SECULARIZAÇÃO do Mundo Complexo e O EVANGELHO
Russell Shedd
Vivemos num mundo secularizado. A religião ocupa um espaço
cada vez mais reduzido, especialmente no Primeiro Mundo. Significa
que o ocidente experimenta a realidade de governo, leis, educação,
mídia que excluem Deus da vida. A exclusão da religião da cultura,
das artes e a formação secularizada do homem moderno é uma
realidade que se confirma constantemente. Desde a renascença,
paulatinamente Deus foi banido da civilização ocidental e substituido
pelo humanismo. A maioria continua afirmando que acredita em Deus,
porém, a importância da “fé” no dia a dia é irrelevante. O temor de
Deus desaparece. O otimismo da fé na capacidade do homem
resolver seus problemas e alcançar seus objetivos utópicos ocupa o
lugar de fé num futuro melhor após a morte. Quem precisa de Deus,
se a ciencia e o progresso tem as ferramentas para dominar a
natureza e a razão humana tem a inteligência suficiente para encarar
todos os desafios.
“O Deus deste era cegou o entendimento dos descrentes para
que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo” (2 Co 4.4NVI).
Paulo escreveu estas palavras num contexto duma sociedade imersa
na idolatria e magia. Após a conquista do Império Romano pelo
cristianismo, este dominou todas as facetas da vida. O cristianismo
tomou o lugar do paganismo. A penetração do cristianismo
institucionalizado com o papa no pináculo do poder, sujeitou a cultura
europeia à força da religião até a renascença. A reação do iluminismo
começou a desmoronar o domínio da religião cristã no centro da vida.
Filosofias humanistas questionaram as certezas afirmadas pela Igreja
durante séculos. A ciencia começou a ganhar espaço com
descobertas deslumbrantes. Um novo paradigma garantiu que não
era o planeta terra, mas o sol, que estava no centro do sistema solar.
O telescópio demonstrou que o universo era imenso, milhões de vezes
maior do que se imaginava.. A tentativa da Igreja combater estas
novas descobertas trouxe descrédito sobre o cristianismo.
Mais recentemente a teoria de evolucão foi aceita como uma
alternativa viável em lugar da descrição bíblica do origem do universo
e do homem. A nova mentalidade, de acordo com G.K. Chesterton, foi
de um deus que escreveu a peça de teatro e a entregou ao ator
humano que não lembrava mais do autor e nem do propósito de
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montar a peça. Os livres pensadores creram que o progresso
depende da inteligência e criatividade do homem e não da revelação
de um deus que, se existe, não influencia os acontencimentos
naturais. Nietzsche ousadamente declarou que Deus morreu. Marx
acreditava que as forças determinantes econômicas produziriam uma
sociedade harmoniosa. Os que produzem segundo suas habilidades
supririam as necessidades de todos.
Um desencantamento tem ameaçado a utopia dos filósofos e
sociólogos. Os avanços científicos tem acarretado com alguns
elementos negativos. A rápida destruição da natureza, a poluição, o
aquecimento da camada de ar e o aumento do burraco de ozone,
provocados pelas emissões de gases, tem sido desalentador.
Doenças novas como AIDS e SARS tem sido inimigos da humanidade
difíceis de combater eficazmente. A violência no mundo, as guerras, a
incapacidade das autoridades controlar as drogas e o terrorismo,
todos são sintomas de um mundo que perde a esperança de encontrar
soluções humanistas definitivas para todos os problemas que afligem
a humanidade.
O cristão encara este quadro desalentador com uma avaliação
bíblica. “Todos pecaram e estão destituidos da glória de Deus”. A
corrupção do coração do homem leva à conclusão que a humanidade
nunca alcançará a perfeição do Paraíso sem a intervenção do Criador.
A exclusão de Deus pela mídia e a política escolar, é simplesmente
uma reação do coração soberbo que pensa que tudo pode por conta
própria.
A declaração da Bíblia que o Cristo ressurreto e entronizado
reinará até que ele ponha todos os inimigos debaixo dos seus pés é a
alternativa cristã. O último inimigo a ser vencido pelo Senhor é a
morte. Não adianta sonhar com um salto da humanidade até o Paraíso
sem que primeiro o pecado seja vencido pela nova criação e o juizo
final. Maranatha (Vem, Senhor).
O Evangelho
A. Rm 1.18 – A ira de Deus se manifesta contra toda impiedade
e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça.
B. O amor de Deus tem de seguir a compreensão do
profundidade da rebelião e pecado do homem. Rm 3. 10
“Como está escrito não há justo, nem um sequer”. Porque
todos pecaram e carecem da glória de Deus. Rm 3.23
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C. Em Rm 1 percebemos a gravidade do pecado dos homens
reside no fato que pecadores tendo conhecimento de Deus,
mas não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças,
antes, se tornaram nulos em seus próprios racioncínios
obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Trocaram a glória
de Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem
corruptível”.
D. Rm 5.12 ensina claramente que o pecado de Adão também
foi o pecado de todos os seus descendentes. Para de se
livrar desse pecado original que contamina a natureza
profundamente é necessário que o Segundo Adão se
encarne, cumpre toda a justiça (Mt 3.15), e providencie
redenção por meio de Jesus Cristo (Rm 3.24). Deus propôs a
Cristo no seu sangue como propiciação para que mediante a
fé manifeste sua justiça substitutiva. “Aquele que não
conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que , nele,
fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Co 5.21).
E. No mundo contemporâneo pecado não passa de um erro, e
isso somente quando prejudica os outros. A defesa do homem
secularizado é que não sou ruim. Não cometi nenhum crime.
Sou bem intencionado de modo se houver um juizo no futuro
certamente Deus me aceitará tal com sou.
F. O mundo complexo não acredita no inferno e nem no juizo de
Deus.que condenará todos que náo são justificados pela
morte de Cristo, aceita pela fé.
O Papa João Paulo II declarou que o inferno é a vida que nós
criamos para nos mesmos. Os sofrimentos de sta vida com
tantos problemas e dificuldades é suficiente inferno.
G. O mundo complexo moderno, se crer que existe uma vida
após a morte, não está esperando o juízo de Deus.
No curso (Cristianismo Investigado) preparado para evangelizar o
homem moderno inglês, a equipe de J. Stott, apresenta como nós
devemos fazer a nossa parte segundo 2 Co 4.1-6.
Enquanto o mundo capitalista que depende de marketing e engano.
O evangelho tem de ser apresentada como ele é, verdade como Deus
é verdade. Jo 14.6 e Deus não pode mentir.
1. Não age sem integridade – “NÃO ANDANDO COM ASTÚCIA”, v. 2
falamos a verdade com sinceridade genuina.
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2. Age com fidelidade – não distorcemos a Palavra de Deus” – temos
obrigação de falar toda a verdade, inclusive as partes duras.pecado, inferno, juízo, arrependimento.
3. Explica com inteligência e compreensão – “pela manifestação da
verdade’ (v. 2b) apresenta a verdade de maneira clara.
4. Manifesta humildade – não pregamos a nós mesmos, mas a Jesus
Cristo como Senhor. 4.5
Faz parte da complexidade do mundo pecaminoso em que vivemos
que os homens acham mais legal produzir sua própria justiça do que
humildemente, pela fé depender unicamente da justiça de Cristo
oferecida de graça para nós.
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