DISPARADA
RUMO AO III CONGRESSO DA JUVENTUDE DO PT!
Prepare o seu coração
Que agora nós vai falar
Voz, nós nunca teve não
Mas viemo incomodar
Tem gente que duvide
Mas juntou quem acredite
Pra esse cordel cantar
Nós veio lá do sertão
Mas não vou dizer de novo
Por que sou de todo chão
Sou de onde vem o povo
Sou do mato e da floresta
Da favela que protesta
E de todo e qualquer lugar
Agradar acho que não vou
Mas não vim pra lhe dizer
Aquilo que eu não sou
Quero reivindicar o malê
Encarnar a feminista
E o terror de todo racista
E os LGBT
Tem uma estrela que brilha
E tem quem quer apagar
A gente não pode ser ilha
Tem de saber conversar
Com a nova juventude
E sua nova atitude
Que nós tem que olhar
Uma juventude em disparada
É que tem capacidade,
Numa conjuntura arriscada,
De ter muita unidade
Pra enfrentar o inimigo
Sem ter medo do perigo
E ainda a ele vencer.
Nós quer é renovação
Olhar o novo sem medo
É preciso passar a ação
E já temos nosso enredo:
Defender o que ganhamos
E ganhar o que sonhamos
Pra o mundo melhorar.
Mas só sonhando nós ganha
E a gente quer é vencer
Por isso nós te passa as manha
Convida e chama você
A disputar e construir
Fazer o sonho invadir
A juventude do PT!
A JUVENTUDE NO OLHO DO FURACÃO!
"Vim pra lutar por nóiz, mesmo que for pra morrer só […] É nóiz, e se não for
nóiz não vai ser mais ninguém!˜
-"Nóiz", Emicida
Nesses últimos anos, a juventude tem estado na boca do povo. Fala-se que a
juventude foi às ruas em 2013; fala-se que a juventude incendiou, junto com os
movimentos sociais, o segundo turno de 2014; tem quem diga que a juventude
está perdida; outros, que é preciso falar pra juventude, organizar a juventude,
priorizar a juventude.
É no centro desse burburinho que acontece o III Congresso da Juventude do PT.
É fácil, porém, dizer tudo isso; mesmo para os e as jovens do Partido, é tão
confortável quanto é pouco útil falar de uma juventude em terceira pessoa. Num
cenário destes, há que se perguntar: como faremos pra falar da juventude em
primeira pessoa?
Olhamos para a sociedade brasileira e nos enxergamos uma maioria diversa,
mosaico ainda mais rico que a geração de nossos pais. Jovens somos que nos
assumimos mais pretos e pretas - o dobro do que a média da população. Que
pensam no respeito à diversidade como um valor fundamental pra sociedade.
Que sonhamos, como todas as gerações antes de nós sonharam, mas sonhamos
um sonho novo e diferente. Que fazemos música e diversão por nós mesmos.
Mas também uma geração formada sob uma hegemonia cultural jamais vista
antes. Os meninos e meninas de 90, nasceram depois da Queda do Muro e se
formaram num mundo onde não havia contraponto ao "American Way of Life",
ao shopping center, à Rede Globo… Mas nós nunca fomos só de ouvir. E foi
essa geração que começou a construir, a partir do legado histórico de
resistência, os canais para se contrapor a esse pensamento único. No boca-aboca, na internet, na periferia, começamos a fazer nosso próprio pensamento e
nossos próprios caminhos. Rimados no rap, cantados no pagodão, dançados no
funk.
A esquerda, porém, presa à um método de disputa que venceu em muitas coisas,
mas tem perdido seguidas batalhas de idéias, teve dificuldade de acompanhar
esse ritmo alucinante de uma geração conectada. Assim, o desafio está posto:
uma corrente conservadora, avassaladora na disputa de idéias, passa arrastando
aqueles e aquelas que tanto costumamos dizer que "melhoraram de vida" e
perdendo a vergonha de se assumir de direita. E enquanto nós - a esquerda assistimos perplexos, nóiz - a juventude - produzimos as formas mais avançadas
de resistência, dentro e fora das organizações tradicionais da esquerda.
Já ficou evidente que na hegemonia deles, não tem espaço pro rolezinho. Que
nós não precisamos das gravadoras deles pra fazer nossa música. Que nas
universidades que eles fizeram, eles não ensinam o que a gente mais precisa.
Que nenhum jovem melhora de vida, se a polícia lhe tira a sua vida. Que a
ostentação não vai fazer a gente ser igual a eles. E agora?
