%. No acumulado de janeiro a julho, a procura por crédito cresceu 2% frente ao mesmo período de 2013. Na comparação por portes das empresas, o crescimento foi maior para as micro e pequenas, com alta de 16% em julho. Nas de médio porte o aumento foi de 2,2% e nas de grande, o avanço foi 1,3%. No acumulado dos primeiros sete meses deste ano, as grandes empresas lideraram a alta da demanda empresarial por crédito com crescimento de 9%, ante o mesmo período do ano passado. Nas micro e pequenas a alta foi de 2,2% e as médias recuaram 2,5%. As empresas de serviços apresentaram o maior crescimento na demanda por crédito, com alta de 19,4% frente a junho. No comércio a alta também foi expressiva – de 14,2% perante junho. Já na indústria o crescimento em julho foi mais moderado (3,7%). Brasil tem menor geração de emprego em 15 anos Reajustes salariais tiveram aumento acima da inflação Quase todos os 340 acordos coletivos de trabalho assinados no primeiro 11.796, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Foi a menor geração de empregos para o mês nos últimos 15 anos. No total, foram 1.746.797 admissões e 1.735.001 desligamentos. No acumulado de 2014, de janeiro a julho, houve aumento de 632.224 empregos com carteira assinada (1,56%). Sete dos oito setores da atividade econômica fecharam o mês com saldo positivo na geração de empregos. Os setores de serviços, com aumento de 11.894 vagas em relação a junho, agricultura (mais 9.953 postos) e construção civil (3.013 empregos) são os destaques. A indústria de transformação perdeu 15.392 postos de trabalho. .com Agosto 2014 ©iStock.com/AndreyPopov semestre deste ano computaram ganhos salariais acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de acordo com o estudo Sistema de Acompanhamento de Salários, do Departamento Intersindical de Estudos de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O levantamento mostra que em 93% das negociações houve aumentos reais, sendo a maioria na faixa de 1% a 2% – atingindo um percentual maior do que o registrado no ano passado. Essa parcela é ligeiramente acima da registrada no ano passado, quando 83,5% das negociações levaram a reajustes acima do INPC. Na média, os aumentos reais chegaram a 1,5% na indústria; 1,57% no comércio e 1,51% no setor de serviços. O número de empregos formais criados no Brasil em julho chegou a 112 Confira na Agência de Notícias da Fecomércio-RS informações atuais, artigos e pesquisas. No espaço é possível acessar, também, a galeria de imagens, o monitor de juros e as edições da revista Bens & Serviços. Confira em http://fecomercio-rs.org.br/home-agencia.php. 11 @istockphoto.com/alphaspirit Negócios Agosto 2014 Em busca da solução 112 12 O Enfrentar o turbilhão de uma crise requer um grande empenho. Em um cenário nebuloso, nem sempre a saída do problema é fácil de identificar. empresário que se vê num Se fosse, as dificuldades não seriam enfrentadas com todo sacrifício, que, na maioria das vezes, tiram o sono, a paciêncenário de crise na maioria cia e até as esperanças de quem tem que tocar o barco. das vezes se sente perdido. Mas não é com uma visão pessimista que a condição vai mudar. É preciso acreditar e encarar o problema. Só isso já é seguindo em frente, com gera um efeito surpreendente. Aliás, é justamente por esquipassos estrategicamente var-se das dificuldades que muitos empresários mergulham avaliados, que o caminho vai se numa trajetória de queda contínua, que vai se agravando com o tempo. É a famosa bola de neve. Fique atento, pois tornando cada vez mais claro ela muitas vezes é a grande vilã. Permitir com que pequenos fatores se acumulem pode fazer com que a soma deles ga- Sinal de alerta O empresário deve estar atento aos sinais do próprio negócio para identificar o quanto antes as origens dos problemas que a empresa enfrenta. Muitas vezes, esses pormenores nem são tão evidentes, mas se deixados de lado podem gerar um processo de dificuldade ainda maior. A regra de ouro é acompanhar com muita atenção as finanças da empresa, sempre tomando cuidado para reduzir ao máximo os riscos para o negócio. Outro ponto fundamental é identificar qual é a origem do problema para combatêlo. Uma mudança pontual para ajustar as contas pode ser infrutífero quando a situação problemática se mantém. É o caso de cortar gastos sem critério e acabar inviabilizando o negócio em casos muito específicos. O padrão contábil da empresa pode ser investigado com o objetivo de buscar melhores opções de cumprimento das exigências tributárias. Há casos em que mudar de enquadramento já tem um efeito significativo sobre as finanças. É o caso, por exemplo, de empresas que por optarem pelo Lucro Presumido são obrigadas a pagar um valor já estabelecido previamente, mesmo quando operam com prejuízo. Ou seja, ela poderia estar isenta do imposto se estivesse vinculada a outra modalidade. Por isso, o recado é padrão, mas bastante resolutivo: procure a orientação do seu contador ou de um especialista assim que sentir que as coisas não vão bem. Prevenir é sempre melhor do que remediar. Recuperação judicial Quando as dificuldades atingem um nível de gravidade que evidencia a necessidade de ação mais drástica, os empresários podem recorrer a processos de recuperação judicial. Essa modalidade envolve a apresentação de uma proposta para rever o quadro de crise, prevendo o cumprimento das obrigações pactuadas pela empresa com seus credores e muitas vezes também com funcionários. Em agosto, a Manlec, empresa tradicional de Porto Alegre, criada em 1953, anunciou pedido de recuperação judicial, buscando reorganizar os negócios. O passivo divulgado é de R$ 100 milhões e a empresa terá 60 dias para apresentar uma proposta de recuperação, detalhando as medidas que serão adotadas para reverter a situação. A recuperação judicial é a possibilidade de reestruturação de empresas economicamente viáveis que estão passando por dificuldades momentâneas, mas mantém empregos e pagamentos aos credores. A prioridade é a continuidade da empresa e de suas operações e recursos. O processo de recuperação judicial consolida alternativas para solucionar problemas enfrentados pela empresa devedora. Obrigatoriamente, é preciso recorrer ao Judiciário após a tentativa de negociação informal entre devedor e credores, por meio de uma proposta de recuperação apresentada pelo devedor a uma assembleia de credores. É o que a lei define como negociação extrajudicial. Fuja da crise O caminho para a resolução de problemas na empresa passa pelo controle criterioso da saúde financeira. Confira alguns passos para vencer as barreiras: Identifique gastos – Conhecer bem todos os custos da empresa, bem como fazer um levantamento de todas as dívidas é a condição número 1 para chegar à resolução. Só a partir dessa análise será possível projetar um caminho diferente. É importante nunca misturar as finanças corporativas com as pessoais. Organização acima de tudo – Gerenciar uma empresa é definir processos e cumpri-los. Isso vale para o dia a dia da companhia e para a administração como um todo. Organizar os passos do negócio ajuda a cumprir com o que foi estabelecido e a alcançar os resultados esperados. Avalie cada decisão – A tendência inicial do empresário que encontra-se em um cenário de crise pode ser a de demitir funcionários ou a de cortar excessivamente os gastos a ponto de prejudicar os negócios. Por isso é importante colocar cada decisão na balança antes de bater o martelo. Busque apoio – Redes de cooperação entre empresários têm o potencial para buscar melhores condições de prazos e preços com fornecedores, provando que vale a pena buscar parcerias. Agosto 2014 nhe um peso maior e mais prejudicial do que efetivamente teriam se fossem corrigidos a tempo. 112 Repactue dívidas – Se está enfrentando dificuldades excessivas para arcar com o pagamento de dívidas, o parcelamento pode ser a melhor alternativa. 13 10 passos Cargos e salários Padrão eficiente A política de cargos e salários é mais do que uma simples relação entre o quadro funcional da empresa e remuneração devida. formatada para padronizar exigências e compromissos, ela tem efeito tanto na atração e retenção de talentos como na produtividade da empresa. Conheça o mercado de trabalho O primeiro passo é fazer um diagnóstico do mercado de trabalho na sua área de atua- 1 ção. É fundamental identificar de onde vem a mão de obra que você absorve e para onde ela vai quando deixa a sua empresa. Essa visão permite ao empresário conhecer como é o mercado de trabalho no ramo de atuação dele, até porque a realidade salarial é distinta para diferentes áreas. Agosto 2014 Identifique cargos essenciais 112 14 Outro ponto importante é elencar aqueles que são os cargos essenciais da empresa. 2 Por exemplo, em uma empresa de Jornalismo falamos que quem carrega o piano tem que ter por lei curso superior completo em Jornalismo. Já no comércio, os requisitos são mais flexíveis. Independentemente do ramo, os cargos essenciais serão aqueles que têm maior afinidade com o produto ou serviço oferecido pela empresa. Defina perfis 3 A partir dos cargos essenciais, o gestor precisa definir o perfil necessário para que uma pessoa ocupe aquele cargo. Não basta apenas identificar a formação acadêmica necessária, mas também se a pessoa tem interesse e disponibilidade para trabalhar conforme as necessidades do negócio. Quem quer trabalhar na área de bens e serviços, por exemplo, muitas vezes, precisa concordar em trabalhar aos finais de semanas. Estruture os cargos O passo seguinte é criar uma estrutura para os cargos, especificando a escala 4 de prioridade dentro da empresa. Geralmente o cargo mais importante é o que está mais alinhado ao produto ou serviço oferecido pela empresa. A partir dessa estrutura de cargos mais valiosos, pode-se fazer a pesquisa de salários para cada nível hierárquico. Busque coerência 5 É preciso também buscar coerência interna e externa, sendo a primeira mais importante do que a segunda. Olhando o cenário interno, é preciso observar se a estrutura social da empresa segue um padrão aceitável de remuneração, como o fato de o vice-presidente ganhar mais que o secretário. A coerência externa é estar adequado ao mercado, o que também faz com que a empresa seja competitiva. Tendo consolidado todos os passos anteriores é possível estabelecer as políticas 6 salariais. É importante que essa política seja firmemente seguida. Não se pode alterar o padrão definido em situações individuais. O desafio da empresa está em Agosto 2014 Siga a política definida 112 apresentar para os colaboradores os ganhos que o modelo oferece, além de traduzir o bom ambiente interno para todos. Ou seja, monetizar os benefícios. 