Outubro / Novembro 2012 - R$ 21,50 O retorno da EMD Caterpillar / Progress Rail reinicia fabricação de locomotivas Electro Motive Diesel no Brasil RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 1 30/10/12 14:41 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 2 30/10/12 14:41 editorial Em abril de 2012, data do último levantamento do Denatran, a frota nacional de veículos automotores – considerando automóveis, caminhões e ônibus, sem motocicletas – alcançou exatos 49 milhões 464 mil 985 unidades. Dez anos antes, em dezembro de 2001, a mesma frota somava 24 milhões 881 mil 163 unidades. Dobrou em doze anos. Os especialistas discutem a projeção para os próximos doze anos, mas há consenso de que pelo menos repetiremos o resultado, chegando a algo como 100 milhões de unidades em 2022. Já temos hoje a maior frota de ônibus do mundo, teremos talvez a quarta maior frota de veículos automotores de quatro rodas. O problema com esse modelo de mobilidade é que ele só funciona bem onde existe muito espaço e pouca gente. Naqueles subúrbios americanos do cinema, por exemplo, com gramados verdes e casas sem cercas. Em países com muita gente concentrada em poucas cidades, como é no nosso caso, não dá certo. Mas isso sabemos todos, e não há o que fazer, dado que todo mundo quer ter seu carro e o governo está do lado da indústria automobilística. O lado bom dessa história, se lado bom existe, é que o caos resultante nas cidades brasileiras vai impor VLTs, trens metropolitanos e metrôs por toda parte. É o que está se vendo em capitais e cidades do interior: hoje existem 21 cidades brasileiras com transporte ferroviário, sendo seis com sistemas em implantação e 12 com sistemas em expansão. Mais virão. E o que os ferroviários e metroviários sempre disseram vai se impor como forma de sobrevivência das cidades e de seus habitantes. ASSINE www.revistaferroviaria.com.br fiNaNCeiro sede Julio fontana diretora: regina Perez rua Pamplona, 1.465 sala 113 Paulo alvarenga [email protected] redaÇÃo daniel Moreira editora: Mariana Neves [email protected] repórteres: daniel Betting agenor Marinho antonio ismael Ballan Celso santa Catarina diaGraMaÇÃo PP7 Publicidade alexander ellwanger fax: (11) 3562-4724 sUCUrsaL rua México, 41 - sala 905 ruan segretti estagiária: Carolina fortunato Cep: 01405-002, são Paulo - sP tels: (11) 3059-6060 CirCULaÇÃo CoNseLHo editoriaL 6 edições, boletim e acesso ao site José Geraldo Baião ricardo Chuahy ano 73 / outubro/novembro de 2012 Anual: R$ 129,00 PUBLiCidade Cep: 20031-144, rio de Janeiro - rJ tel: (21) 2532-0260 revista ferroviária é uma publicação da supervisor comercial: Claudinei santos JorNaLista resPoNsáveL Luiz fernando ferrari executivos de contas: Gerson toller Gomes - Mtb 17.354.212 Guilherme Quintella Gustavo Lauria Henrique aché raul Urrutia inscrição Municipal: 4.131.725-4 José antonio Martins [email protected] registro no iNPi: 816.399.964 editora ferroviária Ltda. CNPJ: 12.464.344/0001-30 revista ferroviária | oUtUBro/NoveMBro de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 3 3 30/10/12 14:41 sumário ano 73 / outubro/novembro 2012 ENTREVISTA em entrevista à revista ferroviária, o presidente da anut, Luiz Henrique Baldez, fala do novo cenário aberto para os clientes das ferrovias 26 DIÁRIO DE BORDO Para conhecer e entender como funciona a ferrovia do aço, a equipe da revista ferroviária fez a rota entre andaime (MG) e a entrada da ilha Guaíba (rJ), em um percurso de três dias Outubro / Novembro 2012 - R$ 21,50 60 O retorno da EMD Caterpillar / Progress Rail reinicia fabricação de locomotivas Electro Motive Diesel no Brasil RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 4 Capa - Locomotiva sd70 fabricada pela Progress rail para a vLi. essa é a primeira máquina produzida na nova fábrica da empresa em sete Lagoas (MG). foto: Patricia Caggegi/rf Pág 48 ISENÇÕES TARIFÁRIAS Governo federal adota medidas que prometem tornar a indústria nacional mais competitiva, aumentar a produtividade e melhorar a infraestrutura ferroviária do país 92 trem de longo percurso da operadora russa rZd, atravessando o rio don, na cidade de rostov-on-don, no sul da rússia. os trens de longo percurso da russia trafegam em linhas até 1.150 km. foto: divulgação rZd 30/10/12 14:41 INVESTIMENTOS as reações das empreiteiras, indústria, clientes e ferrovias ao Plano de investimento em Logística anunciado pela presidenta dilma 34 AMSTEDMAXION fabricante de vagões e componentes lança novos produtos, entre eles um vagão double-stack pentaarticulado que será entregue à Mrs e utilizado no projeto da Contrail 96 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 5 30/10/12 14:41 cartas Importação de trilhos O maior descaso com a siderurgia brasileira e um tremendo absurdo, a importação de trilhos. Já fabricamos no passado, por que não incentivar a própria CSN a voltar a fabricar? Será que ninguém ainda fez as contas de quantas mil toneladas de trilhos serão utilizadas no projeto TGV brasileiro e suas futuras e imediatas ramificações? Seria a utilização de nosso minério de ferro, antes de exportá-lo a preço de banana. E a geração de empregos??? Osvaldo Quintian [email protected] Será que alguém poderia explicar o porquê de o Brasil não fabricar trilhos ferroviários?!!! Luiz Carlos Peçanha [email protected] Demora no Expresso Jundiaí Vai demorar? Porquê então algo tão sofisticado logo de cara? Não se pode fazer as coisas desenvolverem-se por etapas? A CPTM já conta com vias duplicadas e eletrificadas até Jundiaí, podendo-se colocar trens semi-expressos compartilhando as vias com os trens metropolitanos. E de Jundiaí à Campinas já existe a faixa ferroviária, podendo-se instalar as vias da CPTM ao lado da já existente linha utilizada para cargas. Pode-se perfeitamente começar com um projeto mais básico, porém eficiente, e a partir disso evoluir futuramente às etapas mais arrojadas conforme a demanda assim o exija.O que as pessoas pre6 cisam no dia a dia dos transportes é agilidade, praticidade e conforto (que não precisa ser luxo). Edison Ribas [email protected] Santiago Wessner [email protected] Puxa vida! Até São Luís do Maranhão vai ter VLT e o Estado de São Paulo não! O que o PSDB está fazendo com o meu estado? Eles só cuidam dos trens da Capital Paulista. O Interior e o Litoral que se danem. O empresário ferroviário ainda não entende desse ramo. Temos que ressuscitar o Visconde de Mauá, que sabia fazer negócios, sempre perseguido pelos invejosos. Quem sabe não encontramos novos Eikes Batistas da vida? Os que conheciam ferrovia aqui já estão desencarnados, olham parceria com desconfiança. Que venham os estrangeiros, que tem dinheiro e precisam conhecer o Brasil, mas olham com bons olhos, o emergente País... VLT de São Luís Gleizer Antonio Pereira de Oliveira [email protected] Acredite se quiser! Mais um elefante branco que irá ficar atolado!! Leonardo Alão Pires [email protected] Adriano Guimarães [email protected] E alguém em algum momento achou que seria diferente? ja conhecemos de cor e salteado essas histórias. Pelo tempo que fala sobre esses trens regionais, já deviam estar circulando há muito tempo. Então meus amigos, vamos dar corda a esses envolvidos nessa ladainha, para que se enforquem, sozinhos (...). mapa: gismaps Traçado do VLT de São Luis revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 6 30/10/12 14:41 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 7 7 30/10/12 14:42 FOTO: Divulgação cartas rá um país desenvolvido. João de Paiva Andrade [email protected] Sou ex-funcionário da CAF Brasil. Eu e mais de 200 funcionários fomos demitidos porque segundo a empresa não tem serviço para nós brasileiros. Então, que história é essa de não ter tempo para tal fabricação, se estão demitindo funcionários aqui no Brasil? Reinaldo Vilas Boas [email protected] O modelo Urbos da CAF foi o escolhido para o VLT de Cuiabá (MT) Vamos esperar para ver... Rio-Vitória Que bão que o trem de passageiro possa voltar... Já fiquei na rodoviária do RJ, das 23:00 até 12:45, à espera de um ônibus para o Espírito Santo. Fernando Souza Benedito [email protected] Poderão aproveitar boa parte da linha férrea antiga para transporte de passageiros. Mesmo ela tendo sido construída no século 19 e início do 20, possui um traçado com longas retas, graças a topografia da região de Campos, por exemplo. mais 20 anos em construção. Esdras Siqueira Franco [email protected] Vamos esperar para ver... Ivan Vasconcelos [email protected] VLT de Cuiabá fabricados na Espanha Isto só pode ser piada! Guilherme Moreira Silva [email protected] José Maria Burin [email protected] Legal, estamos nos preparando para uma assinatura que pode ocorrer daqui a um ano, de algo que a construção pode demorar anos. Melhor guardar esta manchete para o dia que o tal contrato for assinado. Pelo andar das obras do PT, isso vai demroar muito a virar realidade, vide obras do PAC paradas e a ferrovia há Qual a justificativa, mesmo? Prazo de entrega? Será mesmo? Quantos empregos e quanta receita são gerados na fabricação dessas composições? A Espanha está em crise, não? Abriria mão dos empregos e da receita? E o Brasil continua exportando minério e soja. Manufatura, onde está você? Desse jeito, jamais o Brasil se torna- 8 Ivan Vasconcelos [email protected] Vagões sucateados Grande parte desses vagões eram da extinta Fepasa, que foi incorporada pela Rede em 1997 e privatizada em 1998. Nesse período, eu trabalhava lá. Até o ano de 2005, eu avaliei para venda esses vagões pelo menos trés vezes. Será que agora vai? Tão esperando os vagões debutarem, ou seria melhor que eles atingissem 18 anos de privatização para serem leiloados? Além do mais, a maioria desses vagões não possui mancal, nem rolamento tem, e os mancais de bronze já foram roubados há mais de 10 anos. É sucata de material ferroviário. Acorda!!! Nelso Corrêa Granja Para escrever para a Revista Ferroviária mande um email para: [email protected] ou escreva para: Rua Pamplona, 1.465 - sala 113 CEP 01405-002, São Paulo - SP revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 8 30/10/12 14:42 Trens Turísticos FCA Você vai viajar por muitas décadas. De São João del-Rei a Tiradentes e de Mariana a Ouro Preto, os Trens Turísticos levam você para uma viagem inesquecível, repleta de história e paisagens de tirar o fôlego. www.trensturisticos.fcasa.com.br RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 9 30/10/12 14:42 gente A Companhia de Transportes sobre Trilhos do Estado do Rio de Janeiro (RioTrilhos) nomeou Heitor Lopes de Sousa Júnior para a diretoria de Engenharia. O novo diretor da RioTrilhos é arquiteto e funcionário de carreira da companhia. Ele ocupava a gerência da divisão de projetos civis e arquitetura e assumiu a diretoria no início de setembro. Heitor Lopes assume o lugar de Bento José de Lima, que estava na RioTrilhos desde 2007 e era responsável pelo projeto de implantação da Linha 4, que vai ligar a Barra da Tijuca até Ipanema Thales tem um novo diretor-geral no Brasil D esde 1º de setembro, a Thales tem um novo diretor-geral no Brasil, o francês Julien Rousselet. Aos 37 anos, Rousselet é administrador de empresas e mestre em marketing. Ele entrou na Thales em 2007, como diretor Comercial no México e depois foi diretor-geral no país. O executivo também trabalhou por oitos anos na área de telecomunicações da Alcatel, com atuação em toda a América Latina. Além de mudanças no Brasil, a empresa anunciou o argentino Cesar Kuberek como vice-presidente da Thales na América Latina. Formado em engenharia aeronáutica e negócios internacionais, ele trabalha na Thales há 10 anos. 10 Angelo Baptista assume a Transnordestina N o começo de outubro, o projeto logístico de uma siderurgia no economista Angelo Bap- Pará e depois foi para a Transnordestitista assumiu a presidên- na. Baptista também foi presidente da cia da Transnordestina Companhia Docas do Espírito Santo e Logística, no lugar de Tufi Daher Fi- do Maranhão, e diretor Comercial e de lho. Baptista foi diretor Comercial da Novos Negócios da Rumo Logística. Transnordestina, e n t r e 2004 e 2007, e participou da criação do projeto da Nova Transnordestina e da reestruturação da empresa. Ele retorna após c i n c o anos fora da companhia. Carioca, Baptista iníciou sua carreira como est a g i á r i o Baptista foi diretor comercial da Transnordestina entre 2004 e 2007. da Vale, O ex-presidente da Transnordesem 1986, onde ficou por 16 anos, sendo 12 deles na área de fundos de pen- tina, Tufi Daher Filho, assumirá uma são. Em 1998, foi trabalhar na área de diretoria executiva da Companhia Silogística, em São Luís (MA), e pouco derúrgica Nacional (CSN), controlatempo depois assumiu a gerência geral dora da Transnordestina. A pasta ainda da logística do Sistema Norte da Vale, não foi definida. Ele vai continuar no que inclui a Estrada de Ferro Carajás. conselho de administração da TransApós o período na Vale, trabalhou no nordestina e no da MRS Logística. Foto: Divulgação Novo diretor de Engenharia na RioTrilhos C M Y CM MY CY CMY K revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 10 30/10/12 14:42 ML003312A Anuncio.ai 8/22/12 11:14:02 AM C M Y CM MY CY CMY K RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 11 30/10/12 14:42 gente João Vicente Bresolin Araujo assume a Ferroeste O Foto: Divulgação engenheiro eletrônico Yuri Sanches assumiu em setembro a direção executiva da divisão de sistemas ferroviários, mobilidade e logística da Siemens brasileira. O cargo era de Paulo Alvarenga desde 2009. Sanches trabalhou por 25 anos na Siemens, atuando nas áreas de telecomunicações e tecnologia da informação. Ele estava fora da Siemens há um ano, quando assumiu a presidência da Atos, prestadora internacional de serviços de TI, na América Latina. O engenheiro João Vi- tração pelo Centro Universitário cente Bresolin Araujo Franciscano do Paraná (UniFae). O é o novo presidente da novo presidente da Ferroeste atuou Estrada de Ferro Para- no setor de transportes da América ná Oeste – Ferroeste. A presidência Latina Logística (ALL). " Conheço da Ferroeste vinha sendo exercida setor ferroviário e a Ferroeste tem interinamente por Abelardo Círico, solução e tem futuro" que acumulava o cargo de diretor Administrativo e Financeiro. Bresolin Araújo é neto do empresário Hylo Bresolin, um dos idealizadores da Ferroeste. Ele é formado em engenharia florestal pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) O novo presidente da Ferroeste já trabalhou na ALL e em adminisFoto: Divulgação Divisão ferroviária da Siemens sob novo comando Hélio Mauro França vai para EPL O Sanches trabalhou por 25 anos na Siemens, nas áreas de telecomunicações e TI 12 Foto: Divulgação e x - s u p e r i n t e n d e n t e entre o Rio de Janeiro, São Paulo executivo da ANTT, e Campinas. Roberto Dias David Hélio Mauro França, assumiu a superintendência execuf o i tiva da ANTT eleito diretor pelo no lugar de Conselho de AdmiFrança. Ele nistração da Emera da equipe presa de Planejade Hélio Maumento e Logística ro França na (EPL), no começo ANTT. David de outubro. Franassumirá a coça trabalhou com ordenação do Bernardo Figueiregrupo que cuido na estruturação da do projeto do projeto do Trem França trabalhou na estruturação do TAV Riodo TAV. de Alta Velocidade São Paulo-Campinas revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 12 30/10/12 14:42 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 13 30/10/12 14:42 gente Marco Missawa é o novo diretor presidente Faiveley FOTO: DivulgaçãO O engenheiro eletricista Marco Missawa assumiu a presidência da Faiveley Transport no Brasil, em setembro. Ele ficou no lugar de Carl Alvenius, que estava no cargo há oito anos. Missawa trabalhou por 24 anos na Siemens, nas áreas de indústrias de base, automação e mobilidade. Ele foi o CEO da área de negócios de Service e Rolling Stocks, com responsabilidade também pela fábrica de modernização de trens da Siemens em Cabreúva, no interior de São Paulo. Marco Missawa assumiu o cargo em setembro MW ENGENHARIA www.mweng.com.br Estação Pinheiros - São Paulo SUPERAR DESAFIOS É GARANTIR QUALIDADE DA OBRA E ELEVAR O BEM-ESTAR DA SOCIEDADE. Profissionais de excelente nível técnico fazem da MW uma empresa altamente respeitável na execução de obras que envolvam montagens eletromecânicas. Uma experiência que se comprova a cada dia nos setores metroviários, aeroportuários, subestações de energia, indústrias e empreendimentos comerciais. Afinal, para a MW ENGENHARIA a missão de uma obra só estará realmente concluída quando o resultado superar as expectativas. É isso que nos estimula a superar grandes desafios. Rua Humberto I, 236, CJ 141, Vila Mariana, São Paulo/SP - Tel: 55 11 5539-3919 AF_Anun_21x14 3.indd 1 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 14 05/10/11 12:30 30/10/12 14:42 E. 0/11 12:30 Alcoa trazendo força e tecnologia para sistemas de fixação O Bobtail® linha Huckbolt® da Alcoa, tem força (alta performance) em seu DNA porque além de ser auto travante é capaz de fixar materiais “Aço - Aço” ou “Aço - Alumínio” e seu desempenho foi projetado pelo moderno centro tecnológico da Alcoa Fastening Systems. Como todos os Huckbolts Alcoa, o fixador Bobtail é fabricado para resistir mesmo nos ambientes de vibração mais intensiva, oferencendo de 5 a 10 vezes maior resistência à fadiga quando COMPARAÇÃO DE VIBRAÇÃO TRANSVERSAL É Instalado em tempo recorde de apenas 2 segundos, possuindo inspeção visual na aplicação. Resistência, produtividade e confiabilidade. É a força da Alcoa incorporada em cada produto da sua linha Huckbolt. Compactas e leves, as ferramentas de instalação Huck Bobtail oferecem maior flexibilidade ao operador, bem como alcance estendido em áreas difíceis FIXAÇÃO (EM MILHARES DE LBF) comparado aos parafusos e porcas convencionais. 25 20 B OBTAIL 15 10 P O R C A e parafuso 5 0 0 50 100 150 200 250 TEMPO ( S E G U N D O S ) Assim que a vibração começa, a carga de aperto decai rapidamente com as porcas e parafusos, enquanto se mantém constante com o BobTail. C O N T A T O TOTAL D E M E T A L COM METAL E L I M I N A FOLGAS Alcoa Fastening Systems Fale Conosco: 0800 015 9888 [email protected] afshuck.net RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 15 30/10/12 14:42 expressas Alstom confirma construção de fábrica no Rio No fim de setembro, o presidente mundial da Alstom Transport, Henri Poupart-Lafarge, confirmou que a empresa fez um acordo com o governo do Estado do Rio de Janeiro para a construção da segunda fábrica de material rodante no Rio de Janei- ro, em Deodoro, além da que tem na Lapa, em São Paulo. O início da construção, segundo Poupart-Lafarge, depende da Alstom obter a encomenda dos 30 trens que a SuperVia deve adquirir por conta própria, depois dos 60 que o Estado comprou da chinesa CNR. A unidade ficaria nas instalações da antiga fábrica de vagões CCC, ao lado das oficinas da SuperVia, em Deodoro. A empresa também tem expectativa em relação aos projetos de VLTs cariocas. FGV terá curso de pós-graduação em infraestrutura A Fundação Getulio Vargas (FGV) anunciou que vai criar um novo curso, o Pós-GVlaw Direito da Infraestrutura. O objetivo do curso é especializar profissionais para projetos de infraestrutura, a partir dos seus aspec- 16 tos jurídicos. O curso terá duração de 18 meses e será voltado para formados em cursos de direito, contabilidade, administração e engenharia, profissionais fundamentais para viabilidade e implemen- tação de projetos de infraestrutura. A metodologia do curso está sendo analisada em função de empreendimentos nas diversas áreas, ilustrando os principais temas envolvidos em empreendimentos de infraestrutura. revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 16 30/10/12 14:42 São Paulo disponibiliza minuta do edital da PPP da Linha 6 A Parceria Público Privada (PPP) engloba a implantação, operação e manutenção da nova linha, que terá 34,1 quilômetros de extensão entre a Bandeirantes e a Cidade Líder. O edital ficará disponível para con- sulta pública até o dia 21 de novembro, data limite para o recebimento das sugestões. A minuta do contrato e seus anexos serão disponibilizados no site www.stm.sp.gov.br, no link “PPP Linha 6”. Foto: Metrô - SP A Secretaria dos Transportes Metropolitanos (STM) disponibilizou a minuta do edital da concessão patrocinada para a prestação de serviços públicos de transporte para a Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo. Mapa esquemático da Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 17 17 30/10/12 14:42 expressas Projeto nota 10 Exemplo Presente na inauguração, Bernardo Figueiredo, presidente da recém criada EPL, usou o caso bem sucedido da Rumo para dar um recado aos empresários: “A Rumo pode servir de exemplo para outras empresas que, como a Cosan, não se conformam com a insuficiência em logística e partem para soluções próprias, ou se associam com as operadoras ferroviárias existentes”. No caso, a associação foi com a ALL, que opera o projeto, sob o controle atento de Julio Fontana, presidente da Rumo. Na entrevista coletiva que antecedeu na inauguração, Julio e Marcos disseram que a negociação para a compra da maioria das ações do grupo de controle da ALL está avançando e pode estar concluída até o final deste ano: “os sócios estão conversando – disse Marcos – e nós mantemos a proposta feita no início do ano”. Com a maturação do projeto, em 2014, perto de 80 % do açúcar de exportação chegará a Santos de trem, reproduzindo e indo além do que aconteceu com a soja na década passada. FOTO: DivulgaçãO Ainda falta construir a cobertura dos navios em Santos, para embarcar açúcar em dias de chuva, e duplicar 180 km de linhas no planalto paulista. Mas com a inauguração, em 22 de outubro, do terminal concentrador de Itirapina, entre Rio Claro e Araraquara, o projeto da Rumo Logística está quase concluído. Em 2013, perto de 9 milhões de toneladas de açúcar de 100 usinas paulistas chegarão a Santos de trem, o que ainda pode crescer, dependendo da safra. Em 2014, o projeto deve estar completado, com o transporte de 11 milhões de toneladas por ferrovia. Em Itirapina, ficou claro que a empresa está olhando mais além. “Podemos sim replicar este modelo com outras cargas”, disse Marcos Lutz, diretor presidente da Cosan, a cooperativa de usinas que controla a Rumo. Hoje, as 50 locomotivas e os 729 vagões, sendo 229 a caminho, já transportam soja e milho na entressafra da cana. “Podemos inclusive ser operadores ferroviários no futuro”, diz ele. No grupo, presidido por Rubens Olmeto, e que compreende a Raizen, a Cosan Lubrificantes e a Radar Propriedades Agrícolas, já se fala em Cosan Infraestrutura. Teste o Me Ministro dos Transportes, Paulo Passos; Bernardo Figueiredo, presidente da EPL, e Marcos Lutz, presidente da Cosan, conversam na inauguração do terminal de Itirapina (SP) Veda TAV da Califórnia tem obras aprovadas A Administração Federal de Ferrovias dos Estados Unidos (USFRA, sigla em inglês) aprovou construção do primeiro trecho da linha, que vai de Merced para Fresno. As obras estão previstas para iniciar no próximo ano. O trecho Merced-Fresno é o primeiro de vários projetos-chave que 18 compõem um sistema ferrovia à São Francisco e Los Angeles, em menos de duas horas. A obra é aguardada pela população da Califórnia. O TAV tem o apoio bi-partidário (Democrata e Republicano) dos prefeitos de Los Angeles, São Francisco, San Jose, Sacramen- Facili to e Fresno, assim como de grandes líderes trabalhistas e ambientais. Segundo o governo da Califórnia, o TAV não só proporcionará uma ligação mais rápida entre as cidades, mas também investirá bilhões de dólares em melhorias para linhas ferroviárias locais e regionais. revista ferroviária | oUtUBro/NoveMBro de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 18 30/10/12 14:43 AmstedMaxion fabricará vagões em Moçambique A AmstedMaxion anunciou no dia 18 de outubro, um acordo de transferência de tecnologia com a Cometal Sarl, do grupo indiano Tata, para a fabricação e manutenção de vagões em Moçambique. A parceria deve gerar cerca de 150 empregos diretos no país. Em comunicado, a AmstedMaxion informou que “vê o mercado em Moçambique com um grande potencial no segmento ferroviário”. A Cometal Sarl atende o mercado africano e é equipada com uma linha de montagem de vagões de vários tamanhos e tipos, além de prestar serviços de reforma e adaptação de vagões ferroviários. O mercado de vagões em Moçambique deve aquecer nos próximos anos. A Vale está investindo em estrutura logística para escoar sua produção de carvão da mina de Moatize ao terminal marítimo de Nacala-à- -Velha, no Norte do país. A empresa vai remodelar um trecho da ferrovia existente e construir outro trecho a partir de Malawi. FOTO: DivulgaçãO Vagão Hopper sendo fabricado na unidade da AmstedMaxion, em Hortolândia (SP). Como o mercado ferroviário exige componentes de alta durabilidade em ambientes severos, a Crouzet, especialista em chaveamento rápido em baixa tensão apresenta o seu novo interruptor PBX SECURE de ação de abertura direta. 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(11) 250575-00 [email protected] www.cstsensors.com.br revista ferroviária | oUtUBro/NoveMBro de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 19 Créditos de fotografia : Ginko, Daniel Lattard, Schneider Electric, Michael Damkier, SNCF A NOVA CHAVE DE AÇÃO DE ABERTURA DIRETA, DEDICADA AO MERCADO FERROVIÁRIO 19 30/10/12 14:43 expressas Valec licita projeto e obras do pátio de Anápolis A Valec publicou no dia 19 de outubro, o aviso da licitação para a elaboração do projeto executivo e execução das obras para a implantação do pátio de Anápolis (GO) da Ferrovia Norte-Sul. O recebimento das propostas será no dia quatro de dezembro, às 10h, no auditório da Valec, em Brasília. A licitação será por Regime Diferenciado de Contratação (RDC), que foi criado pela Lei 12.462/2011 e permite a flexibilização de licitações e contratos destinados à realização da Copa das Confederações, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. Em junho, o Senado aprovou a ampliação da apli- cação para as todas as obras incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O edital será disponibilizado nos sites www.valec.gov.br e www.comprasnet.gov.br . Outras informações podem ser obtidas nos telefones (61) 2029-6481 ou (61) 2029-6482. MRS inaugura novo CCO em Minas Gerais A MRS Logística inaugurou, no fim de setembro, seu novo Centro de Controle Operacional (CCO), em Juiz de Fora (Minas Gerais). O novo CCO vai controlar os 1.674 quilômetros de extensão da malha da MRS. Antes, o controle dos trechos de Piaçaguera e Paranapiacaba era feito em São Paulo. O CCO faz parte do projeto do novo sistema de sinalização que a MRS está implantando, o CBTC (Communications Based Train Control). A empresa está investindo cerca de R$ 300 milhões na tecnologia. A companhia também mudou o sistema analógico para o sistema de comunicação digital por voz. Os novos sistemas do CCO disponibilizam mais informações em tempo real e permitem o controle mais preciso das operações. A empresa destaca que o novo sistema de comunicação já está contribuindo para os resultados - já reduziu em 20% o tempo de circulação dos trens em alguns trechos e registrou recordes na manutenção da via permanente. O trabalho mais integrado das áreas permite o CCO programar e realizar um número maior de paradas preventivas, e com isso a manutenção tem mais tempo e condições 20 de trabalhar na via. A empresa também iníciou o serviço de trens regulares para o transporte de contêineres entre o porto de Santos e a região de Campinas, no interior de São Paulo. Antes, a MRS fazia essa rota, mas sem a regularidade e a capacidade atual. De acordo com a MRS, o novo serviço foi viabilizado após aquisição das novas locomotivas de cremalheira e a parceria com o terminal logístico Rumo Logispot, em Sumaré, também no interior de São Paulo. As duas primeiras locomotivas Stadler compradas pela MRS chegaram ao Brasil no início de outubro. As outras cinco máquinas chegarão até o final de março de 2013. O serviço é caracterizado pelo transporte de 28 vagões, com capacidade de até quatro TEUs por vagão e lote mínimo de 10 TEUs. A frequência mínima é de três vezes por semana, podendo ser diário, conforme a demanda. O transit time é de 19 horas. Foto: Divulgação Novo CCO vai controlar toda malha da MRS revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 20 30/10/12 14:43 www.siemens.com.br/mobility Mobilidade Completa. Soluções de mobilidade sustentáveis dentro e entre as cidades. Como podemos tornar a mobilidade mais eficiente nas cidades e facilitar a integração com outras cidades? Como garantimos uma integração amigável nos diversos meios de transporte? Abrindo caminho para as pessoas e mercadorias em todo o mundo, levando-os aos seus destinos de maneira segura, rentável e com impacto ambiental reduzido – essas são as respostas da Siemens para mobilidade. e de suprimento de energia elétrica de tração, a Siemens proporciona a plena utilização das linhas e da capacidade dos modais. Sistemas inteligentes de emissão de bilhetes e de controle de tráfego também voltados à interface com o transporte metro-ferroviário são dotados de tecnologias que reduzem o tempo de trajeto e os custos operacionais. Mais de 40 projetos simultâneos em todo o mundo evidenciam a experiência da Siemens em soluções completas de transporte metro-ferroviário. A Siemens oferece produtos e soluções da mais alta tecnologia de uma única fonte. Desde o fornecimento de veículos metro-ferroviários com eficiência energética, passando por modernos sistemas de automação ferroviária revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 21 Answers for infrastructure. 