ANO 2 - Nº 24 • Edição Mensal - Abril/2015 O Jornal de Santa Rosa de Lima - A Capital da Agroecologia. Professores do Aldo Câmara em greve Pág. 12 Patrimônio Santarosalimense Dengue Município em alerta Pág. 2 Igrejinha do Rio dos Índios Alto Preservá-la é um dever Pág. 14 Servidores Públicos Direito parcelado Pág. 6 2 Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL Reportagem ESPECIAL Mariza Vandresen Dengue, o fim da picada Basta ligar a TV para ver imagens ruins e ouvir falar que a dengue chegou com força em Santa Catarina. No estado, são 2.712 focos do mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus, e quase setecentos casos da doença. Nesse contexto, é espantosa a despreocupação dos santarosalimenses. Será que seríamos imunes? Santa Rosa de Lima está situada em uma faixa de clima subtropical. Ao longo do ano, tem um largo período com temperaturas entre 16 a 30 graus. Tem muita chuva e água limpa. Tem muitos pontos onde a água pode se acumular. Há um fluxo de veículos, vindo de outras regiões, passando pelo município. Pois bem, por tudo isso, é um ambiente muito propício para o surgimento da dengue. Marilin Mayeta, médica cubana da Estratégia Saúde da Família em Santa Rosa de Lima, declarou ao Canal SRL que “a prevenção e a informação são os melhores remédios para combater a dengue”. Pois bem, o Ronco do Bugio ajuda a trabalhar a informação, para que o nosso leitor contribua com a prevenção. E todos contra a dengue! Dengue: um “susto” de alerta Em Santa Rosa de Lima, recentemente, houve dois casos de suspeita de dengue. Foram pessoas que viajaram “para fora” e apresentarem sintomas dessa doença. “Com isso, o assunto ganhou importância também por aqui”, afirma Naiana Boeing, a agente de endemias do município. Esse quadro foi reforçado pela grande repercussão das notícias de casos epidêmicos de dengue em nosso estado (leia Box). Naiara ressalta que, até o momento, “aqui na região, não foi confirmado nenhum caso”, mas que, finalmente, pode ver reconhecidos suas palavras e seu trabalho de combate aos mosquitos transmissores de doenças. “A princípio, o pessoal não acredita e não dá importância. Muitas vezes eu sentia um menosprezo por parte das pessoas em relação ao meu trabalho como agente de endemias. Por exemplo, eu ia ao cemitério e via as coisas daquele jeito. Via as bandejas das floreiras da passarela na ponte... E eu falava e brigava, mas parecia que não adiantava. Ninguém dava atenção!... Quando eu lamentava esta falta de importância, havia gente que me dizia: ‘tinha mesmo era que dar uma dengue’. Até que veio este susto!” Susto, porque, no dia 24 de março, saiu o resultado da análise dos dois casos suspeitos. Dessa vez, felizmente, os resultados foram negativos. Limpe tudo! Com Santa Catarina em estado de alerta em relação à Dengue, Naiana Boeing e sua colega da vigilância sanitária, Camila Dutra, fizeram o que chamaram de “arrastão”. “Com os casos confirma- Naiana a Camila coletando larvas em armadilha na garagem da prefeitura. dos em Itajaí, minha supervisora geral disse: ‘Tome medidas drásticas! Limpe tudo!’. Passamos em todos os cemitérios. Apesar de termos colocado, em cada um uma placa, sobre a proibição do uso de recipientes que acumulem água, esses são os pontos que mais nos afligem”. Naiara relata que além das pessoas manterem muitos vasos junto aos jazigos, ainda têm o hábito de deixar, neles, flores dentro de plástico, o que acumula ainda mais água. A agente de endemias lembra a “polêmica” gerada no município: “A gente ia aos cemitérios e virava os pratinhos dos vasos. Quando voltava, lá estavam eles, com água, de novo. Isso aconteceu por uns três anos. Era gente reclamando na rua: ‘Por que tu tiraste meu vaso?’. As pessoas custaram a aceitar e passamos trabalho. Felizmente, contamos com uma boa ajuda do padre para conscientizar as pessoas, neste sentido. Agora o pessoal já está colaborando mais. Mas ainda não é 100%!” Monitoramento Naiana Boing acompanha a presença de mosquitos que podem ser vetores de doenças monitorando, semanalmente, uma dezena de armadilhas. Espalhadas pelo perímetro urbano, em locais onde há maior fluxo de pessoas, caminhões e carros, elas são feitas com pneus cortados. “Temos armadilhas em casas de aposentados, próximo ao hotel, na garagem da prefeitura, na Casan, no loteamento São Marcos... Nestes pontos, eu faço uma coleta semanal. Temos outros locais estratégicos, como borracharias, oficinas e cemitérios, onde a coleta é quinzenal”. Naiana conta que chega a encontrar até trinta larvas em uma única armadilha. “Nestes casos, eu recolho três tubitos [pequeno tubo de ensaio], com dez larvas em cada um, e envio para a gerência em Tubarão. Lá eles fazem a análise e me mandam o resultado”. “É evidente que pode acontecer um foco da doença”, pondera Naiana Boing. Que completa, com um ar de muita preocupação: “Eu já peguei piscina em situação bem precária, com acúmulo importante de larvas. Tem muitas pessoas que não fazem qualquer prevenção ou controle, que não cuidam. Tem muita gente ainda com o costume de plantinhas nos vasos com água acumulada nos pratinhos. Ora, se um papel de chocolate jogado na rua já é suficiente para criar mosquito, nem pensar em ter água parada!”. Pode virar uma epidemia Nos cinco anos que trabalha como agente de endemias, Naiana nunca encontrou, por aqui, o mosquito Aedes aegypti. Ela mostra muita preocupação com outra espécie: o Aedes albopictus. “Neste ano, todas as vezes que eu coletei larvas, eu colhi do albopictus, que tanto pode se tornar transmissor da Dengue, como do vírus Chikungunya. (imagem a seguir) Os mosquitos, aqui, ainda não estão contaminados. O Chikungunya tem mais incidência na região Nordeste, principalmente no estado da Bahia. Este tipo de mosquito é, entretanto, capaz de sobreviver dentro de um caminhão ou de um carro. Assim, ele pode ser trazido de lá e, num instante, contaminar os daqui”. Caso isso ocorra, Naiana afirma que, rapidamente, “pode virar uma epidemia”. E ela é enfática: “Temos só dois mil habitantes. Num instante, apenas um mosquito contaminado pode gerar uma devastação”. Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL Sobre as providências tomadas em relação aos casos suspeitos Naiana Boing explica que a partir do momento em que um caso suspeito de Dengue é diagnosticado, uma série de procedimentos devem ser realizados. “A gente tem que verificar tudo num raio de 300 metros em volta da casa da pessoa. E absolutamente tudo precisa passar por uma limpeza. Se tiver qualquer foco de água, ele deve ser eliminado. Também são verificados os locais em que a pessoa esteve, inclusive o ambiente de trabalho dela. Temos que ‘dedetizar’ tudo e eliminar focos e larvas. Depois, a gente monitora a pessoa durante trinta dias, cuidando com repelente”. Áreas rurais têm pesquisa vetorial especial Para que a agente de endemias do município possa agir fora do perímetro urbano, é necessário que seja feito um comunicado ou uma denúncia, que gerarão uma Pesquisa Vetorial Especial (PVE). “Por exemplo, uma família vem e me diz: ‘Nós temos uma água acumulada lá. É uma poça d’água que não seca ou pneus e lixo que propiciam o acumulo de água’. Com essa demanda para mim, acontece uma PVE em área rural”, explica Naiana. Como exemplo de “uma situação complicada” foi citado o depósito de material para reciclagem na SC 108, no caminho para Nova Fátima: “Trata-se de uma Pesquisa Vetorial Especial. Lá, nós encontramos muitas larvas do mosquito albopictus. Neste caso, como foram feitas muitas denúncias e o próprio Estado interveio, a gente está tomando as providências cabíveis. Houve, inclusive, intervenção da Polícia Ambiental, da Fundação do Meio Ambiente, da Vigilância Epidemiológica e da Vigilância Sanitária.” Preocupação mantida, mas esperança com a força dos aliados Apesar da melhoria do quadro, Naiana Boing permanece bastante preocupada. Ao mesmo tempo, reafirma que a população é a mais forte aliada no combate aos mosquitos transmissores de doenças. “Depois do susto, eu acredito que mudou bastante. Agora, as pessoas me param na rua. Tem mais gente pedindo informação. Mais denúncias são feitas. Isso é muito importante! A atenção e o apoio da população são fundamentais neste combate. São os primeiros passos”. Como identificar os mosquitos Aedes Aegypti e o Aedes Albopictus. Dengue; uma questão de saúde pública Marilin Mayeta, médica cubana da Estratégia Saúde da Família e do Programa Mais Médicos, que atua na Unidade de Saúde de Santa Rosa de Lima, afirma que a “a prevenção e a informação são os melhores remédios para combater a dengue”. Ela explica que “a dengue é uma enfermidade infecto contagiosa. O vírus da doença é transmitido pela picada da fêmea do Aedes aegypti, um mosquito diurno que se multiplica em depósitos de água parada acumulada nos quintais e dentro das casas. Como esses mosquitos gostam de calor, “nós temos, aqui no município, o ambiente ideal para eles”, enfatiza a médica. Sobre as duas suspeitas, ela esclarece: “Dois pacientes apresentaram sintomas parecidos ao da Dengue. Eram dores articulares e febre que se estenderam por mais de sete dias. Eles tomaram soro e, entre o quinto e o sétimo dia, coletamos amostras. As suspeitas não se confirmaram”. Procure o posto de saúde Como o estado é “de alerta”, 3 Marilin destaca a importância de alguns procedimentos: “Se um paciente tiver algum sintoma ou suspeita deve ficar sob vigilância. A primeira coisa a fazer é vir ao posto de saúde. A pessoa não deve se automedicar. Ela não pode, por exemplo, tomar ácido acetil salicílico [AAS, Aspirina], pois se for dengue pode piorar. Se começarem outros sintomas, como náusea, vômito, dor abdominal, ou se aparecerem pontos vermelhos na pele, poderemos estar frente a uma dengue complicada: a hemorrágica. Vigilância e acompanhamento “O que nós fazemos é uma vigilância. Sobretudo