1º Workshop Geotécnico-Geológico das Catástrofes Naturais em
Santa Catarina
14 e 15 de abril de 2009
Florianópolis - SC
Escorregamentos de terra
O Evento de SC
Fernando A. M. Marinho
Universidade de São Paulo
NRPS – Núcleo Regional do Paraná e Santa Catarina
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Deus perguntou a Adão:
“comeste tu da árvore de que te
ordenei que não comesses”
Adão respondeu:
“A mulher que me deste por
companheira, ela me deu da árvore e
comi.”
• Deus não pediu uma explicação
• Adão que sentiu a necessidade de
explicar
• A explicação causal foi inventada pelo
Homem.
• A explicação (em geral) é usada
exclusivamente para passar a
responsabilidade.
The Art and Science of Cause and Effect (Judea Pearl )
• Naquele época apenas Deus, pessoas e animais
podiam ser causas das coisas.
• Objetos, eventos e processos físicos não tinham este
“poder”.
Os eventos naturais entraram como explicações de causa muito tempo depois.
Tempestades, terremotos, rupturas de taludes eram controlados por deuses
enraivecidos.
Assim estes eventos não podiam asssumir responsabilidade causal pelas
consequências.
É
necessário
Porque investigar?
• Para entender a formação e desenvolvimento de taludes
• Para conhecer os processos que contribuíram para a formação dos
taludes (naturais e antrópicos).
• Para obter o “grau” de estabilidade dos taludes sob várias condições.
• Para quantificar a influência dos trabalhos de engenharia e outras ações
em taludes existentes ou a serem projetados.
• Para facilitar o projeto de taludes rompidos.
• Para planejar as medidas de prevenção e remediação de rupturas.
• Para analisar as rupturas e definir as causas.
• Para poder estabelecer os riscos associados com os fatores externos.
U.S. Department of the Interior USGS
Fact Sheet 2004-3072
U.S. Department of the Interior
USGS
Fact Sheet 2004-3072
Redução da Resistência pelo Efeito da
Água
τ
Diminuição da
Sucção
c ' + (ua − u w )tgφb
Aumento de
Poro-pressão
σ
Variação Sazonal
Kathy Kimball
Variação Sazonal
Euclides et al (2008)
Campo Grande,
MS
Variação Sazonal
Zona Ativa
Perfil de Sucção
Variação Sazonal
N.A.
+
Causas
K sat < I ≤ f p
Capacidade de Infiltração
Precipitação
K sat < f p ≤ I
I < K sat
Mein & Larson
(1973)
• Ultrapassar a capacidade do solo de absorver água gerando pressões de água positivas.
• A água infiltrada atinge maiores profundidades.
• Chuvas prolongadas aumentam o “run-off”, mas as infiltrações continuam.
• Continua a alimentação de água para as camadas inferiores.
• O encontro da água infiltrada com o lençol freático pode gerar uma enorme pressão instan
• O preenchimento dos vazios do solo até o lençol freático cria uma grande coluna de á
Causas
Distribuição de umidade após
infiltração até (a) 25 cm and (b) 50
cm depth
Massoud
(1973)
ISBN 92-5-100276-2
Distribuição de umidade depois da
infiltração em dois tipos de solo
Soliman, 1968
Atingir profundidades maiores.
O encontro com o nível de água.
A recuperação do perfil difere de solo para solo
Nova chuva tem efeitos diferentes em diferentes
solos
Causas
Composição dos fatores declividade e infiltração
Oliveira e Augusto Filho (2005
Causas
Modelo de Fenômenos
Combinação de Fatores
Chuva
Inclinação
Declividade
Área da bacia
Altura da encosta
Uso e ocupação
Aspectos geológicos e Geotécnicos
Oliveira e Augusto Filho (2005)
Causas/Monitoramento
Kuala Tahan, Malásia, 1984;
Balanço hídrico
Variação Sazonal
Melbourne, Austrália, média de 30 anos
Johannesburg, Africa do Sul, 1987
Cape Town, Africa do Sul, 1992
Blight (1997)
Causas/Monitoramento Empírico
Monitorar a chuva é importante.
Mas é suficiente?