21 30/10/12 14:43 agenda Brasil DEZEMBRO NOVEMBRO ENCONTREM 2012 05/11| SÃO PAULO, SP Organização: Abifer e Simefre Website: http://www.abifer.org.br/Index.aspx FEIRA NEGÓCIOS NOS TRILHOS 2012 DE 06 A 08/11| SÃO PAULO, SP Informaçãoes: (11) 4689-1935 Organização: UBM E-mail: [email protected] Website: www.ntexpo.com.br I CONGRESSO METROFERROVIÁRIO BRASILEIRO DE 06 A 08/11 | SÃO PAULO, SP Informações: (11) 2387-0111 / 2389-1161 Organização: ANTF, ABIFER, ANPTrilhos e Simefre REUNIÃO CB06: SINALIZAÇÃO, TRAÇADO E INFRAESTRUTURA 06/11| SÃO PAULO, SP Organização: Simefre Informações: www.simefre.org.br REUNIÃO CB06: TRILHOS, FIXAÇÕES, DORMENTES E LASTRO 07/11| SÃO PAULO, SP Organização: Simefre Informações: www.simefre.org.br REUNIÃO CB06: RODAS, EIXOS, ROLAMENTOS, RODEIROS, AMV E CRUZAMENTOS 08/11| SÃO PAULO, SP Organização: Simefre Informações: www.simefre.org.br HEAVY HAUL RAIL SOUTH AMERICA 04 E 05/12 | SÃO PAULO, SP Organização: Informa Group Website: www.informagroup.com.br ABRIL 2013 34ª REUNIÃO GPAA DE 17 A 19/04| RIO DE JANEIRO, RJ E-mail: [email protected] Website: www.forumgpaa.com.br Exterior NOVEMBRO CBTC WORLD CONGRESS 06 A 08/11| AMSTERDÃ, HOLANDA E-mail: [email protected] Website: www.cbtcworldcongress.com RAIL REVENUE & COSTUMER MANAGEMENT 14 E 15/11 |AMSTERDÃ, HOLANDA Organização: Terrapinn E-mail: [email protected] Website: www.terrapinn.com/2012/rail-revenue-customermanagement UK AIR RAIL 29/11| LONDRES, INGLATERRA E-mail: [email protected] Tel : +44 (0) 0208 339 6124 Website: http://www.airrailevents.com/ FEVEREIRO 2013 REUNIÃO CB06: VAGÕES, LOCOMOTIVAS, TRUQUES, ENGATES E ACESSÓRIOS 09/11| SÃO PAULO, SP Organização: Simefre Informações: www.simefre.org.br MIDDLE EAST RAIL 2013 DE 5 A 7/02 | DUBAI, EMIRADOS ARABES Organização: Terrapinn Email: [email protected] Website: www.terrapinn.com/exhibition/middle-east-rail TRANSPOQUIP LATIN AMERICA DE 21 A 23/11 | SÃO PAULO, SP Organização: Real Alliance Website: www.transpoquip.com.br RAIL TEL 2013 DE 19 A 21/02 | VIENA, AUSTRIA Organização: Terrapinn Email: [email protected] Website: www.terrapinn.com/2013/railtel-europe 22 MAIS DE TRÊS DÉCADAS DEDICADAS AO APRIMORAMENTO TÉCNICO E A QUALIDADE TOTAL DOS SERVIÇOS PRESTADOS NA CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO DE INFRA-ESTRUTURA E SUPERESTRUTURA FERROVIÁRIA. revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 www.pelicano.eng.br – Avenida Talma Rodrigues Ribeiro, 6897, Civit II, Serra/ES, 29168-080 – 27 3298-5200 – [email protected] RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 22 30/10/12 14:43 Norgren_1 AUTOMAÇÃO PARA CARGA/DESCARGA MAXIMIZANDO SEGURANÇA, CONFIABILIDADE E EFICIÊNCIA YOU CAN SEE OUR THINKING rtas s / Pos a h l i t Esco inferiore das atiza autom Produtos convencionais e customizados para serviços pesados desenvolvidos para fornecer anos de operação segura e confiável – mesmo nos piores ambientes, para controle automatizado de escotilhas superiores e inferiores (tampa de descarga). As soluções inovadoras da Norgren foram desenvolvidas priorizando uma operação segura e eficiente, diminuindo o custo total de operação e promovendo um ganho expressivo para operadoras. Tudo isso aprovado e com um suporte local excepcional. Conheça mais sobre nosso pensamento em nosso site. ENGINEERING ADVANTAGE Sistem Anti-fa a lha Ro e Co busta nfiáv el Veja mais sobre nosso pensamento no site www.norgren.com/br ou entre em contato com nosso time ferroviário através do tel 11 5698 4039 ou e-mail [email protected] revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 ng.br Norgren_120981_innotrans-freight_v3_sa REPRO.indd 1 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 23 23 11/09/2012 17:07 30/10/12 14:43 lançamentos Randon desenvolve novo vagão para transporte de cimento A Randon desenvolveu para a MRS um novo vagão para transporte de cimento. O protótipo do Slider FLT já está sendo testado na malha da concessionária. Seu peso bruto é Foto: Divulgação de 130 toneladas, com capacidade de 99 toneladas de carga em 56 paletes. Desenvolvido para transportar mais sacos de cimento, o Slider FLT tem paredes móveis que auxiliam na fixação da carga e dois pisos para carregamento. Conta também com proteção superior para trilho de lona, que previne danos causados pelo choque de empilhadeiras e vigas laterais retas, que facilitam a manutenção e operação do vagão. Ficha técnica: O vagão Slider FLT tem maior capacidade para o transporte de cimento 24 Bitola 1.600 mm Peso bruto máximo 130 ton Manga de eixo 6.1/2” X 9” Tara aproximada 31 ton Carga líquida máxima 99 ton Quantidade de paletes transportados 56 Comprimento total 20 m revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 24 30/10/12 14:43 Swiçalment lança ativador de combustíveis Foto: Divulgação A Swiçalment está lançando no Brasil o SSL Petrol Energizer, um ativador de combustíveis para locomotivas. O produto promete reduzir o consumo de combustível, a emissão de CO2 e aumentar a eficiência de combustão. Vendido na Europa e África desde 2006, o SSL foi testado em uma locomotiva da Estrada de Ferro Trombetas, da Mineração Rio do Norte (MRN), e o consumo de combustível foi 11,4% menor. O produto também atua no momento da queima do combustível, melhorando a geração de energia pela diesel, gasolina, etanol e óleo combustível. Segundo a SSL Energizer Technologies AG, fabricante do SSL Petrol Energizer, o ativador reduz custos com manutenção e aumenta a vida útil do motor, que passa a funcionar de maneira mais silenciosa. SSL Petrol Energizer pode ser encontrado em quatro embalagens revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 25 25 30/10/12 14:43 entrevista A vez dos clientes Entrevista com Luiz Henrique Teixeira Baldez, Presidente da Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (Anut) No final de 2002, empresas líderes da indústria e agronegócio decidiram defender seus interesses na logística e fundaram a Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (Anut). Atualmente, a Anut é a entidade mais representativa do segmento de usuários do transporte de carga do País. A Anut trabalha para elevar a competitividade logística dos seus associados e reduzir custos da cadeia logística do transporte e armazenagem de carga. A associação teve participação ativa para que a ANTT publicasse as três resoluções sobre tráfico mútuo e direito de passagem, defesa dos usuários e o regulamento sobre metas de produção por trecho. A associação é integrada por 37 grandes empresas dos setores de aço, metais não ferrosos, cimento e argamassas, química, petróleo, 26 madeira, celulose e papel, grãos, alimentos, açúcar, álcool, bioenergia, fertilizantes e minerais. Fazem parte também as Confederações da Agricultura, Comércio e da Indústria, Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) e Ação Empresarial. Para comandar a associação, foi nomeado o engenheiro civil Luiz Henrique Teixeira Baldez, em agosto de 2010. Baldez é especialista em finanças, planejamento econômico, elaboração e análise de projetos, regulação e concessão de projetos de infraestrutura pelo Banco Mundial. Entre 1999 e 2003, ele foi secretário Nacional de Transportes Terrestres do Ministério dos Transportes. Em entrevista à Revista Ferroviária, Baldez fala sobre a atuação da Anut no alcance dos objetivos dos associados e dos desafios enfrentados pelos usuários do transporte de carga no Brasil. revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 26 30/10/12 14:43 Foto: Ed viggiani / rf “Fizemos uma pesquisa junto aos nossos associados e foi unânime a constatação que o relacionamento com as concessionárias mudou (...)” revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 27 27 30/10/12 14:43 entrevista RF - Chegou a vez do cliente na ferrovia? mado de serviços acessórios. Há 10 anos, essas tarifas Baldez – Sim. Acredito que a grande mudança foi a representavam 3% da receita das empresas, hoje es- entrada do Bernardo Figueiredo na ANTT, que pas- tão em 6%. Esses preços cresceram muito mais e este sou a usar a missão da agência que era preservar o pode ser um movimento para transformar, em um lon- interesse dos usuários em harmonia com o concessio- go prazo, as tarifas que hoje são acessórias em tarifas nário. E eu sempre disse que o usuário não precisa de como nos bancos. proteção do Estado para considerá-lo um coitado na para as três resoluções que saíram em julho de 2011. RF – As concessionárias publicam essas tabelas de serviços? As três resoluções são sobre tráfego mútuo e direi- Baldez – Não. Vamos exigir a publicação. Vamos to de passagem; sobre o regulamento de defesa dos colocar folhetos nas concessionárias e disponibilizar usuários, que chamamos internamente de código de os serviços e valores na internet. Um dos nossos as- defesa do usuário; e o regulamento sobre metas de sociados falou que já estão criando novos serviços. produção por trecho. Essas três resoluções nos deram Por exemplo, o deslocamento da locomotiva que es- a base para iniciarmos um processo de negociação tava na oficina A para ir para os trilhos, para formar mais equilibrado com a ferrovia. o comboio, que não era cobrado, já estão cobrando. negociação. Nós queríamos regras. E lutamos muito Estão começando um processo de criação de novos RF – O relacionamento dos clientes com as operadoras mudou depois dessas mudanças? serviços, uma criação artificial para cobrar mais do Baldez - Mudou. Nós fizemos uma pesquisa junto passem a ter um valor significativo. No ano passado, aos nossos associados e foi unânime a constatação as concessionárias arrecadaram meio bilhão de reais que o relacionamento com as concessionárias mudou em receitas acessórias. Propus que a ANTT definis- no sentido de que agora se discutem as coisas que não se que este valor fosse utilizado para a remoção dos eram possíveis de discutir há algum tempo, como as gargalos, seja a transposição de cidades ou na recu- infrações ado local acordado em contrato. E também peração de passagens em vias. A lei fala que essas questões referentes às tarifas, receitas acessórias e receitas têm de ir para a modicidade tarifária e não serviços acessórios. vão. As concessionárias não divulgam essas tarifas. usuário. Isso faz com que essas receitas acessórias O que existe é uma tabela de referência, que é o teto RF - O que são esses custos acessórios e tarifas? tarifário. O teto é público e você pode até simular. A Baldez - A tarifa é o custo do transporte ponto a pon- tarifa que é efetivamente cobrada não, ela é uma ne- to. É o contrato para pegar a carga na origem e entre- gociação comercial. gar no destino. Existe uma série de tarifas de serviços como o carregamento, o descarregamento, atracação RF - Modicidade tarifária seria redução de custos? e formação de comboio. Tudo isso é cobrado e cha- Baldez - Exatamente. Faríamos um plano de cinco I S o a ra “Na minha visão, a ALL tem todo o direito de fazer a sua defesa. Agora, ela não pode travar um processo desses”. IN 28 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 28 30/10/12 14:43 SiStema innovia monotrilho 300 INNOVIA Solução inovadora de transporte de alta capacidade, o Monotrilho-Metrô BOMBARDIER INNOVIA vai aprimorar bairros em São Paulo e melhorar rapidamente a condição de vida dos Paulistanos. INNOVIA é uma marca comercial da Bombardier Inc. e de suas filiais. revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 29 29 30/10/12 14:43 entrevista anos, arrecadaria R$ 2,5 bilhões e fariamos inúmeros dela e sim ajustando um teto tarifário. Em princípio, projetos de redução de gargalos. Os projetos seriam esses tetos não vão abaixar a tarifa da ALL. O que vai feitos por ordem de prioridade e isso pronto daria re- impedir é ela cobrar picos, como cobra. dução de custos e modicidade tarifária para o usuário. Mas não, eles (concessionárias) estão se apropriando RF – Como foram calculados esses tetos? desses recursos e indo para o lucro e distribuição de Baldez - A ANTT calculou um teto inicial. Depois dividendos. Fiz essa proposição e o Noboru (Ofugi colocou em gráfico todas as tarifas praticadas, con- - superintendente de Serviços de Transporte de Car- cessionária por concessionária, produto por produto, gas da ANTT), que ficou de analisar. Mas esse é um e viu o que ficou fora. Ela criou um fator de ajuste movimento que vamos ficar atentos agora, porque sei que dava um envoltório muito acima do que estavam que eles vão iniciar esse processo de maximizar essas praticando. O que foi reduzido foi o teto que estava receitas. na posição anterior. Teve teto que foi reajustado em 42%, entre o que eles tinham calculado e o que ficou RF – Na questão dos novos tetos, houve o questionamento jurídico da ALL. O que aconteceu? valendo, porque muitas tarifas estavam acima do que tinham calculado. antes da publicação, entrou com uma ação liminar RF – Como as concessionárias faziam os reajustes de tarifas? para a não publicação. O juiz pediu para a ANTT res- Baldez - As concessionárias faziam reajuste de tarifa ponder todos os questionamentos e a ANTT publi- quando nós fazíamos as nossas negociações em janei- cou todos. Agora, saiu a liminar. Estão suspensos os ro e fevereiro, para valer para o ano todo. Negocia- novos tetos da ALL. Para as outras estão valendo. A ções aumentando em 20%, 30%, em uma inflação de ALL alega que houve uma imposição, que ninguém 5%, 6%. De 2009 para 2010, chegaram a propor 35%. participou e ela não sabia. Não é possível um negócio As concessionárias diziam não estavam praticando desses. A ANTF sempre participou. O Rodrigo Vila- uma ilegalidade, que estavam dentro do teto delas. ça, o Eduardo Parente, a própria ALL, a MRS. Hou- É verdade e nós reagimos. O teto permitia qualquer ve uma reunião em que todos nós fomos convidados coisa e, como eles tinham o monopólio, impunham e a ANTT apresentou a modelagem que iria aplicar. aquela tarifa e estava tudo certo. E estava mesmo, Tudo isso foi absolutamente transparente. Na minha não havia ilegalidade. Era esse o sentido, colocar um visão, a ALL tem todo o direito de fazer a sua defesa. teto mais adequado. de setembro para todas as concessionárias. A ALL, Agora, ela não pode travar um processo desses, que absolutamente não leva, por exemplo, a desequilíbrio econômico- financeiro. Não estão reduzindo a tarifa RF – O Programa de Investimentos em Logística foi bem recebido pelos clientes das ferrovias? “Se não tiver muita clareza, o setor privado reflui e não vai colocar dinheiro no programa.” 30 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 30 30/10/12 14:43 © - ALstOM transport / Design&styling - Jump France Baldez - Os novos tetos foram publicados no começo © - ALstOM transport / Design&styling - Jump France TRAMWAY VLT CITADIS DESENHANDO CIDADES Designing cities Combinando padronização,modularity modularidade e design customizado, o Citadis a cada cidade um Combining standardisation, and customised design, Citadis providesoferece each city with an original, sistema transporte e eficiente. O acesso ao Citadis é facilitado porLarge seu piso baixo. ecologicaldeand efficient original, transportecológico system. 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Temos projetos que estão necessitando da infraestrutura, mesmo agora, e essa infraestrutura não vai ficar pronta nos prazos. RF – As regras do programa são claras para vocês? Baldez – O governo é quem lidera os todos os passos a serem dados - qual é a modelagem a ser usada, como serão as consultas públicas, os projetos, como é que vai ser feito, as licenças ambientais, etc. Temos uma série de questionamentos e tudo isso requer uma base regulatória muito clara. Se não tiver muita clareza, o setor privado reflui e não vai colocar dinheiro no programa. Esta fase de estruturar conceitualmente, de modelagem e as novas regras é fundamental para os próximos passos. Todos estão esperando. O que está no cronograma é que até o final do ano teriam os pro- temos alguns blocos de ineficiência. São as ineficiências atuais de regulação, isso antes das três resoluções, que levam o usuário a ficar refém do concessionário. Temos ineficiências físicas, que são os traçados mal feitos, os contornos das cidades, a questão do Ferroanel de São Paulo. A Fiesp fala que o custo da ineficiência no Brasil é de 17 bilhões/ano. A Bunge levantou que são 10 bilhões de dólares por ano. O custo da ineficiência são bilhões e quem paga é o usuário, e no fim o consumidor. RF – Qual é a outra ineficiência? Baldez - A institucional, que é a burocracia. Nos portos tem 21 agentes públicos trabalhando para despachar uma carga. É Anvisa, Receita Federal, quando a nossa proposição é que deveria ter uma autoridade, que é a autoridade portuária, e essa autoridade reor- AGETRANSP 0800 285 9796 Baldez - Foi recebido como um alento e uma possibi- ganizaria todas as outras. Eu, como usuário, só me jetos prontos. reportaria à autoridade portuária e ela faria todo o RF – O Bernardo Figueiredo tem dito que a iniciativa privada poderia fazer os projetos ela mesma e apresentar como MIPs. Isso funciona?) manifestos para entregar para a Anvisa, para a Re- papel em relação. O que não pode é eu preparar 16 Baldez - Isso já veio previsto na lei de concessões de ceita e para o Ministério da Agricultura, às vezes a mesma informação. autorizar que a iniciativa privada ofereça projetos para RF - Cite exemplos dessa ineficiência no setor ferroviário? as concessões. No caso, pode até prever no edital o Baldez - Não, o setor ferroviário melhorou porque ressarcimento à empresa que fez o projeto, se ela ins- temos com quem falar. Eu sei que pode não resolver talar e fizer aquele projeto que foi dela. Quem ganhar o problema, mas se eu tenho conflito com um con- a licitação paga o projeto. O setor elétrico já faz isso. cessionário vou na ANTT. 1995. O Artigo 21 diz que o poder concedente pode “Nos portos tem 21 agentes públicos trabalhando para despachar uma carga”. 32 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 32 30/10/12 14:43 AN_21X2 Novo Trem. Da equipe do MetrôRio, com orgulho, para todos os cariocas. AGETRANSP 0800 285 9796 www.metrorio.com.br 0800 595 1111 4003 2111 MetrôRio. Crescendo com o Rio, rumo ao futuro. O novo trem do MetrôRio já está em operação, enchendo de orgulho cada um dos nossos 2400 Uma empresa do grupo INVEPAR. funcionários. E este é o primeiro dos 19 novos trens, um aumento de 63% da frota que, até março de 2013, estará à disposição de todos. Modernos e de última geração, os novos trens vêm com ar-condicionado 33% mais potente e carros interligados. Tudo para oferecer ainda mais agilidade, comodidade, segurança e qualidade de vida aos cariocas. revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 AN_21X28_REV_FERREOVIARIO_NOVO_TREM.indd 1 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 33 33 10/18/12 5:14 PM 30/10/12 14:43 reportagem Um novo cenário para o transporte de carga T FOTO: DivulgaçãO rês medidas adotadas pelo governo - o novo marco regulatório, os novos tetos tarifários e a criação da Empresa de Planejamento e Logística - prometem mudar o transporte ferroviário de carga. Se der certo, será uma transformação tão importante quando foi o concessionamento, há 15 anos, ou, antes disso, a criação da RFFSA, há 55 anos. Será um processo mais complexo do que no passado. Por um lado, aumenta a presença do Estado, com a presença forte da Valec, EPL e BNDES. Por outro lado, são os investidores privados que decidem onde aplicar seus recursos e como construir - ou remodelar - a nova malha. Nas páginas a seguir estão resumidas as mudanças institucionais e a posição dos principais agentes. A revitalização das ferrovias A presidente Dilma Rousseff e o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, anunciaram no dia 15 de agosto, em Brasília (DF), o Programa de Investimento em Logística, que compreende o financiamento, pelo BNDES, de R$ 91 bilhões para a construção e remodelação de ferrovias, inclusive algumas já concessionadas. A finalidade é revitalizar o setor ferroviário, atraindo novos investidores e propiciando a criação de operadores independentes. Objetivo do programa: • Diminuir os gargalos logísticos do país; • Aumentar a competitividade no setor; • Diminuir os custos de frete; • Instalar um sistema de transporte integrado; • Acabar com o monopólio dos concessionários. Investimentos: • R$ 91 bilhões para a construção e remodelação de 10 mil km de ferrovias (R$ 56 bilhões nos próximos cinco anos e os outros R$ 35 bilhões ao longo dos próximos 25 anos); • R$ 42 bilhões para a duplicação dos principais eixos rodoviários do país. Condições de Financiamento: • Juros: TJLP + até 1% • Carência: até 5 anos • Amortização: até 25 anos • Grau de alavancagem: de 65% a 80% Execução: • Empresa de Planejamento e Logística (EPL) será responsável pelos estudos da logística brasileira, investimentos, 34 Presidente Dilma anuncia pacote de investimentos em agosto constituição e estrutura de projetos; • Valec comprará a capacidade das ferrovias e fará a oferta pública dessa capacidade, assegurando o direito de passagem dos trens em todas as malhas; • União contrata a construção, a manutenção e a operação da ferrovia executado através Trechos: Os investimentos em ferrovias contemplarão 12 trechos, incluindo adequação de seis da malha existente e construção de seis novas linhas. (Veja os mapas na pág.46) Novas regras para as ferrovias A Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) publicou em julho do ano passado três resoluções do novo marco regulatório para o transporte ferroviário de cargas no Brasil. O objetivo do marco é tornar o setor mais competitivo e dessa maneira estimular a utilização de toda a malha ferroviária por parte do operador ou de clientes da ferrovia, mediante pagamento de uma taxa. Resoluções Direito de passagem e tráfego mútuo (Resolução nº 3695) – O direito de passagem determina a utilização da via permanente de uma concessionária por outras empresas para o transporte de carga, em locomotivas e vagões próprios, por meio da contratação da capacidade ociosa, mediante pagamento de uma taxa. Com o mecanismo de “tráfego mútuo” a concessionária que detém a malha pode revista ferroviária | oUtUBro/NoveMBro de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 34 30/10/12 14:43 TATIL.COM.BR AGETRANSP 0800 285 9796 Inovação na SuperVia, pioneirismo na América Latina. A SuperVia está implantando um sistema de sinalização pioneiro na América Latina. Até julho de 2013, todos os ramais da malha ferroviária do Rio de Janeiro estarão operando com o ERTMS, sistema concebido dentro dos mais modernos princípios de sinalização do mundo. ERTMS - European Rail Traffic Management System Mais segurança. Redução de 50% do headway. Dobro da capacidade de transporte por hora: de 60 mil para 120 mil passageiros. Supervia Fone 0800 726 9494 www.supervia.com.br facebook.com/superviaRJ @SuperVia_trens revista ferroviária | oUtUBro/NoveMBro de 2012 35 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 35 30/10/12 14:43 reportagem usar seus trens para transportar a carga da empresa que precisa do serviço. Metas de produção (Resolução nº 3.696) – Estabelece os procedimentos para as metas de produção por trecho e as metas de segurança, entre a ANTT e as concessionárias. As concessionárias serão obrigadas a apresentar à ANTT um documento com vigência para os próximos cinco anos, contendo informações como: estudo de mercado que fundamente o plano de negócios; plano de negócios com fluxos de transporte previstos para cada um dos trechos; inventário de capacidade; histórico por tipo de ocorrências dos últimos cinco anos; padrões operacionais dos trechos, com indicação trem-tipo, velocidade operacional, sistema de sinalização, equipamentos e demais informações necessárias ao cálculo de capacidade e carregamento; e cadastro de todas as estações operacionais. Por esse cálculo, será medida a capacidade de cada malha, e a capacidade ociosa de cada trecho será disponibilizada a outras concessionárias por direito de passagem ou tráfego mútuo. Defesa do usuário (Resolução nº 3.694) – Disciplina os procedimentos de compartilhamento de infraestrutura ferroviária e de recursos operacionais. Funciona como se fosse um manual de defesa do consumidor para os usuários das malhas ferroviárias estabelecendo mecanismos de proteção, como prestações de serviços qualificados e ressarcimentos em caso de descumprimentos dos deveres das concessionárias. ANTT estipula novo teto tarifário Em setembro deste ano, o Governo Federal anunciou o novo teto de tarifas (limite de preço) a serem cobradas pelas concessionárias ferroviárias brasileiras. O limite de preço que pode ser cobrado pelas ferrovias para o transporte de carga caiu em média 25%. A revisão tarifária não era feita desde a concessão das ferrovias, há 15 anos, e afetou a tarifação em quatro malhas da ALL, na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), na Estrada de Ferro Carajás (EFC), na MRS Logística, na Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), na Ferrovia Norte Sul, na Ferroeste, na Ferrovia Tereza Cristina e na Transnordestina. O que mudou: Redução média do teto tarifário cobrado pelas concessionárias para transporte de carga em 25%; Simplificação da tarifa variável: Na tabela antiga o preço mudava a cada 25 quilômetros e causava 120 tarifas diferentes para cada produto. Com a nova tabela o preço muda a cada 400 quilômetros, proporcionando apenas quatro faixas de cobrança; 36 Redução média por concessionária: Concessionária Redução média do teto (%) ALL Malha Oeste 46,6 ALL Malha Paulista 29,7 ALL Malha Sul 13,6 Estrada de Ferro Carajás 69,9 Estrada de Ferro Vitória a Minas 54,6 Ferrovia Centro Atlântica 19,5 Ferroeste 15,3 Ferrovia Norte Sul 65,2 Ferrovia Tereza Cristina 10,9 MRS Logística 40,1 Transnordestina 39,6 Fonte: Anut/ANTT Clientes: Mais operadoras, menos tarifas Se as concessionárias observam com cautela o movimento do Governo, os clientes não escondem o seu entusiasmo. Votorantin, Gerdau, Cosan, Usiminas estão todos analisando a possibilidade de virem a ter suas próprias operadoras ferroviárias para, enfim, resolver seus problemas de transporte. A mais adiantada é a Cosan, que saiu na frente com a Rumo Logística e tem uma proposta na mesa da ALL para adquirir a maioria das ações do grupo de controle. Ao abrir as concessões a novos investidores, o Programa de Investimento em Logística enfraqueceu a resistência dos acionistas estatais da ALL (BDNDESPar, Funcef e Previ) não contemplado na oferta da Cosan, e que agora podem vir a concordar com o negócio. A própria ALL estaria disposta a devolver à ANTT as partes menos interessantes de sua malha (Ferroeste, Ferroban e Malha Sul), conservando apenas a Ferronorte (a ALL não comentou esta informação). Para o presidente da ANUT (ver entrevista nesta edição), Luis Henrique Baldez, o programa e a criação da EPL foram “um grande passo”. “Há dois anos nós não tínhamos praticamente nada. O posicionamento das concessionárias era monopolista e refratário a qualquer negociação. Os contratos não eram negociados, eram impostos. As tarifas idem. Como os tetos tarifários estavam fora de qualquer parâmetro, as concessionárias usavam sua força econômica para impingir ao usuário o que quisessem. Era para entregar no armazém A do porto, eles entregavam no armazém B, por overbooking. Chegava lá o cliente com o contrato na mão e não tinha resposta”. Para o representante dos clientes, desde as resoluções de julho de 2011, sobre o novo marco regulatório, esta relação já vem mudando. Mas só mudará de verdade quando houver vários operadores com quem negociar como há na rodovia: “não só um, mas três, quatro, quantos couberem na linha”. Outro sinal positivo, segundo Baldez, foi a percepção, revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 36 30/10/12 14:43 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 37 37 30/10/12 14:43 reportagem pelo governo, que ele não será capaz de fazer sozinho um processo de revolução na logística: “não tem dinheiro e sobretudo não tem capacidade gerencial”. Pedir à iniciatifoto: Ed Viggiani/rf va privada que ajude a resolver o problema coloca os usuários no centro da discussão: “nós usuários vamos estar muito atentos, e já pedimos para participar das análises de todos os projetos. “Se der certo, com tudo implantado, tudo funcionando, eu vou ter possibilidade de desenhar novos fluxos para o transporte de carga. Terei a multimodalidade, finalmente, funcionando. Porque não adianta ter ferrovia e não ter porto, como está sendo finalmente compreendido. Outra consequência é que as tarifas devem cair muito, porque e eu vou ter um aumento de oferta de transporte. O usuário vai ter possibilidades maiores de usar tal linha de transporte, tal fluxo, e poderá fazer diversas combinações”. Empreiteiras: Melhor dos mundos Paulo Cesena, presidente da Odebrecht Transport 38 Primeiros beneficiários do Programa de Investimento em Logística, as grandes empreiteiras não hesitaram em prestar apoio. Em seminário organizado pela FGV em São Paulo, no final de setembro, três dirigentes de três construtoras – Paulo Cesena, da Odebrecht Transport; Gustavo Rocha, da Invepar; e Ricardo Castanheira, da Andrade Gutierrez – foram unânimes em afirmar que o programa é capaz de mudar o quadro da logística no Brasil – não só revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 38 30/10/12 14:43 Scomi Engineering Soluções de Engenharia. Em forma de Tecnologia, Conhecimento e Inovação. A Scomi Engineering é uma provedora líder em soluções de transporte público, através da concepção e fabricação de ônibus, vagões ferroviários, sistemas de monotrilho e veículos para fins especiais. Seu monotrilho SUTRA (Scomi Urban Transit Rail Aplication), é a resposta para cidades de rápido crescimento, onde corredores de trânsito são em sua maioria, limitados em espaço. O modelo de monotrilho tipo Sistema SUTRA está em conformidade com as normas e padrões internacionais de segurança e conabilidade. O monotrilho é um moderno sistema de transportes urbanos, onde os carros movem-se sobre um feixe único em um corredor elevado. O projeto torna possível executar a obra a um ritmo acelerado, uma vez que exige um espaço pequeno, o que facilita a implementação com o mínimo de demolição de estruturas.Outras vantagens incluem maior conabilidade, manobrabilidade elevada, custo mais baixo de implantação/operação e um design eco-amigável. A Scomi Engineering está preparada para definir novos padrões, com o compromisso focado no fornecimento de soluções Premium em transportes, que irão auxiliar a alcançar o máximo desenvolvimento empresarial e potencial de crescimento de nossos clientes. Scomi Engineering – Realizando Potencial. www.scomigroup.com.my revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 39 Rua Geraldo Flausino Gomes 61, 9° Andar, Cidade Monções 04575-060, São Paulo, Brasil - Telefone + 55 (11) 5105 1555 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 39 30/10/12 14:43 reportagem para as ferrovias mas para todos os modos de transporte – e que, de modo geral, as condições anunciadas viabilizam a participação da iniciativa privada. O que eles não