de pacientes que viajam para lugares que apresentem confirmação da doença. Quando elas voltam, precisam ter um acompanhamento com os agentes de saúde da comunidade delas. Isso é necessário, porque pessoas que voltam de zonas endêmicas podem estar infectadas”, descreve a Doutora Marilin Mayeta. O problema é que se uma pessoa estiver infectada e for pi- cada pelo mosquito, este passará a contaminar e infectar outras pessoas. A médica explica: “Se tiver algum caso positivo, temos que imediatamente fazer o que em Cuba chamamos de ‘radio batida’. Ou seja, avaliamos as três casas da frente, as três casas de cada lado e as três casas de trás e as pessoas que vivem neste espaço. E a comunidade como um todo passa a ter constante vigilância sanitária”. Erradicação A médica relata que sua cidade natal, localizada na parte oriental de Cuba, já sofreu com epidemias de Dengue. Conseguiu-se, contudo, controlar o mosquito transmissor, fazendo prevenção. “A receita é simples: não manter água parada”. Por isso, Marilin recomenda aos santarosalimenses: “Agora que temos calor e muita chuva, é fundamental não ter, ao redor de casa, locais nos quais a água possa se acumular. Não ter plantas que crescem em água. Até uma casca de ovo jogada no quintal pode ser um criadouro de mosquitos”. A dengue em Santa Catarina Boletim divulgado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) na última terça-feira, [31], informa que, de 1º de janeiro a 31 de março, foram confirmados 917 casos de dengue em Santa Catarina. Do total, 759 são autóctones (transmissão dentro do Estado), 54 importados (transmissão fora do Estado) e 104 estão em investigação para definir o local de transmissão. Outros 2.147 casos foram descartados por apresentarem resultado laboratorial negativo para dengue. Os 759 casos autóctones foram transmitidos em Itajaí. Os dados até o momento apontam que o pico da transmissão ocorreu na semana de 8 a 14 de fevereiro com 124 casos. O município apresenta uma taxa de incidência (total de casos novos na população) de 377 casos por 100 mil habitantes, o que caracteriza epidemia. A transmissão em Itajaí continua concentrada nos bairros São Vicente e Cordeiros. Mesmo assim, o Estado permanece em alerta, já que existe o risco de transmissão em outros municípios de Santa Catarina se as ações forem descontinuadas. Em Santa Catarina, até o momento, foram identificados 2.712 focos do mosquito Aedes aegypti, que transmite a doença. Os municípios de Chapecó, São Miguel do Oeste, Joinville, Itajaí, Xanxerê, Xaxim, Balneário Camboriú, Pinhalzinho e Itapema são considerados infestados pelo mosquito, definição realizada de acordo com a disseminação e manutenção dos focos. segue Diretor: Sebastião Vanderlinde Diretora: Mariza Vandresen Estrada Geral Águas Mornas, s/n. CEP 88763-000 Santa Rosa de Lima - SC. Tel. (48) 9944-6161 / 9621-5497 E-mail: [email protected] Fundado em 10 de maio de 2013, dia do 51º aniversário de Santa Rosa de Lima Jornalista Responsável: Mariza Vandresen Diretor-executivo (Circulação, Comercial, Financeiro, Publicidade e Planejamento): Sebastião Vanderlinde Publisher (voluntário): Wilson (Feijão) Schmidt. O Canal SRL é uma publicação mensal da Editora O ronco do bugio. Só têm autorização para falar em nome do Canal SRL os responsáveis pela Editora que constam deste expediente. Diagramação e Arte: Qi NetCom - Anselmo Dandolini Distribuição: Editora O ronco do bugio Tiragem desta edição: 1000 exemplares Circulação: Santa Rosa de Lima (entrega gratuita em domicílio). Dirigida, também, a prefeituras, câmaras e veículos de comunicação do Território das Encostas da Serra Geral e a órgãos do Executivo e Legislativo estadual e federal. 4 Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL segue Reportagem ESPECIAL Mariza Vandresen Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL 5 6 Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL REAJUSTE SALARIAL Administração municipal parcela reajuste salarial dos servidores públicos Sessão que votou o reajuste dos servidores públicos municipais. Na Sessão da Câmara Municipal de vereadores do dia 24 de março, foi votado o Projeto de Lei 11/2015, que autoriza o Poder Executivo “a conceder revisão do vencimento dos servidores municipais ativos e inativos do Poder Executivo, do Poder Legislativo e de agentes políticos”. Uma sessão bastante esvaziada, destaque-se. Além dos funcionários da Câmara e de representantes de órgãos de imprensa, apenas mais três expectadores. Dois deles, servidores públicos municipais. Tramitação O Projeto de Lei já havia entrado na pauta da sessão do dia 17 de março. Foi, porém, retirado no mesmo dia, a pedido do Executivo. Na sessão do dia 24, foi reapresentado acompanhado de uma mensagem assinada pela prefeita: “Depois de verificadas as alterações e proferidos os ajustes, solicito que a matéria seja apreciada pelos senhores pares desta Casa Legislativa”. Uma vez que o Executivo não pediu regime de “urgência urgentíssima”, como a atual gestão costuma fazer, e como se sabia que a sessão do dia 31 de março não aconteceria, o vereador Leonício (Zolho) Laurindo requereu ao presidente da Câmara que dispensasse o Projeto de Lei 11/2015 do parecer das comissões e o colocasse imediatamente em votação. Justificou o vereador: “Como [o reajuste] já está sendo parcelado em várias vezes e na semana que vem não tem sessão, peço que a gente possa votar hoje. Para que a prefeita possa pagar este percentual na folha de março”. O requerimento foi colocado em votação e aprovado por unanimidade. Em seguida, o próprio Projeto de Lei foi votado, também obtendo votos favoráveis de todos os vereadores. Parcelamento do reajuste dos servidores e agentes políticos O projeto apresentado pelo Executivo municipal concede aos servidores dos poderes Executivo e Legislativo de Santa Rosa de Lima, o reajuste de 7,67%, conforme o INPC (Índice Nacional de Preço ao Consumidor), acrescido de 0,33%, totalizando um reajuste de 8% sobre a folha de dezembro de 2014. Este percentual será repassado em quatro parcelas: 4% nos vencimentos do mês de março; 1,34% em maio; 1,33% em agosto e 1,33% em novembro. Para os cargos eletivos, prefeito, vice-prefeito, secretário, diretor de departamento, oficial de gabinete, coordenador geral de atividade, comissionados e vereadores, o reajuste foi de 7,67% fracionado da seguinte forma: 4% em março, 1,23% em maio, 1,23 % em agosto e 1,21% em novembro. Parcelamento do reajuste dos profissionais do magistério Aos professores, que tem o reajuste salarial garantido pela Lei Nacional do Piso do Magistério e anunciado pelo Governo Federal, em 6 janeiro, com o percentual de 13,01%. O Executivo municipal decidiu parcelar esse direito nos seguintes prazos e percentuais: 4% na folha de março e os 9,01% que faltam, divididos em três parcelas: 3,01% em maio, 3% no mês de agosto e 3% em novembro. Parcelamento do reajuste dos Agentes de Saúde Em atendimento a Lei Federal 12.994, de 2014, os agentes de saúde devem receber um reajuste de 27,15%. O Executivo municipal decidiu parcelar esse direito nos seguintes prazos e percentuais: de 4% em março e os 23,15% que faltam parcelados em três vezes: 7,73% em maio, 7, 71% em agosto e 7,71% em novembro. É no carnê? Nos bastidores da Câmara circulou a informação de que a proposta apresentada anteriormente consistia no repasse de 8% na folha de março e a diferença no reajuste para os profissionais do magistério e para os agentes de saúde seria parcelada em três vezes. Como se nota no que foi aprovado, esse repasse de março foi reduzido para 4%. Nenhum estudo de impacto financeiro foi apresentado para justificar tal redução. Na votação do Projeto de Lei 11/2015, apenas os vereadores da bancada de oposição fizeram ponderações. Salésio Wiemes (PT) lembrou que a revisão na Lei Orgânica “deu a garantia de que, em cada ano, até o mês de março, o prefeito fará o reajuste salarial”. Segundo Salésio, esse ponto da lei deveria garantir que, anualmente e até março, os servidores tenham atualizados os seus vencimentos e não tenham perdas salarias. Com relação aos professores, lembrou que “a lei do piso é de janeiro e que já havia uma defasagem de três meses”. Mencionou que o PL municipal deveria atender às leis federais e “que todos esperavam este aumento”. Por fim, lastimou: “È uma pena que o projeto venha na última sessão do mês, sem tempo para discutirmos. Os trabalhadores vão acabar recebendo a última parcela [do reajuste] somente lá em novembro. Infelizmente se chegou a este ponto. E são os funcionários que pagam por isso”. “Situação lamentável” A vereadora Edna Bonetti manifestou-se, indignada: “Em minha opinião, a situação é lamentável. O município vem, há anos, caminhando, para chegar no dia de hoje e ter que fazer um parcelamento destes! Se fala tanto em funcionários. A prefeitura cheia! E não se faz nada para enxugar esta folha?” Por fim, apresentou outro questionamento, que não foi respondido por ninguém da situação: “O Governo Federal repassa na íntegra o valor do percentual dos agentes de saúde, ou tem alguma contrapartida da prefeitura?”