Estamos na hora que o velho tá indo embora, mas o novo não chegou. E nós
viemos aqui para dizer a juventude petista: precisamos cerrar fileiras, ser parte
do novo que tá chegando, e não do velho que tá indo. Se não fizermos isso, a
história da nossa geração, que vai ter o destino do país nas mãos pelos próximos
30, 40 anos, vai ser escrita contra tudo o que já conquistamos. Temos de
aprender com quem tá fazendo, fazer junto, e fazer por nós mesmos, os
caminhos do nosso futuro.
Se não for nóiz, não vai ser mais ninguém.
NA ROÇA OU NA FAVELA, A JUVENTUDE QUER VIVER!
Oportunamente, o Congresso da Juventude do PT puxou como tema central o
extermínio da juventude negra.
Talvez seja o tema que deponha mais fortemente contra a herança dos governos
petistas. Fim da miséria, melhoria nas condições materiais de vida, inclusão pela
educação e pelo trabalho, nada disso conta pra um jovem que morreu. Pra um
jovem cujo pai, mãe ou irmão morreu. O impacto da morte é mais duro do que
qualquer melhoria. Entra governo, sai governo, e a violência acumulada na
sociedade se recai cada vez mais duramente sobre o povo preto e pobre deste
país.
É preciso entender o que significa esse extermínio. Com a justificativa da guerra
às drogas, há um cenário de violência institucionalizada do Estado contra a
população negra e pobre do Brasil, bem como um papel central do Estado na
criação de uma cultura de violência que se alastra para muito além da violência
policial direta. É uma política mundial, organizada no centro do imperialismo,
que não combate nem diminui o consumo ou o comércio de substâncias ilícitas
e sustenta uma indústria de guerras internas em diversos países, notavelmente
na América Latina.
Porém, a vitimação de jovens negros do sexo masculino e na faixa de 16 a 24
anos é apenas a face mais brutal e evidente de uma política de extermínio. É
uma das várias ramificações das políticas pós-escravidão, de embranquecer a
população através da migração européia. Porém, convém atentar que, assim
como no pós-escravidão, essa política não é apenas de assassinato em massa.
Se, lá atrás, havia uma repressão cultural à população negra, com ataques à sua
religião, à capoeira, ao samba, também hoje se vê uma política de extermínio
renovada e que usa dos mais diversos instrumentos para silenciar qualquer
possibilidade de contraposição ao status quo.
Há a repressão aos corpos, que resulta também em morte - o caso emblemático
é o aborto, que vitima milhares de mulheres, sobretudo pobres e negras que não
tem recursos para pagar abortos seguros. Mas há também uma tentativa de
extermínio cultural e imaterial, através da marginalização da cultura periférica,
ou a sua domesticação para virar produto de consumo; da negação dos direitos
religiosos àqueles de matriz africana e aos povos indígenas; o encarceramento
em massa e a estigmatização dos ex-detentos, que só piora no caso da redução
da maioridade penal; a destruição de qualquer esperança de futuro para a
juventude do campo. E a lista só cresce.
Tanto quanto há em curso um extermínio violento e físico da juventude negra,
há a tentativa de apagar toda uma herança de resistência e desenhar uma
geração insípida, pouco rebelde, domesticada. Em resumo, o extermínio é uma
prática política sistemática, tanto física quanto imaterial, para forjar um projeto
de geração conservador, reacionário e/ou restaurador, que desconstrua qualquer
possibilidade de resistência à reprodução do status quo e dos lucros da classe
dominante e, de lambuja, desfaça qualquer avanço conquistado nos últimos 12
anos.
É preciso defender a vida. Sem ela, nada existe. E é preciso reconhecer a
juventude negra como o sujeito mais sistematicamente afetado por esse
violência - embora não o único.
Contra o extermínio, é preciso construir uma afirmação. Sobreviver não basta; é
preciso construir nossa linguagem, nosso mundo, nossos sonhos - um projeto de
geração. Uma geração que tem a tarefa de reposicionar, no nosso processo
contra-hegemônico, uma série de sujeitos políticos: o povo negro, as mulheres,
os LGBT, o povo do campo e o povo da periferia, o Norte e o Nordeste, o
interior, os trabalhadores e trabalhadoras das novas categorias, as novas
linguagens da música e da arte, as novas formas de vivenciar e organizar as
espiritualidades. Construir uma ampla aliança entre esses setores é o único
caminho possível para dialogar com a emergência de uma nova correlação de
forças na sociedade.
É preciso defender, com unhas e dentes, o direito de conquistar mais que a
sobrevivência.
Por que, seja no campo ou na favela, o que a juventude quer é viver!