disseram é que existe nesse momento mais obra do que capacidade para construí-las. A carência de infraestrutura no Brasil é também carência de capacidade de realização por parte das empreiteiras, as mesmas de sempre, que, mesmo crescendo, não dão conta de todas as obras do programa do COI, mais os estádios de futebol, mais os metrôs, mais as barragens. Hoje é sabido que o TAV não foi adiante em boa parte por esse motivo. Gustavo Rocha, presidente da Invepar, tocou no asFOTO: DivulgaçãO Ricardo Chuahy, presidente da AmstedMaxion 40 sunto quando disse que ”se não tivermos como avaliar a rentabilidade de cada projeto com um grau satisfatório de detalhamento, o que significa conhecer todas as condições regulatória, técnicas, financeiras e legais, não vamos entrar. Não queremos iniciar projetos que não tenhamos a certeza que seremos capazes de concluir”. As empreiteiras, como todos os players chamados a participar, estão preocupadas com a capacidade da recém criada EPL detalhar os projetos e deixar claras as condições de participação. Detalhar significa chegar ao projeto executivo antes de licitar as obras, o que parece improvável no prazo de um ano anunciado pelo presidente da EPL, Bernardo Figueiredo. O governo encontrou um atalho para realizar os EVETEAS – Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental – que foi contratar a Progen usando dinheiro da Vale. O dinheiro veio de compensação por aditivos não cumpridos do contrato de concessão da FCA, e a Progen está ativamente empenhada nos estudos de todos os 12 projetos. Por sinal a Progen está neste momento contratando 80 engenheiros, projetistas e desenhistas em Vitória. Mas EVETEAS não bastam para o que Gustavo Rocha quer ver, e de novo, como mostrou o TAV, a falta de projetos executivos afasta tomadores de risco – mesmo que risco mínimo, no caso do PIL. A mais entusiasmada – e a mais estruturada das grandes empreiteiras para concessões ferroviárias – parece ser a Odebrecht, que tem MIPs – Manifestações de Interesse Privado – na Linha 6 e 18 do Metrô de São Paulo e na Linha 3 do Metrô do Rio. Paulo Cesena, presidente da Odebrecht Transport, que tem a concessão da Supervia, acha que detalhamento dos projetos não é problema e que a iniciativa privada pode ajudar na elaboração dos projetos: “a iniciativa privada pode fazer (as MIPs) por sua conta e risco, e o governo pode adotar ou não. Com isso, revista ferroviária | oUtUBro/NoveMBro de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 40 30/10/12 14:43 Sistema Ferroviário Uma unidade de negócio do Grupo GMH MWL BRASIL Rodas & Eixos Ltda. Bochumer Verein Verkehrstechnik GmbH Radsatzfabrik Ilsenburg GmbH A MWL Brasil é a única fabricante de Rodas Ferroviárias Forjadas da América Latina e estamos presentes em todas as operadoras de carga e passageiros do Brasil, bem como nos países do Mercosul, América do Norte e Europa por meio das empresas pertencentes ao mesmo grupo: Bochumer Verein e Radsatzfabrik. Fabricamos soluções que resultam na eficiência operacional de cada composição equipada com roda e eixo da MWL Brasil. Estamos no estande F-14 Venha conhecer mais sobre os nossos produtos MWL BRASIL RODAS & EIXOS LTDA Rodovia Vito Ardito, Km 1 – Caçapava, CEP 12282-535, São Paulo, Brasil Tel.: +55 12 3221-2419 • Fax: +55 12 3221-2410 [email protected] • www.mwlbrasil.com.br revista ferroviária | oUtUBro/NoveMBro de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 41 41 30/10/12 14:43 reportagem em vez do governo gastar um tempo enorme, ganha-se dois ou três anos em cada projeto”. Indústria: Resultados em longo prazo Os projetos do plano de investimentos em logística ainda estão sendo estruturados e os impactos na indústria de material rodante ainda demorarão um pouco a surgir. A Empresa de Planejamento e Logística (EPL) não divulgou os detalhes dos projetos e nem a projeção de volumes de material rodante. A EPL ainda está estruturando os projetos para entregar à iniciativa privada, que fará a construção. Somente quando as obras de infraestrutura estiverem em andamento é que a indústria entrará em cena para apresentar seus vagões e locomotivas. O país conta hoje com quatro fabricantes de vagões – AmstedMaxion, Randon e Usiminas Mecânica - e dois de locomotivas - GE e Progress Rail -, que serão impactados pelos projetos a longo prazo. “Não acreditamos em novos contratos de imediato, mas estamos preparados para atender a demanda. A engenharia avançada da empresa, em parceria com outras empresas do grupo Amsted Rail, tem criado projetos inovadores para atender o mercado ferroviário”, explica o presidente da AmstedMaxion, Ricardo Chuahy. A fabricante de locomotivas Progress Rail também está otimista. “Estamos entrando no Brasil com uma fábrica no momento certo”, enfatiza o gerente geral da fábrica de Sete Lagoas (MG), José Floriano Xavier. Concessionárias: É preciso acertar as regras do jogo *Rodrigo Vilaça foto: Divulgação Rodrigo Vilaça presidente-executivo da ANTF 42 O recente anúncio do chamado “pacote das concessões”, pelo Governo Federal, já está produzindo alguns resultados positivos antes mesmo do início da construção de novas ferrovias. Primeiro, por ter colocado em destaque o transporte sobre trilhos em relação aos demais modais, inclusive prevendo um montante de investimentos para a malha ferroviária que – pela primeira vez em quase um século – é superior ao programado para rodovias. Segundo, por destacar a importância fundamental da participação da iniciativa privada para a expansão da infraestrutura de transportes no Brasil, revertendo expectativas estatizantes. A participação das empresas privadas, obviamente, vai além do investimento financeiro. Outro patrimônio essencial para um programa de tal magnitude é a capacidade técnica e gerencial que as concessionárias de transporte ferroviário de carga demonstraram nos primeiros quinze anos de concessão. O que está sendo traçado hoje, para revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 42 30/10/12 14:43 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 43 43 30/10/12 14:43 reportagem que a infraestrutura de transportes ajude a alavancar o crescimento do País nas próximas décadas, seria totalmente impossível se o atual modelo de concessões não tivesse sido instituído pelo governo em 1996. As concessionárias revitalizaram um setor que estava praticamente sucateado, ineficiente e deficitário. Estancaram um prejuízo bilionário que a extinta Rede Ferroviária Federal gerava para a União e já recolheram aos cofres públicos mais de R$ 15 bilhões em arrendamento e impostos. Investindo mais de R$ 30 bilhões, implantaram nas ferrovias brasileiras um padrão tecnológico de primeiro mundo. Em decorrência disso, a produção ferroviária brasileira aumentou 111,7% nos últimos 15 anos, o dobro do crescimento do PIB no mesmo período. Os excelentes resultados obtidos pelas concessionárias evidenciam a importância de continuar investindo na malha existente. Se o modelo de concessões, há quinze anos, não previa todos os investimentos hoje necessários, não seria este o momento de viabilizá-los, paralelamente à construção de novos trechos? Quando se instituiu o prazo de 30 anos para as concessões vigentes, a demanda de infraestrutura não tinha as atuais dimensões. Uma solução viável seria passar às concessionárias a responsabilidade de aporte de recursos que o governo não teve condições de realizar? Por que não negociar o alongamento desse prazo com base em critérios técnicos para o retorno do montante de recursos adicionais a ser investido? O que se conquistou até agora permite vislumbrar metas ainda maiores para o futuro. Hoje, o Brasil encara o desafio de aprimorar seu desempenho logístico para tornar-se mais competitivo no mercado global. A oportunidade histórica requer investimentos vultosos e um novo ritmo de crescimento que só pode ser alcançado com a conjugação de esforços do governo e da iniciativa privada. Para isso, as PPPs (parcerias público-privadas) são apontadas como a melhor solução, como tem sido comprovado em vários países nas últimas décadas. Temos hoje um elenco de parceiros que reúne excelentes condições de sucesso nos projetos que começam a ser delineados: uma agência reguladora, a ANTT, com profundo conhecimento do setor e bons canais de diálogo com os agentes regulados; a nova Empresa de Planejamento e Logística (EPL) que poderá desenvolver uma visão integrada para os investimentos; a Valec, que passará a ter um novo papel nas futuras concessões; o BNDES e os fundos de pensão que poderão aportar recursos para a infraestrutura; a competência das empresas que já operam e das que virão operar no setor; e a vontade política do Governo Federal para desencadear uma nova etapa no desenvolvimento do País. O perfeito acerto entre esses atores é requisito básico em qualquer parceria. A partir da definição do modus operandi e de todas as questões regulatórias envolvidas é que as PPPs poderão ser constituídas. Somente um cenário de segurança jurídica é capaz de atrair investimentos vantajosos para todas as partes envolvidas: as empresas, o setor público e a sociedade como um todo. Por outro lado, qualquer fator de risco institucional dificulta ou, no mínimo, aumenta consideravelmente o custo de captação de capital privado. A consolidação do Brasil como economia emergente no contexto mundial depende, entre outros fatores, de ser percebido como um destino seguro para novos investimentos, nacionais e estrangeiros. O que foi anunciado pelo governo até o momento é um plano geral, com traçados de novas malhas, propostas de um novo modelo e maior interligação das ferrovias. Os projetos e os desdobramentos de contrato estão sendo desenvolvidos agora pelos órgãos de governo. E os estudos, nesse sentido, contam também com a colaboração das concessionárias que integram a ANTF – Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários, cujo objetivo principal é o aprimoramento do sistema de transporte ferroviário de carga, como uma indústria moderna e eficiente. Ferroanel - Tramo Norte Lucas do Rio Verde – Uruaçu* Belo Horizonte – Salvador* Extensão Trecho Bitola Extensão Trecho Bitola Extensão Trecho Bitola 90 km Jundiaí - Manoel Feio 1,60 e/ou mista 901 km Lucas do Rio Verde - Uruaçu 1,60 * Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO) 44 1.651 km Belo Horizonte - Salvador 1,60 * Adequação da malha FCA revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 44 30/10/12 14:44 Mais de m de experiê Os mais m da Améric FRAS-LE. TECNOLOGIA PARA TRILHAR O CAMINHO DA EVOLUÇÃO. Pesquisa e Desenvolvimento Flexibilidade s Mais de meio século de experiência Tecnologia Solidez Satisfação Excelência Compromisso Soluções Personalizadas laborat Os mais modernos laboratórios da América Latina Segurança Qualidade Na hora de parar milhares de toneladas, eficiência é fundamental. Por isso a Fras-le utiliza modernas tecnologias no desenvolvimento e fabricação de soluções para o controle de movimentos. No segmento metroferroviário a Fras-le é a única empresa privada do país a testar as sapatas ferroviárias em escala real 1:1 nas suas próprias instalações. Através de um dinamômetro inercial, são simuladas condições reais de aplicação, assegurando resultados mais eficientes e produtos mais duráveis. Por estar sempre à frente, a Fras-le segue trilhando o caminho do sucesso. revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 45 45 30/10/12 14:44 reportagem Ferroanel - Tramo Sul Uruaçu - Corinto - Campos Salvador – Recife* Extensão Trecho Bitola Extensão Trecho Bitola Extensão Trecho Bitola 60 km Evangelista de Souza - Ouro Fino 1,60 e/ou mista 1.730 km Uruaçu - Corinto - Campos 1,6 1.200 km Salvador - Recife 1,60 e/ou mista * Adequação da malha FCA e Transnordestina Estrela D’Oeste - Panorama – Maracaju* Rio de Janeiro - Campos – Vitória* Acesso ao Porto de Santos* Extensão Extensão Trecho Bitola Extensão Trecho Bitola Trecho Bitola 720 km Estrela D’Oeste - Panorama Maracaju 1,6 634 km Rio de Janeiro - Campos - Vitória 1,60 340 km Ribeirão Pires - Cubatão - Santos 1,60 e/ou mista * Trecho projetado da Ferrovia Norte-Sul * Adequação da malha FCA, que engloba o projeto do Corredor Fluminense * Adequação da malha da MRS e ALL Maracaju – Mafra* São Paulo - Mafra - Rio Grande* Açailândia - Vila do Conde (Belém)* Extensão Trecho Bitola Extensão Trecho Bitola Extensão Trecho Bitola 420 km Maracaju - Mafra 1,60 *Utilização de trechos da Ferroeste e ALL 46 1.800 km São Paulo - Mafra - Rio Grande 1,60 *Utilização de trechos da ALL 480 km Açailândia - Vila do Conde 1,60 Com des alia de me dos na * Trecho projetado da Ferrovia Norte-Sul revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 46 30/10/12 14:44 RANDON. SOLUÇÕES SOB MEDIDA. Com os mais avançados recursos tecnológicos em pesquisa e desenvolvimento de produtos e uma equipe altamente capacitada, aliados aos mais de 60 anos de experiência no setor de transporte de cargas, a Randon oferece vagões ferroviários feitos sob medida para atender as necessidades específicas de cada um dos seus clientes. Ra nd o n. H á m a i s d e 6 0 an o s in ve st in d o n a q u a l i da de e na s egura nça d o t ran sp o r te m u n d ial. RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 47 Categoria Melhor Fabricante de Veículos de Carga 30/10/12 14:44 capa A todo vapor A fábrica de locomotivas da Progress Rail foi inaugurada em maio e quatro meses depois finalizou sua primeira locomotiva, encomendada pela VLI, da Vale. fotos: patricia caccegi/rf Mariana Neves A primeira locomotiva SD70ACe fabricada na unidade para a VLI 48 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 48 30/10/12 14:44 A linha de produção ainda divide espaço com os últimos ajustes no entorno da fábrica de locomotivas, em Sete Lagoas (MG). A unidade fabril da Progress Rail iníciou suas operações em maio deste ano em uma antiga oficina da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), que está sendo revitalizada para a inauguração oficial no final de novembro. No local, serão produzidas locomotivas EMD (Electro Motive Diesel), anteriormente fabricadas pela General Motors e hoje pela Caterpillar, que também controla a Progress Rail. “Esta é a nossa unica fábrica fora dos Estados Unidos”, destaca o diretor-geral da Progress Rail no Brasil, Carlos Roso. O grupo possui duas fábricas norte-americanas – uma em Muncie, no Estado de Indiana, e outra em La Grange, perto de Chicago. O ritmo é acelerado, tanto nas obras de revitalização como na linha de produção, que após cinco meses de inauguração, já produziu cinco locomotivas EMD SD70ACe. A primeira máquina ficou pronta em setembro e pertence à VLI, empresa de logística da Vale. Ela faz parte de um lote de 14 locomotivas diesel-elétricas modelo SD70ACe, de 4400 HP. Na linha do pátio, a máquina chama atenção dos funcionários e da equipe estrangeira - formada por canadenses e norte-americanos – que está no Brasil para a transferência de tecnologia das locomotivas EMD. É um grupo de funcionários da Progress Rail que veio no início da produção para orientar e fazer a transferência de tecnologia. Pelo sotaque e a pele branca rosada, eles se destacam entre os demais funcionários. A equipe estrangeira conta com a ajuda de multiplicadores – pessoas que aprendem o serviço e vão passando para os demais –, através de uma parceria entre o Senai, universidades da região e a Progress Rail. Em paralelo a produção das máquinas da VLI, a unidade começou a fabricar 21 locomotivas SD70ACe para a Eldorado Brasil, um novo player no cenário ferroviário. As primeiras quatro máquinas já estão prontas. A Eldorado vai inaugurar no começo de dezembro sua fábrica de celulose em Três Lagoas (MS) e as novas locomotivas serão usadas no transporte da produção até o porto de Santos (SP). A celulose seguirá de Três Lagoas à Aparecida do Taboado (MS) por rodovia e lá será transferida para os vagões, seguindo pela malha da ALL, responsável pela operação das locomotivas e vagões da Eldorado, até o porto. revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 49 49 30/10/12 14:44 capa Tudo se transforma dão suporte ao serviço, assim como um virador para os Em média, uma locomotiva custa US$ 3 milhões. estrados, que auxilia os processos de soldagem das plaEsse valor pode mudar de acordo com as necessidades taformas. Quando a locomotiva está pronta, passa por do cliente - a personalização é em torno de 5%. Cada testes estáticos e depois segue para o pátio para os testes locomotiva tem em média 15 mil componentes, dos pa- na via. rafusos ao motor diesel, que é importado. Cerca de 30 O trabalho é feito em duas linhas de montagem parafornecedores fazem parte do processo. As unidades da lelas, em um turno que inicia às sete da manhã e finaliza Progress Rail em Diadema (SP) e Hortolândia (SP) es- as cinco da tarde. No meio do barulho e ritmo aceletão trabalhando em conjunto com a de Minas Gerais. Os rado da fabricação, os funcionários podem contemplar motores de tração usados nas locomotivas são fabrica- um pouco de arte. O galpão foi construído na década dos em Diadema, enquanto Hortolândia faz a submon- de 70, para a Rede Ferroviária Federal, e ainda guarda tagem dos truques. afrescos de paisagens feitos por algum ferroviário de A fábrica está instalada em uma área de 112 mil me- veio artístico. tros quadrados, senFuncionários trabalham na produção de uma das locomotivas para a Eldorado do que 15 mil metros quadrados são de área construída. A estrutura da antiga oficina foi adaptada para a nova fábrica. Dormentes de madeira se tornaram escadas nos arredores do prédio administrativo. O acesso aos galpões da linha de produção e almoxarifados é pela portaria da antiga oficina de vagões. Após a catraca, estão armazenados, provisoriamente, motores e cabines. O maior galpão é o da produção, com seis mil metros quadrados e um pé direito de 21 metros. Da entrada é possível ver a evolução cerca de 60 funcionários trabalhando nas cabines, montagem da plataforma, instalação de componentes e pintura, até chegar ao fundo do galpão com a locomotiva pronta. Duas pontes rolantes 50 revista ferroviária | oUtUBro/NoveMBro de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 50 30/10/12 14:44 – Your TCMS solution when reliability, flexibility and cost-effectiveness matters M VB TIN G NG RI EKE-Trainnet® TCMS G ITO M ON CAN HERNET ET ON D LI GH AIR C WTB PIS PA TV CC NIN IO IT The EN50155 compliant EKE-Trainnet solution helps you to lower your costs by offering an all-inclusive TCMS solution. EKE-Trainnet can do so much more than only diagnostics and monitoring. 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Boa parte desse material rodante será para renovação de frota, sem contar com a demanda que surgirá com o Plano de Investimentos em Logística, lançado em agosto, que prevê a remodelação e construção de 10 mil quilômetros de linhas férreas. Hoje, o Brasil conta com dois fabricantes de locomotivas – Progress Rail e GE – e essa demanda deve ser divida entre as duas empresas. O gerente geral da fábrica, José Floriano Xavier, avalia que novos negócios também devem surgir por parte de clientes das ferrovias, que avaliam seguir modelos 52 José Floriano Xavier, gerente geral de fábrica, na locomitiva da VLI revista ferroviária | oUtUBro/NoveMBro de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 52 30/10/12 14:44 como os da Rumo Logística e e da própria Eldorado Brasil. O novo programa do governo vai incentivar o surgimento de operadores independentes, sejam clientes ou empresas de transporte, que deverão investir em material rodante e fazendo acordos com as concessionárias, como a ALL. “É um modelo novo e bem interessante”. A Progress Rail conversou com os governos de São Paulo e Minas Gerais antes de definir onde seria instalada a fábrica. A localização geográfica e o tamanho da área, Desenvolvendo projetos de alta complexidade e presente nas principais obras ferroviárias do Brasil, a urbaniza engenharia investe em tecnologia e no aperfeiçoamento de seus colaboradores, fazendo da companhia uma referência em solidez e qualidade. hlmais.com.br O acesso á linha de produção a almoxarifados é pela portaria da antiga oficina de vagões Present at the most important railway works in Brasil and developing projects of high complexity, urbaniza engenharia has been investing in technology and employees training becoming a reference in efficiency and quality. eXPeri eriÊ ÊnCia ia. este É o nosso Maior DiFerenCial no MerCaDo FerroviÁrio. Consultoria / ConsultinG Projetos / ProjeCts suPervisão / oversiGHt MonitoraMento / MonitorinG GerenCiaMento / ManaGeMent eXPerienCe. tHis is our BiGGest aDvantaGe in tHe railWa railW Wa aY Y MarKet. et et. av. Paulista, 2202 - 7º anD. - CerQueira CÉsar - são Paulo tel 55 11 3288.2177 - WWW.urBaniZaenG.CoM.Br revista ferroviária | oUtUBro/NoveMBro de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 53 53 30/10/12 14:44 Present works i of high has bee employ in effici capa juntamente com os incentivos fiscais do estado e município, foram decisivos para a escolha da cidade mineira. Os incentivos fiscais são em isenções de tributações municipais e ICMS, imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação. Outra vantagem importante é a existência de bitola mista, que integra Sete Lagoas, 150 km ao norte de Belo Horizonte, às malhas da FCA, EFVM e MRS. Outras unidades No ano passado, a MGE Transportes, empresa que hoje faz parte da Progress Rail, duplicou sua unidade em Hortolândia, no interior de São Paulo. A empresa tinha uma área de cinco mil metros quadrados e ampliou para 12 mil metros quadrados. As obras foram divididas em duas etapas - construção de cinco mil metros quadrados na área que a empresa ocupa no terreno da AmstedMaxion e outros dois mil metros quadrados próximo ao centro da cidade, onde foi instalado o setor de componentes. Além da submontagem dos truques, a unidade é usada na reforma de locomotivas, trens de passageiros e componentes. No local, foi construído um galpão e seis linhas que terão capacidade para atender 14 locomotivas ao mesmo tempo ou três trens de quatro carros cada. A estrutura tinha duas linhas. A unidade de Diadema também recebeu investimentos em 2011. A estrutura foi ampliada de quatro para seis mil metros quadrados e foram adquiridas máquinas de usinagem, de solda de fabricação de bobinas e um equipamento para teste finais dos motores. O local é usado para fabricação e modernização de motores elétricos de tração e geradores. Nos últimos cinco anos, o grupo como um todo investiu cerca de R$ 180 milhões no Brasil. O mercado de passageiros A Progress Rail também atua no setor de transporte de passageiros sobre trilhos em serviços de manutenção preventiva e corretiva, modernização de material rodante e fornecimento de alguns materiais. “O grande volume de trabalho está focado na manutenção preventiva e corretiva. Fornecemos a mão de obra especializada, os materiais de consumo, materiais para as corretivas e foto: divulgação Locomotiva SD70ACe fabricada para a Eldorado Brasil 54 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 54 30/10/12 14:44 FERROVIAS Ferrovias Saneamento Gerenciamento de Serviços Limpeza Ambiental Nasce a trail: a NOVa Parceira das ferrOVias Pronta para atender as necessidades das operadoras ferroviárias públicas e privadas, nasce a Trail, uma empresa do Grupo Tejofran, que oferece engenharia de processo, serviços e apoio logístico em ferrovias com preços competitivos no Mercado. Seus projetos de reforma e modernização, execução de manutenção corretiva e preventiva em carros de passageiros, vagões e locomotivas, mais a construção e manutenção de vias, montagem de sistemas e operação de subestações, utilizando-se dos melhores profissionais, agregam tecnologia aos clientes. Seja um parceiro da Trail e do Grupo Tejofran: Acesse www.tejofran.com.br ou ligue 0800-770 7681 e solicite uma visita. revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 55 55 30/10/12 14:44 capa fazemos a modernização de sistemas que estão obsoletos”, explica o gerente de vendas e marketing, Carlos Teixeira. Atualmente, a empresa está trabalhando com contratos para a CPTM, Metrô de São Paulo e de Brasília. Os contratos em andamento são como subcontratada de consórcios contratados pelos sistemas. Com a CPTM, a empresa tem um contrato de manutenção preventiva e corretiva dos trens da série 3000, que circulam na Linha 9-Esmeralda, e já fez a remobilização de 10 trens da série 4400. Os serviços são realizados nas oficinas da CPTM, em São Paulo. Trabalho semelhante é desenvolvido para o Metrô de Brasília, com manutenção preventiva e corretiva dos trens. A empresa também está fazendo a reforma dos truques e substituição de partes (amortecedores, painéis, etc) de 25 trens Mafersa da Linha 1-Azul do Metrô de São Paulo. Os trens estão sendo modernizados pelo consórcio Modertrem, composto por Alstom e Siemens. Além disso, a Progress Rail tem um contrato de manutenção de motores elétricos com o Metrô de São de Paulo desde 1992. A empresa já prestou serviços de assistência técnica para os trens da Rotem comprados pela SuperVia; fez a modernização e reforma do sistema de tração dos trens do metrô de Recife e prestou serviços para o MetrôRio. Os serviços em equipamentos pesados, truques, rodas e eixos e caldeiraria são feitos na unidade de Hortolândia (SP). Enquanto em Diadema (SP) são concentrados os trabalhos em motores de tração, geradores, painéis elétricos, entre outros. Motor de tração montado no truque na unidade de Diadema. C M Y CM MY CY CMY FOTO: eZYÊ mOleDa/rF K 56 revista ferroviária | oUtUBro/NoveMBro de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 56 30/10/12 14:44 C M Y CM MY CY CMY K revista ferroviária | oUtUBro/NoveMBro de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 57 57 30/10/12 14:44 capa A mulher do comando A linha de montagem conta com um toque feminino: Marli Pinheiro da Silva, que tem uma vivência de 15 anos no setor de produção. Aos 40 anos, casada e mães de dois filhos, a supervisora é a única mulher da produção e comanda o time masculino que produz as locomotivas EMD em Sete Lagoas. “Tudo tranquilo!”, responde com um sorriso no rosto, ao falar da convivência com a equipe. Formada em Gestão de Produção Industrial, Marli está acostumada com o serviço pesado. Ela iníciou sua carreira no ramo de autopeças, como montadora, e foi passando por diversos cargos até mudar de ramo. “Eu montava carros e agora vim montar locomotivas. Gosto de coisas diferentes”, brinca ao falar que sempre se interessou em saber como as coisas eram feitas. Marli orienta um dos funcionários da linha de produção 58 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 58 30/10/12 14:44 A recuperação de uma marca Desde a introdução maciça das locomotivas diesel-elétricas, no pós II Guerra Mundial, até o final da década de 80, a EMD, então GM, vendeu quatro vezes mais locomotivas do que a GE, sua principal – para não dizer única – concorrente. Ainda hoje, para uma população mundial de cerca de 119 mil locomotivas diesel-elétricas de todos os tipos, a frota de EMDs é o dobro da GE (RF dez/jan 2011). Com o declínio das ferrovias no último quarto do século XX, e com os problemas de gestão da GM, a marca EMD quase desapareceu como fabricante de locomotivas novas, permitindo o avanço da GE, que tomou o lugar de maior fornecedor do mundo. A GM acabou tendo que vender a EMD para fundos de investimento, em 2005, enquanto sua fábrica de locomotivas em La Grange, perto de Chicago, reduzia a fabricação de 1.400 locomotivas em 1980 (número que a GE nunca atingiu) para pouco mais de 100 em 2010. Os fundos de investimento fizeram bem o seu traba- lho e prepararam a EMD para a venda, o que acabou acontecendo em agosto de 2010, quando a Caterpillar decidiu comprar a marca e a fábrica por US$ 920 milhões, incluindo as dívidas. A compra foi feita através da Progress Rail, subsidiária ferroviária da Caterpillar. Com isso, a EMD -- agora chamada Electro Motive Diesel, e não mais Electro Motive Division -- ganhou fôlego para voltar a investir – como é o caso em Sete Lagoas – e capacitação tecnológica para ir adiante na construção de motores cada vez menos poluentes, como exigem as exigências ambientais norte-americanas. A Caterpillar emprega oito mil engenheiros no Caterpillar Technical Center de Peoria, Illinois. Eles tem diante de si o desafio de projetar os motores para o Tier 4, o nivel mais rigoroso de exigência da EPA, o órgão ambiental americano. “Se você olhar a ferrovia com atenção, vai ver que é um dos setores mais promissores, a nível mundial, do ponto de vista de retorno”, diz Billy Ainsworth, presidente da Progress Rail. “Por, isso a Caterpillar decidiu entrar e investir”. revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 59 59 30/10/12 14:44 reportagem Por dentro da Ferrovia do Aço A equipe da Revista Ferroviária fez o percurso de três dias a bordo de quatro trens, para entender como funciona a Ferrovia do Aço. FOTOs: Bruna Nishihata/RF e A parada na P1-07, trechos da Serra da Mantiqueira embeleza a paisagem. Ruan Segretti P or ali passam mais de 110 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, transportadas em 25 a 30 trens diários, formados por 134 vagões e quatro locomotivas. Passam também mais 3 a 5 trens por dia que levam cimento, sucata, gusa e produtos siderúrgicos. É a Ferrovia do Aço, a maior obra ferroviária do Brasil – e também a mais cara. Construída sobre o terreno difícil da Serra da Mantiqueira, custou, na época da sua inauguração, até a mina de Andaime, US$ 4 bilhões. Tem 60 81 túneis e 109 pontes e viadutos em 354 km de extensão, sendo 80 duplicados. Desde 1996 sob concessão da MRS Logística, a Ferrovia do Aço continua sendo um dos trechos mais importantes da malha ferroviária brasileira, e um dos que mais recebeu investimentos. Para conhecer a estrutura da ferrovia e entender como funciona a operação, a equipe da Revista Ferroviária fez todo o percurso entre os terminais de Andaime (MG) e revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 AZ_Qualit RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 60 30/10/12 14:44 EFICIENTE. TECNOLÓGICA. MUNDIAL. excelência … EM TECNOLOGIA E QUALIDADE. Oferecendo os mais elevados níveis de segurança e eficácia para os operadores. Esta é a meta da Knorr-Bremse. | www.knorr-bremse.com.br | revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 61 AZ_Quality_210x280_ portugiesisch_V1.indd 1 11.10.12 15:34 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 61 30/10/12 14:44 reportagem Guaíba (RJ), trocando de trem três vezes para descansar. O início da viagem O percurso foi realizado juntamente com a equipe da MRS, composta por Robson Lage Sampaio, assessor do setor de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS), e Pedro Paulo de Souza Miranda, especialista em Atendimentos Especiais no SMS. Além dos maquinistas e auxiliares do trecho. O ponto de partida foi o pátio do Andaime, conhecido pelos funcionários da MRS como P1-03, um dos terminais de carregamento de minério da Vale. Quando chegamos, às 9:30 de manhã de uma terça-feira, 18 de setembro, três trens ocupavam o pátio, aguardando para serem carregados com minério de ferro e iniciar o trajeto. Nossa carona era um deles. Nossa locomotiva é uma AC44i, de corrente alternada, abastecida com 0,53 m³ de areia e 10 mil litros de diesel. O percurso inicial foi até o P1-07, a 61 km. A composição tem 134 vagões carregados com 13.483 toneladas de minério de ferro, além de quatro locomotivas: duas à frente e duas na cauda, de auxílio, todas AC44, para ajudar na subida da serra. Miranda, o especialista em Atendimento, conta que o carregamento total do trem leva menos de três horas, e que o pátio do Andaime tem capacidade para carregar dois Terminal de carregamento de minério de ferro da Vale, no pátio Andaime na cidade de Itabirito (MG) 62 trens, simultaneamente. Antes de partir, junto com os funcionários da MRS, tomamos um reforçado café da manhã no refeitório. No cardápio, café, pãozinho quente e até um delicioso bolo, preparado pela auxiliar de cozinha Franciene. Durante o desjejum, batemos um papo com o grupo de funcionários e conhecemos nosso primeiro maquinista: Gesner Moisés Lana, 36 anos, casado, pai de três filhos, na MRS há quatro anos, um e meio deles como auxiliar de maquinista. Após o café recebemos nossos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), com capacete, óculos de proteção, perneira, sapatos e protetores auriculares. Às 9h49, estamos prontos para partir. Gesner nos acompanha até o trem prefixo NFQ 0236. A nomenclatura, segundo as convenções adotadas pela MRS Logística, é composta por três letras e quatro números e fica nos documentos que seguem junto com a carga. A primeira letra significa tipo de carga, a letra “N” para minério de ferro; a segunda é o local de onde o trem saiu carregado, e a letra “F” é o pátio Andaime; e a terceira é o local de destino, “Q” é a usina da CSA. A primeira dezena “02” é o número sequencial do trem, nesse caso quer dizer que este é segundo trem com este prefixo nesse dia; o terceiro e quarto números “36” são o dia do mês multiplicado por dois (18x2=36). Essa multiplicação serve para diferenciar os trens que descem carregados dos que sobem vazios, e que tem uma fórmula diferente (18x2-1). Ao entrar na locomotiva, a primeira coisa que chama atenção é a quantidade de monitores, controles e alavancas no painel principal da máquina. “Bom, primeiro vamos fazer alguns testes, isso é padrão para início da operação. Primeiro o teste de aceleração, depois frenagem”, informa o maquinista à sua tripulação, composta pelos funcionários da MRS já nomeados, Robson Lage e Pedro Paulo Miranda, e a equipe da Revista Ferroviária, o repórter Ruan Segretti e a fotógrafa Bruna Nishihata. Meio apertado para cinco pessoas, mas vamos em frente. Após todos os processos, o trem está preparado para partir. Já no primeiro sinal ouvimos nossos guias Robson e Pedro Paulo e o maquinista Gesner gritarem, “Verde!”