. Prefeitura não cumpre com a Lei do Piso para agentes de Saúde Piso Nacional dos Agentes de Saúde não é cumprido desde junho de 2014. Segundo a Lei Federal, 12.994, que estabelece o Piso Nacional dos Agentes Comunitários de Saúde e dos Agentes de Combate às Endemias, estes profissionais deveriam estar recebendo, desde junho de 2014, o piso nacional estipulado em R$ 1.014,00. Legislação em vigor determina que os municípios têm obrigação imediata de providenciar meios de cumprir a Lei. O descumprimento, por parte dos prefeitos, sob qualquer alegação orçamentária, pode enquadrar a gestora municipal na Lei de Improbidade Administrativa Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL 7 Depoimento É direito, é lei! “Quando me disseram que [o reajuste] era 27% sobre o salário base, eu disse: ‘vou esperar primeiro, para ver se vou ficar contente ou não’. Teve gente que me disse: ‘aí, vai ganhar mais que fulano’. Eu não quero saber se vamos ganhar mais do que fulano. Isso foi uma conquista do sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde. É um direito nosso! O governo deu! É lei! Tem que ser cumprida. Isalde Nack, que é agente comunitária de saúde há mais de 15 anos, comenta a situação. Defasagem salarial ilegal Isalde mostra a folha de pagamento de janeiro e de março e compara. “Nosso salário base era R$775,00 em dezembro de 2014. Deveria ser reajustado, em junho de 2014, para R$ 1.014,00. Em janeiro de 2015, como o salário mínimo aumentou e no país ninguém pode receber menos que o mínimo, vieram três reais a mais e foi para R$ 778,00. Em março veio isso aqui: R$ 827 reais. E eles vão parcelar até novembro. Nós vamos continuar perdendo”. Sobre o reajuste retroativo que tam- bém está amparado por lei, ela comenta: “Só brigando na justiça. Se eles não repassaram nem agora, conversando, imagina se eles vão querer pagar o retroativo. Nunca!”. Faltou diálogo, faltou cumprir A agente de saúde diz que vem reivindicando o cumprimento da lei desde o ano passado. “Falei com a secretária [municipal de saúde], falei com a prefeita, falei até com o sindicato. A primeira vez que eu falei com a prefeita, no ano passado, ela disse que ia falar com o jurídico, para ver certinho. Passou um mês, eu perguntei se ela tinha resposta. Não tinha. Aí veio o final do ano... Dezembro... Janeiro... Deixei! Nem fui mais falar com eles. Este ano eu procurei o sindicato e o Wilson Altoff disse que falaria com a prefeita. Falou. E eles deram como resposta que iriam passar neste mês de março, junto com os outros servidores. Mas eles não cumpriram com o que falaram. Eu não sei o que eu vou fazer, mas eu vou atrás. É um direito. Para atingir o piso nacional “Pela conta que fizemos, dá quase dois mil reais para cada agente. É um bom dinheiro!”, avalia Isalde Nack. Que pergunta, em seguida: “E esse dinheiro ficou onde?” Para concluir: “Se não tivesse lei, tudo bem, a gente ficaria quieto. Mas, agora, eles estão descumprindo uma lei federal. Nosso salário está defasado há muito tempo. Na verdade, este valor deveria vir numa vez só. A gente pode recorrer à justiça. É só pegar um advogado bom, levar a lei e eu acredito que é causa ganha de primeira”. Finalmente compara com a situação de municípios vizinhos. “Rio Fortuna já está pagando, desde agosto de 2014. Em Gravatal, eles conseguiram receber o retroativo. É claro que o pessoal vai berrar: ‘vão ganhar 27% de aumento?!’. Com certeza! Mas não é isso! Não é um reajuste! É uma porcentagem para chegar ao piso nacional garantido por lei”. Juiz recusa mandado de segurança coletivo de servidores municipais No dia 7 de janeiro de 2015, o Juiz Pablo Vinícius Araldi, da 1ª Vara Cível da Comarca de Braço do Norte, expediu sentença negando o mandado de segurança coletivo que pedia a garantia do reajuste salarial referente ao ano de 2013 para professores e demais servidores públicos municipais de Santa Rosa de Lima. São dois anos de uma história sem ganhadores. Memória Um fragmento de reportagem publicada no Canal SRL setembro de 2013 relembra os fatos. “No dia 4 de fevereiro de 2013, a prefeita Dilcei Heidemann e o secretário de educação Rudinei Pachedo estiveram no Centro Educacional e, na presença de diversos professores, garantiram que o piso nacional seria pago à rede municipal. Em maio, o mesmo compromisso foi assumido no gabinete da prefeita. Na oportunidade, a chefe do poder executivo afirmou que o valor seria repassado em forma de abono. Posteriormente, em uma reunião no Centro de Convivência do Idoso (Salão Velho), frente a uma comissão formada por representantes das três escolas, o executivo municipal anunciou o repasse de 3%, parcelados em três meses a partir de setembro”. Gênese do mandado Chegado o mês de setembro, nada havia sido cumprido. Os professores, então, solicitaram a presença do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais da Comarca de Braço do Norte (Siscob). Foram orientados pela advogada Ivia Altoff a impetrar um mandado de segurança coletivo contra a prefeita Dilcei Heidemann. Junto aos professores, uniram-se os demais servidores públicos, que naquele ano também não receberam o reajuste anual baseado no INPC. O termos do mandado O pedido de liminar apresentada, através do Siscob, à justiça argumentava “violação ao direito líquido e certo”, uma vez que, “apesar da existência de disposição legal que determina a revisão geral anual dos vencimentos dos servidores públicos municipais, houve omissão, por parte da autoridade no que se refere à revisão do ano de 2013”. Solicitava-se que a justiça determinasse a “revisão anual no percentual de 7,97% para os professores e 7,16% para os demais servidores, a partir de maio de 2013. A alegação da prefeita A administração municipal apresentou informações dizendo que não existia legislação específica municipal que determinasse a revisão, de forma anual, dos vencimentos dos servidores públicos, “além de que os elevados gastos com funcionários impedem a concessão de qualquer reajuste atual”. Na época, informações prestadas pelos secretários municipais Rudinei Pacheco (educação) e Edson Vandresen (finanças) justificavam que “a prefeitura não poderia repassar o reajuste determinado pela lei para 2013 (7,97%), pois tal incremento na folha de pagamento dos professores faria com que a administração municipal ultrapassasse o ‘limite prudencial’ da lei de responsabilidade fiscal”. (Canal SRL, setembro de 2013) A sentença Praticamente dois anos se passaram. Tempo que foi necessário para que o juiz responsável pelo caso manifestasse, em janeiro passado, que, considerando que “a remuneração dos servidores públicos e o subsídio [...] somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica [da Câmara Municipal]”, “não cabe ao Poder Judiciário analisar ação que visa discutir omissão do Legislativo Municipal inerente à regulamentação da revisão geral anual de vencimentos dentro do prazo legal, sob pena de violação ao Princípio da separação de poderes [entre Judiciário e Legislativo municipal].” Com estes argumentos, negou o pe- dido de mandado coletivo de segurança. Perspectiva de recurso A reportagem buscou contato direto com a advogada Ivia Altoff, através do escritório de advocacia que representa o Siscob, mas não obteve resposta. Membros do sindicato disseram que a advogada havia se manifestado a eles, afirmando que “o Juiz não viu a lei que estava junto com o processo; e, que, assim que ela receber a notificação oficial, vai recorrer ao Tribunal de Justiça do Estado”. O fato de o Senhor Juiz mencionar, ao final da sua decisão, “ato praticado pelo Prefeito Municipal de Santa Rosa de Lima, representado a época por Amilton Ascari” – o “Breca”, de Grão Pará – é um possível indicativo de que poderia ter faltado certo cuidado à análise. 8 Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL Espaço d’Acolhida Família Buss A propriedade da Família Buss, onde vive Seu Sevério, Dona Bárbara e a filha Elizabeth, está a cerca de 15 quilômetros do Centro de São Bonifácio. Na comunidade de Santa Maria, bem próximo à estrada geral. A família cultiva muitos costumes da cultura alemã, um deles é o dialeto alemão. Quando visitantes são acolhidos na propriedade, a recepção é feita neste idioma, o que encanta ainda mais quem chega ao local. Aos poucos a família foi aprimorando a propriedade para receber visitantes e com eles desenvolver atividades de lazer e pedagógicas. O plano para o futuro é investir em mais melhorias e receber sempre bem, oferecendo cada vez mais atrativos. A propriedade possui uma produção muito diversificada que é destinada ao consumo da família e dos visitantes. Cultivam em maior quantidade o aipim, que é destinado para comercialização e a cana de açúcar, que é destilada pela família e resulta numa cachaça da melhor qualidade. Turismo Pedagógico Oferecemos oficinas de peteca de palha de milho, oficinas de plantio ou colheita de culturas agrícolas, como feijão, milho, cebola, batata, cana de açúcar, entre outras e oficinas culinárias de bolachas decoradas. Passeio de trator Os visitantes podem desfrutar de passeios de trator guiado por Seu Sevério que, passando pelas lavouras e outros espaços, vai mostrando e explicando a organização da propriedade. Se a reserva for antecipada é possível colher cana de açúcar e preparar um delicioso caldo de cana. Culinária alemã A família de Dona Bárbara serve almoço e café da colônia com ingredientes orgânicos, com uma diversidade de comi- das saborosas e com o jeitinho da culinária alemã. Aipim com galinha, pão de milho, gemüse, entre outros deliciosos pratos típicos da região são as especialidades de Dona Bárbara. Também são servidas saladas orgânicas e fresquinhas produzidas na propriedade e suco natural de frutas colhidas direto do pomar. Produção de bolachas Na propriedade, as filhas do casal, Valquíria e Elizabeth fabricam diversas e deliciosas bolachas. De milho, de polvilho, sem glúten, sem lactose, de manteiga, amendoim, entre outras. Com o sucesso que as bolachas têm feito, elas já estão iniciando a construção de uma nova fábrica de bolachas com espaço mais amplo e mais equipamentos para ampliar a produção. CURTAS ACOLHIDA Site atualizado Para facilitar e melhorar o acesso aos navegantes, a Associação de Agroturismo Acolhida na Colônia, recentemente realizou a atualização de do site. Com textos e fotos atualizados lá você irá encontrar a lista de todos os empreendimentos que fazem parte de nossa Associação. Quer conhecer um pouco mais da Acolhida na Colônia, entra lá. Acesse no endereço www.acolhida.com.br. Assembleia Acolhida na Colônia realizará sua Assembleia Geral Ordinária anual. Na pauta estarão assuntos como prestação de contas do exercício de 2014; projetos novos e em andamento; avaliação da atualização do site; e plano de trabalho para 2015. A assembleia acorrerá no dia 09, às 14:00 horas, na Pousada Doce Encanto. Visite: www.acolhida.com.br O que o visitante pode levar para casa Dona Bárbara faz questão de levar os visitantes até a horta onde podem colher a vontade os produtos que querem levar para casa. Em um espaço no restaurante da Família Buss são comercializados ovos, pães, geleias, licores, cachaças, bolachas, aipim descascado e congelado e peças de artesanato. Contato Fone: (48) 3252-0503 Elizabeth e Bárbara E-mail: [email protected] Para facilitar a organização dos passeios e melhor atender os visitantes é necessário que todas as atividades sejam agendadas antecipadamente. Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL 9 AGRICULTURA FAMILIAR E ORGÂNICA CooperAgreco realiza assembleias Com a presença de cerca de 60, dos seus 136 associados, a CooperAgreco realizou no último 27 de março, as assembleias Geral Ordinária. Na pauta, a prestação de contas do exercício de 2014; destinação do resultado; eleição e posse do novo Conselho Fiscal, entre outros assuntos. O Presidente da CooperAgreco José Luiz Schueroff e o Diretor Financeiro Adilson Maia Lunardi fizeram apresentações e explanações dos números da Cooperativa de 2014. Durante a assembleia, alguns associados receberam o Diploma de Produtor Orgânica e por fim, foi realizada a apresentação do projeto Ecoforte e da equipe que irá trabalhar no projeto. A assembleia foi encerrado com um coquetel servido aos presentes. José Luiz abriu os trabalhos da tarde dando boas-vindas a e lembrou da importância da transparência dentro da Cooperativa e da participação dos associados. Em seguida, Adilson, que fez a apresentação das contas do exercício de 2014. Adilson ressaltou que “a demanda de trabalho do Conselho de Administração foi intensa.” Pois, “os programas governamentais sofreram várias alterações na linha de comercialização e também boas oportunidades apareceram”. Com a comercialização da produção dos agricultores, a Cooperativa fechou dezembro de 2014, com um faturamento de R$ 4,160 milhões. Operacionalmente a Cooperativa encerrou 2014 com déficit de aproximadamente 67 mil reais”. Adilson explica que isso já era previsto ao longo do ano, “quando nós soubemos que não era mais possível operar o PAA e com toda a mudança na parte administrativa já prevíamos este resultado”. Boa operação Adilson avalia o resultado desfavorável quando observado os números, “a receita não cresceu como vinha crescendo. Nós tínhamos um crescimento anual de 20% a 30%. Diminuiu o crescimento aumentaram os custos administrativos. Mas, se observarmos no conjunto, o que foi o ano, todos os benefícios que nós tivemos, podemos observar que tivemos uma boa operação”. Recuperando o resultado Segundo Adilson, as dificuldades foram no começo do ano. “O faturamento foi muito baixo. Teve mês que vendemos pouco e tivemos prejuízo. Até a metade do ano foi complicado. Não tínhamos PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e teve a greve da Universidade Federal. No segundo semestre, quando entrou a prefeitura de Florianópolis e entraram alguns clientes novos importantes, aí começamos a recuperar. É verdade que nós tivemos prejuízos no começo do ano, vários meses. Mas depois, vieram os meses bons e tivemos bons faturamentos, superiores a 400 mil reais por mês. Superamos os momentos difíceis e estamos recuperando este resultado ruim”. Sobre o rateio das perdas de 2014 ficou acordado não fazer a destinação do resultado negativo aos sócios. Será coberto por um recurso que a Cooperativa tem em caixa para formação de estoque. “Uma solução para não levar prejuízo direto ao associado”, argumenta Zé Luiz. Mercado Institucional O presidente destacou que a Cooperativa já tem contratados “na faixa de R$ 3 milhões que já estão aprovados com licitação”. Adilson complementa, “imaginar que nós vendemos, em 2014, quatro milhões e, em 2015, já termos essa arrancada boa para começar”. Adilson aposta na melhora da comercialização para o mercado institucional e cita a nova modalidade do PAA, “Compra Institucional”. “Foi aberta uma Chamada Publica que dá o direito ao agricultor vender até 20 mil reais por instituição. A diferença, com relação a Conab ou mesmo alimentação escolar é que nestes casos, podemos entregar 20 mil agricultor/ano. Nesta nova modalidade não. Se o hospital faz um processo, é 20 mil reais, se a universidade faz outro, é mais vinte mil reais. Se a gente conseguir cinco clientes, como hospitais, Policia, Corpo de Bombeiros, geralmente estas instituições não tiram férias, tem nova chamada a cada 12 meses”. Experiência nova Adilson relata, “é uma ideia pioneira. Começou com o Grupo Hospitalar Conceição de Porto Alegre e deve ampliar para outras instituições públicas. Porém, como eles não têm experiência com alimentos prontos para o consumo na cozinha industrial de grande escala, se trata de uma experiência nova. Começou com produtos convencionais e nós achamos por bem participar”. Isso demandará um grande esforço da cooperativa para atender mas pode ter resultado positivo. “São três entregas por semana, em Porto Alegre. Temos que organizar a produção, as agroindústrias, a matéria prima, mais isso Asssociados em momento de votação na assembleia da CooperAgreco nos dá uma qualificação para assumir novos compromisso. Já foi sinalizado o compromisso para uma chamada pública para alimentos orgânicos”. Zé Luiz continuou explanando sobre as ações. Listou o projeto Ecoforte, a linha de novos produtos, os lançamentos do feijão cozido, das papinhas para bebês, produtos congelados, frutas desidratadas. Lembrou do site, que “está atraindo muitos clientes. Muita gente tem vindo nos procurar porque viram o site”. Conselho Fiscal Na assembleia também foram eleitos os novos conselheiros fiscais. Suzana Shueroff, Valmir Rodrigues e Dauri Floriano como conselheiros efetivos e Kátia Vandresen, Valdemar Schmidt e Márcio Fontoura da Rosa, como suplentes. Contabilidade Feitos os encaminhamentos da assembleia, falou a contadora Michele Soster Dalla Costa da Coopera Contabilidade, escritório que atende exclusivamente cooperativas da agricultura familiar. Michele falou que o objetivo da equipe, “tanto da nossa empresa como dos conselheiros, de trazer a cooperativa para a realidade e a legalidade sobre a legislação que elas estão sujeitas. Há uma preocupação em fazer a coisas certas, um interesse muito grande, em trabalhar critérios de transparência e trazer a cooperativa para se sentir cooperativa. Nós começamos a trabalhar no ano passado, e para adequar ao modelo cooperativista, foi um ano de trabalho intenso. Continuamos agora em 2015 com regulamentação e também nos foi solicitado que trabalhássemos para oportunizar uma espécie de trei- namento para os membros do Conselho Fiscal, para melhor fiscalizar, da mesma forma para o Conselho de Administração melhor gerir”. Michele encerrou sua apresentação agradecendo a parceria e colocando o escritório a inteira disposição da Cooperativa. Ecoforte Por fim, João Augusto de Oliveira, o Joca, fez uma explanação detalhada do projeto Ecoforte. Este projeto prevê a implementação de duas Unidades de Referência. A primeira Unidade é de frango orgânico e a segunda é de óleos essenciais orgânicos. Além das duas Unidades de Referência, haverá um forte trabalho de organização e mobilização de agricultores em toda a região, no sentido de virem conhecer a produção orgânica, com perspectivas e oportunidades entrarem para a produção. Ao todo serão 360 agricultores que virão à Santa Rosa de Lima conhecer a produção orgânica, com visita de um dia. E 180 agricultores capacitados com formação de dois dias para a produção de plantas aromáticas e/ou produção de frango orgânico. O projeto também proporcionará à Agreco / CooperAgreco ter uma equipe de profissionais que atuarão na implementação do projeto e prestarão assistência técnica junto aos associados da CooperAgreco. Esta equipe será formada por Lucas Schmidt (gestor da unidade de frango), Sebastião Vanderlinde (animador do projeto) e os engenheiros agrônomos Marciel Schmidt (controle interno de certificação orgânica), Joana Bett (técnica do projeto experimental de plantas aromáticas) e Charles Herdt (gestor da unidade de óleos). 