SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - REGIONAL
Foto: Dilson Carvalho | Praia de Carneiros, Pernambuco
volume 10 | nº 2 | Junho 2009 | ISSN 1517-4611
Inovar é desafiar os limites
da ciência e trazer os resultados
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EDITORIAL
E
ste semestre foi marcado pela emergência da crise dos derivativos no mercado norte-americano,
que se alastrou pelo mundo, trazendo graves consequências econômicas para as diversas regiões­
do planeta. No mundo globalizado, o Brasil não
foi exceção e sofreu forte impacto da crise, a despeito das primeiras impressões dos mandatários da nação. Especificamente
em São José dos Campos, a demissão dos funcionários da Embraer trouxe grande apreensão a todos.
A Odontologia, como parte da engrenagem econômica,
também sofre com as variações macro-econômicas. Portanto,
os cirurgiões-dentistas devem ser cautelosos em seus investimentos pessoais e profissionais. Neste cenário, investir na formação profissional pode ser uma forma segura de se preparar
para a bonança que, sem dúvida, sucederá à tempestade.
Prof. Dr. Leonardo Marchini
Coordenador da Revista da EAP/APCD
SUMÁRIO
1
5
CÁRIES RADICULARES NA TERCEIRA
IDADE: CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO
ROOT CARIES IN THE THIRD AGE:
CONTRIBUTION TO THE STUDY
A PRÓTESE TOTAL E OS PRECONCEITOS NO
TRATAMENTO DE IDOSOS PORTADORES DE
DOENÇAS MENTAIS
COMPLETE DENTURES AND SOME
PREJUDICES IN THE TREATMENT OF
ELDERLY WITH MENTAL ILLNESS
8
15
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Stefano Frugoli Peixoto
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Stefano Frugoli Peixoto
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CÁRIES RADICULARES NA TERCEIRA IDADE: CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO
ROOT CARIES IN THE THIRD AGE: CONTRIBUTION TO THE STUDY
AUTORES
Stefano Frugoli Peixoto*
Fernando Luiz Brunetti Montenegro**
*Cirurgião-dentista do Centro de Referência do Idoso (Zona Leste) –
CRI - São Paulo – SP
Especialista em Odontogeriatria pela Associação Brasileira de
Odontologia – SP
**Mestre e Doutor – Faculdade de Odontologia – USP – SP
Pesquisador, Mentor do Portal do Envelhecimento – Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP – São Paulo – SP
Prof. Dr. na Universidade Guarulhos - UnG – Guarulhos - SP
Endereço para contato:
Rua Lagoa Tai Grande, 1332 / 08290 - 500 São Paulo-SP
[email protected]
INTRODUÇÃO
A
longevidade do ser humano em todo o
planeta vem aumentando no decorrer
dos séculos, e existe a previsão que se
torne ainda maior nas próximas décadas.
Isto se deve, entre outros, ao avanço tecnológico da
Medicina, à ênfase cada vez maior aos tratamentos
preventivos na área da saúde, e à mudança cultural,
principalmente urbana, levando a esta transição
demográfica: a humanidade que anteriormente era
caracterizada, em essência, por um grande número
de nascimentos e por um grande número de óbitos,
passa a ser vista com uma menor taxa de fecundidade e também de mortalidade.
Embora aconteça também nos países desenvolvidos, o ritmo de crescimento da população idosa será mais acelerado nos países em desenvolvimento, causando nestes locais sério impacto social,
visto que, historicamente, os países industrializados estruturam-se socioeconomicamente antes de
Revisão da leitura
Com a idade, ocorre uma série de mudanças
no organismo, às vezes fisiológicas (conhecidas
como advindas da senescência), às vezes patológicas (decorrentes da senilidade). Tais alterações
deveriam ser atentadas por aqueles profissionais
que de algum modo têm contato com o paciente
idoso: saber das condições da saúde geral e do aspecto fisiológico normal de um paciente geriátrico
é importante, visto que podem interferir no planejamento e na terapia odontológica dos idosos.
Idosos institucionalizados ou hospitalizados
têm, de uma maneira geral, um estado de saúde
bucal mais pobre do que idosos ativos, favorecen1 Revista EAP/APCD | V 10 | Nº 2 | Junho 2009
RESUMO
ABSTRACT
DESCRITORES: Gerontologia; odontogeriatria; cáries radiculares - idosos.
DESCRIPTORS: Gerontology; geriatric dentistry;
root caries - elderly persons.
terem a sua população envelhecida, ao passo que,
nos países em desenvolvimento, ocorre exatamente o contrário, afirma Santos12 (2008).
A referida transição demográfica trouxe como
conseqüência uma transição epidemiológica de um
modo geral na Saúde, e, como não poderia deixar
de ser, na Saúde Bucal.
A Odontologia, conseqüentemente, possui um
papel de extrema relevância no bem estar dos idosos, uma vez que a saúde oral e a geral estão estreitamente inter-relacionadas; porém, não devemos
esquecer que o profissional que quer dedicar-se
ao tratamento deste grupo deve ter conhecimentos aplicados de Gerontologia, particularmente os
concernentes à Geriatria e à Psicogeriatria. A in-
terdisciplinaridade com outros profissionais, como
cuidadores, médicos, psicólogos, enfermeiras, fisioterapeutas, nutricionistas e assistentes sociais,
os quais têm um importante papel nas orientações
e ações em saúde geral e oral, também é fundamental, salientam Carvalho Filho e Papaléo 4 (2005).
As lesões de cárie de raiz e as deletérias conseqüências de sua evolução são muito freqüentes
em idosos, e nós, profissionais de saúde, podemos
tentar intervir no sentido de minimizar ou mesmo
prevenir esta afecção que diminui a qualidade de
vida de uma população que atualmente é, em sua
maioria, significativamente negligenciada pelos
serviços públicos e privados de odontologia, particularmente em nosso país.
do o surgimento da cárie de raiz. Dificuldades
motoras e falta de motivação e/ou conhecimento
dos cuidadores e outros profissionais no que tange
aos cuidados de higiene oral parecem ser problemas comumente ligados a pacientes em tais situações, como relatam Ueberschär e Günay14 (1991)
e Jonhson e Almqvist9 (2003). Outros fatores de
risco que merecem ser citados, segundo Fedele e
Sheets6 (1998): diminuição do fluxo salivar ou xerostomia, superfícies radiculares expostas, radioterapia em cabeça e pescoço, deficiência física ou
cognitiva, síndrome de Sjögren, diabetes, pobre
higiene oral, múltiplo uso de medicamentos, dieta
rica em carboidratos,
A cárie radicular pode desenvolver-se velozmente: Burgess e Gallo3 (2002) realçam que a
desmineralização é cerca de duas vezes mais rápida nas superfícies radiculares do que no esmalte,
pois aquelas têm metade do conteúdo mineral do
que este último, e também porque ocorre em um
pH mais alto: o pH crítico para a ocorrência da
cárie em cemento e/ou dentina é de aproximadamente seis; contudo, nos casos de lesões em esmalte é ao redor de 5,5. As lesões podem, ainda,
solapar o esmalte adjacente, alertam Fonzi et al.7
(1984).
Esta dissertação trata-se de uma revisão da literatura
sobre a prevalente cárie radicular na população idosa
e dos diversos fatores relacionados a esta doença.
Pode-se concluir que os idosos, principalmente os
institucionalizados, têm alto risco para desenvolver
cáries radiculares; que o consumo exagerado de carbohidratos, diminuição do fluxo salivar e falta de informação preventiva contribuem muito para aumentar
os níveis das cáries radiculares; que a educação em
saúde oral para pacientes idosos e seus cuidadores e
familiares é o melhor meio de se manter os resultados dos tratamentos curativos; que o uso abrangente
do flúor e a análise oclusal são essenciais para o sucesso clínico; que a durabilidade, estética e categoria
de risco para a doença devem ser consideradas antes
de selecionar o tipo de material restaurador e que um
controle de placa realizado com eficiência minimiza
o aparecimento destas lesões bem como aumenta a
vida útil das restaurações sobre elas aplicadas.
This dissertation is a review of literature about the
prevalent root caries in the aged population and
the various factors related to this disease. We can
conclude the aged people, chiefly the institutionalized ones, have high risk to develop root caries;
that the exaggerated consumption of carbohydrates,
decrease of salivary flow and lack of preventive
information contribute too much to increase the
levels of root caries; that oral health education for
elderly patients and their care givers and family is
the best manner to keep the results of the curative
treatments; that the wide use of fluoride and the occlusion analysis are essentials for the clinical success; that durability, aesthetics and risk category for
the disease should be considered prior to select the
type of restorative material and that a plaque control
dealt with efficiency minimizes the appearance of
these lesions as well as increases the useful life of
the restorations applied on them.
