UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA
ELIZABETH LUIZA LINHARES DA CUNHA AVELINO
COMPARAÇÃO IN VITRO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO
CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO ENCAPSULADO DIANTE DO
CONVENCIONAL
NATAL-RN
2014
Elizabeth Luiza Linhares da Cunha Avelino
COMPARAÇÃO IN VITRO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO CIMENTO
DE IONÔMERO DE VIDRO ENCAPSULADO DIANTE DO CONVENCIONAL
Trabalho de conclusão de curso
apresentado
na
graduação
em
Odontologia da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, como parte dos
requisitos para obtenção do título de
Cirurgião-Dentista.
Orientadora: Profª Drª Marília Regalado
Galvão Rabelo Caldas.
NATAL-RN
2014
Elizabeth Luiza Linhares da Cunha Avelino
COMPARAÇÃO IN VITRO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO
CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO ENCAPSULADO DIANTE DO
CONVENCIONAL
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado na Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, como exigência para
obtenção do título de graduação em
Odontologia.
Aprovado em ____/____/____.
BANCA EXAMINADORA
Profª Drª Marília Regalado Galvão Rabelo Caldas (Orientador)
Mestre em Ciências Odontológicas – Dentística Restauradora UNESP/Araraquara
Doutora em Ciências Odontológicas - Dentística Restauradora UNESP/Araraquara
_____________________________________________________________
Profª. Dr ª. Isauremi Vieira de Assunção
Mestre em Odontologia Social - UFRN
Doutora em Ciências da Saúde - UFRN
______________________________________________________________
Ms. Diana Ferreira Gadelha de Araújo
Mestre em Ciências Odontológicas – Dentística USP/Bauru
Doutoranda em Ciências Odontológicas – Dentística USP/Bauru
NATAL-RN
2014
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, que muitas vezes, sem que eu percebesse, me
fortaleceu para que eu não desistisse frente às adversidades.
Aos meus pais e irmãos, amores da minha vida, obrigada por todo carinho e
apoio de sempre.
Ao meu noivo Edney, obrigada, sobretudo por todo incentivo, ajuda e pelos
conselhos valiosos.
À minha orientadora Drª Marília, um exemplo de profissional e pessoa, muito
obrigada por toda competência, paciência e tranquilidade com que conduziu a
orientação deste trabalho.
Às bibliotecárias do Departamento de Odontologia, em especial à Cecília pela
colaboração na formatação deste trabalho.
SUMÁRIO
PÁGINA IDENTIFICAÇÃO.....................................................................................
1
RESUMO.....................................................................................................................
2
ABSTRACT.................................................................................................................
3
INTRODUÇÃO...........................................................................................................
4
MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................................
6
RESULTADOS.............................................................................................................
7
DISCUSSÃO................................................................................................................
8
CONCLUSÃO..............................................................................................................
12
REFERÊNCIAS...........................................................................................................
12
1
COMPARAÇÃO IN VITRO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO
CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO ENCAPSULADO DIANTE DO
CONVENCIONAL
COMPARISON IN VITRO COMPRESSIVE STRENGTH OF GLASS
ENCAPSULATED
IONOMER
CEMENT
BEFORE
THE
CONVENTIONAL
Elizabeth Luiza Linhares Da Cunha Avelino1
Marília Regalado Galvão Rabelo Caldas1
1
Departamento de Odontologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal,
Rio Grande do Norte, Brasil.