Ruptura
Sem Ruptura
Tatizana et al. (1987)
Os Eventos em
SC
4 mil deslizamentos
135 vítimas fatais
78 mil desabrigados
51 municípios atingidos
Fotos cedidas pelo Tenente Coronel BM Costa
Mulde - Timbó
Consequências
Ambiente modificado pelo Homem
Eventual barramento do riacho
Presença de muita água impedia a liberação da estrada
Estrada
Riacho
Corte
Tifa Smith- Timbó
Consequências
Vegetação Natural
Ambiente modificado pelo Homem
Ambiente modificado pelo Homem
Tubulação
Riacho
Casa
(nova)
Estrada
Poucas casas na região
Estrada totalemnte destruída e em risco
Planta
Benedito Novo – Rio das Antas
Consequências
Vegetação “Natural”
Desvio salvador
Formação de córrego
Blocos arremesados
Consequências
Vegetação Natural e Ambiente modificado pelo Homem
Sem entrar na “mata” não se percebe as rupturas.
Vegetação destruída ainda verde “esconde “ os degraus e trincas.
Vegetação Natural
Ambiente modificado pelo Homem
Viana e Souza (2009) - EPAGRI
Avaliação da ocorrência do uso e cobertura do solo
Baú Seco
Destruição da Infra-estrutura pública e privada
Rio
Vegetação Natural
Ambiente modificado pelo Homem
Mais um local de tragédia, localizado
na linha de drenagem natural
Ambiente modificado pelo Homem
Formação de um córrego
Destruição da Infra-estrutura pública e plantações
Reconstrução da infra-estrutura pública
Dois deslizamentos. O segundo com víti
Deslizamento com formação de
barramento de corrego
Foto tirada por um morador da região do Braço do Baú
“aqui morreu minha amiga Giane e a
mãe dela. Giane morreu na segunda
feira duas e meia da tarde” – Esta frase era o
nome do arquivo desta foto
Atuação Técnica nos eventos
• Analisou riscos de novos deslizamentos, com ou sem chuva.
• Definiu o retorno de moradores a suas casas, com ou sem limitações.
• Colaborou com os bombeiros nas avaliações dos riscos de regates onde
houve vítimas (resgate de corpos).
• Avaliou a infra-estrutura e a possibilidade de medidas emergenciais.
• Proporcionou um desafio profissional com uma carga emocional elevada.
Fotos tiradas por um morador da região do Braço do Baú
No Comando da Ação
Medidas (pós-eventos) de curto, médio e longo
• Redução dos efeitos danosos
prazo
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Educação
Previsão
Monitoramento (abrangência)
Definição de níveis de alerta
Visão geotécnica
• Conhecimento geológico/geotécnico
• Mapeamento de risco geotécnico
• Projeto
geotécnico
(ações
estabilizadoras)
• Legislação
Melhorar• Controle
o sistema de gerenciamento
de
emergências
Previsão
Emissão de alerta
Controle das ações na emergência
• Evacuação das áreas
• Busca
• Resgate
• Alimentos, medicamentos, etc…
Ações
Anos 80 – Prefeitura do Recife
Ações Massad et al (1998)
Ações
Sistemas de
Monitoramento
O que monitorar?
Chuva
Deslocamentos
Pressão da água
Teor de umidade do solo
Arnhardt et al. (2007)
Interpretação
Para discussão
Quais as consequências das mudanças climáticas sobre
empirismo ou semi-empírico geotécnico?
O monitoramento intenso é a solução?
Já havíamos tirado lições técnicas de eventos anteriores?
Quais lições iremos tirar deste evento?
As ações antrópicas são sempre responsáveis pelos
deslizamentos?
Pode haver rupturas sem chuva?
Novas chuvas causam novos deslizamentos?
Como formar membros da comunidade com “mentalidade
geotécnica”?
Participação fundamental :
Exercito Brasileiro
Força Aérea Brasileira
Oficiais da reserva
Policia Militar
Força Nacional
Corpo de bombeiros
Defesa civil (SP, MG, SC)
Governo de SC
IBAMA
Cruz Vermelha
UFSC
IG (SP)
IPT
DEINFRA
ABMS
Download

Variação Sazonal