Edição 57 Ano V Agosto
2012
Distribuição Gratuita
Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê
Cidadania
Crônica e Reflexão
e
Nossa Saúde
Meio
Ambiente
Formiguinhas do Vale
1932 - A Revolução da Elite
Sala de Aula
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Contos e Histórias
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A Associação
Anita Garibaldi
Rondônia (RO)
Política na Escola
Direitos do Cidadão
Cultura Brasileira
Educar
Educação
Saúde e Escola
Escolas Públicas
A maldição da abundância
CULTURAonline BRASIL
Datas importantes
AGOSTO
01 - Dia do Selo
03 - Dia do Telefone
04 - Morte de Anita Garibaldi
05 - Nascimento de Deodoro da Fonseca
06 - Lançamento da 1ª. Bomba Atômica (1945)
09 - Dia Internacional Populações Indígenas
10 - Nascimento de Jorge Amado
11 - Dia do Estudante
12 - Dia das Artes Plásticas
- Dia da Juventude
- Dia dos Pais
14 - Dia do combate á poluição
15 - Nascimento de Napoleão Bonaparte
- Dia dos solteiros
- Morte de Euclides da Cunha
16 - Morte de Eça de Queiroz
19 - Semana do Livro Escolar
20 - Dia do Vizinho
Nascimento de Cora Coralina
21 - Semana do portador necessidades esp.
22 - Dia do Folclore
- Dia do Supervisor da Educação
- Morte de Juscelino Kubitschek
23 - Dia da injustiça
25 - Renúncia de Janio Quadros (1961)
27 - Dia do psicólogo
29 - Dia do combate ao fumo
- Assinatura do tratado Independência Brasil
- Nascimento de António Francisco Lisboa
30 - Nascimento de Anita Garibaldi
31 - Transferência da Corte Portuguesa p/Brasil
Marechal Deodoro
nasceu
na cidade de Alagoas, atual Marechal Deodoro, em Alagoas, no
dia 5 de agosto de 1827 e estudou em escola militar desde os
16 anos. Em 1848, aos 21 anos,
integrou as tropas que se dirigiram a Pernambuco para combater a Revolução Praieira e participou ativamente de outros conflitos durante o Império, como a
brigada expedicionária ao rio da
Prata, o cerco a Montevidéu e da
Guerra do Paraguai.
Ingressou oficialmente na política
em 1885, quando exerceu o cargo de presidente (equivalente ao
atual de governador) da província do Rio Grande do Sul. Assumiu a
presidência do Clube Militar de 1887 a 1889 e chefiou o setor antiescravista do Exército. Com o título de marechal, Deodoro da Fonseca
proclamou a república brasileira no dia 15 de novembro de 1889 e
assumiu a chefia do governo provisório.
A primeira constituição republicana estabelecia que as eleições no
Brasil seriam diretas e que o presidente e seu vice seriam eleitos pelo
voto popular. Entretanto, determinava também que, em caráter excepcional, o primeiro presidente e o primeiro vice seriam eleitos indiretamente, isto é, pelo Congresso Nacional. Foi o que aconteceu. No
dia seguinte à promulgação da Constituição, o Congresso elegeu de
forma indireta os marechais Deodoro da Fonseca para presidente e
Floriano Peixoto para vice-presidente, em 25 de fevereiro de 1891.
O governo do Marechal deveria terminar em 1894, mas o período registrou sérios problemas políticos e econômicos. A política econômica, que tinha como ministro da Fazenda Rui Barbosa, foi marcada
pelo "encilhamento", que se caracterizou pelo incentivo à emissão de
moeda por alguns bancos e pela criação de sociedades anônimas.
Como resultado, houve forte especulação financeira e falência de
bancos e empresas.
A formação de um novo ministério liderado pelo barão de Lucena,
político vinculado à ordem monárquica, a tentativa de centralização
do poder e às resistências encontradas no meio militar conduziram o
país a uma crise política, que teve seu ápice na dissolução do Congresso Nacional.
Ao mesmo tempo crescia no meio militar a influência de Floriano Peixoto, que também fazia oposição a Deodoro juntamente com as forças legalistas que levaram à renúncia de Deodoro da Fonseca em 23
de novembro de 1891.
Da redação
Este veículo, transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem sobre
temas dos projetos desenvolvidos pela OSCIP“Formiguinhas do Vale”, organização sem fins
lucrativos , com ênfase em assuntos inerentes à sustentabilidade social e ambiental.
Filipe de Sousa
tem como principal objetivo interferir nas mudanças comportamentais da sociedade que o momento
exige, no que tange a preservação ambiental, sustentabilidade e paz social, reflorestamento, incentivo à agricultura orgânica, hortas comunitárias e familiares, preservação
dos ecossistemas, reciclagem e compostagem do lixo doméstico além, de incentivar a
preservação e o conhecimento de nossas
culturas e tradições populares. Formalizado
através do Projeto Social ‘EDUCAR - Uma
Janela para o Mundo’ e multiplicado e divulgado através deste veículo de interação.
Projetos integrados:
•
Projeto
“Inicialização Musical”
Este projeto tem por finalidade levar o
conhecimento musical, a crianças e adultos
com o fim de formar grupos multiplicadores,
sempre incentivando a música de raiz de
cada região, ao mesmo tempo em que se
evidenciam as culturas e tradições populares de cada região. Inicialmente iremos formar turmas que terão a finalidade de multiplicação do conhecimento adquirido, no
projeto, em cada Escola e em suas respectivas comunidades.
Projeto
“Viveiro Escola Planta Brasil”
•
Este projeto visa a implantação de um
Viveiro Escola, especializado em árvores
nativas das Matas Atlântica e Ciliares. Nele
nossas crianças irão aprender sobre os
ecossistemas estudados, árvores nativas,
técnicas de plantio e cuidados; técnicas de
compostagem e reciclagem de lixo doméstico, etc. Tudo isto, integrando-se o teórico à
prática, através de demonstrações de como
plantar e cuidar, incentivando e destacando
também, a importância da agricultura orgânica, hortas comunitárias e familiares. Serão
formadas turmas que terão a finalidade de
se tornarem multiplicadoras do conhecimento adquirido em cada comunidade.
•
Projeto “Arte&Sobra”
•
Projeto “SaciArte”
Neste Projeto Social iremos evidenciar
a necessidade da reciclagem, com a finalidade de preservação dos espaços urbanos
e, como fator de geração de renda. Também
serão formadas turmas multiplicadoras de
conhecimento, que terão como função a formação de cooperativas ou grupos preservacionistas em suas comunidades.
Este projeto é um formador de grupos
musicais onde as culturas regionais e a música de raiz sejam o seu tema. Primeiramente será formado um grupo composto por
crianças, adolescentes e adultos com responsabilidade de participação voluntária, no
grupo da comunidade da Região Cajuru na
Zona Leste de São José dos Campos.
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Gazeta Valeparaibana
AGOSTO 2012
Página 02
Editorial
Reflexões
Olá, tudo bem
A VIOLÊNCIA NOSSA DE CADA DIA!
Começou a corrida eleitoral e o que temos vindo a assistir é a um
modelo de conduta onde as rasteiras e as difamações têm vindo,
como sempre a pontuar.
É irônico que a classe artística e uma determinada categoria dos jornalistas estejam
agora na, por assim dizer, vanguarda da atual campanha contra a violência enfrentada no Brasil mais pontualmente na cidade de São Paulo.
Acho que talvez isso se deva aos enredos, todos enredados de
maldade e de safadeza das nossas novelas globais e recordais
bem como a uma programação midiática toda voltada para a apologia á violência, nudez feminina, valorização de grandes craques
e ao consumo exacerbado, onde se passa a ideia de que os fins
justificam os meios.
Uns lutam pela regulamentação das mídias outros financiam essas mesmas mídias que por sua vez os apóiam.
Uns fala de respeito e de compromisso e se apresentam desrespeitando as Leis mais elementares, como foi um caso denunciado
de uma Kombi com sofisticada aparelhagem de som aberta no
último volume, de determinado candidato, fazendo sua propaganda eleitoral na porta de um Hospital, aqui da terrinha.
Uns ridicularizam seus concorrentes com fotos montadas e frases
onde o respeito não é de forma nenhuma visto e a ética passa
longe.
Outros procurando usar de sua influência junto aos “nossos” meios de comunicação e se utilizando da máquina pública para angariar apoios, através da distribuição de benesses e, formatando
formas de agressão, ou segregação, onde a moral também não
vê abrigo.
Professores em greve, por salários decentes e sem apoios midiáticos, já que são federais e a mídia apoia a iniciativa da privatização da educação financiada pelo BNDES e por impostos não pagos, se vêm sós e acuados pela própria sociedade, dispondo de
muito poucos “cabos eleitorais”.
No entanto, a marcha gay se mostra vitoriosa, as Olimpíadas de
Londres fazendo grande sucesso e sendo motivo também de
mais motivo de briga pelo telespectador, que agora começa a se
dividir entre a Universal e o Vaticano.
As urnas eletrônicas sendo colocadas sob suspeita de serem passíveis de fraude, o judiciário colocado sob suspeita e, respostas
ou desmentidos não se vêm; as Câmaras, o Senado e o judiciário
desacreditados e os funcionários públicos reclamando por melhorias salariais, num país onde as diferenças são dispares se levarmos em conta que a grande maioria da nação ganha pouco mais
de 620,00 reais por mês.
Mas, estamos em plena campanha eleitoral nos mais de 5.200
Municípios deste Brasil Anil. Com esperanças renovadas, ânimos
elevados e desilusões pontuais que de certo virão, serão os ícones deste ano de 2012 em que certamente não se concretizará a
previsão Ínca do fim do mundo mas que com certeza deverá postergar o vale tudo e os comportamentos cívicos dos séculos que
fazem nossa história.
Nada de um novo modelo de céu de brigadeiro se avista para o
Brasil! A curto prazo.
Filipe de Sousa
Essa postura é produto do absoluto cinismo de muitas das pessoas e instituições que
vemos participando de atos, fazendo declarações e defendendo o fim do poder paralelo dos chefões do tráfico de drogas.
Quando a cocaína começou a se infiltrar de fato no Rio de Janeiro, lá pelo fim da década de 70, entrou pela porta da frente.
Pela classe média, pelas festinhas de embalo da Zona Sul, pelas danceterias, pelos
barzinhos de Ipanema e Leblon.
Invadiu e se instalou nas redações de jornais e nas emissoras de TV, sob o silêncio
comprometedor de suas chefias e diretorias.
Quanto mais glamoroso o ambiente, quanto mais supostamente intelectualizado o
grupo, mais você podia encontrar gente cheirando carreiras e carreiras do pó branco.
Em uma espúria relação de cumplicidade, imprensa e classe artística (que tanto se
orgulham de serem, ambas, formadoras de opinião) de fato contribuíram enormemente para que o consumo das drogas, em especial da cocaína, se disseminasse no seio
da sociedade carioca - e brasileira, por extensão.
Achavam o máximo; era, como se costumava dizer, um barato.
Festa sem cocaína era festa careta.
As pessoas curtiam a comodidade proporcionada pelos fornecedores: entregavam a
droga em casa, sem a necessidade de inconvenientes viagens ao decaído mundo dos
morros, vizinhos aos edifícios ricos do asfalto.
Nem é preciso detalhar como essa simples relação econômica de mercado terminou.
Onde há demanda, deve haver a necessária oferta. E assim, com tanta gente endinheirada disposta a cheirar ou injetar sua dose diária de cocaína, os pés-de-chinelo
das favelas viraram barões das drogas.
Há farta literatura mostrando como as conexões dos meliantes rastaqüera, que só
fumavam um baseado aqui e acolá, se tornaram senhores de um império, tomaram
de assalto a mais linda cidade do país e agora cortam cabeças de quem ousa lhes
cruzar o caminho e as exibem em bandejas, certos da impunidade.
Qualquer mentecapto sabe que não pode persistir um sistema jurídico em que é proibida e reprimida a produção e venda da droga, porém seu consumo é, digamos assim, tolerado.
São doentes os que consomem. Não sabem o que fazem. Não têm controle sobre
seus atos.
Destroem famílias, arrasam lares, destroçam futuros.
Que a mídia, os artistas e os intelectuais que tanto se drogaram nas três últimas décadas venham a público assumir:
"Eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro e por tabela o Brasil."
Original: Sylvio Guedes
Adaptação: Filipe de Sousa
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“Decida o que quer e
decida do que está
disposto a abrir mão para
consegui-lo.
Estabeleça suas prioridades e mãos à
obra.”
H. L. Hunt
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A Gazeta Valeparaibana é um jornal mensal gratuito distribuído mensalmente para download e
visa a atender ao Cone Leste Paulista, que é composto pelas seguintes regiões:
Vale do Paraíba Paulista, Serrana da Mantiqueira, Litoral Norte Paulista,
Bragantina e Alto do Tietê.
Editor: Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J
Diretora Pedagógica dos Projetos: Profª. Elizabete Rúbio
Revisão de textos: Profª. Francisca Alves
Veículo divulgar da OSCIP
“Formiguinhas do Vale”
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é um MULTIPLICADOR do Projeto Social
“Formiguinhas do Vale” e está presente
mensalmente em mais de 80 cidades do Cone
Leste Paulista, com distribuição gratuita em
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AGOSTO 2012
Pagina 03
Nossa saúde
ra as cidades para produzir ferramen- Essa é a agricultura de máquinas e e há os que buscam solução fácil atas para os agricultores.
venenos – agricultura moderna.
postando em mais tecnologias.
IMPORTÂNCIA
DA AGRICULTURA
A inventabilidade humana cresceu e a
produtividade das indústrias cada vez
maior, moveu intensamente o mundo
dos negócios atraindo cada vez mais
gente do campo para a cidade e, sem
espaço para todos, gerou pobreza,
favelas, mais lixo, vários problemas
sociais e menos recursos para subsidiar o agricultor.
Desde o tempo das cavernas quando
o homem passou de nômade ao sedentarismo, veio a necessidade de
cultivar plantas para suprir suas necessidades, dessa forma, surgiu nova
e importante atividade: a agricultura;
considerada atividade do setor primário, sem ela não existiriam as atividades urbanas.
Com a invenção mecânica para auxiliar e facilitar o trabalho na agricultura,
cada vez mais a indústria foi se desenvolvendo e pessoas migraram pa-
Hoje preocupados, os governantes
correm atrás de novas formas e sistemas para recuperar o meio ambiente,
sem contar o pobre do agricultor que
não ganha o suficiente para sua própria sobrevivência e produz o alimento de quem o explora e dos que ganham muito sem produzir nada.