Nutrição
Como ocorre, com o passar dos anos, uma
diminuição na capacidade olfativa e gustativa,
tornando menor a percepção dos quatro sabores
primários (salgado, doce, amargo e ácido), o idoso passa a consumir uma maior quantidade de sal
e de açúcar. Além disso, começa a haver uma per-
da da eficiência mastigatória, levando-o a modificar seu padrão alimentar, muitas vezes para uma
dieta com menor poder nutricional. O idoso tem
também uma diminuição do trânsito gástrico, pois
ocorre uma atrofia da mucosa que absorve os nutrientes e uma diminuição das enzimas que atuam
no processo digestório. A dificuldade digestiva
gerará desconforto ao ancião, sendo um estímulo
a mais para que este consuma alimentos de menor
consistência, principalmente carboidratos, normalmente pouco nutritivos e bastante cariogênicos, relatam Brunetti e Montenegro2 (2002).
mente a uma lesão de cárie radicular, aumentam
sobremaneira a proximidade da polpa com o meio
bucal. Conseqüentemente, uma futura eventual seqüela de acidente vascular encefálico, ou doença
de Parkinson, dentre tantos comprometimentos
sistêmicos comuns na terceira idade, enfim, que
prejudiquem a realização de uma boa escovação
ou mesmo autolimpeza, seriam intercorrências altamente predisponentes para a instalação de lesões
de cárie radicular, cuja evolução pode ser, em nossa opinião, ainda mais deletéria do que nos casos
convencionais (onde não há concomitantemente a
presença de LCNC).
A abfração, muitas vezes inobservada, é uma
alteração comum na terceira idade, pois grande
parcela dos idosos já perdeu ao menos um elemento dental no decorrer da vida, compromentendo
assim a harmonia oclusal e ortognática. Fedele e
Sheets6 (1998) e Burgess e Gallo3 (2002) salientam que, se o dente em questão também é atingido
por abfração, a não eliminação do fator causal, id
est, o ajuste da oclusão, proporciona grandes chances de insucesso do tratamento restaurador, independentemente da retenção conferida ao preparo
cavitário. A utilização de placas de mordida e o
ajuste oclusal, através do preenchimento dos espaços protéticos, desgastes e tratamento periodontal
ou mesmo avulsão de elementos com mobilidade irreversível nos parecem ser de grande valia,
portanto, na conservação da zona cervical dos
dentes. Vale lembrar que a sensibilidade dentária
é diminuída nos idosos, podendo proporcionar ao
paciente uma menor importância dada por eles às
lesões cervicais.
saliva, levando a uma desmineralização dos tecidos duros do dente, e conseqüentemente ao rápido
progresso das lesões de cárie radicular. Não devemos nos esquecer, porém, que a diminuição do fluxo salivar ocorre fisiologicamente na senescência,
devido a uma substituição das células acinosas, que
são produtoras de saliva, por tecido gorduroso ou
conjuntivo.
Além disso, muitos dos medicamentos ingeridos pelos idosos também causam a diminuição
do fluxo salivar, sendo os mais comuns os antidepressivos, os anti-histamínicos, os diuréticos, os
anti-hipertensivos, os anticolinérgicos e os antineoplásicos.
Tanto as PPRs (próteses parciais removíveis)
como as PPFs (próteses parciais fixas) reintegram o ancião socialmente e na família, e melhoram a capacidade mastigatória, entre outros
benefícios, como bem salientam Brunetti e Montenegro2 (2002). Porém, a falta de higienização
apropriada pode levar ao aparecimento da cárie
radicular.
que ela tende a ser a mesma da sua juventude, como
proferem Carvalho Filho e Papaléo Netto4 (2005).
Partindo desta premissa, vale relevarmos a utilização de substitutos do açúcar, que é aconselhada por
Fedele e Sheets6 (1998). Já De Los Santos et al.5
(1994) sugeriram o uso de goma de mascar ou similares que liberassem flúor como tratamento alternativo de grupos de risco. Parece ser alternativa de
valia, pois o idoso possui o hábito de chupar balas,
na tentativa de aliviar o desconforto produzido pela
hipossalivação, segundo Steele et al.13 (2001).
Lo et al.10 (2006) observaram um bom comportamento do cimento de ionômero de vidro de
alta resistência ativado quimicamente associado à
técnica operatória ART (atraumatic restorative treatment), sugerindo como alternativa no tratamento
das lesões de cárie radicular em idosos institucionalizados ou outros grupos de risco, notadamente
onde há dificuldade de acesso a serviços odontológicos convencionais.
Brazzelli et al.1 (2006) foram alguns dos autores que estudaram sobre o tratamento de cáries com
gás ozônio, que tem sido sugerido como meio de
reversão, imobilização ou diminuição de progresso
das lesões, seguido de aplicação de soluções fluoretadas.
Lesões cervicais não-cariosas
Conforme Kliemann, in Brunetti e Montenegro2 (2002), as lesões cervicais não-cariosas (ou
LCNCs) são patologias que ocorrem na área do
colo dentário, de etiologia não-bacteriana, que
causam perda irreversível da estrutura dentária, e
que podem ser diferenciadas em: abrasão (geralmente associada à escovação traumática), erosão
(normalmente provocada por consumo exagerado
de alimentos ácidos e/ou por regurgitações recorrentes) e abfração, que é a flexão do dente que
ocorre notadamente no limite amelo-dentinário,
ocasionada por sobrecarga oclusal, devido à concentração de esforços na área cervical. Provoca
trincas e, como conseqüência, desestruturação
local com perda gradual de esmalte, dentina e cemento.
As LCNCs, apesar de não induzirem direta-
Consequências da hipossalivação
As propriedades diluente, lubrificante, remineralizadora, antibacteriana e tampão da saliva muito
contribuem para a resistência às cáries. Todavia,
doenças como a Síndrome de Sjögren e outras alterações causadas nas glândulas salivares, como as
advindas da radioterapia em pacientes com neoplasias, diminuem ou mesmo impedem a produção de
Influência das próteses dentárias
Os profissionais de saúde bucal e os próprios
pacientes idosos tentam diminuir os reveses causados pela perda de dentes, comum nas idades
mais avançadas, através das próteses dentárias.
Tratamento
Diversas são as opções apresentadas no que
se refere ao tratamento: na terapêutica preventiva,
desde o abastecimento das comunidades com água
fluoretada, ao dentifrício com flúor e à disseminação de orientações relacionadas à higiene oral. Na
curativa, muitos preferem o uso de cimentos de ionômero de vidro resino-modificados, compômeros,
resina composta fotopolimerizável. Mesmo o tradicional amálgama de prata é o material de eleição
de alguns autores.
A idéia de controle da dieta cariogênica é propagada por alguns autores, mas a alteração do padrão
dietético do idoso pode não ser tarefa fácil, uma vez
V 10 | Nº 2 | Junho 2009 | Revista EAP/APCD 2
Quadro 1 - Orientações de Burgess e Gallo3 (2002) sobre tratamento da cárie radicular
Categoria de risco
Condições
Opções preventivas
Materiais restauradores
Baixo
*Sem histórico de cárie nos últimos três
anos*Boa higiene oral*Não comprome- *Reforçar programa preventivo*Retorno
tido por medicamentos*Não usuário de anual
PPR ou de aparelho ortodôntico fixo
*Selantes*Resina composta*Amálgama
Médio
*Uma lesão de cárie nos últimos
três anos*Raízes expostas*Higiene
oral razoável*Manchas brancas
oudesmineralização*Visitas irregulares
ao dentista*Usuário de PPR ou de aparelho ortodôntico fixo*Comprometido
por medicamentos ou fisicamente
*Aconselhamento
nutricional*Bochechos diários com
fluoreto de sódio neutro*Aplicação
tópica de flúor profissional*Dentifrício
fluoretado*Retorno semestral
*Resina composta*Ionômero de vidro
resino-modificado*Compômeros
*Mais de duas lesões de cárie nos
últimos três anos*Grande número
de raízes expostas*Alta contagem
de Streptococcus mutans*Pobre
higiene oral*Fóssulas e fissuras
profundas*Consumo freqüente de açúcar*Uso inadequado de
flúor tópico*Visitas irregulares
ao dentista*Inadequado fluxo
salivar*Fisicamente comprometido
*Mensuração e monitoramento
da contagem de Streptococcus
mutans*Aplicação de clorexidina
duas vezes ao dia*Modificação
da dieta com aconselhamento
nutricional*Recomendação do uso de
balas ou gomas com xilitol*Bochechos
diários com fluoreto de sódio
neutro e 1,1% de gel de fluoreto de
sódio*Retorno trimestral
*Ionômero de vidro resinomodificado*Agentes adesivos e
ionômero de vidro*Núcleos*etc.
Alto
Discussão
Convém citar Henriksen et al.8 (2004), que
afirmaram que a cárie é um problema de menor
monta para os idosos. Nem a idade, nem a quantidade de dentes remanescentes na boca foram
fatores determinantes para a evolução das cáries.
Relatam inclusive que tais conclusões foram similares nas diferentes regiões geográficas estudadas,
todas na Noruega. Seria de certo modo imperioso
mencionar que os países escandinavos ou, mais
precisamente, os países nórdicos (Dinamarca,
Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia) estão entre
os melhores do planeta no sentido socioeconômi-
co e, como não poderia deixar de ser, também no
âmbito de saúde geral e bucal. Desta feita, uma
boa parcela dos trabalhos escandinavos, a despeito de sua conhecida qualidade, se realizada com
indivíduos habitantes daquela região, podem não
servir de parâmetro para o que se desenrola no
restante do globo.
