Grupos fechados na rede social Facebook: um estudo no
âmbito da comunicação e do apoio acadêmico
Angela Maria de Almeida Pereira1 (UFPE)
Joice de Espindola2 (UFPE)
Thelma Panerai Alves3 (UFPE)
Resumo
Este trabalho foi realizado com alunos das turmas 2012 e 2013 do PPGE
EDUMATEC, da UFPE, que eram originários de Recife, de cidades do
interior de Pernambuco e de estados vizinhos. Nosso objetivo foi o de
verificar a importância de um ambiente fechado no Facebook criado pelos
mesmos. Apoiamos-nos nas ideias de Silva (2010), Primo (2007), Castells
(2005) e Lemos (2003). A pesquisa de abordagem quantitativa foi efetivada
com a aplicação de questionário estruturado, enviado ao grupo por e-mail
e analisado estatisticamente. Comprovamos que, a distância geográfica
existente entre os alunos não foi um empecilho à comunicação rápida e
eficiente e que o ambiente tornou-se uma ferramenta de apoio acadêmico.
Palavras-chave: Comunicação, Interação, Facebook, Grupos em redes
Sociais.
Resumen
Ese trabajo fue realizado con alumnos de los años 2012 y 2013 del
Programa de Postgrado en Educación Matemática y Tecnológica
(EDUMATEC), de la Universidade Federal de Pernambuco. Estos, se originan
de Recife y de ciudades del interior de Pernambuco y de regiones vecinas.
Nuestro objectivo fue el de verificar la importancia de se trabajar en un
grupo cerrado en Facebook. Para eso, buscamos apoyo en ideas de Silva
(2010), Primo (2007), Castells (2005) y Lemos (2003). La investigación, de
abordaje quantitativa, fue realizada con la aplicación de un cuestionario
estructurado, enviado al grupo por e-mail y analisado estatisticamente.
Comprobamos que la distancia geográfica existente entre los alumnos no
fue una limitación a la comunicación rápida y eficiente, y que el ambiente
Facebook se tornó una herramienta de apoyo académico.
Palabras clave: Comunicación; Interación; Facebook; Grupos en redes
sociales
1
Angela Maria de Almeida PEREIRA, Mestranda. Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Programa de
Pós-Graduação em Educação Matemática e Tecnológica. E-mail: [email protected].
2
Joice de ESPINDOLA, Mestranda. Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Programa de PósGraduação em Educação Matemática e Tecnológica. E-mail: [email protected].
3
Thelma Panerai ALVES, Profa. Dra. Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Programa de PósGraduação em Educação Matemática e Tecnológica. E-mail: [email protected].
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NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras
CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação
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Introdução
Na atualidade, é muito fácil fazer parte de uma rede social, bastando o
acesso à internet, cadastro e senha. Com isso, podemos ter a nossa disposição uma
grande diversidade de conteúdos, além do contato com outras pessoas, num
processo de compartilhamento de informações das mais diversas áreas.
No caso da rede social Facebook, ela permite que os alunos formem grupos e
troquem informações, com o acesso restrito às pessoas do grupo. Isso possibilita
que os alunos, dentro do grupo fechado, compartilhem informações, consultem
seus colegas, resolvam situações pedagógicas propostas, coloquem links para outras
direções e/ou materiais, estabelecendo uma dinamicidade diferenciada do que se
percebe na sala de aula presencial.
Deste modo, esta pesquisa teve a intenção de analisar a importância da rede
social Facebook para os alunos do Programa de Pós-Graduação em Educação
Matemática e Tecnológica – PPG EDUMATEC - da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE), em 2012/2013, como ferramenta de comunicação e de apoio
acadêmico, para questões relacionadas ao curso - já que seus membros residiam
em lugares diferentes e distantes.
O grupo que utilizou a rede social Facebook foi formado por alunos do
programa de mestrado referido e por alunos admitidos em regime especial para
cursar alguma disciplina deste programa. A inserção dos alunos no grupo, deu-se
através
de convite do aluno-administrador, ou através de uma proposta de
amizade enviada por eles ao administrador. Desta forma, as informações e os
materiais disponibilizados foram compartilhados apenas pelos membros do grupo.