Há muitos discursos e projetos que
O homem não parou de inventar e são apontados como solução como:
nem sempre foi para o melhor.
produção orgânica e agregação de
valor aos produtos, desenvolvimento
Cada vez mais investiram em maqui- sustentável e menos tecnologia, sistenários e tecnologias sem dar a devida mas agro florestais produzindo por
atenção aos produtores que ficaram mais tempo menos quantidade e mais
em minoria, e o alimento produzido já qualidade.
não garante a todos e a fome se agrava. Visando somente e cada vez mais Outros procuram coletar sem mudar
o dinheiro, as invenções humanas e- muito o meio enquanto alguns, desvoluíram muito, mas o próprio ser hu- matam e plantam para ter facilidade
mano não.
em colher considerando o que é mais
importante para eles.
A produção de armas, venenos, substâncias químicas que poluem o ar, Um problema que atinge a todos mas
terra e água vem causando doenças e poucos se esforçam, não entendem
mortes e as máquinas que substituí- as dificuldades e simplesmente jogam
ram homens fez com que sobrasse a culpa nos outros. As pessoas mais
gente sem trabalho.
simples e honestas, infelizmente, acreditam demais e pensam de menos
Para os bem-intencionados trata-se
de um resgate, para outros pode ser
uma boa oportunidade, alguns se declaram até contra a tecnologia mas,
quase todos moram na cidade.
O fato é que precisamos da agricultura, fonte do nosso alimento, mas com
qualidade e regularidade. Precisamos
ter o suficiente sempre e não o melhor
só de vez em quando. Para isso é
preciso unir consciências e buscar
caminhos de importância para todos
valorizando a mão-de-obra do agricultor e procurarmos, civilizadamente,
nos adaptarmos à natureza e encontrar meios para ter o que se precisa.
Plantar é o meio que produz alimento
gerando a energia que nos possibilita
trabalhar. Portanto, energia e trabalho
têm a mesma grandeza mas falta um
denominador comum para resolver a
questão e, ainda assim, mesmo que
não seja a solução para todos, que
minimize o problema do menos favorecido e resgate um pouco do nosso
habitat.
Genha Auga – Jornalista MTB:15.320
Alimentação e Saúde
A alimentação se reflete na saúde,
por isso adotar um estilo de vida saudável além de prevenir doenças, contribui para se alcançar o equilíbrio de
que precisamos para nos sentirmos
bem com o corpo e a mente. Esse
equilíbrio envolve uma alimentação
rica, variada e saborosa e a prática de
atividade física regular.
Os alimentos fornecem nutrientes que
são as substâncias que precisamos
para nutrir nosso organismo, como:
proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas, minerais, fibras e água. Cada um deles possui funções específi-
cas e fundamentais para o seu bom ele pode ser para a sua saúde, indefuncionamento.
pendente do número de calorias.
As calorias dos alimentos não devem
ser a única referência para a sua decisão de consumi-lo. O valor de fibras,
vitaminas e minerais (informação nutricional) indicam o quão importante
Esta é uma forma de garantir que toda a energia que você consumir vai
trazer com ela nutrientes que enriquecem o seu corpo, mantendo, assim, a
forma física e a saúde em dia.
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Gazeta Valeparaibana
AGOSTO 2012
Em 1932, elite paulista reage à ditadura
No dia 9 de julho, o estado
de São Paulo comemora o
aniversário do Movimento
Constitucionalista de 1932.
A data representa um marco importante na história
do estado e do Brasil. O
movimento exigiu que o
país tivesse uma Constituição e fosse mais democrático.
Na época, Getúlio Vargas
ocupava a presidência da
República devido a um golpe de Estado, aplicado após sua derrota para o
paulista Júlio Prestes nas
eleições presidenciais de
1930. O período ficou conhecido como "A Era Vargas". A Revolução Constitucionalista de 1932 representa o inconformismo de
São Paulo em relação à
ditadura de Getúlio Vargas.
Podemos dizer que o Brasil
teve quase uma guerra civil.
Uma das principais causas
do conflito foi a ruptura
da política do café-comleite - alternância de poder
entre as elites de Minas
Gerais e São Paulo, que
caracterizou a República
Velha (1889-1930). Alijada
do poder, a classe dominante de São Paulo passou
a exigir do governo federal
maior participação.
Como resposta, Getúlio
Vargas não apenas se negou a dividir poder com os
paulistas como ameaçou
reduzir seu poder dentro do
próprio estado de São Paulo, com a nomeação de um
interventor não paulista
para governar o estado. Os
paulistas não aceitaram as
arbitrariedades de Getúlio
Vargas, o que levou ao
O TESTAMENTO
DE UM MENDIGO
conflito que opôs São Pau- durante a Segunda Guerra
lo ao resto do país.
Mundial.
Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, o MMDC
Pagina 04
Embora o movimento tenha
nascido de reivindicações
da elite paulista, ele teve
ampla participação popular.
Um dos motivos foi a utilização dos meios de comunicação de massa para
mobilizar a população. Os
jornais de São Paulo faziam campanha pela revolução, assim como as emissoras de rádio, que atingiam audiência bem maior.
Vários jovens morreram na
luta pela constituição. Entre
eles, destacam-se quatro
estudantes que representam a participação da juventude no conflito: Martins, Miragaia, Dráuzio e
Camargo, o célebre
MMDC. O movimento marcou a vida de outros milhares de paulistanos e brasileiros.
Até hoje, a história da Revolução de 32 é mal contaGovernistas
da. Ou, pelo menos, é conX
tada de duas formas. Há a
Constitucionalistas
versão dos governistas
(getulistas) e a dos revoluNo dia 9 de julho, o Brasil c i o n á r i o s
assistiu ao início de seu (constitucionalistas). Dumaior conflito armado, e rante muito tempo, a vertambém a maior mobiliza- são dos getulistas foi a
ção popular de sua história. mais disseminada nos liHomens e mulheres - estu- vros escolares do país,
dantes, políticos, industriais mas hoje, com uma maior
- participaram da revolta participação dos professocontra Getúlio e o governo res na escolha do material
provisório de São Paulo. didático, a história também
já é contada sob a ótica
O desequilíbrio entre as dos rebeldes.
forças governistas e constitucionalistas era grande. O A importância do movimengoverno federal tinha o po- to é incontestável.
der militar e os rebeldes
contavam apenas com a Seu principal resultado foi
mobilização civil. As tropas
a convocação
paulistas lutaram pratica- da Assembléia Nacional
mente sozinhas contra o
Constituinte, dois anos
resto do país. As armas e
mais tarde.
alimentos eram fornecidos
pelo próprio estado, que Mesmo assim, a Revolução
mais tarde conseguiu o a- de 32 continua como um
poio do Mato Grosso.
dos fatos históricos do país
menos analisados, tanto no
Cerca de 135 mil homens tocante às causas quanto
aderiram à luta, que durou em relação às suas consetrês meses e deixou quase qüências. Os livros didáti900 soldados mortos no cos ainda trazem pouco
lado paulista - quase o do- sobre o tema.
bro das perdas da Força
Da redação
Expedicionária Brasileira
Agora, no fim da vida,
molhou?
Se eu fizer um testamento,
pra quem eu vou deixar,
meu chapéu todo amassado,
onde escuto o tilintar
das moedas que me dão,
os que têm a alma boa,
os que têm bom coração?
E, antes que a vida me largue,
pra quem é que eu vou deixar,
o grande estoque que tenho
das palavras "Deus lhe pague"?
como mendigo que sou,
me sinto preocupado,
intrigado e,
num momento
me pergunto,
embaraçado,
se faço ou não
testamento.
Não tendo,
como não tenho
e nunca tive ninguém,
pra quem é que eu
vou deixar
tudo que eu tenho:
Pra quem é que vou deixar,
os meus bens?
Se eu fizer um testamento,
pra quem é que vou deixar
minhas sandálias furadas,
que pisaram mil caminhos,
cheias de pó das estradas,
estradas por onde andei
em andanças vagabundas?
Pra quem é que eu
vou deixar,
se fizer um testamento,
todas as folhas de outono
que, trazidas pelo vento,
vêm meus pés atapetar?
Pra quem eu vou deixar
minhas saudades
profundas
dos sonhos que
não sonhei!
Se fizer um testamento,
minhas calças remendadas,
meu céu, minhas estrelas,
que não me canso de vê-las
quando ao relento deitado,
deixo o olhar perdido,
distante, no firmamento?
Se eu fizer um testamento
pra quem é que vou deixar
minha camisa rasgada,
as águas dos rios, dos lagos,
águas correntes, paradas,
onde, às vezes,
tomo banho?
Se eu fizer um testamento,
pra quem é que vou deixar,
meu cajado, meu farnel,
e a marca deste beijo
que uma criança deixou
em meu rosto perguntando
se eu era Papai Noel?
Pra quem é que eu vou deixar,
se fizer um testamento,
este pedaço de trapo
que no lixo eu encontrei
e que transformei em lenço
para enxugar minhas lágrimas,
quando fingi que chorei?
Pra quem é que vou deixar,
se eu fizer um testamento,
os meus bandos de pardais
que, ao entardecer,
nas árvores, brincando de escondeesconde,
procuram se divertir?
Pra quem eu vou deixar,
se fizer um testamento,
os bancos dos meus jardins,
onde durmo e onde acordo,
entre rosas e jasmins?
Pra quem é que vou deixar,
todos os raios de luar
que beijam minhas mãos
quando, num canto de rua,
eu as ergo em oração?
Pra quem é que eu vou deixar
estas folhas de jornais
que uso para me cobrir?
Pra quem é que vou deixar,
se fizer um testamento,
vaga-lumes que, em rebanhos,
cercam meu corpo de noite,
quando o verão é chegado?
Se eu fizer um
testamento
pra quem vou deixar,
mendigo assim como sou,
todo o ouro que me dá
o sol que vejo nascer
quando acordo na
alvorada?
O sol que seca
meu corpo
que o orvalho da
madrugada
com sua carícia
Se eu fizer um testamento...
Testamento não farei!
Sem nenhum papel
passado,
que papéis eu não ligo,
agora estou resolvido:
O que tenho deixarei,
na situação em que estou,
pra qualquer outro
mendigo,
rogando a Deus
que o faça,
depois que eu
tiver morrido,
ser tão feliz
quanto eu sou.
Autor: Desconhecido
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Gazeta Valeparaibana
AGOSTO 2012
Página 05
Utilidade Pública
Sala de aula - maternal - Vale a pena ler de novo !
Sabemos que a Ciência Política quando é discutida
nos fóruns acadêmicos
possui uma amplitude restrita, porém mais focada e
aprofundada.
Quando sai para os gabinetes do poder, nesse longo
caminho entre teoria e prática, as pessoas de mau algouro deturpam tudo e a
transformam nisso que vivenciamos com muito desprezo: maracutaias, conchavos, corrupção,
prepotência, etc.
O intelectualismo é necessário à humanidade, mas a inteligência emocional é mais ainda.
Afinal, qual a política ideal?
Esta é a pergunta que colocamos.
A nosso ver temos que começar a nos focar mais na raiz dos problemas.
A nosso ver este é o foco.
Mostrar a raiz dos problemas, na rua, nas nossas comunidades e meios e nas nossas redes sociais.
A internet é uma ótima ferramenta.
No entanto esta discussão deve sair dos pequenos grupos para que
alcance o grande público e seus fins, por isso convido a todos para
ingressarem nesta corrente global e nos juntarmos aos 1% de indignados do mundo.
O Brasil merece isso.
E o Brasil somos todos nós, nossas famílias e nossas comunidades.
Pontos que deveriam ser debatidos.
1 – Mudanças do Código Penal
2 – Ajuste do Código Fiscal
3 – Mudanças no Código Eleitoral, responsabilizando os partidos pela
necessidade de cumprimento de seus estatutos e de sua ideologia.
4 – Obrigação do partido de fiscalizar a idoneidade de seus postulantes a cargos eleitorais e co-responsabilização dos partidos pelos atos
dos mesmos.
5 – FIM do Fórum especial para todo o funcionário ou ocupante de
cargo público.
6 – Fim da contratação de funcionário público por qualquer outro modelo que não seja o “Concurso público”
7 – Uniformidade nos aumentos salariais concedidos a VEREADORES, DEPUTADOS, SENADORES, SECRETÁRIOS, MINISTROS, e FUNCIONÁRIOS em todos os níveis.
Ajudem-nos a pressionar.
Visitem nossa página: http://www.facebook.com/pages/Causa-Brasil/411160272268978
A dança educativa contribui não só
para o autoconhecimento, mas também para o desenvolvimento da autonomia, da consciência corporal e do
senso de cooperação.
Uma dança sem adjetivos, unissex,
livre dos conceitos de certo e errado,
capaz de envolver alunos e ainda conectar disciplinas. Uma dança que
gera autonomia corporal, desenvolvimento intelectual, cooperação ,socialização e responsabilidade.Com essa filosofia ampla, o teórico
Rudolf Laban e o pedagogo Célestin
Freinet estruturaram o que pode ser
um feliz encontro entre movimento e
aprendizagem: a dança educativa,
também conhecida como dança criati-
NOVO PROCON
1) Atualizem -se
e estudem com
seus filhos.
Estimulem-nos a
ter seu horário
de estudo em
casa.
A ter disciplina.
2) Perguntem sempre: o que vocês
aprenderam na escola, hoje? Seu filho
(a) vai ter que prestar atenção e cumprir com as tarefas escolares para responder, isto vai ajudá-los a não participarem de confusão.
3) Dê o exemplo. Mostrem como é
legal ler e estudar. Leiam o que eles
lêem na escola.
4) Leiam para eles. Esse simples ato
evitará a dificuldade de quem ainda
está aprendendo a ler.
5) Descubram se seus filhos tem alguma dificuldade de relacionamento na
escola. Incentivem- nos a ser simpáticos, fazer amigos, admirar seus professores, aprender a valorizar um profissional.
6) Vão a todas as reuniões de pais e
mestres. Participem e dêem a sua opinião.
7) Informem -se sobre os problemas
da escola: há professores que faltam
demais?
"PROCON é coisa do passado.
A Revista Exame traz uma reportagem sobre um site chamado "Reclame Aqui".
A ideia é que seja um mural
(ESPÉCIE DE MURO DAS LAMENTAÇÕES) onde as pessoas
expõem suas queixas sobre
serviços ou produtos, visível a
todos que acessarem o site. O
interessante é que, sem burocracia, os problemas são solucionados com mais rapidez.