A indicação de próteses é relevante no processo da doença. Fonzi et al.7 (1984) e Nevalainen et
al.11 (2004), são alguns dos autores que afirmam
que as PPRs favorecem., de algum modo, o aparecimento das cáries radiculares. Porém, Brunetti
e Montenegro2 (2002) relevam que uma indicação
adequada pode fazer das PPRs as próteses de eleição o idoso, especialmente em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, nos quais o custo
das próteses fixas e implantes osseointegrados é
proibitivo. Dentre as vantagens, quando comparada às PPFs, estes estudiosos citam a maior rapidez na confecção, custo expressivamente menor
e a facilidade de higienização (não somente da
prótese, mas inclusive dos dentes pilares), notadamente quando a idade do paciente é bem avançada e/ou há pouca expectativa de vida.
meio de se manter os resultados dos tratamentos
curativos;
• Mesmo depois de instaladas, as lesões
podem ser tratadas de modo conservador, principalmente com a utilização de fluorterapia de
diversas formas: bochechos, géis, dentifrícios,
balas ou pastilhas que liberem flúor;
• A análise oclusal dos dentes envolvidos
deve fazer parte do estudo dos casos previamente aos procedimentos restauradores, para evitar
um deslocamento prematuro dos mesmos;
• Havendo necessidade de dentística restauradora, o amálgama, as resinas compostas e os
cimentos de ionômero de vidro podem ser usados, de acordo com as necessidades prioritárias
do caso: durabilidade, estética e grau de risco
para a doença cárie;
• A observada alta incidência de carie de raiz
na 3a Idade pode ser bastante minimizada com
um controle constante do acúmulo de placa bacteriana, o que também aumentará a vida útil das
restaurações previamente instaladas.
Conclusão
• Pacientes idosos têm alto risco de desenvolver lesões de cárie radicular, principalmente
os institucionalizados;
• O grande consumo de carboidratos por esta
faixa etária é um importante fator que predispõe
ao surgimento e evolução das lesões de cárie de
raiz, somado a outros como a diminuição do fluxo salivar e a desinformação preventiva;
• A terapêutica preventiva, através de orientações sobre nutrição e higienização bucal ao
idoso e aos cuidadores/familiares é o melhor
3 Revista EAP/APCD | V 10 | Nº 2 | Junho 2009
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V 10 | Nº 2 | Junho 2009 | Revista EAP/APCD 4
A PRÓTESE TOTAL E OS PRECONCEITOS NO TRATAMENTO DE
IDOSOS PORTADORES DE DOENÇAS MENTAIS
COMPLETE DENTURES AND SOME PREJUDICES IN THE
TREATMENT OF ELDERLY WITH MENTAL ILLNESS
AUTORES
Stefano Frugoli Peixoto*
Luciana Cassimiro**
Fernando Luiz Brunetti Montenegro***
*Cirurgião-dentista do Centro de Referência do Idoso (Zona Leste) –
CRI - São Paulo - SP - Especialista em Odontogeriatria
Mestrando em Saúde Coletiva pela Faculdade de Ciências Médicas
da Santa Casa de São Paulo – São Paulo – SP
**Psicóloga do Centro de Referência do Idoso (Zona Leste) – CRI
- São Paulo - SP - Gerontóloga, Especializanda em Neuropsicologia
pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo –
São Paulo – SP
***Mestre e Doutor - Faculdade de Odontologia – Universidade de
São Paulo – FOUSP São Paulo – SP - Prof. Adjunto – Universidade
de Guarulhos - UnG – Guarulhos – SP
Pesquisador- Mentor do Portal do Envelhecimento – Pontifícia
Universidade Católica - PUC-SP – São Paulo – SP
Endereço para contato:
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CEP 08011-010 - e-mail: [email protected]
RESUMO
ABSTRACT
Nas últimas décadas a média de idade dos
indivíduos tem aumentado. Simultaneamente, nos deparamos com novos desafios
no tratamento dos idosos, muitos dos quais
com problemas cognitivos. A doença mental
pode levar o cirurgião-dentista ao preconceito contra o paciente, ao invés de ajudá-lo,
proporcionando um tratamento inadequado.
Desta maneira, é muito importante uma interação de dentistas, médicos, psicólogos
e outros profissionais de saúde, inclusive
cuidadores, para promover um melhor tratamento ao paciente geriátrico.
During recent decades the average age of
individuals has increased. Simultaneously,
we face new challenges in the treatment of
the elderly, many of them with cognitive impairments. Mental illness can lead the dentist to make prejudices against the patient
instead of helping him, providing an inadequate treatment. So, it is very important
an interaction among dentists, physicians,
psychologists and other health professionals, included the caregivers, to promote a
better treatment for the geriatric patient.
DESCRITORES: Interdisciplinaridade;
odontogeriatria; prótese dentária.
DESCRIPTORS: Interdisciplinarity; geriatric dentistry; dental prosthesis.
INTRODUÇÃO
A
média de idade do ser humano vem rapidamente aumentando em todo o globo,
apresentando novos desafios ao tratamento odontológico, muitas vezes relacionados com os não raros problemas neurocognitivos
presentes no idoso (CHIAPPELLI et al.¹, 2002). O
ideal seria sempre proporcionar saúde juntamente
com qualidade de vida, uma vez que estão interrelacionadas (FONSECA; PAÚL³, 2007). Infeliz-
mente, a óptica com a qual muitas vezes a sociedade
ocidental enxerga a velhice pode influenciar na nossa conduta profissional. Vicente Faleiros (UCB),
em 2008, afirma que a sociedade crê “que os idosos
estão fora de época, de lugar e, por isso, são incapazes e vistos como descartáveis”. Neste mesmo
ano, Isolda Günther (UnB), apregoa que devemos
“deixar de entender a velhice como um momento
de perdas e inutilidade”. Esta visão, muitas vezes
negativa, e partilhada freqüentemente pelo próprio
idoso, pode ser incrementada se o paciente geriátrico possuir, ainda, uma doença mental (SPADINI;
SOUZA¹º, 2007; GONÇALVES7, 2008).
Apresentaremos a seguir um caso clínico no
qual foi observada a aparição de preconceitos tanto por parte da equipe odontológica como da cuidadora em relação às observações externadas pela
paciente.
sicótico e neuroléptico. A paciente disse estar sem
usar suas próteses há cerca de dois anos, relato desmentido pela cuidadora, que retificou o lapso de
tempo para 25 anos.
A confecção das PTs (que seriam muco suportadas, o tipo comumente confeccionado neste
local) durou aproximadamente dois meses (de 6/08
a 8/10/2008), quando foram entregues à paciente.
É importante notificar que, durante as consultas, a
paciente “falava sozinha” constantemente.
Na consulta seguinte, realizada uma semana
depois, a paciente queixou-se que a PT superior estava “machucando”. Ao ser indagada onde seria,
retirou-a da boca e apontou com precisão e rapidez
as regiões de freio labial superior e de bridas laterais
superiores, atitude incomum na maioria dos idosos
usuários deste serviço de prótese. A idéia primeira
sobre a queixa foi, tanto do nosso ponto de obser-
Relato do caso clínico
Paciente S.E.D., sexo feminino, latina, 63 anos,
procurou atendimento odontológico no Centro de
Referência do Idoso “José Ermírio de Moraes”
(CRI – Leste), acompanhada de sua irmã e cuidadora D.E.D., almejando confeccionar uma Prótese
Total (PT): superior e inferior.
Na anamnese, a acompanhante relatou que a
paciente portava esquizofrenia, fazendo inclusive
uso contínuo de Risperidona, medicamento antip-
5 Revista EAP/APCD | V 10 | Nº 2 | Junho 2009
vação quanto da cuidadora, desta ser improcedente,
devido ao estado mental da paciente. A despeito
disto, pedimos para ela repetir suas queixas, exigência que ela atendeu prontamente, com mesma exatidão e velocidade anteriormente observadas.
Efetuamos logo a seguir um desgaste nas regiões apontadas. A paciente, então, ao colocar novamente a PT superior, afirmou que a peça tornou-se
confortável.
A mesma faltou nas duas sessões subseqüentes,
retornando apenas em 9, 21 e 28 de janeiro de 2009.
Nestas últimas datas, a paciente reclamou pontos de
incômodo desta vez na PT inferior. A reclamação
quanto à superior passou apenas à referência que “a
de cima junta muito cuspe” (sic).
Neste mesmo mês, encaminhamos S.E.D. para
o setor de Psicologia Clínica do CRI – Leste, que
constatou, entre outras características da paciente,
desorientação temporo-espacial, atenção e concentração rebaixadas, embotamento afetivo, percepção
delirante, pensamento e discurso desorganizados,
ilusões intensas, incoerência ideoverbal, nos fornecendo o setor acima uma hipótese diagnóstica de
esquizofrenia indiferenciada.