10 Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL Família SRL COMUNIDADE NOVA FÁTIMA Adolfo Wiemes “Saúde na comunidade” No dia 29 de março, aconteceu aqui na Nova Fátima a atividade “Saúde na Comunidade”. Estiveram presentes cerca de 120 pessoas, da nossa comunidade e vindos de Dois Irmãos e da Mata Verde. A coordenadora de Saúde da Família, Sheley Baumann Leeser, destaca que o objetivo das ações “Saúde da comunidade” é aproximar a equipe do programa das pessoas que vivem nas localidades do município e que são os sujeitos da estratégia de promoção de saúde. Programação rica A Secretaria municipal de saúde, mobilizando toda a sua equipe, organizou o evento. Foi programada uma abertura com a “Missa da Saúde”, celebrada pelo Padre Claudemir. Que aproveitou para realizar a benção de ramos. Em seguida, o gestor regional da Vara da infância e juventude, juiz Ricardo Kock Nunes, proferiu uma palestra sobre relacionamento familiar. Nunes falou sobre a responsabilidade dos pais e filhos para que se alcance um convívio familiar sereno e construtivo. Depois, a fiscal de vigilância sanitária, Camila Dutra, apresentou informação e dados da Unidade de Saúde. Atrações, brindes e “comes e bebes” As crianças puderam se divertir, durante toda manhã, com brinquedos infláveis, deixando tranquilos os pais que participavam dos debates. Também houve sorteio de muitos brindes, doados pelo comercio municipal (Mercado Santa Rosa, Agropecuária Tenfen, Passarela Modas, Mercado Pão de Mel, Farmácia Santa Rosa, Barbearia do Budú, Cabeleireira Lenir, Cabeleireira Nina, Manicure Pricila, Maquiadora Luana). Chamaram a atenção e foram disputados os “vales” para serviços, como corte de cabelo, escova progressiva, maquiagem, hidratação capilar, manicure. No almoço, foi uma deliciosa galinhada, acompanhada de farofa e salada, com suco natural. Para ser bem saudável, frutas como sobremesa. No encerramento, foram distribuídas, para cada família participante, mudas de plantas frutíferas. Família Vandresen em festa. Felicitações Nossa equipe de saúde está de parabéns. Depois de muito esforço, estamos muito satisfeitos com este evento, que superou nossas expectativas e metas. Foi, certamente, um dia muito proveitoso. Tanto para a nossa equipe, como para as comunidades mobilizadas. A Secretária da Saúde fez questão de registrar seu agradecimento à CAEP, pelo empenho em ajudar na organização e por ter contribuído para que tudo tivesse sido perfeito. Quando Deus viu que tudo que havia criado era muito bom, então resolveu criar o homem. Ao criador o homem, Deus buscou dentro de si o espirito e a inteligência para moldá-lo a sua imagem e semelhança. Para criar a mulher, Deus tirou uma parte do homem para ser semelhante e Ele. Deus não tirou uma parte do pé, pois a mulher não deveria ser pisada pelo homem. Também não tirou uma parte da cabeça pois, a mulher não deveria ser mandada pelo homem. Deus tirou uma costela do homem, para formar a mulher de perto do coração. A fim de que, os dois se amassem com o amor que vem do coração para sempre. Deus colocou o homem e a mulher neste mundo que havia criado. Num lugar bom e bonito chamado Jardim do Éden. Ali o casal vivia feliz, um para o outro, lado a lado. Se amando sempre, sem conhecer o mal. Só conheciam o bem e a felicidade em Deus. Eles viviam como amigos, até com os animais, tantos os mais perigosos como os mais mansos, não havia inimizades entre eles. Foi assim que viveu o primeiro casal humano, a primeira família. Ninguém conhecia a maldade. Só o bem e a alegria. O homem e a mulher entre si com Deus e os animais de qualquer espécie. O plano de Deus era este, deixar o ser humano neste mundo, talvez muitos anos e depois levá-los para o céu, para viverem sempre felizes com Ele na eternidade. Infelizmente para os seres humanos irem par o céu e viverem a felicidade eterna, Adão e Eva tiveram que passar por um teste para ver se mereciam o céu pelo próprio esforço e isso valeria também para os seus descendentes. Deus também criou muitos espíritos, aos quais chamava de anjos. Ele queria que cada ser humano tivesse seu anjo da guarda. Acontece que os anjos também deveriam ser consultados para ver se queriam servir a Deus ou não, por livre vontade. Então o anjo mais bonito e inteligente disse não! Não quero servir a Deus e alguns o apoiaram. O nome desse anjo era Lúcifer. E por isso tornou-se o demônio e foi e expulsado do céu. Os fiéis ficaram com Deus servindo e ajudando Ele em seu serviço. Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL 11 12 Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL EDUCAÇÃO Comunicado aos Santarosalimenses Professores do Aldo Câmara, em reunião, aderem à greve. Os professores da EEB. Professor Aldo Câmara informam alguns dos motivos que ocasionaram a adesão à greve do magistério da Rede Estadual de Ensino. Além de não cumprir com o reajuste garantido por Lei Federal, o governo estadual apresenta uma das propostas mais indecentes da história da educação catarinense: • Retira dos professores a regência de classe, que varia de 25% e 40%. • Faz restrições a licença prêmio. • Altera a progressão Horizontal. • Retira da carreira, professores com Licenciatura Curta e Ensino Médio. • Acaba com as aulas excedentes. • Retira os ACTs (Professores Contratados em Caráter temporário) da tabela dos professores efetivos, como também os triênios e o pagamento por módulos pagando-os por hora aula. • Cria a gratificação por produtividade (Meritocracia), concedida por dia de trabalho sem pagar em férias, feriados e licenças saúde. Excluindo assim especialistas, aposentados, assistentes técnicos pedagógicos e assistentes de educação. Informamos que, durante o período da greve, estaremos realizando algumas atividades de mobilização com objetivo de esclarecer e buscar apoio. Contamos com a participação e colaboração de todos. Tudo o que conquistamos na carreira de professor foi pela LUTA. Pense bem: Um dia, seu filho, seu neto ou um membro de sua família pode ser um professor. Apoie o movimento e não se arrependa. Seu/sua filho(a) é também nossa responsabilidade. Com carinho. Os professores Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL 13 Meine Meinung Minha Opinião Wilson Feijão Schmidt COMUNIDADE RIO BRAVO Karla Folster | Júnior Alberton | Ana Paula Vanderlinde Privilégio Volto nesta edição a falar do “Tio” José Schmidt. Porque tive o privilégio de ser convidado para a festa de comemoração dos noventa anos desse amigo especial. Uso essa expressão tendo em conta o que eu ouvi do Ivo, se referindo ao pai e à trajetória dele: “É fácil juntar trezentas pessoas. É só pagar comida e bebida. Mas juntar trezentos amigos, como ele juntou aqui, isso é uma conquista de quem tem uma boa história de vida”. Confraternização Uma festa simples, sem decorações pomposas, sem frescuras, em que o especial era, exatamente, o “sentimento fiel de afeição, simpatia, estima ou ternura entre pessoas”. Lembro que essa é a definição que o dicionário dá para amizade. Na festa, foi muito bom poder testemunhar vários belos momentos e constatar boas opções. Pode ter algo mais agradável do que ver uma conversa divertida entre Zé Schmidt, Renato Vandresen (também com 90 anos) e Remi Bonetti (com 88 anos)? Uma conversa de 268 anos! De experiência e lucidez! Emocionou ver o “parabéns” puxado com alegria por filhos, noras, filha, netos, netas, bisnetos e bisnetas... E acompanhados por todos. Era contagiante a alegria do Beto Lazai, procurando histórias e estórias que fariam rir o seu antigo “chefe”, que “não era de sorrir para quem não trabalhasse beeem direitinho”. A disputa para tirar fotos, para registrar o momento, era acirrada. Mas sem conflitos. E aí, mais um acerto. Os fotógrafos eram o Dídio e a Nete, dois jovens locais. Durante todo o tempo, o Zé Schmidt, sempre de pé, com um sorriso nos lábios, acolhendo e abraçando todos. Até se esquecendo de comer. Comida com cara local, de colônia, feita pela equipe do Guib’s. Ótima escolha explicada, certamente, pelas antigas e boas ligações do “Seu Zé” com os Luchtemberg. Família que esteve, primeiro, toda envolvida – junto com colaboradores – na preparação do almoço e do café e no serviço “dos comes e bebes”. Logo depois, contudo, já se podia ver o Jaime e a Sandra, dançando e rodando pelo salão. Ao som de músicas românticas (ou bregas...), cantadas pelo “Babo”, em quem o Reginaldo Rossi “baixou” naquela tarde. Esse era o espirito da festa, feita de ligações afetivas, antigas e duradouras. Às mesas, as diversas famílias se misturavam, se reviam, conversavam, trocavam histórias, confraternizavam. Confraternizar que quer dizer “unir como irmãos”. Todos em torno de uma figura que harmoniza: o Zé Schmidt! Que dançou “a valsa” com a Berlinda e puxou o trenzinho pelo salão. Seguido pelo Nivaldo, pela Marlene e por quase todo mundo. Foi bonito ouvir o Zé Lochs contando do peixe que preparou, há mais de vinte anos, quando se resolveu fazer o salão em que estávamos. Melhor ainda, vê-lo precisando ir embora, porque iria viajar para o Centro-oeste, mas não conseguindo sair daquele mesmo salão. Foi bom ter reencontrado o Paulino, em forma, convidando para uma canastrinha na Palhoça. Da mesma forma, rever o Elias e a Flora que fazia certo tempo que eu não via. Nem foi difícil aguentar o Camarão falando mal do Avaí (que tá merecendo...). Ao final, foi especial eu e Vanice darmos um até breve para o “Tio Zé”, nos sentindo queridos e podendo constatar o excelente humor desse nonagenário fora do comum. Não vou dizer: até a festa dos cem anos! Porque vi o Zé Schmidt, às gargalhadas, dizendo para o Miro que achava que, antes disso, estaríamos “carregando esse velhinho naquele morrinho perto da prefeitura”. Para ele mesmo concluir: “Só rindo e vivendo cada dia!” Pois “Zé”, desse jeito ele emplaca o centenário! Dia Mundial da Água: e eu com isso? 22 de Março talvez tenha sido apenas mais um dia qualquer para muita gente. Mas foi também, o Dia Mundial da Água. Celebrou-se sim, afinal de contas a água é extremante necessária para a manutenção da vida na Terra. Mas, além de uma data, na qual as escolas geralmente costumam trabalhar o tema com os estudantes, tal dia deve nos lembrar do quão importante a água é para todos os dias de uma vida. A ideia não é cair naquele discurso de que a água é um bem de valor inestimável e que devemos estar conscientes sobre seu uso, etc. Até porque já devemos estar conscientes sobre a necessidade de preservá-la. No entanto, o que realmente estamos fazendo? Será que nossas ações trarão benefícios a longo prazo? Ou será que o importante é apenas o hoje? Nossa região é privilegiada em quantidade de nascentes, rios e riachos. Temos água!. Temos o Rio Bravo, que dá nome a comunidade e que com poucas horas de forte mostra-se transbordante. A população da nossa comunidade, como em boa parte do município, tem água canalizada de nascentes do próprio terreno e dificilmente enfrenta a falta do recurso. Agora, imaginamos passar pelos problemas que São Paulo tem vivido nos últimos meses? E a região Nordeste do país, que enfrenta a escassez de água há muito mais tempo? Será que só porque a nossa região ainda é abundante no recurso que não se faz necessário ter cuidados para com ele? O “parabéns” foi puxado com alegria por filhos, noras, filha, netos, netas, bisnetos e bisnetas... E acompanhado por todos. Ter água em abundância hoje não é garantia de que no futuro ainda teremos. O que temos feito hoje para preservar e cuidar da água a nossa volta? Sabemos que são diversas as formas de prejudicar e poluir a água: desmatamento, queimadas, agrotóxicos, lixo, etc. A lista se estende. Então, estimada comunidade, caríssimos leitores, perguntamos, estamos atentos às nossas atividades diárias? Será que o que estamos fazendo hoje não estará prejudicando a água que beberemos amanhã? Será que não estamos contribuindo para um futuro de escassez? É refletindo sobre nossas ações que podemos melhorar. E a ideia é essa: melhorar sempre. 