DA EDUCAÇÃO INFANTIL À EDUCAÇÃO ESPECIAL - UMA
TRAJETÓRIA INCLUSIVA
Leila Salgado de Paula1
AV: Moacir Paletta, 1177, bl.3, apt.903, São Pedro, Governador Valadares – MG
Telefone: (33) 3225 6020 / 3225 4748 / 91231316
[email protected]
A inclusão consiste em adequar os sistemas sociais
gerais da sociedade, de tal modo que sejam eliminados os
fatores que excluíam certas pessoas do seu seio e mantinham
afastadas aquelas que foram excluídas (SASSAKl, 2005).
Acredito que seja importante iniciar nossa conversa com a reflexão de como vim parar
aqui entre alunos, professores de Educação Especial, psicólogos, dirigentes da Educação,
enfim, “educadores” que sonham com um sistema educacional e social mais inclusivo.
Dentro de mim tem um pouco de tudo. Um tanto de alegrias, outro tanto de angústias
e de expectativas nesta minha trajetória como “professora-aluna” de Educação Infantil,
psicóloga e coordenadora de um Centro de Atendimento Educacional Especializado,
CRAEDI.
Escrever minha trajetória profissional, minha vida relacionada à Educação,
principalmente à Especial, é registrar um crescimento diário no contato direto com toda a
diversidade que a escola comporta.
A experiência como professora regente me apresentou todas as necessidades que o
aluno com deficiência e seus educadores apresentam durante a caminhada educacional. Foi
nesse tempo de mestre, um tempo de apreensões, solidão, aprendizagens e emoções, que
nenhum livro é capaz de descrever. Aprendi com meus alunos o que passei a sonhar desde
então: Que todas as pessoas precisam apenas de oportunidades para demonstrar quão longe
podem chegar.
1
Secretaria Municipal de Educação de Governador Valadares / MG. Dirigente da Educação Especial/Inclusiva.
Coordenadora do CRAEDI - Centro de Referência e Apoio à Educação Inclusiva.
Estar à frente do serviço de Atendimento Educacional Especializado da Secretaria
Municipal de Educação de Governador Valadares, me permite contribuir para a transformação
do nosso sistema em um sistema educacional verdadeiramente inclusivo.
Isto me faz
acreditar que a inclusão pode, sim, ser uma realidade.
Memórias... Memórias... Como é bom tê-las! Elas me ajudaram a chegar até aqui e me
ajudarão muito, quando eu tiver que lembrar das minhas atuais lutas e conquistas. Que elas
sejam ferramentas para transformar minha prática educacional nos momentos em que eu
sentir que o que faço já não me satisfaz.
Escrevo e reescrevo há todo momento minha história de amor com o atendimento
educacional especializado. Caminhada que começou há 14 anos quando, aos 18, me formei
professora (dos anos iniciais) na cidade de Timóteo, coração do Vale do Aço, nas Minas
Gerais, onde lecionei por um ano.
No ano seguinte iniciei minha formação em Psicologia na cidade de Governador
Valadares e comecei a lecionar na escola pública para alunos da Educação Infantil.
A liberdade de organização do espaço, dos objetivos e das ações, própria da Educação
Infantil, contribuiu para que eu pudesse vivenciar junto aos meus pequenos grandes
aprendizes, momentos de recreação, construção de vínculos afetivos e aquisição de
conhecimentos sem qualquer tipo de discriminação.
A educação infantil me mostrou que as crianças, sejam elas deficientes ou não, têm as
mesmas necessidades básicas de brincar e receberem cuidados, afeto e proteção, e têm ainda,
os mesmos anseios de aprender e de se desenvolverem.
Foi recebendo na minha sala de aula alunos com deficiências, que aos poucos fui
reconhecendo que essas são apenas pessoas com possibilidades diferentes, com dificuldades
que se constituíam desafios para que eu, professora, pudesse rever minha função, meus
objetivos e, principalmente, minha prática enquanto educadora.