Paciente sem as próteses
totais (vista frontal)
Paciente com as próteses
novas (vista frontal)
Paciente sem as próteses
em vista lateral
Paciente com as próteses
novas (vista lateral)
Vista interna das próteses novas,
mostrando boa fidelidade de ajuste
e acabamento.
Vista interna das próteses novas,
mostrando boa fidelidade de ajuste
e acabamento.
orientação e a troca de informações em relação aos
cuidadores e/ou à família é igualmente importante:
eles estão em contato com o paciente por muito
mais tempo do que o cirurgião-dentista. Existem
diversas associações, inclusive no Brasil, que procuram, por meio de palestras e outras atividades,
englobar no tratamento os familiares de portadores
de transtornos mentais (SOARES9, 2008).
Cremos que o cuidado sugerido por Durso²
(2005) em relação a manter-se em contato com outros profissionais é válido, mas também é importante não desviarmos o foco da nossa capacidade
técnica particular, ou seja, odontológica. Talvez
déssemos maior valor às reclamações de S.E.D., se
focalizássemos a PT confeccionada, e não o comportamento psicossocial da paciente.
Marchini et al.5 (2000) ressaltam a necessidade
do acompanhamento do paciente após a conclusão
do tratamento, comumente negligenciado não só
pelos profissionais, mas também pelos pacientes.
Lesões na fibromucosa podem ocorrer em usuários
de PT, tornando importante o controle profissional
do trabalho, muitas vezes realizando constantes
pequenos ajustes. Aliás, lesões nos tecidos moles
podem ocorrer mesmo em usuários de PTs bem
adaptadas (MONTENEGRO et al.6, 2007).
Finalizando, acreditamos serem a técnica e os
conhecimentos específicos de extrema valia, e se
constituem em instrumentos que serão potencializados pela interdisciplinaridade, agindo sinergicamente no cuidado da saúde global do paciente, na
tentativa de proporcionar uma melhor qualidade
de vida.
Considerações finais
A estigmatização social da loucura leva não
raro à formação de preconceitos. Não necessariamente um portador de doença mental terá um QI
menor do que uma pessoa mentalmente saudável
no contexto daquela comunidade. Yellowitz¹²
(2005) nos aconselha a atentar para o reconhecimento de alterações cognitivas em idosos, e
Tibério et al.¹¹ (2006) chegam a sugerir o uso de
avaliações do nível de depressão ou demência do
paciente como auxílio do plano de tratamento.
É imprescindível ao Odontogeriatra e para o
clínico geral que trata de idosos o contato com outras áreas. A multidisciplinaridade num enfoque
interdisciplinar faz-se mister para todos os que
trabalham com Gerontologia, otimizando o resultado final do tratamento (MONTENEGRO et al.7,
2002; DURSO², 2005; PADILHA et al.8, 2006). A
V 10 | Nº 2 | Junho 2009 | Revista EAP/APCD 6
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atendimento odontológico aos pacientes geriátricos. Rev Assoc Paul Cir Dent, v.60,
n.5, p. 362-5, 2006.
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O QUADRIHÉLICE NO TRATAMENTO DA DISCREPÂNCIA SAGITAL E TRANSVERSAL
RELATO DE CASOS CLÍNICOS
AUTORES
Silvana Pires de Oliveira*
*Mestre em Ortodontia - Universidade de Campinas - UNICAMP
– Piracicaba – SP, Professora Coordenadora do Curso de Especialização em Ortodontia - Sindicato dos Odontologistas de Taubaté e
Região (SOTAU) – Taubaté - SP
Endereço para contato:
Rua Esperança 282 sala 41; Ed. Med Center
fone: (12) 3921-5399 fax: (12) 3923-3830
CEP: 12.243-700
São José dos campos - São Paulo
E-MAIL: [email protected]
INTRODUÇÃO
A
mordida cruzada é um tipo de maloclusão onde ocorre uma desoclusão dos
dentes no sentido vestibulo-lingual.
Pode ser decorrente de uma inclinação
indesejável dos dentes ou de uma deficiência na
dimensão transversal das bases ósseas. Sua etiologia é vasta e podemos começar pela síndrome
da respiração bucal, por obstrução de vias aéreas
superiores, persistência de hábitos de sucção de
ação prolongada, padrão de deglutição atípica ou
adaptada, hábitos bucais deletérios; perda precoce ou retenção prolongada dos dentes decíduos;
interferências oclusais; hábitos posturais, fatores
genéticos; entre outros (MATTA et al.³, 2003).
Ricketts6 (1979) relaciona a deficiência da função
nasal com inibição de crescimento do maxilar.
Não é passível de auto-correção (THELANDER et al. 7, 1984) e, em idade de crescimento,
exige intervenção, tão logo seja diagnosticada,
a fim de restaurarmos o equilíbrio funcional dos
maxilares, importante fator para a obtenção da simetria, durante o desenvolvimento e crescimento
harmônicos do paciente.
Por ser fixo, o quadrihélice independe da
colaboração do paciente. Transfere a eficácia da
terapêutica, para habilidade do especialista em
diagnóstico e gerenciamento passo a passo, das
respostas orgânicas do paciente aos estímulos das
ativações, durante a evolução clínica do tratamento.
O controle adequado das ativações aumenta a
eficiência da movimentação pretendida, reduzindo o tempo de tratamento, quando comparado aos
inconvenientes do uso de um expansor móvel. É
um aparelho de expansão, com atuação de força
contínua, que deve ser mantida com magnitude
suave.
RESUMO
ABSTRACT
Este estudo foi realizado com a finalidade
de evidenciar resultados de tratamentos das
maloclusões relacionadas com discrepâncias transversais e sagitais, até o ponto em
que foram tratadas exclusivamente, com o
aparelho quadrihélice de Ricketts. Nossa
opção terapêutica recai, especificamente,
sobre o expansor fixo, tipo quadrihélice
para o tratamento da mordida cruzada
posterior, mordida aberta, recuperação de
espaço, alteração de forma e dimensão da
arcada. Para tal escolha, consideramos
fatores como: simplicidade, baixo desconforto, boa aceitação e eficiência.
This study was done in order to show
malocclusions treatment results related
with sagitals and transversal discrepancies, when we use exclusively the
Ricketts quad helix. Our therapeutical
option goes to the fix expansor, as quad
helix appliance, in case of posterior cross
bite, open bite, space gain, treatment, arc
shape and dimension alterations. For this
choise, we consider factors as: simplicity, low discomfort, good acceptation and
efficiency.
DESCRIPTORS: Quad Helix; cross bite.
DESCRITORES: Quadrihélice; mordida
cruzada posterior.
Por deixar livre a abóbada palatina, preserva
a propriocepção entre a mucosa do palato e a língua, tão importante na reabilitação miofuncional
oral ou fonoaudiológica das funções estomatognáticas, muitas vezes, comprometidas nestes casos.
Estas qualidades fazem do quadrihélice o
aparelho de eleição para a solução de inúmeros
problemas ortodônticos transversais e sagitais
(DUARTE1, 2006).
Constitui-se de um aparelho formado por um
arco palatino contendo helicóides (figura 1). Este
é soldado ou encaixado na banda dos dentes posteriores. Inicialmente, Ricketts6 (1979) o utilizava
com 4 helicóides, daí seu nome, quadrihélice. Nos
casos mostrados, foi suprimida a confecção de 2
helicóides. Temos feito esta alteração há mais de
1 década, sem qualquer prejuízo para a atuação e
desempenho do aparelho, como será mostrado.
Figura 1 - Quadrihélice
A necessidade de conhecê-lo melhor, identificando suas aplicações, aumentando o conhecimento de como obter dele o melhor desempenho,
vem atraindo a atenção de muitos colegas, que
não o utilizam por desconhecerem sua simplicidade e eficiência.
A correção das mordidas cruzadas e sua estabilização pós-tratamento depende da competência
do profissional em diagnosticar corretamente a
maloclusão, sua etiologia e implicações, alem do
conhecimento e domínio da técnica de tratamento
escolhida.
Lembramos que a estabilidade pós-tratamento tem mais a ver com a correta identificação e
controle dos fatores etiológicos, do que com técnica ou com o tipo do aparelho utilizado.
A reabilitação funcional inclui adequação da
musculatura envolvida nas funções estomatognáticas, como deglutição, fala, mastigação, incluindo repouso de lábio e língua (MARCHESAN4,
1994).
Pretendemos abordar a atuação do quadrihélice na correção da discrepância sagital e transversal, recuperação de espaço, distalização assimétrica, alinhamento simultâneo do arco dentário,
auxiliar de ancoragem, bem como coadjuvante
da correção de mordidas abertas anteriores, pela
utilização simultânea de grade palatina soldada ao
corpo do aparelho.
V 10 | Nº 2 | Junho 2009 | Revista EAP/APCD 8
Relato de casos clínicos
1 - DISCREPÂNCIA SAGITAL E TRANSVERSAL, CORREÇÃO SIMULTÂNEA DE
MORDIDA ABERTA E CRUZADA
Paciente BCC iniciou o tratamento aos 7 anos
de idade, apresentando um quadro combinado de
mordida cruzada posterior bilateral e aberta anterior, figura 8. Foi utilizado um quadrihélice, com
grade palatina soldada, fig 5. Este dispositivo não
apenas auxiliou a eliminar o hábito de sucção, relacionado a esta mordida aberta, como também a
tratar suas conseqüências.