14 Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL PATRIMÔNIO SANTAROSALIMENSE Uma igrejinha azul, de madeira e muito especial Quem é “de fora” e passava em direção a Santa Bárbara, para ver e mostrar o “paredão” das Encostas da Serra Geral, tinha como referência da pequena comunidade do Rio dos Índios Alto uma igrejinha azul de madeira, ao fundo de um vale, à direita da estrada geral. Hoje, plantios de eucalipto cobriram toda aquela bela visão. Assim, é preciso estar atento a uma pequena placa que sinaliza “Cabeceira do Rio dos Índios”. Nome, inclusive, que não serve de identidade aos poucos moradores da localidade. Genésio Wiemes relata que, desde o início, a comunidade se identifica por Rio dos Índios Alto e que “quando o município e o estado começaram a botar nome nas escolas é que se deu a confusão”. “Como o nome da escolinha da Mata Verde foi ‘do Rio dos Índios Baixo’ e a do Rio dos Índios Baixo virou ‘do Rio dos Índios Alto’; a daqui virou ‘da Cabeceira do Rio dos Índios’. Por isso as pessoas confundem... Era o nome da escola... Mas da parte da igreja e para nós, sempre foi Rio dos Índios Alto”, esclarece Wiemes. Interessante que, ao se buscar informações sobre a localização da comunidade, também se ouviu: “Ah, é lá nos Wiemes!” Ou mesmo, “nos Vima”, em uma pronúncia mais abrasileirada. Isso porque depois de um crescimento populacional importante até o início dos anos 1960, a comunidade passou a se esvaziar e nela restaram apenas alguns Wiemes e outras poucas famílias. Como resultado desse êxodo, a igrejinha, na qual, na metade dos anos 1950, o Padre Afonso Stahli contava, em suas visitas para missas, 150 confissões e 180 comunhões, hoje abriga cultos dominicais com sete ou oito fiéis. Com uma ponta de orgulho, Dona Verônica Wiemes faz uma ressalva importante: “Todo mundo se ajuda. E, uma vez por mês, tem missa. Aí vem mais gente. O Padre diz que o nosso lugar é onde está tudo preparadinho... Mais certo! Está tudo em dia, tudo certinho!” Assim, a construção azul em madeira, feita pelo esforço da comunidade, continua sendo – ou é, cada vez mais! – um patrimônio de Santa Rosa de Lima. Um patrimônio que precisa ser valorizado, conservado e restaurado. Se a gestão da igreja deve se manter com a comunidade, a responsabilidade e os custos da preservação dela não podem recair sobre os poucos moradores que lá permaneceram. Quem deve responder por um patrimônio do município e dos santarosalimenses é a municipalidade. Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL 15 Breve história da comunidade do Rio dos Índios Alto Do tempo em que, da estrada geral, se via a igrejinha azul. O Rio dos Índios Alto e seu “povo”; do difícil crescimento ao contínuo esvaziamento Os relatos dos mais antigos dão conta que foi por volta de 1925 que chegaram os primeiros habitantes da atual comunidade do Rio dos Índios Alto. São mencionadas as famílias de Dorvaldo Fritzen, Estevão Vicente da Silva, Ireno Pinheiro da Silva, João Domingos, João Norato, Joaquim Neckel, José Domingos, Lino Dutra, Manoel Cláudio, Neco Cláudio, Pedro Norato e Vidal Soares. Naquele período, a comunidade não cresceu por causa do acesso difícil. Para vender a produção e comprar algumas mercadorias era preciso andar quilômetros, a pé ou a cavalo. Com o tempo, as coisas foram ficando “menos difíceis” e mais famílias chegaram: as de Adolfo Cezario, Antônio Constantino, Cristiano João Roi, José Lopes, Henrique Demétrio, Leopoldo Willemann, Nascimento de Souza e Rodolfo Pimenta. Em muitas atividades, os colonos trocavam ajudas e muitos serviços eram realizados de forma comunitária. Na localidade, foram instaladas uma serraria, uma atafona, um engenho de farinha movido a braço e alguns engenhos de açúcar movidos a tração animal. Na década de 1950, a comunidade era bastante povoada e bem organizada. Já no início dos anos 1960, contudo, tem início um processo de esvaziamento e o Rio dos Índios Alto começa a decrescer com a saída de moradores do local em busca de uma vida melhor. Também houve a compra, pelo “Serrano” – Favorino Chiodelli, de uma área grande de terras localizada na comunidade, “na qual viviam várias famílias e muita gente foi embora”. Esse processo de êxodo se intensificou nos anos 1970 e continuou nas décadas de 1980, 90 e 2000. A maioria dos que saíram foi para o meio rural no Paraná, mas também houve migração para o campo da região de Rio do Sul e Rio do Campo, assim como muitos foram morar em cidades catarinenses. A partir da década de 1990, poucas famílias permanecem. São recordadas as de: Huberto Wiemes e Leopoldina Hanch Wiemes; Rodolfo Wiemes e Verônica Becker Wiemes, Sérgio Loch e Rosalina Wiemes Loch; Adão Pacheco e Edith Tonn Pacheco; Florentino Wiemes e Lorete Weber Wiemes; Florêncio Cirylo e Zilda Schmidt Cirylo; Silvério May e Salete Vandresen May; Marinho Bonim e Marlene da Silva Bonim; Ervelino Weber e Rosa Zezulcka Weber; Adão Estevão da Silva e Albertina Dutra da Silva. Antes da atual capela Nos primeiros anos de colonização não havia igreja. Os cristãos se reuniam em um ambiente ao ar livre, próximo do cemitério comunitário e onde havia uma cruz. Nesse local, que ficava a mais ou menos três quilômetros de onde está situada a atual igreja do Rio dos Índios Alto, o capelão Vidal Soares orientava as orações. Por volta do ano de 1936, foi construída uma primeira capela. Ela foi erguida com tijolos feitos pelos próprios moradores. Adão Pacheco recorda: “Antes, existia outra igrejinha. Era de tijolos. Meu pai contava que eles foram feitos com o barro amassado a pé e, depois, queimados em uma fogueira”. Da mesma forma, todo o material e o trabalho foram fornecidos pelos membros da comunidade. O “chão” para a capela foi preparado a picareta, enxada e pá. A madeira era retirada “do mato” e “serrada a braço”. Aos domingos, os fiéis se reuniam para celebrar o culto. A participação era boa. Missas, apenas duas ou três por ano. O sacerdote que visitava a comunidade na época era o Padre Gregório Loch. A construção da “Igrejinha azul” Nos anos de 1948 a 1949 é que se deu a construção da atual igreja. De novo, toda a comunidade se empenhou. O “chão” foi, mais uma vez, cavado a bra- Antes de passarmos à história desse patrimônio arquitetônico que é a igreja do Rio dos Índios Alto, torna-se indispensável considerar a dinâmica da própria comunidade que a construiu e preservou. O texto seguinte é uma adaptação de uma pesquisa realizada por um quarteto de Wiemes – Edison, Eliete, Genésio e Salésio, em 2011. Ela foi resultado do estímulo do Padre Aluísio Heidemann Jochem para que a história das comunidades rurais fosse recuperada e valorizada. Tal documento servirá de base, também, a outras partes dessa edição do Patrimônio Santarosalimense. ço. Adão Pacheco recorda que pelas histórias contadas pelo seu pai, “no início, a combinação era fazer a igreja com esteios fincados no chão. Depois, resolveram não fazer mais assim e os esteios ficaram... Meu pai ajudou! Eu ainda lembro-me de ter visto, nas roças que a gente fazia, esses esteios compridos, fraquejados a machado. A igreja acabou sendo feita de madeira, com duas paredes e com colunas mais finas nos cantos”. Toda a madeira foi doada pelos moradores. Seu Adão e Dona Edith Pacheco ajudam a relembrar: “A colonada é que tirou e forneceu a madeira. Os colonos puxavam do mato, com boi, levavam lá na serraria do Olívio Catano, aqui, naquele salto de água. Ele serrou e o Rodolfo Bonetti construiu.” [ver Box] O casal Pacheco dá detalhes interessantes: “Quando se chegava com as toras, por um lado da serraria, tinha uma taipa de tijolinho que represava a água que servia para mover a roda. Era um açude fundo e os colonos puxavam as toras com os bois nadando. Tocava os bois ali e eles eram acostumados. Os homens O sino “batizado” em 1954. iam por cima das taipas, quase como se fosse uma ponte, e contornavam o açude a pé. O problema é que, às vezes, virava o carretão no meio do açude. Ficava com as rodas para cima e a tora por baixo. Dava o bicho!” Dona Edith, completa: “Tinha uma mulher que era moradora aqui e era filha desse Olívio e da irmã do Rodolfo Bonetti. Ela mora para Lages e quis voltar aqui só para ver a igreja feita com as tábuas que ela carregou nas costas, com as irmãs, morro acima, onde se deu a construção. O pai dela serrava e mandava as filhas carregar nas costas. Assim, a mulher contou para a gente”. O sino e o seu batizado Quase cinco anos depois, em 1954, foi comprado um sino para a igreja. Que parece ser o mesmo, até hoje. No dia 19 de fevereiro daquele ano, deu-se a festa do “batizado do sino”. Os “padrinhos” foram Antônio Irineu da Silva, que pagou novecentos cruzeiros pela “primeira lambada”; Roberto Estevão Vicente, cem cruzeiros pela segunda; e Fredolino Wiemes, oitenta cruzeiros pela terceira. Depois, houve segue 16 Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL segue Depoimento Rodolfo Bonetti; o carpinteiro de igrejas Depoimento do filho, Remi Bonetti (88 anos). “Meu pai, Rodolfo Bonetti, era carpinteiro, trabalhava com madeira. Ele pegava a tora bruta e serrava a braço, em dois, com um topeador. Era um