15 10 passos Cargos e salários Reveja as práticas de mercado 7 O mercado é dinâmico, por isso, é preciso sempre voltar às atenções a ele para acompanhar os movimentos dos trabalhadores. Como o mercado está sempre se renovando, novos atrativos podem fazer brilhar os olhos dos talentos da empresa. O objetivo dessa análise é atentar para as práticas de mercado com o objetivo de não perder integrantes do quadro funcional para a concorrência. Diferencie qualificação de competência Durante todo o processo é preciso ter bem claro que qualificação é uma coisa e 8 competência é outra. A qualificação é a soma de conhecimentos adquiridos a partir da formação acadêmica. Já as competências ultrapassam o ensino formal e decorrem de experiências pessoais e profissionais que demonstram, por exemplo, capacidade de articulação, algo que os currículos tradicionais não oferecem. Acompanhe os resultados 9 Tendo estabelecido, criteriosamente, o perfil das funções da empresa, o empresário notará que as pessoas tendem a buscar o seu melhor. Isso é ganho de produtividade, em outras palavras. Nem sempre a produtividade é um assunto dominado pelas empresas. É preciso criar parâmetros para identificar a produtividade. Esse pode ser um dos indicadores para medir a eficácia do modelo estabelecido pela empresa. Agosto 2014 Invista em gestão de desempenho 112 16 Muitas companhias investem na avaliação de desempenho para medir resulta- 10 dos, mas se esquecem de acompanhar a atuação de seus funcionários no dia a dia. O desempenho é um processo, e como tal também precisa ser gerenciado. A gestão do desempenho prevê o monitoramento da entrega dos colaboradores dentro de uma estrutura planejada para o alcance de resultados. Uma pesquisa realizada na Universidade de Stanford, coordenada por Eyal Ophir, concluiu que fazer muitas coisas ao mesmo tempo sobrecarrega o cérebro, que é preparado para atender e realizar eficientemente uma coisa de cada vez. Realizar tarefas simultâneas é possível, mas é contraproducente. Nos testes realizados em Stanford, foram divididos cem alunos em dois grupos. O primeiro era formado por pessoas que tinham o hábito de realizar tarefas simultâneas, e o outro, por pessoas que só realizavam uma coisa de cada vez. O resultado foi que o primeiro grupo perdia muito tempo com informações e trabalhos irrelevantes, tinha mais problemas de memorizar assuntos e maior dificuldade de concentração. Além disso, os alunos pareceram mais frustrados, cansados e desmotivados frente aos que não conseguiram concluir as tarefas no tempo estipulado. Com empresas cada vez mais enxutas, o chamado multitarefas parece ser aquele com emprego garantido. Muitos profissionais atuam diariamente com esse comportamento, que por muitas vezes é necessário para conseguir honrar as necessidades das empresas. Esse tipo de profissional acaba assumindo responsabilidades demais, tendo que tomar decisões rápidas e assertivas, sem organização e objetivos claros, o que gera um final de dia estressante e muitas vezes sem resultados efetivos. O que parecia ser uma solução, na verdade, é a camuflagem de um grande problema. Para mudar a situação é necessário fazer algumas reflexões. Eu dou mesmo conta de todo esse trabalho? O que deve ser priorizado? Estou tendo resultados positivos na minha vida profissional e pessoal? O mesmo exercício deve ser feito pelas empresas e seus líderes. Será que não estamos sobrecarregando nossos colaboradores? Será que não estamos desperdiçando o talento de nossos profissionais? Será que não estamos jogando muitas responsabilidades para um colaborador só? Responder a todas essas perguntas é o primeiro passo para criar um ambiente de trabalho saudável e produtivo. Ter tempo para executar cada uma das tarefas de modo qualitativo é o melhor caminho para obter a realização profissional e os resultados esperados pela companhia. Fazer mais quase nunca significa fazer melhor. Agosto 2014 Você é do tipo que ouve música, fala ao telefone, abre várias telas de navegação na internet e ainda responde a um e-mail importante para o seu chefe, tudo ao mesmo tempo? Se você se orgulha disso e se acha um super herói da eficiência, saiba que está enganado. Marcelo Cardoso/Divulgação Arco 7 opinião Quem faz mais não faz melhor 112 Marcelo Cardoso Especialista em Coaching, PNL – Programação Neurolinguística – e fundador da Arco 7 17 Agosto 2014 entrevista 112 18 Luiz Carlos Cabrera Fotos: Amrop Panelli Motta Cabrera O Liderança qualificada papel fundamental de um líder é saber ouvir, defende um dos maiores especialistas em liderança do País, Luiz Carlos Cabrera. Chairman do Brazil National Committe e da Association of Executive Search Consultants (AESC) e professor do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), ele fala sobre a importância dos processos de coaching e por que as práticas de liderança precisam ser revistas Há uma situação bastante preocupante para as empresas que atuam no comércio de bens e serviços: a alta rotatividade da mão de obra. Esse é um problema que setor, uma condição já consagrada com a qual é preciso lidar, como muitos apregoam? Essa é uma per- gunta muito interessante, porque eu sou contra essa ideia que é disseminada. Existe esse estereótipo no comércio de que as empresas têm que se acostumar com o turnover alto, só que o comércio já trabalha com margens de lucro muito apertadas e, hoje, essa rotatividade consome pedaços significativos dos resultados. As pessoas ingressam nas empresas atraídas pela marca e relevância, mas saem por causa do chefe. Não saem por causa da empresa. O papel da liderança na fidelização dos empregados é fundamental – eu uso o termo fidelização porque retenção denota algo mantido à força. Fidelização é o conjunto de promessas feitas e responsabilidades a cumprir. Quem gerencia essas responsabilidades é o líder. Como age a liderança em relação a essas expectativas é determinante. Não é só remuneração que mantém um colaborador na empresa. Efetivamente, nos últimos anos, o papel do líder que expressa uma causa foi se perdendo. O líder precisa mostrar que aquela é a empresa com a melhor reputação do mercado, a mais forte, entre outros atributos. Existem pequenas empresas com sua característica, sua bandeira, e é isso que precisa ser fortalecido junto à equipe, porque é isso que gera uma causa. Vejo com tristeza que existem muitos líderes preguiçosos em gerenciar as causas que movem o negócio. Líderes preguiçosos não gastam tempo conversando, falando da causa, ouvindo o que seus colaboradores têm a dizer. A relação construída entre líderes e colaboradores foi baseada em premissas e promessas. O Agosto 2014 precisa ser trabalhado pelos líderes ou é algo do 112 19 entrevista Luiz Carlos Cabrera “Efetivamente, nos últimos anos, o papel do líder que expressa uma causa foi se perdendo.” O que tem levado gestores a buscarem apoio nos programas de coaching? Em primeiro lugar já é sensacional que é oferecido, as premissas – salário, benefícios –, é algo funcional. Ele precisa lidar mais é com as promessas, como, por exemplo, a ideia passada de que a empresa vai evoluir, de que o grupo vai crescer. Isso é o que une a equipe. O líder tem que mobilizar para essa causa. Esse perfil de líder preguiçoso justifica o padrão de muitos executivos, que buscam receitas prontas para aplicar Agosto 2014 à gestão dos negócios? Eu não sei se é receita pronta. As 112 20 lideranças tendem a copiar modelos. Muitas vezes aquele líder antes de ser promovido era afável, ligado nas pessoas, tinha paciência. De repente ele é promovido e muda completamente. Porque vem uma série de preconceitos históricos com essa mudança. É uma banalização do ser humano que não favorece a evolução. É a falta de desenvolvimento e de crença de que a liderança mudou. Muitas vezes em casa esse sujeito é extremamente democrático, mas quando vai à empresa se sente na obrigação de assumir o papel de chefe, que mantém distanciamento e que é sinônimo de autoridade. Os líderes mais jovens têm mais perfil para ouvir. Existem algumas coisas que o líder precisa fazer sempre, e a primeira delas é estar disponível. Essa mística de que ele tem que estar sobrecarregado cria indisponibilidade. O segundo ponto é ouvir com interesse, e o terceiro aspecto que as lideranças esqueceram é ensinar. Essa história de quem diz “eu me virei para aprender, e meu empregado também precisa se virar para aprender” é uma bobagem. Se você acelerar o aprendizado dele, você acelera os resultados. A quarta necessidade é elogiar. Muitas vezes, o líder tem medo de elogiar, tem medo de mostrar fragilidade. E essa é uma função extremamente importante. quando ele pede um coaching. Porque isso significa que numa autoavaliação ele enxerga que existem empecilhos para o desenvolvimento dele e da empresa. O primeiro motivo que tem levado à procura do coaching é a dificuldade de interpretar o contexto. Quando o líder não consegue interpretar o contexto da empresa, não sabe quando tem que cobrar, faz as coisas nas horas erradas porque não consegue enxergar o tecido social da empresa. A segunda motivação é quando ele identifica que não consegue entender alguns conteúdos. Ou seja, são pessoas que pedem um coaching específico em determinada área, como o líder do setor comercial que não entende de finanças. Um último tipo de pedido é do indivíduo que está com dificuldade com softwares, como os de sistemas de gestão integrado. Na ordem, essas são as principais motivações dos executivos: compreender o contexto social da empresa, assimilar conteúdos específicos e adequar-se à infraestrutura tecnológica. A organização pessoal e profissional também é adequada a esses processos? Em geral o processo de coaching é mais voltado para corrigir desempenho. Essas outras questões de organização pessoal normalmente exigem o que chamamos de um aconselhamento. Quem tem agenda atrapalhada não sabe o que é prioridade e o que é essencial. Muitas vezes basta uma boa orientação sobre o assunto, um aconselhamento, para que o líder comece a agir melhor. O efeito pode ser significativo, porque justamente por ele não dominar essa organização é que ele se torna indisponível. Quando um líder começa a identificar que precisa recorrer ao coaching? Temos alguns estágios, o primeiro E qual é o efeito de um líder com esses sinais de pessimismo e amargura para toda a equipe? Tudo de ruim. Essa é uma situação que depende muito da estrutura de personalidade: há pessoas que são mais resilientes e outras que são menos resilientes. Para quem não tem resiliência, quando o resultado cai a atitude acaba sendo a de culpar os subordinados. O mesmo ocorre quando ele sente que está fazendo muito esforço para obter pouco resultado: tende a empurrar a culpa da falta de resultado para baixo. Outra situação que o gestor precisa enfrentar é a de lidar com equipes compostas por pessoas com diferentes personalidades. Nesse caso, como ele deve equilibrar as diferenças entre gerações? Eu tomo cuidado com essa classifi- cação de gerações. Procuro fugir dessa estereotipação de que o jovem é insubordinado e tem pressa. O fenômeno que existe atualmente é que as gerações são mais curtas. Hoje diferenças geracionais ocorrem em cinco anos. Podemos notar a diferença na linguagem, nos gostos e costumes, na música e no tratamento. Nesse aspecto, do tratamento, as gerações mais jovens foram educadas como pares, diferentemente das pessoas de “ Existem algumas coisas que o líder precisa fazer sempre, e a primeira delas é estar disponível.” gerações anteriores. Quem tem 40 anos aprendeu a considerar os pais como superiores. Atualmente, como os pais dedicam mais tempo ao trabalho, passaram a recompensar as crianças tratando-as como pares. Aí aparecem bobagens na mídia sobre a tirania das crianças, mas não é nada disso: simplesmente, na ausência e falta de tempo, os pais passaram a tratá-las como pares desde muito cedo. Há um choque imediato quando esse jovem entra numa empresa com um chefe 20 anos mais velho e que quer impor uma gestão de autoridade. Um segundo núcleo para pensar é que a geração baby boomers e parte da geração X foram educadas dentro da ética do dever. Quem tem 50, 40 anos foi educado sabendo que a vida é um conjunto de deveres. As gerações mais jovens foram educadas por uma ética do prazer. Foram tratadas como pares e com a noção de que têm que ter prazer no que fazem. Esse jovem é fruto do desenvolvimento da sociedade. A importância de as mulheres irem trabalhar é maior do que a dos chips. Tudo mudou porque a mulher foi trabalhar. E na educação isso também gerou impacto. O tempo amoroso diminuiu. As novas gerações aprenderam que para cada feito há uma recompensa. Como solucionar esse impasse? Agora nós voltamos ao ponto inicial da nossa conversa. O líder tem que estar disponível e tem que ter tempo para ouvir, ensinar e elogiar. Se ele não cumprir esses preceitos, acaba fazendo o pior que se pode fazer: trata todo mundo igual. Dessa forma, o gestor começa a medir desempenho por instrumentos de gestão padronizadores e a adotar sistemas de cargos e salários rígidos que não o obriguem a repensar os méritos. Agosto 2014 é quando ele identifica que não está atingindo os resultados esperados. O segundo é muito interessante porque vem do estresse: ele sente um cansaço muito grande, o que sinaliza que ele está fazendo o dobro do esforço para alcançar os mesmos resultados. Muitas vezes, esse é o executivo que começa a exercer uma rotina de 12 horas de trabalho e que mesmo assim sente que está tendo dificuldade para chegar ao resultado. Isso pode culminar com um estágio de infelicidade, onde a pessoa começa a achar que aquele trabalho não é para ela, quando não é verdade, é ela que não é para aquele trabalho. Como resultado, o sujeito fica pessimista, amargo. 