Boletim ICVSM Índice do Custo de Vida de Santa Maria nº 16 Setembro/2007 PROEX Pró-Reitoria de Extensão NEPE Núcleo Econômico de Pequisa e Extensão - Curso de Economia EVOLUÇÃO DO CUSTO DE VIDA EM SANTA MARIA EM AGOSTO DE 2007 Em agosto, o custo de vida em Santa Maria, medido pelo ICVSM, registrou pequena alta de 0,25%. Ao contrário do mês de julho, que apresentou o maior aumento no custo de vida dos santa-marienses no ano (0,88%), em agosto, os preços dos 1015 produtos acompanhados pelo ICVSM, na média, apresentaram um dos menores percentuais de reajustes em 2007. Conforme mostra a figura 1, taxa menor só ocorreu em junho (0,19%). No acumulado dos primeiros oito meses de 2007, a variação do custo de vida na cidade foi de 4,18% e, nos últimos dozes meses, de 5,61%. A análise por grupos de produtos que compõem ICVSM mostra transporte como o grupo líder em reajuste de preços no mês de agosto (+2,15%). 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 0,00 Mar Abr Mai Jun Jul Jul Figura 1. Variação percentual mensal do Índice do Custo de EQUIPE TÉCNICA: NEPE – Núcleo Econômico de Pesquisa e Extensão do Curso de Economia Professores: José Maria Dias Pereira (Coordenador Geral), Valduino Estefanel (Coordenador de Estatística), Herton Castiglioni Lopes, Marcelo Arend e Raquel Lorensini Alberti (Analistas Econômicos) Acadêmicos: Antônio Ricardo Sones Henriques, Diogo Mazui Silva, Mauro César Batista Nogueira, Paula Machado Inchauspe, Patrícia Dornelles de Aguiar e Rodrigo Gayer (Pesquisadores) CPD – Centro de Processamento de Dados da UNIFRA Prof. Elton Regis C. Spode (Coordenador de Programação) Gláucia L. de Oliveira (Programadora) Camila Monego Moreira (Webmaster) Laboratório de Multimídia do Curso de Comunicação Social da UNIFRA Prof. Gabriel Görski (Coordenador) Esse resultado destoa do mês de julho, quando transporte (-1,25%) vinha “segurando” o índice geral enquanto a alimentação (+2,84) havia sido o grupo que ficou muito à frente dos demais em termos de aumento de preços. Em agosto, essa situação inverteu-se e os preços do grupo alimentação, na média, sofreram pequena redução (-0,08%) em relação ao mês anterior (ver tabela 1). Isso ocorreu porque produtos alimentícios, cujos preços subiram muito em julho foram reajustados para baixo em agosto (exemplo: o preço do leite longa vida caiu 5%, em média, em agosto). Em contrapartida, a gasolina comum aumentou de preço +5,3%, enquanto o álcool combustível e a gasolina especial variaram +4,9%. Não é demais lembrar que os combustíveis têm peso elevado no cálculo do ICVSM. O pequeno aumento (+2%) no preço das passagens aéreas também repercutiu no grupo transporte. Vida de Santa Maria (ICVSM), nos últimos seis meses. Tabela 1. Variação e contribuição do Índice do Custo de Vida de Santa Maria (ICVSM) em agosto de 2007 (base: dezembro de 2005)*. Índice Peso (%) Julho Agosto Variação no mês (%) Contribuição no mês (%) Variação em 2007 (%) Últimos 12 meses (%) 1) Alimentação 25,12 116,67 116,57 -0,08 -0,02 10,83 15,30 2) Habitação 26,07 105,69 105,66 -0,02 -0,01 1,43 1,21 3) Artigos residência 3,03 96,31 94,52 -1,86 -0,05 1,56 -0,36 4) Vestuário 5,26 110,01 111,39 1,25 0,07 13,96 8,16 5) Transporte 16,21 99,30 101,44 2,15 0,32 -1,22 0,79 Grupo 6) Saúde e Cuidados pessoais 7,32 110,22 110,87 0,59 0,04 5,70 10,93 7) Despesas pessoais 5,75 112,19 112,16 -0,03 0,00 3,32 5,63 8) Educação 2,90 104,63 105,00 0,36 0,01 2,83 2,25 9) Comunicação 8,34 93,69 92,17 -1,62 -0,12 -2,89 -3,64 100,0 107,03 107,30 0,25 0,25 4,18 5,61 Geral *Valores sujeitos a retificações. 1 Boletim nº 16: Índice do Custo de Vida de Santa Maria Setembro de 2007 O grupo vestuário sofreu variação de +1,25%. Os maiores aumentos de preços ocorreram em cortinado (+14,3%), fraldas descartáveis de criança (+9,8%) e camisas masculinas (+7,9%). A predominância de baixas temperaturas no mês de agosto repercutiu no preço de algumas roupas de inverno, que contribuíram para o resultado positivo observado no grupo. É o caso dos tênis infantis (+13,1%), dos sapatos e botas masculinas (+9,1%), das calças femininas (+7,7%), masculinas (+4,3%) e infantis (+7,6%). Os artigos do grupo saúde e cuidados pessoais, apesar de, na média, não