Autores como Van Norman8 (1984) preconizam que o tratamento da mordida cruzada antece-
da ao da mordida aberta. No presente caso, o tratamento de ambas as deformidades foi simultâneo,
com um único aparelho.
Analisando as tele radiografias anuais, figuras
2, 3 e 4, evidenciamos significativas alterações,
ao longo do tratamento. Dentre elas, salientamos
a correção da mordida aberta e da protrusão dos
incisivos superiores, a melhora gradativa no perfil
tegumentar, nos lábios, devido à resposta do organismo à ação do uso concomitante da grade impedidora, soldada no quadrihélice. Concomitantemente, a reabilitação fonoaudiológica restabelecia
a adequação das funções estomatognáticas, tão
logo ocorriam alterações morfológicas no maxilar.
Lembrando que a arcada inferior não recebeu nenhum tratamento direto, apenas reagiu ao estímulo
funcional direto do plano oclusal se normalizando
e da guia incisiva se estabelecendo.
As figuras 5, 6 e 7 evidenciam as alterações
dimensionais oclusais superiores obtidas com o
tratamento.
As figuras 8, 9 e 10 mostram, ao início do tratamento, a “curva “oclusal, em lugar do plano oclusal, e a relação de classe II de molares e caninos,
quando comparadas com a fase final do tratamento
com o quadri hélice, nas figuras 11,12,e 13.
Figura 2 - Antes do tratamento
Figura 3 - Vias aéreas e
inclinação do inc. incisivo
Figura 4 - Fim da fase-Quadrihélice
Figura 5
Figura 6
Figura 7
Figura 8
Figura 9
Figura 10
9 Revista EAP/APCD | V 10 | Nº 2 | Junho 2009
2 - RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO
G. F. iniciou o tratamento aos 7 anos.
Documentamos a recuperação de espaço e
a correção da mordida cruzada unilateral total,
esquerda, resultado da resposta do organismo à
Figura 14 - Bloqueio do canino sup esquerdo
Observamos que na região anterior, figuras
15, 16 e 17, apenas os incisivos laterais foram
tocados pelo aparelho. Com este toque, visamos
favorecer o alinhamento, sem que isto tenha tido
um efeito de projeção sobre tais dentes, como
mostra a sequência de figuras de 16 a 25.
Figura 16
Figura 22
adequada seqüência de ativação do quadrihélice.
Evidencia-se a falta de espaço para o canino superior esquerdo, na figura 14 e a recuperação do
espaço para o mesmo, na figura 15. Lembrando
novamente que a arcada inferior seguiu seu desen-
Figura 15 - recuperando espaço para os sucessores permanentes
Em casos assimétricos, quando um dos molares superiores requer rotação ou distalização,
inicialmente a força da ativação será dirigida a
este dente, sem que a haste lateral do quadrihélice
toque em nenhum outro, deste mesmo lado. Com
a evolução do tratamento, todos os outros dentes,
O caso encontra-se agora com a finalização
facilitada, figuras 23 a 25. Podemos aguardar a
em posição mesial ao molar, só terão o toque da
haste lateral do aparelho em uma segunda fase,
isto é, após atingirmos o reposicionamento da
molar e a relação de Cl I. Esta sequência de ativação foi muito bem descrita por Duarte¹ (2006).
Figura 18
Figura 19
Figura 20
Figura 21
Figura 24
Figura 25
Figura 17
Figura 23
volvimento e não recebeu nenhuma intervenção
direta com aparelhos, apenas o estímulo oclusal da
arcada antagonista, em tratamento.
acomodação funcional, acompanhando a evolução
clínica do caso, com controles periódicos. Desta
forma, definiríamos melhor a necessidade, ou não,
de intervenção futura.
V 10 | Nº 2 | Junho 2009 | Revista EAP/APCD 10
3 - DISTALIZAÇÃO
G. C. C, iniciou o tratamento com 9 anos,
apresentando um caso complexo, assimétrico,
comprometendo, com cruzamento e perda de espaço, a região anterior e posterior da maxila. Evidenciamos radiograficamente, no maxilar, a falta
de espaço para acomodação bilateral dos caninos
e do incisivo lateral esquerdo, figura 26. O 1º molar superior direito fez uma erupção ectópica, reabsorvendo parte da raiz do dente adjacente, o 2º
molar decíduo. Com isto, ocorreu a mesialização
do segmento e a conseqüente, perda de espaço.
Compara-se a figura 26 com a seqüência anual de
radiografias, nas figuras 27 a 29 onde evidenciamos o trabalho de recuperação de espaço do quadrihélice em casos assimétricos.
Figura 26 - Severa perda de espaço assimétrica
Figura 27 - 1º quadrihélice e início de resposta evolutiva
Figura 28 - 2º quadrihélice com toque no 22 cruzado
Figura 28 - 2º quadrihélice com toque no 22 cruzado
Cefalometricamente, nas figuras 30 e 31, não
encontraram desarmonia entre as bases maxilares.
Observamos também que não houve projeção indesejada de incisivos, figura 31, durante a condução do lateral cruzado, para o alinhamento primá-
Figura 30 - Antes do tratamento
rio, com o aparelho.
Antes do início do tratamento, no lado esquerdo, este incisivo já havia feito sua erupção cruzado, figuras 32 e 37.
Na figura 35 vemos parte da oclusal do 16,
Figura 31 - Término da fase
quadrihélice
11 Revista EAP/APCD | V 10 | Nº 2 | Junho 2009
em virtude de sua inclinação mesial. A figura 37
mostra a relação molar de topo e o cruzamento
posterior, a partir do incisivo lateral. Da figura 38
a 40, vemos o término da fase-quadrihélice.
Figura 32
Figura 33
Figura 34
Figura 35
Nas figuras 41 a 43 vemos os novos registros
de acompanhamento, em novembro de 2005,
para os ajustes finos da oclusão, torques e inclinações adequadas.
F.E.M.
Este também é um caso de erupção ectópica do 16, em posição mesializada, fechando
o espaço para o 15, figura 46. Difere do caso
apresentado acima, embora ambos tenham sofrido perda de espaço assimétrico, no fato de que
este paciente apresenta, alem da mordida cruzada severa, a mordida aberta anterior, figura 53.
Comparando-se, morfologicamente, figura 32 e
49, vista oclusal do maxilar de ambos, a atresia,
neste caso é bem mais severa. Não foi utilizada grade impedidora, como no caso de mordida
cruzada e aberta, inicialmente mostrado. Apenas
o quadrihélice e a terapia fonoaudiológica foram
suficientes para produzir o resultado abaixo.
Figuras 44 e 45 mostram o padrão cefalomé-
Figura 45 Aproximadamente 1
ano após
Figura 44
- Antes do
tratamento
Figura 46 - Antes do início do tratamento
trico favorável à correção. Nas figuras 46 a 48 a
evolução do caso no acompanhamento radiográfico panorâmico anual.
Das figuras 55 a 57, mostramos o final da
fase ativa do quadrihélice. Nas figuras 58 e 59
mostramos 10 meses após, em contenção, mantendo o espaço.
Das figuras 49 a 59 temos a evolução do
tratamento.
Figura 47 - Aproximadamente
1 ano de quadrihélice
Figura 48 - Fim da fase quadrihélice
Figura 49
Figura 50
Figura 51
Figura 52
Figura 53
Figura 54
Figura 55
Figura 56
Figura 57
Figura 58
Figura 59
V 10 | Nº 2 | Junho 2009 | Revista EAP/APCD 12
4 - ALINHAMENTO DO ARCO DENTÁRIO E SUPORTE DE ANCORAGEM
O aparelho quadrihélice também pode ser utilizado como auxiliar de ancoragem nos casos onde
haja necessidade da colocação do aparelho total
fixo.
Para tal, ele deve permanecer em posição após
o término da correção da mordida cruzada (figura
61). Na eventual necessidade do prosseguir o tratamento, figura 62, o quadrihélice pode ser mantido
e utilizado como apoio para ancoragem da movimentação necessária à boa finalização do caso.
Figura 60 - Antes do início
Figura 61 - Alinhamento com o quadrihélice
Figura 62 - Quadrihélice como ancoragem
ação ortodôntica (FRANK; ENGEL²,1982). Com
a harmonização da forma e uma melhor distribuição de forças oclusais, contribui para a normalização da morfologia dos maxilares e sua conseqüente
reabilitação funcional. Visando a estabilização do
resultado obtido, a ortodontia corrigiria a forma dos
maxilares e a oclusão, contando com a ação coadjuvante da fonoaudiologia, para reabilitar o equi-
líbrio funcional do sistema estomatognático, que
manteriam a estabilidade oclusal pós-correção.
Este trabalho é apenas um relato de casos clínicos, com a finalidade de estimular a busca de conhecimento para o correto manuseio do aparelho,
a fim de que se possa tirar melhor proveito de seu
desempenho, de acordo com a necessidade de cada
caso.
colegas que nos sucederão, tratando das gerações
futuras, de forma digna e responsável.