Assumindo a comunicação no grupo como interação mútua e/ou reativa, nos
apoiamos em Alex Primo, que aprofunda esses conceitos, e complementamos com
as ideias de André Lemos sobre como a cibercultura age no imediatismo das
relações sociais na rede. Castells conceitua a Sociedade em rede, ajudando-nos a
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compreender nosso objeto de estudo como um dos vários nós das rede Facebook e
Marco Silva vem esclarecer as características da interação (comunicação),
possibilitando às pesquisadoras compreender o significado das trocas entre os
participantes.
Esta é uma pesquisa de abordagem quantitativa, em que foi utilizado um
questionário estruturado para a coleta de dados. A pesquisa também apresenta um
viés qualitativo em situações nas quais se fez necessário esclarecer algumas
questões
externas
ao
instrumento.
Nestas
situações,
contamos
com
a
participação/percepção das pesquisadoras-autoras, que fizeram/fazem parte do
grupo estudado.
A opção pelo questionário estruturado se deve à economia de tempo e ao
alcance de um maior número de pessoas, simultaneamente (MARCONI; LAKATOS,
2007 p. 203). Mas, mesmo conhecendo as limitações deste instrumento, e devido à
urgência na coleta de dados, o instrumento utilizado se mostrou adequado, nesta
pesquisa.
Após a análise dos dados, foi possível concluir que o grupo fechado no
Facebook teve um papel importante na interação dos alunos e exerceu plenamente
sua função de apoio acadêmico, favorecendo o estreitamento dos laços entre os
participantes e disponibilizando informações em tempo hábil.
A rede social
Mark Zuckerberg, estudante de Harvard, criou o Facebook, em 2004. De sua
versão inicial até a que conhecemos agora, já ocorreram várias modificações.
Dentro do Facebook, as informações são colocadas de forma linear. É um ambiente
que permite ao usuário fazer buscas diversas, postar vídeos e fotos, jogar,
conversar com outras pessoas, sem sair de sua própria página. O Facebook pode ser
conectado por qualquer dispositivo, móvel ou não, com acesso à internet, o que
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agiliza a atualização das informações em qualquer local. Os autores Tomáel e
Martelato (2006) caraterizam rede social como:
[...] um conjunto de pessoas (ou organizações ou outras entidades sociais)
conectadas por relacionamentos sociais, motivados pela amizade e por
relações de trabalho ou compartilhamento de informações e, por meio
dessas ligações, vão construindo e reconstruindo a estrutura social
(TOMÁEL; MARTELATO, 2006, p. 75).
A rede social cresce e se desenvolve utilizando as tecnologias, as redes
digitais, de forma cada vez mais intensa, tornando a comunicação mais rápida,
favorecendo as relações entre as pessoas e criando uma sociedade em rede, que
Castells (2005) define como:
Sociedade em rede, em termos simples, é uma estrutura social baseada em
redes operadas por tecnologias de comunicação e informações
fundamentadas na microelectrônica e em redes digitais de computadores
que geram, processos e distribuem informações a partir de conhecimento
acumulado nos nós dessas redes (CASTELLS, 2005, p. 19).
Neste sentido, o Facebook favorece a construção e a reconstrução de uma
estrutura social à medida que possibilita a interação constante e o intercâmbio de
informações entre seus usuários.
No que se refere à interação, Primo (2005) explica que ela pode ser mútua,
ou seja, ocorre quando o grupo resolve uma problemática inicial, que leva a outras,
ocasionando trocas intensas entre os participantes. Os relacionamentos entre os
participantes vão se desenhando a partir destas participações. Os desequilíbrios e
os conflitos são administrados de forma aberta, com mensagens que atualiza as
ações de seus participantes no tempo de suas conexões.