terem sofrido variação altista relevante (+0,59%), estão entre aqueles que individualmente tiveram os maiores aumentos absolutos de preços conforme é possível constatar na figura 3. Dentre eles destaca-se: Shampoo (+14,8%), armação de óculos (+14,3%), analgésicos e antitér micos (+13,2%), guardanapos e lenços de papel (+11%) e aparelhos de barbear descartáveis (+7,9%). O grupo educação manteve-se praticamente estável, com aumento de +0,36%. Esta pequena variação é explicada por não se tratar de início de ano letivo, período em que normalmente os preços dos produtos e serviços que compõem o grupo são reajustados. Apesar disso, o índice captou reajuste nos preços das mensalidades dos cursos de informática (+ 4,2%) e das creches (+2,5%). Já os preços das revistas e periódicos foram reajustados em +1,9% e o transporte escolar em +1,8%. A queda mais significativa nos preços médios foi observada no grupo artigos de residência (-1,86%). As maiores baixas de preços ocorrem em produtos de alta tecnologia, cuja importação de componentes atualmente é favorecida pela diminuição da taxa de câmbio (valorização da moeda nacional). Nesse sentido, os destaques do mês de agos to foram aparelhos de DVDs (-7,6%), microcomputadores (-4,6%) e máquinas de lavar roupa (-3,7%). Também os móveis domésticos apresentaram redução nos seus preços médios, como foram os casos dos armários de cozinha (–8,8%), dos colchões (–5,6%) e mesas e cadeiras de cozinha (- 4,2%). Por outro lado, a pesquisa mensal detectou aumento no preço do forno elétrico (+1,8%), das TVs a cores (+1,6%) e dos chuveiros e duchas elétricos (+0,7%). O grupo comunicação sofreu variação de – 1,62% em relação ao mês anterior. Mais uma vez, o maior responsável pela variação observada no grupo foi a baixa de preço nos aparelhos telefônicos celulares (-14,5%). A constante variação nos preços desse produto ocorre em função de sua rápida defasagem tecnológica. Periodicamente, aparelhos de modelos antigos existentes no mercado são substituídos por novos, o que acaba repercutindo no valor dos modelos ultrapassados, que são ofertados com preços menores. O grupo alimentação, como já foi mencionado, apre2 sentou deflação de preços (-0,08%). As quedas mais significativas ocorreram em algumas frutas que estão com maior oferta nessa época do ano. Dentre estas estão: manga (-44,3%) e mamão (-9,6%). Ainda reduziram-se de preço a cachaça (-13,8%), a cebola (-12%), a farinha de mandioca (-11,7%) e o vinho (-9,8%). As maiores variações positivas, por sua vez, foram observadas em produtos fora da época ou que estão saindo de estação. Dentre estas estão frutas e hortaliças como: a bergamota (+60,3%), o tomate (+53,4%), a uva (+43,1%), a rúcula (+38,3%) e a cenoura (+31,4%). A figura 2 apresenta os produtos alimentícios que mais varia ram de preço no mês de agosto. Shampoo Cortinado Armação de óculos Analgés ico e antitérmico Tênis de criança Figura 2. Produtos alimentíciosVestid como maiores de mulher altas e one celular baixas de preço em Santa Maria emTelef agosto de 2007. Hormô nio Reméd io anti-neoplásico Óculos sem grau -25 -20 -15 -10 -5 0 5 10 15 Variação (%) Figura 2. Produtos alimentícios com maiores altas e baixas de preço em Santa Maria em agosto de 2007. Finalmente, os preços dos produtos e serviços que compõem o grupo habitação e despesas pessoais apresentaram-se praticamente constantes no mês de agosto em relação ao mês anterior (variações de –0,02% e –0,03%, respectivamente). No grupo habitação, reduziram-se de preço produtos como azulejo e piso (-5,9%), amaciantes de roupa (-5,6%) e desinfetantes (-4,3%). Aumentos de preços foram observados em carpetes (+4,7%), detergente líquido (+3,3%) e telhas de construção (+2,6%). No grupo de despesas pessoais, as maiores altas de preço foram registradas em: mensalidades de clubes (+9,1%), revelação e cópia de fotografias (+7,8%). Shampoo Cortinado Armação de óculos Analgés ico e antitérmico Tênis de criança Vestid o de mulher Telef one celular Hormô nio Reméd io anti-neoplásico Óculos sem grau -25 -20 -15 -10 -5 0 5 10 15 Variação (%) Figura 3. Produtos não alimentícios com maiores altas e baixas de preço em Santa Maria em agosto de 2007. Boletim