. Eles se entreolham e riem. “Isso é uma mania de todo ferroviário”, informa Robson, que completa, “sempre que enxergamos um sinal tendemos a falar a cor em voz alta, verde, amarelo ou vermelho”. A estrutura dos sinais é semelhante a que enfrentamos todos os dias nas ruas das cidades: Luzes vermelha, amarela e verde. Mas o significado delas é diferente. A luz verde significa que o maquinista pode continuar sua operação normalmente, obedecendo a Velocidade Máxima Autorizada (VMA) do trecho, que na maior parte da Ferrovia do Aço é de 50 km/h. A amarela requer atenção, que pode haver revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 62 30/10/12 14:45 algum cruzamento à frente, e o maquinista deve circular em velocidade restrita, preparado para parar no próximo sinal. O sinal vermelho requer a parada total do trem. Continuamos nosso caminho, e as 10h06 estamos “a pleno vapor”, a uma velocidade média de 40 km/h. Ao nosso redor só dá para ver a mata que envolve a serra. Encontramos um local onde parece ter ocorrido um deslizamento de terra. Gesner explica que por causa das chuvas no ano passado, algumas áreas próximas da via acabaram sendo soterradas e foi necessário fazer um trabalho especial para que esse problema não voltasse a ocorrer. Uma hora mais tarde, passamos pelo primeiro trecho urbano da linha, a cidade de Congonhas, próximo ao terminal de carregamento de Água Santa, que pertence a Vale. O trem é obrigado a trafegar com velocidade reduzida devido ao risco de pedestres e veículos na via. Para evitar acidentes em trechos como esse, a MRS faz treinamentos periódicos com maquinistas e funcionários. Depois de duas horas e meia dentro do trem e 61 km percorridos, chegamos à primeira parada do dia, o pátio P17, próximo a São Brás do Suaçuí (MG) – que é o entrocamento da Ferrovia do Aço com os demais ramais onde há carregamento de minério. O relógio marca meio-dia e vinte e o sol não dá descanso, porém, para sorte dos tripulantes, as locomotivas possuem ar-condicionado, que nos protege dos 39 graus lá fora. Neste ponto, nos despedimos de Gesner, que continua- Entre as belezas ao longo do trecho da ferrovia do aço está a variedade de belas aves que podem ser vistas. revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 63 63 30/10/12 14:45 reportagem rá seu caminho rumo ao terminal de Sepetiba, um dos sete onde é descarregado o minério que passa pela Ferrovia do Aço (os outros seis são Ilha de Guaíba, TECAR, CSA, UPV (Volta Redonda) e Usiminas, Cubatão e em São Bento). Nossa equipe vai para Guaíba e troca de trem. Entramos no NEL 0236, que está partindo. Antes de subir na nova máquina, do mesmo modelo, aproveitamos para pegar nosso almoço no pequeno refeitório do pátio, uma marmitex de arroz, feijão preto e carne, acompanhando com suco e fruta. O novo trem está sendo conduzido por Roberto Campos e pelo auxiliar Rogério dos Santos, que está em treinamento. Mais uma vez mantemos os padrões, um trem-tipo com 134 vagões carregados com 13.862 toneladas de minério de ferro, com destino a Guaíba, duas locomotivas à frente e duas na cauda. O maquinista tem uma vasta experiência e trabalha na ferrovia desde 1978. Casado e pai de duas moças, ele nos conta sobre várias inovações que foram sendo feitas no setor, como o uso do locotrol, que permite a tração múltipla. O sistema fica no painel da locomotiva e controla as que estão na cauda do trem. Pelo caminho é possível ver diversas equipes de manutenção em campo. O calor ainda é forte, mas dentro da cabine refrigerada estamos protegidos e acompanhamos o trajeto passando pela serra, vemos algumas pequenas cachoeiras. Enquanto Roberto conduz a locomotiva percebemos o auxiliar Rogério observando todo o processo atentamente. Ele explica que já está há um ano como auxiliar, mas sempre observa bem tudo que o maquinista faz e que logo estará apto a fazer uma operação sozinho. Atravessamos um trecho tranquilo do caminho, os sinais indicavam uma viagem sem problemas, sempre verdes. Às 17h50, o primeiro dia chega ao fim. Chegamos ao pátio P1-13, depois de percorrer 100 km, nas proximidades São João Del Rei (MG). Vamos de carro até um pequeno e aconchegante hotel (Hotel Solara). Ao invés de quartos, o lugar é formado por pequenas casas como numa vila dos anos 50. O hotel é o mesmo utilizado pela equipe da MRS. O dia seguinte Acordar com as galinhas não é apenas uma expressão, é a realidade do dia a dia de quem trabalha na via. Às 5h30 já estávamos tomando café e nos preparando para voltar ao pátio P1-13, e dali começar o segundo dia de viagem. Serão mais oito horas e 250 km até Barra do Piraí, Rio de Janeiro. Mais uma vez o que nos espera é uma AC44i novinha. 150 unidades foram adquiridas pela empresa em 2010, chegando a uma frota atual de 195 máquinas deste tipo. O novo trem, prefixo NEL 0138, com duas locomotivas auxiliares Maquinista Ângelo fazendo sua operação enquanto aperta o botão do sistema “homem morto”, que deve ser pressionado a cada 45 segundos. 64 revista ferroviária | oUtUBro/NoveMBro de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 64 30/10/12 14:45 THE JOURNEY OF A THOUSAND KILOMETERS BEGINS WITH A SINGLE TIE. FOR PEACE OF MIND MAKE SURE, THAT TIE HAS OUR NAME ON IT. America’s railroads look to us for one-of-a-kind quality, service, expertise and innovation. To see what we can do for you, take the first step RAILROAD PRODUCTS AND SERVICES 888.KOP.TIES 888.567.8437 www.koppers.com revista ferroviária | oUtUBro/NoveMBro de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 65 65 30/10/12 14:45 reportagem do mesmo modelo, está pronto para partir às 7h30. Com os mesmos 134 vagões e carregado com 14.194 toneladas de minério de ferro, o trem está sendo conduzido pelo maquinista José Ângelo de Toledo – um mineiro de Juiz de Fora, com 44 anos e pai de três filhos. No setor ferroviário desde 1984 e maquinista formado pelos cursos da MRS, em parceria com o Senai, José tem a ferrovia no sangue, seu pai também era ferroviário. Ele gostou das melhorias que o setor recebeu nos últimos anos e cita o novo sistema de sinalização da MRS como exemplo. O antigo sistema de intertravamento e sinalização de campo deu espaço a uma nova tecnologia onde os sinais de restrição, liberação ou impedimento para a circulação são recebidos diretamente no computador de bordo das locomotivas. Ao passarmos pelo pátio P2-01, próximo a cidade de Itutinga, avistamos uma equipe de ronda de linha, formada por uma dupla de funcionários que acompanham, a pé ou com motos, a linha do trem para verificar problemas ou necessidade de equipamento. A cada 45 segundos José aperta um grande botão vermelho no painel do lado esquerdo de sua cadeira, o “Homem Morto”, e quando esse tempo passa, uma lâmpada se acende à sua frente e podemos escutar um som, como um alarme. A luz e o som permanecem ligados até que José aperte o botão ou realize alguma ação no trem que faça o sistema entender que ele esta ali. O maquinista conta que se nenhuma medida for tomada, a locomotiva freia o trem automaticamente por medida de segurança. As 10h30 chegamos a nossa primeira parada deste dia, o pátio P2-06, em Bom Jardim, ponto culminante da Ferrovia do Aço, onde a malha atinge 1.125 m de altitude, ainda em Minas. Continuamos no mesmo trem, mas nos despedimos de José Ângelo, que vai descansar durante quase um dia e retorna para o serviço. A escala dos maquinistas começa com uma jornada de 40 horas de trabalho, ao longo de cinco dias, com uma folga de 24 horas, mas José nos informa que a escala é bem flexível e ele pode tentar remaneja-la caso tenha algum compromisso importante. “Não perdemos nada, nem aniversários, nem nenhuma ocasião especial de família”, diz. As 10h40, após 200 km percorridos, damos as boas vindas ao maquinista Ângelo Duarte, que leva 20 minutos para Operadores do pátio Andaime passando informações vindas do CCO para os maquinistas. 66 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 66 30/10/12 14:45 realizar os testes de frenagem e aceleração antes de retomarmos. Ângelo se anima com a tripulação diferente e conta que a paixão por ferrovias começou cedo, quando ainda era garoto. Seu avô trabalhava como ferroviário, nos tempos áureos das Marias Fumaça. “As histórias que ele contava sempre encantavam a gente. Fui tomando gosto pela coisa e agora estou aqui, vai fazer três anos”, comenta com entusiasmo. Chegamos a um ponto importante da viagem, o ponto mais alto da ferrovia na Serra da Mantiqueira. Um pouco abaixo é possível ver a cidade de Bom Jardim, à esquerda do trem. A partir daqui iniciamos a descida. As locomotivas de auxílio continuam no trem mas são desligadas e continuam viagem conosco até Barra do Piraí. Lá serão engatadas a um trem vazio e O motoqueiro com o colete laranja é chamado de patrulha de linha, ele acompanha o trem para garantir que não ocorra nenhum problema nas travessias de pedestres. revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 67 67 30/10/12 14:45 reportagem retornarão pela Linha do Centro para carregar novamente. Até pouco tempo atrás, essas locomotivas voltariam pela própria Ferrovia do Aço. Mas as novas aquisições de AC-44i permitiram tornar esse trecho praticamente 100% unidirecional, o que aumentou bastante a capacidade de via. O especialista em Atendimentos Especiais, Pedro Paulo de Souza Miranda, informa que um pouco mais à frente está a Tunelândia, trecho com 46 túneis, um atrás do outro. Entre eles o Tunelão que fica entre os municípios de Bom Jardim e de Santa Rita de Jacutinga, em Minas. É considerado o maior túnel do Brasil e o segundo da América Latina, com 8.645 metros de extensão. Em todo o continente, o Tunelão perde em extensão apenas para o túnel ferroviário Cuajone-El Sargento, entre a cidade de Ilo e a mina de Toquepala, no Peru. Para se ter uma noção da extensão do túnel, gastamos 20 minutos para atravessá-lo, a uma velocidade média de 28 km/h. Ao passar pela Tunelândia, percebemos que o apelido não é brincadeira! Existem momentos em que o trem, que tem 1.514 km de extensão, ocupa ao mesmo tempo três túneis. O assessor de Segurança no Trabalho da MRS, Robson Lage, brinca que isso não é nada comparado ao que vem por aí. Depois de alguns quilômetros, e ainda na serra, chegamos ao pátio P2-12, próximo a cidade de Quatis, por volta das 15h, e trocamos mais uma vez de maquinista, já que Ângelo terminou seu turno. Agora quem nos conduz é Thiago Henrique Miranda, 28 anos, também de Juiz de Fora. Thiago é um dos poucos maquinistas que não tem uma história com a ferrovia. Ele prestou um concurso e trabalha no setor há mais de dois anos. Além de Thiago, um segundo maquinista subiu na locomotiva de trás, (lembrando que o trem é puxado por duas locomotivas na frente). Fomos informados que ele renderia um maquinista que estava em um trem parado há mais de Nossos guias durante o trajeto, Robson Lage (à direita) e Pedro Paulo Miranda (à esquerda). 68 três horas à nossa frente, devido a um trilho partido. Esse tipo de falha pode acontecer por fadiga, variação grande de temperatura e por desgaste do trilho. Ao chegarmos ao ponto onde ocorreu o problema, o CCO já havia liberado o movimento e por isso passamos à frente do trem que havia sido retido. Por conta disso, recebemos mais um tripulante, o maquinista do outro trem. O problema no trilho refletiu no nosso trajeto, já que durante um longo trecho os sinais ficaram amarelos e vermelhos, obrigando o maquinista a circular com velocidade reduzida de no máximo 15 km/h, menos da metade da velocidade que trafegávamos. Neste trecho, chegamos a ficar parados por 15 minutos. Vinte quilômetros à frente retomamos a operação normal, com os sinais normalizados, até a outra extremidade da Ferrovia do Aço, na cidade de Barra Mansa, já no estado do Rio de Janeiro. Chegamos a Barra do Piraí, às 17h15. Nesse pátio as locomotivas auxiliares voltam, através da Linha do Centro para o pátio Andaime, tracionando trens vazios. Daqui fomos de carro até a cidade para descansar para o terceiro e último da viagem. A reta final Mais uma noite e logo cedo, às 6h30, estamos nos organizando para o trecho final, do P2-14 até a Ilha de Guaíba. Desta vez o calor não nos acompanhou, tivemos clima ameno e chuva. A nossa última carona é no trem NEG0238, o mesmo trem-tipo de 134 vagões. Os novos companheiros de viagem são o maquinista João Ely Rodrigues, 38 anos, e seu auxiliar Luis Antônio Ferreira. João também vem de família de ferroviários - seu irmão trabalha no setor há mais de 25 anos. No horizonte, à direita do nosso trem, avistamos a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) no estado do Rio de Janeiro. Logo depois passamos por baixo de um viaduto onde circulava um trem de passageiros da SuperVia. Às 10h, chegamos ao pátio de Brisamar, o último antes de Mangaratiba. A chuva começava a engrossar e pergunto ao maquinista se existe alguma diferença de operação com chuva e sem. Ele explica que a atenção tem que ser maior, mas não que a velocidade deva ser reduzida. Nos trechos de serra, por exemplo, as técnicas são diferentes. Com chuva usa-se freio dinâmico nas descidas como força de retenção da composição e a areia evita que as rodas patinem. O trecho até a Ilha Guaíba é totalmente urbano e, por isso, somos acompanhados de perto por outros dois funcionários da segurança que fazem a patrulha da linha. Eles vão de moto à frente do trem, margeando a linha, parando nos cruzamentos para auxiliar o trânsito local e retirando andarilhos da linha, evitando acidentes. revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 68 30/10/12 14:45 Uma hora depois chegamos a nossa última parada: Mangaratiba, onde já é possível ver as praias repletas de pequenos barcos pesqueiros e pessoas pescando nos pontos mais rasos, sem muita sorte, pelo que pudemos observar. E depois de três dias acordando cedo e conhecendo as belezas e curiosidades da Ferrovia do Aço, chegamos ao fim do percurso. Havia um trem descarregando e dois parados sobre a ponte que liga a ilha ao continente aguardando, o que ocorre pela estratégia de se manter sempre os terminais de descarga abastecidos, dado que são o gargalo do sistema. A cada dia, de 10 a 14 trens são descarregados no terminal, dependendo justamente da fluência do tráfego. No terminal, cada trem leva cerca de 3,5 horas para descarregar e mais uma hora para voltar à linha tronco. Finalizamos o trajeto apreciando a beleza da ponte que leva o minério até a Ilha Guaíba, onde está o terminal da Vale. Dados Ferrovia do Aço Inauguração Extensão Julho de 1989 320 Km Extensão duplicada 29 km Extensão dos túneis 50 km total Extensão das pontes e viadutos 30 km total Raio mínimo de curva 960 m Rampa máxima 1,50% Dormentação Projeção do transporte de carga para 2012 Madeira 113 milhões de toneladas Uma das imponentes estruras da ferrovia é essa ponte que fica proxima ao P1-13 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 69 69 30/10/12 14:45 reportagem Metálicos e duráveis Após um ano de testes, FCA adquire 35 mil dormentes de aço que prometem aliar resistência e sustentabilidade à ferrovia FOTO: Divulgação Dormentes de aço da Hidremec ao lado de linha com dormentes de madeira N em dormentes de madeira, nem de concreto. A mais nova aposta da Ferrovia CentroAtlântica (FCA), pertencente à Vale, são os dormentes de aço. Buscando aliar maior estabilidade na via com a questão da preservação ambiental, a ferrovia acaba de adquirir 35 mil unidades do produto. Os dormentes serão empregados em dois trechos da malha da FCA: de Araguari, em Minas Gerais, à Paulínia, em São Paulo, onde a empresa transporta prioritariamente fosfato, enxofre e açúcar; e de Araguari a Belo Horizonte, também em Minas, no trecho conhecido como “rota dos grãos”. A compra do material foi realizada depois de um ano 70 de testes com 330 dormentes, que foram implantados entre Uberlândia e Uberaba (MG). “Após os resultados satisfatórios, definimos a compra do primeiro lote para implantação em mais trechos da nossa ferrovia”, afirma João Silva Junior, gerente geral de Via Permanente da FCA. A ferrovia não divulgou o valor do investimento, mas cada dormente de aço, fora o custo de implantação, custa R$ 270,00 – o que confere um montante de R$ 9,5 milhões à compra. Atualmente, 98% das vias da FCA são constituídas de dormentes de madeira, e os outros 2% de dormentes de concreto. Com a substituição, 97% da malha será de madeira, 2% de concreto e 1% de aço. Fornecidos pela Hidremec – fabricante localizada em revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 70 30/10/12 14:45 Cariacica, no Espírito Santo – os dormentes metálicos começaram a ser implantados em abril, pela própria equipe de manutenção da FCA. De acordo com o gerente geral da ferrovia, a substituição será feita de forma automatizada, utilizando um equipamento chamado Track Lifter, que eleva a grade, retira os dormentes de madeira e posiciona os dormentes de aço. “E esse é o grande ‘x’ da questão, pois pulamos uma etapa de risco para a segurança dos funcionários, que é fazer o levante de forma manual”, ressaltou. Apesar de todas as ferrovias da Vale utilizarem dormentes de madeira de eucalipto, que são produzidos a partir de florestas renováveis, o dormente de aço também é uma opção ambientalmente correta. Primeiro, e mais nítido, porque dispensa o desmatamento para a fabricação. E segundo porque o aço pode ser reciclado após sua vida útil na via acabar, retornando à siderúrgica para ser fundido e reutilizado. “A Estrada de Ferro Vitória a Minas, por exemplo, tem um contrato com a Açominas, que compra esses dormentes para transformá-los em novos perfis ou até em novos dormentes”, afirma João Junior. Enquanto o ponto de corte do eucalipto para celulose é atingido em sete anos, a madeira utilizada na produção de dormentes deve ter em média 15 anos. Ou seja, fica evidente que o tempo de reposição das árvores, nesse caso, é mais demorado – e essa foi uma das razões que levaram a FCA a procurar uma alternativa ao produto. Outra questão que salta aos olhos é a resistência e vida útil do material, que chega a ser três vezes mais durável que a madeira, alcançando 30 anos de uso na ferrovia. É claro que esses benefícios têm um preço. O dormente de aço é quase 70% mais caro que o de madeira (que custa em média R$ 160,00 a unidade). Além disso, o metal não absorve impactos da mesma forma que a madeira, não suportando assim a força de compressão das rodas no caso de um acidente ou descarrilamento. Mas, de acordo com o gerente da FCA, a questão deve ser contornada, já que a proposta do produto é ser mais estável. “A linha fica bem ancorada e com maior resistência lateral”, destacou. São características que prometem compensar a nova aposta da ferrovia da Vale. revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_1a71.indd 71 71 30/10/12 14:45 reportagem Negócios nos Trilhos 2012 A 15ª edição da maior feira metroferroviária da América Latina ocupará uma área de 15 mil metros quadrados e terá cerca de 180 expositores. M aior evento do setor metroferroviário da América Latina, a Feira Negócios nos Trilhos – a partir deste ano realizada pela UBM -- chega a sua 15ª edição em 2012. Participam do evento, que ocupa uma área de 15 mil metros quadrados do Pavilhão Vermelho do Expo Center Norte, em São Paulo, entre 6 e 8 de novembro, aproximadamente 180 expositores nacionais e internacionais. A edição deste ano chega com a promessa de ser uma das maiores já realizadas, principalmente pelo grande investimento que projetos dos governos Federal, Estadual e Municipal vêm recebendo. Somente o Plano de Investimento em Logística (PIL) projeta investimentos da ordem de R$ 91 bilhões para o setor metroferroviário, mais R$ 35 bilhões do Trem de Alta Velocidade (TAV). “Quando se pensa em mobilidade urbana não pode- mos deixar de falar nos sistemas metroferroviários e os investimentos que estão sendo alocados para o setor comprovam a sua importância para o transporte de passageiros em nossas cidades”, comenta Joubert Flores, presidente da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANP Trilhos). Em paralelo à feira, será realizado o 1º Congresso Metroferroviário Brasileiro que reunirá diversas autoridades como os ministros Paulo Sérgio Passos, dos Transportes; Aguinaldo Ribeiro, das Cidades; e especialistas do setor. No congresso serão abordados temas como as necessidades, desafios e as perspectivas da malha metroferroviária brasileira nos próximos anos. Até o ano passado, as palestras integravam o Seminário Negócios nos Trilhos, também paralelo à feira. “O congresso, que ocorre na feira, tem uma grande importância, pois é palco de anúncios e debates de planos de negócios”, pontua Alexander Ellwanger, diretorfoto: Arquivorf A 15ª edição da feira ocupará uma área de 15 mil metros quadrados do Pavilhão Vermelho do Expo Center Norte, em São Paulo 72 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 72 30/10/12 13:56 -presidente da IAT Fixações Elásticas Ltda, uma das empresas expositoras da NT 2012. “O NT deste ano se realiza em um ambiente de renovação do transporte metroferroviário, capaz de gerar uma nova onda de crescimento, como foi há 15 anos o concessionamento”, diz Gerson Toller, diretor executivo da Revista Ferroviária. “Tanto na carga como nos passageiros, abre-se a perspectiva da entrada de novos operadores, que por sua vez vão gerar novas encomendas para a indústria ferroviária. Nos últimos dois anos, assistimos a uma demonstração do potencial destes novos players com as encomendas de vagões para açúcar e de trens unidade elétricos para o Rio de Janeiro e para São Paulo. Tudo indica que novos investidores virão para explorar as novas oportunidades que estão sendo abertas neste momento”, completa. Uma das grandes novidades do NT 2012 será o Veículo Leve sobre Trilhos que a Empresa Metropolitana de Trens Urbanos (EMTU) vai expor no evento. O governo de São Paulo, do qual a EMTU faz parte, entregará o sistema de VLT à Baixada Santista em 2014, que faz parte do Sistema Integrado Metropolitano (SIM). Outra novidade que promete atrair a atenção do visitante é o conjunto de macacos eletrônicos da Empretec, RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 73 que tem capacidade para levantar até 200 toneladas. Construído em aço especial, o conjunto tem um sistema de acionamento eletrônico, que permite ao operador permanecer distante do equipamento nas operações de elevação de locomotivas, veículos de manutenção. De acordo com a empresa, o sistema torna o trabalho mais seguro. No ano passado, o NT contou com a presença de cerca de sete mil visitantes entre profissionais das empresas operadoras, clientes, empresas de logística, técnicos do governo e interessados no setor metroferroviário, que visitaram as 180 empresas expositoras de 15 países. A primeira edição do NT aconteceu em 1998, ano marcado pela nova fase do transporte ferroviário brasileiro, com o concessionamento das ferrovias de carga e o início dos investimentos da iniciativa privada. Na ocasião, o evento foi realizado no Hotel Hilton e na Estação Júlio Prestes. Com o crescimento, a NT foi transferida para o Museu de Tecnologia de São Paulo, em 1999, e depois, em 2001, para a Sala São Paulo e Estação Júlio Prestes, novamente. A NT 2001 contou com a exposição da locomotiva nº 1 da São Paulo Railway e uma Dash-9 da Ferronorte. Entre 2002 e 2004, a feira foi 30/10/12 13:56 reportagem realizada no ITM Expo, em São Paulo, e a partir de 2006 passou a ser realizada no Expo Center Norte, também na capital paulista. Em março deste ano, a UBM – United Business Midia – adquiriu a Feira da Revista Ferroviária, que permanece como mídia oficial, expositora e patrocinadora do evento. Confira a programação do Congresso Metroferroviário 14h - Mesa Redonda: Como Superar os Desafios Relacionados à Viabilidade do Trem de Alta Velocidade no Brasil Presidente de Mesa: José Geraldo Baião, Presidente da Aeamesp Palestrantes convidados: · Bruno Batista, Diretor Executivo CNT · Luiz Antonio Fayet, Consultor CNA 06 de novembro 13h45 – Boas Vindas e Considerações sobre o I Congresso Metroferroviário Brasileiro 14h – O Futuro do Setor Metroferroviário no Brasil: Perspectivas de Crescimento, Investimentos e Tecnologias · Paulo Sérgio Passos, Ministro dos Transportes · Aguinaldo Ribeiro, Ministro das Cidades · Marcelo Perrupato, Secretário de Política Nacional do Ministério dos Transportes · Rodrigo Vilaça, Presidente da ANTF · Vicente Abate, Presidente da Abifer · José Geraldo Baião, Presidente da Aeamesp · José Antonio Fernandes Martins, Presidente do Simefre · Joubert Flores, Presidente da ANPTrilhos 15h30 – Coffee Break 16h - Os Incentivos do Governo Federal para Fomentar o Crescimento e Expansão do Setor Ferroviário Nacional · Maurício Muniz, Secretário do Programa de Aceleração do Crescimento, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão 15h00 – Coffee Break 15h30 - Mesa Redonda: Análise do Cenário da Mobilidade Urbana nas Grandes Capitais Moderação e Palavras Iniciais: José Geraldo Baião, Presidente da Aeamesp Palestrantes convidados: · Francisco Colombo, Presidente da CBTU · Jurandir Fernandes, Secretário dos Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo · Carlos José Cunha, Presidente da SuperVia · Rômulo Fortes, Presidente do Metrofor vias co 17h – Encerramento Sala 2: Carga 9h às 10h10 - Workshop (1, 2 e 3) 14h – 17h - Sessão Internacional: As Ferrovias Brasileiras e Fornecedores Palestrantes a definir* Soluções Inovadoras para Ferrovias e Aplicações Internacionais · Ankit Nagory, Chief Executive Officer, India Thermit · Jim Aten, President, Salient Systems · Paul Kotsenas, Sales Manager, Rail Sales, Steel Dynamics, Inc · Britto Rajkumar, Executive Director, TTCI · Dan Hanback, Chief Operating Officer, Electro Motive 10h10 às 11h20 - Workshop (4, 5 e 6) 08 de novembro 11h20 às 12h30 – Workshop (7 e 8) 09h – Planejamento Ferroviário: Os Novos Projetos e Investimentos para o Desenvolvimento das Ferrovias no Brasil Presidente de Mesa: Vicente Abate, Presidente da Abifer Palestrantes convidados: 17h - A Tecnologia em Prol do Avanço das Ferrovias no Brasil: Soluções para Melhorias de Serviços e Operações · Vicente Abate, Presidente da Abifer 17h30 – Encerramento 07 de novembro 12h30 - Intervalo para almoço Sala 1: Passageiros 74 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 74 30/10/12 13:56 Fábric 20 · Bernardo Figueiredo, Presidente da Empresa de Planejamento e Logística · Josias Sampaio Cavalcante Júnior, Diretor Presidente da Valec · Mario Dirani, Diretor de Infraestrutura Ferroviária do DNIT 10h30 – Coffee Break 11h – Mesa Redonda: A Importância da Reestruturação do Marco Regulatório no Setor Ferroviário: Palestrantes convidados: · Ivo Borges de Lima, Diretor-Geral da ANTT · Antonio Modesto, Diretor Jurídico da FTC 12h30 – Intervalo para Almoço 14h – Mesa Redonda: O Papel da Iniciativa Privada no Desenvolvimento