Na inexperiência dos meus poucos anos de magistério, com meus experientes alunos
fui aprendendo a brincar, brincando de aprender. Aprendi muito mais que ensinei. Aprendi
com eles e eles aprenderam entre si.
Muitos foram os momentos de angústia e de solidão. Muitas vezes nos foi cobrada a
escrita correta das palavras, a construção de textos, a alfabetização. Mas sem saber muito bem
o porquê, lá no fundo, meu desejo era de contar histórias pelo simples prazer de ver os
olhinhos deles brilhando, dentre eles, os de uma aluna com deficiência auditiva, que eu
colocava entre as pernas, para que pudesse me ouvir melhor.
Eu me realizava, brincando de ensinar as poucas expressões que eu dominava em
inglês para suprir a necessidade de mais atividades de um aluno superdotado, que já sabia ler
aos 4 anos.
Alegro-me ao lembrar de todas as manhãs, do ano em que eu deixei a minha mesa de
professora (transformada em biblioteca), para me sentar junto a uma aluna com deficiência
mental, que aos prantos se agarrava no meu braço e dizia: “Tia, eu só quero aprender!”.
Muitos foram os momentos de dramatização, jogos e brincadeiras onde todos
participavam e contribuíam com o que de melhor tinham a oferecer. Aos poucos eles foram
me ensinando o que é ser uma professora inclusiva, coisa que ainda estou tentando aprender a
ser.
Em 1999, me formei em Psicologia e comecei a utilizar meus conhecimentos no
trabalho com meus alunos, seus pais e os colegas professores. Naquele ano substituí por 30
dias a professora de uma sala “especial” de alunos repetentes, enturmados por nível de
aprendizagem de forma excludente e discriminatória.
Ficava profundamente incomodada,ao ouvir alunos de 8 anos me dizerem: “Nós
somos da sala ruim da escola”. Comecei a trabalhar com eles em grupos, incentivar a
organização do espaço e do pensamento, contar histórias, brincar, realizar cálculos mentais,
dramatizar, pensar, repensar, intuir, testar... Tudo o que eu tinha aprendido com meus
pequenos professores da Educação Infantil. Quando saí, a carinha deles havia mudado. Tive a
leve impressão de que eles ficaram mais felizes.
Alguns anos depois, um desses alunos já alfabetizado e cursando o Ciclo da Préadolescência, veio ao meu encontro dizendo: “Eu conheço você... Você é aquela professora
que me fez passar de ano com aquelas contas de matemática!” Fiquei na sua memória como
alguém que apostou nele, e ele ficou na minha para que eu não me esquecesse jamais que este
é o meu papel.
No final daquele ano, levantei a discussão sobre a ineficiência desta forma de
enturmação naquela escola e, ainda hoje, lutamos para que elas inexistam.
1. DIRIGINDO OS PRIMEIROS ESFORÇOS EM PROL DA INCLUSÃO
Em 2003 fui efetivada no cargo de Psicóloga da Secretaria Municipal de Educação de
Governador Valadares, recebendo a missão de estruturar o setor de Educação Especial da rede
municipal de ensino.
Ao assumir o cargo fiquei a me perguntar o que eu tinha a ver com a Educação
Especial, pois eu nunca havia realizado nenhum trabalho com alunos com necessidades
especiais. Esquecendo-me completamente da minha trajetória, comecei minha apresentação
para a nova equipe dizendo: “Não tenho nenhuma experiência no trabalho com crianças
especiais...” Que me perdoem meus pequenos mestres pelo esquecimento, mas somente após
iniciar meus estudos em Educação Especial, numa perspectiva inclusiva, é que, aos poucos,
fui dando conta de que há alguns anos a inclusão vinha sendo uma suave realidade para mim e
que, por isso, não era nada difícil pensar em sua implementação na escola regular.