Autor correspondente:
Elizabeth Luiza Linhares Da Cunha Avelino
Rua Domingos Amado, 3509, Apto 301, Candelária, Natal, RN
CEP: 59065720
Telefone: (84)98090206
E-mail: [email protected]
Revista Sul Brasileira de Odontologia
2
COMPARAÇÃO IN VITRO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO
CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO ENCAPSULADO DIANTE DO
CONVENCIONAL
RESUMO
Com o intuito de evitar erros advindos de uma variação na proporção
material, os quais podem alterar significativamente suas propriedades, o Cimento de
ionômero de vidro (CIV) encapsulado surgiu com a proposta de facilitar a aglutinação
do material sem as interferências manuais, promovendo misturas homogêneas
adequadas para sua inserção na cavidade e, consequentemente melhores propriedades
mecânicas. Dentro deste contexto o objetivo deste trabalho é comparar a resistência à
CIV encapsulados (Riva self cure® e Riva light cure®) e os seus
correspondentes do sistema pó/liquido (Riva self cure® e Riva light cure®). Para o teste
de resistência à compressão, doze corpos de prova foram
conduzidos em
m
Shimadzu® da UFRN
mento de
1,0 mm/min após análise, revelaram diferença estatisticamente significativa (p<0,05)
apenas para os dois tipos de CIVs encapsulados. A média de resistência à compressão
em valores absolutos são de 126,07 MPa para o CIV encapsulado fotopolimerizável,
118,34 MPa para o convencional fotopolimerizável, 95,87 MPa para o encapsulado
autopolimerizável e 122,07 MPa para o convencional autopolimerizável. Os dados
foram submetidos aos testes estatísticos ANOVA e pós-teste Tamhane. Com base nos
resultados obtidos, concluiu-se que os CIVs encapsulados investigados nesse trabalho
3
não apresentam valores estatisticamente significativos de resistência à compressão que
justifiquem uma substituição aos convencionais.
Palavras chave: Cimentos de Ionômeros de vidro; materiais dentários; Força
compressiva.
ABSTRACT
Since the emergence in the dental clinic, the glass ionomer composition and
presentation suffer changes in order to preserve your advantageous features. As
biocompatibility, flour liberation, chemical adhesion, coefficient of linear thermal
expansion, near by the dental structure and minimize the limitations, as the
inappropriate mechanical resistance which interferes in your indication to areas that
have mastigatory strengths. To minimize mistakes from a variation on the proportion
and manipulation of the material, who can significantly change your proprieties, the
encapsulated glass ionomer became with the proposal of make the agglutination of the
material without the manual interferences, promoving appropriated homogeneal mixes,
that can be easier introduced on the cavity, and improve your mechanical proprieties.
This work means to compare the compression resistance and wear between the
encapsulated glass ionomer cimentos (Riva self cure ® e Riva light cure®) and the
powder/liquid system (Riva self cure ® e Riva light cure®). To the compression
resistance test, twelve samples will be made to each group, with inixidable steal
matrizes with,0 ± 0,1 mm of diameter and 6,0 ± 0,1 mm de heigth, according to ISO13
9917 specification. Tests conducted in tests Universal Shimadzu® machine, the
displacement rate of 1.0 mm / min after analysis revealed a statistically significant
4
difference (p < 0.05) between the GICs encapsulated . The average compressive
strength in absolute values are 126.07 MPa for the MIC encapsulated light-cured ,
118.34 MPa for conventional light-cured , 95.87 MPa for self-curing encapsulated and
122.07 MPa for conventional self-curing . The data were submitted to ANOVA and
Tamhane post-test. Based on the results obtained , it was concluded that the MIC
investigated in this work do not show statistically significant values of compressive
strength to justify a replacement or greater adherence to encapsulated .
Keywords: Glass ionomers cements; dental materials; Compressive strength
INTRODUÇÃO
Desde o desenvolvimento do CIV, no início da década de 70, avanços
significativos têm sido obtidos, tornando-os materiais clinicamente atraentes e
largamente utilizados na odontologia[¹]. Esses materiais sofreram ao longo dos anos
diversas modificações, tais como a incorporação de resina[²], de partículas metálicas[³],
modificação no tamanho das partículas de vidro e na proporçã
4
, com o
intuito de melhorar as propriedades físicas resistência e longevidade.
Embora o CIV seja o material de escolha em diversos procedimentos na
odontologia restauradora, devido às suas características tais como liberação de flúor,
adesão às estruturas dentárias, coeficiente de expansão térmica similar ao dente e
biocompatibilidade, algumas de suas propriedades ainda não são totalmente
satisfatórias[5]. Um dos inconvenientes diz respeito a sua manipulação[6], já que o
proporcionamento do pó e do líquido de maneira incorreta afeta suas propriedades
podendo comprometer a solubilidade, resistência e adesão do material [7].
5
Portanto, existem basicamente duas maneiras de manter as características
positivas do CIV e minimizar suas desvantagens. A primeira, alterando a composição
do material e a segunda, avaliando a melhor forma de aglutinação e inserção na
cavidade[¹].