das Ferrovias Brasileiras Moderação: Vicente Abate, Presidente da Abifer Palestrantes convidados: · Eduardo Parente, Presidente da MRS Logística · Marcelo Spinelli, Diretor-Presidente da FCA · Paulo Cesena, Diretor-Executivo da Odebrecht Transport · Roberto Zurli Machado, Diretor de Infraestrutura do BNDES 15h30 – Coffee Break 16h – Mesa Redonda: O Brasil Chega no Limite dos Gargalos Estruturais Existentes nos Corredores de Escoamento da Produção · Moderação e Palavras Iniciais: Pedro Moreira, Presidente, Abralog Palestrantes convidados: · José Luís Demeterco, Presidente da Brado Logística · Julio Fontana, Presidente do Rumo Logística · Guilherme Quintella, Presidente da Contrail 17h30 – Encerramento * Obs.: Programação sujeita a alterações de temas, palestrantes, data e horário. Dormentes de Concreto vias convencionais, permanentes - heavy haul - metrôs - AVMs “ soluções de qualidade sobre trilhos ” VANTAGENS: Bitola de alta precisão Baixo custo de manutenção Durabilidade prolongada Controle de qualidade Rastreabilidade Produção limpa, segura e exata de dormentes Fábricas móveis customizadas para atender a demanda do cliente com logistica mais eficiente 20 anos de experiência em dormentes de concreto MABA ECOLINE DO BRASIL- Contato Marcelo Malinowski [email protected] revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 75 Rua Padre Chagas, 415/601- Moinhos de Vento -Porto Alegre - RS - Brasil - 90.570-080 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 75 30/10/12 13:56 reportagem A importância das ferrovias para a mobilidade A 18ª Semana de Tecnologia Metroferroviária contou com 12 painéis e 44 sessões de trabalhos técnicos E vento organizado pela Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô de São Paulo (Aeamesp), a 18ª Semana de Tecnologia Metroferroviária foi realizada em setembro, em São Paulo, e teve a presença de cerca de 2.300 participantes. Foram realizados 12 painéis de debates, 44 apresentações de trabalhos técnicos, além de sessões solenes e homenagens. O tema geral do encontro foi ‘A contribuição dos trilhos para a mobilidade’. Os destaques foram os painéis ‘Como Implantar Projetos Metroferroviários’ e ‘A Competitividade da Indústria Metroferroviária’. No primeiro, especialistas mostraram o que é necessário para a implantação de uma linha de metrô, revelando procedimentos técnicos, prazos, estrutura de projetos, planejamento e desenvolvimento. O segundo painel mostrou como a indústria metroferroviária vem se preparando para crescer. Segundo o presidente do Simefre, José Antônio Fernandes Martins, se depender das indústrias ligadas ao setor ferroviário, os dez mil quilômetros de ferrovias anunciados no Plano de Investimentos em Logística podem efetivamente ser construídos com a produção nacional. Os projetos de trens de longo percurso de média e alta velocidade também foram tema do evento. A mobilidade regional por ferrovia está mais perto de se concretizar com as novas linhas prometidas pelo Governo do Estado de São Paulo, com os trens ligando a capital paulista a Jundiaí, Santos e Sorocaba e, pelo Governo Federal com o Trem de Alta RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 76 Velocidade entre Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. Os projetos foram apresentados por Silvestre Eduardo Rocha Ribeiro, diretor de Planejamento da CPTM, e por Hélio Mauro França, então superintendente da ANTT. As Parcerias Público-Privadas (PPP), as novas concessões e o cenário do setor metroferroviário foram temas dos debates do último dia da semana de tecnologia. O gerente de Planejamento do Metrô de São Paulo, Alberto Epifani, explicou que o Brasil conta com 63 médias e grandes regiões metropolitanas e destacou que elas poderão ser 71, em 2016. FOTO: Aeamesp Solenidade de abertura da 18ª Semana de Tecnologia Metroferroviária, evento organizado pela Aeamesp entre os dias 11 e 14 de setembro, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo 30/10/12 13:56 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 77 77 30/10/12 13:56 opinião Garantia de juros, de novo DivulGAção Gerson Toller diretor-executivo da Revista Ferroviária “A multiplicação de estradas , construídas sem nenhuma diretriz mais racional, resultava prejudicial à administração. Com uma população ainda pouco densa, separada por grandes distâncias e com recursos proporcionalmente limitados, tornava-se impossível conservar essa multiplicidade de linhas de estradas com suas infinitas ramificações apenas às custas do Tesouro”. Viotti da Costa, in A Abolição O s anos que vão de 1873 – Lei 2.450 dando “subvenção kilométrica ou garantia de juros as companhias que construírem estradas de ferro” – e 1889 -- Proclamação da República -- foram de forte expansão da malha ferroviária brasileira. Esta cresceu de 1.129 para 9.583 km, obra de investidores ingleses, atraídos pelos 7 % de remuneração mínima, garantidos “em ouro” pelo Tesouro do Império, ou, alternativamente, pela subvenção de 30 contos de réis por quilômetro construído, caso a linha não fosse considerada rentável. O concessionário podia fazer desapropriações, explorar terras devolutas e nenhuma outra ferrovia podia ser construída numa faixa de 33 km para cada lado da linha. Em contrapartida, o concessionário ficava limitado a auferir dividendos de no máximo 12%, além do que teria que reembolsar o Governo pela quantia paga por conta da garantia de juros, ou reduzir as tarifas em vigor. Hoje é fácil de ver o defeito de tal sistema, praticado na época por vários países: desincentivava a busca de eficiência tanto na construção como na operação. A garantia de juros significava remuneração certa para o capital, não importando de que jeito fosse empregado. A subvenção kilométrica permitia construir de graça qualquer ferrovia que custasse menos do que os 30 contos por km. Como não havia projeto, o traçado ficava à mercê de influências políticas locais, surgindo as ferrovias “cata café”. Por fim, o teto para dividendos penalizava quem, apesar disso, quisesse ser eficiente. Até hoje, o 78 sistema ferroviário sofre as consequências dessas mal traçadas linhas Ninguém quer ou acha que isso vai acontecer de novo agora. Mas é bom ficar atento para dois pontos em que o Programa de Investimento em Logística da presidenta Dilma se aproxima perigosamente da Lei 2.450 de D. Pedro II. O primeiro é a eliminação do risco de construção com a garantia de compra, pela Valec, de toda a capacidade das 12 ferrovias do programa. Parece muito com garantia de juros e pode levar a empreendimentos inviáveis. E o segundo é a falta de projetos, e de capacidade para realizá-los dentro da EPL, ou da Valec, o que sugere uma ingerência excessiva das empreiteiras e dos clientes na escolha dos traçados e das obras. Este parece ser o ponto mais frágil do bom propósito de expandir a malha: a falta de capacidade para planejar. Que por sua vez está ligada à falta de equipe dentro do governo para tratar do assunto. Que não se resolve sem uma política de formação e capacitação de técnicos em ferrovias, da qual não existe nem sinal. Nada contra a participação ativa do setor privado no estudo e construção de ferrovias. Mas que seja a partir de um plano racional estabelecido pelo governo, que aliás já existe e se chama Plano Nacional de Logística e Transportes, em má hora substituído pelos PACs. Esperar que as empreiteiras produzam os projeto e decidam o que fazer, o e que não fazer, com juros subsidiados e sem risco, é liberalismo do Segundo Império que não cabe no século XXI. C M Y CM MY CY CMY K revistA ferroviáriA | oUtUBro/NoveMBro de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 78 30/10/12 13:57 arquivo ferroviário A caverna por onde passará a Linha 4 do metrô do Rio de Janeiro, entre Ipanema e Barra da Tijuca, já está pronta. Os operários já trabalham nos preparativos para a escavação do primeiro trecho, entre Ipanema Gávea, que deve acontecer em agosto de 2013. A Linha 4 do metrô carioca terá 16 quilômetros de extensão, seis estações e quando pronta deverá transportar 300 passageiros por dia. Aqui será montado o Tunnel Boring Machine (TBM), mais conhecido como “tatuzão”. Com chegada prevista para o início de 2013, o TBM virá desmontado em 20 contêineres e quando entrar em atividade deverá perfurar de 15 a 18 metros de rocha e areia por dia. AD FERROVIARIA.pdf 1 10/07/12 09:31 foto: Gerson toller/rf VEJA A FOTO AMPLIADA C M Y CM Com a fusão de três de suas empresas o Grupo CAF multiplica recursos integrados numa só companhia: CAF Power & Automation. MY CY CMY O Grupo CAF impulsiona a união de três de suas empresas (Traintic, Trainelec e DTQ4) numa só companhia: CAF Power & Automation. Uma nova empresa dedicada ao design e fabricação de equipamentos de potência embarcados assim como sistemas de comunicação e controle para qualquer tipo de material rolante. K CAF Power & Automation apresenta-se como uma evolução dentro do mercado de fornecedores de soluções para o sector ferroviário internacional acrescentando tecnologia própria e uma equipe humana adaptável e altamente qualificada. revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 79 79 30/10/12 13:57 arquivo ferroviário A caverna da Linha 4 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 80 30/10/12 13:57 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 81 30/10/12 13:58 reportagem O polêmico trem chinês A ssim que chega a uma das estações do MetrôRio, o novo trem chinês chama a atenção dos passageiros. As diferenças entre os novos e os antigos carros são muitas, a começar pelas cores preta e metal (distintas do tradicional azul) e pelo design mais moderno, que remete ao usuário uma sensação de mais conforto. As dessemelhanças, no entanto, não são sempre positivas nem se restringem ao layout: o desnivelamento e o espaço entre o trem e a plataforma estão exigindo um pouco mais de cuidado dos passageiros ao embarcar e mudando a rotina dos deficientes. A equipe da Revista Ferroviária foi a campo verificar a situação dos novos carros e a opinião dos passageiros em relação à operação e ao desempenho do trem. Em viagem pela Linha 1A (sentido Botafogo-Pavuna), a RF circulou por todos os carros, mediu os espaços do vão e observou o degrau entre o trem e a plataforma em todas as estações até o destino final. A equipe embarcou na composição às 21h42, no dia 13 de setembro, em Botafogo. Ajustes A equipe da RF não observou indícios de obras nas estações, mas constatou a existência de um extensor de plataforma (uma tira feita com material de borracha) aplicado na aresta de algumas plataformas com o objetivo de reduzir o espaço entre ela e o trem. No entanto, foi possível verificar que o tamanho do vão entre o trem e a plataforma pode chegar a 17 centímetros na estação Catete e até 22 centímetros na estação São Cristóvão. Em média, a distância entre os trens antigos e a plataforma varia entre quatro e cinco centímetros, 82 fotos: Vinícius Santos/RF Trem chinês chama a atenção dos passageiros pelas cores mas o MetrôRio divulgou que, desde o final de 2011, está realizando obras de padronização para que o espaço seja de nove centímetros em todas as estações. “Isso é um perigo para as crianças e idosos”, destaca o geógrafo Gustavo Ramos, de 32 anos, que, todos os dias, utiliza o MetrôRio para ir ao trabalho. “Já vi alguns cadeirantes com dificuldades ao embarcar devido ao tamanho exagerado deste espaço”, revela. A RF verificou que o desnivelamento varia entre cinco e seis centímetros em todas as estações da Linha 1A. Layout Quando o assunto é o visual e o conforto do trem chinês, as opiniões são, na maioria, elogiosas. Com layout mais clean, revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 82 30/10/12 13:58 Quando comparado aos trens mais antigos, a diferença é de sete centímetros para menos. A presença de alças anexadas às barras superiores de apoio contribui ainda mais para a redução da altura. O novo trem conta ainda com avisos luminosos para mostrar o lado da porta que será aberta a cada desembarque . Vinícius Santos/RF comparado aos trens antigos, a nova composição traz também um diferencial importante: a temperatura amena, de 23ºC. Ponto de diversas críticas dos passageiros nos carros antigos (onde o ar-condicionado, frequentemente, deixa a desejar), a refrigeração, adaptada para o clima quente do Rio de Janeiro, é tão eficiente, que, às vezes, é necessário se render a um casaco durante a viagem. Quem gostou desta novidade foi a aposentada, Léa Santos, de 65 anos. “Viajar de metrô é um sacrifício nos dias de verão, pois, na maioria das vezes, o ar-condicionado dos carros antigos parece não funcionar direito. Agora, com o novo trem, podemos ter um pouco mais de conforto”, animase. Outro ponto de destaque é a sensação de mais espaço nos carros. Para facilitar a circulação interna, os assentos de fibra serão longitudinais, paralelos à via (similares aos carros da SuperVia), liberando mais lugares para quem viaja em pé. O trem chinês tem capacidade para 1.800 passageiros, sendo que cada carro tem 38 assentos (no trem antigo são 46). Além disso, o trem é o primeiro do MetrôRio a utilizar o sistema gangway: os carros não têm divisórias, permitindo que o usuário enxergue toda a composição sem se sentir confinado em um ambiente fechado. O layout dos carros, no entanto, obteve algumas críticas: a altura entre o teto e o chão. Novo trem possui assentos laterais revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 83 83 30/10/12 13:58 reportagem A polêmica Os debates sobre o tamanho do vão entre o trem e a plataforma e as obras nas estações chamaram a atenção da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários (Agetransp) e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ) no final de agosto, quando abriram processos para verificar a situação. Os órgãos fizeram vistorias nas obras nas plataformas e túneis e solicitaram ao MetrôRio os projetos dos trens chineses, após receberem a informação que a concessionária estava realizando obras para que os pudessem circular nas vias. O presidente do Crea-RJ, Agostinho Guerreiro, participou de uma viagem no novo trem chinês, percorrendo a Linha 1 entre as estações Uruguaiana e Botafogo, e disse que “aparentemente está tudo bem”. Segundo o gerente da Câmara Técnica de Transporte e Rodovia da Agetransp, José Luiz Teixeira, as estações do metrô estão de acordo com as normas de acessibilidade, mas algumas partes das plataformas em curvas não estavam contemplando o gabarito dinâmico (espaço que o trem ocupa quando está em movimento). “A probabilidade de risco era pequena, pois, mesmo nesses pontos, nunca ocorreu um acidente em 30 anos 84 de operação”, explicou Teixeira. Teixeira explica ainda que os ajustes realizados foram cortes de no máximo 3,3 centímetros no granito das plataformas. O MetrôRio alegou que estava fazendo as obras para evitar problemas, pois se houvesse algum dano perderia a garantia dos trens. Em relação às obras nos túneis, ele explica que foram realizadas nas passarelas de serviço para corrigir alguns itens que ficaram fora do lugar. “Não houve intervenções em estruturas, somente acabamentos”, destacou o gerente da Agetransp. Ele explica também que o degrau formado entre o trem e a plataforma é uma questão de ajuste na suspensão do trem e que isso já foi conversado com o metrô, que está avaliando a melhor maneira para reduzir. Tanto o Crea como a Agetransp estão avaliando os documentos e informações coletados sobre as obras e os trens. Os pareceres devem ser finalizados em novembro. De acordo com o MetrôRio, os novos trens tem o mesmo tamanho dos que estão em operação - 3,09 m de largura – e as obras que estão sendo realizadas são para padronização das plataformas e não possuem nenhuma relação com o gabarito dinâmico dos trens. revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 84 30/10/12 13:58 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 85 85 30/10/12 13:58 reportagem Ferrovias européias ignoram crise Estudo apresentado durante a maior feira do setor ferroviário do mundo -- a Innotrans 2012 -- calcula crescimento de 20% do mercado para os próximos cinco anos FOTOs: gerson toller/rf O VLT Tango, da Stadler suíça,ao lado do TAV Avril, da Talgo espanhola O que menos se ouviu falar durante a edição 2012 da InnoTrans, realizada em Berlim (Alemanha), de 18 a 21 de setembro, foi a crise européia que causou recessão e constantes protestos nas grandes cidades do Velho Continente. Na maior feira internacional de tecnologia em transportes estavam os mesmos 26 pavilhões de dois 86 anos atrás e um pátio com 11 linhas para exposição de veículos. As linhas para exposição estavam cheias, um verdadeiro festival de Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs) e trens regionais. Nas linhas foram expostos 14 modelos de 14 fabricantes diferentes, mostrando que as cidades estão querendo voltar aos trilhos. revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 86 30/10/12 13:58 “Na cidade do Porto (Portugal) estão quebrando o asfalto para repor em tráfego os bondes que circulavam no passado. Fato semelhante está acontecendo em dezenas e dezenas de cidades em muitos países, o que explica tantos novos fabricantes de material para transporte urbano”, disse Georg Andreas, da Panfer, trading austríaca especializada em comércio de material ferroviário. Crise, só no segmento de trens de alta velocidade. Na InnoTrans deste ano, havia apenas um lançamento, o Avril. Produzido pela espanhola Talgo, ele é capaz de alcançar 380 km/h e tem tração distribuída (inclusive nos truques), rodas independentes, sem eixos, como em todos os Talgos. O Brasil, considerado a bola da vez, participou pela segunda vez da InnoTrans e teve um estande com 150 metros quadrados, maior que o da edição de 2010, 42 empresas e interpretes para o português durante o seminário. Para se ter ideia da importância do Brasil na feira, a presença do diretor do Ministério dos Transportes, O Desiro, híbrido da Siemens, com motor diesel e acumuladores elétricos, ainda em teste LÍDER MUNDIAL EM SISTEMAS DE CONEXÃO ENTRE TRENS Todos os tipos de trens – de metro a trem de alta velocidade Combinando a mais expressiva linha de engates ferroviários do mundo, os sistemas de conexão entre trens da Dellner asseguram compatibilidade com todos os tipos de veículos – complete o pacote com nossos serviços locais de manutenção geral e pós venda – proporcionamos aos nossos clientes serviços com abrangência global e presença local. Localizado em São Paulo, o mercado sul-americano conta com a cobertura da Dellner do Brasil. Sistemas de engates automáticos e semipermanentes Mecanismos de escotilhas frontais Sistemas de gangways Sistemas de transmissão de dados de alta velocidade Sistemas de gerenciamento de energia Amortecedores, tanto para suspensão como para carrocerias entre vagões Serviços pós-venda globais e locais WWW.DELLNER .COM revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 87 87 30/10/12 13:58 reportagem VLT Flexity II, da Bombardier alemã, com até cinco módulos Marcelo Perrupato, bastou para que fosse feita interpretação para o português, durante a Cúpula dos Líderes Ferroviários. Apesar da presença de Guillaume Pepy, presidente da SNCF, não houve interpretação para o francês. Prova final de que o mercado ferroviário mundial está em alta foi o lançamento do levantamento feito pela União da Indústria Ferroviária Européia (Unfe). O estudo afirmou que o mercado ferroviário vai crescer 20% nos próximos cinco anos, impulsionado pelas encomendas do Oriente Médio e América Latina, ou seja, Brasil. A estimativa é que o valor das encomendas alcance os 170 milhões de libras, cerca de R$ 555 bilhões, em nível mundial. O estudo calculou que no Brasil o crescimento será de 8%, maior que na África e Oriente Médio, que terão crescimento de 7%. S FABRICAMOS O MELHOR A VIDRO PARA O SEU TREM. 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Uma evolução que deixa seu VIDRO com segurança garantida por ensaios em condições reais, conforme Normas. revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 88 S 30/10/12 13:58 Mercedes lança veículo de manobra A Mercedes-Benz escolheu a InnoTrans para apresentar a nova versão rodoferroviária do Unimog U400, um veículo de manobra que promete versatilidade em qualquer terreno, inclusive nos trilhos. O Unimog U400 foi apresentado para um público de 125 mil visitantes que estiveram na feira. Com cara de caminhão pequeno, a versão rodoferroviária do Unimog é produzida há alguns anos pela montadora alemã e para ser adaptado em trilhos recebeu componentes da Zwiehoff Company, empresa alemã especializada em veículos rodoferroviários. O U400 é um veículo de manobra que pode ser empregado na limpeza de trilhos, manutenção de estruturas ferroviárias, operações de resgate, controle de vegetação e manobra de composições com até mil toneladas. Segundo a Mercedes-Benz, o Unimog U400 é 60% mais barato e consome menos combustível que uma locomotiva de manobra convencional. O fabricante também promete baixo custo de manutenção e maior flexibilidade de manobra que uma locomotiva, além de agilidade na hora de encarrilhar e descarrilar. O pequeno veículo proporciona alta tração sobre os trilhos, devido ao sistema que une pneus, rodas de aço e arranque suave, por ser equipado com conversor de torque da embreagem mecânica. Por ser leve, sua veloFOTO: Divulgação cidade máxima é de 50 km/h, desde que não tenha nada acoplado a ele, e a velocidade máxima de manobra de 25 km/h. Com cabine desenhada ergonomicamente, o U400 conta com sistema de ar-condicionado e calefação para os Unimog U400 em operação com VLTs na Alemanha dias mais frios. SMARTconverter – Conversores Auxiliares A confiabilidade alemã para seu material rodante! Equipamento de altíssimo padrão: leve, modular e confiável – estas são as vantagens decisivas dos conversores auxiliares da SMA Railway Technology GmbH. Com mais de 20 anos de experiência no setor metroferroviário e mais de 5.000 sistemas operacionais no mundo inteiro, a SMA Railway Technology GmbH fornece desde 2010 os conversores auxiliares para os novos trens das Linhas 1 e 3 do Metrô São Paulo e também futuramente para os trens da Linha 5. Nossos conversores se destacam pelo alto rendimento energético e pela manutenção simplificada. O CIVIL Leading in Railway Technology revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 89 SMA Brasil Tecnologia Ferroviária Ltda. | Itupeva - SP | Brasil | www.SMA-Railway.com | [email protected] RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 89 30/10/12 14:00 SpenoRe reportagem Trem regional da Bombardier com velocidade máxima de 140 km/h e capacidade para 184 passageiros sentados e 310 em pé O Silkworm, da Durmazlar turca, primeiro VLT fabricado pela empresa L VLT Imperio, da Astra Vagoane, romena, em aço carbono O Trainkink, VLT da Vossloh alemã, que pode ter de dois a nove módulos O Régio Panter, trem regional da Skoda checa 90 O Solaria, da Solaris Bus & Coach polonesa, como diz o nome, um fabricante de ônibus recém ingressado no mercado ferroviário revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 90 30/10/12 14:00 SpenoRevistaFerroviaria10-11_Revista Fer. 210X280.qxd 07.02.11 15:17 Page1 TORNANDO LEVE A CARGA PESADA Os trens mais pesados do mundo exigem as linhas férreas mais bem mantidas do mundo. As máquinas de esmerilhar trilhos Speno estão presentes nas ferrovias de carga pesada na América Latina, Austrália, Ásia, África e Europa. Dia após dia após dia, os trens pesados de todo o mundo valorizam a precisão suíça das máquinas Speno. 26, Parc Château-Banquet, CP 16, 1211 Genebra 21, Suíça Tel: +41 22 906 46 00 - Fax: +41 22 906 46 01 e-mail: [email protected] - website: www.speno.ch revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 91 HAR 16 SPENO INTERNATIONAL SA 91 30/10/12 14:00 reportagem Medidas do governo protegem indústria ferroviária brasileira Isenção de ICMS na venda de locomotivas, desoneração da folha de pagamento, margem de preferência de 20% e liberação de verbas prometem tornar indústria nacional mais competitiva e melhorar infraestrutura ferroviária do país Daniel Betting C om o objetivo de aumentar a competitividade do setor ferroviário brasileiro, alavancar a produtividade, gerar mais empregos e reduzir as importações de produtos ferroviários, o governo brasileiro adotou, entre agosto e outubro deste ano, quatro medidas. Uma das medidas foi o Decreto 7.812/12 que estipula uma margem de preferência de 20% na aquisição de veículos e equipamentos ferroviários de fabricação nacional. Isso quer dizer que se o governo for comprar loco- motivas elétricas, Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs), carros-motores, veículos para inspeção e manutenção, vagões, carros de passageiros e partes de veículos para vias férreas terão preferência os de fabricação nacional, mesmo se forem até 20% mais caros que os concorrentes estrangeiros. O decreto integra a Lei 12.349/10, que estabelece margem de preferência de até 25% na aquisição de produtos nacionais. A porcentagem da margem de cada setor é determinada pelo governo federal. No caso do setor ferrofoto: Arquivo RF Operário trabalha na linha de montagem da AmstedMaxion em Hortolândia 92 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 92 30/10/12 14:00 viário, a margem estipulada foi de 20%. A medida, que começa a valer a partir de 2013 e vai até 31 de dezembro de 2015, foi adotada para evitar o que aconteceu na licitação dos trens do Rio de Janeiro, na qual os fabricantes brasileiros perderam para os chineses por uma diferença de 13%. Com esta perda, empregos deixaram de ser criados e a SuperVia, operadora de trens do Rio de Janeiro, ficou dependente do know how chinês. O metrô carioca também adquiriu trens de fabricação chinesa. Mesmo a medida valendo a partir do próximo ano, as aquisições de 20 VLTs para a CBTU de João Pessoa (PB) e Natal (RN), de 10 trens para o metrô de Belo Horizonte (MG) e mais 15 trens para a Trensurb de Porto Alegre (RS) já estão seguindo a determinação da margem de preferência para a fabricação nacional. O investimento de R$ 712 milhões será feito através do PAC Equipamentos. Para Vicente Abate, presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), esta medida dá mais fôlego para a indústria brasileira. “A margem de preferência estimula as indústrias estrangeiras que pre- tendem vender para o Brasil a baixarem seus preços, consequentemente, as brasileiras tendem a acompanhar as concorrentes e também oferecerão preços menores”. Abate destaca outro ponto positivo da medida: “Aumentando a competitividade com os estrangeiros, a medida estimula as exportações, o que acaba aumentando a produtividade e gerando mais emprego. A idéia central é gerar empregos”. A medida também pode ajudar a diminuir as importações de produtos ferroviários, que passaram de US$ 342 milhões em 2007 para US$ 825 milhões em 2011. Peças de vagões, trilhos, máquinas de via e locomotivas diesel-elétricas foram os itens mais importados no ano passado e vieram de países como Japão, China, Polônia, Estados Unidos, França e Itália. Desoneração da folha de pagamento Outra atitude que promete acelerar a indústria ferroviária brasileira é a Medida Provisória (MP) 582/12, que concede o benefício da desoneração da folha de pagamento em 25 setores da economia, incluindo o ferroviário. Agora, a contribuição previdenciária patronal, que revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 93 93 30/10/12 14:00 reportagem antes era de 20% sobre a folha de pagamento será de 1% a 2% sobre o faturamento, a partir de 1º de janeiro de 2013. O objetivo é aumentar a produtividade de alguns setores da economia beneficiados pela medida e ampliar a geração de empregos com carteira assinada, além de poupar R$ 30 milhões por ano em pagamento de tributos. Mais incentivos Recentemente, a indústria ferroviária paulista recebeu mais um incentivo para alavancar a produção de locomotivas. O Decreto nº 58.390, de 17 de setembro, isenta os fabricantes paulistas de locomotivas de fazer o estorno do crédito do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) obtido nas vendas. A medida já está em vigor e, antes de ser uma determinação em São Paulo, já era aplicada na indústria ferroviária de Minas Gerais, desde maio deste ano. Para Francisco Petrini, diretor-executivo do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre), a isenção do ICMS para a indústria paulista ajudará no aumento da produtividade e, consequentemente, nas vendas. “Esse decreto isenta a indústria paulista do pagamento de um imposto de 18% para o Estado, o que é muito bom, pois aumenta a competitividade com empresas de outros estados, favorecendo a produção e aumentando a venda de locomotivas pesadas”. O governo também anunciou a aceleração da depreciação de máquinas e equipamentos, o que dará incentivo para a aquisição de bens de capital. A depreciação, que acontecia em ritmo de 10% do valor do equipamento ao ano, passa agora para 20% ao ano. A medida diminui o valor do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) pago pelos empresários e vale para equipamentos adquiridos entre 16 de setembro e 31 de dezembro deste ano. A expectativa do governo é de renúncia fiscal de R$ 6,7 bilhões em cinco anos. Todas essas medidas também devem contribuir para a maior participação da indústria ferroviária brasileira no mercado internacional. Com tributações menores, os fabricantes podem oferecer preços mais competitivos e alavancar as exportações, que sofreram drástica diminuição com o passar dos anos. Em 2007, foram exportados US$ 347 milhões, contra US$ 119 milhões em 2011. foto: mAriAnA neves/rf Operários da Alstom trabalham na fábrica de São Paulo 94 revistA ferroviáriA | oUtUBro/NoveMBro de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 94 30/10/12 14:00 Anúncio R ENGENHARIA ESPECIALIZADA EM SISTEMAS CRÍTICOS A Quad Log tem atuado, desde 1983, em áreas de engenharia especializada em análises de segurança, confiabilidade, disponibilidade e verificações, validações e certificações de projetos de equipamentos aplicados a Metrôs, Ferrovias, Plantas Nucleares, Sistemas Militares, Plataformas Petrolíferas e Subestações de Energia Elétrica. Na área de Metrôs e Ferrovias desenvolvemos trabalhos de análise, verificação e validação de material rodante e de sistemas de sinalização, englobando equipamentos de via, de estação, de controle de movimento de trens, de