Como dirigente da Educação Especial/Inclusiva pude implantar programa de formação
continuada para os professores, iniciar atendimento aos alunos com surdez e com deficiência
visual, bem como construir uma legislação municipal que contemplasse todos os serviços
necessários para oferecer atendimento educacional especializado, aos alunos com
necessidades educacionais especiais na rede municipal de ensino.
Em 2003, nosso município se tornou pólo do Programa “Educação Inclusiva: Direito à
Diversidade” – MEC, realizando seminários de formação de dirigentes e educadores de
Governador Valadares e vários municípios de região. Esses seminários contribuíram para a
sensibilização e capacitação dos profissionais da educação da rede pública, que puderam
conhecer um pouco mais sobre a diversidade presente na sala de aula, repensar suas práticas
educacionais e redirecionar o caminho da escola comum, visando a atender com qualidade
todos os seus alunos.
Fazer parte deste Programa significou o posicionamento de Governador Valadares
entre os municípios brasileiros que abraçaram de fato a causa da Inclusão.
2. CRAEDI - DO SONHO À REALIDADE
Estar à frente do setor de Educação Especial/Inclusiva me proporcionou ser capacitada
pela Secretaria de Educação Especial SEESP/MEC, receber materiais e fazer cursos de
formação, que contribuíram e, ainda, contribuem para que eu possa estruturar o atendimento
educacional especializado da rede municipal de ensino do município.
Em 2005, apresentei projeto para a criação de um centro de atendimento educacional
especializado, numa perspectiva inclusiva, para atender alunos com necessidades
educacionais especiais incluídos nas escolas municipais de Governador Valadares.
O CRAEDI – Centro de Referência e Apoio à Educação Inclusiva, órgão da Secretaria
Municipal de Educação de Governador Valadares, foi inaugurado em 09/11/2005. Oferece
atendimento educacional especializado, numa perspectiva inclusiva, aos alunos com
necessidades educacionais especiais incluídos nas escolas municipais, dentre eles: deficiência
auditiva, visual, mental, física, síndrome de DOWN, transtornos globais do desenvolvimento
e altas habilidades/superdotação.
O CRAEDI, idealizado e hoje coordenado por mim, surgiu para atender às
determinações da LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação e demais documentos
orientadores do MEC em relação ao apoio à inclusão educacional de alunos com necessidades
educacionais especiais.
O Centro possui uma equipe multiprofissional para oferecer atendimento educacional
especializado e atendimento clínico: Professora de Português/LIBRAS, Professora de
BRAILLE, Instrutora de LIBRAS, Pedagoga, Fonoaudióloga, Fisioterapeuta, Assistente
Social, Terapeuta Ocupacional, Psicóloga e Professoras de Educação Especial.
O Atendimento Educacional Especializado é realizado através de oficinas pedagógicas
sendo elas: Oficinas de Artes, Psicomotricidade, Conhecimentos, Linguagem, Português para
aluno com surdez, BRAILLE, LIBRAS e Programa de atendimento para alunos com Altas
Habilidades/ Superdotação.
O trabalho nessas oficinas proporciona o desenvolvimento de habilidades e
competências necessárias para a aprendizagem dos conteúdos específicos e estimula o aluno a
organizar e gerir seu próprio processo de aprendizagem e desenvolvimento, tornando-se cada
vez mais emancipado.
O Centro se preocupa ainda com a formação continuada para os professores das
escolas municipais, com o acompanhamento da prática docente e sensibilização da
comunidade escolar, buscando assim a promoção de uma educação de fato democrática e
eficaz.
3. DEFICIÊNCIA FÍSICA
O aluno com deficiência física, encaminhado para o CRAEDI recebe atendimento
Educacional Especializado nas oficinas de Conhecimento, Linguagem, Psicomotricidade e
Artes, além do acompanhamento com Fonoaudióloga, Fisioterapeuta e Terapeuta
Ocupacional. Essas profissionais orientam os professores das escolas municipais nas
adaptações necessárias, para melhor atender às necessidades de cada caso.