Quando um consumidor reclama de um produto de alguma
empresa, essa empresa recebe
um e-mail dessa queixa.
E como a empresa preza por
sua imagem, ela tende a ser
eficiente na solução, que será
aberta ao público.
O que tem dado muito certo, já
que 70% dos casos são resolvidos! E o tempo médio é de menos de uma semana, diferente
do PROCON que tem a média
em 120 dias.
Acesse: www.reclameaqui.com.br
8) Façam elogios sinceros e reconheçam o potencial de seu filho ou filha.
POLÍTICA
O CORPO COMO
INSTRUMENTO DE
APRENDIZAGEM
PAIS EDUCADORES
va , dança expressiva ou movimento
expressivo.
A dança educativa é uma das propostas de dança desenvolvidas nas escolas brasileiras ,mas ainda é escolha
de poucas cenário mais comum é o
da oferta de dança como item opcional e pago, extracurricular, na forma
de aulas de balé clássico, jazz e outras danças técnicas, com turmas formadas exclusivamente por meninas,
em que sem aprende a partir da repetição dos movimentos – um formato
que, para a doutora em educação e
pesquisadora da PUC/SP Marta Scarpato, deveria ser trabalhado em uma
academia de dança pelos que se interessam em aprofundamento do estilo.
Quando se pensa em ambiente escolar, diz a pesquisadora, a dança deve
fazer parte da grade curricular e en-
9) Jamais permitam que os filhos abandonem os estudos ou faltem às
aulas sem precisar.
10) Acompanhem a ficha avaliativa
dos filhos e comemorem os avanços!
O importante é que eles se sintam valorizados.
Diga não ao consumismo
11) Conversem com os dirigentes escolares e participem do Conselho Escolar.
12) Dar uma Educação de Qualidade,
para cobrar uma educação de qualidade da escola, isto é papel dos pais.
Não delegue á Escola sua
responsabilidade.
volver todos os alunos, e não apenas
as meninas ou aqueles que conseguem pagar uma aula fora do horário
escolar, como normalmente acontece.
O objetivo da dança na escola não
deve ser o aprendizado de um movimento específico ,decorar um passo,
mas sim desenvolver a consciência
corporal ,valorizar a expressão pessoal e estimular a aprendizagem. “A
proposta da dança educativa é fazer
a criança conhecer e experimentar a
dança, percebendo que seu corpo é
expressivo”, explica.
É a descoberta do corpo. Perceber
que o braço abre ou gira, que a perna
dobra, que o joelho se mantém firme
no caminhar, tudo isso sem precisar “
copiar” alguém, cada um atuando do
seu jeito.” É uma dança livre. Meninos
e meninas participam da aula e se
divertem nas brincadeiras com a dan-
ça para explorar o corpo. Não há certo e errado”.
AUTOCONHECIMENTO
Quando entram em contato com essa
liberdade de movimento e expressão,
diz Marta Scarpo, as mudanças são
muitas e nítidas, especialmente na
educação infantil. ”Há avanços na autonomia, na consciência corporal, no
aprendizado em sala, no senso de
cooperação.As crianças começam a
se autoconhecer, a identificar suas
emoções”,revela.O desenvolvimento
do aluno nesse tipo de dança atinge
até 14 aspectos,como cidadania,responsabilidade,comunicação,
senso crítico, aprendizagem, interesse, criatividade, socialização, livre expressão, autonomia, compromisso,
envolvimento, respeito e cooperação.
Fonte: Revista Pateo
AGOSTO 2012
Gazeta Valeparaibana
Página 06
Contos “A pequena vendedora de fósforos”
assobiava através das frinchas sua direção, com a faca e o garfo
maiores, tapadas com palha e tra- espetados no peito!
Fazia um frio terrível; caía a neve pos.
Então o fósforo se apagou, deie estava quase escuro; a noite
xando à sua frente apenas a paredescia: a última noite do ano.
de áspera, úmida e fria.
Em meio ao frio e à escuridão
Acendeu outro fósforo, e se viu
uma pobre menininha, de pés no
sentada debaixo de uma linda árchão e cabeça descoberta, camivore de Natal.
nhava pelas ruas.
Autor: Hans Christian Andersen
Quando saiu de casa trazia chinelos; mas de nada adiantavam, eram chinelos tão grandes para
seus pequenos pezinhos, eram os
antigos chinelos de sua mãe.
Era maior e mais enfeitada do que
a árvore que tinha visto pela porta
de vidro do rico negociante. Milhares de velas ardiam nos verdes
ramos, e cartões coloridos, iguais
aos que se vêem nas papelarias,
Suas mãozinhas estavam duras estavam voltados para ela. A mede frio.
nininha espichou a mão para os
Ah! bem que um fósforo lhe faria cartões, mas nisso o fósforo apabem, se ela pudesse tirar só um gou-se.
do embrulho, riscá-lo na parede e As luzes do Natal subiam mais
aquecer as mãos à sua luz!
altas. Ela as via como se fossem
A menininha os perdera quando
escorregara na estrada, onde duas carruagens passaram terrivelmente depressa, sacolejando.
Um dos chinelos não mais foi encontrado, e um menino se apoderara do outro e fugira correndo.
Depois disso a menininha camiestrelas no céu: uma delas caiu,
nhou de pés nus - já vermelhos e Tirou um: trec! O fósforo lançou formando um longo rastilho de fofaíscas, acendeu-se.
roxos de frio.
go.
Dentro de um velho avental carre- Era uma cálida chama luminosa;
gava alguns fósforos, e um feixi- parecia uma vela pequenina
quando ela o abrigou na mão em
nho deles na mão.
concha...
Ninguém lhe comprara nenhum
naquele dia, e ela não ganhara Que luz maravilhosa!
sequer um níquel.
Com aquela chama acesa a meniTremendo de frio e fome, lá ia
quase de rastos a pobre menina,
verdadeira imagem da miséria!
Os flocos de neve lhe cobriam os
longos cabelos, que lhe caíam sobre o pescoço em lindos cachos;
mas agora ela não pensava nisso.
ninha imaginava que estava sentada diante de um grande fogão
polido, com lustrosa base de cobre, assim como a coifa.
Como o fogo ardia! Como era
confortável!
nem fome nem preocupações subindo para Deus.
Mas na esquina das duas casas,
encostada na parede, ficou sentada a pobre menininha de rosadas
faces e boca sorridente, que a
morte enregelara na derradeira
noite do ano velho.
O sol do novo ano se levantou sobre um pequeno cadáver.
A criança lá ficou, paralisada, um
feixe inteiro de fósforos queimados. - Queria aquecer-se - diziam
os passantes.
Porém, ninguém imaginava como
era belo o que estavam vendo,
nem a glória para onde ela se fora
com a avó e a felicidade que sentia no dia do Ano-Novo.
Curiosidades:
Esse conto nos faz refletir questões importantes como: o abandono, a miséria, a fome, a indiferen"Alguém está morrendo", pensou
ça, a inveja, a exclusão.
a menininha, pois sua vovozinha,
a única pessoa que amara e que
É importante que pensemos nesagora estava morta, lhe dissera
sas questões e no que podemos
que quando uma estrela cala, ufazer para ajudar a tornar a vida
ma alma subia para Deus.
do nosso próximo e por consequência, a nossa melhor.
Ela riscou outro fósforo na parede;
ele se acendeu e, à sua luz, a aQue as pequenas e os pequenos
vozinha da menina apareceu clara
vendedores de fósforo tenham
e luminosa, muito linda e terna.
histórias lindas, cheias de amor,
compaixão, ajuda, carinho e felici- Vovó! - exclamou a criança.
dade.
- Oh! leva-me contigo!
Mas a pequenina chama se apagou, o fogão desapareceu, e fica- Sei que desaparecerás quando o
ram-lhe na mão apenas os restos fósforo se apagar!
do fósforo queimado.
Dissipar-te-ás, como as cálidas
Riscou um segundo fósforo. chamas do fogo, a comida fumeSim: nisso ela pensava!
Ele ardeu, e quando a sua luz ca- gante e a grande e maravilhosa
Numa esquina formada por duas iu em cheio na parede ela se tor- árvore de Natal!
casas, uma das quais avançava nou transparente como um véu de
E rapidamente acendeu todo o
mais que a outra, a menininha fi- gaze, e a menininha pôde enxerfeixe de fósforos, pois queria reter
cou sentada; levantara os pés, gar a sala do outro lado. Na mesa
diante da vista sua querida vovó.
mas sentia um frio ainda maior.
se estendia uma toalha branca E os fósforos brilhavam com tanto
como a neve e sobre ela havia um fulgor que iluminavam mais que a
Não ousava voltar para casa sem
brilhante serviço de jantar.
luz do dia. Sua avó nunca lhe pavender sequer um fósforo e, portanto sem levar um único tostão. O ganso assado fumegava mara- recera grande e tão bela. Tornou
O pai naturalmente a espancaria vilhosamente, recheado de maçãs a menininha nos braços, e ambas
e, além disso, em casa fazia frio, e ameixas pretas. Ainda mais ma- voaram em luminosidade e alegria
pois nada tinham como abrigo, ravilhoso era ver o ganso saltar da acima da terra, subindo cada vez
exceto um telhado onde o vento travessa e sair bamboleando em mais alto para onde não havia frio
Luzes brilhavam em todas as janelas, e enchia o ar um delicioso
cheiro de ganso assado, pois era
véspera de Ano-Novo.
Sugerimos algumas atividades
para trabalhar esse lindo conto:
- Fazer um mural com recortes de
jornais e revistas que retratem situações semelhantes às vividas
pelo personagem do conto e discuti-las em classe,
- Propor a produção de um final
feliz para o conto,
- Trabalhar o Estatuto da Criança
e do Adolescente,
- Promover uma campanha de agasalhos e alimentos para alguma
comunidade próxima.
Cancioneiro Popular
Contar histórias
Não há quem resista a boas histórias. Nas páginas dos livros, dos
jornais e das revistas, na tela do
computador e na televisão, narradas
presencialmente ou transmitidas pelo
rádio... Seja lá onde e como aparecem, elas encantam, amedrontam,
fazem rir ou chorar, assustam e são
capazes de levar, ainda que em pensamento, até a lugares distantes pessoas de qualquer idade, especialmente as crianças.
Na pré-escola, elas fazem parte da
rotina de duas maneiras: leitura e
contação. Além de proporcionar aos
pequenos o contato com o mundo
dos livros, os momentos de leitura os
levam a compreender que a escrita é
uma maneira de fixar o texto. Afinal,
todas as vezes em que se lê um conto de fadas ou uma fábula, por exemplo, a história é a mesma, está registrada.
A contação, por sua vez, explicita o
valor da cultura oral. Por serem
transmitidas de geração para geração, sem um suporte concreto, as
narrativas sofrem diversas transformações.
Os saberes construídos e as habilidades desenvolvidas durante essas
duas atividades não se encerram
com esses exemplos. Tanto a contação quanto a leitura são um convite
para explorar o mundo da ficção e a
riqueza da linguagem literária.
Ler e contar histórias, porém, não é a
mesma coisa - embora possa parecer à primeira vista, principalmente
se as atenções estiverem voltadas só
para o enredo. "As práticas têm particularidades no que diz respeito aos
objetivos e à postura de quem apresenta a trama"
Da redação
AGOSTO 2012
Gazeta Valeparaibana
Página 07
Anita Garibaldi
Quando foi levada à
presença do coronel
Melo Albuquerque, prisioneira, Anita estava
"mal vestida e desgrenhada, com a voz embargada pelo ardor da
peleja e por se ter afastado do marido. Sofria
horrivelmente sem o
demonstrar,porém, com
gestos e palavras", contou 20 anos depois a jovens alunos cadetes o próprio Albuquerque. "Nossa atitude diante dela era
de admiração, pois jamais havíamos imaginado
encontrar uma mulher tão valorosa, catarinense,
compatriota nossa, dando ao mundo tão sublime
prova de valor e intrepidez", complementou o coronel.
lares que parecem destinados a escorar o céu e
que são as colunas de um suntuoso templo da
natureza, cujas lacunas povoam-se de gigantescos canaviais e onde fervilham animais e répteis
cuja picada é fatal - poderá aquilatar os perigos
que ela teve de correr e as dificuldades que teve
de superar", contou Garibaldi.
Entre os autores que descrevem esse momento
da vida de Anita, o mais objetivo é Wolfgang Rau.
Em algum ponto ela furtou o cavalo de um miliciano, com o qual prosseguiu a fuga, enfrentando
diversos obstáculos, como o da travessia do rio
Canoas, chegando a Lages. "Quatro cavaleiros,
postados na passagem do rio Canoas, esquivaram-se à visão daquele vulto, despenhando-se
atrás das moitas da riba. Enquanto isso, Anita alcançava a beira da torrente. A torrente, transbordada pelas chuvas, duplicada pelos ribeiros descendentes das montanhas, transformara-se num
Anita só pensava em Garibaldi. "Ela acreditava- rio", narra Garibaldi.
me morto", assinala o italiano. "Movida por essa
ideia, rogou e obteve a permissão para ir procurar "Conta-se que quando chegou ao passo dos cabao meu corpo entre os cadáveres no campo de ba- çais no rio Canoas, ao escurecer, deparou com
talha." Durante muito tempo ela vagou pela região quatro guardas que, surpreendidos por aquele vulonde havia sido travada a batalha, "volvendo entre to de mulher, de cabelos soltos, com um pala
os mortos aqueles que haviam tombado com o branco esvoaçante, àquela hora, montada em perosto contra o solo, como aqueles que, em suas lo, tomaram-na por uma assombração e fugiram,
vestes ou em suas estaturas, ela encontrava se- espavoridos para o mato", descreve o escritor Limelhança comigo". Quando teve certeza que Gari- curgo Costa.
baldi não estava morto, tratou de fugir. Aproveitando-se de um temporal, segundo alguns autores, "À noitinha do dia seguinte, exausta, desgrenhaou de uma embriaguez coletiva, segundo outros, da, faminta", conta o mesmo autor, "chegou a um
ou das duas circunstâncias, Anita esgueirou-se rancho situado no lugar onde muitos anos mais
pelo acampamento inimigo e fugiu, auxiliada por tarde foi criada a sede do primitivo distrito de Coruma mulher.
reia Pinto, distante uns 20 quilômetros da vila de
Lages. Ali vivia com esposa, filhos e uma cunhada
Uma vez livre, embrenhou-se na mata, sozinha, solteira um farroupilha vindo do Rio Grande do
evitando os caminhos mais movimentados. "Só Sul, foragido, de nome Correia". Francisco Correiquem viu aquelas vastas florestas que envolvem a, filho desse farroupilha, contava essa passagem
os cimos do Espinilho - com os seus pinhos secu- "com cores novelescas, comentários à margem e
vários 'suspenses’.
