Resumos do 56º Congresso Nacional de Botânica. Tendências adaptativas dos elementos vasculares do xilema secundário de Calophyllum brasiliense Cambess. (Clusiaceae) e Tapirira guianensis Aubl. (Anacardiaceae) NELSON LUIZ COSMO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ ALESSANDRA MARA GOGOSZ - EMBRAPA FLORESTAS FRANKLIN GALVÃO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, DCF PAULO CESAR BOTOSSO - EMBRAPA FLORESTAS, CNPF YOSHIKO S. KUNIYOSHI - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, DCF CARLOS V. RODERJAN - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, DCF PATRICIA POVOA DE MATTOS - EMBRAPA FLORESTAS, CNPF [email protected] Diversos trabalhos têm demonstrado a estreita relação entre os elementos vasculares do xilema e as condições ambientais de crescimento das plantas, em especial, quanto aos aspectos adaptativos e funcionais, envolvendo eficiência e segurança na condução. Neste estudo, foram realizadas observações qualitativas e quantitativas dos elementos de vaso em Calophyllum brasiliense e Tapirira guianensis, visando à identificação de possíveis tendências ecológicas de adaptação dessas espécies a diferentes tipos de solo. Ambas podem ser encontradas no litoral paranaense, crescendo em condições semelhantes, em solos de significativa fragilidade, daí a importância de se conhecer melhor tais espécies. Amostras de madeira foram coletadas próximas ao câmbio das árvores, pelo método não destrutivo, à altura do peito (1,30 m), em áreas de Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas, no litoral paranaense. Foram selecionadas árvores adultas de T. guianensis (11 indivíduos) e C. brasiliense (16), sendo, 5 e 6 indivíduos em Organossolo; 6 e 10 em Espodossolo, respectivamente. Foram preparados cortes histológicos e de material dissociado para análises microscópicas e montados em lâminas permanentes. As espécies apresentam algumas características comuns quanto aos elementos de vaso. Ambas têm porosidade difusa, com vasos predominantemente solitários, com seção circular e oval, apêndices curtos e placas de perfuração simples. Foi observada a presença de traqueídes vasicêntricos em C. brasiliense. Considerando valores médios, nessa espécie a freqüência de vasos é menor (1-6-11 vasos/mm2), o comprimento (333607-970 µm) e o diâmetro tangencial dos elementos de vaso (60-148-263 µm) são maiores que em T. guianensis, que tem freqüência de 8-14-24 poros/mm²; comprimento de 338-520-723 µm e diâmetro tangencial de 64-102-143 µm. Foram calculados os índices de vulnerabilidade (diâmetro de vaso / freqüência por mm²) e de mesomorfia (vulnerabilidade x comprimento de vaso). Os maiores índices foram obtidos por ambas as espécies em Organossolo, onde as árvores crescem em substrato saturado durante a maior parte do ano (solos hidromórficos) e tendem a ter vasos de maior diâmetro (maior eficiência na condução) e menor freqüência. Em condições de melhor drenagem e eventual déficit hídrico, como no caso de Espodossolo, a tendência é de que se desenvolvam vasos de menor diâmetro, propiciando maior segurança. Apoio: Fundação Araucária