nº 16: Índice do Custo de Vida de Santa Maria Setembro de 2007 Economia & Finanças DESTAQUE Agronegócio vai de “vento em popa” O agronegócio vive seu melhor momento nos últimos anos. O entusiasmo é tanto que alguns chegam a prever que um novo ciclo de prosperidade para o campo está chegando. Essa previsão leva em conta a manutenção do cenário externo favorável, que mantém a demanda mundial por commodities fortemente aquecida. A safra de 2007-2008 promete ser a maior da história do país, a qual, aliada a uma conjuntura de recuperação dos preços, deverá trazer bons lucros para o setor agropecuário. O ambiente propício à produção de produtos primários fica aparente ao se verificar a pauta de exportações brasileira: são os produtos oriundos desse setor que mais contribuem para os saldos comerciais positivos dos últimos anos. O elevado quantum de exportações de commodities vem inclusive auxiliando o país a equilibrar suas contas externas, em decorrência da tendência ascendente de crescimento das importações de manufaturados. A tendência de elevação dos preços das principais commodities produzidas pelo Brasil deve provocar, para o próximo ano, uma renda extra de, pelo menos, R$ 33 bilhões. A figura 4 mostra a estimativa de ganhos adicionais para o próximo ano para os principais produtos primários produzidos no Brasil. 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Soja Milho Carne Leite Trigo Avicultura Café Cana-deaçucar Arroz Figura 4 – Renda extra em relação a 2007, por produto, em R$ Bilhões Os produtores de soja poderão arrecadar R$ 7,3 bilhões a mais em 2008, em relação a 2007. Após três anos de dificuldades, a área plantada equipara-se a da safra recorde de 2004/2005, devendo crescer a 22,8 milhões de hectares, 7% acima da verificada no ano passado e a safra pode chegar a 63,3 milhões de toneladas. O plantio de soja volta a crescer porque os preços internacionais atuais garantem novo patamar de rentabilidade aos produtores brasileiros. Na Bolsa de Chicago, o preço futuro da oleaginosa para 2008 está em patamar elevado – o sexto maior da história. Analistas do setor afirmam que, devido a crescente demanda da China, a tendência de elevação dos preços da soja continuará, sendo assegurado um elevado retorno pelos próximos quatro anos. A alta dos preços da soja permite até que produtores de regiões de fronteira, como Tocantins, venham a obter boa rentabilidade, embora em patamares menores do que os dos principais estados produtores. Conforme mostra a figura 5, a boa produtividade das regiões Sul e Centro-Oeste é um dos motivos de o plantio atingir uma área recorde nessas regiões, principalmente nos estados do Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul. Os produtores do Sul vão dedicar 9,1 milhões de hectares para a soja nesta safra de verão. Na região Sudeste, mesmo com o avanço da cana-de-açúcar, há uma recuperação de área da soja de 5%. Mas o grande Estado produtor da oleaginosa é o Mato Grosso, que também possui a maior área plantada. O cenário para os produtores de milho também é otimista. Isso ocorre porque os EUA, cada vez mais, demandam o grão para a produção de biocombustíveis. Por causa disso, sobra menos produto para os norte-americanos exportarem para o resto do mundo e o Brasil aproveita essa brecha para aumentar a sua participação no comércio mundial. A renda extra estimada para os produtores de milho no próximo ano é de R$ 6,2 bilhões. Em relação à pecuária, que vinha apresentando valores baixos de negociação nos últimos três anos, a perspectiva também é de bons negócios. Segundo estimativas, a partir do próximo ano haverá uma queda acentuada na oferta de gado pronto para o abate, o que deve puxar os preços ainda mais para cima. 18.000 16.000 14.000 12.000 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 MT PR RS GO MS Área (em mil hectares) MG BH SP MA TO Produção ( em mil toneladas) Figura 5 - Desempenho nos principais estados, em área e produção do Soja O setor de leite também mostra recuperação. No mercado interno há uma disputa pelo leite entre as indústrias beneficiadoras do produto. No mercado internacional, a oferta sofreu redução por parte dos produtores tradicionais, como