Correia costumava começar dizendo que "já estava bem escuro quando ela bateu à porta. O pai
estava ausente e a mãe e a tia se sobressaltaram,
ninguém as procurava de noite e era tempo de
revolução, ademais. Com grande cautela entreabriram a janela. Um vulto vestido de homem, desgrenhado, pediu pousada. Respondeu a tia que
era a mais velha, que só tinham duas camas", ao
que, dizia o Chico Correia, Anita afirmou "que não
fazia mal, que dormiria com ela. Indignada, porém,
com receio daquela figura bizarra, que não conseguia divisar bem, retrucou-lhe que era uma senhora de bem e que não devia ser ofendida por uma
pessoa a quem estava atendendo com tanta consideração".
Acontece então a famosa cena em que Anita,
"abrindo a camisa, mostra seus exuberantes seios
para provar que era mulher". Anita tinha uma voz
bonita, "nem fina nem grossa, um tom meio rouco.
Mas esclarecia que não era voz de homem, porém
parecida. Daí também ser confundida, pelas senhoras, com um homem", explica Licurgo..
Anita seguiu em frente.
Os que pesquisaram a vida da heroína lagunense
divergem em relação ao local do reencontro com
Garibaldi.
Um falam em Vacaria, no Rio Grande do Sul, outros que isso ocorreu em Lages, Santa Catarina.
O fato é que, quando Anita localizou os farroupilhas, Teixeira Nunes teria perguntado como ela
conseguira chegar até ali, ao que ela respondeu:
"Vim vindo, coronel!"
Anita Garibaldi foi a personalidade feminina escolhida para
marcar o 15º aniversário da Federação das Mulheres Gaúchas
(FMG), comemorado em julho de 1997.
Autor: Celso Martins
Gazeta Valeparaibana
AGOSTO 2012
Página 8
Rondônia (RO)
ços amazônicos da população nativa
nas cidades banhadas por grandes
rios, sobretudo em Porto Velho e Guajará-Mirim, as duas cidades
mais antigas do estado.
O Estado de Rondônia situa-se na
região Norte, tendo como limites o
Amazonas ao norte, Mato Grosso a
leste, Bolívia ao sul e oeste e o Acre
a oeste.
Em 1956, com uma economia baseada na exploração de borracha e de
castanha-do-pará, seu território passou a se chamar Território Federal de
Rondônia, em homenagem ao militar
e sertanista Marechal Rondon. Com
o crescimento da sua economia e do
seu povoamento, o Território passou
à condição de Estado a partir de
1981.
A economia de Rondônia é baseada
na agricultura e no extrativismo da
madeira, de minérios e da borracha.
O clima do estado é equatorial.
Rondônia é uma das 27 unidades
federativas do Brasil. Está localizado
na região Norte e tem como limites
os estados do Mato Grosso (a leste),Amazonas (ao norte), Acre (a oeste) e a República da Bolívia (a oeste e sul).
O estado possui 52 municípios ocupando
uma
área
de
237.576,167 quilômetros quadrados,
sendo aproximadamente cinco vezes
maior que a Croácia, e mais de duas
vezes maior que a Bulgária. Sua capital e maior município é Porto Velho.
Rondônia é o 3º estado mais rico
da região Norte, responsável por
12,4% do PIB da região. Apesar de
ser um estado jovem (criado
em 1982), possui o 3º maior Índice
de Desenvolvimento Humano, o 2º
maior PIB per capita, a 2ª menor taxa
de mortalidade infantil, a 3ª menor
taxa de analfabetismo entre todos os
e s t a d o s
d a s
r e g i ões Norte e Nordeste do país e a 4ª
maior teledensidade do Brasil.
delimitar os limites fronteiriços dos
rios Guaporé e Mamoré foi levantada
e apresentada pela 2ª Seção brasileira, sediada na mesma cidade, tendo
sido todas chanceladas pelos Delegados brasileiros e bolivianos.
Continuando a descrição diz “Destas
cabeceiras continuam os limites pelo
leito do mesmo rio até sua confluência com o Guaporé, e depois pelo
leito deste e do Mamoré até sua confluência com o Beni, onde principia o
Rio Madeira”.
Em1878 e 1879, houve troca de Notas da Chancelaria boliviana com a
Embaixada do Brasil em La Paz, acusando o recebimento e aprovando a
"Carta Geral", conforme ajustado na
Em2009, com um crescimento de 7ª Conferência da Comissão Mista.
7,3%, o estado apresentou o maior
crescimento do PIB entre todos os O estabelecimento definitivo do antiestados brasileiros. Rondônia tam- go território do Acre, em 1903, deu
bém possui a 8ª melhor distribuição i m p u l s o a o d e s envo l vi m e n t o
de renda e a 4ª menor incidência de da região, pois o Tratado de Petrópopobreza de todo o Brasil, além lis obriga o Brasil a construir
do melhor desempenho na avaliação a ferrovia Madeira-Mamoré.
do PISA 2009, entre todos os estaA rede telegráfica estabelecida pelo
dos das regiões norte e nordeste.
marechal Cândido Rondon foi outro
O relevo é suavemente ondulado; importante fator que contribuiu para a
94% do território encontra-se entre integração do extremo oeste brasileias altitudes de 100 e 600 metros aci- ro.
ma do nível do mar. Madeira, JiParaná, Guaporé e Mamoré são os Em 1943 foi constituído o Território
rios principais. O clima é equatorial e Federal de Guaporé, com capital
a economia é baseada na pecuária e em Porto Velho, com o desmembrana agricultura, destacando-se, o ca- mento de parte de Mato Grosso e
fé, cacau, arroz, mandioca, milho e do Amazonas.
no extrativismo da madeira, A intenção era apoiar de maneira
mais direta a ocupação e o desenvolde minérios e da borracha.
vimento da área. Em 1956, o território passou a se chamar Rondônia.
ETIMOLOGIA
O antigo território do Guaporé, criado
pelo decreto-lei nº 5.812, de 13 de
setembro de 1943, passou a se chamar Rondônia desde 17 de fevereiro de 1956, em homenagem ao sertanista brasileiro Cândido Mariano da
Silva Rondon (1865-1958), desbravador da região, Guaporé, rio entre
o Brasil e a Bolívia. Segundo o naturalista alemão von Martius (17941868), o tupi wa "campo" e poré
"catarata", isto é, "cachoeira do campo, rio campestre". Como em muitos
casos da geonímia, o nome Guaporé designou inicialmente o
rio, passando em seguida a se referir
à região.
HISTÓRIA
Outras cidades importantes: Ariquemes, Cacoal, Espigão do Oeste,Guajará-Mirim, Jaru,Vilhena Ji- O s c o l o n i z a d o r e s p o r t u g u e ses começaram a percorrer o territóParaná e Rolim de Moura.
rio do atual estado de Rondônia
Com 1.576.423 habitantes, Rondônia no século XVII. Mas somente no séé o 3º estado mais populoso e o mais culo seguinte, com a descoberta e a
denso da região Norte, sendo o 23º exploração de ouro em Goiás e Mato
mais populoso do Brasil.
Grosso, aumentou o interesse pelas
A população rondoniense é uma das terras daquela região. Em 1776, a
mais diversificadas do Brasil, com- construção do Forte Príncipe da Beiposta de migrantes oriundos de todas ra, às margens do rio Guaporé, estias regiões do país, dentre os quais mulou a implantação dos primeiros,
destacam-se os paranaenses, paulis- núcleos coloniais, que só prosperatas, mineiros, gaúchos, capixabas, ram no fim do século XIX, com a arbaianos e matogrossenses (cuja pre- rancada da exploração da borracha.
sença é marcante nas cidades do
interior do estado), além de cearen- Em abril de 1878, em função
ses, maranhenses, amazonenses e do Tratado de Ayacucho, foram enviacreanos, que fixaram-se na capital, adas para Corumbá (MS) as "Plantas
preservando-se ainda os fortes tra- Geográficas dos Rios Guaporé e Mamoré", sendo que a cartografia para
Até a década de 1960, a economia
se resumia à extração de borracha e
de castanha-do-pará. O crescimento
acelerado só começou a ocorrer, de
fato, a partir dos anos 1960 e 1970.
do Banco Mundial, o corredor tem
área de 23 milhões de hectares quase o tamanho do estado de São
Paulo.
A medida objetiva preservar as subbacias hidrográficas da bacia Amazônica, além de ajudar a proteger espécies animais e vegetais endêmicas.
CLIMA, HIDROGRAFIA E
VEGETAÇÃO
Predomina em Rondônia o clima tropical úmido com estação seca pouco
marcada.
A pluviosidade varia de 1.900mm, no
sul, a 2.500mm, no norte.
A temperatura mantém-se elevada
durante todo o transcorrer do ano,
com médias anuais superiores a 26°
C.
Todos os rios do estado pertencem
à bacia do rio Madeira, afluente
do Amazonas.
O chapadão forma o divisor de águas entre os rios que correm diretamente para o Madeira, localizados na
parte oriental do estado, e os da região ocidental, que correm para
o Mamoré e o Guaporé.
Cerca de setenta por cento da superfície de Rondônia é recoberta pela floresta pluvial amazônica.
Os restantes trinta por cento correspondem a cerrados e cerradões que
revestem a superfície tabular do chapadão.
No entanto, causa preocupação o
desmatamento, que se acelerou em
meados da década de 1980, para
a exploração de minérios.
Os incentivos fiscais aos empreendimentos privados e os investimentos
do governo federal, bem como os
projetos de construção de rodovias e
de implantação de núcleos de colonização, estimularam a migração, em Ecologia
grande parte originária do CentroSul.
Com o objetivo de proteger a natureza e garantir a preservação ambienAlém disso, o acesso fácil à terra boa tal de extensas áreas não habitadas,
e barata atraiu empresários interes- o Governo Federal passou a criar
sados em investir na agropecuária e parques e reservas naturais na regina indústria madeireira Nessa época, ão Amazônica.
também, foi importante para o desenv o l v i m e n t o a d e s c o b e r t a O Parque Nacional de Pacaás Node ouro e de cassiterita que também vos foi criado em 1979 e ocupa área
veio a contribuir para o aumento po- de 765.000 hectares.
pulacional.
Na fronteira com o Estado de Mato
Entre as décadas de 1960 e 1980, o Grosso às margens do rio Ji-Paraná,
número de habitantes cresceu mais encontra-se a Reserva Biológica Nade sete vezes, passando de 70 mil cional do Jaru, com área de 268.150
para 500 mil.
hectares, também criada em 1979.
Rondônia foi elevada à condição de
estado em 1981, mas a redução de
investimentos, o esgotamento prematuro das melhores terras para a agropecuária e a devastação florestal dificultam seu desenvolvimento econômico e causam sérios problemas sociais e ambientais.
Para conter o desflorestamento, foi
criado, em 2001, na fronteira com
a Bolívia, um corredor ecológico binacional. Com financiamento inicial
Na região sul do Estado encontra-se
a Reserva Natural do Guaporé, que
cobre uma área de 600.000 hectares.
Existe ainda no Estado a Reserva
Extrativista Rio Ouro Preto e
a Reserva Ecológica Nacional Ouro
Preto do Oeste, com área de 138
hectares, no Município de Ouro Preto
do Oeste, região sudoeste do Estado.
Fontes: Só Geografia e Wikipédia
Gazeta Valeparaibana
AGOSTO 2012
Página 9
Política na Escola
CIÊNCIA POLÍTICA
NA SALA DE AULA.
As eleições estão se aproximando. E como acontece em todo
ano eleitoral, temos várias promessas, várias propostas, várias propagandas, outdoors, santinhos, panfletos, carros de som, reuniões de bairro, escritórios políticos que se abrem
pelos bairros, enfim, todo ano eleitoral se repete a história. A população,
por sua vez, e mais uma vez, não sabe em quem votar. Não sabe para
que votar. Não sabe qual é a função
de um vereador, deputado, senador
ou presidente.
Durante o processo eleitoral
as promessas se misturam, as funções se misturam. A população, de
uma maneira geral, não sabe qual é a
diferença entre o poder executivo,
legislativo e judiciário. O que faz um
deputado federal ou estadual, um vereador ou um prefeito, depois que é
eleito? Menos ainda, sabem o que
fazem as comissões parlamentares
como a comissão de ética, comissão
de meio ambiente, comissão de justiça, comissão de educação, a função
de uma Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) etc.
E quais seriam as funções do
poder legislativo, o que pode e deve
fazer sobre os assuntos de interesse
da população? O que o poder executivo pode e deve fazer sobre esses
assuntos? Porque a população não
sabe quais são essas funções? Por
que a população não tem clareza sobre esses assuntos? E por que isso
não é ensinado nas escolas? Por que
O fato de defendermos a criaas escolas não recebem materiais ção de uma disciplina se faz pelo modidáticos sobre esses assuntos? Qual tivo das disciplinas de Geografia, Hisé a real função de uma eleição?
tória, Filosofia e Sociologia, não conPor que nunca houve esse templarem os conteúdos que abordainteresse (ou se houve) por que não mos acima. Essas disciplinas têm saocorreu a concretização em se ter beres e ferramentas próprias dessas
uma disciplina específica na escola ciências, portanto, não entram em
que ensinasse o que é a democracia, uma discussão específica sobre Ciêno que é o parlamentarismo, o que é o cia Política.
presidencialismo, como se constrói
Acreditamos que não adianta
uma legislação, como se da uma elei- colocar como temas obrigatórios, ou
ção e para que serve os representan- temas transversais, como é com o
tes de bairro, o que é um decreto, o ensino de cultura afro-brasileira (Lei
que é uma resolução, o que é uma Nº 10.639/2003), a educação ambienconstituição, o que é uma lei e como tal (Lei Nº 9.795/1999) ou o ensino de
ela é criada e modificada através das música nas escolas de educação báemendas parlamentares? Por que sica (Lei Nº11.796/2008), pois muitas
nunca se ensinou sobre isso? Existe vezes são negligenciados pelas discialgum interesse em não promover tal plinas porque não fazem parte de um
discussão nas escolas? Será que e- componente curricular específico. Os
xiste medo que a população tenha a temas transversais sempre entram no
real consciência das instituições polí- segundo, terceiro ou quarto plano,
ticas e comecem realmente a exercer por isso reiteramos a necessidade de
seus deveres sobre a vida pública? uma disciplina que trate da Ciência
Imaginem se ensinassem nas escolas Política enquanto promotora da cidaa Constituição da República Federati- dania e da clareza pela população
va do Brasil?
pelas instituições públicas.