112 21 regiões Vale do Rio Pardo Pedro Silva/Prefeitura de Rio Pardo Agosto 2014 História em transição 112 22 T Localizado no centro do Rio Grande do Sul, o Vale do Rio Pardo é uma região histórica. A cidade homônima de Rio Pardo, uma erritório de destaque histórico das mais antigas do Estado, já chegou a preencher metade do território sul-rio-grandense, dando origem a centenas de para o Estado, o Vale do Rio municípios. Com destaque na conquista da região das MisPardo mescla as culturas sões, na Revolução Farroupilha (1835-1845) e na Guerra do Paraguai (1865), o lugar também recebeu imigrantes, predogauchesca e germânica. No minantemente alemães. entanto, para além das tradições, A economia do vale é baseada na pecuária e na agricultura, sendo a indústria do fumo, em Santa Cruz do Sul, uma das as mudanças no mercado e mais importantes. Além disso, há o turismo: Rota Germânica na sociedade interferem na e passeios por casarões antigos entram no roteiro dos visitantes. Os eventos municipais também geram movimento – Veeconomia da região nâncio Aires tem a Festa Nacional do Chimarrão (Fenachim) Outro fator que compromete o poder de compra da população é o clima: se não chove, a safra pode ficar prejudicada. Estar atento à meteorologia, na opinião do empresário, é uma forma de manter a saúde financeira do empreendimento. “Este ano praticamente não houve inverno. Tivemos que comprar mais peças de meia-estação.” Atualizar-se também é importante, diz Haas, seja viajando, lendo revistas de moda ou acompanhando o que as personagens das novelas vestem. Nada mais prudente, com as rápidas mudanças do mercado. “Antigamente vendíamos muito tecido e o público costurava seus próprios lençóis. Abrigo era só cinza, branco, preto ou vermelho”, cita ele, destacando a variedade de opções à disposição dos consumidores de hoje. A profissionalização dos negócios é, ainda, um ponto ressaltado pelo comerciante. Se antes era preciso viajar às fábricas de Santa Catarina e garimpar mercadoria ao longo de uma semana inteira, hoje é tudo encomendado por catálogo, evitando-se inclusive o encalhe no estoque. “Mudou muito: as grandes fábricas têm representantes, é preciso uma pessoa para comprar, uma equipe para vender”, discorre. Venâncio Aires sedia a Festa Nacional do Chimarrão Divulgação/Prefeitura de Venâncio Aires e Santa Cruz do Sul sedia o Encontro Nacional de Artes e Tradições Gaúchas (Enart) e a famosa Oktoberfest. Porém, nem só de tradições vive o Vale do Rio Pardo, especialmente no que diz respeito ao comércio. As mudanças no mercado acontecem. Mauro Spode, diretor da santa-cruzense Hoffmann, Spode Ótica e Joalheria, alega que é necessário adaptar-se. É por isso que a companhia, que já chegou a vender relógios e fabricar lentes para óculos, hoje tem um sortimento mais focado. “O pequeno comerciante tem que se adequar às novas situações. Muitas vezes a empresa acaba não projetando os próximos dez anos”, ressalta. Segundo ele, o diferencial da loja é o atendimento personalizado, que se reflete na satisfação de um trabalho bem feito. Famílias inteiras acabam frequentando a casa, havendo até terceira geração de clientes. Ainda assim, existe expectativa de mais transformações. Com a iminente instalação de novos shopping centers na região, a concorrência deve aumentar. Conforme o empresário, isso tem acontecido desde os anos 1990, quando o município ganhou projeção nacional com o esporte. Eventos, em especial a Oktoberfest, e a própria fumicultura também são considerados por ele como destaques de Santa Cruz do Sul. “A festa se concentra muito no parque, mas, quando dá um bom resultado, num segundo momento isso se reflete no comércio.” Sobre a dependência econômica das lavouras de tabaco, frente a intensas campanhas contra o cigarro, Spode analisa: “O problema é que não há outra cultura que tenha um subsídio tão bom quanto a de fumo”. Ele acrescenta que os produtores rurais vêm estudando alternativas e diversificando a produção, mas isso só trará resultados a médio e longo prazos. Em funcionamento desde 1989, a Quatro Estações opera em Vera Cruz, munícipio com cerca de 24 mil habitantes. O foco é o comércio popular, nas confecções masculina, feminina e infantil, além dos itens de cama, mesa e banho. Pela proximidade com Santa Cruz do Sul, o proprietário comenta que o movimento varia conforme a situação econômica da região. “O tabaco é gerido em função do dólar”, explica Roque Afonso Haas, lembrando que grande parte do produto é exportada. Agosto 2014 Atenção às mudanças 112 23 equipes V a favor da empresa isto como um custo, o salário dos colaboradores vai muito além desse conceito. Mudar o foco e identificar na remuneração uma aliada, capaz de impulsionar resultados, pode mudar muitos paradigmas e levar a empresa a uma trajetória de crescimento considerável, basta aprimorar a estratégia Agosto 2014 @iStock.com/Lisa-Blue Você já se deu conta da importância da remuneração? Se a primeira coisa que veio à sua mente foi o efeito social do salário na vida dos seus colaboradores, é melhor rever seus conceitos. É claro que efetivamente há essa conquista social, mas o impacto da remuneração também pode ser notado nos resultados da sua empresa. E, nesse aspecto, ela pode ser vista como uma aliada no crescimento do seu negócio. Quando encarada estrategicamente, a política de remuneração ganha novos contornos e passa a ser um elementochave para chegar aos objetivos almejados pela empresa. Esse efeito virtuoso, no entanto, exige a reformulação de práticas e processos empresariais, além do estabelecimento de comprometimento entre gestores e equipes, e, claro, um pouco de paciência, que nunca é demais. 112 24 Todo mundo ganha A lógica que sustenta o modelo de remuneração estratégica é a de que todo mundo saia ganhando. Ou seja, não é algo que vai ser favorável só à empresa ou só aos funcionários, a ideia é que a sensação de conquista e ganho seja geral. Para Paulo Delfino, diretor de Relações Trabalhistas da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Rio Grande do Sul (ABRH-RS), a empresa que investe na remuneração Redução de custo, com sugestões Arquivo/Stihl crescer 34% em 2012 estratégica consegue se diferenciar de suas concorrentes pela mão de obra. Delfino explica que o modelo de remuneração da empresa será estratégico quando incorporar rendimentos variados ao alcance de resultados da empresa. Em um primeiro patamar, o salário pago aos funcionários corresponde ao valor acordado por mês de trabalho, a remuneração fixa. A partir dela, novos patamares de ganho podem ser adicionados. A remuneração indireta é a concessão de benefícios; alguns deles são obrigatórios e outros são concedidos espontaneamente pela empresa. Aí já há um componente estratégico, avalia Delfino. Desse patamar em diante, a gestão já começa a configurar um padrão mais aprimorado de composição salarial. É quando entra a remuneração por desempenho. No comércio, ela muitas vezes vem na forma de comissão. Nesse caso, a comissão é incorporada ao salário no cômputo de horas extras e férias. Também chamada de remuneração variável, a remuneração por desempenho é bastante conhecida pelos Programas de Participação nos Lucros. Estes têm a estratégia como sua principal fundamentação, já que dependem intrinsecamente do atingimento de metas estabelecidas para que haja a bonificação. Assim, a empresa precisa, primeiramente, definir os objetivos a serem alcançados e possuir métricas de mensuração de resultados. Muitas companhias concedem a participação dos lucros uma vez ao ano, mas há a possibilidade de estabelecer uma política semestral. “Depois vem outra esfera, a das formas especiais de remuneração ou recompensa, que chamamos de alternativas criativas”, acrescenta Delfino, citando uma prática ainda incomum de companhias que buscam ampliar ainda mais a atratividade para o quadro funcional. Uma das possibilidades é a participação acionária, cujas cotas são repassadas aos empregados quando há o alcance de resultados estipulados. Todas essas alternativas podem ser adotadas pela empresa que pretende engajar colaboradores para o crescimento. Delfino pontua que, no Brasil, não conhece exemplos de empresas que tenham adotado a remuneração estratégica em todos os estágios. Em geral, as políticas vão até a remuneração por desempenho. “Remuneração estratégica não é pagar mais. É pagar bem”, incita o diretor da ABRH-RS. Esse pagar bem, além do potencial de elevar o desempenho geral da empresa, diminui a rotatividade, considerado um dos principais problemas enfrentados pelo empresariado atualmente. Efeito competitivo A Stihl Ferramentas Motorizadas Ltda. implantou o seu programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) em 1984, e de lá para cá vem aprimorando o modelo e comemorando resultados alcançados, inclusive no potencial competitivo frente às concorrentes. Exemplo disso é o estabelecimento da meta de redução de custos. A Stihl convidou os funcionários a sugerirem ideias que contribuíssem para a diminuição das despesas da empresa. Como recompensa, as ideias incorporadas seriam bonificadas. No total, 400 sugestões foram recebidas pela companhia em um único mês. Ao serem adotadas, as ideias contribuíram efetivamente para a redução de custos, o que permitiu à empresa fornecer equipamentos com preços mais atrativos para o mercado. Como resultado, a Stihl obteve crescimento de 34% em 2012. O presidente Cláudio Guenther explica que o programa de participação nos lucros da empresa é semestral e que, dependendo do atingimento dos resultados, os empregados podem receber bonificação adicional de até 90% do salário-base. Há ainda o pagamento de um salário mínimo por cumprimento de prazos e mais um salário mínimo pelo atendimento de indicadores de qualidade. Além de atingir as metas definidas, a Stihl comemora ainda o baixo turnover, fruto, claro, de uma gestão mais abrangente, que passa também pela possibilidade de crescimento individual interno, mas que não nega o potencial da estratégia atrelada à remuneração. Agosto 2014 enviadas por funcionários, fez a Stihl 112 25 VENDAS especial Erros e acertos Agosto 2014 L 112 26 oja desorganizada, atendentes mal-humorados e produtos de má qualidade afugentam qualquer cliente. Conheça deslizes comuns em muitos estabelecimentos e saiba como reverter as situações difíceis, para não perder vendas Satisfazer clientes e conquistar um público cativo é trabalhoso. Exige tempo e dedicação de empresários e colaboradores. Requer planejamento, treinamento e uma constante busca pelas melhores práticas nos negócios. Aí, num fatídico dia, algum erro acontece e põe tudo a perder. texto Rafael Tourinho Raymundo Dizem que a primeira impressão é a que fica. Bem, em imagem de abertura @iStock.com/Hocus-focus algumas situações é a última, e geralmente negativa. Para que isso não aconteça e a experiência geral seja prazerosa, o cuidado recai sobre todas as etapas que envolvem as compras. Da vitrine ao caixa – e adiante, no relacionamento pós-venda –, o objetivo é mostrar que o estabeleci- mento está preparado para atender aos anseios dos consumidores. É difícil, mas não impossível. Os consultores sabem. Os varejistas, também. O PDV comunica Profissionais de marketing trabalham com o conceito de AIDA, acrônimo para Atenção, Interesse, Desejo e Ação de compra. No comércio, atrair o olhar do indivíduo e instigá-lo acerca de um produto é o gatilho para se conseguir a conversão. Esse trabalho já começa na vitrine. “É o primeiro nível de comunicação do ponto de venda com o consumidor”, explica o consultor de varejo Henrique Martins. Por isso, a escolha dos elementos decorativos e dos itens a serem postos em destaque deve servir a um único propósito: dialogar com o público-alvo. “Não é o gosto do empresário, mas o de seus clientes que mais pesa nesse momento”, afirma Alex Kunrath, consultor sênior da Idati. Os especialistas lembram que todo o layout da loja é pensado de acordo com os interesses da clientela. A disposição dos artigos nas prateleiras, o acesso à mercadoria, Agosto 2014 VENDAS 112 27 especial a setorização dos ambientes e até mesmo as sacolas e embalagens para presente podem comunicar valores como organização, limpeza, frescor ou jovialidade. Há quem vá além, com projetos luminotécnicos – para criar uma luminosidade mais agradável – e trilhas sonoras exclusivas para os estabelecimentos. O importante