Ao colega que, interessado no contínuo aprender busca sempre conhecimentos, para fazer me-
lhor o que muitas vezes já faz bem.
A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho.
Considerações finais
O quadrihélice tem demonstrado sua eficiência, não apenas para correção da mordida cruzada,
como também para o reposicionamento dentário,
correção de giroversões, suporte para ancoragem
e para solda de grade impedidora, recuperação de
espaço, distalizações, etc. Este aparelho promove
a remodelação do arco superior, mesmo considerando sua ação ortopédica, 6 vezes menor que sua
Agradecimentos
Ao paciente, cuja imagem foi, respeitosamente, aqui colocada, contribuindo com o compartilhar
de experiências profissionais, visando a valorização da ortodontia e a boa formação dos novos
Referências bibliográficas
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13 Revista EAP/APCD | V 10 | Nº 2 | Junho 2009
V 10 | Nº 2 | Junho 2009 | Revista EAP/APCD 14
5ª Jornada Odontológica da Univap (JOU)
19 e 20 de novembro de 2008
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES COMPÓSITOS NA RESISTÊNCIA À FRATURA DE
NÚCLEOS DE PREENCHIMENTO
Destro ASS*, Yamamoto ETC*, Kang CM*, Bedim M G*
Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – Universidade estadual Paulista – FOSJC/
UNESP
[email protected];
eron.y@terra.
com.br;
[email protected];
[email protected]
INFLUÊNCIA DOS HORMÔNIOS SEXUAIS
NOS TECIDOS PERIODONTAIS
Nakamura C*, Miranda AP*, Saquete VB*, Cogo,
JC**
* Curso de Odontologia - Faculdade de Ciências da Saúde - Universidade do Vale do Paraíba – FCS /UNIVAP – São José dos Campos - SP
Brasil
** Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento - Laboratório de Fisiologia - Universidade do Vale
do Paraíba – IP&D /UNIVAP – São José dos
Campos - SP
[email protected], anafmmiranda@
hotmail.com, [email protected]
EFEITOS DA HIPOSSALIVAÇÃO
Corrá, A F*, Castro C*, Marton N*, Santos G L*,
Cogo JC*
* Curso de Odontologia - Faculdade de Ciências da Saúde - Universidade do Vale do Paraíba – FCS /UNIVAP – São José dos Campos - SP
Brasil
15 Revista EAP/APCD | V 10 | Nº 2 | Junho 2009
RESUMO - O objetivo do estudo foi avaliar e
comparar diferentes resinas compostas na resistência à fratura quando confeccionado núcleo de
preenchimento. Neste estudo foram utilizados 36
dentes bovinos, os mesmos tiveram suas coroas
seccionadas no terço cervical, padronizando o
tamanho dos espécimes em 20 mm de comprimento. Os canais foram preparados com brocas
do tipo largo no5 com irrigação constante, correspondente ao tamanho e calibre dos pinos de
fibra de vidro no 3 Reforpost da Angelus. Os
pinos foram cimentados com cimento resinoso
Enforce, sendo 16 mm de pino dentro da raiz, e
4 mm externo à raiz, depois polimerizados por 30
segundos de cada lado. Os corpos de prova foram
divididos em três grupos de 12, aos quais foram
feitos munhões de 4 mm de diâmetro por 5mm
de altura, confeccionados a partir de um padrão
pré-fabricado, sendo utilizados 3 tipos de resina,
sendo grupo 1 Z100(3M), grupo 2 Z250(3M),
e grupo 3 P60(3M). Os corpos-de-prova foram
fixados em um dispositivo cilíndrico com um
adaptador com inclinação de 45º. Este dispositivo
foi adaptado a uma máquina de Teste Universal
(EMIC) para simular a força até à fratura do espécime. Observou-se que os munhões confeccionados com resina Z250 apresentaram a maior média
de valores de força necessárias para fratura (45,
453 Kgf.), enquanto os grupos G1 e G2 obtiveram os seguintes valores de força para fratura (38,
014 KGF e 39, 506 Kgf. respectivamente). Foi
observado também que a resina P60 causou maior
número de fraturas radiculares.
RESUMO - A identificação de diversos tipos de
enfermidades gengivais está associada a alterações dos hormônios sexuais. Este fato tem levado
pesquisadores a terem crescente interesse nos
efeitos hormonais sobre os tecidos periodontais e
na cicatrização da ferida periodontal. Os níveis de
hormônio sexuais femininos circulantes durante a
puberdade, gestação, menopausa ou durante a ingestão de contraceptivos orais sintéticos alteram a
resposta do hospedeiro frente à placa bacteriana e
cicatrização da ferida periodontal. O presente trabalho tem por finalidade abordar por meio de uma
revisão bibliográfica, as manifestações clínicas
relacionadas ás alterações hormoais, envolvendo
a gravidez, puberdade e uso de anticoncepcionais
orais. Os hormônios estrógenos e a progesterona
tem produção cíclica controlada pelo ovário feminino. Estrógenos são responsáveis pelas mudanças fisiológicas que ocorrem na puberdade
das mulheres, e junto com a progesterona, têm
um papel vital na preparação do trato reprodutor
feminino para a fecundação e implantação do
óvulo fertilizado no útero. Há muitos tipos de enfermidades gengivais em que a taxa de hôrmonios
sexuais é considerada o fator coadjuvante à placa
dental como fato etiológico, podendo ocorrer a
tendência à hemorragia e alterações inflamatórias
não específicas como um componente vascular
predominante. Os hormônios sexuais têm um importante papel na progressão da doença periodontal. Portanto sempre que houver alterações nos níveis de hormônios sexuais circulantes, os tecidos
periodontais tornam-se susceptíveis a mudanças
inflamatórias induzidas por placa dental. Lembramos que esses efeitos são diferentes dependendo
do gênero e do período da vida do indivíduo.
RESUMO - A saliva é essencial para a umidificação, limpeza da cavidade bucal, lubrificação
das mucosas orofaríngeas e dos alimentos, facilita a mastigação e deglutição. Mantém o pH
equilibrado devido ao efeito tampão, defesa imunológica contra vírus e bactérias invasoras dos
tratos respiratório e digestivo, acelera erupções
dentais, cicatrização de ferimentos. Os ácidos
bucais formados pela fermentação de alimentos e
por bactérias cariogênicas são responsáveis pela
desmineralização do esmalte dentário, causando a
cárie dentária. A diminuição do fluxo salivar leva
à evolução de doenças periodontais, pois a defesa
imunológica fica comprometida devido à deficiência de células de defesa e outros fatores como o
efeito tampão e a cicatrização. Conseqüentemente
compromete a digestão e a absorção nutricional,
devido à ausência das enzimas responsáveis pelo
inicio do processo digestivo, por exemplo, a amilase - responsável pela quebra dos carboidratos em
maltose - e a enzima maltase - que quebra a maltose em glicose para ser absorvida no organismo.
Palavras-chave: Pinos intra radiculares;
Munhões de resina; Resina composta.
Especialidade: Prótese
Palavras-chave: Hormônios Sexuais - Periodontia
[email protected], alimac. sjc@
gmail.com , [email protected],
[email protected], [email protected]
COMPARAÇÃO DE RESISTÊNCIA MECÂNICA DE AMALGAMA E DEMAIS RESINAS ODONTOLÓGICAS
Souza PC*, Silva FA *, Massí J*, Sá RC*, Lazaro
JC**
* Graduação em Engenharia Biomédica - Faculdade de Engenharia e Arquitetura e Urbanismo
- Universidade do Vale do Paraíba – FEAU /
UNIVAP – São José dos Campos – SP
** Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento - Universidade do Vale do Paraíba – IP&D / UNIVAP
– São José dos Campos - SP Brasil, 12244-000
- Fone: 12 3947 1142
As alterações podem parecer sutis nos estágios
iniciais da evolução dos problemas desencadeados como gengivites, mas as alterações subjacentes são bem acentuadas. Podem ocorrer alterações
vasculares com abertura de muitos capilares, tumefação dos tecidos e, à medida que o infiltrado
celular se desenvolve, as composições estrutural e
celular dos tecidos sofrem alterações. O objetivo
deste trabalho é confirmar a importância da saliva
à saúde bucal. Este trabalho foi realizado através
de revisão bibliográfica, onde obtemos resultados
da importância da saliva e o que um baixo fluxo pode causar à saúde bucal. Com este estudo
concluímos que a saliva tem grande importância
na cavidade bucal, desempenhando grandes funções na mastigação, quebra do alimento, limpeza
e defesa imunológica bucal. Seu baixo fluxo pode
acarretar doenças bucais como a cárie.