O aluno é estimulado para que faça uso dos recursos de comunicação alternativa e ou
aumentativa, materiais e jogos adaptados, que são construídos pelos profissionais do
CENTRO e ou da escola.
Os professores da escola são capacitados e orientados quanto à construção, adaptação
e a melhor utilização dos recursos disponíveis, necessários para que o aluno possa ter sua
acessibilidade garantida.
Oficina de Artes
O uso de materiais pedagógicos e equipamentos adaptados, dos recursos de
Comunicação Alternativa e Aumentativa e a preocupação com a acessibilidade arquitetônica e
bem-estar físico do aluno permitem ao mesmo ter acesso tanto ao conteúdo trabalhado quanto
às relações sociais estabelecidas.
Os professores do atendimento educacional especializado – CRAEDI com os
professores da escola comum da rede municipal de ensino trabalham numa parceria que
proporciona maior qualidade de vida ao aluno com deficiência no espaço escolar,
independência na realização de suas tarefas, ampliação de sua mobilidade e comunicação e
habilidade de seu aprendizado, facilitando sua permanência, com sucesso, na escola regular.
4. DEFICIÊNCIA MENTAL
O trabalho com o aluno com deficiência mental realizado pelo CRAEDI busca, através
das atividades de livre expressão, organização do pensamento e estimulação da linguagem,
proporcionadas pelas oficinas de Conhecimentos, Linguagem, Artes, Psicomotricidade e Préprofissionalizantes, desenvolver habilidades necessárias para que esse, possa se posicionar
como agente gerenciador do próprio saber, apropriando-se do mesmo.
O objetivo do trabalho é a emancipação desse aluno, trabalhando em grupo,
construindo, participando, escolhendo, pensando e repensando, constantemente, seu fazer.
E, ainda, busca-se capacitar as escolas para que, em vez de adaptar e individualizar o
ensino para atender alguns alunos, possam realizar uma mudança em suas concepções,
revendo seus objetivos e suas práticas de ensino. Assim, possam oferecer uma educação de
qualidade que contemple a todos.
A escola passa a ser desta forma um espaço de construção coletiva do saber, respeitando,
valorizando as diferenças e reconhecendo-as como elemento enriquecedor do ambiente de
aprendizagem.
5. DEFICIÊNCIA VISUAL - PROJETO COM TATO
O CRAEDI estimula a alfabetização em BRAILLE e oferece apoio aos alunos cegos e
com baixa visão incluídos nas classes regulares.
São desenvolvidas ações de Orientação e Mobilidade, Estimulação Precoce e
Atividades de Vida Diária, contemplando:
- Alunos do Ensino Fundamental
- Alunos do EJA – Educação de Jovens e Adultos
- Alunos da Educação Infantil.
Os professores da escola comum têm sua prática pedagógica acompanhada pelos
profissionais do CRAEDI, que orientam os mesmos na confecção e utilização de materiais e
equipamentos adaptados.
6. PESSOA COM SURDEZ - PROJETO VENCENDO O SILÊNCIO
Os alunos com surdez, incluídos nas escolas regulares municipais, recebem
atendimento educacional nas oficinas de LIBRAS; Português como 2ª língua; Artes e
Estimulação da Oralidade.
Os professores e intérpretes das escolas municipais têm seu trabalho acompanhado e
orientado pelas professoras do CRAEDI.
Português para alunos com surdez
Procuramos trabalhar com o aluno de forma a atingir o máximo de seu potencial, uma
vez que todas as estratégias são planejadas e utilizadas, pensando no aluno com surdez e sua
forma de aprender.
O trabalho com o aluno com surdez vai além do simples aprendizado e utilização de
LIBRAS na escola regular; necessitando de uma modificação das práticas pedagógicas
desenvolvidas.