ASSINAM ESTA TESE:
Crisley Araújo Dos Santos - CNF 4135412 – Laranjeiras – Sergipe
Daniela Souza Costa – CNF 6310891 – Laranjeiras - Sergipe
José Adilson Costa Pinto Junior – CNF 6310917 – Laranjeiras - Sergipe
Irandir Rocha Santos – CNF 6310909 – Laranjeiras – Sergipe
Isael Batista Da Silva Campos – CNF 6310910 – Laranjeiras - Sergipe
José Anderson Santos – CNF 6310918 – Laranjeiras – Sergipe
Liria Alves Dos Santos – CNF 6310928 – Laranjeiras – Sergipe
Luanderson Victor De Campos Cezário – CNF 6310929 – Laranjeiras – Sergipe
Mônica Paula Lima – CNF 6310946 - Laranjeiras - Sergipe
Patrícia Cezário Leandro – CNF 1658160 – Laranjeiras- Sergipe
Vanessa Diana Ferreira Santos – CNF 6310956 – Laranjeiras – Sergipe
Viviane Dos Santos – CNF 6310958 - Laranjeiras – Sergipe
Viviane Santos Lourenço Da Silva – CNF 4135471 – Laranjeiras – Sergipe
Walace Alves Dos Santos – CNF 6310959 – Laranjeiras – Sergipe
Wesleny Guinlherme Dos Santos – CNF 6310960 – Laranjeiras – Sergipe
Jorielton Oliveira Santos – CNF 5256374 – Aracaju – Sergipe
Lucas De Oliveira Matos – CNF 6312939 – Aracaju – Sergipe
Carlos Cavalcante Padilha – CNF 2853783 – Recife – Pernambuco
Rafael Oliveira Rocha – CNF 5147627 – Recife – Pernambuco
Nathalia Teixeira Dos Santos – CNF 3029203 – Igarassu – Pernambuco
Robson Lucas Costa Dos Santos – CNF 6181055 – Caruaru – Pernambuco
Tayse Tamara Carvalho Falcão – CNF 5235933 – Caruaru – Pernambuco
Thiago Kavita De Lira – CNF 5235905 – Caruaru – Pernambuco
Tuany Emanuele Carvalho Falcão – CNF 5235993 – Caruaru – Pernambuco
Alyson Vasconcelos De Paula Gomes – CNF 5147626 – Recife – Pernambuco
Luiza Lino Do Nascimento – CNF 6233946 - Belo Horizonte – Minas Gerais
Mariana Lino Do Nascimento – CNF 5124389 - Belo Horizonte – Minas Gerais
Antônio Augusto Garcia Veríssimo – CNF 6212484 - Poços De Caldas – Minas
Gerais
Yuri Santos De Brito – CNF 5223745 – Itabuna – Bahia
Isis Da Silva Fraga – CNF 3693401 - Boa Vista Do Tupim – Bahia
Ara Josefina Silveira Brasil – CNF 2642389 – Camaçari – Bahia
Julia Ikeda Brasil Silveira – CNF 6225802 – Camaçari – Bahia
Karla Emanuele Rodrigues Oliveira – CNF 6247280 - Feira De Santana – Bahia
Joao Henrique Seidel Carvalho - CNF 5412434 – Gandu – Bahia
Daniel Cerqueira Santana Amaral - CNF 6100232 - Amélia Rodrigues – Bahia
Rafael De Lucena Pedral – CNF 5278074 – Salvador – Bahia
Vinicius Alves Da Silva – CNF 5112862 – Salvador – Bahia
Marcelo Galvao Da Silva – CNF 910957 – Uruçuca – Bahia
Daniela Santos Leopoldino – CNF 6296094 – Uruçuca – Bahia
Diego Alves Cardoso Lopes - CNF 6296136 – Uruçuca – Bahia
Yasmine Da Silva Oliveira – CNF 6296080 – Uruçuca – Bahia
Misael Silva Oliveira – CNF 6296110 – Uruçuca – Bahia
Danielle Da Cruz Ferreira – CNF 6392040 – Salvador – Bahia
Sostenes Aroeira Da Luz – CNF 5077179 - Feira De Santana – Bahia
Maria Andrade Barbosa – CNF 6247269 - Feira De Santana – Bahia
Luana Andrade Barbosa – CNF 6247282 - Feira De Santana – Bahia
Tassio Lessa De Oliveira Sales De Souza – CNF 6104149 - Amélia Rodrigues
– Bahia
Ivana Laís Da Conceição – CNF 2686567 – Itajaí – Santa Catarina
Bruna Kenia Brezolim Alcantara – CNF 4052468 - Balneário Camboriú – Santa
Catarina
Kétria Spiazzi Angiolett – CNF 6235205 – Brusque – Santa Catarina
Max Medeiros De Amaral – CNF 6240284 – Içara – Santa Catarina
Eduardo Wanzuit Ferreira – CNF 6102106 – Gaspar – Santa Catarina
Gilvan Dos Santos Oliveira – CNF 6323561 - Feira De Santana – Bahia
Patricia De Souza Amorim – CNF 6247253 - Feira De Santana – Bahia
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