a Austrália, e houve uma maior demanda pelo produto pela incorporação do leite na dieta dos asiáticos, sobretudo os chineses. Todos os fatores contribuem para a elevação do preço do leite, e os produtores deverão arrecadar R$ 3,4 bilhões a mais no ano de 2008. Outra informação relevante do agronegócio é a de que o Brasil vai perder o posto de maior produtor de açúcar do mundo, mesmo que tenha produção recorde de cana-de-açúcar na safra 2007/2008. No Brasil, é esperada safra recorde de cana-de-açúcar, mas uma parte cada vez maior está sendo usada para produzir o etanol. A explicação para a migração para o etanol é a queda nos preços do açúcar: de fevereiro para cá, redução foi de 22%, em dólares, e de 28%, em reais. Praticamente todas as regiões do Brasil terão rendas extras, em vários produtos, decorrentes da produção ligada ao campo (tabela 2). Destaca-se a região Sul, tradicionalmente especializada na produção primária, como a maior beneficiada pelo bom momento do agronegócio. Outro fator importante relacionado ao novo ciclo de prosperidade é o de que ele tenderá a dinamizar mais o interior país, não se reservando somente aos grandes centros o papel de gerador de emprego e renda. O agronegócio terá papel importante também para conter a tendência de alta dos preços da alimentação, que vem sendo registrada nos índices do custo de vida. Tabela 2 – Renda extra em relação a 2007, por produto e por região Região Carne Leite Soja Milho Trigo Avicultura Café Cana Arroz Suínos Total Sul 644 918 2.774 3.038 2.340 1.272 607 300 690 180 12.763 Sudeste 874 1.292 511 1.302 156 648 1.100 1.565 20 68 7.536 C. Oeste 1.564 510 3.358 1.364 104 264 - 300 100 48 7.612 Nordeste 690 408 511 372 - 192 585 135 90 84 3.067 Norte 828 272 146 124 - 21 100 - 100 20 1.611 Total 4.600 3.400 7.300 6.200 2.600 2.397 2.392 2.300 1.000 400 32.587 Por fim, cabe alertar que as perspectivas otimistas projetadas baseiam-se na hipótese de que o atual cenário favorável de expansão da demanda e preços por produtos do setor primário no mercado internacional não será alterado. Não há nenhuma garantia, de fato, que isso venha a ocorrer. A maior abertura da nossa economia, ao mesmo tempo em que colhe benefícios da expansão da economia mundial, nos torna também refém de suas crises sistêmicas. O contágio das Bolsas mundiais a um problema imobiliário específico dos EUA (“subprime”), no mês de agosto, é um exemplo disso. Pode ter sido uma nuvem passageira, mas pode também ser sinal de que a tempestade está próxima. Se o vento soprar em direção contrária e a economia mundial se desacelerar, as boas novas do agronegócio irão por água abaixo. 3 ESPECIAL O déficit nas transações com o exterior Favorecido por um cenário externo extremamente favorável, Lula tem tido, até agora, no bom desempenho das contas externas talvez o principal ponto forte de seu governo. Alguém pode lembrar da estabilidade de preços, mas essa conquista pertence ao governo anterior. Aliás, o preço da estabilidade pago pelo governo FHC foi justamente o grande desequilíbrio nas contas externas, causado pela sobrevalorização do real, que favorecia as importações e prejudicava as exportações. Mas, é bom lembrar também, que FHC enfrentou duas graves crises internacionais e, na última delas (Rússia), diante da enorme perda de reservas cambiais, não conseguiu mais segurar o câmbio que, daí em diante, passou a flutuar conforme a oferta e demanda de divisas no mercado. O leve, mas contínuo movimento de apreciação do real frente ao dólar (queda da taxa de câmbio), dos últimos meses, parece estar contribuindo para reverter o otimismo no “front” externo. No mês de julho, pela primeira vez desde janeiro de 2006, o saldo em Transações Correntes do Balanço de Pagamentos do país apresentou um déficit de US$ 717 milhões. Essa conta, conforme mostra a tabela 3, resulta da dife rença entre o saldo da Balança Comercial (positivo) e o do Balanço de Serviços e Rendas (negativo) mais Transferências Unilaterais (positiva). Sempre que acontece um déficit em Transações Correntes, o país precisa usar parte das reservas cambiais (ou contrair empréstimos externos) para fechar o seu Balanço de Pagamentos. O resultado da