XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. ESTABILIDADE E DISTRIBUIÇÃO DO TAMANHO DE AGREGADOS DE ORIGEM BIOGÊNICA Euvaldo Pereira de Cerqueira Júnior1, Diana Ferreira de Freitas Simões2, Rossanna Barbosa Pragana3, Maria Helena Medeiros4, Suzany Nascimento Alves5, Carlos Alberto Vieira de Souza6, Ebert Santos Cruz7 Introdução Os componentes biológicos do solo, em conjunto com os físicos e químicos, influenciam a produtividade das culturas, assim como a sustentabilidade dos sistemas agrícolas. A qualidade física do solo é importante, pois proporcionam um melhor crescimento do sistema radicular do vegetal, favorecendo ganho de produtividade das espécies cultivadas, além do armazenamento e suprimento de água e nutrientes, das trocas gasosas e da atividade biológica do solo. A fauna edáfica do solo inclui organismos invertebrados que variam em tamanho. A atividade desempenhada pelos engenheiros de ecossistemas leva a formação de estruturas biogênicas que modificam as propriedades físicas do solo em que vivem. O presente trabalho teve como objetivo realizar a análise da estabilidade de agregados e calcular o diâmetro médio ponderado dos coprólitos. Material e Métodos O experimento foi realizado nas redondezas da Universidade Federal Rural de Pernambuco – Unidade Acadêmica de Serra Talhada. O clima é do tipo Bsh, Semiárido, caracterizando-se por ser quente e seco, com chuvas de verão (EMBRAPA, 2006). Os coprólitos (Figura 1) foram coletados em três pontos e o solo foi dividido em três horizontes (Tabela 1). A fim de se verificar a estabilidade e a distribuição do tamanho dos agregados, e calcular o diâmetro médio geométrico, todos os tratamentos foram separados em cinco diferentes classes de diâmetro (Tabela 2). Para analisar a estabilidade e a distribuição do tamanho dos agregados (via seca), as amostras foram coletadas e secadas ao ar. Pesou-se 100 g de cada amostra e as mesmas foram submetidas a um jogo de peneiras (2,0; 1,0; 0,5 e 0,25 mm de malhas). Posteriormente foi colocado em agitador de Bertel com vibração de 40 rpm por 15 min, e por fim, pesou-se os agregados retidos em cada peneira (Embrapa, 1997). Com os valores obtidos nas proporções dos agregados foi calculado o diâmetro médio geométrico, para cada determinação, por meio da equação (Kemper & Rosenau, 1987): DMG = exp x { [ ∑ (mi x logDM) ] / ∑mi } Onde: DMG: diâmetro médio geométrico; mi: massa de agregados; DM: diâmetro médio da classe i. O delineamento experimental empregado foi em parcelas subdivididas com cinco repetições, para a variável estabilidade e distribuição do tamanho dos agregados. Para a variável diâmetro médio geométrico foi utilizado o delineamento inteiramente casualidade com cinco repetições. O teste médio empregado foi o de Tukey a 5 % de probabilidade. A análise estatística foi realizada com auxilio do programa Assistat 7.7. Resultados e Discussão Para o fator estabilidade de agregados observou-se que não ocorreu diferença significativa entre os coprólitos e os 1 Graduando do Curso de Agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada. Fazenda Saco, s/n, Serra Talhada, PE, 56900-000. E-mail: [email protected] 2 Professora Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada. Fazenda Saco, s/n, Serra Talhada, PE, 56900-000. 3 Professora Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada. Fazenda Saco, s/n, Serra Talhada, PE, 56900-000. 4 Graduanda do Curso de Agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada. Fazenda Saco, s/n, Serra Talhada, PE, 56900-000. 5 Graduanda do Curso de Agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada. Fazenda Saco, s/n, Serra Talhada, PE, 56900-000. 6 Graduando do Curso de Agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada. Fazenda Saco, s/n, Serra Talhada, PE, 56900-000. 