é mostrar aos frequentadores que o local está pronto para atendê-los e satisfazer suas necessidades. Negligenciar a apresentação é afugentar possíveis compradores logo de início. o resultado veio não só em vendas, mas também nos comentários positivos. “Uma pessoa acaba trazendo outra”, relata Martinato. Contudo, ele frisa que os atendentes respeitam as vontades de cada consumidor. Logo na entrada, eles fazem uma sondagem para saber se a procura é por café, por livros ou por ambos. O visitante é, então, encaminhado ao setor adequado e fica livre para circular como se estivesse na casa de um conhecido. “Ele tem que se sentir confortável”, reitera o administrador. Como se fosse em casa Ouvir para falar 112 “Regata vermelha eu não tenho, senhor, mas que tal uma bermuda azul?” Essa abordagem de venda ativa, além de fora de moda, sempre causa incômodos. Geralmente, a pessoa chega à loja com uma intenção específica e não cabe ao vendedor ir de encontro a isso. O consultor Henrique Martins considera o atendente como um conselheiro. Trata-se de alguém que está ali para auxiliar, não para argumentar demasiadamente sobre ofertas que não interessam ao cliente. “O consumidor é bem informado e, às vezes, conhece tanto quanto o vendedor sobre o produto.” O pessoal da Terê Calçados sabe disso. Claudia Maciel, gerente de uma das unidades de Novo Hamburgo, afirma Graziela Martins/Divulgação Do Arco da Velha Agosto 2014 Proporcionar uma experiência agradável no PDV fideliza o público. Na Do Arco da Velha, de Caxias do Sul, esse objetivo é trabalhado com a união de dois serviços bem distintos, mas coerentes entre si. O espaço agrega uma livraria e uma cafeteria na mesma casa. O administrador, Guilherme Martinato, percebe que uma área puxa a outra. Quem chega para tomar um lanche com amigos acaba se interessando pelos livros, estrategicamente espalhados pelas salas. Já clientes que procuram títulos do acervo sentem o aroma no ar e se rendem ao cafezinho. “Você não enxerga a loja inteira, quando chega. É preciso circular para conhecer.” O convite à descoberta rende dividendos. Após a mudança para um prédio maior, com o dobro da capacidade, Café e livros dividem espaço na Do Arco da Velha, de Caxias do Sul 28 VENDAS Alguns clientes preferem fazer as compras sem interferência dos vendedores ©iStock.com/Shot Share que a função da equipe é identificar o perfil do shopper e entender por que ele está lá – se precisa de um tênis para o dia a dia ou de um sapato de festa, por exemplo. “O que pode nos fazer perder uma venda é não conseguir resolver o problema”, acredita. Há poucos segundos para realizar essa sondagem. Tão logo um comprador em potencial cruze a entrada, é preciso abordá-lo e mostrar-se solícito. Claro, em dias de maior movimento pode levar um tempo até que um vendedor esteja disponível. Ainda assim, a empresa mantém uma escala rotativa e procura deixar pelo menos dois atendentes sempre próximos à porta. Embora a clientela não goste de ser importunada com sugestões desnecessárias, algumas ocasiões demandam uma posição mais proativa do vendedor. “Nem sempre o cliente sabe qual é o melhor artigo para sua necessidade”, ressalta o consultor Alex Kunrath. Nessas horas, vale o conhecimento do profissional. O cabeleireiro sugere o corte mais adequado para o formato de rosto da senhora, a ótica oferece modelos de óculos que tenham a ver com o jovem e assim por diante. Perspicácia também ajuda: se o cliente está vestindo uma camiseta de banda de rock, é provável que se interesse por outros grupos do estilo; o atendente pode aproveitar essa informação e mencionar que tem uma biografia dos Beatles no catálogo ou um DVD do Arcade Fire à disposição. O recomendado é não tratar o momento como propaganda do que a casa oferece. É melhor conversar sobre um assunto e encontrar brechas para apresentar os produtos. Digamos que o casal goste de comida japonesa e até tenha se aventurado no preparo de alguns pratos. Será que os dois conhecem a panela para arroz que a loja vende na seção de cozinha? Achariam interessante uma louça própria para sushi? É no bate-papo que muitas oportunidades de conversão se revelam. A medida da atenção Uma questão que divide opiniões é justamente a medida certa para a aproximação do vendedor. A clientela poderia até ser classificada entre os que gostam da ajudinha e os que preferem ficar soltos pelo salão, sem serem importunados. A dose adequada de atenção é uma questão de feeling, pois, ao mesmo tempo que os frequentadores têm que se sentir livres, o estabelecimento não pode passar a impressão de abandono. Na Terê Calçados, a orientação é deixar o público mais reservado fazer as compras no seu tempo. “Esse cliente é mais breve e objetivo”, observa a gerente. A equipe apenas indica onde fica cada setor e, a partir daí, monitora o movimento a uma certa distância. Intervenções somente quando o consumidor deseja. O mesmo acontece na Do Arco da Velha. De acordo com o administrador, “muita gente que vem à livraria gosta de ficar sozinha”. A maioria, complementa ele. Resta aos funcionários mostrarem-se à disposição para qualquer eventualidade. O segredo, mais uma vez, é a observação. O garçom deve conhecer os pratos do cardápio, é claro. O balconista da farmácia precisa encontrar o medicamento nas prateleiras, certamente. Porém, mais que lidar com Agosto 2014 Saber falar 112 29 Lúcia Simon especial Bom atendimento resulta em experiência positiva para o consumidor mercadoria, eles lidam com pessoas. É preciso “entender de comportamento antes de entender de produto”, sintetiza Henrique Martins. alta rotatividade de pessoal, ele garante que a companhia procura investir nos profissionais mais comprometidos. Fidelizar ou perder Agosto 2014 Fãs da própria empresa 112 30 Uma situação comum ao comércio de bens e de serviços, na opinião de Alex Kunrath, é que muitos colaboradores não são vendedores, mas estão vendedores. Em outras palavras, eles trabalham apenas para ter um emprego, não porque gostam propriamente do que fazem. A saída, aponta o consultor, vem desde a contratação: dar mais valor às paixões dos candidatos que às qualificações do currículo. “Um entusiasta de informática vai poder falar com muito mais propriedade e convicção em uma loja do ramo. Uma pessoa que adore crianças saberá lidar melhor com vendas de brinquedos. Alguém que adore sua marca de sorvete vai passar paixão pelo seu sorvete”, elenca. Entusiasmo leva a um maior engajamento, o que também pode ser conquistado com gratificações. Em todos os casos, destaca-se o funcionário que conhece bem a empresa. Na rede gaúcha de fast-food Cachorro do Rosário, essa é a prática almejada. “Cobramos das franqueadoras que realizem treinamentos periodicamente, tanto de qualidade de produção quanto de atendimento”, conta o gerente-geral, Filipe Eliézer da Rosa. Num cenário de O consultor Henrique Martins alerta que os gastos do consumidor brasileiro com supérfluos costumam ser imediatos. Se ele não encontra o tênis que procurava no shopping, pois não havia a numeração ou a cor que ele queria, é capaz de usar seu dinheiro para comprar um videogame. As lojas devem registrar por que uma venda não ocorreu, na tentativa de antever futuros problemas. Estruturar um CRM é fundamental – seja com um software específico, com uma planilha ou em anotações num caderno. “Todas as negativas são reunidas para o empresário poder controlar o processo de forma mais eficaz.” Isso pode levar a práticas mais assertivas. Porém, os registros não servem apenas para enumerar falhas. O termo em inglês – Customer Relationship Management – revela precisamente isso: CRM é usado para reforçar os laços com o público. “A fidelização é o resultado de atendimento qualificado e personalizado”, expõe o consultor Alex Kunrath, lembrando que grandes redes têm se preocupado em resgatar a antiga lógica do dono de armazém, que conhecia a freguesia pelo nome. Não à toa, os profissionais da Terê Calçados possuem suas agendas VENDAS de telefones. “Quando chega algo que algum cliente vá gostar, o vendedor entra em contato. Nós sabemos quem são os que gostam de se antecipar às novidades”, assegura a gerente Claudia Maciel. A inevitável insatisfação Por mais que a companhia se preocupe em oferecer uma experiência positiva, nem sempre é possível agradar a todos. Reclamações provavelmente vão continuar a acontecer. A questão é que um comentário maldoso, principalmente nas redes sociais, pode repercutir muito mais que 20 falas a favor da marca. Nesse caso, deve-se agir para dirimir os efeitos nocivos. O gerente-geral do Cachorro do Rosário comenta sobre a dedicação ao relacionamento com os clientes: “Se acontece de ele se sentir mal atendido, acaba generalizando e reclamando de outras coisas, mesmo que goste do produto. Procuramos conversar. Quando há profissionalismo, ele pode até não aceitar a resposta, mas entende”. A rede trabalha com mídias online e deixa canais como o mural da página do Facebook abertos para reclamações e sugestões. Os posts dos seguidores são respondidos o mais brevemente possível. “Penso que seja um caminho para conseguirmos agradar. Estamos há um tempo no mercado e a clientela não parou de comprar”, pondera Filipe da Rosa. A melhor propaganda Promoções são ótimas para impulsionar o movimento dos negócios e divulgar a empresa. Porém, o investimento deve se reverter em receita. Mecanismos de controle, como planilhas de gastos, mensuram quanto custou distribuir filipetas ou veicular um spot de rádio. Outras opções, conforme Alex Kunrath, são panfletos numerados por regiões, cupons de desconto em anúncios físicos e códigos promocionais em materiais digitais. Comparando-se os valores à quantidade de vendas, avalia-se o retorno obtido. “E lembre: a melhor propaganda é a indicação dada por um cliente a outro em potencial”, reforça o consultor. Sete da sorte Ações simples fazem toda a diferença no dia a dia do chão de loja. Certas sugestões podem até parecer óbvias, mas passam batidas em alguns pontos de venda. É sempre bom relembrar os sete pontos abaixo. 1. Mais importante que ter produtos bonitos na vitrine é saber se esses artigos estão disponíveis no estoque. É frustrante interessar-se por uma roupa e não encontrá-la no tamanho certo. 2. Ninguém gosta de esperar para ser atendido. É recomendado sempre ter alguém da equipe próximo à porta para fazer a abordagem inicial. Se a loja estiver cheia, alguém deve pelo menos pedir, com jeito, para o cliente aguardar um pouquinho. 4. É claro que o talento para vendas é mais aparente em alguns colaboradores que em outros, mas essas habilidades podem ser desenvolvidas. A equipe deve ser capacitada para se relacionar com a clientela. Treinamentos ajudam. 5. Todo colaborador que mantenha contato direto ou indireto com o público precisa conhecer bem os serviços ou produtos oferecidos pela empresa. Se a pessoa não tem as informações para atender à solicitação do cliente, deve ao menos saber encaminhá-la para o colega mais adequado. Agosto 2014 3. Ao procurar um cardigã, o consumidor pode desistir da loja se ouvir um “não tenho”. No entanto, talvez ele não queira necessariamente um cardigã, mas qualquer roupa para o frio. O vendedor deve oferecer outras opções, desde que se assemelhem ao que foi pedido inicialmente. 