Na interação mútua os interagentes se reúnem em torno de contínuas
problematizações. As soluções inventadas não são apenas momentâneas,
podendo participar de futuras problematizações. A própria relação entre os
interagentes é um problema que motiva uma constante negociação. Cada
ação expressa tem um impacto recursivo sobre a relação e sobre o
comportamento dos interagentes. Isto é, o relacionamento entre os
participantes vai definindo-se ao mesmo tempo em que acontecem os
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eventos interativos (nunca isentos dos impactos contextuais). (PRIMO,
2005, p 13).
Primo (2005) acrescenta que as interações também podem ser reativas, sendo
determinadas por situações anteriores, atendendo a uma situação específica e
respondendo a uma questão simples, sem gerar problemas e sem o envolvimento
em discussões. As interações reativas, resumem-se a uma resposta que não leva à
outras. Esta situação pode ser repetida inúmeras vezes (PRIMO, 2007, p. 228-2009).
Tanto a interação mútua quanto a reativa são possíveis de ocorrer nas
relações existentes nas redes sociais. Neste sentido, concordamos com Recuero
(2006, p.02) no que se refere às possibilidades que estas oferecem para a troca de
conhecimentos e o fornecimento de informações, bem como para a discussão de
diversas situações, pedagógicas ou não.
A comunicação no grupo fechado dentro Facebook
Os alunos do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática e
Tecnológica (EDUMATEC) residem na região metropolitana do Recife, em cidades
do interior de Pernambuco e em estados vizinhos. Com a distância física/geográfica
surgiu o problema de interagir e de comunicar-se fora do ambiente formal da sala
de aula para finalidades diversas. Tomamos como base teórica a Teoria da
Distância Transacional, que segundo Moore (1993) é o “espaço psicológico e
comunicacional a ser transposto, um espaço de potenciais mal-entendidos entre as
intervenções do instrutor e as do aluno” (MOORE, 1993, p. 02). Analogamente,
entendemos como um espaço para resolver problemas acadêmicos. Surgiu como
possível meio de resolução a criação e uso de um grupo fechado na rede social
Facebook.
Os alunos encontraram sua motivação inicial na amizade entre alguns
membros que, pouco a pouco, foi expandida para o grande grupo, dentro da rede
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social. Esta rede de amizade e relacionamentos foi potencializada pelo
compartilhamento de mensagens que tinham um caráter de aproximação social.
Dentro do grupo fechado, todos liam as mensagens de cunho pessoal e tinham
acesso ao material disponibilizado, podendo curtir, comentar e compartilhar as
mensagens postadas. Segundo Lemos (2003) “o tempo real pode inibir a reflexão, o
discurso bem construído e a argumentação. Por outro lado o clique generalizado
permite a potência da ação imediata, o conhecimento simultâneo e complexo, a
participação ativa nos diversos fóruns sociais” (LEMOS, 2003, p. 03). Ainda de
acordo com este autor, esta nova forma de relacionamento social é característica
na Cibercultura, que segundo o mesmo é a cultura contemporânea marcada pelo
uso social das novas tecnologias.
Foi possível verificar, mesmo antes da aplicação do questionário, que, além
de ter a distância geográfica diminuída, o grupo apresentou agilidade na
comunicação e na resolução dos conflitos que surgiram no ambiente presencial
e/ou mesmo no ambiente a distância. Com o tempo, o uso do Facebook passou a
ser indispensável, com o grupo trocando materiais diversos, avisos e mensagens
pessoais, entre outras possibilidades.
Esta interação foi proporcionada, de acordo com Silva (2010, p. 120), por uma
comunicação efetiva, dinâmica, participativa. Para tanto, segundo este autor, é
necessário que alguns aspectos básicos façam parte deste cenário:
●
●
●
Participação colaborativa: participar não é apenas responder “sim” ou
“não”, prestar contas ou escolher uma opção dada. Significa
intervenção na mensagem como cocriação da emissão e da recepção.
Bidirecionalidade
dialógica:
a
comunicação
é
produção
conjunta da emissão e da recepção. Os dois polos codificam e
decodificam.
Conexões em teias abertas: a comunicação supõe múltiplas redes
articulatórias de conexões e liberdade de trocas, associações e
significados (SILVA, 2010 p, 120).
