III SEMIC – Seminário de Iniciação Científica da UNIFENAS 18, 19 e 20 de outubro de 2004 SELEÇÃO DE PROGÊNIES F6 de CATUAI AMARELO COM O HÍBRIDO DE TIMOR VISANDO PRODUTIVIDADE E RESISTÊNCIAS A FERRUGEM DO CAFEEIRO (Hemileia vastatrix Berk & Br.) Lima, Fernando de Oliveira1 ; Miranda, José Messias2 ; Pereira, Antônio Alves3 O sucesso da cafeicultura deve-se, em parte, ao trabalho de melhoramento genético dessa cultura. Como resultado da hibridação intra-específica, natural ou artificial, de café Arábica, têm sido liberados para os produtores, variedades melhoradas como Catuaí Vermelho, Catuaí Amarelo, Mundo novo e Bourbon Amarelo. A variedade Catuaí Vermelho, por exemplo, foi desenvolvida por hibridação artificial, associando o porte reduzido e compacto da variedade caturra à alta produtividade e vigor do Mundo Novo, SAKIYAMA et al. (1999). Por outro lado, a hibridação interespecífica, natural ou artificial, também é importante para o melhoramento do cafeeiro, especialmente para o café arábica, que, por falta de variabilidade genética para características como resistência a algumas doenças e pragas, requer a introgressão de genes de interesse agronômico potencial. Segundo FALCONER ( 1987 ), a herdabilidade de um caráter métrico é uma das mais importantes de suas propriedades. Ela expressa a proporção da variância total que é atribuida ao efeito médio dos genes, e este é que determina o grau de semelhança entre parentes. Entretanto, a função mais importante da herdabilidade no estudo genético do caráter métrico é o seu papel preditivo expressando a confiança do valor fenotípico do indivíduo como um guia para o valor genético. A possibilidade da predição dos ganhos obtidos por uma estratégia de seleção contitui-se em uma das principais contribuições da Genética Quantitativa CRUZ & REGAZZI ( 1994 ). Por meio destas informações é possível orientar, de maneira mais efetiva, o programa de melhoramento, predizer o sucesso do esquema seletivo adotado e decidir, com base científica, por técnicas alternativas que possam ser mais eficazes. A ferrugem alaranjada do cafeeiro, causada por Hemileia vastatrix Berk. & Br, foi constatada em cafeeiros silvestres, em 1861, na região do lago Vitória, no Quênia. Durante o primeiro século após a sua constatação, o patógeno disseminou-se por todos os países produtores de café da Ásia, África e Oceania. A ferrugem do cafeeiro é considerada por vários autores como uma das mais devastadoras doenças de plantas de todos os tempos. A importância econômica da doença, portanto, é o maior estímulo à utilização de cultivares resistentes para se evitar ou, pelo menos, minimizar os prejuízos por ela ocasionados. PEREIRA (1995), identificando a herança da resistência a Hemileia vastatrix Berk & Br. em cafeeiros derivados do Híbrido de Timor, utilizou cruzamentos com a variedade Catuaí, as plantas obtidas apresentaram excelentes características agronômicas. Através da seleção destas progênies F6 de Catuai Amarelo cruzadas com o Híbrido de Timor, é objetivo do presente trabalho determinar os diversos atributos genéticos, obter progênies produtivas, resistentes a ferrugem e com qualidade de tipo e bebida. O ambiente onde o experimento está instalado e conduzido corresponde a um solo latotossolo vermelho escuro, com textura moderadamente argilosa, declividade em torno de 5 %, uma temperatura média anual de 18 a 20 º C e com precipitação pluviométrica média anual de 1500 a 1700 mm. O local está a latitude de 21º 40’, longitude 45º 55 e altitude de 860 metros, situa-se na Fazenda Vitória no município de Alfenas, no sul de Minas Gerais. Os genitores utilizados são provenientes de hibridações realizadas no Departamento de Fitopatologia da UFV e nas Fazendas Experimentais da EPAMIG. Estudará populações descendentes de combinações resultantes de cruzamento do Híbrido de Timor com a variedade Catuaí. O experimento disponível para estudo é o ensaio F6 de Catuaí Amarelo com o Híbrido de Timor e as progênies estudadas são: 1- H419-10-6-2-7-46; 2- H419-10-6-2-7-21; 3- H419-10-6-2-7-1; 4H419-10-6-2-7-63; 5- H419-10-6-2-7-6; 6- H419-10-6-2-7-13; 7- H419-10-6-2-7-37; 8- H419-106-2-7-2; 9- H419-10-6-2-7-55; 10- H419-10-6-2-7-54; 11- H419-10-6-2-7-51; 12 -H419-10Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS Gestão de Pesquisa e Pós-graduação – www.unifenas.br/pesquisa III SEMIC – Seminário de Iniciação Científica da UNIFENAS 18, 19 e 20 de outubro de 2004 6-2-7-53;13- H419-10-6-2-7-74; 14- H419-10-6-2-7-20; 15- H419-10-6-2-7-26; 16 -H419-106-2-7-5; 17-H419-10-6-2-7-28; 18- H419-10-6-2-7-58; 19- H419-10-6-2-7-24; 20 -H419-106-2-7-43; 21-H419-10-6-2-7-8; 22- H419-10-6-2-7-31; 23- H419-10-6-2-7-15; 24 -H419-106-2-7-44; 25- H419-10-6-2-7-75; 26- H419-10-6-2-7-33; 27- H419-10-6-2-7-38; 28 -H419-106-2-7-30; 29-H419-10-6-2-7-29; 30- H419-10-6-2-7-57; 31- H419-5-5-5-4-1; 32– H514-11-5-5-1; 33– H516-2-1-1-18-1; 34– Catuai 15; 35– Catuai 44; 36– Catuai 144. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com tres repetições e cada parcela composta de cinco plantas espaçadas de 0,75 metros entre plantas e de 3,5 metros entre fileiras. Serão avaliados a produção de café cereja por planta e parcelas, tomando-se a soma das produções das três primeiras colheitas 2005, 2006 e 2007. Foram também avaliados nos meses de março e agosto os parâmetros fenotípicos tais como: altura da planta em metros, diâmetro da base da copa em metros, crescimento dos ramos plagiotrópicos em centímetros, número de internódios, diâmetro do caule a 10 centímetros do solo em centímetros, produção de café cereja em quilos por planta e Incidência de ferrugem, Hemileia vastatrix Bert & Br, notas de 0 a 8. Para a determinação do índice de ataque de ferrugem foram coletados folhas na altura mediana da planta, em todos os pontos cardiais e as notas dadas na avaliação, segundo PEREIRA ( 1995). Para transformar o peso de café cereja por planta para peso em quilos por metro cúbico, tomará como base o diâmetro de copa e a altura das plantas. A fórmula utilizados será : Volume da copa = diâmetro da copa ao quadrado multiplicado por 3,14 e dividido por quatro. O volume de café cereja por metro cúbico de copa, será obtido pela divisão do peso em quilos de café cereja por planta pela volume de copa calculado acima. Os critérios para seleção de planta para o sistema adensado foi baseado nas maiores produções em quilos de café cereja por metro cúbico de copa. As menores produções seriam destinadas a utilização nos sistemas mecanizados e espaçados ( 3,5 x 1,0 metros ). Para cada atributo também foram realizadas análises como blocos casualizados, testes de comparação de médias ( Tukey ), dos atributos fenotípicos avaliados e a produção média de café cereja por planta e por volume cúbico de copa. Foram também realizados estudos de correlação entre os atributos avaliados para ordenar os que mais influenciam na produtividade e resistência a ferrugem do cafeeiro. Estudos de agrupamentos serão realizados na tentativa de agrupar progênies semelhantes. Na realização destas análises utilizou-se o sistema de análise SAS systen, analisados em computador PC pentium 233 e após convertidor no sistema Windows e traduzidos em Português. Os resultados mostraram que não houve diferenças significativas entre as progênies, quanto aos resultados do atributo altura das plantas, apenas destacando a H516-2-1-1-18-1 e H 4195-5-5-4-1 como as de menores porte (50,83 e 52,76 centímetros, respectivamente). Em relação ao atributo diâmetro de copa das progênies F6 de catuaí Amarelo com o Híbrido de Timor, destaca-se a progênie H419-10-6-2-7-46 como a de maior diâmetro de copa e a H419-10-6-2-7-26 como a de menor diâmetro de copa. As demais progênies não apresentaram diferenças significativas. Quanto ao atributo vigor das progênie, notas de 1 a 10, observa-se que não há diferenças significativas entre as plantas, mostrando-se vigorosas como o controle (variedade catuai vermelho). Os resultados do atributo resistência a ferrugem do cafeeiro das progênies F6 de Catuaí Amarelo com o Híbrido de Timor, mostram que todas as progênies apresentaram resistência a ferrugem do cafeeiro, porém destaca-se como mais resistente a H514-11-5-5-1 e como a mais susceptível a H419-10-6-2-7-38. Pode-se concluir que as progênies testadas apresentaram resistência a ferrugem do cafeeiro e os atributos fenotípicos analisados a progênie H419-10-6-2-7-46 apresentou maior diâmetro, a H4195-5-5-4-1 o menor. Em relação a altura das plantas as progênies não diferiram entre si. Palavra chave: 1) café - 2) Resistência a Ferrugem - 3) Melhoramento Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS Gestão de Pesquisa e Pós-graduação – www.unifenas.br/pesquisa III SEMIC – Seminário de Iniciação Científica da UNIFENAS 18, 19 e 20 de outubro de 2004 1 2 3 Acadêmico do curso de Agronomia - Sexto período Orientador - Faculdade de Ciências Agrárias Pesquisador da Empresa de Pesquisas Agropecuária de Minas Gerais. Fonte Financiadora: PROBIC/UNIFENAS Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS Gestão de Pesquisa e Pós-graduação – www.unifenas.br/pesquisa