RESUMO - Amalgama é um material comumente utilizado em clinicas odontológicas pelo mundo
inteiro, porém contêm substâncias prejudiciais ao
ser humano. Apesar disso ainda é extremamente utilizada no SUS, devido ao seu baixo custo e
alta durabilidade. A amalgama custa até três vezes
menos que outros tipos de resinas e dura cerca de
quatro vezes mais. Porém esse fator não deve ser o
único elemento a ser levado em conta na hora das
restaurações, já que mercúrio, um elemento prejudicial à saúde, é um dos principais componentes
da amalgama. Este trabalho tem como objetivo
a comparação da qualidade mecânica entre resinas odontológicas e amalgama. Inicialmente as
amostras foram pesadas e submetidas a um teste
de resistência mecânica com carga de 0,80 kg. O
teste foi repetido 15 vezes em cada material, com
duração de 30 segundos cada. Após cada teste a
resina e a amalgama foram pesadas para verificar
um possível desgaste. Os resultados mostram que
a resina perdeu 7,13% do seu peso inicial, enquanto na amalgama este valor foi de 4,11%. Concluise a superioridade mecânica da amalgama quando
comparada a outras resinas. Como trabalho futuro,
pretende-se fazer uma comparação entre diversas
outras resinas, demonstrando as suas resistências
mecânicas, facilitando assim na escolha de qual
resina utilizar.
RESUMO - O presente trabalho tem por finalidade abordar uma revisão bibliográfica, envolvendo
a Eletromiografia aplicada na odontologia. A eletromiografia tem se mostrado um método eficaz
no auxilio de diagnósticos e tratamentos de desordens musculares. Na odontologia sua principal
aplicação é no tratamento das Disfunções Temporomandibulares. Um dos principais objetivos do
tratamento utilizando eletromiografia é mostrar
ao paciente o estado atual do músculo analisado
e sua evolução durante o tratamento, até chegar
a uma função satisfatória. O monitoramento da
atividade dos músculos através da eletromiografia
(EMG) é uma forma insubstituível para se verificar as condições fisiológicas do sistema estoma-
tognático. Apresenta-se como um método seguro,
fácil e não invasivo que permite a quantificação
objetiva da energia do músculo estudado. Os resulatos das pesquisas utilizando (EMG) comprovam a grande eficiência no diagnóstico auxiliar e
preventivo das disfunções que envolvam a musculatura do sistema estomatognático. Recursos do
eletrodiagnóstico ainda encontram-se distantes de
uma realidade profissional concreta, devido à falta de conhecimento da técnica acompanhado ao
alto custo dos aparelhos.
Palavras-chave: Saliva; Hipossalivação;
Doenças bucais.
Especialidade: Anatomia / Fisiologia.
Palavras-chave: amalgama, resina odontológica, resistência Mecânica.
Especialidade: Materiais Dentários.
[email protected],
[email protected],
[email protected], [email protected],
[email protected]
ELETROMIOGRAFIA: APLICAÇÃO NA
ODONTOLOGIA
Perale LN* , Alem NC* , Alexsandra MC* , Carreira GS*, Andrade GC*, Cogo JC**
*Curso de Odontologia - Faculdade de Ciências
da Saúde - Universidade do Vale do Paraíba –
FCS /UNIVAP – São José dos Campos - SP Brasil
**Laboratório de Fisiologia e Farmacologia Universidade do Vale do Paraíba – IP&D/UNIVAP – São José dos Campos - SP
Palavras-chave: Eletromiografia; Odontologia
Especialidade: Ciências da Saúde
[email protected]; marcelaalexsandra@
hotmail.com;
[email protected];
naty_
[email protected]; graziela@labsorridente.
com.br
V 10 | Nº 2 | Junho 2009 | Revista EAP/APCD 16
Tel.: 3519-3300
17 Revista EAP/APCD | V 10 | Nº 2 | Junho 2009
IND ICA D O R PROF ISSIONAL
ATENDIMENTO EM DOMICÍLIO
CLÍNICA GERAL
Dra. Vera Lúcia Sizue Tenguan
CROSP 42.020
Av. Pedro Álvares Cabral, 845
Jd. Paulista - S.J. Campos
Fone: 3942-2060
Dr. José Ângelo Tralli
CROSP 25.881
R. Engº João Fonseca, 32
Vila Ady-Anna - SJCampos
Fone: 3922-8577
APARELHOS ORTODÔNTICOS
Dr. Norberto Marchini
CROSP 23.757
Av. Adhemar de Barros, 1567
Jardim Maringá - S.J.Campos
Fone: 3922-1555
TPD Solange Ap. R. S. Pinto
CROSP 5.422
Aparelhos Ortodônticos e
Ortopédicos
Rua Maranduba, 294 - J. Satélite
São José dos Campos
Fone: (12) 3931-6248
CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA
BUCO-MAXILO-FACIAL
Dr. Antenor Araújo
CROSP 5.428
Cirurgia Ortognática, Cirurgia Oral
Menor, Implantes - Traumatologia
Buco-Maxilo-Facial
Rua Marcondes Salgado, 64
Vila Ady-Anna - S.J. dos Campos
Fone: 3922-4678 / 3921-5354
Dra. Elaine Duarte A. de Mello
CD - CROSP 76.874
Cirurgia Ortognática
Implantes Dentários e Zigomático
Oral Menor - Cirurgia a Laser
Trauma Facial
Rua Santa Clara, 848
Vila Ady-Anna - SJCampos
Fones: 3921-1260 / 3922-6231
[email protected]
Dr. Marcelo Marotta Araújo
CROSP 49.790
Cirurgia e Traumatologia BucoMaxilo-Facial - Prof. de Cirurgia da
FOSJC/UNESP e UNIB/SP
R. Marcondes Salgado, 64
V. Ady-Anna - S.J. dos Campos
Fone: 3922-4678
e-mail: [email protected]
Dr. Márcio Abdo Arbex
CROSP 20.300
Especialista em Implantodologia
e Prótese Dentária - Docente de
Especialização de Implantologia da
Unitau
Av. Adhemar de Barros, 585
São José dos Campos - SP
Fones: 3921-9797 e 3941-1313
Av. Guarda-Mor Lobo Viana, 920
São Sebastião - SP
Fone/Fax: (12) 3892-2399
ODONTOPEDIATRIA
ENDODONTIA
Dr. Edmilson Urizzi
CROSP 29.323
Av. Dr. João Guilhermino, 439
3º andar - sala 32
Ed. St. James Centro
S.J.Campos - Fone: 3921-3317
Dra. Maria Marta Sarraf
CROSP 32.761
Endodontia - Periodontia
Implantodontia
Cirurgia Paraendodôntica
Av. Adhemar de Barros, 566
sala 601 - São José dos Campos
Fone: 3921-3734
IMPLANTOLOGIA
Dr. Dimas Soares dos Santos
CROSP 18.242
Implantes Osseointegrados,
Cirurgia e Prótese
Av. 9 de Julho, 95 - Sala 53
Center Nove - Vila Ady-Anna
SJCampos - Fone: 3921-4775
Dr. Thelmo Ferreira Leite
CROSP 20.720
Implantes Dentários
Av. Guadalupe, 611 - Jd. América
São José dos Campos
Fones: 3931-0148 / 3934-8400
Dra. Lícia B. de Assis Arbex
CROSP 28.325
Especialista em Odontopediatria
e Prevenção
Av. Guarda-Mor Lobo Viana, 920
São Sebastião-SP
Fone: (12) 3892.2399
ORTODONTIA E ORTOPEDIA
Dr. Adriano Marotta Araújo
CROSP 57.590
Doutor em ortodontia UNESP/
Araraquara
R.Marcondes Salgado, 64
V.Ady-Anna - SJCampos
Fone: 3922.4678
Dr. Ewerson B. Shinozaki
CROSP 58.115
Especialista em Ortodontia e
Ortopedia facial
Especialista em Implantodontia
Mestre em Bioengenharia
Av. Dr. Adhemar de Barros, 585
V. Adyana - Fone: 3913-1412
e-mail: [email protected]
Dr. Fernando Paraíso Sério
CROSP 07.212
Ortodontia e Ortopedia Facial
Av. São João, 1100 - sala 42
SJCampos - Fone: 3921-1269
e-mail: [email protected]
Dr. José Rubens Cavalca Pinto
CROSP 10.331
Av. São João, 364 - Esplanada
São José dos Campos
Fones: 3922-3944 - 3922-5510
Dra. Maria Ângela L. R. Esper
CROSP 28.438
Especialista em Ortodontia e
Ortopedia
Funcional dos Maxilares
(Reconhecido pelo CFO)
R. Gomide Santos, 35 - M. Castelo
SJCampos - Fone: 3941.4840
Dr. Marco A. Martins Paiva
CROSP 10.790
R. Mj Francisco de Paula Elias, 265
S.J.Campos - Fone: 3922-3099
Dra. Silvana Pires de Oliveira
CROSP 22.665
Rua Esperança, 282 - Sala 41
Tel.: 3921-5399 - Fax: 3923-3830
[email protected]
SJCampos
PRÓTESE
Dr. Alberto Alvarenga de Oliveira
CROSP 37.900
Mestre e Doutor em Prótese Dentária
pela USP/SP - Reabilitação Oral,
ATM, Prótese sobre Implantes
R. Cel. João Cursino, 75
Vila Ady-Anna - SJCampos
Fones: 3922-8745 / 3941-5162
Dr. Carlos Fernando Damião
CROSP 30.986
Mestre em Prótese Dentária - UNITAU
Especialista em Prótese Dentária - CFO
Especialista em Disfunção
Temporomandibular e Dor Orofacial
- CFO
Practitioner em Programação
Neurolinguística - INEXH
• Diagnóstico e Tratamento das
disfunções Temporomandibulares e
Dor Orofacial
• Reabilitação Oral e Prótese
• Reabilitação Neuro-Oclusal
• Prótese sobre Implantes
• Acupuntura
Av. Lisboa, 115 - (em frente ao CenterVale) - Fone: 3923-2130 - SJC
Dra. Ana Beatriz Rangel Urizzi
CROSP 29.321
R. Major Fco. de Paula Elias, 387
S. Dimas - S.J.Campos
Fone: 3922-9281
Dr. Edson Hilgert
CROSP 60.445
Prótese Dentária, Prótese sobre
Implantes e Estética
Mestre e Doutor em Prótese Dentária
pela Unesp/SJC
R. Madre Paula São José, 568
Jd. Apolo - SJCampos
Fone: 3941-8397 - Fax: 3942-3378
Dra. Luciana Mattiotti
CROSP 53.394
Mestre em Periodontia e Especialista
em Implantodontia
Av. Andrômeda, 693 sala 407
Espaço Andrômeda-Jd Satélite
S.J.Campos - Fone: 3933-7892
Dr. Leonardo Marchini
CROSP 63.509
Atendimento Domiciliar
a Pacientes Idosos
Av. Adhemar de Barros, 1567
Jardim Maringá
SJCampos – Fone: 3922.1555
PERIODONTIA
V 10 | Nº 2 | Junho 2009 | Revista EAP/APCD 18
NORMAS DE PUBLICAÇÃO
1. Os artigos enviados para publicação devem ser inéditos, não sendo
permitida a sua apresentação simultânea em outro periódico.