Uma vez vencida a barreira da linguagem, esses alunos podem se apropriar das
informações e conhecimentos a que todos os outros alunos têm acesso. O acesso à língua e
conseqüentemente à comunicação total traz o acesso ao “Saber”, apreendido e compartilhado
no cotidiano escolar.
Métodos, estratégias, recursos didáticos e pedagógicos que busquem garantir o acesso
do aluno com surdez à aprendizagem efetiva na escola comum, norteiam nosso trabalho de
apoio ao aluno e a seus professores.
7. ATENDIMENTO AO ALUNO COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DA CAPACIDADE E DO TALENTO
Os alunos indicados pelas escolas municipais com altas habilidades/Superdotação,
iniciam a observação assistida no CRAEDI para confirmação da área de talento. Após os
resultados da observação, recebem atendimento especializado para o desenvolvimento de suas
potencialidades na área de talento que foi diagnosticado..
O trabalho com os alunos bem dotados visa ao desenvolvimento do potencial e do
talento, desde o 1º ano do Ciclo da Infância até o final do Ensino Fundamental.
O aluno é assistido por uma equipe de professoras do CRAEDI que organizam grupos
de interesses e projetos de pesquisa nas áreas de seu interesse e acompanham seu
desenvolvimento escolar através de visitas periódicas à escola.
Para se atingir o máximo do potencial, é necessário que o trabalho seja feito em
parceria com a comunidade. Somente um profissional de alto nível pode estimular o
desenvolvimento do potencial e do talento do aluno bem dotado, portanto os grupos de
interesse contam com profissionais da comunidade que voluntariamente trabalham com esses
alunos.
O papel do programa é o de suprir e complementar as necessidades educacionais
apresentadas, possibilitando o amplo desenvolvimento pessoal e criando oportunidades para
que os bem dotados encontrem desafios compatíveis com suas habilidades.
Grupo de Interesse – Alunos com altas habilidades
8. PROGRAMA DE OFICINAS PARA A FAMÍLIA
O Programa de Oficinas para as famílias surgiu da necessidade de criar oportunidade
de geração de renda para a família dos alunos atendidos pelo CRAEDI.
Consiste em oferecer às mães e aos pais a possibilidade de realizarem cursos de
cabeleireiro, corte e costura, culinária, dentre outros, enquanto seus filhos são atendidos no
Centro.
Para a oferta dos referidos cursos, o CRAEDI busca parceria com instituições que já
realizam cursos para a comunidade.
A primeira parceria firmada atende 50 pais de alunos com necessidades especiais do
CRAEDI.
Tais parcerias visam auxiliar as famílias com ações de geração de renda, ao mesmo
tempo em que despertam nelas o desejo de buscar uma melhor qualidade de vida.
9. ESTRUTURAÇÃO DOS ATENDIMENTOS DO CRAEDI
9.1 Oficinas Pedagógicas
Objetiva atender às necessidades dos alunos em todas as áreas de conhecimento:
Oficinas
Objetivos
Artes
Possibilitar a criação artística através da livre expressão.
Nº Alunos
40 ALUNOS
Pintura, decopagem, modelagem, desenho, dramatização,
dentre outros.
Conhecimentos
Permitir a exploração do trabalho com textos de vários
40 ALUNOS
gêneros e ampliar conhecimentos do mundo através da
pesquisa e do compartilhar experiências.
Linguagem
Explorar a linguagem oral e/ou escrita em situações diversas
23 ALUNOS
de comunicação, construindo ou reconstruindo textos
criativamente, utilizando a poesia, a teatralização, dentre
outras formas de expressão.
Movimento
Trabalhar, através da expressão corporal, música, teatro,
25 ALUNOS
trabalhos manuais, brincadeiras, todas as formas de expressão
através do corpo e seus movimentos.
9.2 Projeto Vencendo o silêncio
Oferece atendimento educacional aos alunos surdos e deficientes auditivos.
Modalidade
Atendimento recebido
Alunos
Classes
Inclusão dos alunos nas classes regulares com intérpretes.