É por isso que nós estamos
lançando essa campanha para que
haja a obrigatoriedade da disciplina
“Ciência Política” nas escolas a partir
do Ensino Fundamental II até o Ensino Médio. Ainda que no Ensino Fundamental I seja preciso trabalhar com
esse tema, porém sem que haja a
obrigatoriedade deste componente
curricular que ora propomos.
No Ensino Fundamental I é
importante que as ações promovidas
com as crianças sejam com a intenção de se fazer compreender os conceitos de normas, regras, condutas,
participação e solidariedade; para
que quando chegarem no Ensino
Fundamental II tenham o auxílio das
disciplinas de Ciências, História e Geografia para que possam juntar esses
conceitos com a participação na vida
pública.
O parágrafo único do Artigo 1º
da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 diz que “Todo o
poder emana do povo, que o exerce
por meio de representantes eleitos ou
diretamente”, pois bem, que poder é
esse e quais representantes são esses de uma população que nunca aprendeu para que tudo isso serve?
Pela história da educação e
pela história do Brasil, a escola nunca
formou uma Sociedade de Direito,
mas sim uma sociedade de privilégios. Vimos cotidianamente diversos
abastados burlarem a legislação, por
conta das brechas deixadas justamente para este fim.
Vimos privilégios daqueles
que têm bolsas, vales, brindes e que
realmente não recebem seus direitos
e muito menos exercem seus deve-
res.
Novamente caímos no lugar
comum, num velho clichê: “A quem
interessa isso tudo”? Essa é a pergunta que mais temos feito ultimamente. A resposta parece óbvia, aliás, é óbvia. Isso interessa aos maus
políticos, àqueles que sem dúvida
alguma se beneficiam da ignorância
do povo. É como enganar uma criança dando-lhe brinquedos ou doces
para que ela faça o que se pretende.
Neste caso, as benesses já citadas.
Já é tempo deste país acordar
do berço esplêndido em que se encontra adormecido por séculos! É
preciso darmos aos nossos netos um
país de verdade, um país sério. É necessário ensinar agora, para colhermos os frutos daqui a 10 ou 20 anos.
Quem sabe então teremos políticos
mais engajados com o verdadeiro
sentido da palavra “servidor público”.
Em tempo: Criamos um fórum
de discussão no Facebook para discutir sobre esse assunto e gerar um
documento que será levado para petição pública e encaminhado ao Congresso Nacional sugerindo a criação
da disciplina de Ciência Política na
escola básica. Fique a vontade para
participar, opinar, criticar e discutir. O
endereço é: https://www.facebook.com/
groups/448893698465724/
Ivan Claudio Guedes
Geógrafo e Pedagogo. Vice-Diretor de escola da
Secretaria Estadual de Educação de São Paulo.
Professor do curso de Pedagogia da Faculdade
Método de São Paulo.
[email protected]
Omar de Camargo
Técnico Químico; Professor em Química; PósGraduado em Química
[email protected]
Ambos apresentam o Programa
E Agora José?
Aos domingos das 18h as 20h
na
CULTURAonline BRASIL
Política, ética e moral
A
ÉTICA,
A
MORAL
ea
POLÍTICA
Os tempos difíceis que estamos vivendo nos deixam confusos com relação ao certo e ao errado, à moral e à
ética, e não raras vezes, nos parece
que o errado é que está certo. Pelo
conceito de moral que nossos pais
nos transmitiram fica confuso para o
cidadão comum,o indivíduo,entender
determinadas ações dos nossos governantes , ações estas, discutíveis,
dentro da nossa concepção do que é
certo.
O político visa o coletivo, a governabilidade, o bem-comum e , visto por
esse ângulo, não precisa ser ético ou
moralista, mas, fazer de tudo para
manter o Estado funcionando.” Os
fins justificam os meios”. Visto desta
maneira nos parece correto sacrificar
um amigo de trinta anos - o senador
Mercadante - tirando-lhe o fôlego político, a autoridade de líder, em troca
do Sarney, um defunto incômodo,
que pesa demais para ser carregado,mas,por trás dele, tem o maior
partido político do país, dono de
“gado e gente”, além dos preciosos
trinta minutos de TV; como já escrevi
anteriormente, para um presidente
bem avaliado e com um apoio popular tão grande, qualquer candidato
que ele apoiar tendo um espaço tão
grande para argumentar, será imbatível.
soberanas.Então,votos são trocados
por telhas, comida, transporte,dentaduras, coisas comezinhas,
porém, mais próxima da necessidade
dos cidadãos, que, nesta troca, não
sabem que estão entregando o futuro
do seu país e da sua gente por ninharias, em vez de exigir escolas decentes, saúde compatível com as necessidades de todos e mais , estradas,
segurança, e uma presença mais sólida no contexto mundial, como um país mais justo e eficiente.
O que verdadeiramente me deixa intrigado é que esses populares se mobilizam, se manifestam, basta ver a
presença nos shows de artistas populares e, principalmente, nos estádios
de futebol quando torcem, aplaudem,
xingam, ameaçam, derrubam muros e
lutam nas ruas, por suas paixões.
tão confusas quanto ao que são valores e ao que é ético, deveriam ser
sim de certa forma serem chamadas
as repensarem sobre os seus valores, sobre o que as afeta na sua vida
em seu dia a dia e como isso vai se
refletir em seu futuro.
Isto porque acredito que direitos e
deveres e para isso existem as Leis,
de nada adiantam se na verdade não
forem levadas ao pé da letra pela sociedade e pelas instituições.
Assim, não adiantará nada discutir
política na escola se o cidadão não
for devidamente informado que cabe
a si mesmo fazer com que se cumpra
o que foi escrito e que cabe a cada
um ser um exemplo a ser mostrado e
o dever de exercer a sua cidadania.
A sociedade tem que começar a entender a farsa da democracia, que é
mostrada para nós como o melhor
dos regimes; talvez seja o menos pior. A Democracia é composta e solidiPor um povo cidadão e por um
ficada por parlamentares que lá che- Porque não agem assim para depaís de patriotas e não de
garam pelo voto popular, a maior ar- fenderem interesses mais justos?
torcedores.
ma de que dispõe o povo e a mais
letal! Pena que não é usada com Por isso acredito que além de assun- Filipe de Sousa
consciência,sobretudo num país onde tos políticos nossas crianças, a gran- Jornalista e Educador
a pobreza e a ignorância imperam de maioria delas desprovidas ou en-
Gazeta Valeparaibana
AGOSTO 2012
Página 10
Direitos do cidadão
Direitos Humanos
Os Intelectuais e a Questão
Negra no Brasil
sua formação baseada na escravidão, foi onde surgiram as praticas
racistas que ainda hoje continuam a
existir.
Abordar a questão étnico-racial não
é tarefa fácil. O racismo já foi mais
escancarado, mais aberto, hoje em
dia ele está mais camuflado, escondido, mas não há dúvida que continua
a existir, é o racismo institucionalizado. Esse tipo de racismo se apresenta através do preconceito, do comporAbordar a questão étnico-racial não tamento, das atitudes que colocam os
é tarefa fácil. O racismo já foi mais negros em desvantagens em relação
escancarado, mais aberto, hoje em aos brancos.
dia ele está mais camuflado, escondido, mas não há dúvida que continua O racismo está presente na sociea existir, é o racismo institucionaliza- dade brasileira de forma óbvia, o rado. Esse tipo de racismo se apresen- cismo institucional aparece de várias
ta através do preconceito, do compor- formas, uma delas é como determinatamento, das atitudes que colocam os dos grupos são tratados de forma dinegros em desvantagens em relação ferenciada por instituições públicas e
aos brancos.
privadas somente por causa de suas
características culturais , físicas e de
O racismo está presente na socie- cor. Na verdade este racismo está
dade brasileira de forma óbvia, o ra- embutido em nossa sociedade, tão
cismo institucional aparece de várias mascarado que temos a sensação
formas, uma delas é como determina- que aqui quase não existe preconceidos grupos são tratados de forma di- to. E devemos falar também do racisferenciada por instituições públicas e mo invertido, que ao contrário do ouprivadas somente por causa de suas tro tipo de racismo difere desse por
características culturais , físicas e de ser uma reação a discriminação dos
cor.
brancos.
Na verdade este racismo está embutido em nossa sociedade, tão mascarado que temos a sensação que
aqui quase não existe preconceito. E
devemos falar também do racismo
invertido, que ao contrário do outro
tipo de racismo difere desse por ser
uma reação a discriminação dos
brancos. As desigualdades raciais e
de gênero são históricas, envolvem
inferioridade e superioridade entre
grupos, decorrem muito da escravidão, onde os negros eram tratados
como coisas, objetos, sem direitos,
propriedade dos homens brancos,
existindo apenas para servi-los. Não
dá para negar que a raça é um fator
de desigualdade, embora se tente
camuflar esse fator, negando-se a
importância da raça. O Brasil teve a
As desigualdades raciais e de gênero são históricas, envolvem inferioridade e superioridade entre grupos,
decorrem muito da escravidão, onde
os negros eram tratados como coisas, objetos, sem direitos, propriedade dos homens brancos, existindo
apenas para servi-los. Não dá para
negar que a raça é um fator de desigualdade, embora se tente camuflar
esse fator, negando-se a importância
da raça. O Brasil teve a sua formação
baseada na escravidão, foi onde surgiram as praticas racistas que ainda
hoje continuam a existir.
O preconceito racial se solidifica,
interioriza-se por gerações, as transformações sociais, a era tecnológica
e todo o progresso da humanidade,
não são capazes de eliminá-lo. Talvez o preconceito seja algo inerente
ao ser humano e prevalece até hoje
porque encontra eco, nos teóricos e
nos escritos sobre o assunto. Ele
continua latente, resistente e nos deparamos com ele a todo o momento.
A teoria de Darwin assumiu várias
formas e interpretações ao longo do
tempo, e no Brasil também ocorreu
esse fenômeno, indivíduos e grupos
se apropriaram do conceito da teoria
evolutiva.
justificar seus domínios sobre outro
povos, considerados inferiores e atrasados, aumentando assim o preconceito principalmente contra os povos
asiáticos e africanos. A teoria Darwinista acabou distorcida e convertida
em ideias que justificavam a superioridade de alguns segmentos da sociedade em detrimento de outros, por
exemplo, ricos superiores a pobres,
brancos superiores a negros, o mais
forte superior ao mais fraco, uma interpretação que serviu como base
para o racismo e o preconceito se
espalharem e infelizmente influenciaAs novas teorias surgiram no Bra- rem o pensamento de grande parte
sil em uma época importante da nos- da população.
sa história, na época da criação da lei
do ventre livre, indicando que o camiUma das provas de que se queria
nho do futuro seria com negros livres, o branqueamento da população foi a
mas um futuro que não havia pensa- imigração de europeus para o nosso
do em como inserir esses homens na país, recebiam incentivos para vir pra
sociedade, como aproveitá-los, afinal cá, imaginava-se que com o passar
a que lugar eles pertenciam?
dos anos eles conseguiriam branquear a população. As ideias ficam no
O Brasil estava se tornando um inconsciente coletivo, fazem parte da
país miscigenado e se o branco era, nossa história.
segundo essas teorias, superior ao
negro e ao índio, isso acabaria sendo
Não dá para negar que todas esum problema porque tornaria a raça sas idéias e teorias influenciaram, e
impura, degenerada, o que não era muito, a questão do preconceito racial
bom para o progresso da nação, essa nos dias de hoje, fomentaram o ódio
era uma teoria defendida por alguns e a violência, em todos os tipos de
cientistas e teóricos. Podemos dizer racismo existentes. Como foi falado
que a teoria da evolução de Darwin anteriormente o racismo existe de
abre caminhos para que se construa forma velada, mais camuflada, mas
uma nova imagem de miscigenação. ainda existe, o negro sempre foi marA partir dessa teoria evolucionista sa- ginalizado e tratado como ser inferior,
lientou-se a ideia de que as raças hu- a disparidade social e econômica
manas estavam em constante evolu- que existe em relação ao negro só
ção, não estavam estagnadas.
serve para confirmar, o quão distante
ainda estamos de uma sociedade liPartindo desse olhar, acabaría- vre de preconceitos.
mos por ter uma raça que cada vez
mais iria embranquecer, pois a raça Mariene Hildebrando de Freitas
branca era superior, assim acontece- Advogada, professora e especialista em Direiria o branqueamento natural da popu- tos Humanos
Email: [email protected]
lação.
Não há dúvida de que o Darwinismo social surgiu para tentar explicar a
superioridade de uma raça em relação a outra, essa tese inclusive foi
usada por muitos governantes para
CULTURAonline BRASIL
O programa do
Prof. Antônio Carlos
EDUCAR
Quintas-Feiras-20h às 22h
Mais um BLOG retransmitindo
Nossa Programação
http://carlos-geografia.blogspot.com.br
Gazeta Valeparaibana
AGOSTO 2012
Página 11
Cultura Brasileira
AFRICANIDADE 1
Durante quase quatro séculos, negros africanos foram caçados e levados ao Brasil para trabalhar como
escravos. Separados para sempre de
suas famílias, de seu povo, do seu
solo (de fato apenas alguns poucos
conseguiram retornar depois da abolição da escravidão), os africanos foram aos poucos se adaptando a uma
nova língua, novos costumes, novo
país. Foram se misturando com os
brancos europeus colonizadores e
com os índios da terra, formando a
população brasileira e sua cultura.
Como aconteceu em outros países
da América, a contribuição dos africanos na formação do Brasil foi essencial tanto na composição física da
população quanto na conformação do
que viria a ser sua cultura, que inclui
dimensões como língua, culinária,
religião, música, estética, valores sociais e estruturas mentais. Muitos foram os povos africanos representados na formação brasileira, os quais
podem ser classificados em dois
grandes grupos lingüísticos: os sudaneses e os bantos.
As diferentes etnias chegaram ao
Brasil em distintos momentos, predominando os bantos até o século XVIII
e depois os sudaneses, sempre ao
sabor da demanda por mão-de-obra
escrava que variava de região para
região, de acordo com os diferentes
ciclos econômicos de nossa história,
e do que se passava na África em
termos do domínio colonial europeu.
Nas últimas décadas do regime escravista, os sudaneses iorubás eram
predominantes na população negra
de Salvador, a ponto de sua língua
funcionar como uma espécie de língua geral para todos os africanos ali
residentes, inclusive bantos.