2. Os artigos não serão remunerados e a revista terá direito autoral sobre os trabalhos por ela publicados.
3. Os conceitos, idéias e opiniões
emitidos nos artigos são de inteira
responsabilidade dos autores.
4. O número máximo de autores
por trabalho é de cinco (5).
5. Os artigos devem ser enviados
em duas (2) vias em papel, cada qual
acompanhada das respectivas ilustrações, bem como uma cópia em
disquete (software Word for Windows
7.0) devidamente identificado. Estas
cópias, bem como as ilustrações, não
serão devolvidas ao autor e, portanto,
recomenda-se que o mesmo tenha
em seu poder cópias do texto e das
ilustrações.
6. Os trabalhos deverão ser apresentados impressos em folhas de
papel tamanho A4, com espaço duplo
e margens de três (3) centímetros de
cada lado. A lauda deverá ser numerada com algarismos arábicos e ter um
máximo de 30 linhas. Os trabalhos
devem ser redigidos em conformidade com a ortografia oficial, sem rasuras ou emendas.
7. Serão aceitas ilustrações na forma de fotografias, desenhos, tabelas
e gráficos, devendo ser enviadas em
folha à parte. As tabelas deverão ser
numeradas em algarismos arábicos,
com apresentação sintética e objetiva,
para a compreensão do trabalho. Não
usar os dados de originais e tabelas
de variância. Sempre que possível,
valores quantitativos deverão ser
apresentados na forma de quadros.
8. As fotografias devem ser coloridas e enviadas na forma de slides,
emoldurados e em porta-slides transparentes. Todas as ilustrações devem
estar numeradas e com legenda sintética e objetiva, datilografada em folha
separada. Serão aceitos no máximo
doze (12) slides por artigo.
9. Os trabalhos serão submetidos à apreciação do Conselho
Editorial, que decidirá, de maneira
soberana, pela publicação ou não do
artigo, indicando, se necessárias, as
retificações. Desta forma, a revista, ao
receber o artigo, não assume o compromisso de o publicar.
10. O Conselho Editorial será
constituído por profissionais experientes de diferentes especialidades,
listados na primeira página de cada
volume do periódico. Cada trabalho
será submetido a três relatores para
que haja imparcialidade na avaliação.
11. As referências bibliográficas
serão limitadas a 30 por artigo, exceto
nas revisões de literatura. Os autores
relacionados nas referências devem
obrigatoriamente estar citados no texto. As referências devem estar relacionadas em ordem alfabética de autor
e numeradas, seguindo as normas
da ABNT NBR 6023, 2002, conforme
exemplos:
Artigos:
Com dois autores:
MARCHINI, L.; CERVEIRA NETTO, H. Desordem craniomandibular
em idosos: revisão da literatura. Rev
Odontociência, v.14, n.28, p.79-88,
1999.
Com quatro autores ou mais:
MARCHINI, L. et al. Prótese total
imediata superior e inferior. Rev Assoc Paul Cir Dent, v.52, n.4, p.293-6,
1998.
Livro:
SCHLUGER, S.; YOUDELIS, R. A.;
PAGE, R. C.
Periodontal disease: basic
phenomena, clinical management,
and occlusal and restorative interrelationship. Philadelphia: Lea & Febiger,
1977.737p.
Capítulo de livro:
RIES, G.E. The neutral zone as applied to oral and facial deformities.
In: BERESIN, V.E., SCHIESSER, F.J.
The neutral zone in complete and partial dentures. 2. ed. Saint Louis: Mosby, 1978.
p. 208-20.
Dissertação ou tese:
PINHEIRO, J.M.M. Estudo com-
19 Revista EAP/APCD | V 10 | Nº 2 | Junho 2009
parativo in vitro dos valores obtidos
nas técnicas radiográficas da bissetriz e da perpendicular ao plano
do filme quando da realização da
odontometria.,1986. 58f. Dissertação
(Mestrado em Clínicas Odontológicas) - Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo, São Paulo.
12. As citações das referências
no texto devem seguir as normas da
ABNT NBR 10520, 2002, conforme
exemplos a seguir:
Como descrito por Silva10 (1975)
Silva e Souza11 (1976) descobriam e seus...
Silva et al.13 (1977) estudaram
as...
ou
... como foi estudado SILVA10
(1975).
... nas pesquisas (SILVA e SOUZA11, 1976).
... ondontológicos (SILVA et al.13,
1976).
13. Todos os trabalhos deverão ter
a primeira folha composta por: título
do artigo em português, título do artigo em inglês e autores. Estes devem
ser identificados com nome completo,
departamento e/ou Universidade, endereço completo e e-mail.
14. Para que haja isenção na avaliação dos trabalhos pelos relatores,
a identificação dos autores deverá
constar única e exclusivamente na
primeira página do trabalho.
15. A segunda folha deve conter:
resumo em português (sintético: máximo 150 palavras), descritores, abstract (resumo em inglês) e descriptors
(palavras-chave em inglês).
16. Serão aceitos para publicação artigos inéditos de investigação
científica, relatos de casos clínicos e
revisões de literatura. Cada trabalho,
a partir da terceira página, deve seguir
uma apresentação específica, contida
nas normas a seguir.
Normas específicas:
1. Artigos inéditos de investigação científica:
Serão aceitas, no máximo, doze
(12) laudas, incluindo as duas primei-
ras e as referências bibliográficas. A
partir da terceira página, os trabalhos
devem apresentar, nesta ordem: introdução, material e método, resultados,
discussão, conclusão, agradecimentos (se houver) e referências bibliográficas.
2. Relatos de casos clínicos:
Serão aceitas, no máximo oito (8)
laudas, incluindo as duas primeiras e
as referências bibliográficas. A partir
da terceira página, os trabalhos devem
apresentar, nesta ordem: introdução,
relato(s) do(s) caso(s) clínico(s), considerações finais, agradecimentos (se
houver) e referências bibliográficas.
3. Revisões de literatura:
Serão aceitas, no máximo dez (10)
laudas, incluindo as duas primeiras e
as referências bibliográficas. A partir
da terceira página, os trabalhos devem apresentar, nesta ordem: introdução, revisão da literatura (dividida
em tópicos, se for necessário), considerações finais, agradecimentos e
referências bibliográficas.
Transferência de direitos autorais:
Todos os artigos devem estar
acompanhados de uma cópia do texto
abaixo, assinada por todos os autores, sem a qual não serão avaliados
para a publicação.
Transferência de direitos autorais
Os autores abaixo assinados
transferem todos os direitos autorais referentes ao trabalho intitulado
______________à Revista da EAP/
APCD, da Associação Paulista dos
Cirurgiões-Dentistas Regional de São
José dos Campos, no caso de publicação do artigo. Os mesmos autores
garantem a originalidade do artigo e
que este não infringe nenhum direito
autoral de terceira parte, não está em
avaliação por outro periódico e não
foi publicado previamente. Os autores
confirmam que revisaram e aprovaram
a versão final do trabalho.
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Reconhecido pelo CFO - Decisão CFO 59/2004
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CURSO INFORMATIVO DE ODONTOGERIATRIA
CURSO DE PRÓTESE PARCIAL FIXA
(CDs e TPDs)
CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM CIRURGIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PRÓTESE DENTÁRIA
V 10 | Nº 2 | Junho 2009 | Revista EAP/APCD 20
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