112 6. Se o consumidor tem uma reclamação, por mais descabida que pareça, ele merece ser ouvido. Uma resposta sincera pode não resolver o problema, mas evita repercussões mais graves. Se a queixa tiver razão de ser – cobrança indevida ou defeito no produto –, as desculpas vêm acompanhadas do ressarcimento ou da troca do item. 7. Serviço de qualidade e atendimento impecável contam muitos pontos a favor da marca, é claro. Há vezes em que o cliente até paga um pouco mais caro por gostar do lugar. Ainda assim, tudo é posto a perder quando o produto ofertado é ruim. 31 mais mais & menos Salgado De acordo com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, 11% dos alimentos industrializados não atingiram as metas de redução de sódio firmadas entre o governo e os fabricantes por meio de um acordo voluntário. O levantamento avaliou 291 produtos. cartões As transações com cartões de crédito e débito movimentaram R$ 455 bilhões no primeiro semestre do ano, alta de 16,3% em relação ao mesmo período de 2013, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Estrangeiros O Rio Grande do Sul teve 52 municípios visitados por turistas estrangeiros durante a Copa do Mundo, conforme o Ministério do Turismo e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Porto Alegre, Gramado, Torres e Novo Hamburgo foram as cidades mais procuradas. Ligações A Agência Nacional de Economia / De ©iStock.com/Pic Leidenschaft saiba menos para mais Brasileiros que recebem até três salários mínimos são os que mais contribuem com impostos. É o que constatou o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), com base em informações do Censo 2010 e da Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE. O cálculo aponta que mais da metade da arrecadação de 2014 (53,79%), que já superou R$ 1 trilhão, resulta dos tributos gerados por trabalhadores que ganham até R$ 2.172. Essa faixa corresponde a 79,02% da população. Entre os que recebem de três a cinco salários mínimos (10,14% da população), a arrecadação equivale a 12,65% do total. Os gastos com habitação, transporte e alimentação são os que mais geram receita para os cofres públicos. Para o IBPT, isso é sinal de que o sistema tributário do país é muito concentrado no consumo, desfavorecendo quem tem menor poder aquisitivo. Carreira / O lugar dos jovens A edição brasileira de 2014 da pesquisa Great Place to Work (melhores empresas para se trabalhar) mostra que, entre as companhias de destaque, o McDonald’s é a que mais emprega jovens no país. Um total de 87% dos colaboradores da rede têm menos de 25 anos. Neste ano, o estudo global, que avalia práticas de gestão de pessoas e a confiança dos funcionários com o ambiente de trabalho, contou com a participação de 1.276 empresas. Confira o ranking das dez maiores empregadoras de jovens: Telecomunicações (Anatel) aprovou reajuste de 1,5% nas tarifas de telefonia. A alteração nos preços vale Agosto 2014 para ligações entre telefones fixos e 112 móveis, tanto em chamadas locais quanto em longa distância. Qualidade O Brasil é o país sul-americano com maior número de certificações ISO 9001. Mais de 25 mil empresas possuem (87%) 2. Elo Group (49,4%) 3. Atento (49,3%) 4. Marelli (46,3%) 5. Touch (46,2%) 6. Jost (44,1%) 7. Lojas MM (42,5%) 8. Todimo (42,2%) esse atestado de qualidade. Em 9. Sicoob Metropolitano (41,2%) segundo lugar vem a Colômbia, com 10. Dextra 9.883 certificações. 32 1. McDonald’s (39,6%) ©iStock.com/Shironosov Negócios / Empreendedores brasileiros nos EUA Imigrantes que foram viver o sonho americano e acabaram se tornando empresários: esse é o perfil da maio- ©iStock.com/Triloks ria dos empreendedores brasileiros que vivem em Orlando, nos Estados Unidos. Cerca de 70% deles atuam em áreas diferentes daquelas em que trabalhavam no país de origem. As constatações de uma pesquisa da Universidade Federal Fluminense indicam que a cidade da Flórida favorece os negócios, devido à alta concentração de conterrâneos por lá. O estudo identificou cerca de 500 estabelecimentos de brasileiros em Orlando, um dos destinos preferidos dos turistas do país – estima-se que tenham sido mais de 768 mil em 2013. Agora, a pesquisa deve seguir para outras localidades com grande concentração de imigrantes oriundos do Brasil, como Miami, Pompano Beach, Nova Iorque, Los Angeles e Boston. Trabalho / Melhorando a produtividade Para manter-se criativo e inovador é necessário disciplina. O CEO do Asaas.com, Piero Contezini, dá sete dicas para aumentar a produtividade. Durma e alimente-se bem – a capacidade de raciocínio depende de sono e dieta adequados. Separe um tempo para deixar o pensamento livre – reservar momentos longe das tarefas do trabalho ajuda a renovar as ideias. Pode ser uma ida ao cinema ou algo similar. Mantenha-se motivado – atividades como ouvir música e praticar esportes podem dar aquele ânimo necessário no início do dia. O mais fácil aplicativo Normas, disponível para os sistemas Android e iOS, promete facilitar o acesso a atos tributários e aduaneiros. Usuários de tablets e smartphones poderão consultar, por meio de uma interface adaptada, os textos de instruções normativas e outros atos publicados pela Receita Federal. O menu permite refinamento de busca – por unidade emissora e data de publicação, por exemplo. Também há um espaço para avaliar o app, fazer críticas e realizar sugestões. O download é gratuito. Quem não possui dispositivos móveis habilitados pode consultar o Sistema Normas – Gestão da Informação na versão web, pelo site http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/consulta.action. Questione sempre – perguntar-se sobre os processos do trabalho, bem como imaginar alternativas para os produtos ou serviços oferecidos pela empresa, é um bom exercício para não cair na mesmice. Organize sua área de trabalho – um ambiente limpo e sem bagunça estimula a concentração. Estabeleça prioridades – é necessário manter o foco em cada tarefa. Para não se perder em meio às urgências, recomenda-se elencar uma lista de prioridades e resolver um assunto de cada vez, sem distrações. Programe pausas no trabalho – um intervalo de Agosto 2014 Finanças / Consulta 112 cinco a dez minutos para cada hora ou hora e meia de trabalho é importante. Levante, tome um café, dê uma circulada pela empresa. Isso é bom para refrescar a cabeça. 33 sesc Laureano Bittencourt/Divulgação Sesc-RS Agosto 2014 Som da raiz 112 34 O som ritmado do tambor é elemento essencial para a música de diferentes povos. Em algumas comunidades, seu toque é até sagrado. A importância dos instrumentos percussivos é destacada pelo projeto Sonora Brasil projeto Sonora Brasil Sesc Sesc, que traz ao Rio Grande do Sul e faz circular pelo País apresenta manifestações uma série de apresentações com o tema Tambores e Batuques. Desenvolvidos para resgatar a história da música no culturais diversas, com o Brasil e formar ouvintes críticos, os espetáculos têm caráintuito de formar um público ter didático. Não há amplificadores, pois a ênfase está na pureza do som acústico e na qualidade das obras e de seus mais crítico em relação ao intérpretes. No palco, grupos musicais de diferentes regiões consumo musical do país trazem manifestações da tradição oral presentes em comunidades quilombolas, passadas de geração a geração. O Sesc Triathlon tem inscrições abertas As Somente em 2013, foram realizados 450 concertos do Sonora Brasil, em 128 cidades, a maioria distante dos grandes centros urbanos. O objetivo do projeto é promover a diversidade da música brasileira e propiciar aos músicos participantes a circulação de seu trabalho para além do território de origem, colocando-os em contato com outros públicos. Os circuitos são bianuais. Em um primeiro momento, uma temática é trabalhada nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, enquanto que os estados do Sul e do Sudeste recebem outro ciclo de espetáculos. No ano seguinte, os temas se invertem, de modo que todos os cantos do país tenham acesso a manifestações culturais das mais diversas. “Não são grupos artísticos, que se apresentam rotineiramente. São conjuntos de raiz, que mostram uma cultura genuína, de essência, para o público”, explica Mueller. Em sua 17ª edição, o Sonora levará o tema Tambores e Batuques para oito cidades do Rio Grande do Sul, durante o segundo semestre. Serão ao todo 32 apresentações entre julho e novembro, nos municípios de Canoas, Novo Hamburgo, Montenegro, Camaquã, Pelotas, Alegrete, Santa Rosa e Passo Fundo. Cada um receberá apresentações dos grupos Alabê Ôni (RS), Raízes do Samba de Tocos (BA), Raízes do Bolão (AP) e Samba de Cacete de Vacaria (PA). Este ano, o Sesc-RS também promove, pela primeira vez, a Mostra Sonora Brasil, que acontece entre os dias 22 e 26 de agosto, no Teatro Sesc Centro (Av. Alberto Bins, 665), em Porto Alegre. Além das apresentações musicais, o evento também terá oficina com o conjunto gaúcho Alabê Ôni e sessão de cinema. Após o encerramento das atividades do Tambores e Batuques, virá a vez das cordas. Em 2015, o tema do projeto será Violas Brasileiras. – Circuito Nacional 2014 seguem abertas até o dia 20 de novembro, limitadas a 500 participantes. A competição acontece no dia 23 do mesmo mês, em Tramandaí, com início das largadas previsto para às 8h. Contemplando natação, ciclismo e corrida, a prova será dividida nas seguintes categorias: Elite e Amador; Faixas Etárias e Demais Categorias; Duathlon. Os kits da competição – compostos por numeral, touca, camiseta e chip – serão entregues no dia 22 de novembro, às 19h, no Ginásio Municipal de Tramandaí, durante o Simpósio Técnico. As inscrições podem ser efetuadas pelo site www.sesc-rs.com.br/triathlon. agenda de eventos 30 e 31/Ago Final estadual de jogos Será em Erechim a final estadual dos Jogos Masters e Sêniors. Informações pelo site www. sesc-rs.com.br/erechim. 09/Set Casa da Saúde A população de Viamão tem acesso às atividades gratuitas disponibilizadas pela Mostra Casa da Saúde Sesc, instalada na nPraça da Matriz, em frente à igreja. Na estrutura, é possível conferir palestras e exposições interativas e fazer exames de glicose, colesterol, triglicerídeos, medir a pressão arterial, realizar avaliação física, além de testar a visão. Agosto 2014 Resgate da cultura inscrições para a etapa gaúcha do Sesc Triathlon Guto Oliveira/Divulgação Sesc-RS Os variados tipos de tambores utilizados no projeto são fabricados artesanalmente, de acordo com os costumes das comunidades. Já o repertório é formado por cânticos que aludem a fatos da vida social, ao trabalho e a crenças religiosas. “A temática busca a origem do instrumento, mas também da chegada do negro ao Estado. Queremos quebrar o estereótipo da cultura gaúcha como sendo só a do CTG e da colonização europeia”, defende Anderson Mueller, analista da gerência de Cultura do Sesc-RS. 112 14/Set Circuito Corridas Pelotas recebe a etapa do Circuito Sesc de Corridas 2014. Inscrições pelo site www.sesc-rs. com.br/circuitodecorridas 35 Cooperação Conquistas em redes Agosto 2014 @iStock.com/Ukrainec J A importância dos grupos empresariais é inquestionável. Eles concentram e defendem causas em comum, com potencial para garantir meuntos somos mais fortes. lhor ambiente para o desenvolvimento. Em geral, essas entidades têm um impacto econômico tão significativo que elas se É tendo essa ideia como tornaram referências tão expressivas do setor que passaram a perspectiva que empresas se alimentar o mercado econômico com dados, fatos, informações e demandas. Essa é a dimensão mais ampla da contribuição que unem. Mesmo integrando um pode vir dessas entidades. mesmo segmento de atuação, Em uma escala menor, mas não menos importante, muitas empresas formatam grupos para obter ganhos operacionais, a postura dos que se veem como conquistas de melhores preços junto aos fornecedores mais como parceiros do que ou simplesmente apoio para superar barreiras enfrentadas no dia a dia. Essas redes de cooperação não raro concentram como inimigos pode render companhias que, inicialmente, seriam concorrentes, mas que mudam de perspectiva ao estabelecerem parcerias. bons frutos 112 36 Divulgação/RNC RNC realizam encontros periódicos Todos juntos Com 32 empresas associadas, a Rede Nacional de Contabilidade (RNC) concentra companhias de todo o país. Se somada a estruturada criada pelo grupo, são mais de 1,1 mil pessoas trabalhando para atender mais de 5 mil clientes. Atualmente, o faturamento total das empresas associadas é de R$ 46 milhões por ano. A grandiosidade dos números de hoje decorre de um trabalho iniciado há menos de 15 anos, em novembro de 2000, aqui na capital gaúcha, quando um grupo de oito empresários construiu a rede. A intenção era a de estabelecer um intercâmbio entre os integrantes, disseminando conhecimento técnico e científico. Com o passar do tempo, novas parcerias foram estabelecidas, levando a rede a alcançar cada vez mais projeção. Assim, em 2006, a sede foi transferida estrategicamente para São Paulo. Para as empresas associadas, as vantagens vão desde a aquisição de serviços padronizados em gestão empresarial, tributária e contábil – assegurada pela integração dos participantes da rede – ao alcance a novos clientes. Além da articulação entre empresários, a RNC estabelece parcerias com entidades do segmento, como a Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon), facilitando o acesso dos profissionais das empresas vinculadas ao grupo a cursos e qualificações, também. O intercâmbio entre as “concorrentes” mostra que elas como aliadas têm mais chance de sucesso. Cooperação para vencer desafios Um estudo conduzido no Rio Grande do Sul avaliou o perfil das empresas que se unem em redes de cooperação. O artigo, produzido pelos doutores em administração Jorge Renato Verschoore e Alones Balestrin, intitulado Fatores Relevantes para o Estabelecimento de Redes de Cooperaçăo entre Empresas do Rio Grande do Sul, identificou que os grupos se formam, especialmente, em resposta às recentes transformações econômicas. A partir desse desafio, conjuntamente as empresas lutam para obter vantagens competitivas. Para entender esse padrão, a pesquisa quantitativa envolveu 443 representantes de empresas associadas a 120 redes de cooperação – todas são integrantes do Programa Redes de Cooperação (PRC) do governo do Rio Grande do Sul. Verschoore e Balestrin partiram do pressuposto de que os fatores que movem empresários nesse sentido são os seguintes: aprendizagem e inovação, aumento de escala e de poder de mercado, e acesso a soluções. O estudo mostrou também a importância do apoio público. “Em relação às políticas públicas, os resultados evidenciaram que a promoção da cooperação, por meio de redes, constitui-se em um caminho viável para o desenvolvimento das economias locais”, apontaram os autores. Especialmente na gestão das pequenas e médias empresas, a cooperação em rede pode ser alternativa para sustentação de negócios. As Redes de Cooperação do Estado estão vinculadas à Secretaria da Economia Solidária e Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sesampe) e têm objetivo de fazer com que os grupos reduzam e dividam custos e riscos, além de prever o alcance a novos mercados. Como resultado, a iniciativa culmina, ainda, com a qualificação de produtos e serviços e adequação às novas tecnologias. Desde o início das atividades, em 2000, mais de 260 redes de cooperação foram criadas, atendendo a um número superior a 5,2 mil empresas, que juntas somaram faturamento acima de R$ 5 bilhões nesse período, com a geração de 50 mil postos de trabalho. Lista de vantagens A pesquisa conduzida pelos doutores em administração Jorge Renato Verschoore e Alones Balestrin identificou que os grupos empresariais obtêm apoio entre si para vencer desafios diários, como os listados abaixo: 1. Acesso a soluções 2. Escala e poder de mercado Agosto 2014 Associados da 112 3. Aprendizagem e inovação 4. Relações sociais 5. Redução de custos e riscos 37 seNAC Está na moda cursar moda O Senac-RS está apostando na qualificação de profissionais para um mercado promissor: a moda. Diversos cursos na área estão disponíveis para os interessados de todos os níveis de instrução. São dois cursos técnicos, um aculdade Senac Porto Alegre tecnólogo e uma pós-graduação, além de 20 cursos livres. Os destaques são as capacitações oferecidas pela Faculdade e Unidades de Canoas e Novo Senac Porto Alegre e pelas escolas de Canoas e Novo HamHamburgo oferecem cursos burgo. Neste ano há uma novidade: o lançamento do Curso Técnico em Modelagem do Vestuário, oferecido pelo Senac técnicos, de graduação e Canoas. A modalidade vem suprir a carência por profissiopós-graduação na área que nais voltados ao segmento da modelagem industrial de confecção. A primeira turma se iniciou em agosto. O Senac Novo se destaca cada vez mais no Hamburgo oferecerá a capacitação em 2015. mundo dos negócios O mundo da moda é, atualmente, um dos que mais crescem no Brasil, país que ocupa a 5ª posição na produção de têxteis e a 4ª na produção de vestuário em todo o mundo. Conforme dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil Agosto 2014 Divulgação/Senac-RS F 112 38 Senac-RS forma mil aprendizes em Porto Alegre Três níveis de qualificação Na Faculdade Senac Porto Alegre, o curso superior de Tecnologia em Design de Moda forma profissionais capazes de entender e interagir com as diferentes variáveis do mercado, com enfoque na qualidade e inovação. A metodologia de ensino coloca alunos em contato com o mundo da moda, num processo de aprendizado alinhado às exigências do mercado. A unidade também proporciona a especialização em Gestão da Moda, que aborda elementos operacionais da gestão de varejo, como definição de mercadorias, precificação, promoção e apresentação de loja. É direcionado a empresários e profissionais que buscam qualificação nas áreas comerciais e gerenciais. No Senac Canoas, dois cursos técnicos são disponibilizados: Modelagem do Vestuário e Criação e Coordenação de Moda. O modelista do vestuário parte do design da roupa para executar moldes, proceder a escalas de medidas, planificar o corte dos tecidos, confeccionar e dar acabamento aos vários tipos de peças e acessórios. “Há carência de profissionais desse setor com conhecimento técnico da cadeia têxtil, e é justamente isso que aumentará as chances de o aluno encontrar uma vaga de trabalho”, ressalta Stifani. O curso de Criação e Coordenação de Moda (também oferecido pelo Senac Novo Hamburgo), por sua vez, prepara profissionais para desenhar, criar, desenvolver, acompanhar e gerir a execução de coleções de moda e de produtos até a sua comercialização. Mais informações sobre os cursos podem ser obtidas no site www.senacrs.com.br/moda. No dia 9 de agosto, o Senac-RS realizou a formatura de mil alunos das Unidades Senac Comunidade Zona Norte, Comunidade Centro e Passo D´Areia. O evento aconteceu na Casa do Gaúcho. Os jovens concluíram cursos nas mais diversas áreas de atuação e conhecimento, oferecidos por meio do Programa Senac de Gratuidade (PSG). Senac Montenegro tem novas instalações Durante a solenidade de inauguração das novas instalações do Senac Montenegro, em 23 de julho, o presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, Luiz Carlos Bohn, falou sobre a importância do investimento para o município: “Vemos sendo cumprida a missão de destinar, em prol da comunidade, os investimentos dos empresários”. O prefeito municipal Paulo Euclides Garcia de Azeredo também participou da cerimônia. agenda de eventos 27/Ago a 30/Set Unidade móvel do Senac-RS A Unidade Móvel Senac estará presente na praça Júlio de Castilhos, no centro de Erechim, oferecendo cursos da Unidade Móvel em Erechim para gerar oportunidades. O horário de atendimento será das 8h às 12h e das 13h30 às 22h. 28/Ago Tenda da Saúde O Senac Passo D’ Areia, de Porto Alegre, promoverá Agosto 2014 e de Confecção (Abit), o setor é o segundo maior empregador na indústria de transformação e o segundo maior gerador do primeiro emprego no país. Mais de 32 mil empresas trabalham no ramo, empregando 1,7 milhão de brasileiros de forma direta e mais de 2,3 milhões contando os empregos indiretos. A indústria da Moda também é a quarta maior folha de pagamento, somando R$ 13,8 bilhões (dados de 2011). Conforme a coordenadora da área da Moda do Senac Canoas, Stifani Herpich, as perspectivas de emprego pós-curso dependem da área escolhida pelo aluno. “O mercado em maior expansão para o aproveitamento de profissionais é o varejo, e não mais a produção”, revela. Embora haja predominância de mulheres no setor, Stifani diz que o perfil de estudantes é heterogêneo. Alguns são jovens ainda buscando um rumo, e outros são profissionais já na ativa que desejam mudar de área de atuação. 112 a Tenda da Saúde, das 9h às 12h, na avenida Assis Brasil, 1481. Durante o evento, serão oferecidos gratuitamente os serviços de aferição de pressão, acuidade visual, cálculo de massa corporal e massagem rápida. O telefone para contato: (51) 3341-0444. 39 GESTÃO Intuição nos negócios A mente intuitiva pode fazer diferença nos negócios, pressentindo tendências e fatos, O uso do chamado ‘sexto sentido’, todavia, ele precisa ser racionalizado e submetido a planejamento, segundo especialistas Agosto 2014 @iStock.com/kaisersosa67 “Todo o conhecimento humano começou com intuições, passou daí aos conceitos e terminou com ideias.” Assim pregava o filósofo alemão Immanuel Kant no final do século 18. Hoje a intuição é vista pela neurociência como um atalho cognitivo entre neurônios, como uma sinapse criativa. 112 40 Divulgação/Tecnoambi Aprender a confiar nela, por sua vez, é um desafio aos empresários. A aposta nesse pressentimento não deve prescindir de validação, como uma hipótese a ser comprovada. Para Alexandre Ribas, sócio da Falconi Consultores de Resultado, a intuição é muito importante nos negócios. Ela se apresenta como a capacidade que alguns executivos diferenciados têm de perceber sinais sutis do mercado a respeito do futuro. O empresário, ao exercitar essa virtude, se antecipa aos demais, abrindo negócios, ganhando clientes, apostando em novas oportunidades, ou mesmo desistindo de certos passos ou mudanças. “Se alguém lhe oferece a compra de imóveis num prédio de escritórios, você avalia o prospecto e o negócio é excelente”, descreve Ribas. “Ao visitar o local, verifica vários imóveis pequenos e antigos em volta da região, ou seja, outros espaços na redondeza se transformarão em prédios e o aluguel cairá.” Esse tipo de previsão tem por base fatos ainda sutis do mercado, que poucos leem. De acordo com o consultor, uma vez obtida a leitura do que o mercado sinaliza, é preciso tratar a intuição como hipótese no plano cartesiano. “Para se materializar em resultado, no final das contas ela deve ser colocada sob um planejamento muito forte, análise de possibilidades e controle de execução. Agir por instinto não significa agir apressadamente.” Quem aprende a se posicionar adiante dos demais tem mais chances de ingressar no mainstream do ramo. A intuição, todavia, tem como ser desenvolvida. Na visão de Ribas, a capacidade de interpretação de sinais passa pelos filtros que cada pessoa tem, as experiências vividas, erros e acertos cometidos, e conhecimento adquirido. “Quanto mais entendo do mercado, mais afio a minha intuição. Quanto mais estudo e interajo com fontes de conhecimento, e inclui-se a educação formal, mais eu refino a capacidade de leitura”, diz. Parar Cristiane Boff Maciel intuição é elemento complementar na tomada de decisão as análises contemporâneas da práxis de gestão indicam que a base de sustentação de todo negócio é a intuição do líder, e possuímos uma metodologia capaz de racionalizála e aplicá-la”, afirma. A formação é ontopsicológica, ou seja, parte do princípio de que a intuição é inerente ao ser humano e que qualquer um pode levar-se à própria realização em qualquer momento e situação, sabendo identificar em sua psique quais mecanismos racionais o desviam do destino. “Aplicamos ao negócio o uso racional da intuição, de modo a produzir uma imagem do futuro com o único resultado de uma situação vencedora. A racionalidade nada mais é do que saber fazer, como se mover e como chegar à solução”, diz. Cerca de 60% dos alunos são empresários e 40% são profissionais liberais de alta direção. Treinamento acadêmico No Estado há um cruso de especialização em Business Intuition. O curso inovador já formou quatro turmas e outras duas estão em andamento, na Faculdade Antônio Meneghetti, cuja unidade fica em Restinga Seca. Beatriz Pellegrini, coordenadora do MBA em Gestão de Negócios e Intuição, garante que a pós-graduação resulta em grande impacto na vida profissional e pessoal dos egressos. “Todas Na Tecnoambi, empresa de Caxias do Sul com dez anos de mercado na prestação de serviços na área ambiental e química, a proprietária Cristiane Boff Maciel trata a intuição como um sentimento complementar entre o seu lado sentimental e a razão. “Ela se manifesta na hora de fechar negócios e conquistar clientes, e posso perceber quando uma empresa nos procura por uma preocupação ambiental legítima ou somente por marketing”, conta. Agosto 2014 Sexto sentido 112 41 GESTÃO Vencedora dos prêmios de Competitividade MPE para micro e pequenas empresas nos níveis estadual e nacional, e do prêmio Mulher de Negócios, do Sebrae-RS, Cristiane tem 400 clientes, aos quais fornece consultoria, licenciamentos, poder de decisão De acordo com a pesquisa conduzida pela Time Inc. Fortune Knowledge Group em parceria com a agência Gyro, a intuição faz parte da rotina