32 alunos
Regulares
Durante toda a escolarização, o aluno recebe atendimento
Atendimento
especializado:
Educacional
- LIBRAS
Especializado/
- Português/2ªLíngua;
CRAEDI
- Oficina de Artes;
32 alunos
-Capacitação de professores, pais e intérpretes.
- Preparação para o trabalho
9.3 Projeto Com Tato
Oferece atendimento especializado aos alunos cegos e com baixa visão
Classes Regulares
Atendimento Educacional/CRAEDI
Número de alunos
- Os alunos cegos e com
baixa visão são incluídos
desde a Educação Infantil
nas classes regulares das
escolas municipais.
- Estimulação precoce;
-AVDs- Atividades de vida diária;
- Ensino do BRAILLE;
- Noções de orientação e mobilidade;
- Oficina de Movimento;
- Adaptação de recursos didáticos e materiais
às necessidades do aluno;
- Capacitação de professores.
06 alunos da
Educação Infantil
13 alunos do ensino
Fundamental
11 alunos do EJA
9.4 Programa de Capacitação por Adesão
Capacitação de Educadores das escolas regulares municipais
Alguns dos Cursos Oferecidos
Ano
Número de
participantes
- Curso de Formação de Gestores e Educadores do
2004, 2005,
745 professores de
Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade/40
2006 e 2008
Valadares
horas – MEC
160 educadores de
102 municípios da
região
- Saberes e Práticas da Inclusão/ 120 horas – MEC
2006 e 2007
167 educadores
- LIBRAS para Educadores e Intérpretes /52 horas
2005, 2006 e
50 educadores
2007
- Inclusão do Aluno com Baixa Visão /16 horas – MEC
2007
50 educadores
- Inclusão do Aluno com Deficiência Mental
2007 e 2008
30 professores
- Inclusão do Aluno com Autismo
2007 e 2008
30 professores
- Projeto Educar na Diversidade/ 40 horas – MEC
2007
54 professores
9.5 Outras ações
Serviço de Itinerância
Professores e técnicos do CRAEDI fazem visitas
periódicas às escolas regulares para orientação de
professores/ educadores e apoio aos alunos incluídos.
“Parceiros da Inclusão”:
Parceria com profissionais liberais e instituições que
Encaminhamento para serviços
atendem gratuitamente alunos e pais:
complementares
- CVT – Centro Vocacional Tecnológico,
- UNIVALE /Universidade Vale do Rio Doce
(Informática, odontologia, fisioterapia, psicologia,
turismo)
-Secretaria Municipal de Assistência Social,
Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Municipal de
Cultura Esporte e Lazer
- Psiquiatras, Neurologistas,Psicólogos, Oftalmologistas
e outros.
Oficinas de
O CRAEDI, em parceria com a APAE/GV, oferece
Preparação para o trabalho
oficinas de preparação para o trabalho a alunos que
tenham recebido o benefício da Terminalidade
Específica.
O CRAEDI visa a acompanhar o processo de escolarização do aluno com necessidades
especiais desde a Educação Infantil até o seu ingresso no mercado de trabalho, contemplando
ações voltadas para o desenvolvimento do aluno, o trabalho com a família e a capacitação dos
educadores das escolas regulares, que são os agentes principais deste processo de inclusão.
Hoje, passados mais de dois anos desde a sua criação, é possível sinalizar que o
CRAEDI vem cumprindo, através de suas ações, com o propósito a que se destina: apoiar o
município em sua busca por se tornar um Sistema Educacional Inclusivo, firmando-se nos
pensamentos de ARMSTRONG (1999) “inclusão é um sistema de educação que reconhece o
direito a todas as crianças e jovens a compartilharem de um ambiente educativo em que todos
sejam valorizados por igual, com independência das diferenças percebidas quanto à
capacidade (...) ou estilo de aprendizagem”.