Balança Comercial demonstra que a diminuição da taxa de câmbio provocou um forte crescimento das importações, que, em julho, aumentaram 35% em comparação com igual período do ano passado. A diminuição do superávit só não foi maior porque as exportações continuam tendo bom Nota técnica: O Índice do Custo de Vida de Santa Maria (ICVSM), calculado pelo Núcleo Econômico de Pesquisa e Extensão (NEPE), do curso de Economia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), mede a variação de preço de produtos consumidos por famílias residentes na zona urbana da cidade, com renda entre um e oito salários-mínimos. Sua estrutura foi organizada com base numa Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), executada em 2004/2005, tendo como base uma amostra extraída do cadastro do IPTU. O cálculo do índice é feito pela fórmula de Laspeyres e sua base é dezembro de 2005 (ver sobre a metodologia do índice no Boletim ICVSM nº 1, no portal da UNIFRA, na internet). Os produtos foram divididos em nove grupos, cujos preços foram coletados conforme quadro ao lado. 4 desempenho, apesar da queda da taxa de câmbio. Isso ocorre porque a perda do câmbio tem sido compensada pelo aumento do preço das commodities no mercado internacional, mantendo praticamente constante o valor das exportações. Tabela 3 - Resultado das contas externas - Julho 2007 Resultado Balança Comercial (1) • Exportações • Importações Balanço de Serviços e Rendas (2) • Juros • Viagens internacionais • Lucros e dividendos • Outros Transferências unilaterais (3) Saldo em Transações Correntes (1) + (2) + (3) Apesar dos juros pagos aos credores externos já não pesar tanto, principalmente por causa da diminui ção da dívida externa do governo, o pagamento que as empresas fazem aos bancos estrangeiros ainda continua alto. Mas, sem dúvida, o que mais contribuiu para o déficit do Balanço de Serviços e Rendas foi a remessa de lucros e dividendos que as multinacionais que operam no Brasil enviaram para suas matrizes no exterior (US$ 2,1 bilhões). Estimulado pelo processo de privatização e pela fragilidade do capital nacional, o capital financeiro ocupa hoje espaço privilegiado nos setores mais lucrativos da economia brasileira. Diante do excesso de liquidez internacional e a redução do risco Brasil, o investimento estrangeiro direto continuará entrando (ver figura 6) e deverá provocar, no futuro, crescentes saídas de divisas para remunerar os investidores externos. jun/07 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 jul/07 nov/06 jan/06 fev/07 ago/06 0 mai/07 Figura 6 - Ingresso Líquido de Investimento Estrangeiro (US$ milhões) - Fonte: Banco Central Com o dólar valendo menos este ano, as viagens internacionais ficaram mais baratas. Em julho, mês das férias escolares, os brasileiros gastaram US$ 812,8 milhões em viagens ao exterior – um acréscimo de 51% sobre igual mês do ano passado (figura 7). Como os turistas estrangeiros só gastaram US$ 398 milhões no país, a conta viagens internacionais apresentou um déficit de US$ 415 milhões em julho. No acumulado de janeiro a julho deste ano, os turistas brasileiros gastaram US$ 4,3 bilhões no exterior, o que é um valor recorde comparado aos últimos anos. 1000 800 600 Brasileiros no exterior Estrangeiros no Brasil 400 200 0 jul/06 jul/07 Figura 7 - Gastos de turistas (US$ milhões) Fonte: Banco Central EXPEDIENTE: Este Boletim é órgão de divulgação do Núcleo Econômico de Pesquisas e Extensão – NEPE, do Centro Universitário Franciscano – UNIFRA. Rua Silva Jardim, 1535 – 2o andar - CEP 97010-491 SANTA MARIA, RS. E-mail: [email protected] www.unifra.br (Boletins anteriores ver em www.unifra.br/cursos/economia) Permitida a reprodução parcial ou total desde que citada a fonte Tiragem: 200 exemplares Semanas Número de Preços 1) Alimentação 317 5 1585 2) Habitação 21 34 2 1 42 34 3) Artigos de residência 140 22 1 5 140 110 4) Vestuário 170 1 170 5) Transporte 64 1 64 6) Saúde e cuidados pessoais 86 5 14 2 1 5 172 5 70 7) Despesas pessoais 64 1 64 8) Educação 53 1 53 9) Comunicação 25 1 Totais 392 -717 Fonte: Banco Central Número de Produtos Grupo (US$ milhões) 3.347 14.120 -10.773 -4.456 -1.123 -415 -2.103 -815 12.000 1015 25 2534