7 Graduando do Curso de Agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada. Fazenda Saco, s/n, Serra Talhada, PE, 56900-000. XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. horizontes do solo, já para o fator diâmetro médio geométrico foi observado que houve diferença significativa. Ao realizar o desdobramento das classes de agregados em relação os coprólitos e aos horizontes do solo, observa-se que para a classe de maior diâmetro (> 2,0 mm) os horizontes BA e B tiveram o melhor desempenho. A classe compreendida entre 2,0 mm e 1,0 mm apresentou melhor desempenho apenas nos horizontes A, BA e B, porém para classe que varia de 1,0 mm a 0,5 mm o horizonte A sobressaiu aos demais tratamentos. Já a classe 0,5 a 0,25 mm os coprólitos M, S e L, junto ao horizonte A, obtiveram um melhor resultado e a classe de menor diâmetro (< 0,25 mm) os coprólitos M e L, junto com o horizonte A, obteve o melhor desempenho (Tabela 3). Para a variável diâmetro médio geométrico dos coprólitos e dos horizontes foi observado que o coprólito M possui um diâmetro superior aos demais tratamentos (1,316 mm). Ao realizar a interação entre os fatores o coprólito M e L, junto ao horizonte A, sobressaiu aos demais tratamentos (Figura 2). Diante do exposto, pode-se concluir que os coprólitos apresentaram uma maior estabilidade e um maior diâmetro médio geométrico do que os horizontes BA e B, camadas mais profundo do solo. Agradecimentos Ao programa de pós-graduação em produção vegetal da Universidade Federal Rural de Pernambuco – Unidade Acadêmica de Serra Talhada pelo apoio ao desenvolvimento do trabalho. Referências ARAÚJO, E. A.; KER, J. C.; NEVES, J. C. L.; LANI, J. L. Qualidade do solo: conceitos, indicadores e avaliação. Revista Brasileira de Tecnologia Aplicada nas Ciências Agrárias, 5:187-206, 2012. EMBRAPA. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solo. Manual de métodos de análise de solo. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura, 1997. 212p. FALEIRO, F. G.; ANDRADE, S. R. M.; REIS JUNIOR, F. B. Biotecnologia: estado da arte e aplicações na agropecuária. Planaltina: Ministério da Agricultura, 2011. SILVA NETO, L. F.; SILVA, I. V.; INDA, A. V.; NASCIMENTO, P. C.; BORTOLON, L. Atributos físicos e químicos de agregados pedogênicos e de coprólitos de minhoscas em diferentes classes de solos da Paraíba. Revista Ciência e Agrotecnologia, 34:1365-1371, 2010. KEMPER, W.D.; ROSENAU, R.C. Aggregate stability and size distribution. In: KLUTE, A., ed. Methods of soils analysis. Physical and mineralogical methods. 2. ed. pt 1. Madison, ASA, SSSA, 1986. p.425-442. XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. Tabela 1. Distribuição Parcela 1 2 3 4 5 6 Tratamento Coprólito M Coprólito S Coprólito L Horizonte do Solo A Horizonte do Solo BA Horizonte do Solo B Tabela 2. Distribuição Subparcela 1 2 3 4 5 Tabela 3. dos tratamentos. Serra Talhada-PE, UFRPE/UAST, 2013. das classes de diâmetros. Serra Talhada-PE, UFRPE/UAST, 2013. Classes de Diâmetro (mm) 4,0 < x ≥ 2,0 2,0 < x ≥ 1,0 1,0 < x ≥ 0,5 0,5 < x ≥ 0,25 x < 0,25 Resultado médio da distribuição dos agregados (%), por classe de tamanho, nos diferentes coprólitos e horizontes do solo. Serra Talhada-PE, UFRPE/UAST, 2013. Classe ___ ___ mm Coprólito M Coprólito S 4,0 < x ≥ 2,0 53,688 c A 57,654 b A 2,0 < x ≥ 1,0 2,132 c D 2,616 bc D 1,0 < x ≥ 0,5 4,204 b D 5,064 b D 0,5 < x ≥ 0,25 12,064 abc C 12,156 ab C x < 0,25 27,308 a B 21,858 b B Distribuição dos Agregados (%) Coprólito L Horizonte A 50,048 d A 39,756 e A 2,792 bc D 9,46 a D 6,122 b D 10,038 a D 15,4 ac C 15,532 ac C 24,954 a B 24,336 a B Horizonte B 61,824 a A 6,034 ab CD 5,478 b D 9,532 bc C 16,826 c B Horizonte C 64,26 a A 7,022 a C 5,284 b C 8,514 c C 14,528 c B Figura 1. Imagem dos coprólitos. Serra Talhada-PE, UFRPE/UAST, 2013. Figura 2. Resultado médio do diâmetro médio geométrico (mm), por tratamento. Serra Talhada-PE, UFRPE/UAST, 2013.