• Auto-Avaliação Escrita Pré-Curso • Materiais Complementares em SAVC • Principais Medicamentos em SAVC (Somente para PC) © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association American Heart Association Suporte Avançado de Vida em Cardiologia Auto-Avaliação Escrita Pré-Curso Junho de 2008 © 2006 American Heart Association – Edição original em inglês © 2008 American Heart Association – Edição em português Auto-Avaliação Escrita Pré-Curso de SAVC 2006 1. Dez minutos após uma mulher de 85 anos sofrer um colapso, os paramédicos chegam e iniciam a RCP pela primeira vez. O monitor revela a presença de FV fina (baixa amplitude). Qual das seguintes ações deve ser feita a seguir? a. Realizar pelo menos 5 minutos de RCP vigorosa antes de tentar a desfibrilação b. Introduzir um tubo endotraqueal, administrar 2 a 2,5 mg de epinefrina em 10 ml de SSN através do tubo e depois desfibrilar c. Aplicar até 3 golpes precordiais enquanto observa a resposta do paciente no monitor d. Aplicar cerca de 2 minutos - ou 5 ciclos de RCP - e aplicar um choque monofásico de 360 J ou de corrente bifásica equivalente 2. Um paciente em parada cardíaca chega ao PS com AESP com 30 batimentos por minuto. A RCP continua a ser feita, o posicionamento correto do tubo é confirmado e o acesso IV é estabelecido. Qual das seguintes medicações é a mais adequada para ser administrada a seguir? a. b. c. d. 3. Qual das seguintes ações ajuda a aplicar uma corrente máxima durante a desfibrilação? a. b. c. d. 4. Cloreto de cálcio 5 ml em solução a 10% por via IV Epinefrina 1 mg IV Cardioversão sincronizada a 200 J Bicarbonato de sódio 1 mEq/kg IV Colocar compressas com álcool entre as pás do desfibrilador e a pele Reduzir a pressão usada para comprimir as pás do desfibrilador Aplicar pasta condutora às pás do desfibrilador Diminuir a carga do choque após o 2º choque Qual das seguintes ações NÃO é realizada quando você “se afasta” de um paciente imediatamente antes da descarga do desfibrilador? a. Checar a pessoa que está manejando a via aérea: o corpo não está em contato com a bolsavalva-máscara ou com o tubo endotraqueal, o oxigênio não está fluindo sobre o tórax b. Checar a si próprio: as mãos posicionadas corretamente sobre as pás do desfibrilador, o corpo não está em contato com o paciente ou com a maca c. Checar as derivações do monitor: derivações desconectadas para evitar que o choque danifique o monitor d. Checar os outros: ninguém está em contato com o paciente, com a maca ou com o equipamento conectado ao paciente Auto-Avaliação Escrita Pré-Curso de SAVC © 2006 American Heart Association – Edição original em inglês © 2008 American Heart Association – Edição em português 2 5. Uma mulher com uma história de TSVP de complexo estreito chega ao PS. Ela está alerta e orientada, mas pálida. A FR é 165 bpm e o ECG registra TSV. A PA é 105/70 mmHg. Oxigênio suplementar é fornecido e o acesso IV já foi estabelecido. Qual das seguintes combinações de doses de medicamentos é a mais adequada para o tratamento inicial? a. b. c. d. 6. Qual dos seguintes fatos sobre a identificação de uma FV é verdadeiro? a. b. c. d. 7. Intubação do esôfago Intubação do brônquio fonte esquerdo Intubação do brônquio fonte direito Pneumotórax hipertensivo bilateral Qual dessas afirmações sobre a administração IV de medicações durante a tentativa de ressuscitação é verdadeira? a. b. c. d. 9. Um pulso periférico fraco e irregular indica FV Uma queda repentina na pressão arterial indica FV Sinais de artefato mostrados no monitor podem se assemelhar à FV Mudar a amplitude do sinal (“ganho”) para zero pode intensificar o sinal de FV Uma tentativa de intubação endotraqueal foi feita em um paciente em parada respiratória. Durante a ventilação com bolsa-valva-máscara, você ouve sons de gargarejo no estômago sobre o epigástrio, mas não ouve sons de respiração e a saturação de oxigênio (pela oximetria de pulso) permanece muito baixa. Qual das seguintes é a explicação mais provável para esses achados? a. b. c. d. 8. Adenosina 6 mg em infusão contínua e rápida IV Epinefrina 1 mg IV contínua Cardioversão sincronizada com 25 a 50 J Atropina 1 mg em infusão contínua IV Administre epinefrina pela via intracardíaca, se não obtiver acesso IV em 3 minutos Após aplicar medicações IV através de veias periféricas, infunda um bolus de fluido Após aplicar medicações IV através de veias centrais, não infunda um bolus de fluido Faça a infusão de solução salina normal misturada com bicarbonato de sódio (100 mEq/l) durante a RCP contínua Um homem de 60 anos (peso corporal = 50 kg) com FV recorrente apresentou conversão de FV para um ritmo de complexo largo sem perfusão, após a administração de epinefrina 1mg IV e um 3º choque. Qual dos seguintes esquemas farmacológicos é o mais adequado para ser administrado a seguir? a. b. c. d. Amiodarona 300 mg em infusão contínua IV Lidocaína 150 mg em infusão contínua IV Magnésio 3 g em infusão contínua IV, diluído em 10 ml de solução glicosada a 5% Procainamida 20 mg/min, até uma dose máxima de 17 mg/kg Auto-Avaliação Escrita Pré-Curso de SAVC © 2006 American Heart Association – Edição original em inglês © 2008 American Heart Association – Edição em português 3 10. Durante o tratamento de um paciente com parada cardíaca com FV persistente após 2 choques, você considera o uso de vasopressina. Qual das seguintes diretrizes para o uso de vasopressina é verdadeira? a. Administrar vasopressina 40 U a cada 3 a 5 minutos b. Administrar vasopressina para uma melhor vasoconstrição e estimulação -adrenérgica do que a fornecida pela epinefrina c. Administrar vasopressina como alternativa para uma primeira ou segunda dose de epinefrina na FV refratária ao choque d. Administrar vasopressina como um agente vasopressor de primeira linha para o choque clínico causado por hipovolemia 11. Qual das seguintes causas de AESP é a mais provável de responder ao tratamento imediato? a. b. c. d. Embolia pulmonar maciça Hipovolemia Infarto agudo maciço de miocárdio Ruptura miocárdica 12. Qual das seguintes combinações de doses de medicamentos é recomendada como medicação inicial a ser administrada a um paciente em assistolia? a. b. c. d. Epinefrina 3 mg IV Atropina 3 mg IV Epinefrina 1 mg IV Atropina 0,5 mg IV 13. Um paciente com freqüência cardíaca de 40 bpm se queixa de dor torácica e está confuso. Após a administração de oxigênio, qual é o primeiro medicamento que você deve lhe administrar enquanto espera trazerem um marca-passo para a sala? a. b. c. d. Atropina 0,5 mg Epinefrina 1 mg IV contínua Infusão de isoproterenol 2 a 10 μg/min Adenosina 6 mg em infusão contínua e rápida IV 14. Qual das seguintes afirmações descreve corretamente as ventilações que devem ser aplicadas após a inserção do tubo endotraqueal, insuflação do balão e verificação do posicionamento do tubo? a. Aplicar 8 a 10 ventilações por minuto sem pausas para compressões torácicas b. Aplicar ventilações o mais rápido possível desde que haja elevação visível do tórax a cada ventilação. c. Aplicar ventilações com um volume corrente de 3 a 5 ml/kg d. Aplicar ventilações usando ar ambiente até descartar a presença de DPOC Auto-Avaliação Escrita Pré-Curso de SAVC © 2006 American Heart Association – Edição original em inglês © 2008 American Heart Association – Edição em português 4 15. Um paciente no PS relata 30 minutos de dor torácica subesternal grave, com sensação de aperto no tórax. A PA é 110/70 mmHg, a FC é 58 bpm e o monitor revela bradicardia sinusal regular. O paciente recebeu 325 mg de ácido acetilsalicílico VO, oxigênio 4 l/min por cânula nasal e 3 comprimidos de nitroglicerina sublinguais a intervalos de 5 minutos, mas continua com dor intensa. Qual dos seguintes agentes deve ser administrado a seguir? a. b. c. d. Atropina 0,5 a 1 mg IV Furosemida 20 a 40 mg IV Lidocaína 1 a 1,5 mg/kg Sulfato de morfina 2 a 4 mg IV 16. Qual dos seguintes agentes é utilizado freqüentemente no tratamento precoce da isquemia cardíaca aguda? a. b. c. d. Lidocaína em bolus seguida de uma infusão contínua de lidocaína Ácido acetilsalicílico mastigável, nitroglicerina sublingual e morfina IV Amiodarona em bolus seguida de uma dose de IECA por via oral Bloqueador dos canais de cálcio mais furosemida IV 17. Um homem de 50 anos, que está muito sudoréico e hipertenso, queixa-se de dor torácica subesternal, com sensação de aperto no tórax e respiração curta grave. Ele tem uma história de hipertensão. Ele mastigou 2 comprimidos de aspirina infantil em casa e agora está recebendo oxigênio. Qual das seguintes sequências terapêuticas é a mais adequada neste momento? a. b. c. d. Morfina seguida de nitroglicerina, mas somente se a morfina não aliviar a dor Nitroglicerina seguida de morfina, mas somente se a elevação do segmento ST for > 3 mm Nitroglicerina seguida de morfina, mas somente se a nitroglicerina não aliviar a dor Somente nitroglicerina, pois a hipertensão crônica contra-indica o uso de morfina 18. Um homem de 50 anos tem uma elevação de 3 mm do segmento ST nas derivações V2 a V4. A dor torácica intensa continua, apesar da administração de oxigênio, ácido acetilsalicílico, nitroglicerina SL 3 e morfina 4 mg IV. A PA é 170/110 mmHg; a FC é 120 bpm. Qual das seguintes combinações terapêuticas é a mais adequada para esse paciente nesse momento (considere que não há contra-indicações para qualquer medicação)? a. b. c. d. Bloqueador dos canais de cálcio IV + heparina em bolus IV IECA IV + infusão de lidocaína Sulfato de magnésio IV + enoxaparina (Lovenox) SC Fibrinolítico + heparina em bolus IV 19. Uma mulher de 70 anos queixa-se de cefaléia moderada e dificuldade para caminhar. Ela tem um desvio da rima bucal, fala pastosa e dificuldade para levantar o braço direito. Ela toma “várias medicações” para pressão arterial alta. Qual das seguintes ações é a mais adequada nesse momento? a. Acionar o sistema de atendimento de emergência; dizer ao médico regulador que você precisa de ajuda para uma mulher que está apresentando sinais e sintomas de hemorragia subaracnóidea aguda b. Acionar o sistema de atendimento de emergência; dizer ao médico regulador que você precisa de ajuda para uma mulher que está apresentando sinais e sintomas de um AVC c. Acionar o sistema de atendimento de emergência; fazer com que a mulher tome 325 mg de ácido acetilsalicílico e depois fazê-la deitar enquanto vocês dois aguardam a chegada da equipe de emergência d. Levar a mulher em seu carro para o PS mais próximo Auto-Avaliação Escrita Pré-Curso de SAVC © 2006 American Heart Association – Edição original em inglês © 2008 American Heart Association – Edição em português 5 20. Nos 45 minutos após a chegada ao PS, qual das seguintes sequências de avaliação deve ser realizada para uma mulher de 70 anos com início rápido de cefaléia, fala alterada e fraqueza no braço e na perna direita? a. História, exames físico e neurológico, TC de crânio sem contraste, com interpretação por radiologista b. História, exames físico e neurológico, TC de crânio sem contraste, iniciar o tratamento fibrinolítico se a TC revelar AVC c. História, exames físico e neurológico, punção lombar (PL), TC da cabeça com contraste caso a PL seja negativa para a presença de sangue d. História, exames físico e neurológico, TC de crânio com contraste, iniciar o tratamento fibrinolítico quando houver melhora nos sinais neurológicos 21. Qual dos seguintes ritmos é uma indicação adequada para marca-passo cardíaco transcutâneo? a. b. c. d. Bradicardia sinusal sem sintomas Ritmo sinusal normal com hipotensão e choque Bloqueio cardíaco completo com edema pulmonar Assistolia que persiste após 6 ou mais choques com desfibrilação 22. Qual das seguintes causas de assistolia ocorrida em paciente fora do hospital é mais provável de responder ao tratamento? a. b. c. d. Parada cardíaca prolongada Submersão prolongada em água morna Overdose de drogas Trauma multissistêmico com objeto rombo 23. Uma mulher de 34 anos com uma história de prolapso da válvula mitral se apresenta ao PS queixando-se de palpitações. Seus sinais vitais são os seguintes: FC = 165 bpm, resp = 14 por minuto, PA - 118/92 mmHg, e saturação de O2 = 98%. Seus pulmões parecem livres e ela relata não ter dificuldade para respirar ou dispnéia aos esforços. O ECG e o monitor revelam uma taquicardia regular de complexo estreito. Qual dos seguintes termos melhor descreve sua condição? a. b. c. d. Taquicardia estável Taquicardia instável Freqüência cardíaca adequada para as condições clínicas Taquicardia secundária a função cardiovascular inadequada 24. Um homem de 75 anos se apresenta ao PS com uma história de 1 semana de sensação de cabeça vazia, palpitações e intolerância a exercícios leves. O ECG inicial de 12 derivações revela fibrilação atrial, que continua a aparecer no monitor à uma FC irregular de 120 a 150 bpm e uma PA de 100/70 mmHg. Qual das seguintes terapias é a mais adequada para ser realizada a seguir? a. b. c. d. Sedação, analgesia e depois cardioversão imediata Lidocaína 1 a 1,5mg/kg IV em bolus Amiodarona 300 mg IV em bolus Pedir a avaliação de um especialista Auto-Avaliação Escrita Pré-Curso de SAVC © 2006 American Heart Association – Edição original em inglês © 2008 American Heart Association – Edição em português 6 25. Você prepara para realizar a cardioversão em uma mulher de 48 anos, instável, com taquicardia. O monitor/desfibrilador está no modo “sincronização”. A paciente subitamente torna-se não responsiva e sem pulso e o ritmo se fica irregular, caótico e em padrão semelhante à FV. Você carrega o desfibrilador em 200 J e pressiona o botão CHOQUE, mas o desfibrilador não aplica o choque. Por que? a. b. c. d. A bateria do desfibrilador/monitor não funcionou O botão “sinc” não funcionou Você não pode aplicar um choque em FV no modo "sinc" Uma das derivações do monitor perdeu contato, produzindo o ritmo “pseudo-FV” 26. A vasopressina pode ser recomendada para qual dos seguintes ritmos de parada? a. b. c. d. FV Assistolia AESP Todos os ritmos acima 27. Ventilações eficazes com bolsa-valva-máscara são realizadas em um paciente em parada cardíaca. Agora, 2 minutos após a administração de epinefrina 1 mg IV, o ritmo de AESP continua em 30 bpm. Qual das seguintes ações deve ser realizada a seguir? a. b. c. d. Administrar atropina 1 mg IV Iniciar o acionamento do marca-passo transcutâneo à uma freqüência de 60 bpm Iniciar a infusão de dopamina IV a 15 a 20 g/kg por minuto Administrar epinefrina (1 ml de solução 1:10.000) em bolus IV 28. Os seguintes pacientes foram diagnosticados com AVC isquêmico agudo. Qual deles NÃO apresentou contra-indicação para a terapia fibrinolítica por via IV? a. Uma mulher de 65 anos, que vive sozinha e foi encontrada não responsiva por seu vizinho b. Um homem de 65 anos que se apresentou aproximadamente 4 horas após o início dos sintomas c. Uma mulher de 65 anos que se apresentou 1 hora após o início dos sintomas d. Um homem de 65 anos, diagnosticado com úlcera sangrante 1 semana antes do início dos sintomas 29. Uma mulher de 25 anos se apresenta ao PS e afirma que está tendo outro episódio de TSVP. Sua história médica inclui um exame com estimulação eletrofisiológica (EPS), que confirmou uma taquicardia com reentrada, sem síndrome de Wolff-Parkinson-White e sem pré-excitação. Sua FC é 180 bpm. A paciente relata palpitações e uma leve falta de ar. As manobras vagais com massagem do seio carotídeo não surtiram efeito sobre a FC e o ritmo. Qual das seguintes é a próxima intervenção mais adequada? a. b. c. d. Cardioversão DC Diltiazem IV Propranolol IV Adenosina IV Auto-Avaliação Escrita Pré-Curso de SAVC © 2006 American Heart Association – Edição original em inglês © 2008 American Heart Association – Edição em português 7 30. Um paciente com uma FC de 30 a 40 bpm queixa-se de tontura, extremidades frias e úmidas, e dispnéia. Ele apresenta um bloqueio AV de terceiro grau. Todas as modalidades de tratamento estão disponíveis. O que você faria primeiro? a. b. c. d. Administrar atropina 0,5 a 1 mg IV Administrar epinefrina 1 mg IV contínua Iniciar a infusão de dopamina 2 a 10 μg/min Iniciar imediatamente o acionamento do marca-passo transcutâneo, com sedação, se possível Identifique os seguintes ritmos: 31. Ritmo Sinusal Normal Taquicardia Ventricular Monomórfica Taquicardia Sinusal Taquicardia Ventricular Polimórfica Bradicardia Sinusal Fibrilação Ventricular Fibrilação Atrial Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau Flutter Atrial Bloqueio Atrioventricular de Terceiro Grau Taquicardia Supraventricular com Reentrada Auto-Avaliação Escrita Pré-Curso de SAVC © 2006 American Heart Association – Edição original em inglês © 2008 American Heart Association – Edição em português 8 32. Ritmo Sinusal Normal Taquicardia Ventricular Monomórfica Taquicardia Sinusal Taquicardia Ventricular Polimórfica Bradicardia Sinusal Fibrilação Ventricular Fibrilação Atrial Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau Flutter Atrial Bloqueio Atrioventricular de Terceiro Grau Taquicardia Supraventricular com Reentrada 33. Ritmo Sinusal Normal Taquicardia Ventricular Monomórfica Taquicardia Sinusal Taquicardia Ventricular Polimórfica Bradicardia Sinusal Fibrilação Ventricular Fibrilação Atrial Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau Flutter Atrial Bloqueio Atrioventricular de Terceiro Grau Taquicardia Supraventricular com Reentrada Auto-Avaliação Escrita Pré-Curso de SAVC © 2006 American Heart Association – Edição original em inglês © 2008 American Heart Association – Edição em português 9 34. Ritmo Sinusal Normal Taquicardia Ventricular Monomórfica Taquicardia Sinusal Taquicardia Ventricular Polimórfica Bradicardia Sinusal Fibrilação Ventricular Fibrilação Atrial Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau Flutter Atrial Bloqueio Atrioventricular de Terceiro Grau Taquicardia Supraventricular com Reentrada 35. Ritmo Sinusal Normal Taquicardia Ventricular Monomórfica Taquicardia Sinusal Taquicardia Ventricular Polimórfica Bradicardia Sinusal Fibrilação Ventricular Fibrilação Atrial Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau Flutter Atrial Bloqueio Atrioventricular de Terceiro Grau Taquicardia Supraventricular com Reentrada Auto-Avaliação Escrita Pré-Curso de SAVC © 2006 American Heart Association – Edição original em inglês © 2008 American Heart Association – Edição em português 10 36. Ritmo Sinusal Normal Taquicardia Ventricular Monomórfica Taquicardia Sinusal Taquicardia Ventricular Polimórfica Bradicardia Sinusal Fibrilação Ventricular Fibrilação Atrial Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau Flutter Atrial Bloqueio Atrioventricular de Terceiro Grau Taquicardia Supraventricular com Reentrada 37. Ritmo Sinusal Normal Taquicardia Ventricular Monomórfica Taquicardia Sinusal Taquicardia Ventricular Polimórfica Bradicardia Sinusal Fibrilação Ventricular Fibrilação Atrial Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau Flutter Atrial Bloqueio Atrioventricular de Terceiro Grau Taquicardia Supraventricular com Reentrada Auto-Avaliação Escrita Pré-Curso de SAVC © 2006 American Heart Association – Edição original em inglês © 2008 American Heart Association – Edição em português 11 38. Ritmo Sinusal Normal Taquicardia Ventricular Monomórfica Taquicardia Sinusal Taquicardia Ventricular Polimórfica Bradicardia Sinusal Fibrilação Ventricular Fibrilação Atrial Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau Flutter Atrial Bloqueio Atrioventricular de Terceiro Grau Taquicardia Supraventricular com Reentrada 39. Ritmo Sinusal Normal Taquicardia Ventricular Monomórfica Taquicardia Sinusal Taquicardia Ventricular Polimórfica Bradicardia Sinusal Fibrilação Ventricular Fibrilação Atrial Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau Flutter Atrial Bloqueio Atrioventricular de Terceiro Grau Taquicardia Supraventricular com Reentrada Auto-Avaliação Escrita Pré-Curso de SAVC © 2006 American Heart Association – Edição original em inglês © 2008 American Heart Association – Edição em português 12 40. Ritmo Sinusal Normal Taquicardia Ventricular Monomórfica Taquicardia Sinusal Taquicardia Ventricular Polimórfica Bradicardia Sinusal Fibrilação Ventricular Fibrilação Atrial Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau Flutter Atrial Bloqueio Atrioventricular de Terceiro Grau Taquicardia Supraventricular com Reentrada Auto Avaliação Escrita Pré-Curso de SAVC © 2006 American Heart Association – Edição original em inglês © 2008 American Heart Association – Edição em português 13 Auto-Avaliação Escrita Pré-Curso de SAVC 2006 Gabarito 1. A alternativa correta é d. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, páginas 38 e 43 2. A alternativa correta é b. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 53 3. A alternativa correta é c. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 45 4. A alternativa correta é c. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 37 5. A alternativa correta é a. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 101 6. A alternativa correta é c. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 41 7. A alternativa correta é a. Consulte o CD do Aluno - SAVC, páginas 22-23. 8. A alternativa correta é b. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 47 9. A alternativa correta é a. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 46 10. A alternativa correta é c. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 45 11. A alternativa correta é b. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 58-59 12. A alternativa correta é c. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 62 13. A alternativa correta é a. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 83 14. A alternativa correta é a. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 32 15. A alternativa correta é d. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 72 Consulte www.americanheart.org/cpr - SAVC, Principais Medicamentos em SAVC 16. A alternativa correta é b. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 74 Auto-Avaliação Escrita Pré-Curso de SAVC © 2006 American Heart Association – Edição original em inglês © 2008 American Heart Association – Edição em português 14 17. A alternativa correta é c. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 72. 18. A alternativa correta é d. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, páginas 77 e 78. 19. A alternativa correta é b. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 107 20. A alternativa correta é a. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, páginas 106 e 112-113. 21. A alternativa correta é c. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 85 22. A alternativa correta é c. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 64 23. A alternativa correta é a. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 98 24. A alternativa correta é d. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 99 25. A alternativa correta é c. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, páginas 93-95 e 99 26. A alternativa correta é d. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, páginas 45, 48, 53 e 62 27. A alternativa correta é a. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 53 28. A alternativa correta é c. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 115 29. A alternativa correta é d. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 101 30. A alternativa correta é d. Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, páginas 83 e 86 31. Ritmo sinusal normal Consulte www.americanheart.org/cpr – SAVC, Ritmos de Não Parada 32. Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau Consulte www.americanheart.org/cpr – SAVC, Ritmos de Não Parada 33. Bradicardia sinusal Consulte www.americanheart.org/cpr - SAVC, Ritmos de Não Parada 34. Flutter Atrial Consulte www.americanheart.org/cpr – SAVC, Ritmos de Não Parada 35. Bradicardia Sinusal Consulte www.americanheart.org/cpr – SAVC, Ritmos de Não Parada Auto-Avaliação Escrita Pré-Curso de SAVC © 2006 American Heart Association – Edição original em inglês © 2008 American Heart Association – Edição em português 15 36. Bloqueio Atrioventricular de Terceiro Grau Consulte www.americanheart.org/cpr – SAVC, Ritmos de Não Parada 37. Fibrilação Atrial Consulte www.americanheart.org/cpr – SAVC, Ritmos de Não Parada 38. Taquicardia Ventricular Monomórfica Consulte www.americanheart.org/cpr – SAVC, Ritmos de Não Parada 39. Taquicardia Ventricular Polimórfica Consulte www.americanheart.org/cpr – SAVC, Ritmos de Não Parada 40. Fibrilação Ventricular Consulte www.americanheart.org/cpr - SAVC, Principais Ritmos de Parada Auto-Avaliação Escrita Pré-Curso de SAVC © 2006 American Heart Association – Edição original em inglês © 2008 American Heart Association – Edição em português 16 Curso de SAVC para Profissionais de Saúde Folha de Respostas da Auto-Avaliação Escrita Pré-Curso Nome: _________________________________ Data: ____________________ Circule as respostas corretas. Questão Resposta Questão Resposta 1. a b c d 16. a b c d 2. a b c d 17. a b c d 3. a b c d 18. a b c d 4. a b c d 19. a b c d 5. a b c d 20. a b c d 6. a b c d 21. a b c d 7. a b c d 22. a b c d 8. a b c d 23. a b c d 9. a b c d 24. a b c d 10. a b c d 25. a b c d 11. a b c d 26. a b c d 12. a b c d 27. a b c d 13. a b c d 28. a b c d 14. a b c d 29. a b c d 15. a b c d 30. a b c d Complete com o ritmo correto as questões 31 a 40. 31. _____________________________ 36. _____________________________ 32. _____________________________ 37. _____________________________ 33. _____________________________ 38. _____________________________ 34. _____________________________ 39. _____________________________ 35. _____________________________ 40. _____________________________ © 2006 American Heart Association – Edição original em inglês © 2008 American Heart Association – Edição em português Livro de SAVC para Profissional de Saúde Materiais Complementares © 2006Edição Edição original em inglês: Heart Association © 2006 original em inglês: AmericanAmerican Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart © 2008 Edição em português: American Heart Association Association 1 © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 2 Índice Manejo da Via Aérea ....................................................................................................................6 Parte 1 – O Manejo Básico das Vias Aéreas ...........................................................................7 Dispositivos para Administrar Oxigênio Suplementar .........................................................7 Resumo ...........................................................................................................................7 Oxigênio Suplementar ....................................................................................................7 Cânula Nasal ...................................................................................................................8 Máscara Facial ................................................................................................................8 Máscara de Venturi .......................................................................................................10 Ventilação com Bolsa-Valva-Máscara................................................................................10 Resumo .........................................................................................................................10 Uso com Via Aérea Avançada .......................................................................................11 Dicas para Realizar Ventilação com Bolsa-Valva-Máscara ...........................................11 Ventilação com Via Aérea Avançada e Compressões Torácicas ..................................13 Parte 2 – Manejo da Via Aérea Avançada...............................................................................14 Acessórios de Vias Aéreas Avançadas: Combitubo ..........................................................14 Resumo ........................................................................................................................14 Colocação do Combitubo ............................................................................................15 Acessórios de Vias Aéreas Avançadas: Via Aérea com Máscara Laríngea ......................17 Resumo ........................................................................................................................17 Inserção da Máscara Laríngea .....................................................................................17 Intubação Endotraqueal ....................................................................................................19 Resumo ........................................................................................................................19 Técnica da Intubação Endotraqueal .............................................................................20 Indicações para Intubação Endotraqueal ....................................................................20 Manobra de Pressão Cricóide ......................................................................................20 Ventilação com um Tubo Endotraqueal Assegurado Durante as Compressões Torácicas ..................................................................................................................21 Complicações da Colocação do Tubo Endotraqueal ...................................................22 Traumatismo com o Tubo e Efeitos Adversos ..............................................................23 Inserção de Tubo Endotraqueal em Um Brônquio .......................................................23 Administração Endotraqueal de Medicamentos para Ressuscitação ..........................23 Confirmação do Posicionamento do Tubo Endotraqueal: Exame Físico .....................24 Confirmação do Posicionamento do Tubo Endotraqueal: Dispositivos Qualitativos e Quantitativos ..................................................................25 Detectores de CO2 Expirado (Qualitativos) ..................................................................25 Monitores Quantitativos de CO2 Expirado ...................................................................27 Detectores Esofágicos .................................................................................................27 Causas de Resultados Enganosos pelos Detectores de CO2 Expirado e Esofágicos ...............................................................................................29 Ritmos Principais em SAVC ........................................................................................................31 Parte 1 – Reconhecimento dos Principais Ritmos de Parada ao ECG ..................................32 Aspectos Básicos .............................................................................................................32 Ritmos de Parada Cardíaca ..............................................................................................33 © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 3 Fibrilação Ventricular ....................................................................................................33 AESP ............................................................................................................................34 Assistolia ......................................................................................................................35 Parte 2 — Reconhecimento dos Principais Ritmos de Não Parada ao ECG ........................... 