lá, outro aqui e roc, roc, roc, na madeira. E depois, a serra de serrar a braço. Da italianada que veio morar aqui na Santa Bárbara, todo ele serrava madeira a braço. Quando terminavam de fazer lavoura, preparar as coivaras para plantar o milho, eles ‘garravam’ a pegar madeira. Porque tinha muita, especialmente canela. Serravam e vendiam as tábuas. Mas, o meu pai era carpinteiro mesmo. Trabalhava com madeira desde novo e tinha muitas ferramentas. Eram caixas e caixas. E havia um balcão, com um torno para segurar as madeiras. Tudo, ele beneficiava a mão. Tinha um capricho e era da luta. E esse era o serviço dele. Quando nós éramos todos já meio grandinhos, nós trabalhávamos na roça e criávamos porco e gado, enquanto o pai trabalhava fora. Sempre construindo. Ele trabalhava por tudo, onde tinha casa para fazer... Depois, ele pegou a fazer igreja. Ele fez a nossa aqui na Santa Barbara. Na verdade, aqui, ele fez duas. Construiu mais o salão de madeira da igreja de Anitápolis. E fez a igrejas do Rio dos Índios Alto, a do Rio dos Índios Baixo e a da Boa Vista. A da Boa Vista, creio que foi em 1948. Está a data lá. E a do Rio dos índios Alto foi em 1949. Eu era novo. Quem ajudou o meu pai lá foi o meu falecido irmão mais velho, Reneu, que era conhecido por Romeu. Depois que o meu pai casou os filhos, aqui na Santa Bárbara, foi morar lá no Rio dos Índios Baixo. Lá, ele botou uma venda e negociou um tempo. Depois, ele foi embora para o Paraná. Para Manoel Ribas”. PATRIMÔNIO SANTAROSALIMENSE uma sequência de mais 35 “lambadas”, de vinte, dez ou cinco cruzeiros. A “capela” e os ritmos da igreja A igreja era ocupada nos cultos dominicais e se enchia nas missas e dias santificados, quando havia a visita dos padres de Anitápolis: Ludgero Waterkemper ou Afonso Stahli. Este último registrava, em seu caderno de visitas paroquiais ao Rio dos índios Alto, cerca de 150 pessoas, em media, por missa. Aos domingos o senhor Fredolino Wiemes dava catequese para as crianças. Dona Leopoldina Wiemes lembra que “missa tinha poucas” e teve um ano em que apenas uma foi rezada. “Eram duas por ano ou, no melhor dos casos, uma a cada três meses. Quando era de chuva, o padre não entrava. Um tempo, ele vinha a cavalo e fazia vistas de dois dias. Tinha uma cama na igreja e ele dormia lá. Depois, quando vinha de carro, não entrava. Marcava [a missa], mas chovia e ele não podia vir”. Os batizados também dependiam do padre e, para não deixar passar muito tempo, podiam ser realizados nas igrejas de outras comunidades. A “capela”, os ritos e a estrutura da igreja Até 1957, as capelas de Rio dos Índios Alto e do Rio dos Índios Baixo pertenciam à Diocese de Florianópolis e à Paróquia de Anitápolis. Naquele ano, com a criação da Diocese de Tubarão, passaram à paróquia de Rio Fortuna. Incialmente, o Padre Antônio Kien visitava a comunidade. Depois, na década de 1970, eram os Padres João Beckauser e Afonso Schlickmann. Naquele período, além dos cultos dominicais e das missas, foram fortalecidas as novenas de natal e as vias-sacras da quaresma. As crianças continuaram recebendo catequese de uma pessoa da comunidade. Na década de 1980, foi criado um “grupo de reflexão”, que se reunia nas casas dos seus membros para orar e refletir. Em 1989, foi criado um “grupo de jovens”, com cerca de trinta participantes. Celebravam as missas na época os padres: Afonso Schlickmann e Antônio Otavio Salvador, que deram início a diversos trabalhos pastorais. Também havia catequese para as crianças e adolescentes em preparação para os sacramentos da eucaristia e crisma. As missas, a partir dessa década, passaram a ser mensais. Nas outras semanas, as pessoas se reuniam para celebrar o culto dominical, novenas de natal, encontros na quaresma e encontros de grupos de famílias. As comissões pastorais existentes na comunidade eram: da Catequese, da Terra, da Criança, da Juventude, e da Liturgia. Cada pastoral tinha um coordenador e, juntos, eles formavam o conselho de pastoral da comunidade (CPC). Além disso, havia os grupos de família e a CAEP. Toda essa movimentação se dava pela animação dos Padres Aluísio Heidemann Jochem e Afonso Schlickmann. Cenas de domingo O capelão Adão Pacheco lembra que Primeira comunhão de Salésio Wiemes, realizada na igreja. “as pessoas vinham a pé para a igreja. Só um ou outro a cavalo. Botavam uma roupinha de missa, mas a maioria era descalça. O culto era pela manhã, às 9:30 horas. As missas aconteciam de seis em seis meses e o pessoal de Santa Bárbara descia. Todos a cavalo, praticamente. A igreja enchia. Tinha dias que nem cabia todo mundo”. E os requisitos para a comunhão eram mais rígidos: “Naquela época, para tomar a hóstia consagrada, era preciso estar em jejum no dia. Não podia comer ou tomar qualquer coisa antes, de manhã. Eles vinham lá de cima, daquela distância. Tinham que sair bem cedo para cá e, só depois da missa, que iam comer alguma coisa ou tomar uma bebidinha. Na época de inverno, depois da missa o Antônio Lochs dizia: ‘Gente, se vocês cozinhassem um tacho de batata, eu arrematava na hora, só para a minha turma comer’. Porque estava todo mundo com fome. [risos] Não tinha comida e todos voltavam, embora, com fome”. Costumes e hábitos diferentes Dona Leopoldina Wiemes recorda que todos vinham a pé. As mulheres “usavam as roupas como de antigo. A roupinha que tinha”. E que, “no começo, a maioria delas usava um véu na cabeça. Outras botavam um lenço. Muitas estavam descalças e apenas algumas calçadas”. Já Dona Edith Pacheco recorda que “as mulheres mais antigas chegavam e iam direto à cruz, onde está escrito ‘Salve minha alma’. Lá, se ajoelhavam, faziam o sinal da cruz e rezavam baixinho. Só depois, iam no meio do povo, conversar”. Seu Adão destaca que “os homens, já não era tanto, chegavam um pouco mais cedo e ficavam conversando”. Sobre o que se conversava? “As conversas das pessoas, antigamente, antes ou depois do culto, eram sobre trabalho, sobre roça... Essas coisas. Hoje, em dia, já tem as piadas. Mas, antes, não. As coisas eram mais sérias”, relata, com um sorriso nos lábios, o antigo capelão. E conta, em relação aos costumes: “Eu me lembro bem que tanto o Antônio Lochs quanto o Rodolfo Beckauser eram como um avô de todo mundo. Então, os ‘gurizões’ de quinze, vinte anos, todos, chegavam e tomavam a benção dos dois”. Na hora marcada para o culto, todos entravam e rezavam. Em seguida, “ficavam mais um pouco de papo na frente da igreja”. E comprando as balinhas para as crianças. Arrecadação da igreja Adão Pacheco relata que “Depois do culto, na porta da “capela”, se vendia balas. Era para a arrecadação da igreja. Porque tinha despesas. Tinha uma lata com balas compradas fora e que eram vendidas para a gurizada. E para os gurizões também. Logo, ia cada um para a sua casa”. Já Dona Leopoldina Wiemes conta que no dia anterior às missas, “as mulheres da comunidade se reuniam para fazer doçuras para vender. Levavam bolos para vender, para a igreja. No dia das festas, preparavam comida, porque o baile era à tarde”. Mais uma vez, Adão Pacheco procura nos situar na localidade: “Antes, o salão de festas Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL Dona Leopoldina e Genésio Wiemes. Edison, Verônica e Rodolfo Wiemes. se emociona e enche os olhos de água, preferindo não tratar da briga em que morreu seu cunhado “duplo”, Fredolino, porque irmão do marido Huberto e casado com sua irmã Paulina. “Nós nos dávamos com todo mundo, aí deu aquela briga e alguns se afastaram. Uns queriam que ele continuasse. Outros achavam que não estava bom”. Para, pensa e se limita a dizer bem baixinho: “Muita coisa foi por causa da igreja”. Seu Adão Pacheco e Dona Edith Tonn Pacheco. era a escola, que ficava próximo ao atual salão, mas do outro lado da estradinha. À frente, tinha a casinha de fazer as comidas para as festas e os fornos para fazer os pães”. E o antigo capelão conta: “Para arrecadar, se fazia também uma festa por ano, do padroeiro São Bom Jesus de Iguape, no dia 6 de agosto”. E completa, com certo ar de pesar: “Hoje não se faz mais a festa. É muito pouca gente. Temos apenas quatro famílias ativas na igreja. As outras, só vêm quando tem uma missa, ou precisam batizar uma criança ou fazer um casamento...”. Para seu Rodolfo, Dona Verônica e Edison Wiemes, são justamente as festas do padroeiro que marcam as boas lembranças que eles têm da igreja. Especialmente, porque, nelas, eles podiam rever “muitas pessoas que eram da comunidade”. Por isso, lamentam que “no último ano, ela já não foi realizada”. Uma comunidade viva... Pelos relatos ouvidos nas entrevistas, a igrejinha e a comunidade, antigamente, eram muito vivas. A comunidade era “o povo do Rio dos Índios Alto, mais o que hoje é o da Nova Esperança”. Genésio Wiemes diz que “tinha ainda a família grande do falecido Adão Estevão da Silva, que os filhos moravam todos do outro lado do rio, e a gente dizia que eram ‘do Azedo’.” Tudo isso para uma igrejinha só. Essa é a explicação dada para a forma- 17 ção da comunidade da Nova Esperança... “Porque também lá era longe e carro não tinha”, pondera Adão Pacheco. ... Viva até demais! Adão Pacheco recorda que “havia muitos pequenos enguiços e que brigas feias mesmo foram duas”. E sublinha: “Uma com morte! Foi muito feio!” A explicação do antigo capelão é que “era por causa de partidos da época”: “Era a família do Antônio Ireno Pinheiro contra três outras famílias que moravam aqui. Quem morreu era também capelão: Fredolino Wiemes. O padre responsável pela capela já vinha comentando: ‘gente, vamos fazer acerto, porque senão, vai terminar um na cadeia e outro no cemitério’. Não deu outra e não levou muito tempo”. Sobre “a outra briga”, conta que “foi dos Fritz com o Walmor Carvalho”: “Queriam matar ele. Deu um fecha. Com tiro para todo lado. Mas ele saiu ileso”. Dona Edith narra como se estivesse revendo