Com o intuito de facilitar a manipulação do CIV, uma nova modalidade do
material vem sendo incorporada no mercado de produtos odontológicos. Na forma de
apresentação encapsulada, o conteúdo é acondicionado em uma cápsula pré-fabricada,
com dois compartimentos, separados por uma membrana que se rompe e permite a
mistura do pó e do líquido de forma homogênea no momento da aplicação. Sua inserção
é realizada através de um aplicador específico[6].
No sistema de cápsulas pré-fabricadas, há uma aglutinação do material mais
satisfatória devido à ausência de interferência manual na mistura, o que reduz a
presença de porosidades no interior do material. As porosidades internas do CIV são
responsáveis pela presença de estresse local, que contribuem para a iniciação e
propagação de trincas, as quais podem favorecer a uma fratura parcial ou total da
restauração [9,10].
Diante disso, esse estudo in vitro propõe verificar se o CIV encapsulado possui
maior resistência à compressão que o sistema de mistura convencional. Os encapsulados
são uma tendência no mercado odontológico e funcionam como uma alternativa ao uso
do cimento convencional, além do que a resistência mecânica é uma importante
propriedade dos materiais restauradores principalmente no processo mastigatório.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foram utilizados para esse estudo quatro tipos de CIVs, pertencentes a um
mesmo fabricante (SDI, Austrália), os quais variaram quanto a forma de apresentação
6
(encapsulado e sistema convencional pó/líquido), bem como modo de geleificação
(autopolimerizável e fotopolimerizável). Eles foram agrupados em G1, G2, G3 e G4
como especificado na tabela I.
Tabela I. Divisão dos grupos analisados neste trabalho para resistência à compressão e
especificação dos CIVs testados.
Grupos Nome
Categoria
Principais componentes
comercial/Fabricante
G1
G2
Riva self cure®/SDI,
Cimento de
Bayswater,
ionômero de vidro
Victoria,
encapsulado foto-
Austrália
polimerizável
Riva light cure®/SDI,
Cimento de
Bayswater,
ionômero de vidro
Victoria, Austrália
encapsulado autopolimerizável
G3
Riva self cure®/SDI,
Cimento de
Bayswater,
ionômero de vidro
Victoria, Austrália
convencional
autopolimerizável
G4
Riva light cure®/SDI,
Cimento de
Bayswater,
ionômero de vidro
Victoria, Austrália
convencional
fotopolimerizável
Para o teste
Pó: Fluoreto de silicato de
alumínio
Ácido poliacrílico
Líquido:Ácido poliacrílico
Ácido tartárico
Pó: Fluoreto de silicato de
alumínio
Líquido: Ácido poliacrílico
Ácido tartárico
Hidroxietil metacrilato
Dimetacrilato
Monômero acidificado
Pó: Fluoreto de silicato de
alumínio
Ácido poliacrílico
Líquido:Ácido poliacrílico
Ácido tartárico
Pó: Fluoreto de silicato de
alumínio
Líquido: Ácido poliacrílico
Ácido tartárico
Hidroxietil metacrilato
Dimetacrilato
Monômero acidificado
- circundando uma porção
bipartida de teflon,
a ISO13.
- -
7
com as recomendações do fabricante, enquanto o segundo operador realizou os
procedimentos de
material
- s fotopolimerizáveis
segundos no topo e base do corpo-de-prova, com o aparelho Radii-cal 1200 mW/cm2
Os corpos-de-prova
ontendo seis mililitros
[ ]
¹.
O teste foi conduzido em
na de Ensaios Universal Shimadzu® na UFRN,
velocidade de deslocamento de 1,0 mm/min. O teste de r
força axial simultaneamente a dois pontos na m
oposta,
com o objetivo de testar a estrutura do material.