36 Reconhecimento das Taquiarritmias Supraventriculares ..................................................36 Taquicardia Sinusal .......................................................................................................36 Fibrilação Atrial e Flutter Atrial .....................................................................................37 TSV Mediada por Acessório .........................................................................................39 Reconhecimento das Taquiarritmias Ventriculares ...........................................................40 TV Monomórfica ...........................................................................................................40 TV Polimórfica ..............................................................................................................41 Torsades de Pointes .....................................................................................................42 Reconhecimento da Bradicardia Sinusal ..........................................................................44 Bradicardia Sinusal .......................................................................................................44 Reconhecimento do Bloqueio Atrioventricular (AV) ..........................................................45 Bloqueio AV de Primeiro Grau ......................................................................................45 Bloqueio de Segundo Grau Tipo I (Mobitz I – Wenckebach) ........................................46 Bloqueio AV de Segundo Grau Tipo II (Infranodal) (Mobitz II) ......................................47 Bloqueio AV de Terceiro Grau e Dissociação AV ..........................................................48 Desfibrilação ...............................................................................................................................50 Parte 1 – Desfibrilação e Segurança .....................................................................................51 Desfibrilação Manual..........................................................................................................51 Uso do Desfibrilador Manual/Monitor ..........................................................................51 Fixação das 3 Derivações do Monitor ..........................................................................51 Segurança e Afastamento do Paciente ............................................................................52 Afastamento do Profissional de Saúde e de sua Equipe .............................................52 Nota Final Sobre os Desfibriladores .............................................................................53 Parte 2 – Lista de Checagem do DEA ...................................................................................54 Vias de Acesso para Medicações ..............................................................................................55 Parte 1 – Introdução ..............................................................................................................56 Prioridades Corretas .....................................................................................................56 Via Intravenosa .............................................................................................................56 Via Intra-Óssea .............................................................................................................56 Via Endotraqueal ..........................................................................................................57 Parte 2 – Acesso Intravenoso ................................................................................................58 Uso de Veias Periféricas para Acesso IV ......................................................................58 Princípios Gerais do Acesso IV .....................................................................................60 Parte 3 — Acesso Intra-Ósseo ...............................................................................................61 Introdução ....................................................................................................................61 Agulhas .........................................................................................................................61 Sítios .............................................................................................................................61 Indicações e Administração .........................................................................................61 Complicações ...............................................................................................................62 Contra-Indicações ........................................................................................................62 Equipamento Necessário ..............................................................................................62 Procedimento ...............................................................................................................62 Seguimento ..................................................................................................................64 © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 4 Síndromes Coronarianas Agudas ...............................................................................................65 Parte 1 – Localização do Infarto IAMEST e Bloqueio Cardíaco ............................................66 Infarto Ventricular Direito ..............................................................................................66 Bloqueio AV com IAM Inferior .......................................................................................66 Parte 2 — Lista de Checagem para Terapia Fibrinolítica ......................................................68 Acidente Vascular Cerebral ........................................................................................................69 Lista de Checagem de Fibrinolíticos para AVC .....................................................................70 Equipes de Emergência Médica (ou de Resposta Rápida) para Evitar a Parada Cardíaca no Hospital ..............................................................................................................................71 Introdução ....................................................................................................................72 Equipes de Parada Cardíaca (Hospitalar) ....................................................................72 Sistemas de Resposta Rápida .....................................................................................73 Equipe de Resposta Rápida .....................................................................................73 Equipe de Emergências Médicas ............................................................................73 Estudos Publicados ......................................................................................................73 Implementação de Um Sistema de Resposta Rápida .................................................74 Abrangência Humana, Ética e Legal do ACE e SAVC.................................................................75 Parte 1 – Questões Ligadas aos Profissionais de Saúde e às Testemunhas ........................76 Qual o Índice de Sucesso da RCP, da Desfibrilação e do SAVC? .....................................76 Orgulhe-se de Suas Habilidades Como Um Profissional de Saúde em SAVC .................76 Reações de Estresse Após as Tentativas de Ressuscitação .............................................76 Técnicas de Redução do Estresse em Profissionais de Saúde e Testemunhas ...............77 Barreiras Psicológicas à Ação ..........................................................................................78 Parte 2 – Aspectos Legais e Éticos .......................................................................................80 A Coisa Certa a Fazer .......................................................................................................80 Princípio da Inutilidade ......................................................................................................81 Cessação dos Esforços de Ressuscitação .......................................................................81 Quando Não Iniciar a RCP ................................................................................................82 Manutenção x Desistir da RCP .........................................................................................82 Suspensão do Suporte de Vida ........................................................................................83 Diretivas Avançadas, Desejos em Vida e Autodeterminação do Paciente .......................84 Ordens de Não-Ressuscitação Fora do Hospital .............................................................84 Programas do Serviço de Emergência Que Não Utilizam RCP ........................................85 Transporte .........................................................................................................................85 Aspectos Legais do Uso do DEA ......................................................................................86 Parte 3 –Suporte Emocional para a Família ..........................................................................88 Notificação Aos Sobreviventes sobre a Morte de Um Ente Querido .................................88 © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 5 Manejo da Via Aérea © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 6 Parte 1 — O Manejo Básico das Vias Aéreas Dispositivos para Administrar Oxigênio Suplementar Resumo A administração de oxigênio é sempre adequada para pacientes com doença cardíaca aguda ou com comprometimento pulmonar. Vários dispositivos podem fornecer oxigênio suplementar de 21% a 100% (Tabela 1). Esta seção descreve 4 dispositivos para fornecer oxigênio suplementar: • • • • Oxigênio suplementar (cilindro ou unidade de parede) Cânula nasal Máscara facial Máscara de Venturi Sempre que você cuidar de um paciente que esteja recebendo oxigênio suplementar, verifique rapidamente se o sistema de fornecimento de oxigênio utilizado está funcionando corretamente. Tabela 1. Fornecimento de Oxigênio Suplementar: Taxas de Fluxo e Porcentagem de Oxigênio Fornecido. Dispositivo Freqüências de Fluxo O2 Fornecido* 1 l/min 2 l/min 3 l/min 4 l/min 5 l/min 6 l/min 21% - 24% 25% - 28% 29% - 32% 33% - 36% 37% - 40% 41% - 44% 6 – 10 l/min 35% - 60% Mascara facial com reservatório de O2 (máscara não reinalante) 6 l/min 7 l/min 8 l/min 9 l/min 10 – 15 l/min 60% 70% 80% 90% 95% - 100% Máscara de Venturi 4 – 8 l/min 10 – 12 l/min 24% - 40% 40% - 50% Cânula nasal Máscara facial simples de oxigênio *A porcentagem é aproximada Oxigênio Suplementar O termo “oxigênio suplementar” refere-se a uma unidade de parede ou a um cilindro de oxigênio que se conecta a um dispositivo de fornecimento de oxigênio para o paciente. Quando o paciente está recebendo oxigênio de um desses sistemas, não deixe de checar os seguintes equipamentos: © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 7 • Manopla das válvulas para abrir o cilindro, o medidor de pressão e o fluxímetro • Conexão dos tubos de fornecimento de oxigênio ao dispositivo de administração de oxigênio para o paciente Cânula Nasal A cânula nasal (Figura 1) é um sistema de administração de oxigênio de baixo fluxo, idealizado para aumentar a concentração de oxigênio no ar ambiente quando o paciente inspira. • Uma cânula nasal fornece até 44% de oxigênio. • Neste sistema de fluxo baixo, o ar inspirado mistura-se com o ar ambiente. A concentração final de oxigênio inspirado é determinada pela taxa de fluxo de oxigênio através da cânula e pela profundidade de inspiração do paciente (volume corrente). • O aumento de 1 l/min no fluxo de oxigênio (começando com 1 l/min) aumentará a concentração de oxigênio inspirado em aproximadamente 4%: — 1 l/min: 21% a 24% — 2 l/min: 25% a 28% — 3 l/min: 29% a 32% — 4 l/min: 33% a 36% — 5 l/min: 37% a 40% — 6 l/min: 41% a 44% Figura 1. Uma cânula nasal usada para fornecimento de oxigênio suplementar em pacientes com respiração espontânea. Máscara Facial Uma máscara facial simples fornece um fluxo baixo de oxigênio para a boca e o nariz do paciente. Uma máscara com reinalação parcial consiste de uma máscara facial com uma bolsa reservatória acoplada (Figura 2.) © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 8 Figura 2. Uma máscara facial com reservatório de oxigênio usada para o fornecimento de oxigênio suplementar a pacientes com respiração espontânea. Uma máscara facial pode fornecer oxigênio em uma concentração de até 60%, com taxas de fluxo de 6 a 10 l/min (Tabela 1). Uma máscara facial com reservatório de oxigênio (máscara não reinalante) fornece até 90% a 100% de oxigênio, com taxas de fluxo de 9 a 15 l/min. Neste sistema, um fluxo constante de oxigênio entra em um reservatório acoplado. Use uma máscara facial com um reservatório para pacientes que: • Estejam gravemente doentes, estejam conscientes e que tenham uma ventilação adequada, mas que tenham necessidade de altas concentrações de oxigênio • Não necessariamente precisem de intubação endotraqueal, caso as intervenções agudas produzam um efeito clínico rápido (p. ex., pacientes com edema pulmonar agudo, doença pulmonar obstrutiva crônica [DPOC] ou asma grave) • Tenham indicações relativas para intubação endotraqueal, mas mantêm o reflexo de vômito preservado • Tenham indicações relativas para intubação, mas estejam com trismo ou outras barreiras físicas para a intubação imediata Os pacientes acima podem ter uma redução no nível de consciência e estar sob risco de náuseas e vômitos. Uma máscara que se adapte perfeitamente sempre precisará ser rigorosamente monitorizada. Os dispositivos de aspiração devem estar disponíveis imediatamente. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 9 Máscara de Venturi A máscara de Venturi permite um fornecimento mais confiável e controlado de concentrações de oxigênio de 24% a 50%. Use a máscara de Venturi em pacientes com retenção de dióxido de carbono (CO2). Os pacientes que têm altos níveis crônicos de CO2 no sangue e hipoxemia moderada a grave podem desenvolver depressão respiratória, caso haja redução do fluxo que os estimula a respirar (oxigênio). • Uma máscara de Venturi pode controlar adequadamente a concentração de oxigênio inspirado. Use-a em pacientes com DPOC, que geralmente têm hipercapnia crônica (altas concentrações de CO2) e hipoxemia de intensidade leve à moderada. • A administração de altas concentrações de oxigênio a pacientes com DPOC em estádio terminal pode produzir depressão respiratória, pois o aumento na PaO2 elimina o efeito estimulante da hipoxemia nos centros respiratórios. • Nunca mantenha oxigênio suplementar para pacientes que tenham angústia respiratória e hipoxemia grave apenas porque você suspeita de um fluxo ventilatório hipóxico. Se a administração de oxigênio deprimir a respiração, dê suporte para a ventilação. As concentrações de oxigênio fornecidas podem ser ajustadas para até 24%, 28%, 35% e 40%, usando um fluxo de 4 - 8 l/min, e para 40% a 50%, usando um fluxo de 10 - 12 l/min. Observe o paciente atentamente, procurando detectar depressão respiratória. Use um oxímetro de pulso para titular rapidamente até o nível desejado de administração de oxigênio. Ventilação com Bolsa-Valva-Máscara Resumo Um dispositivo bolsa-valva-máscara, que tipicamente consiste de uma bolsa auto-inflada e uma válvula sem refluxo, pode ser usado com uma máscara facial ou com uma via aérea avançada (Figura 3). A ventilação com bolsavalva-máscara é uma habilidade desafiadora e requer treino considerável até adquirir competência na técnica. Os profissionais de saúde podem fornecer ventilação com bolsa-valva-máscara com ar ambiente ou com oxigênio, caso utilizem um balão auto-inflável. Este dispositivo fornece ventilação com pressão positiva quando usado sem uma via aérea avançada e, portanto, pode produzir insuflação gástrica e suas complicações. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 10 Figura 3. Dispositivo bolsa-valva-máscara em RCP com 2 profissionais de saúde. Uso com Via Aérea Avançada Os dispositivos de via aérea avançada, como a máscara laríngea (ML) e o combitubo esofagotraqueal, estão atualmente dentro da área de atuação dos profissionais de saúde do serviço de emergência em várias regiões (com a autorização específica de um grupo médico de controle). Esses dispositivos podem fornecer alternativas aceitáveis aos dispositivos bolsa-valva-máscara, quando usados por profissionais de saúde bem treinados e com experiência suficiente em seu uso. Ainda não está bem definido se esses dispositivos são mais ou menos complicados de utilizar que a máscara de bolso. É preciso ter treinamento para utilizar o dispositivo bolsa-valva-máscara e cada uma das vias aéreas avançadas de modo seguro e eficaz. Dicas para • Insira uma cânula orofaríngea o quanto antes, se o paciente não tiver reflexo de tosse ou de vômito, para ajudar a manter a via aérea. Realizar • Não existe um volume corrente específico recomendado para adultos. Ventilação Ao invés disso, o volume corrente deve ser suficiente para produzir uma com Bolsaelevação visível do tórax. Valva-Máscara • Muitos profissionais de saúde não podem criar uma vedação hermética entre a máscara e a face usando apenas uma mão. A mão que segura a máscara deve realizar as 2 tarefas simultaneamente: realizar a inclinação da cabeça e pressionar a máscara contra a face, enquanto eleva o queixo. Realize e mantenha a inclinação da cabeça e depois use os dedos polegar e indicador para formar um “C”, pressionando os bordos da máscara contra a face da vítima. Depois, use os demais dedos para elevar o ângulo da mandíbula e abrir a via aérea (Figura 4A). © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 11 • Por essas razões, muitos especialistas recomendam que 2 profissionais de saúde experientes e bem treinados trabalhem juntos durante a ventilação com bolsa-valva-máscara. Um profissional de saúde deve manter a máscara com 2 mãos, criando uma vedação hermética entre a máscara e a face, enquanto eleva o queixo do paciente. O outro comprime a bolsa lenta e suavemente por 1 segundo por ventilação (Figura 4B). • Esses problemas com vedação e volume não ocorrem quando o dispositivo bolsa-valva-máscara é fixado à extremidade de uma via aérea avançada (p. ex., tubo endotraqueal, combitubo, ou ML). A B Figura 4. A, Técnica do clamp E–C boca-a-máscara para a manutenção da máscara, enquanto eleva a mandíbula. Posicione-se próximo da cabeça do paciente. Circule o polegar e o dedo indicador ao redor da parte superior da máscara (formando uma letra “C”) enquanto usa o terceiro, quarto e quinto dedos (formando a letra “E”) para elevar o queixo. B, Uso de bolsa-valva-máscara por 2 profissionais de saúde. Aquele que estiver próximo da cabeça da vitima inclina a cabeça do paciente e veda a máscara contra a face, com o polegar e o indicador de cada mão criando uma letra “C”, para fornecer uma vedação hermética ao redor dos bordos da máscara. Os 3 dedos restantes (formando a letra “E”) levantam a mandíbula da vítima (isso mantém a via aérea aberta). O segundo profissional de saúde comprime a bolsa lentamente (por 1 segundo), até que haja elevação do tórax. Ambos devem observar a elevação do tórax. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 12 Ventilação com Via Aérea Avançada e Compressões Torácicas Quando o paciente tem uma via aérea avançada assegurada durante a RCP, 2 profissionais de saúde não mais aplicarão ciclos de RCP (isto é, compressões interrompidas por pausas para ventilação). • As compressões torácicas são aplicadas à freqüência de 100 por minuto. • O profissional de saúde que aplica as ventilações realiza 1 ventilação a cada 6 a 8 segundos (8 a 10 por minuto). • Os profissionais de saúde devem revezar funções a cada 2 minutos para evitar a fadiga daquele que realiza as compressões e a deterioração da qualidade e velocidade de aplicação das compressões torácicas. • Minimize as interrupções nas compressões torácicas. • Evite a ventilação excessiva (muitas ventilações ou ventilações com volume excessivo). © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 13 Parte 2 — Manejo da Via Aérea Avançada Acessórios de Vias Aéreas Avançadas: Combitubo Resumo O combitubo (Figura 5) é uma via aérea avançada que é uma alternativa aceitável ao uso de um tubo endotraqueal. O combitubo é um dispositivo de via aérea invasivo, com 2 cuffs de balão infláveis. É inserido sem a visualização das cordas vocais. O tubo tem maior probabilidade de penetrar no esôfago que na traquéia. Quando o tubo realmente penetra no esôfago, ocorre a ventilação através das aberturas laterais adjacentes às cordas vocais e a traquéia. Se o tubo penetra na traquéia, a ventilação ainda pode ocorrer por uma abertura na extremidade do tubo. Os estudos demonstram que profissionais de saúde com todos os níveis de experiência são capazes de inserir o combitubo e de aplicar ventilação comparável àquela da intubação endotraqueal. As vantagens do combitubo estão principalmente relacionadas à facilidade de treinamento. Contudo, somente profissionais de saúde treinados e experientes no uso do combitubo devem colocar o dispositivo, pois pode ocorrer complicações fatais. A = obturador esofágico, ventilação na traquéia através das aberturas laterais = B C = tubo endotraqueal; ventilação através da abertura distal se a extremidade proximal estiver inserida na traquéia D = cuff faríngeo: insuflado através do cateter = E F = cuff esofágico/traqueal; insuflado através do cateter = G H = marca dos dentes; combitubo inserido às cegas até a marca alcançar o nível dos dentes Figura 5. Combitubo esofagotraqueal. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 14 A = obturador esofágico; ventilação na traquéia através das aberturas laterais = B D = cuff faríngeo (insuflado) F = cuff esofágico/traqueal insuflado H = marcas dos dentes, insira até as linhas de marcação no nível dos dentes Figura 6. Combitubo esofagotraqueal inserido no esôfago. Colocação do Combitubo Os passos para a colocação do combitubo às cegas são: Passo Ação 1 Preparo do equipamento: Cheque a integridade de ambos os cuffs, de acordo com as instruções do fabricante e lubrifique o tubo. 2 Preparo do paciente: Forneça oxigenação e ventilação, faça a sedação quando as condições clínicas indicarem a necessidade e posicione o paciente. Verifique se há as seguintes contra-indicações para a inserção do combitubo (de acordo com as instruções do fabricante): • Menos de 16 anos ou altura inferior às recomendadas pelo fabricante para adultos ou adultos muito pequenos. • Presença de reflexo de vômitos • Doença esofágica conhecida ou suspeita • Ingestão de substâncias cáusticas 3 Técnica de inserção: • Segure o dispositivo com os cuffs desinflados, de forma que a curvatura do tubo esteja adaptada à curvatura da faringe. • Eleve a mandíbula e insira o tubo suavemente, até que as linhas pretas do tubo (Figura 5 H) estejam colocadas entre os dentes do paciente (não force e não tente realizar a inserção por mais de 30 segundos). • Insufle o cuff proximal/faríngeo (azul) com 100 ml de ar (insufle com 85 ml para o combitubo menor). Depois, insufle o cuff distal (branco ou transparente) com 15 ml de ar (insufle com 12 ml para o combitubo menor). © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 15 Passo 4 Ação Confirme a localização do tubo e selecione a via para ventilação. Para selecionar a via adequada para usar com a ventilação, você deve saber onde a ponta do tubo está localizada. A ponta do tubo pode estar situada no esôfago ou na traquéia. • Posicionamento esofágico: Os sons respiratórios devem estar presentes bilateralmente, sem sons epigástricos. Fornecer ventilação através da via azul (proximal/ faríngea). Esta ação fornece ventilação através dos orifícios laterais ou faríngeos, situados entre os 2 cuffs, e o ar penetrará na traquéia. Como a ponta do tubo está situada no esôfago, não use o tubo distal (branco ou transparente) para a ventilação. O cuff distal também estará situado no esôfago; a insuflação desse cuff impede que as ventilações que você aplica através do tubo faríngeo penetrem no esôfago. • Posicionamento endotraqueal: Os sons respiratórios estão ausentes e os sons epigástricos estão presentes quando você tenta fornecer ventilação através da via azul (proximal/faríngea). Pare imediatamente de fornecer ventilações através da via azul e forneça através da via distal (branca ou transparente), que se abre na extremidade do tubo na traquéia. Com o posicionamento endotraqueal do tubo, o cuff distal realiza a mesma função que o cuff no tubo endotraqueal. A detecção do CO2 expirado (através da via de ventilação branca ou transparente) deve ser usada para confirmar o posicionamento, principalmente se o paciente tiver uma perfusão adequada. • Posicionamento desconhecido: Tanto os sons respiratórios quanto os sons epigástricos estão ausentes. Desinsufle ambos os cuffs e retire o tubo lentamente, reinsuflando o cuff azul e depois reinsuflando o cuff branco (ou transparente) (veja os passos acima). Caso os sons respiratórios e epigástricos ainda estejam ausentes, remova o tubo. 5 Insira um abridor de boca, forneça ventilação e continue a monitorizar as condições do paciente e o posicionamento do combitubo. Um abridor de boca reduz a possibilidade de obstrução da via aérea e de lesão do tubo. Mantenha o abridor de boca em posição até a remoção do combitubo. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 16 Acessórios de Vias Aéreas Avançadas: Via Aérea com Máscara Laríngea Resumo A ML (Figura 7) é um dispositivo de via aérea avançado, considerado uma alternativa aceitável para o tubo endotraqueal. A ML é composta de um tubo com uma projeção semelhante a uma máscara, com cuff na extremidade do tubo. Figura 7. Máscara laríngea (ML). Inserção da Máscara Laríngea Os passos para inserção às cegas da ML (Figura 8) são: Passo Ação 1 Preparo do equipamento: Checar a integridade da máscara e do tubo, de acordo com as instruções do fabricante. Lubrificar somente a superfície posterior do cuff, para evitar o bloqueio da abertura da via aérea. 2 Preparo do paciente: Fornecer oxigenação e ventilação, sedar quando indicado e posicionar o paciente. Note que o uso da ML apresenta risco de regurgitação e aspiração em pacientes não responsivos. Você deve ponderar os riscos e os benefícios do estabelecimento de uma via aérea, usando este dispositivo específico. 3 Técnica de inserção (Figura 8): • Coloque a ML na faringe e introduza-a às cegas, até sentir resistência. A resistência indica que a extremidade distal do tubo alcançou a hipofaringe. • Insufle o cuff da máscara. A insuflação do cuff empurra a máscara contra a abertura traqueal, permitindo que o ar flua através do tubo em direção à traquéia. • A ventilação através do tubo é feita para a abertura no centro da máscara e a traquéia. • Para evitar traumatismos, não use força excessiva em qualquer momento durante a inserção da ML. • Nunca superinsufle o cuff após sua insuflação. A pressão intracuff excessiva pode resultar em mal posicionamento do dispositivo ou causar lesão faringolaríngea (p. ex., dor de garganta, disfagia ou lesão nervosa). © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 17 Passo 4 Ação Insira o abridor de boca, forneça ventilação e continue a monitorizar as condições do paciente e o posicionamento da ML. Um abridor de boca reduz a possibilidade de obstrução da via aérea e de lesão do tubo. Mantenha o abridor de boca em posição até a remoção da ML. Figura 8. Inserção da máscara laríngea (ML). © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 18 Intubação Endotraqueal Resumo O posicionamento do tubo endotraqueal fornece um manejo da via aérea avançada. O tubo endotraqueal: • Mantém a via aérea patente • Permite fornecer altas concentrações de oxigênio • Facilita o fornecimento de um volume corrente final para manter uma insuflação adequada do pulmão • Pode proteger a via aérea da aspiração do conteúdo gástrico ou de outras substâncias na boca, faringe ou via aérea superior • Permite uma aspiração eficaz da traquéia • Promove uma via alternativa para a administração das medicações de ressuscitação, quando o acesso intravenoso (IV) ou intra-ósseo (IO) não pode ser obtido. Essas medicações são atropina, vasopressina, epinefrina e lidocaína. Contudo, note que o fornecimento de medicamentos e os efeitos da farmacoterapia após a administração endotraqueal são menos previsíveis que os observados quando os medicamentos são aplicados pela via IV/IO. O combitubo e a ML são atualmente considerados alternativas aceitáveis ao tubo endotraqueal para o manejo da via aérea avançada. Um mal posicionamento de um tubo endotraqueal pode resultar em complicações graves e até mesmo fatais. Por isso, somente profissionais de saúde experientes e habilitados devem realizar a intubação endotraqueal. Na maioria dos estados (EUA), os atos de prática médica especificam o nível da equipe que pode realizar este procedimento. Por razões clínicas, a intubação deve ser restrita aos profissionais de saúde que preencham os seguintes requisitos: • • • • São bem treinados. Realizam intubação freqüentemente. Recebem treinamento freqüente de reciclagem nessa habilidade. O posicionamento do tubo endotraqueal é incluído no âmbito da prática definido por regulamentação governamental. e • Participam em processos de melhora continuada da qualidade para detectar a incidência de complicações e minimizá-las. O posicionamento de um tubo endotraqueal é uma parte importante da tentativa de ressuscitação. Contudo, é uma prioridade menos importante que o fornecimento de compressões torácicas contínuas, de alta qualidade e com poucas interrupções, fornecendo desfibrilação quando necessário e establecendo a via IV/IO. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 19 Técnica da Intubação Endotraqueal Muitos profissionais de saúde de SAVC não realizam intubação, devido às restrições profissionais citadas acima. Contudo, todos os membros da equipe de ressuscitação devem compreender o conceito de intubação endotraqueal e os passos envolvidos no procedimento. Os membros da equipe podem ajudar na intubação endotraqueal e devem saber como integrar as compressões e as ventilações quando um tubo endotraqueal está em posição. Este conhecimento é freqüentemente mais importante que saber realizar o procedimento propriamente dito. Todos os profissionais de saúde de SAVC devem compreender o seguinte: • • • • • Quando intubar Como confirmar o posicionamento adequado do tubo Como integrar as compressões torácicas e as ventilações Como evitar e reconhecer o deslocamento do tubo Como verificar e monitorizar uma oxigenação e ventilação eficaz Indicações • Parada cardíaca, quando a ventilação com bolsa-valva-máscara não é para Intubação possível ou eficaz. Endotraqueal • Paciente responsivo, em caso de comprometimento respiratório que não seja capaz de oxigenar adequadamente, apesar de medidas ventilatórias não invasivas • O paciente não é capaz de proteger a via aérea (ou seja, coma, arreflexia ou parada cardíaca) Manobra de Pressão Cricóide Durante a intubação endotraqueal em adultos que estejam recebendo RCP, um terceiro profissional de saúde não envolvido na aplicação de compressões ou ventilações pode aplicar pressão cricóide (Figura 9). Esta manobra pode proteger contra a regurgitação do conteúdo gástrico e ajudar a assegurar o posicionamento do tubo no orifício traqueal. Este profissional de saúde deve manter a pressão cricóide até que o tubo endotraqueal seja colocado, que o cuff do tubo endotraqueal seja insuflado e que o posicionamento adequado do tubo seja confirmado. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 20 Figura 9. Pressão cricóide. Os passos para a manobra de pressão cricóide são: Passo Ventilação com um Tubo Endotraqueal Assegurado Durante as Compressões Torácicas Ação 1 Localizar a proeminência da cartilagem tireóide (pomo de Adão). 2 Localizar a depressão de tecido mole abaixo da cartilagem tireóide (membrana cricotireóidea). 3 Localizar a proeminência de tecido duro imediatamente abaixo dessa depressão (cartilagem cricóide). 4 Aplicar pressão firme, enquanto pressiona com o polegar e o indicador, ao mesmo tempo em que aplica pressão firme em direção à parte posterior do paciente e um pouco em direção à cabeça. Esta ação pressiona a traquéia para trás, contra o esôfago, comprimindo-o. A pressão cricóide facilita a intubação, pois comprime o orifício traqueal em direção ao campo visual da pessoa que está realizando a intubação. 5 Libere a pressão somente quando o posicionamento adequado do tubo for confirmado e o cuff estiver insuflado, ou quando instruído a fazer essa liberação pela pessoa que está realizando a intubação. Durante a parada cardíaca ou respiratória, faça o seguinte: • Volume: O volume deve ser suficiente para causar uma elevação visível do tórax. — Quando estiver praticando esta habilidade, tente compreender qual é a quantidade exata de volume, quando a bolsa de ventilação for comprimida. — Forneça um volume levemente maior para pacientes muito obesos. • Freqüência: Forneça 8 a 10 ventilações por minuto (aproximadamente 1 ventilação a cada 6 a 8 segundos), enquanto aplica ventilação durante a RCP e 10 a 12 ventilações por minuto (aproximadamente 1 ventilação a cada 5 a 6 segundos), para ventilação sem compressões torácicas (isto é, para parada respiratória sem parada cardíaca). Cada ventilação deve durar 1 segundo. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 21 • Ciclos de compressão - ventilação: Quando a via aérea avançada estiver assegurada, o profissional de saúde que aplica as compressões torácicas deve realizá-las à freqüência de, pelo menos, 100 por minuto, sem pausas para ventilação. O profissional de saúde que realiza as compressões deve trocar de funções a cada 2 minutos. Assim que o paciente chegar ao hospital, deve ser submetido à uma radiografia de tórax o quanto antes, para determinar a profundidade de inserção do tubo endotraqueal. Procure detectar o posicionamento incorreto no brônquio principal. Nunca espere a radiografia de tórax para checar o mal posicionamento do tubo no esôfago. Você deve detectar a inserção esofágica imediatamente, checando o posicionamento do tubo logo após sua inserção. Confirme o posicionamento adequado por exame físico e usando as técnicas de confirmação discutidas a seguir (no item Confirmação Clínica e de Dispositivo do Posicionamento do Tubo Endotraqueal). Tome cuidado para evitar o aprisionamento de ar nos pacientes com condições associadas a aumento da resistência expiratória, como pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica grave ou asma. O aprisionamento de ar pode resultar em um efeito de pressão expiratória final positiva (PEEP), que pode reduzir significativamente a pressão arterial. Nesses pacientes, use taxas de ventilação mais lentas para permitir uma expiração mais completa. Em casos de hipovolemia, restaure o volume intravascular. Complicações Várias complicações podem ocorrer com a intubação endotraqueal. da Colocação Se o tubo endotraqueal for inserido no esôfago, o paciente não receberá vendo Tubo Endotraqueal tilação ou oxigenação, a menos que ainda esteja respirando espontaneamente. Se você ou sua equipe não for capaz de reconhecer a intubação esofágica, o paciente poderá sofrer uma lesão cerebral permanente ou ir a óbito. Seja cauteloso ao remover e reposicionar um tubo endotraqueal colocado incorretamente. Use a ventilação bolsa-valva-máscara e depois reintube, após abordar as prioridades maiores (isto é, compressões torácicas contínuas, desfibrilação, se necessário, e o acesso IV). O tubo endotraqueal ajuda a reduzir o risco de insuflação gástrica, mas o processo de inserção requer a interrupção das compressões torácicas e pode produzir complicações adicionais. Caso um laringoscópio ou tubo não estejam prontamente disponíveis ou se a tentativa de intubação não foi bem sucedida nos primeiros 30 segundos, volte a aplicar a ventilação com bolsa-valva-máscara. Forneça oxigênio a 100% e tente a intubação novamente em 20 a 30 segundos. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 22 Traumatismo com o Tubo e Efeitos Adversos A intubação endotraqueal pode causar traumatismo significativo para o paciente, incluindo: Inserção de Tubo Endotraqueal em Um Brônquio A inserção do tubo endotraqueal no brônquio principal direito (mais comum) ou no brônquio principal esquerdo é uma complicação freqüente. A intubação incorreta ou a intubação não diagnosticada em um brônquio pode resultar em hipoxemia devido à subinsuflação do pulmão não envolvido. • Laceração dos lábios ou língua, por pressão forçada entre a lâmina do laringoscópio e a língua ou bochecha • Dentes lascados • Traquéia ou faringe lacerada pela extremidade do estilete ou do tubo endotraqueal • Lesão das cordas vocais • Perfuração faringe-esofágica • Vômitos e aspiração do conteúdo gástrico nas vias aéreas inferiores • Liberação de altos níveis de epinefrina ou norepinefrina, que podem elevar a pressão arterial, provocar taquicardia ou arritmias Para determinar se o tubo endotraqueal foi inserido em um brônquio, ausculte os sons respiratórios bilaterais no tórax. Também procure detectar a expansão simétrica de ambos os lados, durante a ventilação. Se você suspeitar que o tubo foi inserido no brônquio principal esquerdo ou direito, faça o seguinte: • • • • Desinsufle o cuff do tubo. Puxe o tubo para fora 1 a 2 cm. Confirme o correto posicionamento do tubo. Cheque novamente os sinais clínicos do paciente, incluindo a expansão torácica, os sons respiratórios e evidências de oxigenação. Você pode solicitar uma radiografia portátil de tórax para checar o posicionamento do tubo endotraqueal. Mas, lembre-se, o reconhecimento desta complicação é uma responsabilidade clínica. Você pode solicitar uma radiografia após a confirmação clínica para avaliar o correto posicionamento do tubo endotraqueal e a posição do tubo. Administração Endotraqueal de Medicamentos para Ressuscitação A administração endotraqueal de medicamentos é feita se o acesso IV ou IO não puder ser estabelecido. As vias IV e IO são as vias preferíveis para a administração de medicamentos. Os profissionais de saúde usam a regra mnemônica NAVEL para lembrar-se de naloxona, atropina, vasopressina, epinefrina e lidocaína, que são os medicamentos que podem ser administrados por tubo endotraqueal. Use a via de administração endotraqueal somente se você não puder obter um acesso IV/IO. Além disso, você deve usar uma dose aproximadamente 2 a 2,5 vezes maior que a dose para a administração IV/IO. Misture a dose do medicamento com 5 a 10 ml de solução salina normal ou com água destilada. (Nota: A absorção de epinefrina e de lidocaína é maior quando esses medicamentos são diluídos com água destilada, mas a água pode causar mais efeitos adversos sobre a PaO2.) © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 23 • Como mencionamos acima, as doses de medicações para uso endotraqueal devem ser consideravelmente mais elevadas que as doses IV – cerca de 2 a 2,5 vezes a dose IV. Por exemplo, a dose de epinefrina recomendada para administração via endotraqueal é de pelo menos 2 a 2,5 mg. • Depois de administar a medicação através do tubo endotraqueal, realize 1 a 2 ventilações adequadas para facilitar a deposição do fármaco nas vias aéreas. • Quando quantidades iguais de um mesmo medicamento são administradas pelas vias IV e endotraqueal, a concentração sérica dos medicamentos administrados via endotraqueal é muito mais baixa que a dos medicamentos administrados por via IV. Confirmação do Posicionamento do Tubo Endotraqueal: Exame Físico Confirme o posicionamento do tubo imediatamente, avaliando a primeira ventilação aplicada com bolsa-valva-máscara. Esta avaliação não deve requerer a interrupção das compressões torácicas. Nenhuma técnica de confirmação única, incluindo sinais clínicos ou a presença de vapor de água no tubo ou no dispositivo, é completamente confiável, principalmente quando houver uma parada cardíaca. Por isso, a AHA recomenda fazer uma avaliação clínica e no dispositivo para confirmar o correto posicionamento do tubo. O ideal é utilizar um dispositivo de detecção de CO2, para permitir detectar o CO2 expirado. Quando a bolsa é comprimida, procure auscultar sobre o epigástrio e observar a movimentação da parede torácica. Se você escutar um borbulhamento gástrico e não observar expansão da parede torácica, a intubação foi feita no esôfago. Pare de aplicar as ventilações. Remova o tubo endotraqueal imediatamente. E, então: • Reinicie imediatamente as compressões torácicas, caso a RCP esteja sendo realizada. • Reinicie a ventilação com bolsa-valva-máscara ou considere a possibilidade de usar uma via aérea avançada alternativa. • Somente tente a intubação novamente após ter reoxigenado o paciente (aproximadamente 30 segundos de ventilações com bolsa-valva-máscara, usando oxigênio a 100%). • Se a parede torácica se elevar adequadamente e o borbulhamento gástrico não for ouvido após a intubação, proceda à ausculta dos campos pulmonares com uma ausculta em 5 pontos: sobre o estômago, os campos pulmonares anteriores esquerdo e direito e os campos pulmonares médio axilares esquerdo e direito. Documente a localização dos sons respiratórios no prontuário médico do paciente. Caso você tenha qualquer dúvida, suspenda a aplicação de ventilações pelo tubo. • Se ainda houver dúvidas sobre o correto posicionamento do tubo, use o laringoscópio para observar se o tubo está passando através das cordas vocais. • Caso o tubo pareça estar em posição, confirme novamente a marca do tubo nos dentes anteriores (notada previamente, após inserir o tubo 1 a 2 cm depois das cordas vocais). • Fixe o tubo com um dispositivo comercial apropriado ou com fita adesiva. • Depois de fixar o tubo, introduza um abridor de boca, caso o dispositivo comercial usado para segurar o tubo em posição não impeça o paciente de morder e ocluir a via aérea. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 24 Confirmação do Posicionamento do Tubo Endotraqueal: Dispositivos Qualitativos e Quantitativos As Diretrizes AHA para RCP e ACE de 2005 recomendam a confirmação do posicionamento do tubo endotraqueal tanto por avaliação clínica quanto por um dispositivo específico. A fixação do dispositivo à bolsa antes desta ser unida ao tubo aumenta a eficácia e reduz o tempo de interrupção das compressões. Os profissionais de saúde sempre devem usar tanto a avaliação clínica quanto um dispositivo para confirmar a localização do tubo endotraqueal imediatamente após o posicionamento, e cada vez que o paciente for movimentado. A avaliação detalhada das tentativas de intubação fora do hospital concluíram que os tubos endotraqueais são (1) muito mais difíceis de serem colocados adequadamente nestas condições e (2) altamente susceptíveis ao mal posicionamento e ao deslocamento. O treinamento adequado, a supervisão, a experiência clínica freqüente e um processo de melhora da qualidade são fundamentais para realizar uma intubação bem sucedida. Há vários dispositivos eletrônicos e mecânicos disponíveis para uso dentro e fora do hospital. Existem vários modelos de detectores de CO2 expirado (qualitativo, quantitativo e contínuo) e de dispositivos detectores esofágicos. Esses dispositivos variam desde simples e baratos até complexos e caros. Detectores de Diversos dispositivos comerciais podem reagir ao CO2 expirado dos pulmões, CO2 Expirado geralmente com uma mudança da cor. Esse sistema simples pode ser usado (Qualitativos) como um método inicial para confirmar o posicionamento correto do tubo, mesmo em pacientes em parada cardíaca (Figura 10). O dispositivo de detecção qualitativo que demonstra a presença do CO2 expirado indica o posicionamento adequado do tubo endotraqueal. A ausência de resposta ao CO2 pelo detector (isto é, os resultados são negativos para o CO2) geralmente significa que o tubo está no esôfago, principalmente em pacientes com circulação espontânea. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 25 A B Figura 10. Confirmação do posicionamento do tubo endotraqueal. A, Indicador colorimétrico da presença de dióxido de carbono expirado: a cor púrpura indica falta de dióxido de carbono – provavelmente o tubo está colocado no esôfago. B, Indicador colorimétrico de dióxido de carbono expirado: a cor amarela indica a presença de dióxido de carbono e tubo localizado na via aérea. Note que a detecção do dióxido de carbono não pode assegurar a profundidade adequada da inserção do tubo. O tubo deve ser mantido em posição e depois fixado, após a verificação de seu posicionamento correto. CO2 não detectado, mas o tubo está na traquéia: O tubo está realmente na traquéia, mas uma leitura negativa para CO2 leva à remoção desnecessária do tubo. Essas leituras negativas mais comumente ocorrem porque a produção de CO2 expirado é mínima em casos de parada cardíaca. As compressões torácicas durante a RCP produzem um fluxo sangüíneo para os pulmões estimado em 20% a 33% do normal; portanto, há pouca ou quase nenhuma expiração de CO2. As leituras negativas também ocorrem em pacientes com uma grande quantidade de espaço morto (ou seja, uma embolia pulmonar significativa). © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 26 CO2 detectado, mas o tubo está no esôfago. O tubo está situado no esôfago, contudo, detectou-se CO2, levando à uma intubação esofágica prolongada. Essas leituras positivas já foram relatadas em animais experimentais que haviam ingerido grandes quantidades de líquidos carbonatados antes da parada. Isso resulta em liberação de CO2 do estômago em direção ao esôfago durante a RCP. Para evitar esse problema, os fabricantes sugerem avaliar as leituras do detector de CO2 após fornecer cerca de 5 a 6 ventilações. Monitores Quantitativos de CO2 Expirado O monitor quantitativo de CO2 expirado é um dispositivo de confirmação manual. Este dispositivo é um capnômetro. Ele fornece uma leitura quantitativa única da concentração de CO2 em um determinado ponto no tempo. O capnógrafo fornece uma amostra contínua do nível de CO2, à medida que esse gás varia em todo o ciclo da ventilação. Esses monitores podem confirmar o posicionamento correto do tubo endotraqueal em segundos após uma tentativa de intubação. Eles também podem detectar a deterioração do paciente associada ao declínio das condições clínicas ou ao deslocamento do tubo endotraqueal. O deslocamento é um evento adverso perigosamento comum durante o transporte externo de um paciente. Detectores Esofágicos Os detectores esofágicos (Figura 11) aplicam uma força de aspiração à extremidade inserida do tubo endotraqueal. A força de aspiração é criada quando você puxa o êmbolo de uma seringa calibrosa (60 a 100 ml) para trás ou comprime completamente um bulbo de aspiração flexível. Uma vez comprimido, o bulbo é fixado com firmeza à extremidade do tubo que sai da boca e depois liberado. Se a ponta do tubo estiver situada no esôfago, a aspiração puxará a mucosa esofágica contra a ponta do tubo, impedindo a movimentação do êmbolo ou a reexpansão do bulbo de aspiração. Nesse caso, não haverá expansão ou haverá uma reexpansão muito lenta. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 27 Figura 11. Detector esofágico: técnica do bulbo de aspiração. Segure o tubo em posição, até confirmar que ele está na posição correta e depois fixe-o. Diferentemente do detector de CO2 expirado, o detector esofágico não depende do fluxo de sangue. Contudo, embora o dispositivo geralmente seja sensível para detectar o posicionamento do tubo endotraqueal no esôfago, ele não é específico para o posicionamento do tubo endotraqueal na traquéia. Além disso, ele pode levar a resultados enganosos em pacientes com obesidade mórbida, gravidez em estágio final ou com estado de mal asmático. Não existem evidências de que o detector esofágico seja um dispositivo preciso para a monitorização contínua do posicionamento do tubo endotraqueal. Por essas razões, o detector esofágico deve ser considerado um dos vários métodos para confirmação do posicionamento do tubo endotraqueal. Os resultados sugerem que o tubo não está no esôfago, quando ele efetivamente está no esôfago. Existem várias maneiras pelas quais o detector esofágico pode sugerir que o tubo esté na traquéia (aspiração não mantida no bulbo), quando o tubo realmente está no esôfago. O detector esofágico indica que o tubo está na traquéia por rápida reexpansão do bulbo de aspiração. Mas as ventilações ou a RCP prévias com bolsa-valva-máscara, podem preencher o estômago ou o esôfago com ar, fazendo com que o bulbo se expanda novamente ou o êmbolo seja puxado. O profissional de saúde desavisado, pensando que o tubo está na traquéia, pode deixá-lo no esôfago, cometendo um erro potencialmente fatal. Consulte a Tabela 2 para uma comparação do desempenho qualitativo de detector esofágico e do dispositivo de CO2 expirado, em termos de respostas corretas e das causas mais comuns dos resultados enganosos. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 28 Causas de Resultados Enganosos pelos Detectores de CO2 Expirado e Esofágicos A Tabela 2 enumera as possíveis causas de resultados enganosos usando detectores de CO2 expirado e detectores esofágicos para confirmar o correto posicionamento do tubo endotraqueal. As colunas (verticais) indicam a leitura e a localização real do tubo endotraqueal. As linhas (horizontais) indicam os resultados esperados usando (A) um detector de CO2 expirado colorimétrico ou (B) um detector esofágico do tipo bulbo. Com ambos os dispositivos, considere que o profissional de saúde fez um esforço de intubação consciencioso e que o tubo endotraqueal esteja na traquéia. Tabela 2. Motivos para Resultados Enganosos Usando o Detector de CO2 Expirado e um Detector Esofágico. A. Detector de CO2 Expirado Colorimétrico Leitura Localização Real do Tubo Endotraqueal: Traquéia Localização Real do Tubo Endotraqueal: Esôfago (ou Hipofaringe) Detecção de Dióxido de Carbono Tubo endotraqueal na traquéia Continuar a aplicar ventilações. Razões para a aparente detecção de CO2, apesar do tubo estar localizado no esôfago Alteração da cor (ou conforme especificado pelo fabricante) (positivo = CO2 presente) Causas: Distensão gástrica, ingestão recente de bebidas carbonatadas, fontes não pulmonares de CO2 Conseqüências: Intubação esofágica não reconhecida pode levar à morte por iatrogenia CO2 Não Detectado Ausência de alteração da cor (ou conforme especificado pelo fabricante) (negativo = ausência de CO2) Ausência de detecção de CO2 com o tubo situado na traquéia Causas: Estado de fluxo sangüíneo baixo ou ausente (p. ex., parada cardíaca); qualquer parada cardíaca com RCP ausente, prolongada ou de má qualidade. Conseqüências: Leva à remoção desnecessária de um tubo endotraqueal colocado adequadamente. As tentativas de reintubação aumentam as chances de outras conseqüências adversas. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association Ausência de detecção de CO2 e o tubo não está situado na traquéia (isto é, tubo situado no esôfago) Causas: Os profissionais de saúde colocaram o TET no esôfago/ hipofaringe. Ocorreu um evento adverso potencialmente fatal. Conseqüências: O profissional de saúde reconhece que o tubo endotraqueal não está na traquéia; é adequadamente e rapidamente identificado; o tubo é removido imediatamente; o paciente é reintubado. 29 B. Detector Esofágico Leitura Localização Real do Tubo Endotraqueal: Esôfago Localização Real do Tubo Endotraqueal: Traquéia Compatível Com Tubo no Esôfago O dispositivo sugere que o tubo está localizado no esôfago, quando está localizado no esôfago O dispositivo sugere que o tubo está no esôfago, quando, na verdade, está situado na traquéia Causas: O profissional de saúde posicionou o tubo no esôfago/hipofaringe. Ocorreu um evento potencialmente fatal. Causas: Secreções traqueais (muco, conteúdo gástrico, edema pulmonar agudo); inserção no brônquio principal direito; traquéia compressível (obesidade mórbida, últimos estágios da gravidez). O bulbo não é preenchido novamente ou é preenchido lentamente (> 5 segundos × 2), ou a seringa não pode ser aspirada, sugerindo que a ponta do tubo endotraqueal esteja no esôfago Compatível Com Um Tubo na Traquéia O bulbo é preenchido imediatamente ou a seringa pode ser aspirada, sugestivo de que o tubo endotraqueal esteja na traquéia Conseqüências: O profissional de saúde reconhece corretamente que o tubo endotraqueal está no esôfago; o tubo endotraqueal é removido imediatamente; o paciente é reintubado. Conseqüências: Leva à remoção desnecessária de um tubo endotraqueal colocado adequadamente. As tentativas de reintubação aumentam as chances de outras conseqüências adversas. Os resultados sugerem que o tubo NÃO está situado no esôfago (isto é, ele está na traquéia) quando, na verdade, ele ESTÁ no esôfago Os resultados sugerem que o tubo NÃO está situado no esôfago (isto é, ele está na traquéia) e, de fato, ele ESTÁ na traquéia. Causas: O detector esofágico indica que o tubo endotraqueal está na traquéia. • Condições que aumentam a expansão pulmonar (p. Continue a aplicar as ventiex., DPOC, estado de mal lações. asmático). • Condições que preenchem o estômago com ar (p. ex., história recente de ventilação bolsa-a-máscara, ventilação boca-a-máscara ou boca-aboca). • Condições que causam tono insuficiente no esfíncter esofágico ou aumento da pressão gástrica (gravidez em fase terminal). Conseqüências: A intubação esofágica não reconhecida pode levar à morte. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 30 Ritmos Principais em SAVC © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 31 Parte 1— Reconhecimento dos Principais Ritmos de Parada ao ECG Aspectos Básicos A Figura 12 mostra a anatomia do sistema de condução cardíaca e sua relação com o ciclo cardíaco ao ECG. Feixe de Bachmann Nó sinusal Vias internodais Ramo esquerdo Nó AV Divisão posterior Feixe de His Divisão anterior Fibras de Purkinje Ramo direito Período refratário relativo Período refratário absoluto A NAV Repolarização ventricular Intervalo QT Despolarização ventricular B Figura 12. Anatomia do sistema de condução cardíaca: relação com o ciclo cardíaco ao ECG. A, Coração: anatomia do sistema de condução. B, Relação do ciclo cardíaco com anatomia do sistema de condução. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 32 Ritmos de Parada Cardíaca Os ritmos ao ECG para pacientes que estão em parada cardíaca são: • Fibrilação ventricular (FV)/taquicardia ventricular (TV) sem pulso • Atividade elétrica sem pulso (AESP) • Assistolia Esses ritmos ao ECG estão ilustrados abaixo: Fibrilação Ventricular (Figura 13) Fisiopatologia • Os ventrículos consistem de áreas de miocárdio normal, alternando com áreas de miocárdio isquêmico, lesado ou infartado, levando a um padrão assíncrono caótico de despolarização e de repolarização ventricular. Sem uma despolarização ventricular organizada, os ventrículos não podem contrair-se como uma unidade e não produzem um débito cardíaco. O coração irá “tremular” e não bombeia sangue. Critérios de Definição pelo ECG • Freqüência/Complexo QRS: incapaz de determinar; não existem ondas P ou complexos QRS ou T reconhecíveis. As ondulações basais ocorrem entre 150 e 500 por minuto. • Ritmo: indeterminado, padrão de deflexões agudas superiores (picos) e inferiores (depressões) • Amplitude: medida entre o pico até a depressão; freqüentemente usada subjetivamente para descrever a FV como fina (pico até depressão 2 a < 5 mm), média ou moderada (5 a < 10 mm), grave (10 a <15 mm), ou muito grave (> 15 mm) Manifestações Clínicas • O pulso desaparece com o início da FV (o pulso pode desaparecer antes do início da FV se um precursor comum para FV, TV rápida, desenvolver-se antes para FV) • Colapso, falta de resposta • Respiração agônica • Início da morte irreversível Etiologias Comuns • • • • Síndromes coronarianas agudas levam à formação de áreas isquêmicas do miocárdio TV estável para instável, não tratada Complexos ventriculares prematuros (CVPs) com fenômeno de R sobre T Drogas múltiplas, anormalidades dos eletrólitos ou do equilíbrio ácido-base que prolongam o período refratário relativo • Prolongamento QT primário ou secundário • Eletrocução, hipóxia, muitas outras © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 33 A B Figura 13. A, Fibrilação ventricular grave. Note os formatos de onda de alta amplitude, que variam em tamanho, formato e ritmo, representando uma atividade elétrica ventricular caótica. Os critérios ao ECG para FV são os seguintes: (1) Complexos QRS: complexos QRS de aparência normal não são reconhecíveis; um padrão regular “negativo – positivo – negativo” (Q-R-S) não pode ser observado. (2) Freqüência: incontável; as deflexões elétricas são muito rápidas e muito desorganizadas para serem contadas. (3) Ritmo: nenhum padrão regular de ritmo pode ser discernido; os formatos de onda elétrica variam em tamanho e formato; o padrão é completamente desorganizado. B, Fibrilação ventricular fina. Em comparação com a Figura 13A, a amplitude da atividade elétrica é muito reduzida. Note a ausência completa de complexos QRS. Em termos de eletrofisiologia, prognóstico e da resposta clínica provável para uma tentativa de desfibrilação, agentes adrenérgicos ou antiarrítmicos e esse padrão de ritmo pode ser difícil de distinguir da assistolia. AESP Fisiopatologia • Os impulsos de condução cardíaca ocorrem em um padrão organizado, mas não produzem contração miocárdica (esta condição era anteriormente denominada dissociação eletromecânica); ou enchimento ventricular suficiente durante a diástole; ou contrações não eficazes Critérios de Definição pelo ECG • O ritmo apresenta atividade elétrica organizada (não FV/TV sem pulso) • Geralmente não tão organizada quanto o ritmo sinusal normal • Pode ser estreito (QRS < 0,10 mseg) ou largo (QRS > 0,12 mseg); rápido (> 100 por minuto) ou lento (< 60 por minuto) • Pode ser estreito (etiologia não cardíaca) ou largo (freqüentemente etiologia cardíaca) e pode ser lento (etiologia cardíaca) ou rápido (freqüentemente de etiologia não cardíaca) Manifestações Clínicas • Colapso, paciente não responsivo • Respiração agônica ou apnéia • Ausência de pulso detectável à palpação (pressão arterial sistólica muito baixa pode ainda estar presente nesses casos, denominados pseudo-AESP) © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 34 Etiologias Comuns Use a regra mnemônica dos Hs e dos Ts para lembrar-se das possíveis causas de AESP: • • • • • • • • • • • Hipovolemia Hipóxia Hidrogênio (acidose) Hipo-/hiperpotassemia Hipoglicemia Hipotermia Toxinas (“comprimidos” isto é, overdose de drogas, ingestão) Tamponamento cardíaco Tensão no tórax (pneumotórax hipertensivo) Trombose, coronária ou pulmonar (embolia) Trauma Assistolia (Figura 14) Critérios de Definição pelo ECG Classicamente, a assistolia apresenta-se como uma “linha reta”; os critérios de definição são virtualmente inexistentes • Freqüência: não se observa atividade ventricular ou ≤ 6 complexos por minuto; a chamada “assistolia da onda P” ocorre somente com impulsos atriais presentes (ondas P) • Ritmo: nenhuma atividade ventricular é observada ou ≤ 6 complexos por minuto • PR: não pode ser determinada; ocasionalmente, observa-se onda P, mas, por definição, a onda R deve estar ausente • Complexo QRS: ausência de deflexões observadas que sejam compatíveis com um complexo QRS Manifestações Clínicas • Pode ter respiração agônica (precoce); com ausência de resposta • Ausência de pulso ou pressão arterial • Parada cardíaca Etiologias Freqüentes • • • • • Fim da vida (morte) Isquemia/hipóxia por muitas causas Insuficiência respiratória aguda (falta de oxigênio, apnéia, asfixia) Choque elétrico maciço (p. ex., eletrocussão, descarga elétrica) Pode representar “atordoamento” do coração imediatamente após a desfibrilação (aplicação do choque que elimina a FV), antes do reinício de um ritmo espontâneo Figura 14. O “ritmo” da assistolia ventricular. O paciente está sem pulso e não responsivo. Observe os complexos similares a 2 QRS no início desta análise do ritmo. Esses complexos representam uma atividade elétrica mínima, provavelmente batimentos com escape ventricular. Este padrão representa atividade elétrica sem pulso? Note a secção longa em que a atividade elétrica está completamente ausente. Este paciente está em assistolia neste momento. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 35 Parte 2 — Reconhecimento dos Principais Ritmos de Não Parada ao ECG Reconhecimento das Taquiarritmias Supraventriculares Taquicardia Sinusal (Figura 15) Fisiopatologia • Nenhuma – é mais um sinal físico que uma arritmia ou uma condição patológica • Formação e condução normal do impulso Critérios de Definição e Características ao ECG • • • • • Manifestações Clínicas • Nenhum critério específico para taquicardia • Os sintomas podem estar presentes devido à causa da taquicardia (febre, hipovolemia, etc) Etiologias Comuns • • • • • Freqüência: > 100 por minuto Ritmo: sinusal Intervalo PR: geralmente < 0,20 segundos P para cada Complexo QRS Complexo QRS: normal Exercício normal Febre Hipovolemia Estimulação adrenérgica, ansiedade Hipertireoidismo Figura 15. Taquicardia sinusal. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 36 Fibrilação Atrial (Figura 16) e Flutter Atrial (Figura 17) Fisiopatologia • Impulsos atriais mais rápidos que os impulsos sinoatriais (nó SA) • Fibrilação atrial: os impulsos assumem múltiplas vias, caóticas e aleatórias, através do átrio • Flutter atrial: os impulsos assumem um curso circular ao redor dos átrios, criando ondas de flutter Fibrilação Atrial Critérios de Definição e Características ao ECG (Diferenciação entre a fibrilação atrial e o flutter atrial; todas as demais características são as mesmas) Características da Fibrilação Atrial: Um axioma clínico clássico: “Ritmo irregularmente irregular – com variação tanto no intervalo quanto na amplitude onda R para onda R – é fibrilação atrial”. Essa condição geralmente é variável. Também pode ser observada na taquicardia atrial multifocal (MAT). Flutter Atrial Freqüência • Resposta ventricular de variação ampla à freqüência atrial • Pode ser normal ou lenta, se a condução do nó AV for anormal (p. ex., “síndrome do seio doente”) • Freqüência atrial 220 a 350 por minuto • A resposta ventricular é uma função do bloqueio do nó AV ou da condução dos impulsos atriais • Resposta ventricular raramente >150 a 180 batimentos devido aos limites de condução do nó AV Ritmo • Irregular (“irregularmente irregular clássico”) • Regular (diferentemente da fibrilação atrial) • Ritmo ventricular freqüentemente regular • Uma relação determinada com o ritmo atrial, p. ex., 2 para 1 ou 4 para 1 Ondas P • Somente ondas fibrilatórias atriais caóticas • Cria um valor basal variável • Ausência de ondas P verdadeiras • As ondas de flutter no padrão “em dentes de serra” são clássicas Intervalo PR • Não pode ser mensurado Complexo QRS • Continua entre ≤ 0,10 e 0,12 segundos, a menos que o complexo QRS seja distorcido pela fibrilação, ou pelas ondas de flutter, ou por defeitos de condução para os ventrículos Características do Flutter Atrial: As ondas de flutter no padrão clássico de “dentes de serra” Manifestações Clínicas • Os sinais e os sintomas são uma função da freqüência da resposta ventricular nas ondas de fibrilação atrial; “a fibrilação atrial com resposta ventricular rápida” pode ser caracterizada por dispnéia aos esforços (DAE), respiração curta (RC) e, algumas vezes, por edema pulmonar agudo • Perda do “kick atrial” pode reduzir o débito cardíaco e a perfusão coronária • O ritmo irregular freqüentemente é percebido como “palpitações” • Pode ser assintomático © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 37 Etiologias Comuns • As síndromes coronarianas agudas, a doença arterial coronária e a insuficiência cardíaca congestiva • Doença na válvula mitral ou tricúspide • Hipóxia, embolia pulmonar aguda • Induzido por drogas: digoxina ou quinidina, β agonistas, teofilina • Hipertensão arterial • Hipertireoidismo Figura 16. Fibrilação atrial. Figura 17. Flutter atrial. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 38 TSV Mediada por Acessório (Figura 18); Pode incluir taquicardia reentrante do nó AV ou taquicardia reentrante AV. Fisiopatologia Fenômeno de reentrada: os impulsos sofrem reciclagem repetidamente no nó AV, pois um circuito de ritmo anormal permite que uma onda de despolarização trafegue em um círculo. Geralmente, a despolarização trafega no sentido anterógrado (em direção anterior), através de uma via anormal e depois circula de volta de modo retrógrado, através de um tecido de condução “normal” Critérios de Definição e Características ao ECG Freqüência: excede o limite superior da taquicardia sinusal de repouso ( > 120 a 130 por minuto), raramente < 150 por minuto, freqüentemente até 250 por minuto Ritmo: regular Ondas P: raramente observadas, devido à freqüência que faz com que as ondas P fiquem “escondidas” nas ondas P precedentes, tornando difícil detectá-las devido à sua origem na porção baixa do átrio Complexo QRS: normal, estreito (geralmente ≤ 0,10 segundos) Características: Taquicardia regular com complexo estreito, sem ondas P e início ou cessação súbita Nota: Para merecer o diagnóstico de TSV com reentrada, alguns especialistas requerem a captura de um início abrupto ou de uma cessação abrupta na tira de exame do monitor Manifestações Clínicas • Palpitações sentidas pelo paciente no início; torna-se ansioso e incomodado • Baixa tolerância aos exercícios físicos, com freqüências muito altas • Sintomas de taquicardia instável podem ocorrer Etiologias Comuns • Via de condução acessória em muitos pacientes com TSV • Para pacientes com as demais características saudáveis, muitos fatores podem provocar a TSV com reentrada: cafeína, hipóxia, cigarros, estresse, ansiedade, privação de sono, medicações em grande número • Freqüência da TSV aumentada, em pacientes não saudáveis, com doença arterial coronária, doença pulmonar obstrutiva crônica e insuficiência cardíaca congestiva Figura 18. Ritmo sinusal com uma taquicardia supraventricular com reentrada (TSV). © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 39 Reconhecimento das Taquiarritmias Ventriculares TV Monomórfica (Figura 19) Fisiopatologia • A condução do impulso é lentificada ao redor das áreas de lesão ventricular, infarto, ou isquemia • Essas áreas também servem como fontes de impulsos ectópicos (focos irritáveis) • Essas áreas de lesão podem fazer com que o impulso tome um curso circular, levando a um fenômeno de reentrada e a despolarizações rápidas e repetidas Freqüência: Freqüência ventricular >100 por minuto; tipicamente 120 a 250 por minuto Ritmo: ritmo ventricular regular Intervalo PR: ausente (o ritmo é dissociado do AV) Características: A Ondas P: raramente observadas, mas presentes; a TV é uma forma de dissociação AV, mesma morfologia, uma característica definidora para taquicardias de complexo largo de origem ventricular x ou formato, é obtaquicardias supraventriculares com condução aberrante servada em cada • Complexo QRS: amplo e bizarro, complexos “similares a CVP” > 0,12 segundos, com complexo QRS ondas T largas, de polaridade oposta ao QRS • Batimentos de fusão — Captura de modificações ocasionais de uma onda P conduzida. Notas: Complexo QRS “híbrido” resultante, parte normal, parte ventricular 3 ou mais CVPs consecutivos indi- • TV não sustentada — dura < 30 segundos e não requer intervenção cam TV Critérios de Definição pelo ECG • • • • – TV < 30 segundos de duração é TV não sustentada – TV > 30 segundos de duração é TV sustentada Manifestações Clínicas • Tipicamente, os sintomas de redução do débito cardíaco (posição ortostática, hipotensão, síncope, limitação das atividades físicas, etc.) se desenvolvem • A TV monomórfica pode ser assintomática, apesar da crença difundida de que a TV sustentada sempre produz sintomas • A TV não tratada e sustentada deteriorará para uma TV instável, freqüentemente com FV Etiologias Comuns • Um evento isquêmico agudo (ver Fisiopatologia) com áreas de “irritabilidade ventricular” levando a CVP • CVP que ocorre durante um período refratário relativo do ciclo cardíaco (“fenômeno Rsobre-T”) • Intervalo QT prolongado, induzido por drogas (antidepressivos tricíclicos, procainamida, digoxina, alguns anti-histamínicos de ação prolongada) Figura 19. TV Monomórfica na freqüência de 150 por minuto: complexos QRS largos (seta A), com ondas T de polaridade oposta (seta B). © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 40 TV Polimórfica (Figura 20) Fisiopatologia • Lentificação da condução do impulso ao redor de múltiplas áreas de lesão ventricular, infarto ou isquemia • Essas áreas também servem como fonte de impulsos ectópicos (focos irritáveis); os focos irritáveis ocorrem em múltiplas áreas dos ventrículos e, portanto, são considerados “polimórficos” • Essas áreas de lesão podem gerar impulsos que assumem um curso circular, levando ao fenômeno de reentrada e a despolarizações repetidas e rápidas Critérios de Definição pelo ECG • • • • • Características: Variação acentuada e inconsistência observada nos complexos QRS Freqüência: freqüência ventricular >100 por minuto; tipicamente 120 a 250 por minuto Ritmo: somente ventricular regular Intervalo PR: inexistente Ondas P: raramente observadas, mas presentes; a TV é uma forma de dissociação AV Complexos QRS: variação acentuada e inconsistência observada nos complexos QRS Manifestações Clínicas • Tipicamente, deteriorarão rapidamente para FV ou TV sem pulso • Sintomas de redução do débito cardíaco (posição ortostática, hipotensão, perfusão inadequada, síncope, etc.) presentes antes da parada sem pulso • Raramente TV sustentada Etiologias Comuns • Evento isquêmico agudo (ver Fisiopatologia) com áreas de “irritabilidade ventricular” • CVP que ocorre durante o período refratário relativo do ciclo cardíaco (“fenômeno R-sobre-T”) • Intervalo QT prolongado, induzido por drogas (antidepressivos tricíclicos, procainamida, sotalol, amiodarona, ibutilida, dofetilida, alguns antipsicóticos, digoxina, alguns anti-histamínicos de ação prolongada) • Síndromes hereditárias do intervalo QT longo Figura 20. TV polimórfica: complexos QRS apresentam morfologias múltiplas. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 41 Torsades de Pointes (Um Subtipo Único de TV Polimórfica) (Figura 21) Fisiopatologia Fisiopatologia específica das torsades clássicas: • O intervalo QT é anormalmente longo (ECG basal) (consulte a tabela de Intervalo QT Máximo no Livro de ACE) • Aumenta o período refratário relativo (“período vulnerável”) do ciclo cardíaco. Este aumento eleva a probabilidade de ocorrência de um foco irritável (CVP) na onda T (período vulnerável ou fenômeno R sobre T) • O fenômeno R-sobre-T freqüentemente induz a TV Critérios de Definição pelo ECG • • • • • • Características: Os complexos QRS apresentam um padrão “fuso nó” no qual a amplitude da TV aumenta e depois reduz em um padrão regular, (criando um “fuso”). A deflexão no início de um fuso (p. ex., negativa) será seguida de complexos de polaridade oposta (p. ex., positiva) ou por deflexão no início do fuso seguinte (criando o “nó”). Freqüência atrial: não pode ser determinada Freqüência ventricular: 150 a 250 complexos/min Ritmo: somente ritmo ventricular irregular Intervalo PR: inexistente Ondas P: inexistentes Complexos QRS: apresentam um padrão clássico em fuso–nó (ver “Características” no quadro da esquerda) Manifestações Clínicas • Tendência para deterioração súbita para FV ou TV sem pulso • Sintomas de débito cardíaco reduzido são típicos (posição ortostática, hipotensão arterial, síncope, sinais de perfusão inadequada etc.) • Torsades “estáveis”; as torsades sustentadas são incomuns • Tratado com choques não sincronizados de alta energia (desfibrilação) Etiologias Comuns Mais comumente ocorrem em pacientes com intervalo QT prolongado, devido a muitas causas: • Induzido por drogas: antidepressivos tricíclicos, procainamida, sotalol, amiodarona, ibutilida, dofetilida, alguns antipsicóticos, digoxina, alguns anti-histamínicos de duração prolongada • Eletrólitos e alterações metabólicas (hipomagnesemia é o protótipo) • Formas hereditárias da síndrome QT longa • Eventos isquêmicos agudos (ver Fisiopatologia) © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 42 Figura 21. Torsades de pointes: um tipo único de TV polimórfica. A, Início de um “fuso”. Note a deflexão negativa inicial e a amplitude crescente do complexo QRS. B, Final de um fuso e início de um nó. C, Final de um nó e início do próximo fuso. Note a deflexão inicial positiva e o “afilamento” da amplitude do complexo QRS. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 43 Reconhecimento da Bradicardia Sinusal Bradicardia Sinusal (Figura 22) Fisiopatologia • Os impulsos se originam no nó SA em uma freqüência lenta • Pode ser fisiológico • Pode ser um sinal físico, como uma taquicardia sinusal Critérios de Definição pelo ECG • • • • Características: Ondas P regulares, seguidas de complexos QRS regulares, à freqüência de <60 por minuto Freqüência: < 60 por minuto Ritmo: sinusal regular Intervalo PR: regular, < 0,20 segundos Ondas P: de tamanho e formato normal; cada onda P é seguida de um complexo QRS, cada complexo QRS é precedido de uma onda P • Complexo QRS: estreito; ≤ 0,10 segundos, na ausência de defeito de condução intraventricular Nota: Freqüentemente, um sinal físico mais que um ritmo anormal Manifestações Clínicas • Geralmente assintomática em repouso • Com aumento da atividade e disfunção do nó sinusal, uma freqüência lenta persistente leva a sintomas de fadiga fácil, falta de ar, tontura e sensação de cabeça vazia, síncope e hipotensão Etiologias Comuns • Pode ser normal, para pessoas com bom condicionamento físico • Eventos vasovagais, como vômitos, manobra de Valsalva, estímulos retais, pressão inadvertida sobre o seio carotídeo (“síncope do barbeador”) • Síndromes coronarianas agudas que afetam a circulação para o nó SA (artéria coronária direita); mais freqüentemente IAM inferior • Efeitos farmacológicos adversos, por exemplo, β-bloqueadores ou bloqueadores dos canais de cálcio, digoxina, quinidina Figura 22. Bradicardia sinusal. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 44 Reconhecimento do Bloqueio Atrioventricular (AV) Bloqueio AV de Primeiro Grau (Figura 23) Fisiopatologia • Lentificação da condução do impulso (bloqueio parcial) no nó AV para um intervalo fixo • Pode ser um sinal de outro problema ou de anormalidade da condução primária • Freqüência: bloqueio cardíaco de primeiro grau pode ser observado com ritmos com bradicardia sinusal ou com taquicardia sinusal e também como um mecanismo sinusal normal • Ritmo: sinusal, regular, em ambos os átrios e ventrículos Características: • Intervalo PR: prolongado, > 0,20 segundos, mas que não varia (fixo) Intervalo PR > 0,20 • Ondas P: de tamanho e formato normais; cada onda P é seguida de um complexo QRS, segundos cada complexo QRS é precedido de uma onda P • Complexo QRS: estreito, ≤ 0,10 segundos na ausência de defeito de condução intraventricular Critérios de Definição pelo ECG Manifestações Clínicas • Geralmente assintomático Etiologias Comuns • Muitos bloqueios AV de primeiro grau são devidos a medicamentos, geralmente os bloqueadores do nó AV: ß-bloqueadores, bloqueadores dos canais de cálcio não – dihidropiridínicos e digoxina • Qualquer condição que estimule o sistema nervoso parassimpático (p. ex., o reflexo vasovagal) • IAMs que afetam a circulação para o nó AV (artéria coronária direita); mais freqüentemente IAMs inferior Figura 23. Bloqueio AV de primeiro grau. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 45 Bloqueio de Segundo Grau Tipo I (Mobitz I – Wenckebach) (Figura 24) Fisiopatologia • Sítio da lesão: nó AV • O suprimento sangüíneo para nó AV é originado de ramos da artéria coronária direita (circulação dominante direita) • A condução do impulso é progressivamente lentificada no nó AV (aumentando o intervalo PR) até que um impulso sinusal seja completamente bloqueado e o complexo QRS falhe Critérios de Definição pelo ECG • Freqüência: freqüência atrial apenas um pouco mais rápida que a ventricular (devido à falha da condução); geralmente dentro de uma faixa de normalidade • Ritmo: os complexos atriais são regulares e os complexos ventriculares são irregulares quanto à cronologia (devido à falha dos batimentos); pode-se observar ondas P regulares caminhando através do QRS irregular • Intervalo PR: alongamento progressivo do intervalo PR ocorre de ciclo em ciclo; depois, uma onda P não é mais seguida de um complexo QRS (“falha do batimento”) • Ondas P: o tamanho e o formato continuam normais; onda P ocasional não seguida de complexo QRS (“falha do batimento”) • Complexo QRS: ≤ 0,10 segundos mais freqüentemente, mas o QRS “falha” periodicamente Características: Existe um alongamento progressivo do intervalo PR, até que uma onda P não seja mais seguida de um complexo QRS (batimento falhado) Manifestações Clínicas Relacionadas à Freqüência Devido à bradicardia: Etiologias Comuns • Agentes bloqueadores do nó AV: β-bloqueadores, bloqueadores dos canais de cálcio nãodihidropiridínicos, digoxina • Condições que estimulam o sistema nervoso parassimpático • Síndrome coronariana aguda que envolve a artéria coronária direita • Mais freqüentemente assintomática • Sintomas: dor torácica, falta de ar, redução do nível de consciência • Sinais: hipotensão, choque, congestão pulmonar, insuficiência cardíaca congestiva (ICC), angina Figura 24. Bloqueio AV de segundo grau tipo I. Note o alongamento progressivo do intervalo PR, até que uma onda P (seta) não seja mais seguida de um complexo QRS. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 46 Bloqueio AV de Segundo Grau Tipo II (Infranodal) (Mobitz II) (Figura 25) Fisiopatologia • O sítio de bloqueio é mais freqüentemente abaixo do nó AV (infranodal), no feixe de His (pouco freqüente) ou em ramos correlatos • A condução do impulso através do nó é normal, assim, não há um bloqueio de primeiro grau ou prolongamento do intervalo PR prévio Critérios de Definição pelo ECG • Freqüência atrial: geralmente 60 a 100 por minuto • Freqüência ventricular: por definição (devido aos impulsos bloqueados), mais lenta que a freqüência atrial • Ritmo: atrial = regular, ventricular = irregular (devido aos impulsos bloqueados) • Intervalo PR: constante e fixo; sem prolongamento progressivo, como ocorre com o bloqueio de segundo grau Tipo I de Mobitz – uma característica distintiva • Ondas P: típicas quanto ao tamanho e ao formato; por definição, algumas ondas P não serão seguidas de um complexo QRS • Complexo QRS: estreito ( ≤ 0,10 segundos), implica na presença de um bloqueio alto relativo para o nó AV; largo (> 0,12 segundos) implica na presença de um bloqueio baixo relativo para o nó AV Manifestações Clínicas Relacionadas à Freqüência Devido à bradicardia: Etiologias Comuns • Síndrome coronariana aguda, que envolve ramos da artéria coronária esquerda • Sintomas: dor torácica, falta de ar, redução do nível de consciência • Sinais: hipotensão, choque, congestão pulmonar, ICC, IAM A B Figura 25. A, Tipo II (bloqueio alto): intervalos PR – QRS regulares até a ocorrência da falha de 2 batimentos; complexos QRS normais limítrofes indicam bloqueio nodal alto ou bloqueio nodal. B, Tipo II (bloqueio baixo): intervalos PR – QRS irregulares até a falha dos batimentos; complexos QRS largos indicam bloqueio infranodal. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 47 Bloqueio AV de Terceiro Grau e Dissociação AV (Figura 26) Fisiopatologia Nó AV: Dissociação AV é uma classe definidora; o bloqueio AV de terceiro grau ou completo é um tipo de dissociação AV. Por convenção (desatualizada), se a despolarização de escape ventricular for mais rápida que a freqüência atrial, há dissociação AV; se a freqüência ventricular for mais lenta que a freqüência atrial, há um bloqueio AV de terceiro grau. • Lesão ou dano para o sistema de condução cardíaco, não havendo passagem de impulso (bloqueio completo) entre o átrio e os ventrículos (nem anterógrado, nem retrógrado) • Este bloqueio completo pode ocorrer em várias áreas anatômicas diferentes: — nó AV (bloqueio “nodal alto”, “supra”- ou “juncional”) — Feixe de His — Ramos do feixe (bloqueio “nodal baixo” ou “infranodal”) • Freqüência Atrial: geralmente 60 a 100 por minuto; os impulsos são completamente independentes (“dissociados”) de uma taxa ventricular mais lenta • Freqüência ventricular: depende da taxa de batimentos de escape ventricular que surgir: Característi— Freqüência de escape ventricular mais lenta que a freqüência atrial = bloqueio AV de cas: Bloqueio terceiro grau (freqüência = 20 a 40 por minuto) de terceiro grau — Freqüência de escape ventricular mais rápida que a freqüência atrial = dissociação AV (ver Fisiopatolo(freqüência = 40 a 55 por minuto) gia) causa uma • Ritmo: tanto o ritmo atrial quanto o ritmo ventricular são regulares, mas independentes despolarização (“dissociados”) independente dos • Intervalo PR: por definição, não existe uma relação entre a onda P e a onda R ventrículos e dos • Ondas P: típicas quanto ao tamanho e formato átrios, sem uma re• Complexo QRS: estreito (≤ 0,10 segundos) implica na presença de um bloqueio alto relatilação entre os dois vo ao nó AV; largo (> 0,12 segundos) implica na presença de um bloqueio baixo relativo ao (dissociação AV) nó AV Critérios de Definição pelo ECG Manifestações Clínicas Relacionadas à Freqüência Devido à bradicardia: Etiologias Comuns • Síndrome coronariana aguda, que envolve ramos da artéria coronária esquerda. • Sintomas: dor torácica, falta de ar, redução do nível de consciência • Sinais: hipotensão, choque, congestão pulmonar, ICC, IAM Em particular, envolve a artéria descendente anterior esquerda (DAE) e os ramos para o septo interventricular (ramos de irrigação do feixe) © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 48 Figura 26. Bloqueio AV de terceiro grau: ondas P regulares de 50 a 55 por minuto; “batimentos de escape” ventricular regular em 35 a 40 por minuto; sem relação entre as ondas P e os batimentos de escape. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 49 Desfibrilação © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 50 Parte 1—Desfibrilação e Segurança Desfibrilação Manual Uso do Desfibrilador Manual/ Monitor Quando utilizar um desfibrilador manual/monitor, faça uma análise do ritmo, conforme indicado no Algoritmo de Parada Cardíaca Sem Pulso. Essa análise pode ser feita fixando-se as pás adesivas de desfibrilação ou colocando as pás do desfibrilador no tórax da vítima (com gel ou superfície de condução adequada) e usando o modo de pá “quick look”. Como as pás adesivas do monitor/desfibrilador são tão eficazes quanto as pás com gel ou as pastas e as pás convencionais, as pás descartáveis podem ser colocadas antes da parada cardíaca, para permitir a monitorização e a rápida aplicação de um choque, quando necessário. Assim, as pás adesivas devem ser utilizadas de rotina, ao invés das pás convencionais. Quando utilizar pás convencionais ou pás descartáveis adesivas, o profissional de saúde em SAVC deve ser muito cuidadoso para não adiar a aplicação do choque e, durante a RCP, para minimizar o tempo entre a última compressão e a aplicação do choque. Já foi demonstrado que o adiamento na aplicação do primeiro choque dura aproximadamente 20 a 30 segundos, um tempo que não é mais aceitável. Caso a RCP esteja em evolução, as compressões torácicas devem continuar até as pás adesivas do desfibrilador serem fixadas no tórax e o desfibrilador manual estar pronto para analisar o ritmo. Quando você identificar a presença de FV/TV sem pulso, aplique 1 choque imediatamente. Use os seguintes níveis de energia: • Bifásico manual: nível de energia específico para cada dispositivo (tipicamente, uma carga selecionada de 120 J com onda bifásica retilínea e uma carga selecionada de 150 J a 200 J com onda exponencial truncada bifásica); caso você não saiba qual é a carga específica do dispositivo eficaz para reverter a FV, use 200 J • Monofásico: 360 J Após aplicar o choque, reinicie a RCP imediatamente, aplicando compressões fortes e rápidas (freqüência de compressão de 100 por minuto). Permita o total retorno do tórax após cada compressão e minimize as interrupções nas compressões. Fixação das 3 A maioria dos monitores utiliza 3 derivações: branca, vermelha e preta. Derivações do “BRANCO à DIREITA” Monitor “VERMELHO para as COSTELAS” “E a DERIVAÇÃO QUE SOBROU para o OMBRO ESQUERDO” A tabela abaixo explica essas orientações em mais detalhes. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 51 Fixe... Onde… A DERIVAÇÃO BRANCA para a DIREITA Lado direito do tórax, imediatamente abaixo da clavícula direita A DERIVAÇÃO VERMELHA para as COSTELAS Linha média da axila esquerda, abaixo do ponto esperado de impulso máximo do coração (ictus cordis) A DERIVAÇÃO QUE SOBROU para o OMBRO ESQUERDO Lado esquerdo do torso, imediatamente abaixo da extremidade distal da clavícula esquerda Segurança e Afastamento do Paciente Afastamento Para garantir a segurança durante a desfibrilação manual ou automática, a pesdo Profissional soa que opera o desfibrilador deve sempre anunciar que um choque está prestes de Saúde e de a ser aplicado e realizar uma inspeção visual para assegurar-se de que ninguém Sua Equipe tenha contato com o paciente. O operador é responsável pelo “afastamento” dos profissionais de saúde do paciente antes da aplicação de cada choque. Sempre que você utilizar um desfibrilador, faça com firmeza “um aviso de afastamento por causa de desfibrilação” antes de aplicar cada choque. O objetivo deste aviso é assegurar que ninguém terá qualquer tipo de contato com o paciente e que não haverá fluxo de oxigênio passando pelo tórax do paciente ou no ar ambiente, pelas pás adesivas. Você deve fazer esse aviso rapidamente, para minimizar o tempo desde a última compressão até a aplicação do choque. Por exemplo: • “Vou aplicar o choque em 3 segundos. Um, eu estou afastado” (Certifiquese de que você não tenha contato com o paciente, a maca ou com outros equipamentos.) • “Dois, você está afastado”. (Certifique-se de que ninguém tenha contato com o paciente. “Ninguém” inclui os profissionais de saúde que realizam as compressões torácicas, os que aplicam os cateteres de acesso IV e os que fazem a ventilação e a manutenção da via aérea.) Certifique-se de que todos da equipe se afastem do paciente, removam suas mãos do paciente e não tenham contato com qualquer dispositivo ou objeto que esteja em contato com o paciente. Qualquer pessoa que tenha contato indireto com o paciente, como um membro da equipe que está segurando a bolsa de ventilação fixada a um tubo endotraqueal, também deve afastar-se e não ter contato com o paciente. A pessoa responsável por dar suporte à via aérea e pela aplicação de ventilação deve assegurar-se de que o oxigênio não está fluindo ao redor das pás adesivas (ou pás convencionais) ou sobre o tórax do paciente. • “Três, todos estão afastados”. (Faça uma verificação visual, para certificarse de que ninguém tenha contato com o paciente ou com a maca.) © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 52 Você não precisa usar essas palavras exatamente. Mas é imperativo que você avise os outros membros de que está prestes a aplicar um choque e que todos devem ficar afastados. Os DEAs mais modernos e os desfibriladores manuais usam ondas bifásicas. Nota Final Separe um tempo para aprender a operar o desfibrilador usado em seu amSobre os Desfibriladores biente de trabalho e conhecer as regulagens de energia. Lembre-se, a pronta desfibrilação aumenta a chance de sobrevivência do paciente. Esse princípio é verdadeiro, independentemente do tipo de desfibrilador ou de onda utilizado. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 53 Parte 2 — Lista de Checagem do DEA Lista de Checagem do DEA Pronto para Uso Lista de Checagem Diária/Semanal Data ________________ Período de Cobertura _________ até ___________ Nome/Identificação da Organização _______________________________________________ Fabricante/Modelo No ______________________________________ Número de Série ____________ No início de cada turno ou em um momento determinado, inspecione o dispositivo usando esta lista de checagem. Anote quaisquer inconsistências, problemas e ações corretivas que sejam realizadas. Caso o dispositivo não esteja pronto para uso ou esteja fora de serviço, escreva FDS na linha “dia do mês” e anote os problemas no local especificado para escrever a ação corretiva. 1. Unidade de desfibrilador a. Limpo, sem respingos, desobstruído b. Estojo intacto 2. Cabos de desfibrilação e conectores a. Inspecione para verificar a presença de rachaduras, fios partidos ou danos b. Os conectores se adaptam com segurança 3. Suprimentos disponíveis a. Dois conjuntos de pás descartáveis de desfibrilador dentro do prazo de validade e em embalagens seladas b. Equipamento de proteção individual — luvas, dispositivo de barreira (ou equivalente) c. Lâmina de barbear e tesouras d. Toalha de mão e. Dispositivo sobressalente de documentação de eventos* f. Fita de ritmo* g. Eletrodos para monitorização do ECG* h. Módulo/chave SAV (ou equivalente)* 4. Fornecimento de energia elétrica a. Verifique se a(s) bateria(s) totalmente carregada(s) estão em posição b. Verifique se há baterias carregadas sobressalentes disponíveis* c. Troque as baterias conforme as especificações do fabricante* d. Verificar se a eletricidade tipo corrente alternada (AC) está ligada* 5. Indicadores e tela mostradora a. Mostrador LIGADO e autoteste OK* b. Mostrador do monitor ECG funcionando* c. Ausência de mensagem de erro/indicação de erro ou de necessidade de reparação* d. Tempo correto no mostrador/dispositivo; sincronizado com centro médico regulador 6. Fita de ritmo e dispositivo de documentação do evento a. O dispositivo de documentação do evento em posição e funcionando* b. Fita de ritmo adequada para o ECG* c. Gravador de ECG funcionando* 7. Ciclo de carga/apresentação para desfibrilação a. Teste segundo o procedimento recomendado pelo fabricante b. Identifica um ritmo chocável* c. Carrega a níveis adequados de energia* d. Descarga aceitável detectada* 8. O DEA retornou pronto para uso no paciente *Aplicável somente se o dispositivo tiver essa capacidade ou característica ou se requisitado pelas autoridades médicas. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association Registro da Ação Corretiva ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ Dia do Mês/ Assinatura/Unidade Nº 1. __________________ 2. __________________ 3. __________________ 4. __________________ 5. __________________ 6. __________________ 7. __________________ 8. __________________ 9. __________________ 10. __________________ 11. __________________ 12. __________________ 13. __________________ 14. __________________ 15. __________________ 16. __________________ 17. __________________ 18. __________________ 19. __________________ 20. __________________ 21. __________________ 22. __________________ 23. __________________ 24. __________________ 25. __________________ 26. __________________ 27. __________________ 28. __________________ 29. __________________ 30. __________________ 31. __________________ Exemplo de registro: 5. John Jones (assinatura) / Dispositivo 2 checado dispositivo 2 verificado no dia 5 desse mês e encontra-se pronto para uso 54 Vias de Acesso para Medicações © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 55 Parte 1—Introdução Prioridades Corretas Historicamente em SAVC, os medicamentos eram administrados por via intravenosa (IV) ou endotraqueal. Mas novas opiniões científicas e de consenso têm dados novas prioridades para ambas as vias de acesso e para a administração de medicamentos. Lembre-se, nenhum medicamento administrado durante a parada cardíaca demonstrou melhorar a sobrevivência à alta hospitalar ou melhorar a função neurológica após uma parada cardíaca. • A RCP de alta qualidade e a desfibrilação precoce são as principais prioridades durante a parada cardíaca. • A administração de medicamentos é de importância secundária. • A colocação de uma via aérea avançada para a administração de medicamentos ou para a realização de ventilação é de importância secundária, a menos que a ventilação com bolsa-valva-máscara não seja eficaz. A absorção dos medicamentos administrados por via endotraqueal é imprevisível e a dosagem ideal ainda é desconhecida. Por isso, a via IO é preferível, quando o acesso IV não estiver disponível. Via Intravenosa O acesso periférico AV é preferível para a administração de medicamentos e fluidos. Um cateter de acesso central não é necessário durante a maioria das tentativas de ressuscitação. Tentar inserir um cateter central pode interromper a RCP. Além disso, a RCP pode causar complicações durante a inserção do cateter central, como laceração vascular, hematomas e sangramento. A inserção de um cateter central em uma área não compressível de uma veia é uma contra-indicação relativa para a terapia fibrinolítica (isto é, para o paciente com um IAMEST e parada cardíaca súbita). Não deve haver necessidade de interromper a RCP para estabelecer um acesso periférico. Qualquer medicamento precisa tipicamente de 1 a 2 minutos para alcançar a circulação central, quando administrado pela via IV periférica. Tenha isso em mente durante a RCP. Os medicamentos que você administra com base na análise do ritmo não terão efeito até serem infundidos no paciente e terem circulado pela corrente sangüínea gerada durante a RCP. Caso você opte pela via venosa periférica, administre o medicamento em injeção em bolo e prossiga com 20 ml de bolo de fluido IV. Eleve a extremidade por 10 a 20 segundos para facilitar sua distribuição para a circulação central. Via Intra-Óssea Use a via IO para aplicar medicamentos e fluidos durante a tentativa de ressuscitação, caso a via IV não esteja disponível. O acesso IO é seguro e eficaz para a ressuscitação com fluidos, para a aplicação de medicamentos e para coleta de sangue para avaliação laboratorial. O acesso IO pode ser estabelecido em vítimas de qualquer faixa etária. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 56 Qualquer medicamento ou fluido que possa ser administrado por via IV, também pode ser administrado por via IO. A via IO é preferível à endotraqueal. A canulação IO fornece acesso para um plexo venoso não colapsável na medula óssea. Esta rede vascular fornece uma via rápida, segura e confiável para a administração de medicamentos cristalóides, colóides e sangue durante a tentativa de ressuscitação. Freqüentemente, é possível alcançar o acesso IO em 30 a 60 segundos. A técnica usa uma agulha rígida, preferivelmente uma agulha para medula óssea ou para IO, desenhada especificamente para este fim. É preferível usar uma agulha IO com estilete que sem estilete, pois esse dispositivo evita a obstrução da agulha com osso cortical durante a inserção. As agulhas modelo butterfly e as agulhas hipodérmicas convencionais também podem ser utilizadas. Via Endotraqueal As vias de administração IV e IO são preferíveis à via endotraqueal durante a RCP. Ao considerar o uso da via endotraqueal durante a RCP, tenha em mente os seguintes conceitos: • A dose ideal da maioria dos medicamentos administrados por via endotraqueal é desconhecida • A dose típica dos medicamentos administrados por via endotraqueal é 2 a 2½ vezes a dose administrada por via IV. • Para administrar medicamentos pela via endotraqueal, dilua a dose em 5 a 10 ml de água ou de solução salina normal e injete o medicamento diretamente no tubo endotraqueal. Prossiga com várias ventilações com pressão positiva. • Você pode administrar os seguintes medicamentos pela via endotraqueal durante a parada cardíaca: atropina, vasopressina, epinefrina e lidocaína. A regra mnemônica NAVEL é freqüentemente usada para lembrar quais os medicamentos que podem ser administrados por via endotraqueal. Os medicamentos para parada cardíaca que podem ser administrados são: atropina (A), epinefrina (E), vasopressina (V) e lidocaína (L). O “N” significa naloxona, que é freqüentemente usada para depressão respiratória devida a opióides. Note que a absorção dos medicamentos e o efeito farmacológico são muito menos previsíveis quando administrados por via endotraqueal que quando pelas vias IV/IO. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 57 Parte 2 — Acesso Intravenoso Uso de Veias Os sítios mais comuns para o acesso IV são as mãos e os braços. Os sítios Periféricas preferidos são o dorso das mãos, os punhos e a fossa antecubital. De mapara Acesso IV neira ideal, somente as veias antecubitais devem ser usadas para a administração de medicamentos durante a RCP. Anatomia: Extremidades Superiores (Figura 27) Iniciando na face radial do punho, uma veia calibrosa, a veia radial superficial, corre lateralmente em direção à fossa antecubital e une-se à veia cefálica mediana para formar a veia cefálica. As veias superficiais na face ulnar do antebraço correm em direção ao cotovelo e unem-se à veia basílica mediana para formar a veia basílica. A veia cefálica do antebraço se bifurca em Y na fossa antecubital, tornando-se a veia cefálica mediana (lateralmente) e a basílica mediana (medialmente). A veia basílica passa em direção superior à face interna do braço, onde se une à veia braquial para tornar-se a veia axilar. A veia cefálica continua lateralmente, em direção superior no braço, cruzando anteriormente e com um trajeto profundo entre os músculos peitoral maior e deltóide. Após uma angulação aguda, ela une-se à veia axilar em ângulo de 90°. Esta angulação aguda torna a veia cefálica inadequada para a inserção de cateteres arteriais pulmonares venosos centrais. Técnica: Venopuntura Antecubital As veias superficiais mais calibrosas do braço estão situadas na fossa antecubital. Selecione estas veias para o acesso inicial, caso o paciente esteja em colapso circulatório ou em parada cardíaca (Figura 27). Selecione um ponto entre as junções das 2 veias antecubitais. A veia é mais estável nesse ponto e a venopuntura é mais freqüentemente bem sucedida. Kits especiais permitem o acesso venoso central mais simples, razão pela qual os profissionais de saúde atualmente quase nunca usam veias periféricas do membro inferior para acesso vascular. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 58 A Cefálica Mediana Axilar Cefálica Basílica Mediana B Figura 27. Venopuntura antecubital. A, Perspectiva do local à distância. B, Vista em aproximação da área antecubital: anatomia das veias da extremidade superior. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 59 Princípios Gerais do Acesso IV Depois de obter um acesso vascular, siga esses princípios importantes para a administração da terapia IV: • Se o paciente tornar-se estável após a parada cardíaca, remova a cânula inserida emergencialmente e substitua-a por uma nova cânula sob condições estéreis. Quando um acesso vascular de emergência é estabelecido fora do ambiente hospitalar, geralmente não há uma observação rigorosa das técnicas de assepsia na maioria das venopunturas de emergência, pois a velocidade é essencial e a equipe e os medicamentos são limitados. • As soluções IV são geralmente embaladas em frascos plásticos inquebráveis ou em sacos plásticos. Esprema os sacos plásticos antes de usar, para detectar punturas que possam levar à contaminação do conteúdo. • Evite adicionar medicamentos que possam ser absorvidos pelo saco plástico ou pelo tubo (p. ex., nitroglicerina IV). Se você precisar administrar esses medicamentos sem sistemas de infusão especiais, permita a absorção do medicamento quando você titular até a taxa de administração de medicamentos. • De maneira ideal, regule a taxa de infusão para pelo menos 10 ml/h, para manter patente o acesso IV. • Sistemas de cateter com travamento para solução salina são especialmente úteis para pacientes que têm circulação espontânea e precisam de injeções de medicamentos, mas não da infusão de volume IV. • Os sistemas mais atuais usam sítios de injeção sem agulha. Esses sistemas permitem que as infusões de medicamentos e de solução salina sejam feitas sem o uso de agulhas e sem os riscos associados às punturas das mesmas. • Evite deixar o braço com o acesso IV pendendo da maca. Coloque o braço da vítima no nível do coração ou levemente acima dele para facilitar a administração de fluidos e de medicação para a circulação central. • Durante a parada cardíaca, após a administração periférica de todos os medicamentos, administre um bolo de pelo menos 20 ml de solução em infusão IV. Esta infusão facilitará a distribuição do medicamento para a circulação central. Eleve a extremidade da vítima por 10 a 20 segundos para facilitar a administração do medicamento para a circulação central. • Conheça as complicações comuns de todas as técnicas IV. As complicações locais incluem a formação de hematomas, celulite, trombose e flebite. As complicações sistêmicas incluem a sepse, a tromboembolia pulmonar, a embolia aérea e a embolia por fragmentos do cateter. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 60 Parte 3 — Acesso Intra-Ósseo Introdução Quando o acesso venoso não pode ser alcançado rapidamente, o acesso intra-ósseo (IO) pode servir como uma via rápida, segura e confiável para a administração de medicamentos cristalóides, colóides e sangue. A canulação IO fornece acesso para um plexo venoso não colapsável na medula óssea e pode freqüentemente ser alcançado em 30 a 60 segundos. Esta técnica de acesso vascular é adequada para pessoas de todas as faixas etárias, desde neonatos pré-termo até adultos. Agulhas A técnica utiliza uma agulha rígida, de preferência uma agulha para medula óssea do tipo Jamshidi ou uma agulha IO, desenhada especificamente para esse fim. Uma agulha IO com estilete é preferível a uma agulha sem estilete, pois o estilete pode evitar a obstrução da agulha com osso cortical durante a inserção. Os kits com agulhas desenhadas especialmente para esse fim estão disponíveis comercialmente. No passado, a maior densidade óssea nas crianças mais velhas e nos adultos dificultava a penetração de agulhas IO menos calibrosas no osso sem que curvassem. Com o desenvolvimento de sistemas de cânula IO para adultos, o acesso IO é agora mais simples de se obter em crianças mais velhas e em adultos. Sítios Muitos sítios são adequados para a infusão IO. Para crianças pequenas, a porção proximal da tíbia, imediatamente abaixo da placa de crescimento, a diáfise, é o sítio mais comumente utilizado. Em crianças mais velhas e adultos, os sítios de inserção IO bem sucedidos incluem o osso esterno, a porção distal da tíbia imediatamente acima do maléolo medial, os maléolos lateral e medial, a porção distal do rádio e a distal da ulna, a porção distal do fêmur e a espinha ilíaca anterior superior. Indicações e Os medicamentos para ressuscitação, os fluidos e os produtos derivados Administração do sangue podem ser administrados com segurança por via IO. As infusões contínuas de catecolaminas também podem ser fornecidas por essa via. O início da ação e os níveis dos medicamentos após a infusão IO durante a RCP são comparáveis aos obtidos para as vias de administração vasculares, incluindo o acesso venoso central. Ao fornecer medicamentos e fluidos pela via IO, lembre-se do seguinte: • Faça uma infusão de toda a medicação com 5 a 10 ml de solução salina normal para facilitar a aplicação para a circulação central. • Administre os medicamentos e soluções viscosos e os fluidos para um rápido restabelecimento do volume sob pressão, usando uma bomba de infusão, uma bolsa de pressão, ou uma pressão manual forçada para superar a resistência das veias emissárias. Alguns profissionais expressaram preocupação de que a infusão de sangue sob alta pressão possa induzir a hemólise. Mas, estudos em animais experimentais não conseguiram documentar esse problema. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 61 Complicações As complicações da infusão IO incluem a fratura da tíbia, a síndrome do compartimento da extremidade inferior e um extravasamento extremo de medicações e a osteomielite. Mas < 1% dos pacientes tiveram complicações após a infusão IO. Uma técnica cuidadosa ajuda a evitar essas complicações. ContraIndicações As contra-indicações absolutas para o acesso IO são as seguintes: • Fraturas e lesões por esmagamento, próximas ao sítio de acesso • Condições nas quais o osso esteja frágil, tais como a osteogênese imperfeita • Tentativas prévias de estabelecer um acesso no mesmo osso Evite a canulação IO, se houver infecção nos tecidos suprajacentes Equipamento Necessário Os seguintes equipamentos são necessários para estabelecer o acesso IO: Procedimento Os passos para estabelecer o acesso IO usando a tuberosidade tibial como um sítio de acesso para exemplificação são: • • • • • • Luvas Desinfetante para pele Agulha IO (calibre 16 ou 18) ou agulha para medula óssea Fita adesiva Seringa Fluido cristalóide isotônico e tubo intravenoso Passo Ação 1 • Sempre use as precauções universais, ao tentar um acesso vascular. Desinfete a pele suprajacente e as áreas circundantes com um agente desinfetante adequado. • Identifique a tuberosidade da tíbia imediatamente abaixo da articulação do joelho. O sítio de inserção é a parte plana da tíbia, 1 ou 2 dedos de largura abaixo e medialmente à essa proeminência óssea. A figura 28 mostra os sítios para o acesso IO. 2 • O estilete deve permanecer em posição durante a inserção para impedir que a agulha fique obstruída com osso ou tecido. • Estabilize a perna, para facilitar a inserção da agulha. Não coloque sua mão atrás da perna. 3 • Insira a agulha de forma que ela fique perpendicular à tíbia (quando colocar uma agulha IO em outras localizações, introduza-a ligeiramente afastada do espaço articular mais próximo para reduzir o risco de lesão das epífises ou da articulação, mas mantenha a agulha o mais perpendicular ao osso possível para evitar que curve.) GIRE – NÃO PRESSIONE – A AGULHA. • Faça um movimento giratório, com pressão suave, mas firme. Algumas agulhas IO têm rosca. Estas roscas devem ser giradas em sentido horário e parafusadas no osso. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 62 4 Continue a inserir a agulha através do osso cortical, até a liberação súbita da resistência. (Esta liberação ocorre à medida que a agulha penetra no espaço medular.) Se a agulha for colocada corretamente, ela ficará em posição com facilidade, sem necessidade de suporte. A Maléolo medial Superfície plana medial anterior da tíbia Fêmur B Espinha ilíaca posterior superior C Crista ilíaca Espinha ilíaca anterior superior Face distal da tíbia Figura 28. A, Localização para a inserção IO na porção distal da tíbia e no fêmur. B, Localização para inserção IO na crista ilíaca. C, Localização para inserção IO na porção distal da tíbia. 5 • Remova o estilete e fixe uma seringa. • A aspiração do conteúdo da medula óssea e de sangue no canhão da agulha confirma o posicionamento adequado. Você pode mandar este sangue para uma avaliação laboratorial. (Nota: O sangue ou a medula óssea podem não ser aspirados em todos os casos.) • Infunda um pequeno volume de solução salina e observe se há inchaço no sítio de inserção. Também cheque a extremidade atrás do sítio de inserção no caso da agulha ter penetrado no osso cortical posterior. Com a injeção de solução salina da seringa, o fluido deve infundir-se com facilidade, sem evidências de inchaço no sítio de aplicação. • Caso a injeção de teste não seja bem sucedida (ou seja, se você observar infiltração/inchaço sobre ou próximo ao sítio de inserção), remova a agulha e tente o procedimento em outro osso. Se a cortical óssea for penetrada, uma outra agulha colocada na mesma extremidade permitirá que os fluidos ou medicamentos escapem do orifício original e infiltrem-se nos tecidos moles, talvez causando lesões. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 63 6 Há vários métodos para estabilizar a agulha. Ponha uma fita adesiva sobre a aleta da agulha, para dar suporte. Coloque compressas de gaze em ambos os lados da agulha, para um suporte adicional. 7 Quando conectar um tubo IV, fixe-o à pele da vítima com fita adesiva para evitar o deslocamento da agulha ao pressionar o tubo. 8 A reposição de volume nas tentativas de ressuscitação pode ser feita por um dispositivo fixado na extensão do tubo ou por infusão de pressão sobre o fluido. Quando utilizar uma bolsa de fluido pressurizado, tenha cuidado para evitar a embolia com ar. Outros métodos de administração são: • Use uma injeção em bolo através de uma porta para medicação no tubo IV (dispositivo trifásico não necessário). • Fixe uma trava de solução salina na cânula IO e depois forneça bolos através dessa trava. 9 Qualquer medicação que possa ser administrada por via IV pode ser administrada pela via IO, incluindo a infusão de medicamentos vasoativos (p. ex., infusão de epinefrina). Todas as medicações devem ser seguidas de uma infusão de solução salina. Seguimento É importante fazer um seguimento após o estabelecimento de um acesso IO. Siga as seguintes regras: • Cheque o sítio freqüentemente para ver se há sinais de inchaço. • Cheque o sítio freqüentemente para ver se a agulha se deslocou. A aplicação de fluidos ou medicamentos através de uma agulha deslocada pode causar complicações graves (p. ex., necrose tecidual ou síndrome compartimental). • Substitua o acesso IO por um acesso vascular, tão logo seja razoável. As agulhas IO devem ser usadas por curtos períodos de tempo, geralmente < 24 horas. A substituição por um acesso vascular de longo prazo é geralmente feita na unidade de terapia intensiva. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 64 Síndromes Coronarianas Agudas © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 65 Parte 1 — Localização do Infarto IAMEST e Bloqueio Cardíaco Infarto Ventricular Direito Os pacientes com infarto ventricular direito (VD) ou inferior freqüentemente apresentam excesso de tono parassimpático. Uma descarga parassimpática inadequada pode causar bradicardia sintomática e hipotensão. Se houver hipotensão, geralmente será devida a uma combinação de hipovolemia (redução da pressão de enchimento do ventrículo esquerdo [VE]) e bradicardia. • Faça uma infusão cuidadosa de fluido com solução salina normal (250 a 500 ml com base na avaliação clínica). Repita a administração de fluidos (tipicamente até 1 a 2 litros), caso exista melhora e não surjam sintomas ou sinais de insuficiência cardíaca ou de sobrecarga de volume. Reavalie o paciente antes de cada administração de fluidos. Para pacientes com infarto VD e hipotensão, a administração de volume pode salvar vidas. Quando há hipotensão, uma freqüência cardíaca lenta é inadequada. A freqüência cardíaca deve ser mais rápida na presença de pressão arterial baixa. Uma administração de fluido em bolo aumenta a pressão de enchimento do VD - aumentando a força de contração do VD (mecanismo Starling) - o fluxo de sangue para os pulmões e, por fim, a pressão de enchimento do VE e o débito cardíaco. Bloqueio AV com IAM Inferior O infarto agudo da parede inferior do miocárdio (geralmente um evento da artéria coronária direita) pode resultar em um bloqueio AV sintomático de segundo ou terceiro graus, com um ritmo de escape de complexo estreito, juncional. Contudo, se o paciente permanecer assintomático e hemodinamicamente estável, a colocação de marca-passo transcutâneo (TCP) e transvenoso não está indicada. Monitorize o ritmo do paciente e prepare para a colocação de um marca-passo transcutâneo se houver desenvolvimento de um bloqueio de alto grau e se o paciente tornar-se sintomático ou instável antes da avaliação por um especialista em cardiologia. • O bloqueio cardíaco freqüentemente se desenvolve por excesso de tono vagal e isquemia do nó atrioventricular. O paciente pode permanecer estável se as células do marca-passo juncional puderem funcionar e manter uma freqüência ventricular adequada. Esse ritmo geralmente tem um complexo QRS estreito e uma freqüência ventricular de 40 a 60 por minuto. A menos que uma grande extensão do miocárdio esteja disfuncional ou existam condições comórbidas, o paciente freqüentemente estará estável. • Se a bradicardia for sintomática, siga o Algoritmo de Bradicardia. • Prepare para a colocação de um marca-passo transcutâneo (MPTC). © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 66 • Use atropina para aumentar a freqüência cardíaca e a pressão arterial, se o paciente tornar-se sintomático. A dose inicial de atropina recomendada é de 0,5 mg IV. Evite excesso de atropina. Use somente a dose necessária para estabilizar o paciente. O excesso de atropina pode aumentar a isquemia, por aumento da freqüência cardíaca e da contratilidade – fatores determinantes importantes do consumo de oxigênio pelo miocárdio. • Caso não haja resposta à atropina e ao TCP, siga o Algoritmo de Bradicardia e considere infusão de epinefrina (2 a 10 μg/min) ou dopamina (2 a 10 μg/kg por minuto). • Os defeitos de condução são freqüentemente transitórios. Contudo, você deve manter o MPTC em compasso de espera para esses pacientes. • A avaliação do bloqueio AV em pacientes com IAM pode ser difícil. Solicite imediatamente a avaliação e recomendações de um especialista (p. ex., realização de marca-passo transcutâneo temporário). © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 67 Parte 2 — Lista de Checagem para Fibrinolíticos LISTA DE CHECAGEM DE DOR TORÁCICA PARA FIBRINOLÍTICOS EM PACIENTES COM IAMEST Passo Um: O paciente sentiu desconforto torácico por mais de 15 minutos e menos de 12 horas? SIM NÃO O ECG mostra IAMEST ou BRE novo ou presumivelmente novo? PARE SIM Passo Dois: NÃO Há contra-indicações para fibrinólise? Caso QUALQUER alternativa a seguir seja SIM, a fibrinólise PODE estar contra-indicada. PA sistólica maior que 180 mmHg SIM NÃO PA diastólica maior que 110 mmHg SIM NÃO Diferença da PA sistólica no braço direito x esquerdo maior que 15 mmHg SIM NÃO História de doença estrutural do sistema nervoso central SIM NÃO Trauma fechado significativo da cabeça/face nos 3 meses anteriores SIM NÃO Trauma maior recente (nas últimas 6 semanas), cirurgia (inclusive cirurgia ocular com laser), sangramento GI/GU SIM NÃO Problema de sangramento ou coagulação ou fazendo uso de anticoagulantes SIM NÃO RCP por mais de 10 minutos SIM NÃO Está grávida SIM NÃO SIM NÃO Doença sistêmica grave (p. ex., câncer em estágio avançado/terminal, doença hepática ou renal grave) Passo Três: O paciente é de alto risco? Caso QUALQUER alternativa a seguir seja SIM, CONSIDERE a possibilidade de transferência para uma unidade com ICP Freqüência cardíaca maior ou igual a 100 bpm E PA sistólica menor que 100 mmHg SIM NÃO Edema pulmonar (estertores) SIM NÃO Sinais de choque (pele fria e úmida) SIM NÃO Contra-indicações para terapia fibrinolítica SIM NÃO Figura 29. Lista de Checagem para Fibrinolíticos © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 68 Acidente Vascular Cerebral © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 69 Lista de Checagem de Fibrinolíticos para AVC Tabela 3. Lista de Checagem de Fibrinolíticos para Pacientes com AVC Isquêmico Agudo Todos os quadros devem ser preenchidos antes do tPA poder ser administrado. Nota: A lista de checagem abaixo inclui as indicações e contra-indicações aprovadas pela FDA para administração de tPA para AVC isquêmico agudo. Um médico com experiência em cuidados para o AVC agudo pode modificar esta lista. Critérios de Inclusão (todos os quadros marcados Sim nesta seção devem estar marcados): Sim Idade igual ou superior a 18 anos? Diagnóstico clínico de AVC isquêmico com um deficit neurológico mensurável? Tempo de início dos sintomas (a última vez em que o paciente foi visto normal) bem estabelecido como sendo < 180 minutos (3 horas) antes do início do tratamento? Critérios de Exclusão (todos os quadros Não na seção “Contra-Indicações” devem estar marcados): Contra-indicações: Não Evidências de hemorragia intracraniana na TC cerebral não contrastada, pré-tratamento? Apresentação clínica sugestiva de hemorragia subaracnóidea, mesmo com TC normal? A TC demonstra infarto multilobar (hipodensidade maior que um terço do hemisfério cerebral)? História de hemorragia intracraniana? Hipertensão não controlada: No momento em que o tratamento deveria iniciar, a pressão sistólica permanece > 185 mmHg ou a pressão diastólica permanece > 110 mmHg, apesar de repetidas mensurações? Aneurisma, neoplasia ou malformação arteriovenosa conhecida? Convulsão testemunhada no início do AVC? Sangramento interno ativo ou trauma agudo (fratura)? Diátese hemorrágica aguda incluindo, mas não se limitando a – Contagem de plaquetas < 100.000/mm3? – Heparina nas últimas 48 horas, resultando em um tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) maior que o limite superior da normalidade para o exame laboratorial? – Uso atual de anticoagulantes (p. ex., varfarina sódica) que tenha produzido uma elevação do índice de normalização internacional (INR) > 1,7 ou um tempo de protrombina (TP) > 15 segundos?* Foi submetido a cirurgia intracraniana ou intramedular, sofreu traumatismo craniano grave ou AVC nos últimos 3 meses? Punção arterial em local não compressível, nos últimos 7 dias? Contra-indicações Relativas/Precauções: Experiências recentes sugerem que, sob algumas circunstâncias – com a consideração cuidadosa e a ponderação da relação risco-benefício – os pacientes podem receber terapia fibrinolítica, apesar de uma ou mais contra-indicações relativas. Considere cuidadosamente os prós e os contras da administração de tPA, se houver quaisquer dessas contra-indicações relativas: • Somente sintomas de AVC menores ou melhorando rapidamente (melhorando espontaneamente) • Nos primeiros 14 dias de cirurgia maior ou trauma grave • Hemorragia do trato urinário ou gastrintestinal recente (nos últimos 21 dias) • Infarto agudo de miocárdio recente (nos últimos 3 meses) • Pericardite pós-infarto do miocárdio • Nível glicêmico anormal (< 50 ou > 400 mg/dl [< 2,8 ou >22,2 mmol/l]) * Em pacientes sem uso recente de anticoagulantes orais ou heparina, o tratamento com tPA pode ser iniciado antes da disponibilidade dos resultados de exames de coagulação, mas deve ser suspenso se o INR for > 1,7 ou o tempo de tromboplastina parcial for elevado para os padrões laboratoriais locais. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 70 Equipes de Emergência Médica (ou de Resposta Rápida) para Evitar a Parada Cardíaca no Hospital © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 71 Introdução A mortalidade por parada cardíaca no hospital permanece alta. O índice médio de sobrevivência é de aproximadamente 17%, apesar dos avanços significativos nos procedimentos terapêuticos. Os índices de sobrevivência são especialmente baixos para a parada associada a ritmos que não a fibrilação ventricular (FV)/taquicardia ventricular (TV). Os ritmos não FV/TV estão presentes em mais de 75% das paradas ocorridas em ambiente hospitalar. Muitas paradas que ocorrem no hospital são precedidas de alterações fisiológicas facilmente reconhecíveis, muitas das quais evidenciadas pela monitorização rotineira dos sinais vitais. Em estudos recentes, quase 80% dos pacientes hospitalizados com parada cardiorrespiratória tinham sinais vitais anormais documentados por até 8 horas antes da parada real. Esses achados sugerem que exista um período de aumento da instabilidade antes da ocorrência de uma parada. Da baixa porcentagem de pacientes com parada cardíaca hospitalar que experimentam o retorno da circulação espontânea e são admitidos na unidade de terapia intensiva, 80% acabam morrendo antes da alta. Em comparação, somente 44% dos pacientes sem parada, transferidos do pronto socorro para a unidade de tratamento intensivo em condições de emergência (isto é, antes que ocorra uma parada) morrem antes da alta hospitalar. Equipes de Parada Cardíaca (Hospitalar) As equipes de parada cardíaca provavelmente não evitarão as paradas, pois, geralmente, são chamadas somente após a parada ter ocorrido, em cuja circunstância o índice de mortalidade é superior a 80%. A abordagem para a parada cardíaca hospitalar variou muito nos últimos anos. Atualmente, a segurança do paciente e a prevenção da parada é o novo enfoque. A melhor maneira de melhorar as chances de sobrevivência do paciente que sofre uma parada cardiorrespiratória é evitar sua ocorrência. Por isso, o reconhecimento da deterioração clínica e a intervenção imediata para evitar a parada são aspectos enfocados e enfatizados atualmente. A avaliação rápida e a intervenção imediata para diversas condições fisiológicas anormais podem reduzir o número de paradas que ocorrem em ambiente hospitalar. A maioria das paradas cardiorrespiratórias em ambiente hospitalar deve ser classificada como “falha em socorrer”, ao invés de ser uma ocorrência isolada, inesperada e aleatória. Esta nova maneira de pensar requer uma mudança cultural significativa nas instituições hospitalares. Ações e intervenções precisam ser pró-ativas, com o objetivo de melhorar os índices de morbidade e mortalidade, ao invés de reagir a um evento catastrófico. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 72 Sistemas de Resposta Rápida – Equipe de Resposta Rápida Nas últimas décadas, hospitais em vários países têm desenvolvido sistemas para identificar e tratar precocemente a deterioração clínica dos pacientes. O objetivo desses sistemas de resposta rápida é melhorar a evolução do paciente, trazendo especialistas em cuidados críticos para o atendimento dos pacientes em enfermaria. Existem vários nomes para esses sistemas, como equipe de emergência médica, equipe de resposta rápida e equipe de avaliação rápida. – Equipe de Emergências Estes são os componentes básicos comuns para todos os sistemas de resMédicas posta rápida. O sucesso depende de muitos fatores. Inicialmente, o sucesso depende do acionamento de uma equipe de emergência médica por uma enfermeira do pronto socorro ou por uma enfermeira ou médico da enfermaria, utilizando critérios fisiológicos específicos para decidir quando acionar a equipe. A lista abaixo dá exemplos desses “critérios de acionamento” para pacientes adultos: • • • • • • • • • • • Via aérea ameaçada Freqüência respiratória < 6 ou > 30 respirações por minuto Freqüência cardíaca < 40 por minuto ou > 140 por minuto Pressão arterial sistólica < 90 mmHg Hipertensão sintomática Redução súbita no nível de consciência Agitação inexplicada Convulsão Queda significativa no débito urinário Enfermeira ou profissional de saúde preocupado com o paciente Critérios subjetivos também podem ser utilizados O sistema é criticamente dependente da enfermeira primária identificar e agir com base em critérios específicos para imediatamente acionar a equipe de emergência médica para o leito do paciente. A equipe de emergência médica consiste tipicamente de profissionais de saúde com experiência em cuidados de emergência e cuidados críticos, além de habilidades para dar suporte imediato às intervenções em situações de cuidados críticos. A equipe de emergência médica é responsável por realizar uma avaliação rápida do paciente e iniciar o tratamento adequado para reverter a deterioração fisiológica e evitar uma evolução inadequada. Estudos Publicados A maioria dos estudos publicados “antes e depois” das equipes de emergência médica ou dos sistemas de resposta rápida demonstra uma queda de 17% a 65% na freqüência cardíaca após a intervenção. Os outros benefícios documentados para esse sistema são: redução nas transferências de emergências não planejadas para a unidade de terapia intensiva (UTI), redução do tempo de permanência na UTI e do índice de hospitalização total, reduções nos índices de morbidade e mortalidade pós-operatória e melhora nos índices de sobrevivência a uma parada cardíaca. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 73 O ensaio MERIT, publicado recentemente, é o único ensaio randomizado e controlado que comparou hospitais com e sem equipes de emergência médica. O estudo não demonstrou uma diferença direta da evolução composta (parada cardíaca, morte inesperada, admissão não planejada à UTI) entre 12 hospitais equipes de emergência médica e 11 hospitais sem equipes de emergência médica. Pesquisas adicionais são necessárias para avaliar os detalhes clínicos da implementação e eficácia potencial das equipes de emergência médica na prevenção da parada cardíaca ou na melhora de outros parâmetros de evolução importantes para o paciente. Implementação de Um Sistema de Resposta Rápida Implementar qualquer tipo de sistema de resposta rápida exige uma modificação cultural significativa na maioria dos hospitais. Aqueles que planejam e gerenciam o sistema devem prestar atenção especial aos aspectos que poderiam impedir que o sistema fosse usado de maneira eficaz. Exemplos desses aspectos preocupantes são: recursos insuficientes, orientação inadequada, medo de acionar a equipe, medo de perder o controle do tratamento do paciente e resistência pelos membros da equipe. A implementação de um sistema de resposta rápida ou de uma uma equipe de emergência médica requer uma orientação contínua, com coleta criteriosa dos dados, revisão e reavaliação. O desenvolvimento e a manutenção desses programas requerem um comprometimento financeiro e cultural a longo prazo por parte da administração do hospital, que deve entender que os benefícios potenciais do sistema (redução do uso de recursos e melhora dos índices de sobrevivência) podem ter desdobramentos financeiros positivos independentes. Os administradores hospitalares e os profissionais de saúde precisam reorientar sua abordagem para os eventos médicos de emergência e devem desenvolver uma cultura de segurança do paciente, com o objetivo primário de reduzir a morbidade e a mortalidade. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 74 Abrangência Humana, Ética e Legal do ACE e SAVC © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 75 Parte 1 — Questões Ligadas aos Profissionais de Saúde e às Testemunhas Qual o Índice de Sucesso da RCP, da Desfibrilação e do SAVC? Muitos especialistas em saúde pública consideram que o treinamento em RCP seja a iniciativa de saúde pública mais bem sucedida dos tempos atuais. Milhões de pessoas se prepararam para realizar ações que salvam vidas de um ser humano. Mas, apesar de nossos melhores esforços, na maioria dos locais, 50% ou mais das tentativas de ressuscitação fora do hospital não são bem sucedidas. A RCP realizada em ambiente doméstico ou em público resulta em um retorno da circulação espontânea (RCE) – isto é, mesmo um retorno temporário de um ritmo adequado – somente cerca de 50% das vezes. Tragicamente, mesmo quando ocorre o retorno da circulação espontânea, somente cerca de 50% dos pacientes com parada cardíaca com FV admitidos ao pronto-socorro e ao hospital sobrevivem e voltam para casa. Isso significa que 3 de cada 4 tentativas de RCP pré-hospitalares serão “mal sucedidas” em termos de sobrevida livre de seqüelas neurológicas à alta hospitalar. Além disso, existe um índice de mortalidade > 80% para a parada cardíaca hospitalar. Devemos levar em consideração e planejar as reações emocionais dos profissionais de saúde e das testemunhas para qualquer tentativa de ressuscitação. Isso é especialmente verdadeiro quando esse esforço parece ter sido “fracassado”. Orgulhese de Suas Habilidades Como Um Profissional de Saúde em SAVC Você deve se orgulhar de estar aprendendo a tornar-se um profissional de saúde de SAVC. Agora você pode ter certeza de que estará melhor preparado para fazer a coisa certa, quando suas habilidades profissionais forem necessárias. É claro que essas emergências podem ter evolução negativa. Você e os outros membros da equipe de emergência que chegam para ajudar na tentativa de ressuscitação podem não ser bem sucedidos para restaurar a vida. Algumas pessoas têm uma parada cardíaca, simplesmente porque chegaram ao fim da vida. Seu sucesso não será medido pela possibilidade do paciente com parada cardíaca viver ou morrer, mas pelo fato de você ter tentado e desempenhado bem suas funções, juntamente com a equipe. A simples realização das ações, seus esforços e tentativa de ajuda serão o real critério de julgamento de seu sucesso. Reações de Estresse Após as Tentativas de Ressuscitação Uma parada cardíaca é um evento dramático e emocional, especialmente se o paciente é um amigo ou um ente querido. A emergência pode envolver detalhes físicos desagradáveis, como, sangramento, vômitos e higiene inadequada. A emergência pode produzir reações emocionais fortes nos médicos, enfermeiras, circunstantes, socorristas leigos e na equipe do serviço de emergência. As tentativas mal sucedidas de ressuscitação podem estressar mais ainda o profissional de saúde, resultando em várias reações emocionais e sintomas físicos que podem perdurar até depois do término da situação de emergência original. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 76 É comum que uma pessoa experimente “pós-choques” emocionais depois de um evento desagradável. Essas reações de estresse geralmente ocorrem imediatamente depois ou nas primeiras horas após o evento. Algumas vezes, a resposta emocional ocorre mais tardiamente. Essas reações são freqüentes e normais. Não existe nada de errado com você ou com alguém que sofra essas reações após a ocorrência de um evento. Os psicólogos que trabalham com equipes profissionais de emergência sabem que os profissionais de saúde podem experimentar luto, ansiedade, raiva e culpa. As reações físicas típicas incluem dificuldade para dormir, fadiga, irritabilidade, alterações nos hábitos alimentares e confusão mental. Muitas pessoas dizem que eram incapazes de parar de pensar no evento. Lembre-se de que essas reações são comuns e normais. Elas não significam que você esteja “perturbado” ou “fraco”. Reações fortes simplesmente indicam que esse evento em particular teve um impacto significativo sobre você. Com a compreensão e o apoio dos amigos e dos entes queridos, as reações de estresse geralmente passam. Técnicas de Redução do Estresse em Profissionais de Saúde e Testemunhas Os psicólogos nos ensinam que uma das maneiras mais bem sucedidas de reduzir o estresse após um esforço de resgate é simples: falar sobre o assunto. Sente-se com outras pessoas que testemunharam o evento e falem sobre ele. A equipe do serviço de emergência que responde às chamadas de emergência em locais com desfibrilação feita por socorrista leigo é encorajada a oferecer apoio emocional aos socorristas leigos e aos circunstantes. Discussões mais formais, chamadas “reavaliação dos eventos críticos”, devem incluir não somente socorristas leigos, mas também os profissionais que responderam à situação de emergência. Nessas discussões, você será encorajado a descrever o que aconteceu. Não tenha medo de “reviver” o evento. É natural e saudável falar sobre ele. Descreva o que aconteceu, o que passou por sua mente durante os esforços de resgate, como você se sentiu naquele momento e como se sente agora. Tenha paciência consigo mesmo. Compreenda que muitas reações diminuirão em alguns dias. Compartilhar seus pensamentos e sentimentos com outros companheiros de trabalho, profissionais de saúde, colegas, membros da equipe do serviço de emergência ou amigos o ajudará a reduzir as reações de estresse e a recuperar-se delas. Outras fontes de apoio psicológico e emocional são os religiosos, o capelão da polícia, o capelão do corpo de bombeiros e as assistentes sociais do pronto socorro e do hospital. O instrutor de seu curso pode ser capaz de lhe dizer quais planos foram estabelecidos para a reavaliação dos eventos críticos em seu ambiente profissional. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 77 Barreiras Ansiedade de Desempenho Psicológicas à O Curso de SAVC para Profissional de Saúde ajuda a prepará-lo para resAção ponder adequadamente a futuras emergências. Os profissionais de saúde de SAVC têm expresso algumas preocupações comuns sobre a maneira de responder a emergências cardíacas súbitas: Vou ser chamado a atuar? Vou me lembrar dos passos da abordagem de SAVC? Vou me lembrar como realizar as habilidades de RCP, desfibrilação e intubação e os detalhes sobre as doses de medicamento e os passos nos algoritmos? Eu realmente vou saber responder à uma emergência real? Qualquer emergência que envolva um paciente com quem você tenha crescido, seja um amigo ou um familiar, produzirá uma reação emocional forte. Aspectos Desagradáveis da RCP E o que dizer sobre os aspectos desagradáveis ou inconvenientes da realização da RCP, tanto dentro quanto fora do hospital? Você será realmente capaz de realizar a ventilação de resgate boca–a–boca em um estranho? O que vai acontecer se o paciente estiver com hemorragia por causa de ferimentos na face? Essa manobra não é um risco de doença para um profissional de saúde sem o dispositivo de barreira, ao realizar a RCP? A RCP e a desfibrilação exigem que o profissional de saúde remova as roupas do tórax do paciente. Você não pode fixar as pás adesivas de desfibrilação, a menos que seja diretamente sobre a pele da vítima. O profissional de saúde deve abrir a blusa ou a camisa do paciente e precisa remover as roupas de baixo da vítima. A inibição e princípios morais podem fazer com que algumas pessoas hesitem antes de removerem as roupas de estranhos, especialmente na frente de muitas outras pessoas, em um local público. Todos estão familiarizados com o conceito de choques de desfibrilação, conforme demonstrado em filmes e em programas de televisão. Todos sabem que devem esperar pelo “salto” e pelas contrações musculares, sempre que um personagem grita “afastem-se” e aplica um choque. Esses choques parecem ser dolorosos. Você pode superar sua tendência natural de não machucar os outros, mesmo em uma situação de emergência, quando suas ações puderem salvar vidas? Freqüentemente, amigos e parentes estarão no local de uma emergência. Se você responder e atuar, essas pessoas o verão com orgulho, por você realizar atividades rapidamente, com eficiência e confiança. Essas barreiras psicológicas podem prejudicar uma resposta de emergência rápida, principalmente em ambientes onde esses eventos são raros. Não existem soluções fáceis para ajudar a superar essas barreiras psicológicas. Seu instrutor o ajudará a antecipar muitas das situações descritas acima. Os casos práticos incluem atividades de ensaio e simulação. Reflita bastante sobre como você responderia quando se vir frente a essas situações. A prática mental, mesmo quando não acompanhada da prática real, pode ajudar a melhorar seu desempenho futuro. Contudo, o melhor preparo é a prática freqüente com manequins, em situações e simulações realistas. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 78 Os líderes de todos os cursos que seguem as diretrizes da AHA estão cientes dos desafios mentais e emocionais oriundos dos esforços de ressuscitação. Você terá apoio, caso alguma vez participe de uma tentativa de ressuscitação. Você pode não vir a saber, durante muito tempo, se o paciente sobreviveu ou morreu. Caso a pessoa que você tentou ressuscitar acabar morrendo, conforme-se com a situação, sabendo que as ações que você realizou foram as melhores possíveis. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 79 Parte 2 — Aspectos Legais e Éticos A Coisa Certa a Fazer A AHA vem apoiando o treinamento em RCP na comunidade há mais de três décadas. Cidadãos que respondem a uma emergência e realizam a RCP têm salvado milhares de vidas. A AHA acredita que o treinamento na realização de RCP e no uso do DEA aumentará substancialmente o número de sobreviventes de parada cardíaca. Qualquer pessoa pode realizar a RCP de emergência, sem medo de sofrer ações legais. As compressões torácicas e a ventilação de resgate exigem um contato físico direto entre o profissional de saúde e o paciente. É mais provável que essas duas pessoas não se conheçam. Muito freqüentemente, o paciente em parada cardíaca pode morrer. Nos Estados Unidos, as pessoas podem acionar legalmente alguém quando acreditam que essa pessoa prejudicou a outra, mesmo não intencionalmente. Apesar desse aspecto legal, a RCP ainda é amplamente utilizada e têm sido acentuadamente livre de ações legais e penais. Apesar de alguns advogados terem entrado com ações legais contra profissionais de saúde que realizam RCP, nenhum “bom samaritano” jamais foi considerado culpado de prejudicar alguém enquanto estava realizando a RCP. Todos os 50 estados dos EUA têm leis do Bom Samaritano, que conferem imunidade a qualquer voluntário ou socorrista leigo que tente realizar a RCP em um esforço honesto e de “boa fé” para salvar uma vida. Uma pessoa é considerada bom samaritano se: • Estiver genuinamente tentando ajudar • A ajuda for razoável (você não pode realizar condutas inadequadas e grosseiras, isto é, ações que uma pessoa sensata, com o mesmo treinamento que você, jamais faria). • O esforço de resgate for voluntário e não fizer parte dos deveres profissionais do indivíduo A maioria das leis do Bom Samaritano protege pessoas leigas que realizam RCP, mesmo se elas não tiveram um treinamento formal. O objetivo dessa proteção é encorajar a formação de uma consciência ampla sobre as técnicas de ressuscitação e remover uma barreira, para envolver mais pessoas. A menos que se espere que você realize RCP como parte de suas responsabilidades profissionais, você não tem obrigação legal de tentar a RCP em um paciente com parada cardíaca. A não realização de RCP quando não existe perigo para um profissional de saúde com a habilidade necessária não é considerada uma violação legal, mas alguns podem considerá-la uma violação ética. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 80 Princípio da Inutilidade Se o objetivo de um tratamento médico não puder ser alcançado, a terapia é considerada inútil. Os principais determinantes da inutilidade médica são a duração e a qualidade de vida. Uma intervenção que não possa estabelecer qualquer aumento na duração ou na qualidade de vida é considerada inútil. Pacientes ou familiares podem pedir aos médicos para fornecerem cuidados inadequados. Os médicos, contudo, não são obrigados a fornecer estes cuidados, se houver um consenso científico e social que determine que o tratamento não será eficaz, como RCP em pacientes com sinais de morte irreversível. Outros profissionais de saúde tampouco são obrigados a realizar a RCP ou os cuidados de SAVC, se nenhum benefício for esperado (ou seja, a RCP não restabeleceria uma circulação eficaz). Além dessas circunstâncias clínicas e na ausência de diretivas avançadas (incluindo as ordens de não tentar a ressuscitação – NTR) ou de desejos em vida que afirmem o contrário, os profissionais de saúde profissionais de saúde devem tentar realizar a ressuscitação. Um exame cuidadoso do prognóstico do paciente, tanto para a duração quanto para a qualidade de vida, determinará se a RCP é adequada. A RCP não é adequada quando não se espera que ela leve à sobrevivência do paciente. Quando a probabilidade de sobrevivência é limítrofe ou quando a probabilidade de morbidade e de carga para o paciente é relativamente alta, os profissionais de saúde devem apoiar os desejos do paciente. Se não souberem os desejos do paciente, os profissionais de saúde podem seguir as preferências de alguém legalmente autorizado a tomar a decisão no lugar do paciente. Não iniciar a ressuscitação e a suspensão dos esforços do tratamento de suporte à vida durante ou após a ressuscitação são aspectos eticamente equivalentes. Quando o prognóstico do paciente é incerto, considere uma prova de tratamento, enquanto reúne mais informações para determinar a probabilidade de sobrevivência e o curso clínico esperado. Cessação dos A decisão de cessar os esforços de ressuscitação cabe ao médico responEsforços de sável pelo tratamento no hospital. O médico baseia sua decisão em muitos Ressuscitação fatores, incluindo o tempo até a RCP, o tempo até a desfibrilação, a presença de co-morbidades, as condições pré-parada e o ritmo ao início da parada. Nenhum desses fatores, isolada ou conjuntamente, é claramente preditivo da evolução. O fator mais importante associado a uma evolução inadequada em pacientes com parada cardíaca normotérmica é a duração dos esforços de ressuscitação. A chance de alta hospitalar com vida e sem seqüelas neurológicas diminui à medida que aumenta o tempo até a ressuscitação. O médico responsável pelo tratamento deve interromper a tentativa de ressuscitação se houver um alto grau de certeza de que o paciente não responde aos esforços adicionais de SAVC. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 81 Na ausência de fatores mitigantes (p. ex., toxicidade farmacológica, hipotermia), os esforços prolongados de ressuscitação têm pouca probabilidade de sucesso. Se ocorrer o RCE de qualquer duração, contudo, pode ser adequado considerar o prolongamento dos esforços de ressuscitação. É importante considerar as circunstâncias de parada cardíaca (p. ex., overdose de drogas ou submersão em água gelada), ao decidir continuar ou não com os esforços de ressuscitação. Para a criança recém-nascida, a cessação das manobras de ressuscitação pode ser justificada após 10 minutos sem sinais de vida, apesar dos esforços de ressuscitação contínuos e adequados. O prognóstico de sobrevivência ou a sobrevivência sem deficiências já foi demonstrado como sendo extremamente desfavorável quando não há resposta após mais de 10 minutos de esforços intensivos de ressuscitação. Quando Não Iniciar a RCP Poucos critérios podem predizer com precisão a inutilidade da RCP. À luz dessa incerteza, todos os pacientes com parada cardíaca devem receber esforços de ressuscitação a menos que: • Tenham uma ordem NTR (Não Tentar a Ressuscitação) válida • Tenham sinais de morte irreversível (p. ex., rigidez cadavérica, decapitação, decomposição ou lividez constante) • Não se possa esperar qualquer benefício fisiológico, pois as funções vitais estão deterioradas, apesar da terapia máxima (p. ex., choque cardiogênico ou séptico progressivo) A cessação da RCP para recém-nascidos na sala de parto pode ser adequada sob circunstâncias como: • • • • • Manutenção x Desistir da RCP Gestação confirmada <23 semanas Peso ao nascer <400 g Anencefalia confirmada Trissomia do 13 confirmada Outras anomalias congênitas que são incompatíveis com a vida O treinamento de SBV reafirma a necessidade de que o primeiro socorrista leigo a chegar ao local de uma parada cardíaca inicie a RCP. Espera-se que os profissionais de saúde forneçam SBV e SAVC como parte de seu dever profissional. Existem algumas exceções à esta regra: • A pessoa é encontrada morta, com sinais clínicos evidentes de morte irreversível (p. ex., rigidez cadavérica, lividez constante, decapitação ou decomposição). • A tentativa de realizar a RCP colocaria o profissional de saúde em risco de lesão física. • O paciente ou seus responsáveis afirmam não haver desejo de realização da tentativa de ressuscitação, apresentando uma diretiva avançada (ordem NTR). • Não se espera quaisquer benefícios fisiológicos, pois as funções vitais deterioram apesar da terapia máxima (p. ex., sepse progressiva ou choque cardiogênico). © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 82 Nenhum profissional de saúde deve fazer um julgamento sobre a qualidade de vida presente ou futura de um paciente em parada cardíaca, com base nas condições neurológicas atuais (isto é, durante a tentativa de ressuscitação) ou previstas. Estes julgamentos “precipitados” são freqüentemente imprecisos. Condições como lesão cerebral irreversível ou morte cerebral não podem ser avaliadas com segurança ou previstas durante uma situação de emergência. Fora do hospital, os protocolos de NTR devem ser claros para todas as pessoas envolvidas (p. ex., médicos, pacientes, familiares, entes queridos e outros profissionais de saúde). As diretivas avançadas podem ser feitas de muitas formas (p. ex., ordens expressas feita pelos médicos, à beira do leito, cartões de identificação para carteira e braceletes de identificação). O formulário de NTR ideal para o serviço de emergência deve ser portátil, para o caso do paciente ser transferido. Além de incluir as ordens de NTR em ambientes fora do hospital, o formulário deve instruir o serviço de emergência sobre o início e a manutenção das intervenções de suporte a vida para o paciente que está sem pulso e apnéico. Suspensão A suspensão do suporte de vida é uma decisão emocionalmente complexa do Suporte de para a família e para a equipe de ressuscitação. Suspender ou desistir do Vida suporte à vida são eticamente similares. A decisão de suspender o suporte de vida é justificável quando é declarado o óbito do paciente, se o médico e o paciente ou seu responsável concordarem que os objetivos do tratamento não podem ser alcançados ou se a carga para o paciente com a manutenção do tratamento exceder quaisquer benefícios. Alguns pacientes não recuperam a consciência após a parada cardíaca e o (RCE). Na maioria dos casos, o prognóstico para adultos que permanecem em coma profundo (Índice da Escala de Coma de Glasgow < 5) após a parada cardíaca pode ser previsto com precisão após 2 ou 3 dias da ressuscitação. Os achados físicos específicos ou os exames laboratoriais podem ser úteis para ajudar nesse processo. Os 3 fatores seguintes estão associados a uma evolução desfavorável: • Ausência de resposta pupilar à luz no terceiro dia • Ausência de resposta motora à dor no terceiro dia • Ausência bilateral de resposta cortical aos potenciais evocados somatossensitivos do nervo mediano, quando aplicados em pacientes normotérmicos que estão em coma por pelo menos 72 horas após a parada cardíaca e a tentativa de ressuscitação. Sob essas circunstâncias, é eticamente permissível suspender os esforços de vida. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 83 Os pacientes em estágio terminal de uma doença incurável, conscientes ou não, devem receber cuidados que assegurem seu conforto e dignidade. O objetivo desses cuidados é minimizar o sofrimento associado à dor, à dispnéia, ao delírio, às convulsões e a outras complicações terminais. É eticamente aceitável aumentar a dose de narcóticos e sedativos para aliviar a dor e outros sintomas, até mesmo para níveis que possam encurtar a vida do paciente. Diretivas Avançadas, Desejos em Vida e Autodeterminação do Paciente Uma diretiva avançada é qualquer manifestação expressa dos pensamentos, desejos ou preferências de uma pessoa em relação a seu atendimento na fase terminal. As diretivas avançadas podem ser baseadas em diretivas escritas, conversadas, desejos em vida, ou procurações registradas em cartório referentes aos cuidados de saúde. A validade legal dos diversos relatórios de diretivas avançadas varia de jurisdição para jurisdição. Os tribunais consideram que as diretivas avançadas escritas sejam mais fidedignas que as decorrentes de lembranças de conversações. Um desejo em vida é uma recomendação feita por escrito pelo paciente aos médicos sobre os cuidados de saúde que aprovaria caso viesse a se tornar terminal e incapaz de tomar decisões. Um desejo em vida é uma evidência nítida dos desejos do paciente e, na maioria dos locais, pode ser legalmente adotado. Os desejos em vida e as diretivas avançadas devem ser reavaliados periodicamente, porque os anseios dos pacientes e suas condições médicas podem mudar com o passar do tempo. O Ato de Autodeterminação do Paciente de 1991 (EUA) obriga as instituições de cuidados à saúde e as organizações de managed care a perguntar se os pacientes têm diretivas avançadas. As instituições de cuidados à saúde devem facilitar a conclusão das diretivas avançadas, se os pacientes assim o desejarem. Ordens de NãoRessuscitação Fora do Hospital Muitos pacientes para os quais o 192 é acionado devido a parada cardíaca são pessoas com doenças crônicas, têm uma doença terminal, ou têm uma diretiva avançada por escrito (ordem NTR). Estados e outras jurisdições têm leis diferentes para as ordens NTR em ambiente fora do hospital e para diretivas avançadas. Mesmo se um paciente tiver uma ordem NTR, pode ser difícil determinar a importância de iniciar a ressuscitação. Essa determinação é especialmente difícil se os familiares tiverem opiniões diferentes. Você deve iniciar a RCP e os cuidados de SAVC se tiver razões para acreditar que: • Existe dúvida razoável sobre a validade de uma ordem NTR ou de uma diretiva avançada • O paciente pode ter mudado de idéia • Os melhores interesses do paciente estão em jogo © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 84 Algumas vezes, alguns minutos após o início de uma tentativa de ressuscitação, os parentes ou outras pessoas da equipe médica podem chegar e confirmar que o paciente havia claramente expresso o desejo de que a ressuscitação não fosse tentada. As medidas de RCP ou outros suportes à vida podem ser descontinuados com a aprovação da indicação médica, quando não há informações adicionais disponíveis. Quando você não puder obter uma informação clara sobre os desejos do paciente, inicie as medidas de ressuscitação. Programas do Serviço de Emergência Que Não Utilizam RCP Diversos estados (EUA) têm adotado programas “sem RCP”. Esses programas permitem ao paciente e seus familiares acionarem o 192 para cuidados de emergência, apoio e tratamento para os problemas de estágio terminal da vida (isto é, falta de ar, sangramento ou dor incontrolável). Os pacientes não devem temer a realização de esforços indesejados de ressuscitação. Em um programa de não–RCP, o paciente que geralmente tem uma doença terminal assina um documento requisitando que não sejam feitas “medidas heróicas” se houver perda do pulso ou cessação da respiração. Em alguns estados, o paciente deve portar um bracelete com identificação de não-RCP. Em uma situação de emergência, o bracelete ou outra documentação sinaliza aos profissionais de saúde que os esforços de RCP, incluindo o uso do DEA, não devem ser tentados. Se um profissional de saúde de SAVC chega a um local em que há uma pessoa em aparente parada cardíaca (sem resposta, sem pulso, sem respiração) e observa que a pessoa está portando um bracelete do programa de nãoRCP (ou tem alguma outra indicação da condição de não RCP), o profissional de saúde deve respeitar os desejos do paciente. Relate o problema como “pessoa que não responde, está em colapso e porta um bracelete de nãoRCP”. Informe que você considera que a RCP não deva ser realizada. Verifique a regulamentação de seu estado (EUA) ou pergunte a seu instrutor como são as leis em sua jurisdição em relação às “ordens de não-RCP” em ambiente fora do hospital. Transporte Se um sistema de serviço de emergência não permite que os não médicos declarem a morte e a interrupção dos esforços de ressuscitação, a equipe pode ser forçada a transportar ao hospital uma vítima com óbito por parada cardíaca, que se mostrou refratária a cuidados adequados de SBV/SAVC. Essa ação é antiética. Se os protocolos de tratamento de SBV e SAVC executados cuidadosamente falham fora do hospital, como pode o mesmo tratamento ter êxito no departamento de emergência? Diversos estudos têm observado regularmente que < 1% dos pacientes transportados com RCP em realização sobrevivem à alta hospitalar. Os esforços tardios ou mínimos para fornecer RCP e SAVC, denominados “acionamentos lentos” (sabidamente fornecendo ressuscitação ineficaz), são procedimentos inadequados. Esta prática compromete a integridade ética dos profissionais de saúde e debilita o relacionamento profissional de saúde-paciente. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 85 Muitos serviços de emergência autorizam o encerramento de uma tentativa de ressuscitação fora do hospital. Os serviços de emergência devem estabelecer protocolos para declarar o óbito e para o transporte adequado do corpo e devem também treinar suas equipes para saberem lidar com a família e com os amigos da vítima com bastante sensibilidade. Aspectos Os desfibriladores, incluindo muitos DEAs, são dispositivos médicos restritos. Legais de Uso A maioria dos estados (EUA) tem legislações que exigem que o médico autodo DEA rize o uso de dispositivos médicos restritos. Programas de RCP realizada por socorrista leigo e de desfibrilação que não disponibilizam DEAs para socorristas leigos (e, em alguns casos, para os profissionais de saúde do serviço de emergência) podem precisar ter uma autoridade médica ou um profissional de saúde que supervisione a compra dos DEAs, os protocolos de tratamento, o treinamento e o contato com os profissionais de saúde do serviço de emergência. De certo modo, as autoridades médicas prescrevem o DEA para uso por socorrista leigo e, portanto, estão de acordo com a regulamentação médica. Nos Estados Unidos, as acusações por mal prática e as conseqüentes ações legais por responsabilidade aumentam a cada ano. No passado, o medo de ser acionado legalmente por mal prática impediu programas inovadores que trouxessem uma pronta RCP e desfibrilação para toda a comunidade, mas esses medos mostraram-se infundados. Para resolver o problema do medo de ser acionado legalmente, todos os estados (EUA) têm mudado as leis e as regulamentações vigentes para fornecer imunidade limitada aos socorristas leigos que usam o DEA no curso da tentativa de ressuscitação. Muitos estados (EUA) têm criado leis do Bom Samaritano para incluir o uso de DEA por socorristas leigos. Isso significa que o sistema legal considerará o socorrista leigo um Bom Samaritano se tentar realizar a RCP e a desfibrilação em alguma pessoa que esteja em parada cardíaca. Como um Bom Samaritano, nenhuma ação legal contra você por lesão ou dano que ocorra durante os esforços de ressuscitação terá sucesso (exceto nos casos de negligência grosseira). Por volta do ano 2000, advogados e promotores (EUA) começaram a acionar legalmente certos locais por não treinarem e equiparem seus empregados na realização de RCP e uso do DEA, mas até 2005 nenhuma ação legal envolvendo um caso de tentativa de ressuscitação em que um socorrista leigo tenha usado um DEA foi identificada. Alguns estados dão imunidade limitada para uso do DEA por socorrista leigo se certas recomendações específicas forem seguidas. Essas recomendações podem exigir que o profissional de saúde: • Tenha treinamento formal em RCP e uso do DEA (p. ex., o Curso Salva-Corações de DEA da AHA ou equivalente) • Utilize os protocolos de tratamento aprovados por uma autoridade médica reconhecida • Realize checagens de rotina e manutenção do DEA, conforme especificado pelo fabricante © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 86 • Notifique as autoridades do serviço de emergência de sua região sobre a localização do DEA, para que a equipe do serviço de emergência, principalmente os médicos reguladores, saibam onde estão em caso de chamadas de emergência feitas de um ambiente onde exista um DEA. A AHA publicou recentemente um documento em que detalha a legislação recomendada para promover programas de RCP e uso do DEA por socorristas leigos e para ajudar os legisladores e desenvolvedores de políticas de saúde a removerem os impedimentos para esses programas: (http://circ.ahajournals.org/cgi/reprint/CIRCULATIONAHA.106.172289v1) Os programas de RCP e uso do DEA por socorristas leigos devem implementar processos de melhora continuada da qualidade, incluindo a avaliação dos seguintes aspectos: • Desempenho de um plano de resposta de emergência, incluindo intervalos precisos de tempo para as principais intervenções (como colapso até o choque ou aconselhamento de não choque para início da RCP) e a evolução do paciente • Desempenho do profissional que responde à situação de emergência • Funcionamento do DEA • Condição e funcionamento das baterias • Funcionamento das pás com eletrodos e condições para uso imediato, incluindo data de validade © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 87 Parte 3 — Suporte Emocional à Família Notificação Aos Sobreviventes Sobre a Morte de Um Ente Querido Apesar de nossos melhores esforços, a maioria das ressuscitações falham. Notificar os familiares da morte de um ente querido é um aspecto importante de uma tentativa de ressuscitação, que deve ser feito compassivamente, tomando cuidado para não ferir as crenças culturais e religiosas e as práticas da família. Não é raro que os familiares sejam afastados durante a tentativa de ressuscitação de um ente querido. As pesquisas sugerem que os profissionais de saúde têm opiniões variadas em relação à presença familiares durante as tentativas de ressuscitação. Vários comentários têm expressado preocupação de que os familiares possam interferir com os procedimentos ou acabem desmaiando. A exposição da instituição e dos profissionais de saúde às responsabilidades legais é outra preocupação. Contudo, diversas pesquisas desenvolvidas diante da observação dos esforços de ressuscitação demonstraram que a maioria dos familiares queria estar presente durante a tentativa de ressuscitação. Familiares sem conhecimentos médicos relataram que o fato de estarem ao lado de seus entes queridos e de poder dizer adeus durante os momentos finais de sua vida era uma atitude reconfortante. Eles também relataram que essa presença durante a tentativa de ressuscitação os ajudou a aceitar melhor a morte de seu ente querido e a maioria afirmou que faria tudo novamente. Vários relatos retrospectivos apontam reações positivas por parte dos familiares, muitos dos quais afirmaram que haviam tido a sensação de terem ajudado seus entes queridos e que isso havia aliviado parte de seu próprio sofrimento. A maioria dos pais entrevistados queriam ter tido a opção de decidir se queriam ou não estar presentes durante as tentativas de ressuscitação de seu filho. Assim, na ausência de dados sugestivos de que a presença da família seja prejudicial e à luz dos dados que sugerem que a estratégia possa ser útil, oferecer a alguns familiares a oportunidade de estarem presentes durante uma tentativa de ressuscitação parece ser algo razoável e desejado. Essa recomendação considera que o paciente, se for adulto, não tenha comunicado uma objeção prévia. Os pais raramente perguntam se podem estar presentes, a menos que sejam encorajados pelos profissionais de saúde. A equipe encarregada da ressuscitação deve ser sensível à presença de familiares durante os esforços de ressuscitação. É útil ter um membro da equipe disponível para responder às perguntas feitas pela família, para dar esclarecimentos ou até para confortá-la. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 88 Principais Medicamentos em SAVC © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 1 Notas Sobre a Administração de Medicamentos por Via: IV Periférica: Os medicamentos de ressuscitação administrados através de cateter IV periférico devem ser seguidas da administração de 20 ml de fluido via IV em bolus, para impulsioná-los para a circulação central. A seguir, eleve a extremidade do paciente por 10 a 20 segundos. Intra-óssea: Os medicamentos usados em SAVC que podem ser administrados por via IV também podem ser administrados por via intra-óssea (IO). Endotraqueal: Os medicamentos que podem ser administrados por via endotraqueal são indicados para estes casos. As doses endotraqueais mais adequadas ainda não foram estabelecidas. A administração IV/IO é preferível, pois pode proporcionar uma distribuição mais confiável do medicamento e um melhor efeito farmacológico. A medicação administrada via tubo endotraqueal deve ser diluída em água ou em SSN até 10 ml. Aplique várias ventilações com pressão positiva após administrar a medicação. Medicamento/ Terapia IECAs (Inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina) Enalapril Captopril Lisinopril Indicações/Precauções Dosagem em Adultos Indicações • Os IECA reduzem a mortalidade e melhoram a disfunção do VE em pacientes pós IAM. Esses medicamentos ajudam a prevenir o remodelamento adverso do VE, retardam a progressão para insuficiência cardíaca e diminuem a incidência de morte súbita e de IM recorrente. • Um IECA deve ser administrado por via oral nas primeiras 24 horas após o início dos sintomas e continuado por longo prazo. • Insuficiência cardíaca clínica sem hipotensão arterial em pacientes que não respondem aos digitálicos ou diuréticos. • Sinais clínicos de IAM com disfunção do VE. • Fração de ejeção do VE < 40%. Abordagem: A terapia com IECA deve ser iniciada com a administração de baixas doses por via oral (com doses IV possíveis para algumas preparações) e aumentadas constantemente, até alcançar a dose total dentro de 24 a 48 horas. Precauções/Contra-indicações para Todos os IECA • Contra-indicado na gravidez (pode causar comprometimento fetal ou morte). • Contra-indicado em casos de angioedema. • Hipersensibilidade aos IECA. • Em casos de insuficiência renal, a dose deve ser reduzida (creatinina > 2,5 mg/dl em homens, > 2 mg/dl em mulheres). Evite seu uso em casos de estenose bilateral da artéria renal. • Concentrações séricas de potássio > 5 mEq/l. Não administrar se o paciente estiver com hipotensão arterial (PAS < 100 mmHg ou mais de 30 mmHg abaixo do valor basal) ou com depleção de volume. • Geralmente, seu uso não é iniciado no PS; após a conclusão da terapia de reperfusão e a estabilização da pressão, inicie em 24 horas. Enalapril (IV = Enalaprilat) • VO: Inicie com a dose única de 2,5 mg. Titule a dose para 20 mg VO, 2 vezes ao dia. • IV: dose inicial de 1,25 mg durante 5 minutos; depois, 1,25 a 5 mg a cada 6 horas. • A via IV é contra-indicada em casos de IAMEST (risco de hipotensão). Ramipril © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association Um bloqueador do receptor da angiotensina (BRA) deve ser administrado a pacientes que não toleram os IECA. Captopril, Dose em Casos de IAM • Inicie com a dose única de 6,25 mg, por via oral. • Aumente para 25 mg 3 vezes ao dia; depois, para 50 mg 3 vezes ao dia, conforme tolerado. Lisinopril, Dose em Casos de IAM • 5 mg nas primeiras 24 horas do início dos sintomas. Depois, • 5 mg administrados após 24 horas. Depois, • 10 mg administrados após 48 horas. Depois, •10 mg 1 vez ao dia, diariamente Ramipril • Inicie com a dose única de 2,5 mg, por via oral. Titule até 5 mg VO 2 vezes ao dia, quando tolerado. 2 Medicamento/ Terapia Indicações/Precauções Dosagem em Adultos Adenosina Indicações • Primeiro medicamento para a maioria das formas de TSVP estável com complexo estreito. Eficaz em eliminar as alterações devidas à reentrada envolvendo o nó AV ou o nó sinusal. • Pode ser considerada para taquicardia instável com complexo estreito por reentrada, enquanto se prepara para a cardioversão. • Taquicardia Regular de complexo largo, considerada ou previamente definida como TSV com reentrada. • Não reverte a fibrilação atrial, o flutter atrial ou a TV. • TSV com complexo estreito, estável e indefinido, como uma manobra diagnóstica. Precauções/Contra-indicações • Contra-indicação: Taquicardia induzida por intoxicação/medicamento ou bloqueio cardíaco de segundo ou terceiro grau. • Os efeitos colaterais transitórios incluem flushing, dor ou opressão torácica, períodos breves de assistolia ou bradicardia, ectopia ventricular. • Menos eficaz (doses mais altas podem ser necessárias) em pacientes que fazem uso de teofilina ou de cafeína; reduza a dose para 3 mg em pacientes que estão recebendo dipiridamol ou carbamazepina. • Se administrado para TV/taquicardia com complexo largo, pode causar deterioração (inclusive hipotensão). • Períodos transitórios de bradicardia sinusal e ectopia ventricular são comuns após a eliminação da TSV. • Seguro e eficaz quando administrado durante a gravidez. Via IV Rápida Contínua • Coloque o paciente em posição de Trendelemburg invertida com leve inclinação, antes de administrar o medicamento. • Bolus inicial de 6 mg administrado rapidamente durante 1 a 3 segundos, seguido de bolus de 20 ml de SSN; depois, eleve as extremidades do paciente. • Uma segunda dose (12 mg) pode ser administrada em 1 a 2 minutos, se necessário. • Uma terceira dose (12 mg) pode ser administrada em 1 a 2 minutos, se necessário. Técnica de Injeção • Registre o ritmo cardíaco em uma tira de ECG, durante a administração. • Prepare a administração de adenosina e injete em 2 seringas separadas. • Conecte ambas as seringas ao portainjeção IV mais próximo do paciente. • Clampeie o tubo IV acima do porta injeção. • Administre a adenosina IV tão rapidamente quanto possível (1 a 3 segundos). • Enquanto se mantém uma pressão no êmbolo da seringa de adenosina, introduza a SSN contínua tão rapidamente quanto possível após a infusão de adenosina. • Libere o clamp do tubo IV. Amiodarona Indicações Devido a seus efeitos colaterais potencialmente fatais e às dificuldades associadas a seu manejo, a amiodarona deve ser prescrita para o tratamento somente das seguintes arritmias ventriculares recorrentes, potencialmente fatais, documentadas, quando essas arritmias não responderem a outros agentes antiarrítmicos ou quando os agentes alternativos não forem tolerados: • Fibrilação ventricular recorrente • Taquicardia ventricular recorrente hemodinamicamente instável. Os pacientes devem ser hospitalizados enquanto as doses de ataque de amiodarona são administradas. A amiodarona deve ser prescrita apenas por médicos com experiência no tratamento de arritmias potencialmente fatais, que estejam completamente familiarizados com os riscos e os benefícios da amiodarona, e que tenham acesso aos recursos laboratoriais capazes de monitorizar adequadamente a eficácia e os efeitos colaterais do tratamento com amiodarona. Outros Usos: Procure consulta com especialista Atenção: Interações medicamentosas múltiplas e complexas Parada Cardíaca Não Responsiva à RCP. Choque e Vasopressores 300 mg, IV/IO contínua (recomendada diluição em 20 a 30 ml de SG 5%). A dose inicial pode ser seguida de apenas mais UMA dose de 150 mg IV contínua em 3 a 5 minutos. Arritmias Ventriculares Recorrentes Potencialmente Fatais Dose máxima acumulada: 2,2 g por via IV em 24 horas Pode ser administrada da seguinte maneira: • Infusão rápida: 150 mg IV durante os primeiros 10 minutos (15 mg/min). A infusão rápida (150 mg IV) pode ser repetida a cada 10 minutos, conforme a necessidade. • Infusão lenta: 360 mg IV durante 6 horas (1 mg/min). • Infusão de manutenção: 540 mg IV durante 18 horas (0,5 mg/min). Precauções • Com doses múltiplas, as doses acumuladas > 2,2 g/24 horas são associadas com hipotensão significativa, segundo relatos de ensaios clínicos. • Não administre com outros medicamentos que prolongam o intervalo QT (p. ex., procainamida). • Eliminação terminal é extremamente prolongada (a meia-vida é de até 40 dias). © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 3 Medicamento/ Terapia Indicações/Precauções Dosagem em Adultos Anrinona (Ver Inanrinona) Ácido Acetilsalicílico • Comprimido revestido não entérico de Indicações • Administre para todos os pacientes com sín160 mg a 325 mg, assim que possível (é drome coronariana aguda, principalmente aos preferível comprimido mastigável). • Pode ser utilizado supositório retal (300 candidatos a reperfusão, exceto em casos de hipersensibilidade ao ácido acetilsalicílico. mg) para pacientes que não podem • Bloqueia a formação de tromboxano A2, que tomar o medicamento por VO. provoca a agregação das plaquetas e a constri- • Meta: Administração nos primeiros minutos após a chegada. ção das artérias. Isso reduz a mortalidade global por síndrome coronariana aguda, reinfarto e AVC não fatal. • Qualquer pessoa com sintomas (sensação de “pressão”, “peso”, “opressão”, ”trituração”) sugestivos de dor isquêmica. Precauções • Relativamente contra-indicada em pacientes com úlcera ativa ou asma. • Contra-indicado em pacientes com hipersensibilidade conhecida ao ácido acetilsalicílico. Sulfato de Atropina Pode ser administrada por tubo endotraqueal A administração não deve atrasar a colocação do marca-passo em pacientes com sintomas graves Indicações • Medicamento de primeira escolha para bradicardia sinusal sintomática. • Pode ser benéfica na presença de bloqueio do nó AV ou de assistolia ventricular. Não será eficaz para o bloqueio infranodal (Mobitz tipo II). • Medicamento de segunda linha (depois da epinefrina ou vasopressina) para assistolia ou atividade elétrica sem pulso bradicárdica. • Intoxicação por organofosfatos (p. ex., agentes neurotóxicos): doses extremamente altas podem ser necessárias. Precauções • Utilize com cautela na presença de isquemia miocárdica e hipóxia. Aumenta a demanda miocárdica de oxigênio. • Evite em casos de bradicardia hipotérmica. • Não será eficaz para o bloqueio AV infranodal (tipo II) e bloqueio de terceiro grau recente com complexos QRS largos. (Nesses pacientes, pode causar lentificação paradoxal. Esteja preparado para colocar marca-passo ou para administrar catecolaminas). • Doses de atropina < 0,5 mg podem resultar em lentificação paradoxal da freqüência cardíaca. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association Atividade Elétrica Sem Pulso ou Assistolia • 1 mg IV/IO contínua • Pode ser repetida a cada 3 a 5 minutos (se a assistolia persistir), até um máximo de 3 doses (3 mg). Bradicardia • 0,5 mg IV, a cada 3 a 5 minutos, conforme a necessidade; não exceder a dose total de 0,04 mg/kg (total 3 mg). • Utilize intervalos mais curtos entre as doses (3 minutos) e doses mais altas em condições clínicas graves. Síndromes Coronarianas Agudas As Diretrizes ACE/AHA para o manejo do IAMEST recomendam doses de 0,6 a 1 mg IV, repetidas a cada 5 minutos, para pacientes com síndrome coronariana aguda (dose total de 0,04 mg/kg). Administração Endotraqueal • 2 a 3 mg diluídos em 10 ml de água ou SSN. Intoxicação por Organofosforados Doses extremamente altas (2 a 4 mg ou mais altas) podem ser necessárias. 4 Medicamento/ Terapia -Bloqueadores Indicações/Precauções Dosagem em Adultos Indicações Tartarato de Metoprolol • Administre a todos os pacientes com suspeita de infarto do miocárdio e angina instável, se não houver contra-indicação. Esses medicamentos são agentes antianginosos eficazes e podem reduzir a incidência de FV. • Útil como um agente adjuvante à terapia com agentes fibrinolíticos. Pode reduzir a incidência de reinfarto não fatal e de isquemia recorrente. Tartarato de metoprolol (esquema para IAM) • Dose inicial IV: 5 mg via IV lenta, com intervalos de 5 minutos, até um total de 15 mg. • Esquema por via oral, após a dose IV: 50 mg, 2 vezes ao dia, por 24 horas, depois, aumente para 100 mg, 2 vezes ao dia. Atenolol • Para reverter ao ritmo sinusal normal ou para lentificar a resposta ventricular (ou ambos), em casos de taquiarritmias supraventriculares (TSVP, fibrilação atrial ou flutter atrial). Os ß-bloqueadores são agentes de segunda linha (com os bloqueadores dos canais de cálcio), após a adenosina. • Para reduzir a isquemia miocárdica e a lesão em pacientes com IAM com freqüência cardíaca elevada ou pressão arterial alta, ou ambas. Atenolol (esquema para IAM) • 5 mg IV lento (por 5 minutos). • Aguarde 10 minutos, depois administre uma segunda dose de 5 mg IV lento (por 5 minutos). • Em 10 minutos, se bem tolerado, pode iniciar 50 mg VO; depois, administre 50 mg VO 12h/12h × 2 e, depois, 100 mg diariamente. Propranolol • Para a terapia anti-hipertensiva de emergência para o AVC isquêmico agudo e o AVC hemorrágico. Propranolol • Dose total 0,1 mg/kg por via IV lenta, contínua, dividida em 3 doses iguais, em intervalos de 2 a 3 minutos. Não exceda 1 mg/min. • Se necessário, repita em 2 minutos após a dose total ter sido administrada. Precauções/Contra-indicações • Administração via IV concomitante a agentes bloqueadores dos canais de cálcio, como o verapamil ou o diltiazem, pode causar hipotensão grave. Esmolol • Evite em casos de doenças broncoespásticas, insuficiência cardíaca ou anormalidades graves na condução cardíaca. • Monitorize as condições cardíacas e pulmonares durante a administração. • Pode causar depressão miocárdica. • Contra-indicado na presença de bradicardia grave, PAS < 100 mmHg, insuficiência grave do VE, hipoperfusão ou bloqueio AV de segundo ou terceiro grau. • O propranolol está contra-indicado para a síndrome coronariana aguda induzida por cocaína. Labetalol Cloreto de Cálcio Solução a 10% é 100 mg/ml em 10 ml Esmolol • 0,5 mg/kg durante 1 minuto, seguido de uma infusão de 50 μg/kg (0,05 mg/kg) por minuto, durante 4 minutos; dose máxima: 0,3 mg/kg por minuto, para um total de 200 μg/kg. • Se a resposta inicial for insuficiente, aplique um segundo bolus de 0,5 mg/kg por um minuto, depois, aumente a dose da infusão para 100 μg/kg por minuto; taxa de infusão máxima 300 μg/kg (0,3 mg/kg) por minuto. • O esmolol tem uma meia-vida curta (2 a 9 minutos). Labetalol • 10 mg de labetalol IV contínua por 1 a 2 minutos. • Pode repetir ou dobrar a dose de labetalol a cada 10 minutos, até uma dose máxima de 150 mg, ou dar a dose inicial em bolus e depois iniciar a infusão de labetalol à taxa de 2 a 8 mg/min Indicações • Hiperpotassemia conhecida ou suspeita (p. ex., insuficiência renal). • Redução dos níveis de cálcio iônico no sangue (p. ex., após transfusões sangüíneas múltiplas) • Como um antídoto para efeitos tóxicos (hipotensão e arritmias) decorrentes de overdose de bloqueadores dos canais de cálcio ou overdose de β-bloqueadores. Precauções • Não use rotineiramente em casos de parada cardíaca. • Não misture com bicarbonato de sódio. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association Dose Típica • 500 mg a 1.000 mg (5 a 10 ml de uma solução a 10%) IV para hiperpotassemia e overdose de bloqueadores de canais de cálcio. Pode ser repetido, conforme a necessidade. 5 Medicamento/ Terapia Cardioversão (Sincronizada) Administrada através dos eletrodos das pás adesivas para desfibrilação ou das pás convencionais manuais de um desfibrilador/monitor. Ajuste o desfibrilador/monitor para o modo sincronizado (sync) O modo sync fornece a energia logo após a onda R. Clopidogrel Indicações/Precauções Dosagem em Adultos Indicações • Todas as taquicardias (freqüência > 150 bpm) com sinais e sintomas graves relacionados à taquicardia. • É possível tentar utilizar alguns medicamentos rapidamente, com base nas arritmias específicas. Técnica • Sempre que possível, faça pré-medicação. • Selecione o modo sync antes de cada tentativa. • Procure os indicadores sync na onda R. • Certifique-se de que não haja contato físico com o paciente antes de cada choque. • O flutter atrial e a TSV com reentrada são ritmos que freqüentemente respondem a níveis baixos de energia; comece com 50 J a 100 J. Se o choque inicial falhar, aumente a carga gradativamente. • Para fibrilação atrial, use 100 J a 200 J para o choque monofásico inicial ou 100 J a 120 J para o choque bifásico (selecionado) inicial e depois aumente a carga gradativamente. • Aplique choques monofásicos na seguinte seqüência: 100 J, 200 J, 300 J, 360 J. Use esta seqüência para o tratamento da TV monomórfica. • Trate a TV polimórfica instável (forma e freqüência irregulares) com a carga não sincronizada de alta energia usada para FV: 360 J para onda monofásica ou carga de desfibrilação específica para o dispositivo bifásico. • Pressione o botão “carga”, elimine todo “contato físico” com o paciente e pressione ambos os botões “choque” simultaneamente. Esteja preparado para realizar RCP ou desfibrilação. Precauções/Contra-indicações • Contra-Indicações: Taquicardia induzida por intoxicação/medicamento. • Em condições críticas, aplique choques não sincronizados imediatamente. • A cardioversão imediata geralmente não é necessária se a freqüência cardíaca for ≤ 150 bpm. • A reativação do modo sync é necessária após cada tentativa de cardioversão (desfibriladores/ cardioversores convencionais para o modo não sincronizado). • Prepare para desfibrilar imediatamente, caso a cardioversão cause uma FV. • A cardioversão sincronizada não pode ser realizada se o paciente não estiver conectado ao monitor; o seletor deve estar indicando as derivações I, II ou III e não “pás”. Indicações • Administre assim que possível a todos os pacientes com alto risco de depressão do segmento ST ou inversão dinâmica da onda T (IAMSEST e AI), na ausência de contra-indicações, se: —for planejada uma abordagem conservadora hospitalar ou —for planejada a realização de cateterização cardíaca e ICP e o risco de hemorragia não for alto. • Pacientes que foram submetidos à cateterização com ICP planejada. • Utilizado para terapia anticoagulante; especialmente útil para pacientes com intolerância ao AAS. Dose • Dose inicial de 300 mg VO, seguida de 75 mg VO diariamente por 1 a 9 meses; os efeitos totais somente se desenvolverão após vários dias. Precauções • Não administre para pacientes com sangramento patológico ativo (p. ex., úlcera péptica). Use com cautela em pacientes com risco de sangramento. • Use com cautela na presença de comprometimento hepático. • Não administre em casos de síndrome coronariana aguda, se a realização de CABG estiver planejada para os próximos 5 a 7 dias. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 6 Medicamento/ Terapia Desfibrilação Seqüência de Choque Único, Reinicie a RCP Imediatamente Use monitor convencional/ desfibrilador (profissional de saúde em SAVC) Use desfibrilador automático (DEA) ou desfibrilador semi-automático - socorrista leigo e profissional de saúde em SBV Administre os choques através dos eletrodos das pás adesivas ou das pás convencionais manuais. Digibind (Terapia com Anticorpos Específicos para a Digoxina) Frasco de 40 mg (cada frasco contém aproximadamente 0,6 mg de digoxina) Digoxina 0,25 mg/ml ou 0,1 mg/ml fornecida em ampolas de 1 ml ou 2 ml (total = 0,1 a 0,5 mg). Indicações/Precauções Dosagem em Adultos Indicações Primeira intervenção para FV e TV sem pulso. Níveis de Energia Monofásica para Desfibrilação em Adultos • 360 J para o primeiro choque monofásico e os subseqüentes. Precauções • Sempre se certifique de que não há contato físico com o paciente antes de cada choque de desfibrilação. • Não adie a desfibrilação para FV/TV se a parada tiver sido testemunhada e um desfibrilador estiver disponível. • Os socorristas do serviço de emergência que não testemunharam a parada devem aplicar 5 ciclos (cerca de 2 minutos) de RCP antes de tentar a desfibrilação. • Não aplique choque na presença de assistolia. • Trate a FV/TV em casos de parada cardíaca por hipotermia com choque de desfibrilação inicial. Repita os choques para FV/TV somente após a temperatura central do corpo se elevar acima de 30ºC. • Caso o paciente com FV/TV seja portador de um cardioversor desfibrilador automático implantável (CDIA), realize a desfibrilação externa segundo as diretrizes de SBV. Caso o CDIA esteja aplicando os choques, aguarde 30 a 60 segundos para o término de um ciclo. • Se o paciente tem um dispositivo implantado (p. ex., CDIA, marca-passo) coloque as pás convencionais e pás adesivas a uma distância de pelo menos 2,5 cm do dispositivo. Indicações Toxicidade à digoxina nas seguintes condições: • Arritmias potencialmente fatais. • Choque ou insuficiência cardíaca congestiva. • Hiperpotassemia (níveis de potássio > 5 mEq /l). • Níveis séricos em estado de equilíbrio dinâmico > 10 a 15 ng/ml para pacientes sintomáticos. Precauções • Os níveis séricos de digoxina aumentam após a terapia com digibind e não devem ser usados para orientar a terapia de manutenção. Indicações (pode ser de uso limitado) • Para reduzir a resposta ventricular na fibrilação atrial e no flutter atrial. • Medicamentos alternativas para TSV com reentrada. Precauções • Os efeitos tóxicos são comuns e estão freqüentemente associados com arritmias graves. • Evite a cardioversão elétrica se o paciente estiver recebendo digoxina, exceto se a condição for potencialmente fatal; use cargas mais baixas (10 J a 20 J). © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association Desfibrilador Bifásico Manual • Use a carga específica para cada dispositivo, carga de energia tipicamente selecionada de 120 J (retilínea) ou 150 J (truncada) até 200 J. • Caso desconhecido, use 200 J. Choques subseqüentes: mesma carga ou carga mais alta. Após um Choque Único • Reinicie a RCP, começando com compressões torácicas, por 5 ciclos ou cerca de 2 minutos e depois analise novamente o ritmo, aplique um outro choque e reinicie a RCP. • Caso os primeiros 2 choques não sejam capazes de reverter a FV/TV, administre epinefrina ou vasopressina. • Caso esses medicamentos não sejam capazes de reverter a FV/TV, considere o uso de medicação antiarrítmica. Nota: Quando usar as pás adesivas do DEA, não use pás pediátricas ou sistema de atenuação de dose para a desfibrilação de adultos. Nota: Use as doses e as pás para adultos quando a criança tiver 8 anos ou mais, mais de 25 kg de peso corporal ou mais de 127 cm de altura. Consulte a seção SAVP do Livro de ACE. Intoxicação Crônica 3 a 5 frascos podem ser eficazes. Overdose Aguda • A dose IV varia de acordo com a quantidade de digoxina ingerida. • A dose média é de 10 frascos (400 mg); podem ser necessários até 20 frascos (800 mg). • Veja a bula dentro da embalagem para mais detalhes. Administração IV • Doses de ataque de 10 a 15 μg/kg de peso corporal magro fornecem um efeito terapêutico, com risco mínimo de efeitos tóxicos. • Somente repita a determinação dos níveis de digoxina após 4 horas, ao utilizar a via IV; e depois de 6 horas, ao utilizar a via oral. • A dose de manutenção é afetada pela massa corporal e pela função renal. • Atenção: Interação com amiodarona. Reduza a dose de digoxina em até 50%, quando iniciar o uso de amiodarona. 7 Medicamento/ Terapia Diltiazem Indicações/Precauções Dosagem em Adultos Indicações • Para o controle da freqüência ventricular na fibrilação atrial e no flutter atrial. Pode eliminar arritmias reentrantes que necessitam de condução do nó AV para sua continuação. • Use após a administração de adenosina (agente de segunda linha) para tratar a TSV refratária com reentrada em pacientes com complexo QRS estreito e pressão arterial adequada. Controle da Posologia na Fase Aguda • 15 a 20 mg (0,25 mg/kg) IV durante 2 minutos. • Pode administrar outra dose IV em 15 minutos, de 20 mg a 25 mg (0,35 mg/kg) durante 2 minutos. Precauções • Não use bloqueadores dos canais de cálcio para taquicardias com complexo QRS largo de origem incerta ou para taquicardia induzida por intoxicação/medicamentos. • Evite o uso de bloqueadores dos canais de cálcio em pacientes com síndrome de WolffParkinson-White mais flutter ou fibrilação atrial rápida, em pacientes com síndrome sinusal ou em pacientes com bloqueio AV sem um marcapasso. • Atenção: Pode haver uma queda da pressão arterial decorrente de vasodilatação periférica (uma queda maior com verapamil que com diltiazem). • Evite em pacientes em uso de ß-bloqueadores por via oral. • Administração IV concomitante ao uso de ß-bloqueadores por via IV pode causar hipotensão grave. Dobutamina Infusão IV Indicações • Considere seu uso para pacientes com problemas de bombeamento do sangue (insuficiência cardíaca congestiva, congestão pulmonar), com pressão arterial sistólica de 70 a 100 mmHg e sem sinais de choque. Precauções/Contra-indicações • Contra-indicação: choque induzido por intoxicação/medicamentos, suspeito ou diagnosticado. • Evite em caso de pressão arterial sistólica < 100 mmHg e sinais de choque. • Pode causar taquiarritmias, flutuações na pressão arterial, cefaléia e náuseas. • Não misture com bicarbonato de sódio. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association Infusão de Manutenção 5 a 15 mg/h, titulada para obter a freqüência cardíaca fisiologicamente adequada (pode diluir em SG 5% ou em SSN). Administração IV • A taxa de infusão usual é 2 a 20 μg/kg por minuto. • Titule de modo que a freqüência cardíaca não aumente > 10% do valor basal. • A monitorização hemodinâmica é recomendada para uma utilização ótima. • Os pacientes idosos podem ter uma resposta significativamente diminuída. 8 Medicamento/ Terapia Dopamina Infusão IV Indicações/Precauções Dosagem em Adultos Indicações • Medicamento de segunda linha para a bradicardia sintomática (depois da atropina). • Use para hipotensão (pressão arterial sistólica ≤ 70 a 100 mmHg) com sinais e sintomas de choque. Administração IV • A taxa de infusão usual é 2 a 20 μg/kg por minuto. • Titule até obter a resposta do paciente, reduza lentamente. Precauções • Corrija a hipovolemia através da reposição de volume, antes de iniciar a administração de dopamina. • Use com cautela em casos de choque cardiogênico acompanhados de ICC. • Pode causar taquiarritmias, vasoconstrição excessiva. • Não misture com bicarbonato de sódio. Epinefrina Pode ser administrada por tubo endotraqueal Nota: disponível em concentrações de 1:10.000 e 1:1.000 Indicações • Parada cardíaca: FV, TV sem pulso, assistolia, atividade elétrica sem pulso. • Bradicardia sintomática: pode ser considerada após a atropina, como uma infusão alternativa à dopamina. • Hipotensão grave: Pode ser usada quando a colocação do marca-passo e a atropina falham, quando a hipotensão está associada à bradicardia ou com inibidor da enzima fosfodiesterase. • Anafilaxia, reações alérgicas graves: associe com grandes volumes de fluidos, corticosteróides, anti-histamínicos. Precauções • O aumento da pressão arterial e da freqüência cardíaca pode causar isquemia miocárdica, angina e um aumento na demanda de oxigênio. • Altas doses não melhoram a sobrevivência ou a evolução neurológica e podem contribuir para a disfunção miocárdica pós-ressuscitação. • Altas doses podem ser necessárias para tratar o choque induzido por intoxicação/medicamentos. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association Parada Cardíaca • Dose IV/IO: 1 mg (10 ml da solução a 1:10.000) administrada a cada 3 a 5 minutos, durante a tentativa de ressuscitação. Após cada dose de 20 ml contínua, eleve o braço da vítima por 10 a 20 segundos. • Doses Mais Altas: Doses mais altas (de até 0,2 mg/kg) podem ser usadas para indicações específicas (overdose de bloqueadores dos canais de cálcio ou de β-bloqueadores) • Infusão Contínua: Acrescente 1 mg de epinefrina (1 ml de solução 1:1.000) a 500 ml de SSN ou SG 5%. A taxa de infusão inicial de 1 μg/min deve ser titulada até o efeito (dose típica: 2 a 10 μg/min) • Via Endotraqueal 2 a 2,5 mg, diluídos em 10 ml de SSN. Hipotensão ou Bradicardia Profunda Infusão de 2 a 10 μg/min; titule para a resposta do paciente. 9 Medicamento/ Terapia Fibrinolíticos Alteplase, recombinante (Activase); ativador do plasminogênio tecidual (tPA) Frascos de 50 e 100 mg reconstituídos com água estéril, na proporção de 1 mg/ml. Para todos os 4 agentes, use 2 cateteres IV periféricos, um exclusivo para a administração dos fibrinolíticos Reteplase, recombinante (Retavase) Frascos de 10 U reconstituídos com água estéril até 1 U/ml Estreptoquinase (Streptase) Reconstitua até 1 mg/ml Indicações/Precauções Indicações Para Parada Cardíaca: Não existem evidências suficientes para recomendar o uso rotineiro. Para IAM em Adultos: • Elevação do segmento ST (>1 mm em ≥ 2 derivações contíguas) ou BCRE novo ou presumivelmente novo. • Na presença de sinais e sintomas de IAM. • Tempo desde o início dos sintomas ≤ 12 horas Para AVC Isquêmico Agudo: (A alteplase é o único fibrinolítico aprovado para AVC isquêmico agudo). • Início súbito de déficits neurológicos focais ou de alterações no nível de consciência (p. ex., desvio da rima bucal, queda do braço, fala anormal). • Ausência de hemorragia intracerebral ou subaracnóidea ou efeito de massa à tomografia. • Ausência de déficits neurológicos de intensidade variável ou melhorando rapidamente. • A alteplase pode ser iniciada em < 3 horas do início dos sintomas. Precauções e Critérios de Exclusão • Sangramento interno ativo (exceto menstruações) nos últimos 21 dias. • História de eventos vasculares cerebrais, intracranianos ou intramedulares nos últimos 3 meses (AVC, malformação arteriovenosa, neoplasia, aneurisma, trauma recente, cirurgia recente). • Nos primeiros 14 dias após uma cirurgia maior ou um trauma grave • Dissecção da aorta. • Hipertensão não controlada, grave. • Transtornos conhecidos de sangramento. • RCP prolongada com evidências de trauma torácico. • Punção lombar no prazo nos últimos 7 dias. • Punção arterial recente em sítio não compressível. • Durante as primeiras 24 horas de terapia fibrinolítica para AVC isquêmico, não administre ácido acetilsalicílico ou heparina. Tenecteplase (TNKase) © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association Dosagem em Adultos Alteplase, recombinante (tPA) A dose total recomendada é baseada no peso corporal do paciente. Para IAM, a dose total não deve exceder 100 mg; para AVC isquêmico agudo, a dose total não deve exceder 90 mg. Observe que existe um esquema posológico para pacientes com IAMEST e um esquema diferente para casos de AVC isquêmico agudo. Para IAM: • Infusão acelerada (1,5 horas) — Administre 15 mg IV em bolus — Depois, 0,75 mg/kg durante os próximos 30 minutos (não exceder 50 mg). — Depois, administre 0,5 mg/kg durante 60 minutos (não exceder 35 mg). Para AVC Isquêmico Agudo: • Administre 0,9 mg/kg (máximo 90 mg) infundidos durante 60 minutos. • Administre 10% da dose total como um bolus IV inicial, durante 1 minuto. • Administre os 90% remanescentes durante os próximos 60 minutos. Reteplase, recombinante • Administre primeiramente 10 U IV em bolus, durante 2 minutos. • 30 minutos depois, administre um segundo bolus de 10 U IV durante 2 minutos. (Administre SSN contínua antes e depois de cada bolus). • Administre heparina e ácido acetilsalicílico conjuntamente. Estreptoquinase 1,5 milhões de U em uma infusão por 1 hora Tenecteplase Bolus: 30 a 50 mg, dose ajustada pelo peso 10 Medicamento/ Terapia Flumazenil Indicações/Precauções Dosagem em Adultos Indicações Reversão da depressão respiratória e efeitos sedativos devidos à overdose de benzodiazepinas puras. Primeira Dose 0,2 mg IV durante 15 segundos. Precauções • Os efeitos podem não durar mais que os efeitos das benzodiazepinas. • Monitorize para depressão respiratória recorrente. • Não use em caso de suspeita de overdose de agentes tricíclicos. • Não use em pacientes com tendência a convulsões. • Não use em casos de overdose de medicamentos desconhecidos ou overdose de medicamentos mistos com medicamentos conhecidos que sabidamente causam convulsões (antidepressivos tricíclicos, cocaína, anfetaminas, etc.). Furosemida Indicações • Para a terapia adjuvante do edema pulmonar agudo, em pacientes com pressão arterial sistólica > 90 a 100 mmHg (sem sinais e sintomas de choque). • Emergências hipertensivas. • Pressão intracraniana aumentada. Segunda Dose 0,3 mg IV durante 30 segundos. Se a resposta não for adequada, administre uma terceira dose. Terceira Dose 0,5 mg IV administrados durante 30 segundos. Se não houver resposta adequada, repetir uma vez a cada minuto, até obter uma resposta adequada ou até que seja administrado um total de 3 mg Administração IV • 0,5 a 1 mg/kg administrados durante 1 a 2 minutos. • Se não responder, duplique a dose para 2 mg/kg, lentamente durante 1 a 2 minutos. • Para edema pulmonar de início recente, com hipovolemia < 0,5 mg/kg. Precauções Podem ocorrer desidratação, hipovolemia, hipotensão, hipopotassemia ou outros desequilíbrios eletrolíticos. Glucagon Pulverizado, em frascos de 1 e 10 mg Reconstitua com a solução fornecida pelo fabricante Indicações Tratamento adjuvante dos efeitos tóxicos dos β-bloqueadores ou dos bloqueadores dos canais de cálcio. Infusão IV 3 mg inicialmente, seguidos de infusão de 3 mg/hora, conforme a necessidade. Precauções • Não misture com solução salina. • Pode causar vômitos, hiperglicemia. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 11 Medicamento/ Terapia Inibidores da Glicoproteína IIb/IIIa Indicações/Precauções Dosagem em Adultos Indicações Esses medicamentos inibem o receptor da integrina glicoproteína IIb/IIIa na membrana das plaquetas, inibindo a agregação plaquetária. Indicadas para síndromes coronarianas agudas sem elevação do segmento ST. Nota: Leia a bula no interior da embalagem para indicações atuais, doses e duração da terapia. A duração ideal da terapia não foi estabelecida. Precauções/Contra-indicações Sangramento interno ativo ou distúrbio de coagulação nos últimos 30 dias, história de hemorragia intracraniana ou outros sangramentos, procedimento cirúrgico ou trauma no último mês, contagem de plaquetas < 150.000/mm3, hipersensibilidade e uso concomitante de um outro inibidor da GP IIb/IIIa (consulte também “Síndrome Coronariana Aguda: Tratamento para AI/IAMSEST”). Abciximab (ReoPro®) Indicações do Abciximab Aprovado pela FDA para pacientes com IAMSEST ou angina instável com ICP planejada para as 24 horas seguintes. Precauções/Contra-indicações Deve ser usada com heparina. Apresenta uma ligação irreversível com as plaquetas. A recuperação da função plaquetária requer 48 horas (regeneração). A administração repetida pode causar reação de hipersensibilidade. Eptifibatide (Integrilin®) Indicações para o Eptifibatide Angina instável/IAMSEST controlada clinicamente e angina instável/IAMSEST em pacientes submetidos a ICP. Ações/Precauções Recupera a função plaquetária dentro de 4 a 8 horas após a descontinuação. Tirofiban (Aggrastat®) Indicações para o Tirofiban Angina instável/IAMSEST controlada clinicamente e angina instável/IAMSEST em pacientes submetidos à ICP. Ações/Precauções Recupera a função plaquetária dentro de 4 a 8 horas após a descontinuação. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association Abciximabe • Síndromes coronarianas agudas com ICP planejada no prazo de 24 horas: bolus IV de 0,25 mg/kg IV (10 a 60 minutos antes do procedimento), depois, uma infusão IV de 0,125 μg/kg por minuto, por 12 a 24 horas. • ICP somente: bolus IV de 0,25 mg/kg, a seguir infusão IV de 10 μg/min. Eptifibatide • Síndromes Coronarianas Agudas: Bolus IV de 180 μg/kg durante 1 a 2 minutos, depois, infusão IV de 2 μg/kg por minuto, por 72 a 96 horas. • ICP: bolus IV de 180 μg/kg durante 1 a 2 minutos, depois, inicie infusão de 2 μg/kg por minuto, então, repita o bolus em 10 minutos. • Dose máxima (paciente 121 kg de peso corporal) para Síndrome Coronariana Aguda/ICP: bolus de 22,6 mg; infusão de 15 mg/h. • Ajuste a dose, se o clearance de creatinina < 50 ml/min. Tirofiban • Síndromes coronarianas agudas ou ICP: 0,4 μg/kg IV por minuto, durante 30 minutos, depois, infusão IV de 0,1 μg/kg por minuto durante 48 a 96 horas. • Ajuste a dose, se o clearance de creatinina < 30 ml/min. 12 Medicamento/ Terapia Heparina Não fracionada (HNF) As concentrações variam de 1.000 até 40.000 UI/ml Heparina Baixo Peso Molecular (HBPM) Enoxaparina (Lovenox®) Indicações/Precauções Dosagem em Adultos Indicações • Terapia adjuvante no tratamento do IAM. • Inicie o uso de heparina com fibrinolíticos específicos (p. ex., alteplase, reteplase, tenecteplase). Infusão IV de HNF — IAMEST • Bolus inicial 60 UI/kg (bolus máximo: 4.000 UI) • Continue com 12 UI/kg por hora, procurando ficar o mais perto de 50 UI (máximo: 1.000 UI/hora para pacientes > 70 kg de peso corporal). • Faça o ajuste, para manter a TTPa 1,5 a 2 vezes os valores de referência (aproximadamente 50 a 70 segundos) por 48 horas ou até a angiografia. • Cheque o TTPa inicial após 3 horas, então, a cada 6 horas, até que se estabilize; a seguir, cheque diariamente. • Siga o protocolo de heparina preconizado pela instituição. • Contagem de plaquetas diariamente. Precauções • As mesmas contra-indicações da terapia fibrinolítica sangramento ativo; cirurgia ocular, intraespinal ou intracraniana recente; hipertensão grave; distúrbios hemorrágicos; sangramento gastrintestinal. • Doses e metas laboratoriais adequadas quando utilizados com terapia fibrinolítica. • Não use se a contagem de plaquetas for ou cair a níveis < 100.000 ou estiver presente história de trombocitopenia induzida por heparina. Para esses pacientes, considerar o uso de antitrombinas diretas. Ver bivalirudina na parte inferior desta coluna. Indicações Para uso em síndromes coronarianas agudas, especificamente em pacientes com IAMSEST / angina instável. Esses medicamentos inibem a geração de trombina pela inibição do fator Xa e também inibem indiretamente a trombina pela formação de um complexo com antitrombina III. Esses medicamentos não são neutralizados pelas proteínas que se ligam à heparina. Precauções • A hemorragia pode complicar qualquer terapia com HBPM. Contra-indicada na presença de hipersensibilidade à heparina ou produtos suínos ou história de sensibilidade ao medicamento. Utilize enoxaparina com extrema cautela em pacientes com trombocitopenia tipo II induzida por heparina • Ajuste a dose para os casos de insuficiência renal. • Contra-indicada se a contagem de plaquetas for < 100.000. Para esses pacientes, considerar o uso de antitrombinas diretas: — Bivalirudina (Angiomax, aprovada pela FDA para pacientes com Sindrome Coronariana Aguda sob ICP): Bolus: infusão IV de 0,25 mg/kg: 0,5 mg/kg por hora por 12 horas; depois, 0,25 mg/kg por hora por 36 horas. Reduza a taxa de infusão se o TTPa > 75 segundos durante as primeiras 12 horas © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association Infusão IV de HNF — IAMSEST • Bolus inicial 60 a 70 UI/kg. Máximo: 5.000 UI. • 12 a 15 UI/kg por hora. Máximo: 1.000 UI/h. • Siga o protocolo da instituição (ver os 3 últimos itens da seção Infusão IV de HNF — IAMEST Protocolo da Enoxaparina para IAMSEST • 1 mg/kg SC 2 vezes por dia; a primeira dose pode ser precedida de 30 mg IV em bolus. Protocolo de Enoxaparina para IAMEST — como terapia auxiliar com fibrinolíticos • Bolus IV de 30 mg, depois 1 mg/kg por via subcutânea, 2 vezes ao dia, até a alta hospitalar • Para pacientes < 75 anos, com ausência de insuficiência renal clinicamente significativa. • Contra-indicada para creatinina > 2,5 mg/dl em homens ou 2 mg/dl em mulheres (quando administrada com tenecteplase). Enoxaparina: Insuficiência renal Para clearance de creatinina < 30 ml/min reduzir a dose para 1 mg/kg SC diariamente. Heparina Reversa HIC ou sangramento potencialmente fatal: Administre protamina, consulte a bula no interior da embalagem. 13 Medicamento/ Terapia Ibutilida A intervenção de escolha é a cardioversão DC Inanrinona Inibidor da enzima fosfo-diesterase Indicações/Precauções Dosagem em Adultos Indicações Tratamento de arritmias supraventriculares, incluindo fibrilação atrial e flutter atrial quando a duração ≤ 48 horas. Duração de ação curta. Eficaz para a conversão de flutter ou fibrilação atrial de duração relativamente curta. Dose para Adultos ≥ 60 kg 1 mg (10 ml) administrado por via IV (diluída ou não diluída) durante 10 minutos. Uma segunda dose pode ser administrada na mesma taxa, 10 minutos mais tarde. Precauções / Contra-indicações Contra-indicação: Não administre a pacientes com QTc > 440 mseg. As arritmias ventriculares se desenvolvem em aproximadamente 2% a 5% dos pacientes (taquicardia ventricular polimórfica, incluindo torsades de pointes). Monitorize o ECG ininterruptamente para detectar a presença de arritmias durante a administração e durante 4 a 6 horas após a administração com um desfibrilador muito próximo. Pacientes com função do VE significativamente comprometida estão sob o mais alto risco de arritmias. Dose para Adultos < 60 kg Dose IV inicial de 0,01 mg/kg Indicações Insuficiência cardíaca congestiva grave refratária aos diuréticos, vasodilatadores e agentes inotrópicos convencionais. Dose de Ataque e Infusão IV • 0,75 mg/kg (não exceder 1 mg/kg), administre durante 2 a 3 minutos. Administre a dose de ataque durante 10 a 15 minutos em casos de disfunção VE (p. ex., pós-ressuscitação). • Continue com uma infusão de 5 a 15 μg/kg por minuto, titulada pelo efeito clínico. • Pode ser administrado um bolus adicional em 30 minutos. • Requer a monitorização hemodinâmica. • Para clearance de creatinina < 10 ml/ min reduzir a dose em 25% a 50%. Precauções • Não misture com soluções de dextrose ou outros medicamentos. • Pode causar taquiarritmias, hipotensão, ou trombocitopenia. • Pode intensificar a isquemia miocárdica. Isoproterenol Infusão IV Indicações • Use com cautela como medida temporária se um marca-passo externo não estiver disponível para o tratamento da bradicardia sintomática. • Torsades de pointes refratárias que não respondem ao sulfato de magnésio • No controle temporário da bradicardia em pacientes que receberam transplante cardíaco (coração denervado não responsivo à atropina). • Intoxicação por ß-bloqueadores. Administração IV • Administre a infusão a uma taxa de 2 a 10 μg/min. • Titule para adequar a freqüência cardíaca. • Em casos de torsades de pointes, titule para aumentar a freqüência cardíaca, até que a TV seja suprimida. Precauções • Não use para o tratamento da parada cardíaca. • Aumenta a necessidade de oxigênio miocárdico, que pode intensificar a isquemia miocárdica. • Não administre com epinefrina; pode causar FV/TV. • Não administre a pacientes com choque induzido por intoxicação/medicamento (exceto por intoxicação por ß-bloqueador). • Pode-se usar doses mais altas para intoxicação por ß-bloqueadores © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 14 Medicamento/ Terapia Lidocaína Pode ser administrada por tubo endotraqueal Indicações/Precauções Dosagem em Adultos Indicações • Alternativa à amiodarona, em casos de parada cardíaca por FV/TV . • TV monomórfica estável com função ventricular preservada. • TV polimórfica estável com intervalo QT basal normal e função do VE preservada, quando a isquemia está tratada e o equilíbrio eletrolítico está corrigido. • Pode ser usado para TV polimórfica estável com prolongamento do intervalo QT basal, se houver suspeita de torsades. Parada Cardíaca por FV/TV • Dose inicial: 1 a 1,5 mg/kg IV/IO. • Para FV refratária, pode ser administrado adicionalmente 0,5 a 0,75 mg/kg IV contínua, repita em 5 a 10 minutos; até um máximo de 3 doses ou um total de 3 mg/kg. • Administração endotraqueal: 2 a 4 mg/kg. Precauções/Contra-indicações • Contra-indicação: Uso profilático em IAM está contra-indicado • Reduza a dose de manutenção (não a dose de ataque) na presença de função hepática comprometida ou disfunção ventricular esquerda. • Suspenda a infusão imediatamente, caso ocorram sinais de toxicidade. Sulfato de Magnésio Indicações • Recomendado para uso em parada cardíaca somente se estiverem presentes torsades de pointes ou houver suspeita de hipomagnesemia. • Arritmias ventriculares potencialmente fatais decorrentes de toxicidade digitálica. • Não se recomenda administrar rotineiramente a pacientes hospitalizados com IAM. Precauções • Ocasionalmente pode haver redução na pressão arterial com a administração rápida. • Use com cautela, em casos de insuficiência renal. Manitol Concentrações: 5%, 10%, 15%, 20% e 25% Indicações Pressão intracraniana aumentada no tratamento de emergências neurológicas. Precauções • Monitorize as condições dos fluidos e a osmolalidade sérica (não exceder 310 mOsm/kg). • Cautela em casos de insuficiência renal, porque pode sobrevir sobrecarga hídrica. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association Arritmia com Perfusão Adequada Para TV estável, taquicardia com complexo largo de tipo incerto, ectopia significativa: • Doses variando de 0,5 a 0,75 mg/kg e de até 1 a 1,5 mg/kg podem ser usadas. • Repita 0,5 a 0,75 mg/kg a cada 5 a 10 minutos: dose total máxima: 3 mg/kg. Infusão de Manutenção. 1 a 4 mg/min (30 a 50 μg/kg por minuto); pode diluir em SG 5%; SG 10%; ou SSN. Parada Cardíaca (Devida à Hipomagnesemia ou Torsades de Pointes) 1 a 2 g (2 a 4 ml de uma solução a 50%) diluída em 10 ml de SG 5% IV/IO durante 5 a 20 minutos. Torsades de Pointes com Pulso ou IAM com Hipomagnesemia • Dose de ataque de 1 a 2 g misturada em 50 a 100 ml de SG 5%, durante 5 a 60 minutos IV. • Seguir com 0,5 a 1 g/h IV (titular para controlar torsades). Administração IV • Administre 0,5 a 1 g/kg durante 5 a 10 minutos através de cateter com filtro. • Doses adicionais de 0,25 a 2 g/kg podem ser administradas a cada 4 a 6 horas, conforme a necessidade. • Use com suporte de oxigenação e de ventilação. 15 Medicamento/ Terapia Milrinona Meia vida mais curta que a da inanrinona Indicações/Precauções Dosagem em Adultos Indicações Disfunção miocárdica e resistência vascular pulmonar ou sistêmica aumentada, incluindo • Insuficiência cardíaca congestiva em pacientes no pós-operatório de cirurgia cardiovascular • Choque com alta resistência vascular sistêmica Dose de Ataque 50 μg/kg IV durante 10 minutos como dose de ataque. Precauções Pode produzir náuseas, vômitos, hipotensão arterial, principalmente em pacientes com depleção de volume. Meia vida mais curta e menor efeito sobre as plaquetas, mas maior risco de arritmia ventricular que a inanrinona. Pode haver acúmulo do medicamento em casos de insuficiência renal e em pacientes com baixo débito cardíaco; reduza a dose em casos de insuficiência renal. Sulfato de Morfina Indicações • Dor torácica com síndrome coronariana aguda não responsiva a nitratos. • Edema pulmonar cardiogênico agudo (se a pressão arterial for adequada). Infusão intravenosa • 0,375 a 0,75 μg /kg por minuto por 2 a 3 dias. • Monitorização hemodinâmica necessária. • Reduza a dose em casos de comprometimento renal. Administração IV Dose inicial: 2 a 4 mg IV (durante 1 a 5 minutos) a cada 5 a 30 minutos. Repetir a dose: 2 a 8 mg em intervalos de 5 a 15 minutos Precauções • Administre lentamente e titule até obter o efeito desejado. • Pode causar depressão respiratória. • Causa hipotensão em pacientes com depleção de volume. • Use com cautela em casos de infarto ventricular direito. • Pode reverter com naloxona (0,4 a 2 mg IV). Cloridrato de Naloxona Indicações Depressão neurológica e respiratória devido a intoxicação com opiáceos não responsiva a O2 e ao suporte de ventilação. Precauções • Pode causar abstinência a opiáceos. • Meia-vida mais curta que a dos narcóticos, pode ser necessário repetir a dose. • Monitorize para depressão respiratória recorrente. • Reações anafiláticas raras têm sido relatadas. • Dê suporte à ventilação antes da administração de naloxona, evite a estimulação simpática. • Evite em convulsões induzidas pela meperidina. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association Administração • Dose típica de 0,4 a 2 mg, titule até que a ventilação seja adequada. • Use doses mais altas para reversão narcótica completa. • Pode-se administrar até 6 a 10 mg durante um período curto (< 10 minutos). • IM/SC 0,4 a 0,8 mg • Para pacientes com adição crônica aos opióides, use pequenas doses e titule lentamente. • Pode ser administrada pela via endotraqueal, se o acesso IV/IO não estiver disponível (outras doses são preferíveis). 16 Medicamento/ Terapia Nitroglicerina Disponível nas apresentações IV, comprimidos sublinguais e aerossol spray Indicações/Precauções Dosagem em Adultos Indicações • Tratamento inicial antianginoso para dor com suspeita de natureza isquêmica. • Para as primeiras 24 a 48 horas, em pacientes com IAM e ICC, infarto extenso da parede anterior, isquemia recorrente ou persistente, ou hipertensão. • Uso continuado (após as primeiras 48 horas) para pacientes com angina recorrente ou congestão pulmonar persistente. • Urgência hipertensiva com síndrome coronariana aguda. Administração IV • Bolus IV: 12,5 a 25 μg (se nenhuma medicação via SL ou spray for administrada). • Infusão: Inicie com 10 a 20 μg /min. Titule até obter o efeito, aumente para 5 a 10 μg/min a cada 5 a 10 minutos, até obter o efeito desejado. — Via de escolha para emergências. -– Use equipamentos IV adequados fornecidos pelas indústrias farmacêuticas. • Dilua em SG 5% ou SSN. Contra-Indicações • Hipotensão (PAS < 90 mmHg ou mais de 30 mmHg abaixo do valor basal) • Bradicardia grave (< 50 bpm) ou taquicardia (> 100 bpm) • Infarto VD • Uso de inibidores da fosfodiesterase para disfunção erétil (p. ex., sildenafil e vardenafil nas últimas 24 horas; tadalafil nas últimas 48 horas) Precauções • Com evidência de IAM, limite a redução da pressão arterial sistólica a 10%, se o paciente estiver normotenso; a 30%, se hipertenso, e evite reduzir para menos de 90 mmHg. • Não misture com outros medicamentos. • O paciente deve sentar ou ficar deitado ao receber esta medicação. • Não agite o aerossol spray, pois afeta o dosador. Nitroprussiato (Nitroprussiato de Sódio) Via Sublingual 1 comprimido (0,3 a 0,4 mg), repetido até um total de 3 doses, em intervalos de 5 minutos. Aerossol - Spray 1 a 2 nebulizações por 0,5 a 1 segundo, em intervalos de 5 minutos (forneça 0,4 mg por dose). Máximo de 3 nebulizações em 15 minutos. Nota: Os pacientes devem ser instruídos a entrar em contato com o serviço de emergência se a dor não aliviar ou se aumentar após o uso de um comprimido sublingual ou da aplicação do spray. Administração IV Indicações • Acrescente 50 ou 100 mg a 250 ml de • Crises hipertensivas. SG 5% (Consulte o manual farmacêu• Para reduzir a pós-carga em casos de insuficiêtico de sua instituição). ncia cardíaca e de edema pulmonar agudo. • Para reduzir a pós-carga em casos de regurgita- • Inicie com 0,1 μg /kg por minuto e titule, aumentando as doses a cada 3 a ção da valva aórtica ou mitral aguda. 5 minutos, até atingir o efeito desejado (geralmente até 5 μg /kg por minuto, Precauções mas doses mais altas, até 10 μg /kg, • Pode causar hipotensão, toxicidade por tiocianpodem ser necessárias). ato e retenção de CO2. • Administre com uma bomba de infusão; • Pode reverter a vasoconstrição pulmonar use monitorização hemodinâmica para hipóxica em pacientes com doença pulmonar, uma segurança ótima. exacerbando a derivação intrapulmonar, resul• A ação ocorre em 1 a 2 minutos. tando em hipoxemia. • Sensível à luz, cubra o frasco que • Outros efeitos colaterais incluem cefaléias, contém o medicamento e o tubo com náuseas, vômitos e câimbras abdominais. material opaco. • Cautela com inibidores da fosfodiesterase (p. ex., sildenafil). © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 17 Medicamento/ Terapia Norepinefrina Indicações/Precauções Dosagem em Adultos Indicações • Choque cardiogênico grave e hipotensão hemodinamicamente significativa (pressão arterial sistólica < 70 mmHg) com resistência periférica total baixa. • Agente usado como último recurso para o tratamento de cardiopatia isquêmica e choque. Administração IV (Única Via) • 0,5 a 1 μg/min titulado até a melhora da pressão arterial (até 30 μg/minuto). • Acrescente 4 mg de norepinefrina ou 8 mg de bitartarato de norepinefrina a 250 ml de SG 5% ou GSSN 5%, mas não SSN sozinha. • Não administre no mesmo cateter IV que as soluções alcalinas. • Hipotensão induzida por intoxicação/ medicamentos pode requerer doses mais altas para alcançar uma perfusão adequada. Precauções • Aumenta a demanda miocárdica de oxigênio, eleva a pressão arterial e a freqüência cardíaca. • Pode induzir arritmias. Use com cautela em pacientes com isquemia aguda; monitorize o débito cardíaco. • O extravasamento causa necrose tecidual. • Se ocorrer extravasamento, administre fentolamina 5 a 10 mg em 10 a 15 ml de solução salina, infiltrado na área. Oxigênio Fornecido por tanques portateis ou fontes montadas em paredes, instaladas através de dispositivos de fornecimento Indicações • Qualquer emergência cardiopulmonar suspeita. • Queixas de respiração curta e dor isquêmica suspeita. • Síndrome coronariana aguda: administre a todos os pacientes nas primeiras 6 horas. Continue se houver congestão pulmonar, isquemia vigente ou se a saturação de oxigênio for < 90%. • Para pacientes com suspeita de AVC e hipoxemia ou saturação de oxihemoglobina desconhecida. Pode-se considerar a administração a pacientes que não estejam hipoxêmicos. Precauções • Observe atentamente ao usar em pacientes com alterações pulmonares sabidamente dependentes de condições respiratórias hipóxicas (muito raras). • A oximetria de pulso pode ser imprecisa em condições com baixo débito cardíaco, com vasoconstrição ou com exposição ao monóxido de carbono. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association Dispositivo Taxa de Fluxo O2 (%) Cânula Nasal 1-6 l/min 21-44 Máscara de Venturi 4-12 l/min 24-50 Máscara de reinalação parcial 6-10 l/min 35-60 Máscara c/ reservatório de oxigênio não reinalante 6-15 l/min 60-100 Bolsa-valvamáscara c/ “terminal” não reinalante 15 l/min 95-100 Nota: A oximetria de pulso é um método útil para titular a administração de oxigênio, para manter a saturação de oxigênio fisiológica (ver Precauções). 18 Medicamento/ Terapia Procainamida Indicações/Precauções Dosagem em Adultos Indicações • Útil para o tratamento de uma ampla variedade de arritmias, incluindo TV monomórfica estável com intervalo QT normal e função do VE preservada • Pode ser usada para o tratamento de TSVP não controlada pela adenosina e por manobras vagais, se a pressão arterial estiver estável. • Taquicardia estável com complexo largo de origem desconhecida. • Fibrilação atrial com freqüência rápida na Síndrome de Wolff-Parkinson-White. FV/TV recorrente • Infusão de 20 mg/min por via IV (dose total máxima: 17 mg/kg). • Em situações urgentes, até 50 mg/min, pode ser administrada para uma dose total de 17 mg/kg. Precauções • Se houver disfunção cardíaca ou renal, reduza a dose total máxima para 12 mg/kg e a infusão de manutenção a 1 a 2 mg/min. • Pró-arrítmico, principalmente em casos de IAM, hipopotassemia ou hipomagnesemia. • Pode induzir hipotensão em pacientes com função comprometida do VE. • Use com cautela com outros medicamentos que prolongam o intervalo QT. Aconselha-se consulta ao especialista. Bicarbonato de Sódio Indicações As indicações específicas para o uso de bicarbonato são as seguintes: • Hiperpotassemia preexistente conhecida • Acidose preexistente responsiva ao bicarbonato conhecida; p. ex., cetoacidose diabética, overdose de ácido acetilsalicílico ou antidepressivos tricíclicos, cocaína ou difenidramina. • Ressuscitação prolongada com ventilação eficaz; em casos de retorno da circulação espontânea após intervalo prolongado da parada. • Não é útil ou eficaz em casos de acidose hipercárbica (p. ex., parada cardíaca e RCP sem intubação). Outras Indicações • Infusão de 20 mg/min por via IV, até que ocorra um dos seguintes: — Supressão da arritmia — Hipotensão — O complexo QRS alarga aproximadamente > 50% — É administrada uma dose total de 17 mg/kg • O uso em casos de parada cardíaca é limitado pela necessidade de infusão lenta e de eficácia incerta. Infusão de Manutenção 1 a 4 mg/min (dilua em SG 5% ou SSN). Reduza a dose se houver insuficiência renal Administração IV • 1 mEq/kg em bolus IV. • Se disponível rapidamente, use a análise de gasometria arterial para orientar a terapia com bicarbonato (déficits de base ou concentrações de bicarbonato calculadas). A gasometria do sangue arterial é um indicador não confiável de acidose durante a parada cardíaca. Precauções • A RCP e a ventilação adequadas, e não o bicarbonato, são os principais “agentes tampão” na parada cardíaca. • Não é recomendado para uso rotineiro em pacientes com parada cardíaca. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 19 Medicamento/ Terapia Sotalol (Forma IV não aprovada para uso nos Estados Unidos) Não é um antiarrítmico de primeira linha Procure consulta com especialista Indicações/Precauções Dosagem em Adultos Indicações Nos Estados Unidos, a forma de administração por via oral é aprovada para o tratamento de arritmias ventriculares e atriais. Fora dos Estados Unidos, é usada para o tratamento de arritmias supraventriculares e de arritmias ventriculares em pacientes sem doença cardíaca com comprometimento estrutural. Administração IV • 1 a 1,5 mg/kg de peso corporal e depois infusão à uma taxa de 10 mg/min. • A infusão deve ser feita lentamente. • Reduza a dose em casos de comprometimento renal. Precauções/Contra-indicações • Deve ser evitado em pacientes com perfusão inadequada, devido aos efeitos inotrópicos negativos significativos. Deve ser infundido lentamente. • Os efeitos adversos incluem bradicardia, hipotensão arterial e arritmias (torsades de pointes). • Use com cautela quando administrado com outros medicamentos que prolongam o intervalo QT (p. ex., procainamida, amiodarona). Agentes Trombolíticos (ver Agentes Fibrinolíticos) Marca-passo Transcutâneo Os marca-passos externos apresentam taxas fixas (independentes da necessidade ou modo assincrônico) ou taxas dependentes da necessidade (variação: de 30 a 180 bpm). A corrente de saída varia de 0 a 200 mA. Indicações • Bradicardia hemodinamicamente instável ou sintomática (p. ex., alterações da pressão arterial, condições mentais alteradas, angina, edema pulmonar). • Condições de uso do marca-passo em casos de IAM, como a seguir: — Disfunção sintomática do nó sinusal. — Bloqueio cardíaco de segundo grau tipo II. — Bloqueio cardíaco de terceiro grau. — Bloqueio bifascicular ou BCR novo direito, esquerdo ou alternante. • Bradicardia com ritmos de escape ventricular sintomáticos . • Colocação de marca-passo para o tratamento de taquicardias refratárias à terapia farmacológica ou à cardioversão elétrica. • Não recomendado para parada cardíaca bradiassistólica. Técnica • Coloque os eletrodos do marca-passo no tórax, de acordo com as instruções na embalagem. • LIGUE o marca-passo. • Ajuste a freqüência de demanda em aproximadamente 80 bpm. • Ajuste a corrente (mA) de saída conforme explicado a seguir, para bradicardia: aumente os miliampéres a partir de um valor mínimo até atingir uma captura consistente (caracterizada por um alargamento do complexo QRS e uma onda T achatada após cada descarga do marca-passo). Então, aumente mais 2 mA como margem de segurança. Precauções • Contra-indicado em casos de hipotermia grave ou parada cardíaca bradiassistólica prolongada. • Pacientes conscientes podem necessitar de analgesia para o tratamento do desconforto. • Evite utilizar o pulso carotídeo para confirmar a captura mecânica. A estimulação elétrica causa um espasmo muscular que pode mimetizar o pulso carotídeo. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 20 Medicamento/ Terapia Vasopressina Indicações/Precauções Dosagem em Adultos Indicações • Pode ser usada como um agente vasopressor alternativo à epinefrina no tratamento do choque refratário à FV em adultos. • Pode ser uma alternativa útil à epinefrina na assistolia e na AESP. • Pode ser útil para o suporte hemodinâmico no choque por vasodilatação (p. ex., choque séptico). Administração IV Uma dose para parada cardíaca: 40 U IV/IO contínua pode substituir a primeira ou a segunda dose de epinefrina. A epinefrina pode ser administrada a cada 3 a 5 minutos, durante a parada cardíaca. A vasopressina pode ser administrada por via endotraqueal, mas ainda não existem evidências suficientes para recomendar uma dose específica. Precauções/Contra-indicações • Vasoconstritor periférico potente. A resistência vascular periférica aumentada pode provocar isquemia cardíaca e angina. • Não recomendada para pacientes responsivos com doença arterial coronariana. Verapamil Indicações • Medicamento alternativo (após a adenosina) para reverter a TSV paroxística com complexo QRS estreito e pressão arterial adequada e função preservada do VE. • Pode controlar a resposta ventricular em pacientes com fibrilação atrial, flutter ou taquicardia atrial multifocal. Administração IV • Primeira Dose: 2,5 a 5 mg IV em bolus durante 2 minutos (durante 3 minutos em pacientes mais velhos). • Segunda Dose: 5 a 10 mg, se necessário, a cada 15 a 30 minutos. Dose máxima: 20 mg. • Alternativa: 5 mg em bolus a cada 15 minutos até a dose total de 30 mg. Precauções • Administre somente a pacientes com TSV paroxística com complexo estreito ou arritmias supraventriculares conhecidas. • Não use para taquicardias com complexo QRS largo de origem incerta e evite o uso para síndrome de Wolff-Parkinson-White e para fibrilação atrial, síndrome sinusal (SSS), ou bloqueio AV de segundo ou terceiro graus sem a colocação de marca-passo. • Pode diminuir a contratilidade miocárdica e produzir vasodilatação periférica e hipotensão. O uso de cálcio por via IV pode restabelecer a pressão arterial em casos de intoxicação. • Administração IV concomitante ao uso de ß-bloqueadores por via IV pode causar hipotensão grave. Use com extrema cautela em pacientes tratados com ß-bloqueadores por via oral. Medicamentos Simpatomiméticos, Inotrópicos e Inodilatadores Medicamento Infusão IV Efeito Adrenérgico Potencial Arritmogênico α ß Epinefrina 2 a 10 μg/min ++ +++ +++ Norepinefrina 0,5 a 12 μg/min +++ ++ ++ Dopamina 2 a 4 μg/kg por minuto 5 a 10 μg/kg por minuto 10 a 20 μg/kg por minuto + ++ +++ +* ++* ++ + ++ +++ Dobutamina 2 a 20 μg/kg por minuto + +++ ++ Isoproterenol 2 a 10 μg/min 0 +++ +++ Inanrinona† (anteriormente denominada anrinona) 5 a 15 μg/kg por minuto (após dose de ataque de 0,75 mg/kg, não exceder 1 mg/kg, administre durante 2 a 3 minutos ou mais prolongado) 0 0* ++ *Aumenta o fluxo sangüíneo renal e esplâncnico. †Inibidor da fosfodiesterase. © 2006 Edição original em inglês: American Heart Association © 2008 Edição em português: American Heart Association 21