da maior parte dos executivos que exercem poder de decisão em grandes empresas. Confira os dados do estudo: 65% dos executivos acreditam que fatores subjetivos não podem ser quantificados (incluindo a cultura da empresa e valores corporativos) e que eles são diferenciais na avaliação de propostas concorrentes Ao escolher uma empresa para fazer negócios, 70% dos entrevistados citam a reputação da companhia como o fator mais influente A maioria (61%) dos executivos concorda que, ao tomar decisões, percepções humanas devem preceder análises de dados Agosto 2014 Ao deliberar intuitivamente, 52% dizem que a ambição, admiração e potenciais recompensas superam o medo do fracasso e de ser acusado de tomar uma decisão ruim 42 ©iStock.com/Pavlo Tyschuk 112 projetos, sistemas de gestão ambiental e treinamentos. “Cada um pode tentar desenvolver a sua intuição. O pensador indiano Osho afirma que quando meditamos e nos conhecemos mais, ela tende a aflorar. Evidentemente, é preciso pesar outros fatores para uma tomada de decisão, mas esse sentimento soa como um aviso, às vezes”, argumenta. Segundo a empresária, o sexto sentido se manifesta de forma mais latente ao conversar com as pessoas e selecionar funcionários. “Houve casos em que não dei valor ao meu pressentimento e enfrentei problemas. Hoje trato como um diferencial, quase como uma segunda opinião”, resume. intuição investigada Em julho, uma pesquisa da Time Inc. Fortune Knowledge Group, realizada em parceria com a agência Gyro, revelou que entre uma decisão intuitiva ou baseada em dados e análises, 62% dos executivos ainda preferem seguir sua intuição. O estudo, nomeado Só humano: a lógica emocional das decisões de negócios, mostra que os insights fazem mais parte da rotina de altos executivos do que se imagina. A pesquisa contou com a participação de 720 executivos seniores baseados nos Estados Unidos, dos quais 88% ocupam o cargo de diretor ou superior, sendo que todos têm poder de decisão sobre o negócio em uma ampla variedade de áreas funcionais. Cerca de 80% das empresas representadas na pesquisa têm um faturamento anual igual ou superior a US$ 500 milhões. O estudo concluiu que “apesar de terem mais informações do que nunca a respeito de qualquer assunto para tomar decisões, os executivos ainda dependem fortemente de fatores humanos para deliberar sobre a maioria das decisões de negócios”. Outras pesquisas, não tão recentes, também asseguraram o potencial da intuição no mundo dos negócios. Em 2011, a Sloane School of Business, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), comprovou que 80% das decisões de posicionamento de marca e análise de mercado em grandes empresas americanas foram feitas com base na intuição de seus presidentes. No ano seguinte, a Universidade de Iowa (Estados Unidos) conduziu outro estudo que mostrou que corretores de investimento valem-se da intuição para decidir se devem ou não investir em determinada companhia quando dispõem de poucas informações para amparar a escolha. Desde o governo Rigotto a renegociação da dívida com a União vem sendo difundida como a tábua de salvação das finanças públicas gaúchas. Em 2013, nosso déficit público foi de R$ 1,4 bilhão e o pagamento do serviço da dívida com a União consumiu cerca de R$ 2,6 bilhões. Em outras palavras, se a União perdoasse completamente a dívida nossos problemas fiscais estariam “resolvidos”. Infelizmente, a eliminação da dívida é um sonho. A possibilidade concreta é a redução dos juros para 4% e alteração retroativa o indexador para IPCA, limitado o valor total à variação da taxa Selic. Em termos práticos isso não implica uma grande redução dos desembolsos anuais, que devem continuar a superar os R$ 2 bilhões ao ano. Há um efeito colateral dessa renegociação. Ela gera redução do nosso saldo devedor, o que, em tese, abre espaço para que o Rio Grande volte a tomar empréstimos. Em outras palavras, os políticos querem renegociar a dívida para poder se endividar mais, situação justificada, politicamente, como forma de poder investir mais. Não resta dúvida de que a renegociação da dívida é importante no processo de saneamento das finanças públicas estaduais, principalmente se conseguirmos aprofundar essa negociação e reduzir os desembolsos a 9% da receita líquida. Contudo, o principal elemento do reequilíbrio financeiro passa por ajustes nas despesas correntes. Temos de limitar o crescimento dessas despesas que só deveria crescer no mesmo ritmo da inflação. Assim, o ganho real de arrecadação de ICMS, que foi de mais de 100% nos últimos 15 anos, poderia ser utilizado para cobrir nosso déficit e gerar recursos para o investimento com recursos próprios. Em outras palavras, não é preciso cortar gastos correntes. Basta fazer esses gastos cresceram no limite da taxa de inflação. Com o tempo o crescimento real da receita vai “engolir” o déficit e viabilizar investimentos. Temos de parar de transferir para a União a solução dos nossos problemas financeiros. Agosto 2014 Em meados dos anos 1990 o governo federal fez uma negociação para a consolidação das dívidas estaduais. A rigor, esse acordo afetava principalmente os quatro maiores estados da federação (SP, RJ, MG e RS), que representavam 91% do total da dívida renegociada. Posteriormente, outro grande devedor, a prefeitura da cidade de São Paulo, foi incluído na renegociação. Nessa consolidação a União assumiu quase todas as nossas dívidas e passamos e dever para a União. Os juros foram reduzidos e colocou-se um limitador no tamanho das parcelas anuais, equivalente a 13% da nossa receita líquida real. Esse limitador fez com que nunca pagássemos o total do serviço da dívida. Sem pagar as amortizações, a dívida com a União é, hoje, descontada a inflação, tão grande quanto era nos anos 1990. Lúcia Simon visão econômica A Tábua de Salvação? 112 Marcelo Portugal Consultor Econômico da Fecomércio-RS 43 nicho Food Trucks ruas ganham novas opções texto Diego Castro V Agosto 2014 ©iStock.com/NoDerog A comida de rua, oferecida por meio dos food trucks, atrai jovens empreendedores que aliam conhecimentos de gastronomia com a vontade de serem eículos adaptados como donos do próprio negócio. A interação direta com o consumidor é um dos pontos fortes da iniciativa, que busca uma pequenos restaurantes móveis, regulamentação mais adequada às suas características. que oferecem lanches e até Depois do sucesso de eventos como o Bom Fim Food Park (entre outros), em Porto Alegre, a aceitação dos gaúchos pratos gourmet, despontam no no que diz respeito às refeições ao ar livre, preparadas em mercado gaúcho veículos, é cada vez maior. 112 44 Arquivo Pessoal Sr. Coxinha: veículo no centro de Nova Prata atrai gente de todas as idades em busca de salgados e doces práticos e baratos, principalmente no fim do expediente “Quando montei o negócio, chamei como sócia pessoa com know-how de cozinha e contratei agência de propaganda para pensarmos o layout”, explica. “O preço foi estipulado com base em quesitos técnicos, calculando custo de produção, com impostos e salários, e arbitrei uma margem de lucro.” A intenção dele, no futuro, é fornecer o insumo a outros empreendedores. “É um produto muito simples de preparar, basta fritar, é prático e rápido, perfeito para comer assistindo a algum espetáculo”, vibra. Tempo ruim influencia No bairro Bom Fim, na capital gaúcha, Guadalupe Dias e o namorado Rafael Dutra comandam o Olívia e Palito desde fevereiro. Os sanduíches ‘com uma cara diferente’ (de carne de panela, de doce de banana com creme de amendoim, hambúrguer vegetariano) são o forte do food truck. Ela já havia atuado em restaurante. “Queríamos trabalhar juntos, porém o comércio em ponto fixo sairia muito caro”, conta. Nesse ramo, o investimento inicial varia entre R$ 50 mil e R$ 300 mil. O público consumidor é bem variado e a aceitação a surpreendeu pela rapidez. “Além de gostarem do cardápio, as pessoas apreciam poder estar na rua, ver os amigos, há todo um convívio”, diz. As maiores dificuldades enfrentadas por Guadalupe dizem respeito ao tempo e à garantia de vaga para estacionamento da caminhonete. “Quando chove, nós Agosto 2014 O analista de sistemas Marcos Antonio Pandolfo Junior deixou sua carreira para abrir o Sr. Coxinha, no centro de Nova Prata, há menos de dois anos, inspirado por modelo semelhante observado em outros estados. No truck, oferece coxinhas de frango, bolinhas de queijo, croquetes, minichurros e ‘lágrimas de chocolate’, massa doce recheada. Os produtos — feitos em fábrica de congelados, também pertencente a ele — e a Kombi adaptada para cozinha e decorada (investimento de R$ 60 mil) tiveram ótima aceitação. Cerca de 300 pessoas são atendidas por dia, com porções disponíveis por R$ 1,50. “Pessoas de todas as idades e classes sociais consomem o que é oferecido no veículo, excelente para o lançamento de nossa linha no mercado”, afirma. O truck de Pandolfo Jr. possui três alvarás municipais para funcionar: um de comércio com localização fixa e outro de ambulante, bem como o alvará sanitário. Em Porto Alegre, por exemplo, a regulamentação da atividade está em andamento (veja quadro na página 46). Todo o equipamento (pia, refrigerador, caixa d’água, fritadeira) é de aço inoxidável e de fácil limpeza. A venda no Sr. Coxinha ocorre de quarta-feira a domingo, e o trabalho de pré-preparação dos alimentos e limpeza exige ainda três horas adicionais de jornada. O empresário vê muito futuro no segmento, desde que o investidor conheça o produto, maneje bem o estoque, escolha o equipamento com o melhor custo/benefício e contrate bem o pessoal. 112 45 nicho Food Trucks normalmente fechamos, porque não vale a pena operar. Um aviso aos clientes é comunicado pela página do truck no Facebook”, relata. “Como nosso alvará prevê funcionamento em ponto fixo, temos ainda que madrugar para conseguir vaga na rua para podermos abrir das 16h às 22h, é um problema para o qual estudamos solução.” Remoldando o público Munir Zambrano, da Trattoria Sobre Rodas, tem participado de diversos eventos com seu caminhão, enquanto aguarda a liberação do alvará da Secretaria Municipal de Comércio de Porto Alegre para trabalhar em ponto fixo no bairro Cidade Baixa. Com experiência em cozinhas profissionais, ele apostou no cardápio italiano (risotos, massas e polentas) para conquistar seu público. “Esse era um projeto engavetado há dois anos e meio e agora luto para popularizar minha comida. Quero captar fatia de mercado de quem não está disposto a gastar muito para comer bons pratos todos os dias”, declara. Na visão dele, o novo segmento passa pela fase de remoldagem do público-alvo. “Tivemos muitos anos de comida de Olívia e Palito: sanduíches com novos Agosto 2014 Divulgação ingredientes para surpreender clientes 112 46 Projeto de lei O comércio de alimentos em ruas, avenidas e outros espaços públicos de Porto Alegre por meio de veículos adaptados está em discussão na Câmara Municipal. O mesmo debate também ocorre em Caxias do Sul. Em abril, representantes da Associação Porto-Alegrense de Food Truck estiveram no gabinete do presidente do Legislativo para solicitar alterações na lei municipal nº 17.134/08, dos vendedores ambulantes, ou a criação de uma nova lei específica para a categoria. A legislação vigente não contempla a nova tendência de restaurantes móveis, cujo cardápio não se limita a cachorro-quente, pipoca ou churros. Um projeto de lei (PLL 97/2014) tramita na Casa para regulamentar esse tipo de comércio. A questão do ponto itinerante é entrave a ser superado, pelas dificuldades de fiscalização e de demarcação dos locais possíveis de operação no município. rua pejorativamente chamada de ‘morte lenta’ na cidade, então agora elas começam a perceber um movimento em busca da qualidade”, diz. Zambrano relata que o costume do público é passar algumas vezes diante do caminhão até ter a coragem de procurar atendimento. “É uma reeducação”, resume. “Felizmente, está acontecendo rápido.” No espaço, por exigência legal, o empresário finaliza pratos, havendo uma fase de pré-preparo anterior. “Atendo desde a senhora idosa até a criancinha que come o espaguete com molho de queijo. No último evento, havia um bebê de 10 meses comendo a minha polenta”, orgulha-se. A Trattoria Sobre Rodas divulga suas ações nas redes sociais, onde