Estes aspectos dinamizam o polo de emissão, onde qualquer um dos membros
do grupo pode fazer uma postagem, criando no grupo um poder de comunicação
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que atinge todos os parâmetros aqui descritos por Silva (2010 p. 131). Os alunos são
autores em teias abertas, com articulações múltiplas, permitindo uma velocidade
nas informações que atenda às necessidades distintas dos seus integrantes.
Metodologia
Para a realização desta pesquisa, de abordagem quantitativa, escolhemos
coletar os dados através da elaboração de um questionário estruturado,
objetivando verificar a importância da rede social Facebook para os alunos do
Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática e Tecnológica (EDUMATEC),
da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no ano de 2012/2013.
O questionário tornou-se uma opção pela rapidez e facilidade na aplicação e
na análise, além de ser um instrumento que impede que o respondente seja
influenciado pelo posicionamento do pesquisador. Também por “atingir um grande
número de pessoas, mesmo que estejam dispersas em área geográfica muito
extensa” (GIL, 2008, p.122).
O questionário foi elaborado com nove perguntas, com de múltipla escolha e
questões que mensuram valores a situações determinadas. O questionário foi
enviado aos 26 estudantes da turma 2013, e 27 da turma 2012, por e-mail, com o
prazo de cinco dias para a sua devolução. Destes 53 estudantes, somente 32
devolveram os questionários respondidos e, desta forma, como não conseguimos
atingir o total de alunos envolvidos nos grupos, realizamos nossa análise sobre a
amostra que foi possível obter.
Para a análise dos dados, foi utilizada uma tabela (não inclusa), elaborada no
programa Excel 2010, que se refletirá neste trabalho sob a forma de gráficos
representativos de cada questão.
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Análise dos dados da pesquisa
Como já citado, o questionário foi enviado via e-mail e com solicitação de
respostas em 5 dias. Esta estipulação de tempo não pode ser atendida, uma vez
que alguns dos entrevistados não tiveram acesso ao instrumento dentro do prazo, e
só responderam posteriormente.
Gráfico 1
De acordo com gráfico 1, apenas 6% dos alunos questionados não participavam
do grupo criado na rede social Facebook.
Gráfico 2
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Dentre os não-participantes do grupo fechado no Facebook (6%), metade
justificou que não participa por não possuir login; a outra metade tinha login no
Facebook, mas não participava do referido grupo. Apesar de não termos deixado
espaço para justificações que não fossem as respostas às questões apresentadas,
esta segunda metade justificou ainda que não sabia da existência do grupo.
Gráfico 3
Na questão 3, percebemos que um pequeno problema ocorreu no que diz
respeito à elaboração da questão e, consequentemente, à compreensão dos
sujeitos, pois esperávamos que os participantes que responderam não ter login na
rede social Facebook, também não respondessem à 3ª questão. Quanto à metade
que justificou não saber da existência do grupo, justificou sua ausência pelo fato
de não ter recebido convite do administrador. Num próximo trabalho, onde
pretendemos aprofundar mais os estudos sobre a importância desta rede social,
reformularemos o questionário apresentado aos alunos.
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Gráfico 4
Levando em consideração que apenas 17% dos participantes não acessaram o
grupo pelo menos uma vez ao dia, podemos afirmar que as informações ali postadas
foram de grande importância para a maior parte do grupo (83%).
Gráfico 5
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No que diz respeito aos 94% (Gráfico 1) que participaram do grupo,
observamos que nem todos realizam postagens com muita frequência. Os que
postam sempre representam apenas 13% (gráfico 5). Com isso, podemos afirmar
que os usuários sentem-se atraídos pelas informações publicadas, uma vez que
(re)visitaram o espaço pelo menos uma vez ao dia (Gráfico 4).
Gráfico 6
Uma característica desse grupo foi compartilhar materiais didáticos, na forma
de textos complementares, vídeos ou links (dados observados pelas pesquisadoras,
uma vez que fazem parte do grupo estudado), e informações sobre eventos, como
congressos, seminários, encontros e palestras. As trocas de material didático e de
informações sobre eventos alcançam um total de 48% dos participantes, enquanto
as mensagens pessoais perfazem um total de 24%, o que indica que o grupo está
mais voltado para o universo acadêmico mesmo.