bordo e de centros de controle. Entre nossos principais clientes citamos ALSTOM, BOMBARDIER, FAIVELEY, GE, KNORR-BREMSE, MTTRENS, ORBE, STRUTURAL e VALE S.A. Análise de Segurança www.settemkt.com.br Nossas atividades cobrem sistemas eletromecânicos e eletrônicos, envolvendo abordagens de hardware, software, produtos e sistemas, com metodologia baseada em normas internacionais compatíveis com as necessidades dos clientes. Análise de Confiabilidade e Disponibilidade Ao longo de vinte anos analisamos sistemas utilizados nos Metrôs de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Recife, Buenos Aires, San Francisco (BART USA), nos transportes metropolitanos da CPTM, CBTU, TRENSURB, MERVAL (Chile) e nas ferrovias da Vale (Carajás e Vitória Minas) e MRS. Verificação, Validação e Certificação Em um mercado em que a necessidade de comprovação e garantia de excelência é fundamental, conte com uma empresa reconhecida e acreditada nacional e internacionalmente em análise de sistemas críticos. R. Antonio de Proença, 147 CEP: 02912-060 São Paulo - SP - Brasil Tel.: +55 11 3976-5760 [email protected] www.quadlog.com.br revistA ferroviáriA | oUtUBro/NoveMBro de 2012 Anúncio RF - edição out-nov-2012-3.indd 1 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 95 95 16/10/2012 17:37:01 30/10/12 14:00 reportagem Inovações na AmstedMaxion Empresa apresenta novos vagões para contêineres e para minério, sensor de temperatura para rodas, tampa de escotilha plástica e sistema de descarga rápida A fabricante de vagões e componentes AmstedMaxion está lançando novos produtos, entre eles, um novo vagão double-stack penta-articulado para transporte de contêineres de 20 e 40 pés. O protótipo do AMax Flex V está sendo fabricado para a MRS e será usado no projeto da Contrail, operadora multimodal que interligará os terminais de distribuição no interior de São Paulo ao porto de Santos. Fruto de uma parceria com a norte-americana Greenbrier, o vagão é composto por seis truques e possui elementos estabilizadores laterais de contato constante e rodeiros com adaptadores radiais. Ele também tem um sistema diferente de choque e tração, com função diferenciada para vagão vazio e carregado. Para aumentar a eficiência e se- gurança em serviço, os freios foram montados diretamente nos truques. “Estamos trabalhando em um projeto conjunto, moderno e diferenciado, que atenderá às exigências da malha ferroviária nacional de bitola 1,60m, incluindo trechos de condições extremas de circulação como a descida da cremalheira entre São Paulo e Santos. Não há operação similar a esta no mundo já que este trecho da MRS possui uma inclinação de 10%”, explica Maurício Furtado Rosa, diretor de Engenharia Avançada da AmstedMaxion. Outro vagão que chega com novidades é o AMax Mine, utilizado para transporte de minérios. Desenvolvido para ter maior capacidade, traz bojo central de formato arredondado que evita retenção de minério no seu interior. foto: divulgação Modelo de vagão penta-articulado utilizado pela TTX no transporte de contêineres 96 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 96 30/10/12 14:00 MAIS DE UM SÉCULO DE TRADIÇÃO EM SERVIÇOS E FORNECIMENTO DE COMPONENTES FERROVIÁRIOS A STUCKI DO BRASIL LTDA é a subsidiária brasileira da A. STUCKI COMPANY, que completou 100 anos de atividade em 2011. Oferece soluções eficientes em prestação de Serviço de Recuperação de rodeiros, aparelhos de choque, fundidos ferroviários em geral e desenvolvimento, produção e fornecimento de produtos de controle dinâmico de última geração para vagões de carga. Esses produtos foram desenvolvidos para aumentar sensivelmente os intervalos de manutenção e reduzir os custos dos operadores. O modelo de demanda para produtos de controle dinâmico e Serviços de Recuperação para vagões exige permanente investigação de campo e estudos laboratoriais, frente às transformações que devem acompanhar os constantes novos requerimentos técnicos, principalmente daqueles que visam aumentar a produtividade do transporte ferroviário. A STUCKI DO BRASIL LTDA Rua Dr. Guilherme Bannitz, 90 Itaim Bibi - São Paulo - SP. 04532-060 Tel.: 11 3842 4630 / Fax.: 11 3842 4629 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 97 www.stucki.com RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 97 30/10/12 14:01 reportagem A caixa do vagão é montada com perfis tubulares, cabeceira ancorada ao estrado e tubos longitudinais. Para aumentar a resistência de descarga nos viradores de vagão, possui 11 montantes iguais em cada parede lateral. Com estrutura inteiramente cravada com huckbolts (elementos de fixação estrutural que dispensa solda), o AMax Mine também promete melhor eficiência de manutenção. Produzidos com truque Swing Motion, que permite melhor dinâmica nas curvas e performance das rodas, o AMax Mine traz um novo sistema de frenagem. Sem que seja necessário o uso da timoneira convencional, foram retirados do vagão alguns componentes como suportes, corrediças, alavancas e tirantes. Para reduzir o atrito entre o prato de pião e o centro da travessa no truque, foram aplicados discos de desgaste em material não metálico, o que facilitou a operação nas curvas das linhas e em trechos de serra. sensores de temperatura IONX é considerado novidade também nas ferrovias norte-americanas. Desenvolvido pela IONX LLC, o sistema utiliza comunicação por satélite, celular ou comunicação dual (satélite e celular), que promete envio imediato de notificações de eventos críticos. As informações são enviadas aos gerentes de frotas via SMS ou pela internet. O sistema também identifica se o vagão está carregado ou vazio, monitora a temperatura do rolamento, alerta em caso de impactos, descarrilamento, verifica o status da escotilha e da temperatura e pressão. Para desenvolver todas estas tarefas o sistema possuiu componentes projetados para resistir a temperaturas extremas, impactos e vibrações. A primeira operadora a utilizar vagões com o sistema IONX será a MRS Logística, que já está recebendo novos vagões AMAX Mine equipados com o sistema. Tampa de escotilha plástica Para os vagões tipo hopper fechado - usados para transportar grãos, farelo, açúcar, fertilizantes e enxofre - foi desenvolvida uma tampa de escotilha plástica. À prova d’água e resistente à corrosão, a tampa é 60% mais leve que a metálica. Seu peso reduzido também diminuiu a tara do vagão, o que possibilita aumento no volume de carga transportada. Outra vantagem proposta pela tampa plástica é a facilidade de abertura em relação à metálica, o que promete mais rapidez na descarga do vagão e melhor eficiência na manutenção. Descarga rápida e sistemas de fixação A AmstedMaxion também está desenvolvendo um novo sistema de descarga rápida automatizada para vagões, que pretende diminuir o tempo de descarga de vagões graneleiros. A tecnologia permite a descarga do vagão em movimento. Desenvolvido em parceria com a Norgren, o sistema já está sendo instalado e testado em alguns vagões da AmstedMaxion. Para uso em diferentes tipos de ferrovias, seja de passageiros ou carga, a AmstedMaxion está trazendo ao Brasil sistemas de fixação de via permanente já utilizados em ferrovias norte-americanas. Produzidos pela Amsted RPS, os sistemas Trackmaster, Systemwide, Concrete Tie Fastener Model e o Clip x 3220 serão expostos no estande da AmstedMaxion na Feira Negócios nos Trilhos. Sistema de sensor de temperatura Instalado nos vagões AMax Mine, o novo sistema de foto: divulgação Sensor IONX, mais agilidade na transmissão de informações 98 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 98 30/10/12 14:02 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 99 99 30/10/12 14:02 reportagem Profissão: maquinista Amor pela profissão compensam sacrifício, solidão e baixos salários na profissão de maquinista foto: divulgação Maquinista pronto para iniciar sua viagem subindo em uma locomotiva AC44i da MRS. A profissão de maquinista de trens de carga ainda é o sonho de muitas pessoas. Por um lado, há todo romantismo, muitas vezes herdado do pai. Por outro, é uma atividade dura, que compreende excesso da carga horária, distância da família e salários modestos. Para completar, os maquinistas muitas vezes viajam sozinhos, pois os auxiliares só entram em trechos específicos, onde a operação é mais crítica como subida de serras, em 100 trens de carga perigosa ou quando estão em treinamento. O restante é monocondução, sempre um maquinista conduzindo o trem. Para conhecer de perto esses heróicos profissionais dos trilhos, e saber em que condições trabalham, ouvimos alguns deles, e as ferrovias onde atuam. Dormindo em casa Marcelo Luiz Anselmo, 32, de Tubarão (SC), é filho de revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 100 30/10/12 14:02 maquinista e trabalha na Ferrovia Tereza Cristina (FTC), conduzindo trens de carvão de Tubarão até o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, em Capivari de Baixo (SC). A jornada de trabalho é em média de 7h20 e, como o trajeto é curto, ele não costuma dormir longe de casa. Para ingressar na concessionária, Anselmo precisou ter ensino médio completo ,passar por testes psicológicos, exercer a função de manobrador durante um ano, além de passar por treinamento interno de 300 horas denominado Qualificação Operacional Ferroviária (QOF). Uma vez por ano existe reciclagem para brigada de emergência, uso corretos dos EPIs - Equipamento de Proteção Individual - entre outros. Ele acha que o salário e os benefícios – auxílio alimentação, plano de saúde, seguro de vida e auxílio escola -- são bons para os padrões de vida na Região Sul. Já na Ferroeste, o recrutamento é realizado por concurso público, sendo necessário experiência de seis meses como maquinista. O salário inicial é de R$ 1.219,75, com 30% de periculosidade e outros 30% de revezamento. Vale-alimentação, plano de saúde, seguro de vida e vale transporte fazem parte da lista de benefícios fornecidos pela empresa. A carga horária do maquinista é de 40 horas semanais, em escala de revezamento, com escala de folga até o sexto dia trabalhado. A operadora dispõe, ainda, de pernoite em Guarapuava (PR). Já em Cascavel (PR), os trabalhadores descansam em suas residências. No momento, a concessionária conta com 16 maquinistas. Limalha no sangue Clodoaldo Oliveira sustentava um grande sonho, ser maquinista. Hoje, aos 40 anos, ele pode sentir-se realizado, pois faz 15 anos que trabalha com aquilo que ama, ferrovias. Clodoaldo é morador de Ribeirão Pires (SP), tem 40 anos e é pai de três filhos. Quando criança morava próximo ao terminal de combustíveis de Araucária (PR). Ele conta que sempre ficava olhando os trens passarem pela linha e dizia para si mesmo: “um dia vou dirigir um bichão deste”. Arteiro, ele entrava no pátio para pegar carona nos trens que manobravam: “mas não aconselho nenhum piá a fazer isso”. A oportunidade de entrar na ferrovia surgiu em 1997, quando a Superintendência Regional 5 (SR5), da antiga Rede Ferroviária Federal, foi privatizada e arrendada pela Ferrovia Sul Atlântico, atual ALL. A ALL abriu vagas para maquinista, e Clodoaldo começou como manobrador. Após seis meses, passou a auxiliar, fazendo os trechos Iguaçu-Curitiba, Uvaranas-Ponta Grossa, Iguaçu-Rio Branco do Sul, Iguaçu-Rio Negro e Iguaçu-Morretes. Da ALL Clodoaldo passou para a MRS, e hoje exerce uma das funções mais complexas, que é conduzir o trem de minério na cremalheira, operando locomotivas Hitachi, a serem em breve substituídas pelas Stadler. Todos os dias ele percorre várias vezes os 8 km da forte rampa (a 10 % de inclinação) , descendo de Paranapiacaba, em Santo Andre (SP), à Raiz da Serra, terminal ferroviário em Cubatão (SP), em 26 minutos, com velocidade média de 22 km/h., e voltando. Em relação a sua escala, ele diz que hoje tudo é bem mais fácil. Ele trabalha em horário fixo e consegue estar em casa todos os dias, ajudando a esposa, acompanhando as crianças na escola, saindo para brincar, bem diferente de quando viajava para fora da sede e ficava até cinco dias fo em pernoites. RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 101 30/10/12 14:02 foto: Arquivo pessoAl vida de maquinista Clodoaldo diz que ser maquinista sempre foi seu sonho de criança e hoje se sente realizado operando locomotivas. 102 “É um trabalho duro, ao contrário do que muita gente deve pensar. Passar oito horas dentro de uma cabine de locomotivas quente e barulhenta não é fácil. Mais mesmo assim inexplicavelmente gosto muito de tudo isso. Deve ser a limalha no sangue’”. Salários Atualmente, os salários dos maquinistas no Brasil variam entre R$ 918,00 (na ALL) e R$ 2.000,00 (na FTC), mais os benefícios, que variam de empresa para empresa. Os principais acréscimos são adicionais de periculosidade, adicional noturno, vale-refeição e Programa de Participação nos Resultados (PPR). revistA ferroviáriA | oUtUBro/NoveMBro de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 102 30/10/12 14:02 ANUNCIO Ferrovia Salário Inicial Vale (EFC E EFVM) R$ 1.690,00 Vale - FCA R$ 1.200,00 Benefícios Categorias Maquinistas Vale refeição ou refeição no local de trabalho, vale-alimentação, plano de saúde e participação nos resultados da empresa Técnico de operação, maquinista de pátio, maquinista de viagem e finalmente maquinista de viagem e instrutor. Auxiliar Maquinista Inspetor de Operação Maquinista Maquinista de Pátio Maquinista Pleno Maquinista Senior MRS R$ 1.362,00 Vale-alimentação ou Refeição, alimentação no trabalho – turno superior a 6 horasrs, plano de saúde, plano odontológico (opcional), complementação salarial, auxilio doença, seguro de vida, auxilio funeral, previdência privada, auxilio materno –infantil, empréstimo de férias, incentivo a educação, incentivo a desenvolvimento profissional, cesta de natal ALL (Malha Paulista) R$ 918,00 Vale refeição, vale-alimentação, vale transporte, seguro de vida, plano médico, odontológico e Participação nos Lucros. Não informado FTC R$ 2.000,00 Auxílio alimentação, plano de saúde, seguro de vida e auxílio escola Maquinista Pleno Ferroeste R$ 1.219,75 30% de periculosidade, 30% de revezamento, vale-alimentação, plano de saúde, seguro de vida e vale transporte Não informado (Fonte: RF/Concessionárias) Produtos de ponta num mercado em crescimento Sempre com a máxima qualidade que o setor ferroviário exige, a Fertrilhos, há mais de 20 anos, oferece materiais e serviços que impulsionam o setor. Fone 55 11 2489-2800 www.fertrilhos.com.br TRILHOS LEVES E PESADOS, ESPECIAIS PARA PONTES ROLANTES, GRUAS E GUINDASTES ACESSÓRIOS DE FIXAÇÃO EM GERAL | APARELHO DE MUDANÇA DE VIA E SEUS COMPONENTES ANUNCIO MEIA.indd 1 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 103 revistA ferroviáriA | oUtUBro/NoveMBro de 2012 103 22/07/11 16:55 30/10/12 14:02 reportagem Um novo TAV para a Inglaterra Linha de alta velocidade reduzirá o tempo de viagem de Manchester a Londres de duas para uma hora P ensando na redução do tempo de viagem entre as cidades do interior da Inglaterra e a capital, o Departamento de Transportes britânico está desenvolvendo o projeto da segunda rede de trens de alta velocidade do país (HS2), conhecida como rede “Y”, devido ao formato das linhas. Para o desenvolvimento do projeto, o departamento criou a empresa High Speed Two Ltd. A HS2 ligará Londres à Birmingham, onde a linha se bifurcará em dois ramais que seguirão até Manchester e Leeds, com estações em Liverpool, South Yorkshire e East Midlands. A linha terá conexão com dois aeroportos - Heathrow, em Londres, e de Birmingham -, com a linha do High Speed One (HS1) e com os sistemas metroferroviários do país. A primeira fase do projeto, saindo da estação de Euston, em Londres, onde se conectará à HS1, seguirá até o centro de Birmingham, onde será construída a estação Curzon Street. Essa fase do projeto também inclui conexão com o continente europeu, através do Eurotúnel. A previsão é que a operação inicie em 2026. A licitação das obras do trecho deve ser lançada ainda este ano. Na segunda fase, a linha se bifurcará em dois 104 foto: divulgação Mapa das linhas do novo trem de alta velocidade da Inglaterra revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 104 30/10/12 14:02 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 105 105 30/10/12 14:02 reportagem ramais na estação Curzon Street, em Birmingham. Um ramal seguirá para Manchester, com parada em Liverpool, e o segundo irá à Leeds, incluindo as estações em East Midlands e South Yorkshire. Os trechos devem ser concluídos entre 2032 e 2033. A estação de Birmingham será próxima ao aeroporto da cidade. Essa segunda etapa do projeto ainda está em estudos. O traçado dos ramais deve ser anunciado no segundo semestre de 2014, depois de passar por consulta pública. O percurso completo do HS2 terá 531 quilômetros de extensão e deve custar 32 bilhões de libras esterlinas, cerca de R$ 101 bilhões. Apesar do alto custo do projeto, seus benefícios a médio e longo prazo são recompensadores. Somente na construção e operação da primeira fase, o empreendimento deve gerar 40 mil empregos diretos e indiretos. Nos próximos 60 anos, os lucros da operação da malha deverão giram em torno de 47 bilhões de libras esterlinas (R$ 149 bilhões). O valor é quase o dobro do previsto para a malha metroferroviária da Inglaterra no mesmo período, que tem lucros previstos em torno de 24 e 26 bilhões de libras esterlinas (entre R$76 bilhões e R$ 82 bilhões). A nova linha britânica vai aumentar a capacidade de transporte ferroviário de passageiros na atual rede do país. Ela terá capacidade para 26 mil passageiros por hora, aliviando o tráfego nas estradas e diminuindo a lotação das rotas de trens intermunicipais. O principal benefício da implantação da HS2 é a redução significativa no tempo das viagens. Por exemplo, o trajeto de Birmingham à Londres, que hoje dura cerca de uma hora e meia, durará 45 minutos depois da entrega da primeira fase do projeto, em 2026. A redução do tempo fica mais evidente quando se trata do percurso de Manchester à Londres (que atualmente demora duas horas e oito minutos), que vai durar uma hora e oito minutos, com a finalização do projeto. A redução do temo das viagens não beneficiará apenas as cidades que farão parte do trajeto da malha. Cidades fora da rota, como Edimburgo, Durham, Glasgow, Liverpool, Preston, Wigan, Lancaster, Darlington e York, também terão seus percursos à capital reduzidos em cerca de uma hora. Os trens previstos para o sistema terão 400 metros de comprimento e 1.100 assentos, características semelhantes ao AGV da Alstom, que já circulam na malha de alta velocidade europeia. O HS2 deve ter pelo menos 18 trens em circulação por hora, à velocidade de 400 km/h. Também está sendo avaliado o uso de trens double deck na nova linha de alta velocidade britânica, como os que já circulam na HS1 e no Eurotúnel. foto: divulgação M C a a c tr e n d d S c e d c r f ti B s A c c d in p d Interior da estação da Rua Curzon, em Birmingham d m in p c r S 2 m a p n m é m 106 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 106 30/10/12 14:02 anuncio3.in INFORME PUBLICITÁRIO Mulher ganha espaço no mercado ferroviário Cada vez mais presentes em postos estratégicos em todos os mercados, mulheres avançam também no segmento ferroviário, historicamente dominado por homens. Trata-se de uma tendência irreversível. Cada vez mais a figura feminina vem se destacando no comando das decisões importantes das empresas. Sua capacidade administrativa está comprovada em inúmeros cargos de expressão e visibilidade nos maiores grupos nacionais e internacionais, com resultados invariavelmente positivos. Na esteira dessa nova realidade, o grupo M.I.M.F. Matesferro acaba de reforçar o seu time de executivos com a contratação da Sra. Cláudia Piagentini. A nova Gerente Geral do grupo chega trazendo uma série de ideias e conceitos de inovação em todas as áreas da empresa, de propostas para o aumento da capacidade de produção e da qualidade à otimização de custos. Sob sua supervisão a M.I.M.F Matesferro, elaborou uma abrangente pesquisa sobre materiais de fixação ferroviária no Brasil e na Europa. Familiar e 100% nacional, a empresa da nova executiva nasceu num pequeno galpão localizado no bairro do Bom Retiro. Hoje, com quase 50 anos de mercado, possui sede própria na cidade de Caieiras, no estado de São Paulo. Ali, numa área com 65.000 m2, sendo 20.000 m2 de área construída, desenvolve e produz itens voltados especificamente a linha ferroviária. Sua capacidade de produção é de até dois milhões de peças parafusos tirefonds por mês, inclui outros tipos de fixações ferroviárias, como trilhos, presilhas, placas de apoio e talas de junção, todos obedecendo às normas, tanto da ABNT, como internacionais. Além dos itens descritos acima, Cláudia Piagentini destaca que a linha também conta com a produção de dormentes de aço, segmento no qual a M.I.M.F. Matesferro investe desde de 2008. A fábrica, totalmente automatizada, possui um quadro de 120 profissionais altamente qualificados e certificados por entidades profissionalizantes de renome, e ainda mantém cerca de 50 empregos indiretos. Segundo a executiva, sua capacidade de fabricação é de 20.000 unidades/mês; produção que, para atender à demanda, receberá em breve um aumento significativo, com a construção de uma nova fábrica em seu próprio endereço. Sobre os dormentes de aço M.I.M.F., Claudia exemplifica ainda suas várias vantagens, da montagem a manutenção, em relação aos outros similares existentes no mercado: “Seu maior diferencial é a preservação ambiental, que é, inquestionavelmente de grande importância, principalmente pela crescente escassez dos recursos naturais e as exigências dos órgãos governamentais. Também podemos destacar a vantagem da utilização de menores quantidades de dormentes por km. Em linha reta, os dormentes de aço permitem um espaçamento de 0,6 m, gerando uma economia de aproximadamente 130 dormentes por km. A questão econômica também é comprovada nos menores custos de reparação ou substituição dos dormentes deteriorados ou danificados. Seu pouco peso por peça (aproximadamente de 95 kg para bitola larga e 78 kg para bitola métrica) traz benefícios e facilidades na hora da manutenção, pois não requer mecanização e muito menos a interrupção da linha por longo período de tempo. Finalmente, sua expectativa de vida útil é de aproximadamente 50 anos, o que proporciona o aumento dos intervalos de manutenção, obtendo-se maior produtividade.” A nova Gerente Geral da M.I.M.F. Matesferro ainda frisa que, assim como todos os itens de sua produção, os dormentes de aço M.I.M.F passam por rígidas avaliações em Laboratórios de Ensaios Dinâmicos credenciados com centro de tecnologia própria: “A empresa possui, dentro de sua linha, condições de fabricar qualquer tipo de bitola e qualquer tipo de fixações existentes no mercado ferroviário para melhor satisfazer ao cliente conforme sua necessidade.” finaliza a executiva. Cláudia Piagentini - Gerente Geral do grupo M.I.M.F. Matesferro INFORME PUBLICITÁRIO anuncio3.indd 1 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 107 22/10/12 15:43 30/10/12 14:02 ponto de vista O mercado nacional deve ser protegido das importações? JOSÉ A.F. MARTINS, Presidente do SIMEFRE foto: DivulGAção Embora sempre tenhamos sido adeptos de um mercado internacional livre, surgem circunstâncias e épocas em que a Indústria Nacional, principalmente a Indústria de Transformação requer proteções tarifárias especiais. Não porque nossas indústrias não estejam equipadas e preparadas ou ainda não sejam competentes em termos de qualidade e competência. Absolutamente NÃO. A nossa competitividade vem sendo destruída por uma estrutura econômica e financeira inadequada que aumentam consideravelmente os custos de produção e terminam minando o poder de competição. Todos nós sabemos quais são esses fatores: - Carga tributária que atinge a mais de 38 a 39% do preço dos produtos manufaturados; - Taxa de juros Selic 7,50% ainda alta, embora tenha sido substancialmente reduzida. - Câmbio desfavorável, embora tenha sido ajustado pelo Governo Federal. De R$ 1,60 já está agora em R$ 2,03 / 2,04, porém ideal seria situar-se entre R$ 2,20 /2,30. - Logística inadequada, irracional, embora o Programa Federal Rodovias/Ferrovias com investimentos de R$ 133 bi deverá melhorar nossas malhas de operação nos próximos 5 anos. José A.F. Martins 108 - Energia das mais caras do mundo, embora Governo Federal também está atacando, reduzindo custos em 16,2% para consumo residencial e 28,0% para consumo industrial. - Carga de leis sociais absurdas, chegando a 102%. Todos esses impactos foram aos poucos enfraquecendo o poder de competição das empresas, e permitindo que países asiáticos, principalmente China fossem ocupando um espaço extraordinário na Indústria de Transformação. O Déficit Comercial na Indústria de Transformação (Importações X Exportações) atingiu cifras altíssimas de US$ 90 bi em 2011 e em 2012 esse déficit talvez supere os US$ 100 bi. Temos assistido impactos lamentáveis das indústrias Chinesas e Coreanas no setor ferroviário brasileiro, embora existam leis que permite a utilização da Margem de Preferência de até 25%, para os produtores nacionais em concorrências públicas. Em recente concorrência no Rio de Janeiro essa margem não foi totalmente utilizada, oportunizando a adjudicação da licitação a empresa chinesa. Todos sabemos que China não é economia de mercado e é um país de altíssimo protecionismo em operações de exportação. O Governo Federal tem tomado medidas salutares para ampliar a competitividade nacional, como o Plano Brasil Maior, PAC Mobilidade, PAC Equipamentos, Programa Rodovias/Ferrovias, Redução Custo Energia, Ampliação Programa de Desoneração Folha Pagamento, Aumento imposto Importação para Grupo de 200 produtos e certamente novas medidas deverão ser tomadas visando fortalecer nossa competitividade. Conclusão: O mercado nacional deve sim ser protegido das importações e o próprio Governo Federal está assumindo ações estratégicas nesse sentido. Deve-se lembrar que em 1995, a Indústria de Transformação representava 16,3% do PIB. Em 2011 caiu para 12,4%. Mercado Nacional precisa e exige proteção contra as importações. revistA ferroviáriA | oUtUBro/NoveMBro de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 108 30/10/12 14:02 MÁRIO RUBENS MARTINS FONTES, Diretor Técnico da CM Equipamentos Ferroviários recursos financeiros requeridos para sua produção. Os equipamentos de oficina são produtos de baixa demanda e longa durabilidade. Os materiais de via permanente são produtos de alta escala de produção e baixo custo unitário. Não se podem generalizar análises sem levar em conta as particularidades de cada classe de produtos que, como se vê, são bastante diversas. O conceito de globalização, em que se procura adquirir produtos onde quer que seja de menor custo, costuma ser a mola mestra atual de uma economia de mercado, e contrariar essa regra produz sempre incongruências prejudiciais que se refletem na vida útil dos produtos e na saúde financeira dos produtores. Quando existe a viabilidade econômica de se instalar uma unidade de produção local, as empresas procuram essa alternativa, mas ela não pode ser criada artificialmente, ou seja, se não existe a produção local de algum produto, é porque não existe a viabilidade econômica para sua produção. Se analisarmos as categorias de produtos citadas acima, veremos que existe fabricação local de muitos deles, dispensando qualquer proteção artificial. foto: DivulGAção O mercado ferroviário possui como característica a longa durabilidade de suas máquinas e equipamentos, em virtude de não ter havido um dinamismo comparável ao da indústria automobilística, o que significa que ainda utiliza equipamentos em uso há mais de 20 ou 30 anos, muitas vezes, o que alcança uma época em que imperava a longa durabilidade dos produtos em geral, anterior ao domínio da obsolescência planejada, de que as lâmpadas são um exemplo clássico. Essa falta de dinamismo de evolução tecnológica deve-se, ainda, à baixa repetitividade de compra, causada por níveis decrescentes de investimentos na área ferroviária. O resultado desse processo é a redução de fabricantes que permanecem no setor, migrando para outros setores mais dinâmicos da economia ou mesmo encerrando suas atividades. Isto explica a existência de alguns fabricantes centenários na indústria ferroviária que se concentraram nesse setor como estratégia empresarial, trazendo-lhes uma espécie de proteção natural ao seu negócio, uma vez que o montante de investimento necessário para sua produção inviabiliza completamente a introdução de novos fabricantes nesse mercado. A existência de poucos fabricantes mundiais de alguns produtos ferroviários deve-se ao baixo nível de demanda desses produtos e não ao poderio monopolizador dessas empresas. Qualquer artificialidade, como a proteção alfandegária ou incentivos fiscais, aplicada a esse mercado produzirá distorções enormes, como por exemplo, o favorecimento de fabricantes de produtos mais baratos com prejuízo da qualidade e durabilidade dos produtos. Há que se levar em conta as diversas categorias de produtos ferroviários, pois cada uma delas pode inserir-se em uma estratégia diferente de tratamento econômico: o material rodante, os equipamentos de oficina, e os materiais de via permanente. O material rodante (carros de passageiros e vagões de carga) são produtos de alta complexidade tecnológica e enormes Mário Rubens Martins Fontes revistA ferroviáriA | oUtUBro/NoveMBro de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 109 109 30/10/12 14:02 estatísticas Veja mais em www.revistaferroviaria.com.br Nas tabelas de transporte urbano sobre trilhos estão contabilizados os passageiros transportados, incluindo as transferências entre linhas. TRANSPORTE URBANO SOBRE TRILHOS – JULHO 2012 07/11 Operadora Passag./dia útil ∆% 07/12 Passag.(10³) Passag./dia útil Metrô-SP CPTM Metrô Rio SuperVia CBTU Recife Trensurb CBTU BH Metrofor CTS Salvador CBTU João Pessoa CBTU Natal CBTU Maceió Metrô DF VLT do Cariri 3.661.500 2.241.383 663.498 506.823 247.527 166.086 184.270 11.615 5.625 91.545,0 57.114,4 16.485,9 12.015,3 6.526,9 4.203,9 4.704,0 299,6 133,0 7.695 7.963 2.545 132.784 1.379 Total 7.840.693 Passag.(10³) ∆% Acumulado no ano até jul Passag./dia útil Passag.(10³) 10,9 10,0 6,7 2,8 2,6 1,1 2,9 9,2 21,6 Passag.