Nesse período, a população negra,
formada de escravos, negros libertos
e seus descendentes, conheceu melhores possibilidades de integração
entre si, com maior liberdade de moAFRICANIDADE 2
“Para os autores “não existe Brasil
sem a África e, portanto não existe
identidade nacional sem a cultura
afro-brasileira”.
Para os autores os currículos escolares sempre negaram a colaboração
de africanos, africanas e descendentes na formação da cultura e do povo
brasileiro reduzindo essa colaboração ao passado escravista e ao mundo da música, da dança, da culinária
e, no máximo, da religião.
Os negros vinham da África trazendo
seus objetos, hábitos, textos orais e
escritos, rituais, jogos, folguedos, histórias: um patrimônio cultural material
e imaterial. Trouxeram lembranças e
vimento e maior capacidade de organização.
O cativo já não estava preso ao domicílio do senhor, trabalhava para
clientes como escravo de ganho, e
não morava mais nas senzalas isoladas nas grandes plantações do interior, mas se agregava em residências
coletivas concentradas em bairros
urbanos próximos de seu mercado de
trabalho. Foi quando se criou no Brasil, num momento em que tradições e
línguas estavam vivas em razão de
chegada recente, o que talvez seja a
reconstituição cultural mais bem acabada do negro no Brasil, capaz de
preservar-se até os dias de hoje: a
religião afro-brasileira.
E como parte integrante do culto, e
ao mesmo tempo como elemento
constitutivo do cotidiano do negro,
preservou-se no Brasil um dos mais
ricos filões culturais da África: a música, mais especificamente, a música
religiosa, com seus ritmos, instrumentos e formas de composição poética.
Assim, em diversas cidades brasileiras da segunda metade do século
XIX, surgiram grupos organizados
que recriavam no Brasil cultos religiosos que reproduziam não somente a
religião africana, mas também outros
aspectos da sua cultura na África.
Nascia a religião afro-brasileira dos
orixás, voduns e inquices, chamada
candomblé primeiro na Bahia e depois pelo país afora, tendo também
recebido nomes locais, como xangô
em Pernambuco, tambor-de-mina no
Maranhão, batuque no Rio Grande
do Sul.
Entoaram letras em língua ritual de
origem banta, hoje muito deturpada e
misturada com palavras do português, soando os tambores com as
palmas das mãos e dedos, enquanto
os iorubás e fons-descendentes o
fazem com varetas, os candomblés
angola e congo, como são chamados
os templos bantos, cantam um tipo
de música que soa muito familiar aos
ouvidos dos não-iniciados. Pois foi
justamente da música sacra desse
candomblé banto que mais tarde se
formou, no plano da cultura profana
do Rio de Janeiro, um gênero de música popular que veio a ser uma importante fonte da identidade nacional
brasileira nos decisivos anos 30 do
século XX: o samba.
Por muito tempo o candomblé e as
outras formas regionais de culto afrobrasileiro permaneceram mais ou
menos confinados a seus locais de
origem.
Mas logo no início, com o fim da escravidão, muitos negros haviam migrado da Bahia para o Rio de Janeiro, levando consigo sua religião de
orixás, de modo que na então capital
do país reproduziu-se um vigoroso
candomblé de origem baiana, que se
misturou com formas de religiosidade
negra locais, todas com influências
de sincretismos católicos, e com o
espiritismo kardecista, originando-se
a chamada macumba carioca e pouco mais tarde, nos anos 20 e 30 do
século passado, a umbanda.
dias do Sudeste elegeu novo fluxo
em direção a Salvador e demais pontos do Nordeste.
O candomblé se esparramou muito
rapidamente por todo o país, deixando de ser um religião exclusiva de
negros, a música baiana de inspiração negra fez-se consumo nacional,
a comida baiana, nada mais que comida votiva dos terreiros, foi para todas a mesas, e assim por diante. Iase completando, agora de modo escancarado, uma retomada da influências africanas na cultura brasileira, a
partir dos terreiros de candomblé,
que lá pelos anos 20 e 30 já tinha
dado à luz, sem dizer exatamente de
onde vinha, a música popular brasileira considerada a mais legítima.
SOU NEGRO
A Dione Silva
Sou Negro
meus avós foram queimados
pelo sol da África
minh'alma recebeu o batismo dos
tambores atabaques, gonguês e agogôs
Contaram-me que meus avós
vieram de Loanda
como mercadoria de baixo preço
plantaram cana pro senhor do engenho novo
e fundaram o primeiro Maracatu.
Depois meu avô brigou como um danado nas terras de Zumbi
Era valente como quê
Na capoeira ou na faca
escreveu não leu
o pau comeu
Não foi um pai João
humilde e manso
Mesmo vovó não foi de brincadeira
Na guerra dos Malês
ela se destacou
Na minh'alma ficou
o samba
o batuque
o bamboleio
e o desejo de libertação...
A umbanda e o samba constituíramse mais ou menos na mesma época,
ambos frutos do mesmo processo de
valorização da mestiçagem que caracterizou aqueles anos e de construOs principais criadores dessas religi- ção de uma identidade mestiça para
ões foram negros das nações iorubás o Brasil.
ou nagôs, especialmente os provenientes de Oió, Lagos, Queto, Ijexá, No Brasil verificou-se um grande reAbeocutá e Iquiti, e os das nações torno à Bahia, com a redescoberta de
fons ou jejes, sobretudo os mahis e seus ritmos, seus sabores culinários
os daomeanos.
e toda a cultura dos candomblés. As
Floresceram na Bahia, em Pernam- artes brasileiras em geral (música,
buco, Alagoas, Maranhão, Rio Gran- cinema, teatro, dança, literatura, ar(Solano Trindade)
de do Sul e, secundariamente, no Rio tes plásticas) ganharam novas referências, o turismo das classes méde Janeiro.
saberes com suas religiões, tecnolo- res ou sabores, são sinais que nos
permitem decifrar a diversidade e a
gias e trabalho.
complexidade da realidade histórica
Para melhor compreender a partici- da sociedade afro-brasileira.
pação do segmento negro na formação brasileira, segundo os autores, “Tomar as diversas práticas sociais e
três dimensões são de fundamental culturais como práticas educativas
importância: a história, a memória, e são vê-las em processo, sendo consas práticas culturais.
truídas intensamente e carregadas
de tensão entre diferentes indivíduos
É no cotidiano que a cultura e as prá- e diferentes comunidades; elas criam
ticas culturais são elaboradas, trans- contextos interativos que – justamenformando o conhecimento em experi- te por se relacionarem dinamicamenência de aprendizagem e a própria te em distintos ambientes culturais,
experiência vivida se transforma em nos quais diferentes indivíduos deconhecimento.
senvolvem identidades – contribuem
para um ambiente formativo”.
A nossa construção se dá por meio
da socialização, da relação com o E mais:
outro e das ações vividas. Assim a “As expressões culturais e religiosas
alimentação, o vestuário, a oralidade, de matriz africana trazem processos
a gestualidade, a sonoridade, os odo-
educativos que dizem respeito ao
próprio exercício das apresentações
no momento da festa e nos rituais
religiosos. Esses processos se revelam na música, na dança, no toque
dos instrumentos e nos gestos. São
elementos impressos no corpo e expressos através da prática e da tradição oral”.
No século XX vamos encontrar os
movimentos negros, os núcleos afrobrasileiros formados nas universidades brasileiras compostos em grande
parte por acadêmicos negros.
Assim, podemos explicar nossa identidade africana e nossa afinidade
com os países africanos.
www.formiguinhasdovale.org /// CULTURAonline BRASIL /// http://www.culturaonlinebr.org
Filipe de Sousa
Gazeta Valeparaibana
AGOSTO 2012
Página 12
Educar
O TRIPÉ QUE SUSTENTA O DISCURSO plementem, sigamos um pouco mais onamentos: ao tornar-se um media- controlam as classes sociais inferioCONSTRUTIVISTA BRASILEIRO
adiante com a reflexão acerca do tri- dor do processo educacional, tal pro- res, e, portanto, à hierarquização;
pé que sustenta o discurso construtivista brasileiro – digo brasileiro por
não saber se em outros países tal
disparidade pedagógica acontece
destarte.
A partir das ideias anteriormente apresentadas, considero extremamente necessário fazer três afirmações,
as quais, para alguns construtivistas
de plantão, poderão soar como hereMuito se tem falado em construtivissias aos seus “dogmas”:
mo e pouco se tem discutido. Há,
dentro do campo educacional, princi- 1ª – É claro que a teoria piagetiana é
palmente nos cursos de pedagogia, importante na compreensão do sujeiuma aceitação generalizada e uma to quanto um ser bio-psico-social,
espécie de convertimento à “doutrina” mas a escola, como um ambiente depedagógica em questão, a qual, den- mocrático e redutor de injustiças, não
tro desses mesmos cursos, é susten- pode negligenciar, aos seus alunos,
tada por três teóricos distintos (ou os conteúdos acumulados histórico e
seriam semideuses?), são eles: Jean culturalmente ao longo dos anos,
Piaget, Lev Semenovich Vygotsky e muito menos transformar o professor
em um mero mediador do processo
Henri Wallon.
educacional – se reduzi-lo a esta meEm síntese, pode-se afirmar que a
ra prática “docente?”, reduzir-se-á,
ênfase de Piaget está voltada mais
por conseguinte, toda a sua formação
para a parte biológica do sujeito e,
acadêmica bem como a sua profisconsequentemente, a maturação cogsão;
nitiva de que ele tanto falava, sem
deixar de lado, entretanto, aspectos 2ª – É evidente que a ênfase Walloniligados à psique humana e a sociali- ana é imprescindível na educação e
zação; Vygotsky, como contrapartida, na práxis docente, porém a escola,
enfatizava a interação social e a cul- como ambiente educacional e não
tura produzida pela humanidade; e, assistencialista, não pode ser reduzipor fim, Wallon, o qual dava grande da ao afeto – não que este não seja
importante, mas é que além do afeto
ênfase à afetividade.
em si, há, teoricamente, um currículo
É válido ressaltar que o construtivispedagógico a ser cumprido, o qual
mo foi formulado por Jean Piaget, o
não permite demasiado sentimentalisqual, tendo a biologia e a psicologia
mo;
como formações acadêmicas, focouse nessas duas áreas do conheci- 3ª – É óbvio que algumas propostas
mento para elaborar sua tese, porém da abordagem sócio-interacionista
favorecendo e enfatizando os aspec- vygotskyana são importantes durante
tos biológicos do sujeito, cabendo fri- o processo de aprendizagem, entresar ainda que em momento algum a tanto a escola não pode ser restringiteoria construtivista fora pensada sob da apenas a um espaço promovedor
a óptica da pedagogia, o que, por sua de interação social, tendo em vista
vez, já é um tanto contraditório que que há disciplinas a serem lecionatal abordagem teórica tenha se difun- das, e, dentro delas, conteúdos a sedido, do modo como se deu, no cerne rem ensinados, e não simplesmente
da pedagogia e, portanto, na educa- “construídos”, como pregam os construtivistas. Caso o papel dos alunos
ção.
limitasse à socialização, a existência
Paradoxalmente o mesmo autor que
da escola, como espaço físico, não
incluíram como adepto a esta correnseria necessária, já que é de conhecite teórica, crítica, em diversos estumento geral que um simples compudos publicados, a tese pertencente ao
tador ou até mesmo um celular, copai do construtivismo, ficando um
nectado à Internet, ocupa tal tarefa de
pouco confuso de se entender o pormodo esplêndido – bem melhor que a
quê de Vygotsky estar associado a
própria escola, por sinal.
essa dada teoria piagetiana. Mas como na educação os paradoxos tam- Ainda complementando o que diz resbém andam de mãos dadas com as peito à função do professor na vertencontradições, desde que os interes- te construtivista, faz-se necessário
ses em jogo se reforcem e se com- apresentar, aqui, os seguintes questi-
fissão não seria descaracterizada? E
essa suposta mediação restringe-se
apenas às modalidades de Educação
Infantil e Fundamental?
Já que, segundo a concepção construtivista, se pode mediar o processo
de “ensino-aprendizagem” nos níveis
de ensino mencionados anteriormente, poder-se-ia mediar, do mesmo
modo, as aulas aplicadas nos Ensino
Médio e no Ensino Superior?
Como é que se media uma aula de
física quântica?
E de anatomia?
E uma aula de cirurgia cardiovascular?
E já que, de acordo com a visão de
Piaget, o sujeito aprende por meio da
experiência, como um estudante de
astronáutica construiria o seu conhecimento de bioastronomia?
Indo a outros sistemas planetários?
Visitando outras galáxias?
Trocando emails com extraterrestres?
Como calcular, por exemplo, as diferentes razões de seno, cosseno e
tangente dentro da proposta construtivista?
E no que concerne a valorização profissional do mediador, os governos,
ao se darem conta dessa transformação, não o remuneraria com uma
quantidade inferior em relação àquela
que é paga, atualmente, a um professor?
Ao se metamorfosear em um mediador, o mesmo não seria reconhecido,
capitalisticamente falando, por um
salário condizente como tal?
Quanto às faculdades e universidades que oferecem cursos de pedagogia, não seria necessário formar seus
mestres e doutores, em um curso
construtivista, para se transformarem
em mediadores?
Para formar mediadores não serão
necessários outros mediadores? Professor forma mediador?
Quem formaria, na íntegra, um mediador?
Piaget?
O pai do construtivismo foi, de fato,
um mediador?
Quem o formou?
Professores ou mediadores?
dogmas esses que, se aceitados, por
todos, desqualificarão ainda mais a
educação de modo geral, tendo em
vista que os níveis de ensino são
subsequentes.
Outro grande problema do discurso
construtivista está também ligado aos
cursos de formação de professores,
muitos dos quais, não satisfeitos com
apenas a disciplina de didática a ensinar a técnica de ensinar, voltam suas
diferentes metodologias para o mesmo princípio da disciplina mencionada agora pouco, ficando esses futuros profissionais sem saber direito o
que ensinar, e, por ausência de métodos nas disciplinas de metodologias,
também não aprendem como ensinar.
Outro ponto que merece reflexão diz
respeito ao aprendizado do professor
com o aluno, ou seja, há, dentro dessa mesma corrente, uma suposta inversão de papéis, cujo aluno passa a
ensinar ao professor, já que o processo de aprendizagem discente é rebatizado de ensino-aprendizagem. Não
restam dúvidas quanto ao fato de o
professor aprender com seus alunos,
principalmente com a subjetividade
das experiências pessoas de cada
um – sendo esta subjetividade, portanto, fruto do senso comum –, mas
tomemos cuidado para não sermos
hipócritas e simplórios ao afirmar que
tais contribuições, feitas pelos alunos,
se encontram arraigadas em bases
sólidas e científicas, em exceção, talvez, às dos alunos do Ensino Médio e
do Ensino Superior, o que, hipoteticamente, poderá acontecer.