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Gráfico 7
Sobre a relevância das informações postadas no grupo, podemos perceber que
os participantes as classificaram apenas entre relevante e muito relevante, com
53% e 47% respectivamente. Não há, portanto, informações consideradas pouco
relevantes.
Gráfico 8
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Levando em consideração os 48% dos alunos (no Gráfico 6) que trataram de
assuntos acadêmicos, podemos considerar que os 90% (Gráfico 8) dos alunos que
tiveram
seus
problemas
resolvidos
rapidamente,
entre
duas
horas
e
instataneamente, encontraram na agilidade desta rede social um aliado para
questões acadêmicas. Isso nos leva a perceber que a velocidade da informação faz
toda a diferença para o grupo, uma vez que seus componentes vivem em lugares
geográficos considerados distantes e que, muitas vezes, a necessidade de uma
informação rápida pode otimizar o tempo destes estudantes. O caso dos
cancelamentos das aulas é um exemplo. Mas um dos aspectos mais importantes da
velocidade da informação tem relação com o compartilhamento de material dentro
do grupo (situações estas que foram percebidas pelas pesquisadoras durante a
participação das mesmas no grupo estudado).
Gráfico 9
Para concluir a análise, 87% dos alunos que acessam o grupo fechado do
Facebook consideram que pertencer a este grupo contribui efetivamente na
comunicação da turma, o que fica evidente na apresentação do Gráfico 9. Nenhum
dos alunos considera que não é auxiliado, em sua comunicação, pelo Facebook.
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Considerações Finais
A criação do grupo dentro de uma rede social que disponibiliza ferramentas
diversas de comunicação, postagem e armazenamento de arquivos, fotos e vídeos,
e que pode ser acessada por qualquer dispositivo móvel, ou não, trouxe para o
grupo uma comunicação rápida, efetiva, dinâmica e eficiente. Todos os
participantes foram autores, leitores e modificadores das mensagens em tempo
integral. Tanto com interação mútua como com interação reativa, a resolução dos
problemas/questionamentos dos alunos se deu de maneira quase instantânea, na
maioria das ocasiões.
Ainda diante da situação da resolução de problemas em tempo hábil surgem
alguns aspectos da interação descritos por Silva (2010), onde a participação
colaborativa e a bidirecionalidade dialógica foram cruciais na discussão e
intervenção da situação exposta.
É possível afirmar que o papel da comunicação em rede assumiu uma
dimensão atemporal, isto é, era possível encontrar respostas para todas as
perguntas realizadas, independente do tempo de postagem. Ficaram às margens do
processo, alguns integrantes que, por qualquer motivo, não participaram mais
ativamente do grupo criado na rede social.
Os autores que fundamentaram esta pesquisa foram determinantes na
compreensão dos resultados encontrados. Neste sentido, consideramos que o
objetivo da pesquisa foi alcançado - verificar a importância da rede social
Facebook para os alunos do grupo -, pois os resultados analisados comprovaram que
os alunos utilizaram o grupo na rede de forma permanente para se comunicar,
trocando material, divulgando eventos, comentando as aulas presenciais e
enviando mensagens pessoais. Os diferentes usos do Facebook analisados neste
trabalho favorecem um olhar diferenciado sobre as posibilidades e potencialidades
das redes sociais como apoio ao ambiente acadêmico.
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Não temos dúvidas de que esta pesquisa mostra a necessidade da inserção de
redes sociais nas práticas pedagógicas atuais, de maneira a tornar o processo de
ensino e aprendizagem condizente com o momento histórico que vivemos, o qual
permite vincular a realidade dos sujeitos a conteúdos abertos, plásticos, com sons,
imagens, simulações, desenhos.
Para finalizar, acreditamos que a utilização prévia do Facebook – antes dos
alunos entrarem no curso e de formarem o grupo fechado - facilita que este
ambiente informal torne-se inegavelmente um ambiente favorável à aprendizagem
formal.
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