(10³)2011 4.059.775 2.464.946 707.754 521.221 253.877 167.844 189.606 12.687 6.838 102.571,9 62.317,0 17.867,7 12.416,1 6.750,2 4.358,6 4.926,6 321,9 155,9 12,0 9,1 8,4 3,3 3,4 3,7 4,7 7,4 17,2 176,9 7.311 177,9 (5,0) 181,8 65,4 3.452,4 32,8 3.168 4.665 123.026 1.003 78,5 119,5 3.321,7 25,4 (60,2) 83,3 (97,5) (27,3) 196.937,6 8.399.692 212.061,8 7,1 7,7 Passag.(10³)2012 Passag.(10³) 618.657,0 385.580,5 115.036,5 80.627,5 43.070,8 28.679,5 32.384,4 2.156,4 814,6 729.247,9 438.398,2 120.443,7 82.505,6 43.647,6 29.233,7 31.798,0 1.977,8 1.092,7 17,9 13,7 4,7 2,3 1,3 1,9 (1,8) (8,3) 34,1 0,5 1.307,4 1.183,0 (9,5) (56,8) 82,6 (3,8) (22,5) 1.250,7 438,7 24.723,1 61,0 490,4 706,8 22.162,8 175,6 (60,8) 61,1 (10,4) 187,8 1.334.788 1.503.064 12,6 TRANSPORTE URBANO SOBRE TRILHOS – AGOSTO 2012 Operadora 08/11 Passag./dia útil Metrô-SP CPTM Metrô Rio SuperVia CBTU Recife Trensurb CBTU BH Metrofor CTS Salvador CBTU João Pessoa CBTU Natal CBTU Maceió Metrô DF VLT do Cariri Total ∆% 08/12 Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) 116.535,0 70.255,4 19.244,1 13.348,1 7.026,2 4.865,4 5.317,2 302,8 190,7 ∆% Acumulado no ano até ago Passag./dia útil Passag.(10³) 10,0 11,5 4,4 1,1 7,3 5,1 8,3 4,6 6,8 Passag.(10³)2011 4.019.100 2.379.607 701.903 527.366 239.600 174.858 189.900 11.337 6.895 104.826,0 63.065,2 18.143,0 13.236,4 6.240,0 4.525,9 4.700,0 295,4 173,9 4.421.863 2.654.142 732.894 533.260 257.026 183.697 205.672 11.854 7.365 11,2 11,4 6,1 0,8 12,6 7,5 13,1 2,5 9,6 8.100 187,0 7.510 189,2 (7,3) 8.100 2.600 147.826 1.376 180,0 63,0 3.991,3 32,1 5.171 6.551 131.812 835 124,5 166,3 3.558,9 20,5 (36,2) 152,0 (10,8) (39,3) 8.418.568 219.659,3 9.027.005 237.565,0 7,2 8,2 Passag.(10³)2012 Passag.(10³) 723.483,0 448.645,7 133.179,5 93.863,9 49.310,8 33.205,4 37.084,4 2.549,1 988,6 845.782,9 508.653,6 139.687,7 95.853,7 50.673,8 34.099,1 37.115,3 2.280,7 1.283,4 16,9 13,4 4,9 2,1 2,8 2,7 0,1 (10,5) 29,8 1,2 1.494,4 1.372,2 (8,2) (30,8) 164,0 (10,8) (36,2) 1.430,7 501,7 28.714,4 93,1 614,9 873,2 25.721,7 196,1 (57,0) 74,0 (10,4) 110,5 1.554.544,7 1.744.208,1 12,2 TRANSPORTE DE CARGAS POR FERROVIA – JULHO 2012 Operadoras ALL Brasil Transnordestina Log. E.F. Carajás E.F.V.M. Ferroban Ferronorte Ferroeste FCA FTC MRS Logística Novoeste Ferrovia Norte-Sul TKU (10 6) TU (10³) ∆% 07/12 Jul 12/Jul 11 07/11 TU (10³) TKU (10 6) Acumulado no ano até julho 2011 TU ∆% 2012 TKU ∆% TU (10³) TKU (10 6) TU (10³) TKU (10 6) TU TKU 2.378,5 135,1 10.526,2 10.737,9 812,0 1.097,1 31,2 1.471,0 200,3 11.850,4 452,1 273,4 1.639,2 63,6 9.191,1 6.112,7 551,2 1.519,0 11,2 1.005,6 14,8 5.643,5 142,7 201,3 2.213,1 118,8 10.086,9 11.232,2 542,6 1.264,6 16,2 1.880,5 303,8 11.714,9 337,0 362,0 1.502,5 55,8 8.779,6 6.302,4 414,7 1.762,3 12,9 1.418,1 16,1 5.603,4 124,2 279,9 (7,0) (12,1) (4,2) 4,6 (33,2) 15,3 (48,1) 27,8 51,6 (1,1) (25,5) 32,4 (8,3) (12,2) (4,5) 3,1 (24,8) 16,0 15,1 41,0 8,7 (0,7) (13,0) 39,0 14.350,5 794,0 62.215,4 74.260,8 4.216,5 6.172,1 279,3 11.011,8 1.524,7 73.970,6 2.331,9 1.570,9 9.832,0 389,6 54.182,3 41.550,4 2.721,7 8.553,0 148,8 7.874,3 105,5 34.849,7 956,9 1.148,8 13.671,9 833,7 63.938,3 75.334,0 3.109,6 7.649,4 202,3 13.155,5 1.652,9 76.612,4 2.123,9 1.643,2 9.153,4 432,1 55.430,6 41.763,7 2.253,1 10.610,6 125,0 9.743,5 114,3 36.635,3 990,5 1.275,6 (4,7) 5,0 2,8 1,4 (26,3) 23,9 (27,6) 19,5 8,4 3,6 (8,9) 4,6 (6,9) 10,9 2,3 0,5 (17,2) 24,1 (16,0) 23,7 8,3 5,1 3,5 11,0 39.965,1 26.096,0 40.072,6 26.271,9 0,3 0,7 252.698,6 162.313,1 259.927,0 168.527,5 2,9 3,8 Total TRANSPORTE DE CARGAS POR FERROVIA – AGOSTO 2012 08/11 Operadoras TU (10³) ALL Brasil Transnordestina Log. E.F. Carajás E.F.V.M. Ferroban Ferronorte Ferroeste FCA FTC MRS Logística Novoeste Ferrovia Norte-Sul TKU (10 6) TU (10³) Acumulado no ano até agosto Ago 12/Ago 11 TKU (10 6) TU 2011 TKU ∆% 2012 TU (10³) TKU (10 6) TU (10³) TKU (10 6) TU TKU 2.403,9 153,9 9.410,6 11.972,0 658,5 947,0 48,0 1.925,0 200,2 10.519,5 413,9 240,2 1.643,7 69,5 8.234,1 6.716,9 411,9 1.318,7 25,0 1.359,3 15,2 4.895,1 147,8 191,7 2.315,1 119,3 10.941,4 11.481,6 530,2 1.259,0 12,2 2.004,1 311,7 11.941,7 418,9 364,1 1.594,5 60,6 9.644,9 6.434,0 413,2 1.770,5 5,6 1.512,1 16,7 5.680,0 134,7 285,0 (3,7) (22,5) 16,3 (4,1) (19,5) 32,9 (74,6) 4,1 55,7 13,5 1,2 51,6 (3,0) (12,8) 17,1 (4,2) 0,3 34,3 (77,7) 11,2 9,5 16,0 (8,8) 48,7 16.754,3 948,0 71.626,0 86.232,8 4.875,0 7.119,1 327,3 12.936,8 1.724,9 84.490,1 2.745,8 1.811,1 11.475,7 459,2 62.416,4 48.267,3 3.133,6 9.871,7 173,8 9.233,6 120,8 39.744,8 1.104,7 1.340,5 15.987,0 953,0 74.879,7 86.815,6 3.639,8 8.908,4 214,4 15.159,5 1.964,6 88.554,1 2.542,8 2.007,2 10.747,9 492,7 65.075,4 48.197,7 2.666,3 12.381,2 130,5 11.255,6 130,9 42.315,2 1.125,3 1.560,6 (4,6) 0,5 4,5 0,7 (25,3) 25,1 (34,5) 17,2 13,9 4,8 (7,4) 10,8 (6,3) 7,3 4,3 (0,1) (14,9) 25,4 (24,9) 21,9 8,4 6,5 1,9 16,4 38.652,5 24.837,2 41.335,2 27.266,8 6,9 9,8 289.780,2 186.001,5 299.619,0 194.518,7 3,4 4,6 Total 110 ∆% 08/12 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 110 30/10/12 14:02 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 111 111 30/10/12 14:02 reportagem Dormentes de carvalho, made in USA Ferrovias brasileiras começa a experimentar dormentes de madeira de lei tratada importados dos Estados Unidos, onde podem durar 30 anos. O mercado norte americano de dormentes utiliza por ano cerca de 20 milhões de dormentes, dos quais 90 % são de madeira de lei, principalmente carvalho. A informação é surpreendente para um país como o Brasil, onde a madeira de lei é proibida. Mas nos EUA, o consumo segue firme, e nada indica que as coisas vão mudar. Muito ao contrário, “a madeira continuará sendo a escolha dominante para o futuro previsivel”, diz Thomas Niederberger, diretor da Koppers, o principal fornecedor do material na América do Norte. O dormente de madeira é considerado o melhor que existe, em virtude da sua leveza em relação ao concreto, resiliência e isolamento elétrico em relação ao aço e preço em relação a plástico. O ponto fraco está na pouca durabilidade das madeiras brancas, como o eucalipto, 112 FOTO: Divulgação EUA utiliza cerca de 20 milhões de dormentes por ano ainda largamente usadas no Brasil. Nos EUA, a prática do reflorestamento fez as florestas aumentarem no século passado – e florestas, muitas revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 112 30/10/12 14:02 vezes, de madeira de lei. Cerca de um terço do território dos EUA é hoje coberto por florestas e bosques. “Hoje temos mais árvores do que há 70 anos”, diz Thomas, “e cerca de 4 milhões de árvores são plantadas cada dia”. A cada ano o crescimento das florestas americanas excede em 47 % a o que é cortado ou perdido por causas naturais. Outros materiais, como concreto, aço e plástico também são usados para fazer dormentes, mas sua utilização não passa de 5 %. Os principais compradores dos dormentes de madeira de lei são as ferrovias Classe I. 40 anos para crescer 2,3 milhões de km2 de áreas florestadas nos EUA são classificadas como zona madeireira, capaz de produzir 20 m3 de madeira comercializável por acre (4 km2) por ano. Mas nem tudo é usado para produção de madeira. Uma parte importante é transformada em parques para recreação, preservação florestal ou proteção ciliar de cursos d´água, explica Thomas. Nessas florestas é cultivado o carvalho americano. No sul dos EUA a árvore leva cerca de 40 anos para crescer. No norte, com clima mais frio, leva 70 anos ou mais. “Isso estabelece um forte contraste com os ciclos de crescimento das florestas de eucalipto, usadas para dormente na América do Sul”, diz Thomas. “Mas a verdade é que, quanto mais longo é o período de crescimento, mais dura é a madeira”. No Brasil, a última ferrovia construída com madeira de lei (quebracho, importado da Argentina) foi a EF Carajás, na década de 80. Um dormente de carvalho, ou de outra madeira de lei, tratado com creosoto, pode durar de 30 a 40 anos no norte dos EUA ou 15 a 25 anos no sul, dependendo das condições ambientais e de uso. A Koppers tem usado borato combinado com creosoto na preservação dos dormentes. O uso comercial do creosoto é controlado, mas não há restrição para aplicação em dormentes. No Brasil, a Koppers está fornecendo dormentes de madeira de lei tratada para a Vale e espera fazer o mesmo para a FCA ainda este ano. Os dormentes são importados dos EUA, onde a empresa possui 10 unidades de tratamento de madeira para as ferrovias. revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 113 113 30/10/12 14:02 suprimentos Revisão geral Companhia Paulista de Trens Metropolitanos fará a manutenção preventiva e corretiva de 196 trens, totalizando 736 carros, de sua frota. A Foto: Divulgação Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) fará a manutenção preventiva e corretiva de 196 trens, totalizando 736 carros, de sua frota. A manutenção desses veículos, que têm idade média de 12 anos, será feita em conjunto pelos cerca de 2.400 empregados da manutenção da CPTM com os prestadores de serviços que vencerem as licitações de manutenção que a companhia lançou em julho. As atividades de manutenção são dimensionadas a partir de especificações dos fabricantes de cada componente de um Trem Unidade Elétrica (TUE) e da experiência dos técnicos da CPTM na Trem Alstom série 2070, fabricado em 2008, em manutenção no Pátio Presidente Altino solução dos problemas encontrados nas atividades de trens, que após mais de 30 anos de operação, segundo a do dia a dia. Os engenheiros utilizam ferramentas estatísti- companhia, não está mais adequada às novas exigências de cas para o estudo do comportamento de falhas e acompa- desempenho e conforto projetadas para a prestação de servinham os indicadores de desempenho. Percebendo alguma ço ao usuário. A modernização de trens antigos, dentro das alteração, os trens são encaminhados para a manutenção. especificações adotadas para os trens recém-adquiridos e em Os serviços serão feitos em abrigos (galpões) distribuí- aquisição pela CPTM não é viável economicamente. Dessa dos ao longo das linhas. Na Linha 7-Rubi as manutenções forma, algumas séries serão gradativamente colocadas fora serão realizadas na Lapa; nas linhas 8-Diamante e 9-Esme- de serviço, através de baixa operacional e colocadas à venda. ralda, em Presidente Altino; na Linha 10-Turquesa, na Luz; A série 5000 será substituída pela série 8000, dentro do e nas linhas 11-Coral e 12-Safira no abrigo Engenheiro São contrato da Parceria Público-Privada (PPP) da Linha 8-DiaPaulo. Além desses abrigos, a CPTM dispõe de oficinas mante. No início de agosto, a companhia realizou um leilão para trabalho em componentes dos trens, localizadas em para a venda de 12 trens unidades elétricas da Série 5.000. Presidente Altino e Brás. Para os trabalhos mais simples, a O certame não teve nenhum lance contabilizado e , agora, manutenção é realizada no horário de vale, ou seja, após o a CPTM estuda a possibilidade de realização de um novo pico da manhã o trem é recolhido para a manutenção e sai leilão ou outra forma de venda desses equipamentos. para o pico da tarde. Para os níveis mais pesados, a manuEsse foi o primeiro leilão de trens operacionais que a comtenção pode ter duração de dois dias, uma semana, ou três panhia realizou. Com a chegada dos novos trens, outros lotes meses (revisão geral). serão leiloados. De acordo com a CPTM, o público alvo são A companhia abriu no mês de julho seis licitações para as ferrovias de outros estados, já que os trens passaram por contratar empresas para realizarem os serviços. Cada lici- avaliação e ainda estão em condições de prestarem serviço. tação corresponde a um modelo de trem. Os serviços serão A ideia era doar os TUEs para o Estado do Rio de Janeiro. para as séries 2000, 2100, 3000, 2070, 7000 e 7500 (veja a Por conta de questões jurídicas, a CPTM optou pelo leilão tabela). A partir da assinatura do contrato de serviço, a pres- e estabeleceu o lance inicial mínimo de R$ 10,9 milhões, o tadora tem até 48 meses para realizar a manutenção. que criou dificuldades para a transferência dos trens para a capital fluminense. A SuperVia, que opera os trens do Rio Renovação da frota de Janeiro, demonstrou interesse nos trens, mas não partiA CPTM está em processo de renovação de sua frota cipou do leilão. 114 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 114 30/10/12 14:02 Licitação manutenções preventiva e corretiva Série N° CArros N° tUes 80 Série 48 7000 320 2100 144 N° CArros N° tUes Série N° CArros N° tUes 30 Série 16 2000 120 7500 64 N° CArros N° tUes Série N° CArros N° tUes 12 Série 10 2070 no Total TUEs 196 48 3000 40 N° CArros N° tUes 736 Total CARROS revistA ferroviáriA | oUtUBro/NoveMBro de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 115 115 30/10/12 14:03 estudo mercado Novos terminais ferroviários Rumo Logística e Seara inauguram terminais em São Paulo e no Mato Grosso. Os investimentos iniciais nas estruturas somam de R$ 150 milhões. FOTO: Divulgação O terminal de Itirapina da Rumo será o primeiro do Brasil a carregar vagões hopper com o trem em movimento, a 8 km/h, o que vai permitir carregar o trem tipo de 80 vagões em seis horas. A Rumo Logística inaugurou em outubro o seu mais novo terminal em Itirapina, no interior de São Paulo. Localizado em um terreno de 230 hectares, com dois mil metros quadrados de área construída, próxima à Rodovia Washington Luís, o terminal tem capacidade estática para armazenar 110 mil toneladas de açúcar e outros granéis sólidos, movimentando cerca de dois milhões de toneladas por ano. A estrutura será usada na movimentação da produção da Cosan e de 90 usinas atendidas pela Rumo Logística. “Esse é o terminal de agronegócio mais moderno do Brasil”, destaca o presidente da Rumo Logística, Julio Fontana. Ele explica que a estrutura do terminal é semelhante à utilizada em terminais de minério de ferro. Ainda 116 segundo Fontana, o terminal contribuirá para a redução do fluxo de caminhões que circulam entre o interior paulista e a cidade de Santos. O terminal é automatizado e conta com uma moega rodoviária capaz de receber 11 mil toneladas por dia e uma tulha ferroviária com capacidade de expedição de 44 mil toneladas por dia. Também foi construída no local uma pera ferroviária de 5,6 quilômetros de extensão, com capacidade para 250 vagões. Este local possibilitará que a operação de carregamento seja realizada ainda em movimento. Estão sendo investidos R$ 100 milhões na primeira fase do terminal. O montante engloba a pera ferroviária, uma linha e um armazém. O projeto prevê mais duas fases, que revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 116 30/10/12 14:03 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 117 117 30/10/12 14:03 estudo mercado tem a previsão de conclusão para 2015, com o investimento de mais R$ 100 milhões. Quando todas as etapas estiverem concluídas, o terminal contará com mais três armazéns com capacidade de 110 mil toneladas cada um, mais uma moega rodoviária, capaz de receber 30 mil toneladas/dia, outra tulha ferroviária com capacidade de expedição de 44 mil toneladas/dia, e mais cinco quilômetros de extensão de pera ferroviária. A infraestrutura terá uma capacidade de movimentação de até 12 milhões de toneladas de açúcar e grãos por ano. A Rumo também conta com três outros terminais em operação no interior de São Paulo - Sumaré, Jaú e Barretos. Terminal de Itiquira Outro terminal inaugurado neste ano foi o da Seara, na cidade de Itiquira, a 325 quilômetros de Cuiabá, no Mato Grosso. A inauguração ocorreu em junho, mas a estrutura funcionava desde abril de forma experimental. O terminal de Itiquira recebeu investimentos na ordem de R$ 50 milhões. Ele tem capacidade estática de 100 mil toneladas e de embarque de 1,2 mil toneladas por hora. O novo terminal foi construído em uma área de 70 hectares e está conectando com a Ferronorte, da ALL. As mercadorias chegam ao terminal em caminhões, através da rodovia MT-229, e são transferidas para a ferrovia. Por trem, a produção segue para o Porto de Santos, no litoral de São Paulo. O trecho de Itiquira até Alto Araguaia (outro terminal) faz parte do projeto Expansão ALL Malha Norte, que prevê o prolongamento da ferrovia até Rondonópolis, numa extensão de 148 quilômetros. A previsão é que o terminal de Rondonópolis seja inaugurado no início de 2013. Ao todo, estão sendo investidos R$ 700 milhões nesse projeto. Agora Mato Grosso conta com três terminais ferroviários. Além de Itiquira, as demais unidades estão localizadas nos municípios de Alto Araguaia e Alto Taquari, em um percurso de 212 quilômetros de trilhos. Empresa Cidade UF Clientes Malha ALL Alto Araguaia MT Cargill, Amaggi, Bunge, ADM, Galvani, Mosaic, Coimbra ALL Brado Alto Taquari MT Brasil Foods, JBS, Sabia, BR, IPP, Shell ALL ALL Cosan, IPP/Chevron, BR Alto Taquari MT Cargill, Amaggi, Bunge, Fertibrás, ADM, Caramuru, Bunge, Fiagril, BR, IPP, Cosan Pesa Logística Andradina SP Não informado ALL Cosan Araçatuba SP Cosan ALL ALL Araraquara SP Não informado ALL Brado Araucária PR ALL Incopa, Logibrás, Ultrafértil, Sul Fértil, Terra Rica, Brascal, Brasil Foods, CSAV, LP, Sadia IPP, BR, Cosan, Shell Alesat Bauru SP Cosan, Shell, Alesat, Repsol, IPP, BR ALL Brado Cambé PR China Shipping, CSAV, CMA CGM, LLA, Moval, MSC, Seara ALL BR, IPP, Shell Campo Grande MT BR, IPP, Shell ALL Brado Cascavel PR Copacol, CSAV, Sadia ALL Cerradinho Chapadão do Sul MS ADM, Cargill, Bunge, ETH, Cerradinho ALL Brado Cruz Alta PR Brasil Foods, Seara, Ipiranga ALL Brado Curitiba PR China Shipping, CSAV, CMA, CGM, LLA, Moval, MSC, Seara ALL Brado Esteio RS Brasil Foods , Internation Paper, Sadia ALL Brado Guarapuava PR Copacol, CSAV, Sadia ALL ALL Lages SC Klabin ALL Ipiranga, BR Londrina PR Ipiranga, Esso/Cosan, BR ALL Shell Maringá PR Ipiranga, Alesat, Shell, BR ALL ALL ALL BR Paranaguá PR Sul Terminais, Compacta, TCP, TSP, AGTL, Bandeirantes, Catallini, Volpak, Coimbra, Transpetro, Bunge, Coamo, Cargill, Pasa, Centro Sul, Cotriguaçu, CBL, Soccepar, Fertipa, Fertipa 2, Fertil, Multitrans, Macrofertil, Santa Terezinha, Fospar, Fertibras, Repar Brado Porto Alebre RS Gerdau, Fitesa 118 ALL revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 118 30/10/12 14:03 Sistema LVT Bitola 1.435mm Sistema LVT para Vias em Laje Tren Eléctrico de Lima Metrô de Porto Alegre – RS Peru Brasil Sistema LVT e Dormentes para AMVs Dormentes para Via e Cruzamento Metrô do Rio de Janeiro Metrô de São Paulo Brasil Brasil con nprem CONCRETO PREMOLDADO LTDA Dormentes Bitola 1600 mm ALL Malha Norte – Mato Grosso Brasil Dormentes Monobloco Dormentes para AMV Sistemas LVT Dormentes Bi-Bloco Dormentes Monotrilho Passagens em Nível Barreiras Acústicas Dormentes para AMV CPTM – São Paulo Brasil O ESTADO DA ARTE EM CONCRETO Dormentes Bitola 1.676 mm Dormentes Bitola 1.000/1600 mm Dormentes Bitola 1.676 mm EFE - Ferrocarriles del Estado Ferrovia Norte-Sul - Goiás La Picasa Chile Brasil Argentina Av. Beira Mar, 216 Gr. 903 e 904 – CEP 20021-060 – Tel.: (55 21) 2240-9884 – Fax: (55 21) 2220-9709 Rio de Janeiro – RJ – Brasil - E-mail: [email protected] – www.conprem.com.br revistA ferroviáriA | oUtUBro/NoveMBro de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 119 119 30/10/12 14:03 estudo mercado ALL rio grANde rs Não iNforMAdo ALL BrAdo sANt’ANA do LivrAMeNto rs ALL ALL ALL sANtos sP Não iNforMAdo ALL gLoBAL são frANCisCo do sUL sC Não iNforMAdo ALL iPP, texACo, CosAN são José do rio Preto sP iPP, sHeLL, Br, CosAN ALL ALL BrAdo tAtUí sP gerdAU, Lti, CArtoCor, roCHA forte, PAPiUs, JoHNsoN, eLeCtrovidro, CedAsA, sAvANe, iNterNAtioNAL PAPer ALL teLêMACo BorBA Pr Não iNforMAdo ALL Br tUtóiA sP Br ALL BrAdo UrUgUAiANA rs fALisUr, ArCeLor, CANUeLAs, CAMiL, Lti, BUNteCH, diAtoM, LAgoMArfiNo ALL seArA itiqUirA Mt ALL ALL AP ANgLo ferroUs, AMAPá MiNerAção, MvN MiNerAção, UNAMgeM MiNerAção efA efA ANgLo ferroUs PedrA BrANCA do AMAPAri ANgLo ferroUs sANtANA AP ANgLo ferroUs, AMAPá MiNerAção, MvN MiNerAção, UNAMgeM MiNerAção CABedeLo CABedeLo PB CiMeNto NAssAU trANsNordestiNA trANsNordestiNA CAMPiNA grANde PB AsA iNdústriA e CoMérCio, BeNtoNoit trANsNordestiNA trANsNordestiNA CAxiAs MA trANsNordestiNA trANsNordestiNA trANsNordestiNA CrAteús Ce gLoBeste PArtiCiPAções trANsNordestiNA trANsNordestiNA CrAto Ce trANsNordestiNA, PetroBrás trANsNordestiNA trANsNordestiNA desvio de Aço Norte Pe gerdAU trANsNordestiNA trANsNordestiNA trANsNordestiNA fortALezA Ce trANsNordestiNA, gerdAU, KiCAL e CArBoMiL, CiA doCAs do CeArá, grANde MoiNHo CeAreNse, CiMeNto Poty, PetroBrás, esso, terMACo trANsNordestiNA igUAtU Ce trANsNordestiNA trANsNordestiNA trANsNordestiNA itABAiANA PB trANsNordestiNA trANsNordestiNA trANsNordestiNA João PessoA PB trANsNordestiNA, CiMePAr trANsNordestiNA trANsNordestiNA JoAqUiM NABUCo Pe UsiNA PUMAty trANsNordestiNA trANsNordestiNA JUAzeiriNHo PB trANsNordestiNA trANsNordestiNA trANsNordestiNA LAgoA do CArro Pe UsiNA PetriBU trANsNordestiNA trANsNordestiNA PeCéM Ce diversos trANsNordestiNA trANsNordestiNA reCife Pe trANsNordestiNA, MHAg MiNerAção trANsNordestiNA trANsNordestiNA são goNsALo do AMArANte Ce CeArá Portos, gLoBeste trANsNordestiNA trANsNordestiNA são LUís MA esso, PetroBrás, texACo, sABBá, eMAP trANsNordestiNA trANsNordestiNA soBrAL Ce gMC trANsNordestiNA trANsNordestiNA sUAPe Pe trANsNordestiNA, MHAg MiNerAção trANsNordestiNA trANsNordestiNA teresiNA Pi PetroBrAs, dUreiNo trANsNordestiNA trANsNordestiNA tiMBAUBA Pe UsiNA CrUANgi trANsNordestiNA fCA ALUMíNio sP Não iNforMAdo fCA fCA ArACAJU se CorN, MAUriCéiA fCA fCA ArACrUz es Não iNforMAdo fCA fCA ArAgUAri Mg Não iNforMAdo fCA fCA ArAgUAri (BreJo ALegre) Mg Não iNforMAdo fCA fCA ArAxá Mg BUNge fCA 120 revistA ferroviáriA | oUtUBro/NoveMBro de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 120 30/10/12 14:03 ancimd21 FEIRA INTERNACIONAL DE LOGÍSTICA, TRANSPORTE DE CARGAS E COMÉRCIO EXTERIOR ONDE O SETOR FAZ NEGÓCIOS 2A4 O MUNDO INTERMODAL EM EXPOSIÇÃO Abril 2013 13 - 21h TRANSPORTE MARÍTIMO Transamerica Expo Center São Paulo - Brasil TRANSPORTE AÉREO TRANSPORTE FERROVIÁRIO n TRANSPORTE RODOVIÁRIO n Aumento de 23% na área disponível para exposição 2º maior evento do mundo para os setores de logística, transporte de cargas e comércio exterior Aeroportos, EADIs, Portos, Terminais, Serviços e Sistemas de Transporte, Logística, Comércio Internacional de Cargas, Equipamentos e Tecnologia n Mais de 45 mil visitantes, dos quais 65% são embarcadores de carga em busca de novas soluções, melhores práticas e networking com os grandes players do mercado nacional e internacional Participe e faça parte desse importante encontro dos melhores profissionais do setor. www.intermodal.com.br Realização Patrocínio Informações: Kelly Lima: 11 4689 1935 - r. 2112 - [email protected] Bruna Sá: 11 4689 1935 - r. 2110 - [email protected] revistA ferroviáriA | oUtUBro/NoveMBro de 2012 ancimd210x280.indd 1 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 121 121 17/09/12 16:59 30/10/12 14:03 estudo mercado FCA Arcos MG Multitex FCA FCA Barra Mansa RJ Não informado FCA FCA Belo Horizonte MG Multitex FCA FCA Betim MG Não informado FCA FCA Brasília DF Não informado FCA FCA Brumado BA Não informado FCA FCA Brumado (Catiboaba) BA Não informado FCA FCA Cachoeira do Itapemirim ES Não informado FCA FCA Campinas SP Não informado FCA FCA Campo Formoso BA Não informado FCA FCA Campo do Goytacazes RJ Não informado FCA FCA Candeias (Porto de Aratu) BA Tora FCA FCA Cariacica ES Não informado FCA FCA Carmo da Mata MG Não informado FCA FCA Cataguases MG Não informado FCA FCA Catalão GO ADM FCA FCA Catalão GO Fosfago FCA FCA Catalão GO Não informado FCA FCA Conceição da Feira BA Avigro, Gujão FCA FCA Congonhas MG Não informado FCA FCA Contagem (Eldorado) MG Não informado FCA FCA Contagem (Ferrugem) MG Não informado FCA FCA Contagem (Pq Industrial) MG Não informado FCA FCA Cubatão SP Não informado FCA FCA Dias D’Avila BA Não informado FCA FCA Divinópolis MG Não informado FCA FCA Divinópolis (Helio Torres) MG Não informado FCA FCA Goiânia GO Não informado FCA FCA Governador Valadares MG Grupo João Santos FCA FCA Guarujá SP Não informado FCA FCA Horto MG GATX - Bonifácio para Unilever FCA FCA Ibiá MG Não informado FCA FCA Ipameri GO Caramuru FCA FCA Ipatinga MG Não informado FCA FCA Itauna MG Não informado FCA FCA Ituverava SP AGI FCA FCA Jaguari BA Não informado FCA FCA João Monlevade MG Não informado FCA FCA João Neiva ES Não informado FCA FCA Lavras (Eng. Bhering) MG Não informado FCA FCA Luziânia (Eng. Hélio Martins) GO Não informado FCA 122 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 122 30/10/12 14:03 FCA Luziânia (Jardim Ingá) GO Não informado FCA FCA Marechal Floriano (Araguaia) ES Aracruz Celulose FCA FCA Matozinhos MG Não informado FCA FCA Matozinhos (Wilson Lobato) MG Não informado FCA FCA Mogi Guaçu SP Não informado FCA FCA Montes Claros MG Ultracargo FCA FCA Orlândia SP Não informado FCA FCA Paraíba do Sul (Barão de Angra) RJ Não informado FCA FCA Paulínia SP Ultracargo FCA FCA Paulínia SP Replan FCA FCA Pirapora MG Não informado FCA FCA Pires do Rio GO Não informado FCA FCA Poços de Caudas MG Não informado FCA FCA Pojuca BA Não informado FCA FCA Ribeirão Preto SP Termag FCA FCA Rio de Janeiro RJ Grupo João Santos FCA FCA Rio Real BA Não informado FCA FCA Sabará MG Não informado FCA revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 123 123 30/10/12 14:03 estudo mercado FCA Santa Juliana MG Não informado FCA FCA Santa Luzia (Cap. Eduardo) MG Não informado FCA FCA Santa Luzia (Carreira Comprida) MG Não informado FCA FCA Santos SP Não informado FCA FCA São Joaquim da Barra SP Não informado FCA FCA São José da Lapa MG Não informado FCA FCA Serrana SP Não informado FCA FCA Sete Lagoas (Prudente de Moraes) MG Multimodal, Efaces FCA FCA Silvana GO Não informado FCA FCA Simões Filho BA Não informado FCA FCA Três Corações MG F. Costa Equipamentos FCA FCA Uberaba MG Não informado FCA FCA Uberaba MG Valefértil FCA FCA Uberlândia MG Rozeno FCA FCA Vespasiano MG GATX - Bonifácio para Unilever FCA FCA Viana ES Dumilho FCA FCA Vitória (Tubarão) ES Não informado FCA RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 124 30/10/12 14:03 Ferroeste, A.B. Comércio de Insumos, Bunge Alimentos, Bunge Fertilizantes, Cargilll, Cia Ipiranga, Coopavel, EADI, Imcopa, Moinho Iguaçu, Transportadora Binacional, Votoran, Sadia Cascavel PR A.B. Comércio de Insumos, Bunge Alimentos, Bunge Fertilizantes, Cargill, CIA Ipiranga, Coopavel, EADI, Imcopa, Moinho Iguaçu, Transportadora Binacional, Votoran, Sadia, Coamo, Cimento Rio Branco Ferroeste Ferroeste, Cooperativa Agrária Entre Rios Guarapava PR A.B. Comércio de Insumos, Bunge Alimentos, Bunge Fertilizantes, Cargill, CIA Ipiranga, Coopavel, EADI, Imcopa, Moinho Iguaçu, Transportadora Binacional, Votoran, Sadia, Coamo, Cimento Rio Branco Ferroeste Alcoa Juriti (porto) PA Alcoa, Alumar, Petrobras EF Juriti Alcoa Juriti (mina) PA Alcoa, Alumar, Petrobras EF Juriti CTI Criciúma SC Mercosul Line Navegação e Logística FTC Jari Papel e Celulose Munguba PA Jari Papel e Celulose EF Jari Jari Papel e Celulose Ponte Maria PA Jari Papel e Celulose EF Jari Jari Papel e Celulose São Miguel PA Jari Papel e Celulose EF Jari Jari Papel e Celulose Pacanari PA Jari Papel e Celulose EF Jari MRN Porto de Trombetas PA MRN EF Trombetas MRS Barra Mansa RJ Multitex MRS MRS, FCA Belo Horizonte MG Tecaf, Tora MRS MRS Caçapava SP Tecons Vale MRS MRS, ALL Campinas SP CNAGA MRS MRS Conselheiro Lafaiete MG SCOF MRS MRS Guaratinguetá SP Gatfor, Basf MRS revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 125 125 30/10/12 14:03 estudo mercado MRS Hortolândia SP Katoen Natie MRS MRS Itaguaí RJ Sepetiba Tecon MRS MRS Itaquaquecetuba SP Grupo Wilson Sons MRS MRS Juiz de Fora MG Multitarefas MRS MRS Jundiaí SP Fassina MRS MRS Mogi das Cruzes SP Tinaga/Cosipa MRS MRS, ALL Pederneiras SP Coimbra, Caramuru, Dreyfus MRS MRS Rio de Janeiro RJ Libra, Multiportos, Multiterminais, Wilson sons, Triunfo, MRS Multirio, Briclog MRS Santos SP Itri/Cragea MRS MRS São José dos Campos SP Itri/Cragea MRS MRS São Paulo SP Transnovag MRS MRS Sarzedo MG TCS MRS MRS Suzano SP Itri/Cragea MRS MRS Volta Redonda RJ Multitex MRS EFC Açailândia MA Vale e outros não informados EFC EFC Bacabeira MA Vale e outros não informados EFC EFC Marabá PA Vale e outros não informados EFC EFC Paraupebas PA Vale e outros não informados EFC 126 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 126 30/10/12 14:03 EFC Porto Franco MA Vale e outros não informados EFC EFC Santa Inês MA Vale e outros não informados EFC EFC São Luís (Itaqui) MA Vale e outros não informados EFC EFC São Luís (Pombinho) MA Vale e outros não informados EFC EFC São Luís (Ponta da Madeira) MA Vale, Bunge, Cargill EFC Vale Aracruz ES Não informado EFVM Vale Belo Oriente (Frederico Selow) MG Aracruz Celulose EFVM Vale Cariacica ES Não informado EFVM Vale Colatina ES Aracruz Celulose, Centronorte Logística Integrada EFVM Vale Governador Valadares MG Mizu, São Geraldo, Aracruz Celulose EFVM Vale Ipatinga MG Não informado EFVM Vale Itabira (Conceição) MG Não informado EFVM Vale Itabira (João Paulo) MG Não informado EFVM Vale João Monlevade MG Não informado EFVM Vale João Monlevade (Bela Vista de Minas) MG Não informado EFVM Vale João Neiva ES Não informado EFVM Vale Mariana MG Não informado EFVM Vale Nova Era MG Não informado EFVM revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 127 127 30/10/12 14:03 estudo mercado Vale Ouro Preto (Fábrica muro) MG Não informado EFVM Vale Ouro Preto (Fábrica) MG Não informado EFVM Vale Ouro Preto (Funil) MG Montemar EFVM Vale Ouro Preto (Lafaiete Bandeira) MG Não informado EFVM Vale Ouro Preto (Timbopeba) MG Não informado EFVM Vale Rio Piracicaba MG Não informado EFVM Vale Sabará MG Não informado EFVM Vale Santa Luzia MG Não informado EFVM Vale Santana do Paraíso MG Não informado EFVM Vale Timoteo MG Não informado EFVM Vale Vitória (Praia Mole) ES Não informado EFVM Vale Vitória (Tubarão) ES Não informado EFVM Vale Vitória (Tubarão) ES Não informado EFVM Vale Vitória (Tubarão) ES Não informado EFVM Revista Ferroviaria 10&11/12:ROBEL 07.09.2012 8:19 Uhr S Y S Seite 1 Excelência sobre Trilhos. ROBEL. 34.02 Máquina de clipagem • • • • Visite-nos no estande C14! Construção modular - O módulo de energia é combinado com o módulo de trabalho necessário - Troca simples & fácil do módulo de clipagem Para diversos tipos de estribos de fixação (FastClip, e-Clip, etc.) Montagem no trilho em menos de um minuto Desenho altamente ergonômico ROBEL Bahnbaumaschinen GmbH Industriestr. 