Diante de tudo o que foi explanado,
conclui-se que o construtivismo brasileiro é uma espécie de corrente pedagógica híbrida, composta e sustentada por diferentes concepções teóricas, as quais, em parte, se contrapõe
– como é o caso da discrepância observada entre Piaget e Vygotsky –,
todavia vale ainda dizer que o mesmo
é incongruente para com uma educação metódica, democrática e organizada, portanto, assim como o Parâmetro Curricular Nacional de Língua
Portuguesa voltado ao ensino de 1ª e
4ª séries, o construtivismo, da forma
como se apresenta, não passa de
confusão didático-metodológica que
proporciona o esvaziamento das aulas.
Estas e outras perguntas são questões intrínsecas aos dogmas construtivistas, dogmas estes que, quando
questionados, levantam discussões
enriquecedoras, porém nem sempre
producentes, já que esta alienação Edvaldo dos Reis Oliveira Filho
[email protected]
pedagógica é favorável àqueles que Email:
http://edvaldodosreis.blogspot.com/
ATENÇÂO
A Gazeta Valeparaibana, um
veículo de divulgação da OSCIP
“Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos, somente publica
matérias, relevantes, com a finalidade de abrir discussões e reflexões
dentro das salas de aulas, tais como: educação, cultura, tradições, história, meio ambiente e sustentabilidade, responsabilidade social e ambiental, além da transmissão de conhecimento.
Assim, publica algumas matérias selecionadas de sites e blogs da web,
por acreditar que todo o cidadão deve ser um multiplicador do conhecimento adquirido e, que nessa multiplicação, no que tange a Cultura e
Sustentabilidade, todos devemos nos unir, na busca de uma sociedade
mais justa, solidária e conhecedora de suas responsabilidades sociais.
No entanto, todas as matérias e imagens serão creditadas a seus editores, desde que adjudiquem seus nomes.
Caso não queira fazer parte da corrente, favor entrar em contato.
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CULTURAonline Brasil
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prioriza a Educação, a boa Música Nacional e programas de interesse geral sobre
sustentabilidade social, cidadania e nas
temáticas: Educação, Escola, Professor e
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Uma rádio onde o professor é valorizado e
tem voz e, a Educação se discute num
debate aberto, crítico e livre.
Acessível no link: www.culturaonlinebr.org
Gazeta Valeparaibana
JULHO 2012
Página 13
Educação
rede municipal, tanto pelo incenti- começa uma conversa com a
Um pouco menos de conversa,
Os
Jogos
Escolares
Municipais
–
vo ao protagonismo quanto pela “pegadora” [sic] que é de outra
um pouco mais de ação, por
JEM é um evento educacional/ oportunidade do reconhecimento escola. Ele pergunta como é que
favor
esportivo realizado pela Secretaria de Educação, em parceria com
a Secretaria de Esporte, Recreação e Lazer, a Liga Guarulhense
do Desporto e a Coordenadoria
de Políticas para Pessoas com
Deficiência e Mobilidade Reduzida”.
Participaram do JEM, nesta edição, cerca de 6 mil alunos de 69
Escolas da Prefeitura que foram
previamente inscritas, divididas
em sete regiões intituladas com
[“A little less conversation, a little more ac- nomes de brincadeiras infantis:
tion please” –Elvis Presley] “barra manteiga”, “roda cantada”,
“ioiô”, “nunca três”, “corre cotia”,
Falar sobre educação, escrever “amarelinha” e “rua avenida”.
sobre educação é tema recorrente
de vários espaços midiáticos con- Umas das considerações mais
temporâneos. E acredito de fato importantes sobre o JEM no meu
ser de grande relevância o avan- ponto de vista é a capacidade inço que esta discussão levanta, na tegradora de uma ação educativa
medida em que estamos falando baseada numa proposta curricular
a respeito de um das maiores ne- consolidada, no caso de Guarucessidades do ser humano, o seu lhos, o Quadro de Saberes Nedesenvolvimento.
cessários - QSN foi uma proposta
construída pelos agentes do proA educação em si não é um tema cesso educativo e integra o projefechado, restrito de diálogo, pelo to político-pedagógico da Rede
contrario ele é além, dialético, am- Municipal.
plo em contextualizações e subjetividades.
Em muitas redes de ensino ainda
observamos o desconhecimento
É sabido ainda, que em nosso pa- ou inexistência de um PPP na Reís estamos “rastejando” [sic] no de de ensino, bem como o entenque consideraríamos uma educa- dimento da importância e a sua
ção de qualidade para todos, co- relevância para a prática docente.
mo sonhou o educador Anísio Tei- Outro elemento que ficou no meu
xeira nos anos 60. Mas em mui- campo de reflexão é que nem totos espaços públicos e privados da escola tem um projeto político
conseguimos observar a multipli- - pedagógico construído de forma
cidade de práticas que fortalecem coletiva e democrática. Mas como
a “utopia” [sic] educacional como o “óbvio” que se efetiva deve ser
um sonho de transformação soci- valorizado, seguimos com o JEM
al.
de Guarulhos.
As atividades esportivas dos Jogos Escolares Municipais aconteceram em conexão com o eixo
“Corpo e Movimento”, da proposta
curricular (QSN), que dize respeito ao desenvolvimento de atividades ligadas à cultura corporal, e
que contribuem para o desenvolExemplo disso foi um projeto que vimento pleno dos alunos.
acompanhei de perto: os Jogos
Escolares Municipais – JEM, da O evento que aconteceu em duas
Rede Municipal de Educação de etapas, a fase escolar e a fase
Guarulhos que aconteceu no mês dos jogos, propriamente dita, rede junho.
velaram saldos muito positivos à
Independente de qualquer espaço
educativo, municipal, estadual,
privado, destacar as práticas que
de fato foram construídas a partir
de uma educação integral, múltipla e integral é objeto importante
de socialização e partilha.
das potencialidades dos alunos
de forma múltipla, bem como o
favorecimento de valores e saberes que transcenderam a proposta
competitiva evidenciando a busca
por um projeto educativo de qualidade social para todos.
Além dos saberes pedagógicos, o
mais bonito de todo esse evento
da rede municipal de Guarulhos
foram os outros saberes revelados pelos alunos, valores construídos no ínterim das atividades,
que foram sendo fortalecidos, laços, vínculos que potencialmente
só puderam ser gerados, na medida em que existia anteriormente
uma proposta educativa consistente.
Co mo
e xe mp lo
de
“desenvolvimento do espírito de
equipe e sua relação com os jogos competitivos e cooperativos,
bem como a própria questão da
construção da identidade e do reconhecimento de si ampliando
possibilidades e autonomia tivemos uma experiência do professor da EPG Mario Lago.
O Professor, a priori criticado por
muitos, não acompanhava seus
alunos nos momentos de jogo,
pois havia anteriormente designado nos treinamentos, na escola,
um aluno que desempenho no
momento do jogo o papel de
“técnico da equipe”.
Segundo o coordenador de programas educacionais Willian Teramoto “Quem olha, até pensa
que ele não queria acompanhar
as crianças, mas na realidade era
tudo pensado. Era uma estratégia
para proporcionar momento de
autonomia para as crianças, afinal
as crianças se entendem muito
melhor entre elas, do que com um
Prof. “Louco” gritando na beira da
quadra. Resultado... a escola
sempre ficou entre as três primeiras colocadas nas diferentes modalidades”.
são as coisas na escola, quem
são seus amigos, demonstrando o
estreitamento dos laços e potencializando valores de cooperação e
amizade.
Willian Teramoto afirma que num
jogo de “Resgate”, onde um aluno
da EPG Da Emília, após muitas
tentativas insatisfatórias, conseguiu ser resgatado, marcando o
ponto do jogo para sua escola.
Era perceptível a alegria dos amigos em ver o sucesso do tal aluno. Eles correram para abraçá-lo
e ficaram comemorando por um
bom tempo. Nesta medida o JEM
ganhou “uma cara mais feliz”, já
que se tornou evidente a alegria
dos alunos e professores pela
participação e pelas diversas formas de aprendizado geradas, além da competição.
Evidências de que são possíveis
experiências criativas e transformadoras no espaço da escola, na
relação entre professores, alunos
e rede escolar.
Que muitas vezes exigem muito
da nossa determinação em construirmos além das apostilas, livros
didáticos e manuais prontos engessados, mas que são pontes
necessárias para um desenvolvimento no campo da plenitude e
integralidade.
Propor um artigo com menos críticas e mais demonstração de práticas pedagógicas efetivas faz
parte de um projeto como articulista deste Jornal e de outros espaços pelos quais passar. Para
tanto, se você é professor, gestor,
ou conhece alguma prática pedagógica transformadora, encaminhe seu e-mail, divulgue essas
histórias belíssimas de alguém
que mesmo aquém de alguma
possibilidade governamental está
agindo no seu campo de alcance
e mudando a realidade de muitos!
Sigamos no bem!
Outro olhar além do evento competitivo pôde ser percebido duran- Yve de Oliveira
te um jogo de pique-bandeira, no Pedagoga e Palestrante
qual, um garotinho que estava a- e-mail: [email protected]
gachado, [pois havia sido “pego”],
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Gazeta Valeparaibana
AGOSTO 2012
Página 14
Saúde e Escola
PROFESSORES
READAPATADOS
EM ESCOLAS
PÚBLICAS NO ESTADO DE
SÃO PAULO
entre as tarefas determinadas.
do por nossa colega!
FALTA DE...
Assim recomenda-se ter sempre
em mãos uma cópia dessas atividades, sendo que estas, também,
só podem ser pedagógicas. Exija
seus direitos, aprenda a fazer a
fazer tudo por escrito e a protocolar na secretaria da escola, sendo
que isto serve para todos os professores, independente de readaptados ou não!
Termino esse texto deixando a minha solidariedade e o meu carinho
a todos aqueles professores que
estão nessa constrangedora situação de readaptados.
Que vejo?
Estou só com minhas promessas
Quando reparo
Foi porque esqueci do tempo
Talvez porque estivesse quieto
Escondido, encoberto
Na estrada do tempo
triste!
Programa terá equipes com médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, nutricionistas e
enfermeiros. Especialidades são
das áreas em que servidores mais
têm problemas e são as maiores
causas de absenteísmo.
Autora: Eloídia Hermano
Professora de Português
Na rede Estadual do Mun. De Francisco Morato
Minha mente não vê
----------------------------------------------- Obrigados!
O Processo de Readaptação é Gratos!
Prazeres!
um Período Deprimente
A realidade desses professores é
E muito menos respeito!
Professor readaptado é um professor (a) que não pode mais lecionar.
Ele (a) tem um problema médico
que o impede de dar aulas, os problemas de saúde mais comum são
(calo nas cordas vocais, depressão, lesão física).
A readaptação é feita pela DMPME
(Departamento de Perícias médicas do Estado ) o mesmo aguardará a readaptação que sairá em
Diário
Oficial
,DRHU
(Departamento de Recursos Humanos ) é este órgão que envia as
atividades o professor pode fazer .
A direção só pode mandar o professor cumprir tarefas que esteja
inserido nessas atividades.
Quando sai a readaptação o governo envia á escola s tarefas que este readaptado poderá cumprir de
acordo com a lesão sofrida! Cabe
então ao professor verificar se o
que a direção lhe determina, esta
Eles vêm de uma doença física ou
psicológica, e na maioria das vezes não são compreendidos e respeitados, pelos colegas e gestores
mal sabendo eles que podem vir
um dia a passar pelo mesmo problema. A situação é difícil para eles VEJA MAIS:
aceitarem essa nova condição; se http://profdomingos.blogspot.com.br/2010/05/
sentem incapazes e, muitas vezes, o-processo-de-readaptacao-e-um-periodo.html
tem a notícia de que não mais poderão voltar a lecionar e que irão
ficar assim até a necessária e demorada aposentadoria.
Ou talvez seja meu peito
Amargo, cansado e velho
Demais preso ao passado
Peito velho e cansado
De tanto falar
obrigado
Grato
E muito prazer... Ou falta de...
Filipe de Sousa
E muito comum triste e preocupante, ouvir colegas que estão readaptados falarem de suas frustrações,
angústias, sobre suas atuais condições pelo motivo de seu problema
no que tange a função e até mesmo de local de trabalho. Local este, onde muitas vezes dedicaram
toda uma vida aquela numa determinada Escola e que hoje se encontram em outra escola que não
conhece sua luta e sua dedicação,
tendo que se ressocializar naquele
novo ambiente.
Fatos conhecidos nos demonstram
que isso gerou desrespeito, desvalorização profissional, exclusão e
sobretudo, muito sofrimento , já
não bastasse o problema enfrenta-
Readaptados
Nova jornada de trabalho
no Estado de SP
No dia 20/1/2012, o governo do Estado de SP instituiu a nova jornada de
trabalho para os professores da rede.
A lei federal do piso para professores
determina que o professor fique em
sala de aula apenas 2/3 da sua carga
horária. Os outros 1/3 serão para
HTPC e horário de trabalho em local
de livre escolha.
Hoje muitos professores da rede ficaram tristes. Porque na prática a mudança reduziu apenas uma aula de
cada carga horária. Por exemplo:
quem pegava 33 aulas agora pega
32; quem pegava 25 aulas agora pega 24; e assim por diante.
O que o governo fez?
Ele transformou as aulas trabalhadas coisas ficaram:
em horas.
- quem tinha 36 aulas dava 33 aulas
Antes o professor dava uma aula e e fazia 3 HTPCs.
contava como uma hora.
A aula durava 50 minutos de dia e 45 Enquanto isso nós cumpríamos 36
à noite. O tempo que sobrava (10 horas relógio (de 60 minutos cada
minutos de dia e 15 minutos à noite) uma!).
o professor não cumpria.
Agora o máximo que um professor
Isso já foi polêmica a alguns anos vai trabalhar são 35 aulas: 32 em saatrás quando o governo bateu o pé la de aula e mais 3 HTPCs.
que os professores iam ter que cumO que essas 35 aulas significam em
prir esses minutos na escola (era pra
horas?
ficar à disposição de pais e de alunos
nesse tempinho).