RESULTADOS
Os dados foram submetidos ao teste estatístico ANOVA e pós-teste Tamhane, e
após análise, revelaram diferença estatisticamente significativa (p=0,011) apenas entre
os CIV encapsulados (G1 e G2), como pode ser observado na tabela 2. Para os demais
grupos se observa diferença apenas em valores absolutos. Em MPa a média de
resistência a compressão em valores absolutos são de 126,07 MPa para o CIV
encapsulado fotopolimerizável, 118,34 MPa para o convencional fotopolimerizável,
95,87 MPa para o encapsulado autopolimerizável e 122,07 MPa para o convencional
8
autopolimerizável. Observou-se ainda que não houve diferença estatística significativa
entre o grupo G1 com os grupos G3 e G4, (p= 0,997) e (p= 0,787) respectivamente,
entre o grupo G2 com os grupos G3 e G4, (p= 0,122) e (p= 0,148), respectivamente, e
entre os grupos G3 e G4 (p= 0,999). Constatamos, também, um alto DP nos grupos G2
e
G3,
correspondente
aos
CIVs
autopolimerizáveis,
diferentemente
dos
fotopolimerizáveis G1 e G2. As médias e desvios-padrão dos grupos estudados estão
apresentados na tabela II.
Tabela II. - Média de Resistência à Compressão em Megapascal (MPa) e Desvio-Padrão
(DP)
Grupo
Média (MPa)
DP
p(*)
G1
126,07
7,31
a
G2
95,87
25,72
b
G3
122,07
26,07
ab
G4
118,34
19,91
ab
*Teste estatístico ANOVA e pós-teste Tamhane (p<0,05)
DISCUSSÃO
O presente estudo revelou, em valores absolutos, para todos os grupos uma
média de resistência à compressão adequada independente do tipo de CIV testado.
Diferença estatisticamente significativa só foi encontrada para os grupos dos CIVs
encapsulados. Um achado curioso, visto que para essa forma de apresentação se
esperava um resultado superior de resistência à compressão quando comparados ao
sistema pó/líquido e não entre os próprios grupos de encapsulados
[6]
, justamente pelo
fato da aglutinação mecânica gerar uma menor incorporação de ar no interior do
material e consequentemente uma melhor propriedade mecânica como afirma Bresciani
[ ]
¹¹ em estudo sobre CIV.
9
Em um estudo realizado por Chammas¹, em que se objetivou comparar a
Resistência à compressão de três CIVs encapsulados (Riva self cure/SDI, Riva
light Cure/SDI, Riva Silver/SDI), foi observado após o ensaio mecânico, que
houve diferença estatisticamente significativa entre o Riva self cure e o Riva
light cure. A resistência à compressão do CIV Riva self cure e Riva silver foi
similar entre si e superior ao Riva light cure. Resultado que difere dos
encontrados neste trabalho, já que o Riva light cure apresentou maior resistência
à compressão que o Riva self cure e não o contrário, como os autores revelaram
no seu estudo em questão. A explicação dos autores baseada em um trabalho de
Alpõz [¹²], sugere que a redução do tamanho médio das partículas dos CIV Riva self cure
e sua melhor distribuição dentro da matriz permitiram também o melhoramento de suas
propriedades, bem como uma textura superficial mais densa, com menor número e
quantidade de porosidades.
Dowling
encap
[8]
, também avaliou a resistência à compressão de três CIV
K
™ F j
X
™
h
F
™
comparativamente aos seus equivalentes do sistema pó/líquido (Ketac Molar
y
™ F j X™
h
F
™
pode ocorrer no ambiente clínico. Os resultados demonstraram para esse estudo, que à
medida que se alterava para menos a quantidade de pó do CIV convencional, também
diminuía a resistência à fratura por compressão do material. Para os autores, o sistema
de cápsulas constitui uma solução potencial para minimizar essa variabilidade na
mistura do material que para este estudo esteve diretamente relacionada à propriedade
mecânica de resistência, já que esta se apresentou maior no sistema de cápsulas. Fato
esse que mesmo seguindo as recomendações do fabricante e o tempo de mistura não foi
observado em nosso trabalho, o qual não apresentou valores de resistência à
10
compressão, estatisticamente significativo entre o sistema de cápsulas e o sistema
convencional de mistura.