31 · D-83395 Freilassing Tel: +49 (0)8654/609-0 Fax: +49 (0)8654/609-100 E-mail: [email protected] Comexport Cia de Comércio Exterior Railway & Siderurgy Products Tel: +55 (11) 2162-1888 Ramal direto: +55 (11) 2162-1881 E-mail: [email protected] www.robel.info/pt 128 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 128 30/10/12 14:03 . em o Seu caminho para grandes negócios Your route to big business SAVE THE DATE 5-7 de novembro de 2013 November, 2013 13h-20h / 1pm-8pm Expo Center Norte – Pavilhão Vermelho / Red Pavilion São Paulo – SP – Brasil • O maior e mais esperado encontro do • The largest and most anticipated event for • Grande reconhecimento global e forte participação dos melhores fabricantes de todo o mundo. • Strong global recognition and a significant • Apresentações dos principais lançamentos • Showcase for the most important product do ano,novastecnologiaseinovaçõesemprodutos eserviçosparaosetor. launches of the year, new technologies and innovation in products and services for the rail industry. • Público diferenciado e engajado composto • Highly engaged and targeted visitor audience, setor, consagrando-se como o principal evento metroferroviárioemtodaaAméricaLatina. por todos os profissionais que fazem parte do processodecisórionacompradeprodutoseseleção defornecedores. • Networking e relacionamento em grande escala com os grandes players, formadores de opiniãoeprofissionaisdetodoosetor. Não fique de fora desse sucesso. Reserve já o seu estande! the Brazilian rail industry, establishing itself as the leading rail exhibition in Latin America. presence from the best rail industry manufacturers from all over the world. composed of all the professionals that play a key role in the decision-making and vendor selection process, as well as Brazil’s top rail industry dealers and distributors. • Networking and relationship-building opportunities at the industry’s biggest stage with the key players, opinion-makers and professionals from the entire industry. Be part of this success. Book your booth now! Mais informações / For more information: Samantha Scafi +55 11 4878.5913 • [email protected] www.ntexpo.com.br Realização / Organiser Mídia Oficial / Official Media revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 129 129 30/10/12 14:03 notas Alstom fornecerá 12 trens regionais para o Chile A Alstom fechou dois contratos com a estatal ferroviária do Chile, a Empresa de Ferrocarriles del Estado (EFE). O primeiro contrato é para o fornecimento de 12 trens regionais Xtrapolis, no valor de R$ 116 milhões de euros (€ 44 milhões). E o segundo é para a manutenção de trens por cinco anos, renováveis por até 30 anos, no valor de R$ 26 milhões (€ 10 milhões). Os contratos somam R$ 142 milhões (€ 54 milhões). Os trens serão usados na linha entre a capital chilena, Santiago, Nos e Rancagua (capital da região de O’Higgins). Os trens serão compostos por dois carros, permitindo 130 ter até cinco carros. Com dois car- duz o peso de trem, que tem taxa de ros, os trens tem capacidade para até reciclabilidade de 95% e capacidade 376 passageiros. Eles terão sistemas de frenagem elétrica com redução do de interface de passageiro e comu- consumo de energia em quase 30%. nicação, assentos amplos, banheiros e áreas especiais para pesFoto: divulgação soas com mobilidade reduzida. Os veículos serão fabricados em Barcelona, na Espanha. O Xtrapolis é do tipo Electric Multiple Unit (EMU), com velocidade máxima de 120 km por hora. O modelo tem dispositivos anti-impacto na frente do trem. De acordo com a Alstom, a arquitetura articulada re- O modelo Xtrapolis é usado pela Renfe, na Espanha revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 130 30/10/12 14:03 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 131 131 30/10/12 14:03 artigo N Foto: Divulgação TAV, sua convivência com os demais transportes ferroviários de passageiros Cyro Laurenza ex-presidente da FEPASA, no governo André Franco Montoro os últimos 50 anos, o Brasil perdeu as tecnologias dos trens regionais de passageiros e as de longa distância. Por que perdeu? As empresas ferroviárias, já estatizadas, foram induzidas a dar lucro, portanto, o trem de carga pressuposto como lucrativo se superpôs ao de passageiros. Estes, considerados de menor importância, perderam para seu concorrente próximo, o ônibus. Ao invés de se pensar em ter alternativas, deram às empresas de ônibus a vantagem do monopólio. A destruição dos trens, que muitos não entendem o porquê, se dava pelo fato de que a passagem do trem de passageiros interrompia o fluxo dos trens de carga. Teve início uma tradição brasileira - oferecer prioridade às cargas, desconsiderando as necessidades de mobilidade dos passageiros, produtores e consumidores das cargas. É um exemplo de prioridade equivocada. Os trens de longo percurso (vocação hoje para TAVs) prestavam serviços regionais em cidades importantes. Por exemplo, um trem que iria a Ribeirão Preto parava também em Campinas. Eram lentos e onerosos, mesmo exis- Com Laboratório de Testes e Ensaios Próprio. RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 132 30/10/12 14:04 tindo novas tecnologias em uso no Exterior. Na Europa é comum o trem regional parador conviver com o TAV, na mesma faixa de domínio. Não se utilizando necessariamente o TAV como parador. Por exemplo: entre Roma e Nápoles existem, em uma mesma faixa ferroviária, dois trens - o TAV ligando as duas cidades e um, também moderno, mas não tão rápido e parador em outros centros menos importantes. Não se pensar em faixa de domínio com grandeza de espírito levará a falência qualquer solução. As cidades brasileiras, em especial as do estado de São Paulo que cresceram em importância no PIB, distam entre si (não como regra) aproximadamente 100 km. Essas cidades passaram a ser núcleos de desenvolvimento – a cidade de São Paulo é um exemplo. Na maioria dos casos se tornaram Regiões Metropolitanas. O problema que hoje não se discute, na busca de solução para o TAV, é a localização das estações ferroviárias. Estas, para abrigar vários TAVs, os regionais e os demais modos alimentadores, devem ter as mesmas características das áreas aeroportuárias localizadas em pontos estratégicos em São Paulo. A localização das estações representa a sobrevivência do modo ferroviário. Imaginar alocar estas estações em qualquer local por economia, em qualquer área por estar ela disponível, tende a fazer com que os resultados sejam pífios. Comprometerá a idéia como um todo. O trem regional é parador nas cidades do seu percurso. O TAV nos centros de importância socioeconômica convivendo com regionais modernos. A faixa ferroviária deve ser executada para abrigar os dois, pois ambos devem existir e coexistir. As estações terminais e intermediárias são estações que ainda no Brasil desconhecemos pela sua magnitude e responsabilidades. A sua semelhança com terminais aeroportuários é muito grande diverso do que estamos acostumados nas modernas estações do Metrô. Um sistema de trens modernos não somente em seus veículos com linhas aerodinâmicas notáveis, a isso temos que somar excelência em sistemas de operação, manutenção e conservação e, principalmente, em planejamento dos transportes de passageiros. Permitira que trens regionais e sistemas menores como Metrô e Subúrbios convivam harmoniosamente. Nos estudos de implantação das novas ferrovias com uso do TAV e do regional se não pensarmos com grandeza e em todos os aspectos, melhor será nem pensar mais no assunto. 100 95 75 25 5 0 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 133 30/10/12 14:04 nota técnica Dimensionamento e otimização de estrados utilizados no acondicionamento e proteção de produtos siderúrgicos no transporte ferroviário Airton Ferreira Pinto de Oliveira, engenheiro de manutenção de alto forno da CSN 2º lugar do III três anos o Prêmio EDLP de Produtividade do Cliente Ferroviário Esse trabalho tem como objetivo apresentar uma abordagem técnica dos padrões de dimensionamento de um estrado de transporte de produtos siderúrgicos. Além da utilização de cálculos de projetos de engenharia, a metodologia de pesquisa empregou documentos, livros, revistas especializadas e principalmente pesquisa em campo. Utilizaram-se ferramentas de simulação computacional para a criação de um modelo ideal para o transporte, o qual foi otimizado em relação ao custo/benefício. As melhorias estão voltadas para soluções que possam resolver os problemas gerados pelo trabalho e o custo excessivo de manuseio e produção do estrado, facilitando assim o embarque ferroviário de produtos siderúrgicos. Introdução Características das Bobinas de Chapa de Aço Os produtos siderúrgicos de maior importância na comercialização do aço são as chamadas bobinas de chapas de aço. As empresas produzem bobinas de chapa de aço que podem variaram normalmente de 3 a 30 toneladas, dependendo das características dos equipamentos de produção e das necessidades dos clientes, onde as bobinas serão utilizadas. As espessuras, disponíveis no mercado, variam entre 1,2 mm e 12,5 mm. A largura da chapa, que é limitada pelo laminador principal da empresa, varia entre 720mm e 1600mm [10]. As bobinas podem ser armazenadas e movimentadas através do seu eixo na vertical ou na horizontal. Esta característica é muito importante, pois define os equipamentos e acessórios necessários para sua movimentação. Acondicionamento e Proteção dos Produtos Siderúrgicos no Transporte Ferroviário Os produtos siderúrgicos expedidos através do modal ferroviário necessitam de proteção. Dependendo das características físicas dos produtos, estes também necessitam de estrados ou talas para o seu acondicionamento nas plataformas dos vagões. Apesar de existirem alguns vagões bobineiros (específicos para o carregamento de bobinas no eixo horizontal), aproximadamente 95% dos vagões ofertados são lisos, conforme ilustra a foto 1. Antes do posicionamento das bobinas, os estrados são 134 colocados nos vagões para permitir o acondicionamento destas. Os estrados ou talas têm como objetivo aumentar Foto 1 - Vagões lisos recebidos na Empresa, antes do carregamento [11]. o atrito e reduzir o risco de deslocamento das bobinas sobre a plataforma do vagão, garantindo a segurança durante o transporte. Utilização dos estrados Para as bobinas transportadas com seu eixo na posição horizontal, são posicionados um par de estrados para cada bobina, de forma longitudinal e centralizado no vagão. Além disso, são respeitadas as distâncias mínimas de 50 cm da cabeceira e 15 cm da lateral do vagão. Os estrados devem ser posicionados exatamente de forma a concentrar a carga sobre os 4 eixos de rodas do vagão, conforme indicado no desenho esquemático figura 1. Os estrados são posicionados na plataforma dos vagões e, logo em seguida, as bobinas são acomodadas sobre os mesmos, conforme pode ser visto na foto 2. Os estrados retornam à empresa nos vagões vazios, que são novamente utilizados nos futuros carregamentos. Este processo não garante o retorno total dos estrados, pois depende da boa vontade de funcionários de outras empresas, já que o carregamento para retorno não é um compromisso contratual. revista ferroviária | agosto/setembro OUTUBRO/NOVEMBRO de de 2012 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 134 30/10/12 14:04 Antigo estrado metálico (estrado tipo “A”) Os estrados metálicos são utilizados no acondicionamento de bobinas com seu eixo na horizontal. Eles são consumidos no momento do embarque ferroviário. Sua finalidade principal é evitar o deslocamento das bobinas durante a viagem. Os estrados do tipo A eram confeccionados em 06 High Speed. Figura 1 – Desenho esquemático do posicionamento dos estrados sobre o vagão [13]. modelos: 520 - verde, 560 - azul, 620 - laranja, 660 - branco, 700 - amarelo e 750 - vermelho; sendo cada modelo com um tamanho diferente para possibilitar a acomodação dos diferentes tamanhos de bobinas. O consumo desses estrados é de aproximadamente 24000 pares novos por ano em uma empresa de grande porte. A figura 2 ilustra os estrados do tipo A. Problemas gerados na utilização de estrados do tipo A Estoque desbalanceado dos estrados Existiam 6 modelos de estrados diferentes, para possibilitar o acondicionamento de bobinas de diversos tamanhos. Dificuldade de manuseio dos estrados High Protection. Our Platform Screen Doors. Figura 2 - Estrado metálico para embarque de bobinas no eixo horizontal (estrado tipo A) [12]. Para se conseguir um empilhamento correto, é necessário formar as cargas com estrados do mesmo modelo. Projeto de novo estrado e análise dos resultados Características do estrado O estrado é um suporte para bobinas transportadas com seu eixo na horizontal. www.pintschbamag.de Nosso representante comercial no Brasil HLT EQUIPAMENTOS ESPECIAIS São Paulo, Brasil Tel. +55(11)5182-2979 [email protected] revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 135 135 30/10/12 14:04 Figura 2 - Estrado metálico para embarque de bobinas no eixo horizontal (estrado tipo A) [12]. O suporte deve atender aos seguintes requisitos: Suportar o peso da bobina sem que o mesmo amasse ou seja danificado; Ser leve e de fácil manuseio; Ser resistente e durável; Não necessite de amarração; Transportar a carga de maneira segura, eliminando as quedas; Facilitar o controle de estoque e o abastecimento. bre os vagões para o estrado tipo A (situação anterior) são: Expedidor lista no sistema as bobinas a serem carregadas; Expedidor verifica quantidade de bobinas e seus respectivos pesos; Expedidor verifica o(s) modelo(s) dos estrados a serem utilizados; Embalador e ajudante colocam os estrados sobre os vagões; Operador de ponte rolante posiciona as bobinas previamente definidas para cada estrado; Embalador e ajudante ensacam as bobinas; Embalador e ajudante realizam o corte das fitas metálicas no tamanho e quantidade necessária; Embalador e ajudante realizam o cintamento das bobinas com a utilização de esticador e selador pneumático. As atividades realizadas no carregamento de bobinas so- Aplicação Os estrados são colocados sobre o vagão por dois operadores, que os posicionam sobre os rodeiros. Então, o operador da ponte rolante iça a bobina e a coloca sobre o estrado. A seguir a bobina é embalada e amarrada, finalizando a preparação para o transporte. Material O aço ASTM – A36 foi adotado para o estrado do tipo O. Este aço atende perfeitamente às exigências e aos esforços mecânicos solicitados para o manuseio e o carregamento seguro do equipamento em questão. Há também a facilidade de trabalho com este aço, além do custo ser bem reduzido em relação aos demais. Fator de segurança Foi adotado um fator de segurança de valor igual a 2, para a memória de cálculo, em função do limite de escoamento do material. Foi considerada, também, uma sobrecarga estática de 10%. Estrado tipo O O objetivo é otimizar o estrado do tipo A , para aumentar a ergonomia de manuseio e a segurança com relação ao atrito no vagão. Esse modelo proposto, que é apresentado na figura 3, será tratado neste trabalho como “Estrado do tipo O”. Análise dos Resultados Comparativo das atividades e beneficios As atividades realizadas no carregamento de bobinas so136 Figura 3 - Estrado tipo O (3,00mm) [13]. bre os vagões para o estrado tipo O (situação proposta) são: Expedidor lista no sistema as bobinas a serem carregadas; Expedidor verifica quantidade de bobinas e seus respectivos pesos; Embalador e ajudante colocam os estrados sobre os vagões; Operador de ponte rolante posiciona as bobinas previamente definidas para cada estrado; Embalador e ajudante ensacam as bobinas. Entre os benefícios alcançados com a utilização do estrado tipo O, pode-se citar: Maior segurança no transporte; Menor custo de aquisição de insumos; Redução de 60% na compra de novos estrados; Redução de 70% da necessidade de estoque (modelo único); revistA ferroviáriA | oUtUBro/NoveMBro de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 136 30/10/12 14:04 AS FERROVIAS TRANSPORTAM O BRASIL PARA O FUTURO antf.org.br RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 137 twitter.com/antf_ferrovia facebook.com/antf.ferrovia 30/10/12 14:04 Facilidade de controle de estoque de estrados; Menor tempo na preparação para o transporte. Comparativos gerais A tabela 1 apresenta os comparativos gerais entre os estrados tipo A e tipo O. Tabela 1 - Comparativos gerais entre os estrados tipo A e tipo O [13]. Comparativos de custos. A partir de uma análise de custos entre a utilização do estrado tipo A e tipo O, verifica-se uma redução de custo anual de R$ 3.471.000,00, o que equivale a uma queda de 54,9% no valor da operação realizada, conforme pode ser verificado na tabela 2. Tabela 2 - Comparativos dos custos dos estrados tipo V e tipo O [13]. Teste O modelo de estrado tipo O foi testado e aprovado pelas empresas. Suas características foram muito elogiadas devido sua eficiência no carregamento e segurança. Podemos verificar o teste na foto 3. Conclusão Este trabalho apresenta um estudo de dimensionamento e otimização dos estrados utilizados no transporte de produtos siderúrgicos, através de projeto e da aplicação de ferramentas de simulação. O estudo foi motivado devido às dificuldades apresentadas durante a operação de preparação para o transporte de bobinas e dos problemas operacionais gerados pela diversidade de estrados existentes. Itens Situação Anterior Tipo A Estrado tipo O Tipo de Estrado 06 Tipos 01 Tipo Amarração de bobina no estrado Fita e selo metálico (selador e esticador) Não é necessário Mão de obra Embaladores/ 70 Homens Peso do estrados Tipo A - 60 a 76 Kg 1.000 estrados Consumo anual de estrado 48.000 estrados 48.000 estrados 24.000 estrados 9.500 estrados 100 minutos por vagão 60 minutos por vagão Tipo A - 06 modelos R$260,00 (média) Estrado Novo R$ 300,00 Preço do estrado 138 Estrado tipo A Estrado tipo O Compra anual de estrados 24.000 x R$260,00 = R$6.240.000,00 9.500 x R$300,00 = R$2.850.000,00 Consumo anual de fita e selo metálico R$81.000,00 Não é necessário Mão de obra Embaladores/ Ajudantes 70 Homens R$0,00 Total R$6.321.000,00 R$ 2.850.000,00 sário à operação de preparação para o transporte, o melhor controle dos estoques e pedidos de estrados, além do aumento da segurança durante a operação de transporte. Bibliografia [1] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS, “Annual Book of ASTM Standards”. Easton, USA, 1978. 938 p. 91 Kg 3.500 estrados Tempo de carregamento Itens 50 Homens Estoque necessário dos estrados Compra Anual Foi desenvolvido o modelo de estrado, visando melhor atender as características e particularidades da operação de transporte de bobinas em vagões lisos, ou seja, vagões que não são adaptados para o transporte de bobinas. Com o modelo desenvolvido, obteve-se uma redução de custos de 54,9% ao ano em relação ao estrado anterior. Além da redução de custos, outros benefícios são decorrentes da aplicação do novo modelo de estrado, entre eles: a melhoria do fator ergonômico, a diminuição do tempo neces- Foto 3- Estrado tipo O, durante chegada na empresa de destino [13]. revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 138 30/10/12 14:04 [2] BEER, Ferdinand P; JOHNSON JR, Elwood Russell. “Mecânica Vetorial para Engenheiros: Estática”; tradução Adolpho Hengeltraub; revisor técnico Giorgio Eugenio Oscare Giacaglia. 5ª edição. Revisão Franscisco Moral. São Paulo: Ed. Makron Books,1994,1991. [7] PEREIRA, Célio José. Retorno de Embalagens Utilizadas no Acondicionamento e Proteção de Produtos Siderúrgicos no Transporte Ferroviário. Dissertação (Pós Graduação em Logística Empresarial). Centro Universitário de Barra Mansa (UBM), Barra Mansa, 2005. [3] Collins, Jack A. “Projeto Mecânico de Elementos de Máquina”, Ed. LTC, 2006. [8] Shigley, Joseph E.; MISCHKE, Charles R.; Budynas, Richard G. “Projeto de Engenharia Mecânica”. 7ª edição. Ed. Bookman, 2005. [4] HIBBELER, R.C. “Resistência dos Materiais”; tradução Joaquim Pinheiro Nunes; revisão técnica Wilson Carlos da Silva. 5ª edição. São Paulo: Ed. Prentice Hall, 2004. [5] Juvinall, Robert C.; Marshek, Kurt M. “Fundamentos do projeto de componentes de máquina”; tradução e revisão técnica Fernando Ribeiro da Silva. Rio de Janeiro: Ed. LTC, 2008. [6] NORTON, Robert L.”Projeto de Máquina: Uma Abordagem Integrada”. 2ª edição. Porto Alegre: Ed. Bookman,2004. 931p. [9] VIEIRA, S. “Análise de Variância: ANOVA”, São Paulo: Ed. Atlas S.A., 2006. [10] Relatório de Produção de Bobinas - Arquivo Interno da Empresa . [11] Arquivo Interno de Fotos da Empresa. [12] Arquivo Técnico do Fornecedor. [13] Elaborado pelo autor. revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 139 139 30/10/12 14:04 artigo Positive Train Control Motivação e Desafios DivulGAção Paulo Vieira, Cientista de Sistemas CTBC do TTCI - Transportation Technology Center, Inc O Positive Train Control (PTC) é uma implementação de um sistema CBTC (Communications Based Train Control), com características específicas definidas para satisfazer os requisitos de segurança estabelecidos pelo Rail Safety Improvement Act of 2008 (RSIA’08), sancionada pelo Congresso Americano em 16 de Outubro de 2008. O RSIA’08 determina a implantação do PTC em trechos de ferrovias de carga “Class I”, linhas de passageiros interurbanas e inter-municipais e algumas ferrovias de carga regionais. Atualmente, os sistemas PTC são predominantemente “overlay”, o que significa que são implanta- ASSINE A REVISTA FERROVIÁRIA E RECEBA O LIVRO "HISTÓRIA DA ENGENHARIA FERROVIÁRIA" POR APENAS R$ 177,00 ACESSE JÁ WWW.REVISTAFERROVIARIA.COM.BR E ASSINE Aproveite esta oportunidade, assine e fique por dentro de tudo o que acontece no setor metroferroviário REVISTA FERROVIÁRIA REGULAMENTO: Oferta válida para assinatura anual. O livro História da Engenharia Ferroviária será entregue em até 30 dias após a confirmação do pagamento. Promoção válida de 01/07/2012 à 31/12/2012. O livro com o preço promocional é válido apenas na promoção com a assinatura anual da Revista Ferroviária, para aquisição apenas consulte o preço vigente. do livro,revistA ferroviáriA | oUtUBro/NoveMBro de 2012 140 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 140 30/10/12 14:04 dos como uma camada de segurança adicional sobre o sistema de operação existente. Desta forma, a implantação do PTC num trecho já sinalizado manterá todos os elementos de sinalização existentes. A figura1 ilustra a arquitetura de um sistema PTC “overlay”, que é composto dos seguintes componentes principais: • Estações rádio-base que proporcionam total cobertura de rádio no território controlado pelo sistema PTC. • Dispositivos de interface e rádios que fazem a propagação do status dos componentes da via ao longo do território controlado pelo sistema PTC. • Equipamentos de bordo de locomotivas que interagem com o maquinista e implementam funções de segurança. • Servidores centrais integrados ao centro de controle e equipamentos de bordo nas locomotivas. O PTC americano e o sistema europeu (European Train Control System - ETCS) são ambos sistemas CBTC, porém, não compatíveis. As principais diferenças são o sistema de rádio (ETCS usa GSM-R – Global Systems for Mobile Communications – Railway; e o PTC está desenvolvendo seu próprio rádio em 220 MHz), o sistema de posicionamento das locomotivas (ETCS é baseado em tags colocadas ao longo da via; PTC utiliza GPS – Global Positioning System), e os componentes de bordo (hardware e componentes de software distintos). Desafios técnicos para a implementação do Positive Train Control Uma das principais preocupações na implementação do PTC é o potencial impacto sobre o desempenho dos trens, devido à utilização de um algorítmo conservador de previsão de frenagem de trem. Como os componentes do material rodante não têm sensores que podem dizer exatamente o status de seus sistemas de freio ou o peso exato dos vagões carregados, um algorítmo de frenagem que assuma 7,00 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 141 30/10/12 14:04 artigo Figure 1 – Arquitetura do sistema PTC RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 142 30/10/12 14:04 uma condição conservadora para o estado do sistema de frenagem e peso, vai exigir que o trem inicie uma redução de velocidade muito mais cedo do que o necessário, impactando, assim, a operação da ferrovia. Outro grande desafio é assegurar que o sistema seja interoperável, isto é, que permita que as ferrovias operem de forma transparente em territórios controlados por outras ferrovias. Isto determina que todas as ferrovias adotem o mesmo sistema de rádio e as mesmas funcionalidades de PTC, o que exige um grande esforço na especificação de interoperabilidade. O espectro de frequência disponível para operar PTC é limitado, o que representa um grande desafio no design de soluções que não excedam o espectro disponível, especialmente em áreas urbanas. O teste e validação de componentes críticos do sistema, como o sistema de rádio, os componentes de bordo da locomotiva, e as funções de integração / interoperabilidade são críticos e deverão ser realizados em fases e com testes reais de campo. Papel Estratégico da Transportation Technology Center, Inc. na Implantação do PTC na América do Norte O TTCI (Transportation Technology Center) localizado em Pueblo, Colorado (EUA) desempenha um papel estratégico, provendo assistência técnica na implantação e testes do PTC para o indústria ferroviária americana, para as ferrovias e entidades governamentais. A seguir estão listados alguns projetos particularmente significantes desenvolvidos pelo TTCI: 1) Desenvolvimento e testes de algorítmo de frenagem adaptativo: projeto que visa eliminar o potencial impacto na produtividade das ferrovias, através de um algoritmo de frenagem adaptativo, baseado na leitura do comportamento dinâmico do trem; 2) Modelagem do sistema de rádio para os grandes centros urbanos: através do uso de simuladores de operação de malha ferroviária e de propagação de sistemas de rádio, o TTCI desenvolve soluções de sistemas de rádio, otimizando o uso dos recursos necessários como espectro de frequência, torres e rádios; 3) Testes de componentes críticos do PTC: o TTCI dispõe de 77 quilômetros de malha ferroviária dedicados para realização de testes de campo, dispondo de sistemas de sinalização, torres e sistemas de rádio, backbone de comunicação e centro de controle, o que permite a realização de todos os testes necessários para validação de sistemas PTC e seus componentes. A equipe de especialistas CBTC do TTCI está trabalhando integrada nestes projetos para ajudar a indústria. revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 143 143 30/10/12 14:04 notas Estudos ferroviários no Sul A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) assinou um convênio de cooperação técnica com a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF) para que a associação faça o levantamento, identificação, documentação e cadastro de material rodante, oficinas e rotundas de valor histórico existentes no estado do Rio Grande do Sul. Os estudos iniciaram em setembro e os resultados serão entregues no final de janeiro de 2013. Segundo Sérgio Alves, chefe de gabinete da ANTT, o resultado desse levantamento servirá de base para futuros projetos de intervenção destinados à preservação, revitalização e valorização desse patrimônio. Alves informou que o próximo passo da agência é ampliar o estudo para outros estados brasileiros. “Preservar a história das ferrovias é uma missão da ANTT”, lembrou. Arquivo Público de São Paulo receberá acervo da RFFSA O Ministério Público Federal e o Arquivo Público de São Paulo assinaram um Termo de Compromisso para a Salvaguarda do Acervo Iconográfico, Sonoro e Audiovisual da antiga Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA). O acordo garante ao Arquivo Público a guarda temporária do acervo por 100 anos. A transferência do acervo vem sendo avaliada pelo Ministério Público de São Paulo há seis anos e busca resguardar e proteger o patrimônio cultural da RFFSA. “Hoje o acervo iconográfico, sonoro e audiovisual da Rede Ferroviária Federal encontra-se disperso e com risco de perecimento. A ação do Arquivo Público é importante para a memória coletiva e a identidade regional”, explica a procuradora da República Adriana da Silva Fernandes. O Arquivo Público do Estado de São Paulo já abriga, desde 2002, 1.231 negativos de vidro do acerto da extinta Fepasa/RFFSA. Esses objetos também serão listados no termo de compromisso. SP: Consórcio Telvent-Albatros vence licitação da Linha 5 A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô SP) homologou o consórcio Telvent - Albatros como vencedor da licitação para execução do projeto executivo, 144 fornecimento e implantação do sistema de telecomunicações em toda a extensão da Linha 5- Lilás (até a Estação Chácara Klabin), incluindo o atual trecho operacional (Capão Redondo-Largo Treze). A expansão terá 11,5 km de extensão e 11 estações. O valor total do contrato com o consórcio é de R$ 58 milhões. revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 144 30/10/12 14:04 revista ferroviária | OUTUBRO/NOVEMBRO de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 145 145 30/10/12 14:04 foto do mês A t´trans concluiu em outubro o primeiro veículo do aeromóvel de Porto Alegre, o A-100. o modelo tem 14,5 metros e capacidade para 150 passageiros. ele vai circular na linha elevada de 998 metros de extensão, que ligará a estação Aeroporto da trensurb ao terminal 1 do Aeroporto internacional salgado filho, na capital gaúcha. o sistema do aeromóvel foi desenvolvido pelo grupo Coester e utiliza propulsão pneumática para se locomover. foto: DivulGAção t´trAns 146 revistA ferroviáriA | oUtUBro/NoveMBro de 2012 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 146 30/10/12 14:04 Motores | Automação | Energia | Transmissão & Distribuição | Tintas Soluções integradas para o segmento ferroviário As soluções WEG para o segmento ferroviário combinam a integração de motores elétricos de tração, inversores de frequência, geradores, painéis elétricos, controle microprocessado de locomotivas e tintas industriais, com o apoio técnico em campo e engenharia dedicada ao segmento. Soluções integradas WEG. Transporte com eficiência e segurança para todos os destinos. Transformando energia em soluções. RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 147 www.weg.net 30/10/12 14:04 RF_out nov 2012_Edu_72a146.indd 148 30/10/12 14:04