Através das ações desenvolvidas pelo Centro, a rede municipal de ensino de Governador
Valadares tem aumentado a cada ano o número de alunos com necessidades especiais incluídos
em suas escolas regulares.
Em 2005 eram 167 alunos incluídos. Hoje 280 alunos, de todas as escolas municipais,
recebem no contra-turno atendimento educacional especializado. Seus professores têm seu
trabalho orientado e acompanhado pela equipe especializada, além de receberem
sistematicamente formação continuada.
As Oficinas para Pais vem contemplando um número cada vez maior de famílias que,
com o apoio de parceiros, conseguem tornar-se economicamente ativas.
Através do Projeto “Parceiros da Inclusão” temos aberto portas para que nossos alunos
tenham acesso a espaços e serviços pouco ou nada acessíveis a eles. Estas parcerias significam a
inclusão desses alunos em cursos, serviços de saúde e até mesmo no tão almejado mercado de
trabalho.
Acreditamos que o CRAEDI tem se tornado, ao longo desses poucos anos, um espaço
de reconhecimento e valorização das potencialidades de cada um de seus envolvidos.
DADOS
2005
2006
2007
2008
Alunos Atendidos
75
168
186
280
Escolas Acompanhadas
08
33
38
43
Professores Capacitados
190
248
262
328
Famílias Assistidas
12
78
140
224
Alunos Encaminhados Para Serviços
00
32
45
123
Complementares
Dados referentes aos serviços oferecidos pelo CRAEDI
A conjugação do verbo incluir em todos os seus tempos e modos impulsionam hoje a
equipe deste Centro. Orgulha-nos perceber que através de nossas ações a escola, seus
professores, pais, alunos com e sem deficiência podem hoje se sentir menos solitários.
Nossas práticas e intenções inclusivas são como sementes delicadamente plantadas em
cada professor orientado, em cada diretor sensibilizado, em cada pai acolhido, em cada aluno
atendido.
Temos consciência de que ainda há muito a fazer. Poucas são as sementes e muitos são
os jardins. Estamos a trilhar devagar, cuidadosamente e de fato, o longo caminho da inclusão.
Tento a cada passo não me deixar esquecer o pedido emocionado feito por minha pequena
aluna: “Tia, eu só quero aprender!”
REFERÊNCIAS
ARMSTRONG, F. Inclusion, curriculum and the struglle for space in school. Internacional
Journal of Inclusive Education, v.3, n.1, p.75-87, 1999.
BRASIL. Atendimento Educacional Especializado: Formação de professores para o
atendimento educacional especializado. Ministério da Educação/ SEESP São Paulo: 2007.
BRASIL. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Ministério
da Educação / SEESP. Brasília: 2001.
BRASIL. Declaração de Salamanca e Linha de ação sobre necessidades educacionais
especiais. Ministério da Justiça / CORDE. Brasília: 1994.
BRASIL. Educação Inclusiva – Atendimento Educacional Especializado para a Deficiência
Mental. Ministério da Educação / SEESP. Brasília: 2006.
BRASIL. Lei n. 8.069/90, de 13 de julho de 1990; Lei n. 8.242, de 12 de outubro de 1991.
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília: 2003
CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE GOVERNADOR VALADARES.
Resolução nº02 de 13 de julho de 2005. Normatiza para o Sistema Municipal de Ensino de
Governador Valadares as diretrizes da Educação Especial na Educação Básica. Governador
Valadares: 13 jul. 2005.
CRESS 6º R. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Coletânea de Leis. Belo
Horizonte: 2004.
CRESS 6º R. Declaração Universal dos Direitos Humanos – Coletânea de Leis. Belo
Horizonte: 2004.
SASSAKl, Romeu Kazumi. Inclusão: O paradigma do século 21. Inclusão: Revista da
Educação Especial/Secretaria de Educação Especial, Brasília: v.1, n.1,p. 21, out. 2005.
Download

da educação infantil à educação especial