Nomoto [¹³], em seu estudo, avaliou o efeito do método de mistura na porosidade
de cinco CIVs, dos quais dois eram misturados manualmente e três pelo sistema de
cápsulas. Os corpos de prova foram observados e analisados por meio da tomografia
computadorizada, a qual permitiu observar o volume de bolhas presentes em cada
amostra a partir das reconstruções tridimensionais do material. É sabido que o método
de mistura tem relação direta com a porosidade apresentada pelo material, que por sua
vez pode produzir um material mais frágil, como afirmou Dowling
[6]
em estudo
comparativo entre os CIVs encapsulados e seus equivalentes convencionais já
mencionados nesse trabalho. Esperava-se então no estudo por ora relatado de
Nomoto[13], que nos CIVs encapsulados, por não haver interferência direta do operador,
uma quantidade significativamente menor de bolhas fosse incorporada a estrutura do
material, conduto, os resultados mostraram que foi pequena a diferença na porosidade
entre as amostras processadas pelos dois métodos.
Em outro estudo anterior de Nomoto[14], o qual também estudou o efeito da
mistura do material na resistência a compressão, o CIV encapsulado investigado
apresentou desempenho inferior que sua versão misturada à mão. Contudo, quando o
cimento foi retirado da cápsula e espatulado manualmente a resistência à compressão foi
significativamente maior do que a do mesmo material misturado mecanicamente. O que
não corrobora com a ideia de que, pelo fato do cimento estar por si só no interior de
cápsulas deve apresentar desempenho superior quanto a suas propriedades mecânicas,
por ter não incorporar ar durante a mistura.
Embora o CIV encapsulado possua a proporção pó-líquido pré-estabelecida e a
aglutinação mecânica para cada porção de material, o que teoricamente evita erros
11
advindos do proporcionamento e mistura do material contribuindo para suas
características vantajosas como afirma Prentice[7], observou-se durante o processamento
das amostras do nosso estudo que ocorria geleificação ainda no interior das cápsulas
durante o uso do CIV autopolimerizável, o que na utilização in vivo do material, esse
comportamento além de gerar desperdício do material, também gera alteração na fluidez
do cimento bem como no tempo de geleificação, o que pode alterar suas propriedades
mecânicas segundo Dowling[8].
No trabalho realizado por Prentice [7], o qual investigou a influência do tempo de
manipulação nas propriedades do CIV, foi constatado que o tempo de trabalho e de
geleificação inicial influencia a propriedade do material de resistência à compressão,
pois quando o CIV é dispensado com uma pré- geleificação provoca a quebra da matriz
de gel e propriedades mais pobres. Essa pré-geleificação pode ocorrer no CIV
encapsulado autopolimerizável durante a dispensa do material do interior da cápsula, ou
mesmo no sistema de mistura pó/líquido.
Para o CIV encapsulado fotopolimerizável, provavelmente por haver
dependência da fotoativação, foi possível promover o endurecimento do material só
após este ser dispensado no interior da matriz, o que evitou o desperdício e não alterou
sua fluidez, o que gera uma característica positiva, já que segundo Navarro 16 um
controle do tempo de manipulação do material reduz a sensibilidade inicial à umidade
(sinérese e embebição) e à solubilidade aos fluidos orais quando utilizado in vivo.
No nosso trabalho se observou durante a confecção das matrizes que algumas
cápsulas romperam antes que o seu conteúdo pudesse ser dispensado no interior das
matrizes, o que numa situação de uso clínico gera desperdício de material e de tempo de
execução do procedimento, já que outra cápsula deverá ser utilizada.
12
A partir dos resultados obtidos, sugerem-se outros estudos para avaliar melhor o
custo - beneficio da utilização desses materiais encapsulados, já que além de mais
onerosos, eles demandam equipamentos específicos para viabilizar seu uso, como
amalgamadores e aplicadores.
Dessa forma, são sugeridos mais estudos para avaliar o comportamento dessa
nova forma de apresentação, e assim subsidiar a ampliação de sua aplicação clínica
odontológica.
CONCLUSÃO
Com base nos resultados obtidos neste estudo, pode-se concluir que os CIVs
encapsulados investigados nesse trabalho não apresentaram valores estatisticamente
significativos de resistência à compressão que justifiquem a substituição do uso dos
CIVs convencionais para os encapsulados.
REFERÊNCIAS
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Restaurador(ART) e o Programa de Saúde da Família. BisOdonto. 2004; 2(4):1-111.
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Comparação in vitro da resistência à compressão do