32 aulas = 26,6 horas
O fato é que isso acabou não aconte- 3 HTPCs = 2,5 horas
cendo. E quem é que cumpria 60 minutos? Só os professores readapta- (O HTPC passa a ter 50 minutos e
não mais 60 como era antes).
dos...
Agora isso acabou. Como o governo Então um professor readaptado com
transformou a jornada em horas e as antigas 33 aulas + 3 HTPCs agora
minutos trabalhados veja só como as tem que cumprir 26,6 horas + 2,5 ho-
ras = 29,1 horas.
Agora são 29,1 horas - e não mais as
36 horas que a gente fazia antes!
Isso dá uma diferença de 6,9 horas
que nós não teremos que estar na
escola, já que os HTPLs são feitos,
como sempre, em lugar de livre escolha.
Então essa mudança sanou uma
injustiça que havia contra os readaptados, que sempre cumpriram
10 minutos a mais por aula de
manhã e 15 minutos a mais por
aula à noite.
Mais informações:
http://
professorreadaptado.blogspot.com.br/2012/01/novajornada-de-trabalho-no-estado-de.html
AGOSTO 2012
Gazeta Valeparaibana
Página 15
Escolas Públicas
A FARSA DA INCLUSÃO
possibilidades para explicarmos o
conceito de inclusão: inclusão no
mercado de trabalho em geral;
inclusão no mercado de trabalho
dos bons empregos e salários;
inclusão como cidadão.
No primeiro caso, inclusão no
mercado de trabalho em geral,
não necessário nos preocuparmos
muito. Se incluir significar somente preparar o aluno para que ele
"ganhe a vida", sem que importar
Palavras transformam-se em mo- como, então a escola não tem
dismos e aparecem na boca de muita importância.
todos.
Os homens e mulheres vivem no
A palavra do momento na educa- mundo há milhões de anos sem
ção brasileira é o verbo incluir.
escola e continuarão vivendo, seja
lá qual for a educação que receFala-se que a escola pública no bam. É claro que mesmo assim a
Brasil sempre foi praticante da ex- escola é reprodutora de mão-declusão e que o atual governo e obra, mas bastará acrescentar um
sua ação educacional está corri- pouco de informática e pronto, já
gindo esta injustiça (isto para a- estaremos preparando nossos aqueles que acreditam na boa von- lunos da escola pública para entade do governo...). E estratégia frentar o novo milênio... Não é
para esta tal inclusão são bem co- preciso dizer que não concordanhecidas: criação de ciclos, a não mos com está idéia.
reprovação, o abandono das notas, as correções de fluxo, entre Porém, se eu penso em inclusão
outras.
como capacitar os alunos a competirem no mercado de trabalho
Para sustentar a necessidade por bons empregos e bons saládestas medidas seus defensores rios, em especial os novos empreapresentam estatísticas onde o gos da sociedade da informação,
país aparece com péssimos indi- nossos alunos não estão sendo
cadores nesta área: muita repro- incluídos.
vação, muito analfabetismo. E afirmam que tal situação está mu- O aluno da escola pública que
dando, afirmação na qual muitos não reprovou, que passou somenprofessores acreditam, pois gosta- te porque compareceu 75% das
riam no íntimo de suas almas que aulas (aulas, que aulas?), que
fosse verdade.
participou do milagre da correção
de fluxo, este não está preparado
Mas, o que significa inclusão?
para competir em um ambiente
Incluir os alunos onde?
sem paternalismo. A escola pública não está preparando os alunos
Se é certo que a educação no para este mundo de competição
Brasil sempre foi deficiente, a atu- (a escola particular sim, mas
al política educacional não está quem se importa com isto?).
resolvendo o problema e muito
provavelmente está contribuindo Nosso aluno sai da escola sem
para agravá-lo. Isto porque o diag- condições de interpretar um texto,
nóstico errado foi pensado através sem saber realizar as operações
de uma filosofia liberal, mas um matemáticas elementares e sem a
liberalismo mesclado de tradições disciplina necessária, porque na
patrimonialistas incorporadas à escola podia fazer o que queria,
cultura nacional há séculos. Desta sem conseqüências. Ou seja, o
forma muitos acreditam que inclu- mundo que a escola está mossão resume-se em colocar crian- trando para seus alunos não exisças e jovens dentro de uma sala te. Esta ideia é importante, a esde aula, feito isto tudo está resol- cola deve, sem dúvida, proporciovido: pode-se dormir tranqüilo, o nar a transformação da realidade,
Brasil está salvo.
mas não deve perder os vínculos
com a realidade, se o fizer não
Vejamos, no entanto, algumas cumpre seu dever.
A ideia de inclusão que mais agrada é muito mais ampla que mercado de trabalho, envolve a cidadania. Inclusão contempla, certamente, a possibilidade do aluno
competir por um bom emprego e
salário, que favoreça a mobilidade
social e que dê esperanças aos
alunos, mas não é somente isto.
Incluir significa fornecer aos indivíduos as condições de ser livre, de
ser cidadão real.
Cidadão capaz de ler uma notícia
no jornal sobre os conflitos no Oriente Médio e saber onde fica esta
região, as causas e as conseqüências do conflito.
Cidadão capaz de analisar a situação política atual a partir dos
conceitos e fatos aprendidos em
História e Sociologia.
Cidadão capaz de entender a explicação do médico porque sabe
onde fica os órgãos do corpo e
suas funções, mas que pode
questionar o médico porque aprendeu química.
Cidadão capaz de apreciar um
bom livro ou uma obra de arte
porque aprendeu a ler. Nesta caso a escola pública não está incluindo.
É a escola sem nota, claro, porque a nota é um número fácil de
ser identificado pelos alunos e
pais...Uma avaliação descritiva
(como é feita hoje), contribui para
transformar a avaliação em algo
misterioso, deixando alunos sem
saber seu desempenho e pais
sem poder cobrar este desempenho.
A linguagem empolada utilizada
nos documentos oficiais e reproduzida nas escolas (em especial
nas avaliações) contribui para dar
ares de seriedade e autoridade a
conceitos e idéias discutíveis.
Se realmente pretendessem resolver o problema da educação no
Brasil, o problema da reprovação,
do analfabetismo, da avaliação,
os governantes deveriam investir
no professor (isto quer dizer salário mesmo, não se vive só de esperança) e investir na estrutura:
menos alunos em sala, menos alunos por professor, menor carga
horária de trabalho. Já seria um
grande passo, mas ainda seria
necessário resolver os problemas
econômicos do país, uma vez que
uma política econômica recessiva
Não incluía antes nem o faz agora não pode ser resolvida em sala de
com as mudanças implantadas aula somente.
pelo governo. Na verdade somente agrava a exclusão, pois ter o Agora, imaginem que a educação
certificado de conclusão do Ensi- é uma corrida de Fórmula 1. Nos
no Médio pode ser bom para as deram um fusquinha e como não
estatísticas do governo e sua pro- estamos conseguindo vencer, os
paganda eleitoral mas, para o in- teóricos e técnicos na educação
divíduo real de nada serve se não resolveram alterar a estratégia da
representar conhecimento verda- corrida, afirmando que nós professores é que não sabemos dirigir
deiro.
direito... E tem professor que aSe apenas considerássemos o credita nisto...
número de alunos na escola, já
teríamos resolvido o problema. Isto ocorre porque os técnicos e
Mas a escola pública onde estão teóricos da educação não enxertodos estes jovens brasileiros é gam o fusquinha e fica mais fácil e
aquela onde não se reprova, onde barato culpar o motorista, ou seja,
não é preciso saber para avançar, o professor, do que comprar um
porque para os governantes tanto carro novo.
faz: o aluno é apenas um número
em seus gráficos e quanto menos Portanto, a não reprovação, os
tempo ficar na escola menos gas- ciclos, os fluxos, as descrições, as
to representará e melhores índi- avaliações continuadas, não passam de engodo, cujo objetivo e
ces surgirão.
forjar índices para impressionar os
As verdadeiras causas da repro- mais ingênuos.
vação não aparecem nunca nos
discursos oficiais, é como se as Por: Filipe de Sousa
criança já nascesse na escola, Fonte: http://www2.uol.com.br
não tivesse pai e mãe, não pertencesse a uma classe e como se
a escola não fosse uma escola
real, de paredes e de professores.
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Responsabilidade Social
Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Reflorestamento - Desenvolvimento Sustentável - Cidadania
Edição nº. 57
Ano V - 2012
A MALDIÇÃO DA ABUNDÂNCIA social, política e culturalmente do A Vale é hoje um alvo central das
A “maldição da abundância” é uma
expressão usada para caracterizar
os riscos que correm os países pobres onde se descobrem recursos
naturais objeto de cobiça internacional.
A promessa de abundância decorrente do imenso valor comercial
dos recursos e dos investimentos
necessários para o concretizar é
tão convincente que passa a condicionar o padrão de desenvolvimento econômico, social, político e
cultural.
Os riscos desse condicionamento
são, entre outros: crescimento do
PIB em vez de desenvolvimento
social; corrupção generalizada da
classe política que, para defender
os seus interesses privados, se
torna crescentemente autoritária
para se poder manter no poder,
agora visto como fonte de acumulação primitiva de capital; aumento
em vez de redução da pobreza;
Polarização crescente entre uma
pequena minoria super-rica e uma
imensa maioria de indigentes; destruição ambiental e sacrifícios incontáveis às populações onde se
encontram os recursos em nome
de um “progresso” que estas nunca conhecerão;
que no seu início.
organizações ecológicas e de diNisto consiste a maldição da abun- reitos humanos pela sua arrogândância.
cia neo-colonial e pelas cumplicidades que estabeleceu com o goDepois das investigações que con- verno.
duzidas em Moçambique entre
1997 e 2003 visitou-se o país vá- Tais cumplicidades assentam por
vezes em perigosos conflitos de
rias vezes.
interesses, entre os interesses do
Em uma das visitas colheu-se uma país governado pelo Presidente
dupla impressão que a solidarieda- Guebuza e os interesses das emde com o povo moçambicano presas do empresário Guebuza
transforma em dupla inquietação. donde podem resultar graves vioA primeira tem precisamente a ver lações dos direitos humanos como
com a orgia dos recursos naturais. quando o ativista ambiental JereAs sucessivas descobertas mias Vunjane, que levava consigo
(algumas antigas) de carvão para a Conferência da ONU, Ri(Moçambique é já o sexto maior o+20, denúncias dos desmandos
produtor de carvão a nível mundi- da Vale, quando foi arbitrariamente
al), gás natural, ferro, níquel, tal- impedido de entrar no Brasil e devez petróleo anunciam um El Do- portado (e só regressou depois de
rado de rendas extrativistas que muita pressão internacional), ou
podem ter um impacto no país se- quando, às organizações sociais é
melhante ao que teve a indepen- pedida uma autorização do governo para visitar as populações reasdência.
sentadas como se estas vivessem
Fala-se numa segunda indepen- sob a alçada de um agente sobedência.
rano estrangeiro.
Estarão os moçambicanos preparados para fugir à maldição da a- São muitos os indícios de que as
promessas dos recursos começam
bundância?
a corromper a classe política de
Duvido!
alto a baixo e os conflitos no seio
desta são entre os que “já comeAs grandes multinacionais, algu- ram“ e os que “querem também
mas bem conhecidas dos latino- comer”.
americanos, como as empresas
Rio Tinto e a brasileira Vale do Rio Não é de esperar que nestas conDoce (Vale Moçambique) exercem dições, os moçambicanos no seu
as suas atividades com muito pou- conjunto beneficiem dos recursos.
ca regulação estatal.
Pelo contrário, pode estar em curCelebram contratos que lhe permi- so a angolanização de Moçambitem o saque das riquezas moçam- que.
bicanas com mínimas contribuições para o orçamento de estado Não será um processo linear por(em 2010 a contribuição foi de que Moçambique é muito diferente
0,04%); violam impunemente os de Angola: a liberdade de imprendireitos humanos das populações sa é incomparavelmente superior;
onde existem recursos, proceden- a sociedade civil está mais organido ao seu reassentamento (por zada; os novos-ricos têm medo da
vezes mais de um num prazo de ostentação porque ela é exposta
poucos anos) em condições desu- semanalmente na imprensa e tammanas, sem respeito para com o bém pelo medo dos seqüestros;
os lugares sagrados, como é o ca- O sistema judicial, apesar de tudo,
so dos cemitérios e dos ecossiste- é mais independente para atuar;
mas.
há uma massa crítica de acadêmi-
Criação de uma cultura consumista que é praticada apenas por uma
pequena minoria urbana mas imposta como ideologia a toda a sociedade; supressão do pensamento e das práticas dissidentes da
sociedade civil sob o pretexto de
serem obstáculos ao desenvolvimento e profetas da desgraça. Em Sempre que as populações protessuma, os riscos são que, no final tam são brutalmente reprimidas
do ciclo da orgia dos recursos, o pelas forças policiais e militares.
país esteja mais pobre econômica,
A segunda impressão e inquietação, relacionada com a anterior,
consiste em verificar que o impulso
para a transição democrática que
observara em estadias anteriores
parece estancado ou estagnado.
A legitimidade revolucionária da
FRELIMO sobrepõe-se cada vez
mais à sua legitimidade democrática (que tem vindo a diminuir em
recentes atos eleitorais) com a agravante de estar agora a ser usada para fins bem pouco revolucionários;
A partidarização do aparelho de
estado aumenta em vez de diminuir.
A vigilância sobre a sociedade civil
aperta-se sempre que nela se suspeita dissidência; a célula do partido continua a interferir com a liberdade acadêmica do ensino e investigação universitários.
Mesmo dentro da FRELIMO, e,
portanto, num contexto controlado,
a discussão política é vista como
distração ou obstáculo ante os benefícios indiscutidos e indiscutíveis
do “desenvolvimento”.
Um autoritarismo insidioso disfarçado de empreendedorismo e de
aversão à política (“não te metas
em problemas”) germina na sociedade como erva daninha.
Ao partir de Moçambique, uma frase do grande escritor moçambicano Eduardo White é marcante:
“nós que não mudamos de medo
por termos medo de o mudar” (Savana, 20-7-2012).
Uma frase talvez tão válida para a
sociedade moçambicana como para a sociedade portuguesa e para
tantas outras acorrentadas às regras de um capitalismo global sem
regras.
Autor: Boaventura de Sousa Santos é soció-
logo e professor catedrático da Faculdade de
Economia da Universidade de Coimbra
(Portugal).
cos moçambicanos credenciados
internacionalmente capazes de fazer análises sérias que mostram
que “o rei vai nu”.
CONTATOS: 055 12 9114.3431 - Emails: CONTATO: [email protected] - patrocí[email protected]
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