mantém relacionamento com consumidores. O retorno in loco, contudo, diz muito a Zambrano. “Poder falar com o cozinheiro passa a ser um lance natural, diferentemente dos restaurantes tradicionais”, afirma. Mesmo com os contratempos do clima, o empresário acredita em retorno do investimento em menos de um ano de operação. Helsinque sem carros A capital da Finlândia, Helsinque, desenvolveu um plano de mobilidade urbana tão ambicioso que, em tese, fará com que os carros tornem-se veículos obsoletos. A cidade está implantando um modelo público de transporte interligado e tecnológico, permitindo ao usuário obter informações sobre horários e trajetos a partir de aplicativos no celular. O sistema também prevê usos mais personalizados, já que a proposta deve permitir à população a solicitação por demanda, indicando a preferência pelos diferentes tipos de serviços: táxis, bicicletas e até carros de aluguel, cada um com seu custo específico. A intenção é que o modelo esteja em funcionamento até 2025. A eficiência deve levar à redução drástica do uso de automóveis privados. Agosto 2014 ©iStock.com/AliquisNJ Energia e água limpas O holandês Piet Oosterling encontrou uma maneira inovadora para produzir água potável a partir de turbinas eólicas. Ou seja, além de disponibilizar água, o equipamento também gera energia, tudo isso da maneira mais sustentável possível. Considerada uma energia limpa, desvinculada de impacto negativo para o meio ambiente, a energia eólica gerada a partir de turbinas que parecem enormes cata-ventos tem como matéria-prima os ventos. A água também é produzida tendo os ventos como ponto de partida. O funcionamento básico remete à condensação, ou seja, as partículas de água são extraídas do ar, sendo armazenadas em tanques acoplados às turbinas. É possível produzir, em média, 7,5 mil litros de água por dia com o equipamento desenvolvido pela empresa Durch Rainmaker. Teia de aranha sintética Pesquisadores brasileiros da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia fabricaram a primeira teia de aranha em laboratório, segundo a Agência Brasil. De acordo com o pesquisador responsável pelo trabalho, Elíbio Rech, o produto tem alta aplicabilidade comercial, de forma sustentável. As vantagens do material são características como flexibilidade e resistência, além de ser biodegradável, podendo ser usado na produção de tecidos, em fios para sutura (ideal para quem tem alergia ao nylon) e também para aplicação conjunta em nanopartículas. Além disso, têm uso também em composições metálicas e plásticas usadas em placas, peças de aviões e cascos de navios. O estudo foi iniciado em 2003 tendo como base espécies localizadas na Amazônia, na Mata Atlântica e no Cerrado. O grupo, que já domina a técnica, elabora agora um mecanismo para produção de teia em alta escala, tornando o produto economicamente viável. Wilson Dias/Agência Brasil ©iStock.com/Carther pelo mundo 112 47 A tragédia que tirou a vida de Eduardo Campos produziu efeitos sobre as eleições presidenciais de 2014 e também para as próximas. Independentemente do seu desempenho nas urnas neste ano, Campos era considerado pelo setor político como um provável Presidente da República, nas eleições de 2018 ou 2022. O pernambucano tinha apenas 49 anos, era o principal herdeiro político da tradicional família Arraes e havia realizado dois mandatos com alta aprovação, como governador. Quem teve a oportunidade de conhecer o discurso que proferiu durante sua breve candidatura à Presidência, percebeu um posicionamento político que dificilmente poderá ser adotado por sua sucessora na candidatura, Marina Silva. Eduardo Campos se posicionava como um candidato capaz de quebrar a polarização das últimas décadas, entre PT e PSDB, reconhecendo os pontos positivos das duas gestões, e propondo um novo ciclo de desenvolvimento para o país. Tinha uma postura agregadora, carisma, e provavelmente sua candidatura cresceria com o início dos programas eleitorais de rádio e televisão. Com sua morte, e o ingresso de Marina Silva como candidata, e não mais como vice, todas as análises sobre o processo eleitoral Rodrigo Giacomet Consultor Político da Fecomércio-RS 48 Arquivo/Fecomércio-RS visão politica Agosto 2014 112 O efeito Campos precisam ser revistas. Embora os primeiros números das pesquisas indiquem que Marina inicia a disputa em uma condição mais confortável do que a de Campos, é preciso avaliar que a atual candidata tem um perfil político, uma história e uma imagem muito diferentes do ex-governador pernambucano. Marina construiu sua carreira política nos movimentos ambientalistas e nas comunidades evangélicas, tem posições contundentes, que desagradam a alguns setores da economia e da sociedade brasileira. Foi ministra do PT, concorreu pelo PV, fez oposição ao PSDB e, portanto, não se sabe, ainda, se conseguirá se apropriar do discurso da conciliação. Marina Silva deverá adotar o discurso da antipolítica, da candidata capaz de reunir nas urnas os manifestantes de junho de 2013, atraindo os eleitores indecisos e os que estavam dispostos a votar em branco ou nulo. Sua postura, e a maneira como entra na disputa, trazem um caráter emocional a um debate que era, até então, relativamente racional, de comparação entre governos e posicionamentos políticos e econômicos. É muito provável que a eleição tenha segundo turno, e que Dilma esteja nele. Nesse primeiro turno, as atenções estarão voltadas para a disputa entre Marina e Aécio Neves. / JUlHO 2014 monitor de juros mensal O Monitor de Juros Mensal é uma publicação que objetiva auxiliar as empresas no processo de tomada de crédito, disseminando informações coletadas pelo Banco Central junto às instituições financeiras. O Monitor compila as taxas de juros médias (prefixadas e ponderadas pelos volumes de concessões na primeira semana do mês) praticadas pelos bancos com maior abrangência territorial no Rio Grande do Sul, para seis modalidades de crédito à pessoa jurídica. Capital de Giro com prazo até 365 dias Taxa de juros Instituição (% a.m.) Capital de Giro com prazo acima de 365 dias O Citibank permaneceu com a taxa média de concessão mais jun jul Citibank 1,32 1,32 HSBC 1,59 1,42 Caixa 1,66 1,54 a colocação em segundo e Banco do Brasil 1,88 1,81 terceiro postos, respectivamente, Banco Safra 1,97 1,89 Santander 2,09 1,99 porém com redução em relação Itaú 2,11 2,12 Bradesco 2,21 2,17 baixa em julho na modalidade. HSBC e Caixa também mantiveram a junho. A média mais alta da modalidade, por sua vez, continua Taxa de juros Instituição (% a.m.) jun jul 1,27 Citibank (% a.m.) jun jul poucas alterações em julho. Com Caixa 6,94 6,94 Itaú 8,29 8,46 a ausência de informações do Bradesco 8,93 8,77 Banco Safra 8,58 8,86 mais baixa da modalidade, a Caixa Banco do Brasil 9,06 9,06 HSBC 10,22 10,23 Santander 10,80 10,80 registrado informações na semana 1,49 HSBC 1,83 1,59 de referência em junho, voltou ao Santander 1,64 1,65 primeiro posto em julho, seguido Banco Safra 1,62 1,96 Bradesco 2,14 2,03 pela Caixa. O Banco do Brasil, com Itaú 2,09 2,09 Banco do Brasil 2,36 2,55 elevação no mês, permanece com a taxa média mais elevada da modalidade. Conta Garantida Como é usual, a modalidade de cheque especial apresentou dias, o Citibank, que não havia 1,57 Cheque Especial Taxa de juros giro com prazo superior a 365 Caixa sendo praticada pelo Bradesco. Instituição Na modalidade de capital de Taxa de juros Instituição (% a.m.) O Banco do Brasil registrou redução na taxa média no início de julho jun jul Banco do Brasil 2,22 2,06 Citibank 2,01 2,12 HSBC 2,22 2,19 mensal, o Citibank aparece no Santander 2,25 2,25 segundo posto, próximo de HSBC e permanece figurando na primeira Itaú 3,04 2,57 Santander, terceiro e quarto posição. A média mais alta (10,8% Bradesco 4,09 3,93 Banco Safra 5,89 6,77 Banrisul, que registrava a média a.m.) é praticada pelo Santander. e assumiu o primeiro lugar. Com oscilação no comportamento postos, respectivamente. O Banco Safra, que já figurava em último lugar, apresentou forte elevação no mês. Taxa de juros Instituição (% a.m.) Apesar de elevação na primeira semana de julho, o Banco jun jul Banco Safra 0,92 1,26 Banco do Brasil 2,19 2,43 Santander 2,39 2,45 mais baixa na modalidade. No HSBC 2,61 2,66 segundo posto, o Banco do Brasil Bradesco 2,78 2,72 Itaú 3,60 3,62 Taxa de juros Instituição (% a.m.) Na modalidade de desconto de cheques, mesmo com leve jun jul Banco Safra 1,64 1,72 Caixa 2,07 2,07 Santander 2,54 2,47 primeira colocação, seguido pela HSBC 2,41 2,53 Caixa, estabilizada no segundo apresentou elevação em sua Itaú 2,82 2,74 lugar. O Bradesco permanece média e aparece praticamente Banco do Brasil 2,82 2,88 Bradesco 2,97 2,92 com a média de concessão mais Safra permanece, com folga, com a média de concessão empatado com o Santander. notas Desconto de Cheques aumento em sua taxa média de juros, o Banco Safra mantém a alta da modalidade. Agosto 2014 Antecipação de Faturas de Cartão de Crédito 112 1) A fonte das informações utilizadas no Monitor de Juros Mensal é o Banco Central do Brasil, que as coleta das instituições financeiras. Como cooperativas de crédito e financeiras não prestam essa classe de informações ao Banco Central, as mesmas não são contempladas no Monitor de Juros Mensal. 2) As taxas apresentadas referem-se ao custo efetivo médio das operações, incluindo encargos fiscais e operacionais incidentes sobre as mesmas. 3) Período de coleta das taxas de juros: 01/07/2014 a 07/07/2014. É permitida a reprodução total ou parcial deste conteúdo, elaborado pela Fecomércio-RS, desde que citada a fonte. A Fecomércio-RS não se responsabiliza por atos/interpretações/decisões tomados com base nas informações disponibilizadas por suas publicações. 49 Agosto 2014 112 Ficha técnica Título: Inside Job – A Verdade da Crise Gênero: Documentário Direção: Charles Ferguson Duração:108 minutos 50 Divulgação/Bliive O valor da colaboração O aplicativo Bliive aposta na colaboração para repensar a ideia de valor. Cada usuário oferece unidadeshora de seu tempo para ajudar qualquer outro na rede a desempenhar uma atividade, como cozinhar, tocar violão e fazer a mudança. Em troca, recebe TimeMoney, a moeda de tempo que serve de crédito para também usufruir de serviços oferecidos por outros. A plataforma, idealizada pela brasileira Lorrana Scarpioni, já tem mais de 15 mil usuários em 55 países e possibilitou o oferecimento de mais de 46 mil horas de experiências colaborativas. O app venceu quatro prêmios de empreendedorismo, desde que foi lançado. Confira bliive.com livro Os culpados pela crise O documentário Inside Job – A Verdade da Crise (2010) disseca as razões da grave crise financeira que abalou o mundo em 2008, quando a bolha imobiliária norteamericana estourou. Ganhador do Oscar em sua categoria, o filme é descrito pelo diretor Charles Ferguson como uma obra sobre as consequências da corrupção sistêmica praticada pela indústria de sistemas financeiros. A catástrofe, motivada pela cobiça de grandes investidores, custou mais de US$ 20 trilhões e fez com que milhões de pessoas tenham perdido as suas casas e empregos. A narração é do ator Matt Damon (Gênio Indomável) e há entrevistas com o especulador e empresário George Soros, o político Eliot Spitzer, o ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn e sua sucessora, Christine Lagarde, entre outros. Online Fotos: Divulgação/Sony Pictures filme DICAS DO MÊS A influência do dia a dia Experiências, descobertas e relatos divertidos são a base do trabalho do escritor e professor de Economia Dan Ariely para mostrar que muitas decisões, tomadas sistematicamente no dia a dia, são previsivelmente irracionais. Por que compramos produtos desnecessários? Por que a promessa de dieta acaba na sobremesa? Por que códigos de conduta reduzem a desonestidade no trabalho? Segundo ele conta no livro Previsivelmente irracional, as pessoas não compreendem as consequências do seu próprio comportamento e, por isso, tomam decisões erradas com frequência. Cada um dos capítulos se baseia em experiências realizadas ao longo dos anos, que podem ser extrapoladas para outros contextos de Ficha técnica modo a serem Título: Previsivelmente irracional percebidas suas Autor: Dan Ariely implicações Editora: Elsevier para a vida. Número de páginas: 222