a cena: “Nós éramos jovens e estávamos nessa festa. Quando a briga começou a ficar feia, nós saímos. Mas, de fora, vimos a fumaça saindo pelo telhado do boteco de bebida do salão”. Dona Leopoldina Wiemes diz, em relação à igreja, que “aconteceram coisas de bom e de ruim”. “De bom, porque se festejava e todos ficavam contentes. De ruim, porque briga também tinha”. E, mais de 50 anos depois, ela ainda Quando não dava uma... O relato do “Nono” Remi Bonetti, morador da Santa Bárbara, ajuda a compor o quadro do que era demais na vida da comunidade: “Quando nós éramos moços e tinha festa de igreja no Rio dos Índios Alto, nós íamos. Porque tinha baile! Mas lá era um lugar que não tinha uma festa que não dava briga. Quando não dava uma, era porque dava duas ou três... Era um povo briguento, que era uma coisa de louco. O pai já dizia: ‘Olha se der briga, vocês subam o morrinho e vão lá para a igreja, que lá não tem perigo’.” [risos] O “restauro” de 1995 Seu Remi Bonetti relata que “quando houve a reforma da igreja do Rio dos Índios Alto, primeiro achavam que era para fazer uma nova. Depois, considerando Interior da igreja restaurado. que ela era feita do jeito antigo, tudo com madeira de cerne, beneficiada, resolveram reformar. E ficou bonita!” Leopoldina Wiemes julga que, hoje, “a igrejinha é quase como era antigamente. Só foi reformada, depois, quando ficou mais velha. Mas é a mesma igreja”. Essa condição tem motivado, segundo Edison Wiemes, “muitos que moravam aqui a, de vez em quando, passar para dar uma olhada na igreja do lugar”. Nesses casos, eles procuram a irmã dele, Eliete, que é quem “cuida” atualmente, da igreja. Isso tudo só é possível porque em 1995, mais uma vez, a comunidade do Rio dos Índios Alto se mobilizou. Como diz Seu Rodolfo Wiemes, “foi o pessoal da comunidade que fez a reforma”. Ele lembra que “tinha um pedreiro e os homens da comunidade ajudaram”. Já Adão Pacheco diz que foi “mãos à obra de toda a comunidade” e que, na empreitada, “apenas o pintor foi contratado”. “Todo o resto, fomos nós que fizemos. E ainda ajudávamos o pintor...”, conclui o antigo capelão. É interessante registrar que todas as pessoas ouvidas fizeram questão de registrar que a igreja já está precisando de novos cuidados de restauração. Afinal, lá se vão vinte anos dos últimos trabalhos. segue 18 Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL segue PATRIMÔNIO SANTAROSALIMENSE Imagem de um dos registros das visitas do Padre Afonso Stahli à igreja do Rio dos Índios Alto. Trancrição da imagem: Visita Paroquial Dos Índios Baixo vim aos Índios Alto. Tempo bom. Muito povo nas missas. Fiz novena à tarde. Fiz as contas da igreja. Ambos os caixas estão quase com 10 contos de cada uma. Batizados: 5 Comunhões: 170 Confissões: 160 Sermões: sobre o Natal Pe. Afonso Stahli Índios Alto 30 de novembro de 1956. Causos Por Adão Pacheco Nasceu em um terreno vizinho à igreja, no ano da construção dela, foi nela batizado e depois foi seu capelão. Começou orientando os cultos, com a irmã, aos onze anos e até hoje, com sessenta e seis, ainda ‘ajuda’. Minha lembrança mais antiga “Eu tinha três ou quatro anos, na noite em que foi ‘batizado’ o sino da igrejinha. Meu pai me levou junto à missa para essa cerimonia. Quando estávamos voltando para casa, meu pai, João Pacheco, me carregando no colo, e minha mãe, perto de uma rocinha de mandioca que nos tínhamos em cima do morro, já perto da casa, tinha um tamanduá no meio do caminho. Meu pai me deixou com minha mãe, mais longe, pegou um tronco de madeira e foi tocar o tamanduá do meio do caminho. [risos] Depois, voltou para me pegar no colo e me trouxe até em casa”. Esforço demais “Entre o cemitério e a igreja há um muro de pedra. Feito com pedras grandes, todas carregadas do rio, em carros de boi. O ‘chão’ foi preparado a mão, na enxada e picareta, e era preciso um pilar para sustentar daquele lado. O pai da minha mãe faleceu ali. Porque tinha aquelas pedras grande e ele fez uma aposta. Quando carregaram o carro de boi, disseram que ele não daria conta sozinho de erguer uma tal pedra para botar no carro. Ele apostou, pegou essa pedra e ali morreu”. O muro que causou uma morte. Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL 19 20 Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL CADERNO DE RECEITA Chimia de Amendoim Dona Erica Defrein da Silva é convidada do mês para assinar neste espaço a Chimia de Amendoim, um doce bastante apreciado nas nossas mesas e bem fácil de fazer. Tradicionalmente é servido acompanhando de nata fresquinha e uma bela fatia de rosca. Natural do município de Armazém, comunidade de Sanga Morta. Dona Erica nasceu no dia 8 de outubro de 1940. “Mas nos documentos está dia 8 de setembro”, completa a informação e explica o motivo. “Naquele tempo a eleição era uma briga. Eu fazia ano em setembro. A votação era dia 13 de outubro. Aí, o candidato que era do nosso lado mudou a documentação para eu poder ter 18 anos e poder votar”. Dona Erica e a mesa farta. Tempos de Escola Filha de Paulo Jacó Defren e Emma Kurtz, Erica foi na escola na comunidade de Rio São João. “Naquele tempo começava com a Cartilha. Tinha que estudar primeiro a Cartilha para ir para o primeiro ano. Eu me lembro de três professoras, mas o professor que eu mais estudei foi com o falecido Adolfo Steiner, de Armazém. Naquele tempo, era um professor só, para a Cartilha, para o 1º, o 2º e o 3º ano e quem quisesse depois fazer o 4º, esse Adolfo Steiner também dava aula. Quem não quisesse podia parar no 3º”. Os professores eram diferentes. “O Adolfo Steiner era um homem muito inteligente. Ele não arreganhava os Dona Erica fazendo a chimia de amendoim. dentes, mas era muito certo e os alunos respeitavam ele. Não tinha aquela bagunça como tem hoje. Ele vinha de Armazém com o cavalo encangado na aranha até o Rio São João, aquele lá do Rio Capivari. Ele tinha dois filhos que estudavam e vinham com ele. Na hora do recreio, cada dia, um dos filhos levava o cavalo no rio para tomar água.” Para eu conseguir botar a abóbora dentro do jacá, eu tinha que trepar em cima de um cepo. Ainda bem que era um cavalo muito manso. Eu nunca esqueço um dia que meu tio e minha tia vinham pra venda lá no São João e o meu tio disse assim, ‘olha como aqui as crianças trabalham e os nossos grandes lá não querem fazer nada’. A educação era diferente “No meu tempo, todo sábado, nós tínhamos que ir pra escola. Naquela escola, muitos eram protestantes, tinha uns 15 alunos com certeza. Então era assim, a gente tinha aula até dez horas, aí ele soltava a gente e dava doutrina para os alunos que eram católicos. Naquele tempo ele rezava todo dia o Pai Nosso e o Santo Anjo. No começo e no final da aula. Eu achava certo o que ele fazia. Hoje devia ser assim, daí desde pequeninhos eles já aprendiam. Eles dizem que isso não é coisa para o professor, mas uma oração não ia fazer mal para ninguém”. Com os filhos foi igual E também foi assim com os nossos filhos. Com cinco anos o Mick (José) tocava os bois a tarde inteira, de manhã ia para aula e a tarde inteira com o Tono virar terra. O falecido meu pai chegou brigar comigo, ele me disse, ‘olha, vocês depois têm o dinheiro mas não tem mais filhos, que vocês matam tudo. (Risos) Graças a Deus se criaram todos eles. O trabalho “Se hoje fosse para um aluno andar a pé naquela distância? E olha que tinha que ser andado e no plano correr se não, não chegava em casa. Em casa o cavalo e a troucha de comida estavam prontos. Aí eu ia a cavalo, pra cima daquelas águas mornas que tem lá, levar o almoço para eles na serraria. Voltava pra casa, tirava a encilha do cavalo, botava a cangalha e tinha que buscar o trato. Era trabalho desde pequeno e era trabalho forte”. No tempo da abóbora Eu com 10, 12 anos eu era picurrucha. Eu lembro que sempre tinha que buscar abóbora, carregar por dentro do milho. Dança e bolinha de gude ‘Eu já dançava e lá naquele salão dos católicos só tinha baile à tarde. Naquele tempo os padres não queriam que fizesse baile à noite. Então enquanto eu dançava, o Tono (Antônio) que é nove anos mais novo que eu. Ele ainda era pequeno e saia a jogar bolinha de vidro.” (Risos) Casamento e filhos “Depois eu o conheci melhor quando ele trabalhou na casa do meu irmão. Ele era um rapaz já. Aí começamos a namorar. Eu me casei com 30 e ele tinha 21. Tivemos quatro filhos. Dois rapazes, o Paulo e o José. Depois veio a Ema e um ano e 21 dias depois, nasceu a Rosa. Eu não sei se na minha vida inteira eu chamei dez vezes um filho pelo nome. É a Pope (Ema) e a Kóck (Rosa), o Zeca (José) e o Mick (Paulo). Era a falecida mãe que botava os apelidos nas crianças e os Ingredientes: ½ quilo de amendoim ½ quilo de açúcar 600 ml de leite. meus quatro filhos foi ela quem criou. Eu ia pra roça o dia inteiro.” Deus existe “Os dois rapazes nasceram de cesárea e as duas meninas eu tive assim, normal. Eu até fui para o hospital porque tinha certeza que ia ser operada. Aí eu sempre digo: o povo pode acreditar em Deus porque ele existe. Quando as duas meninas nasceram nós tínhamos um idoso em casa que ficou quase dois anos de cama. Nesse tempo, eu ganhei as meninas assim, para ganhar num dia e no outro ir embora. Porque ninguém nunca deu um banho nele, ninguém nunca limpava ele, era tudo eu. Um vizinho sempre dizia, ‘o Êta’, eles me chamavam de Eta, ‘a tua cadeira está te esperando no céu pelo que tu fazes por este velhinho’. Este homem vivia na casa do meu pai já fazia mais de cinquenta anos. Nós nos criamos como irmãos e na velhice os outros irmãos, ninguém queria cuidar dele. Queriam levar ele pra um asilo. Esse homem chorava. Foi onde eu disse, ‘que asilo. Ninguém vai te levar pro asilo. Enquanto Deus dá uma bolinha pra eu comer e tratar dos meus filhos eu também te trato’. Dizem, de certeza, que ele tinha mais de 105 anos quando morreu. E morreu de velho, porque saúde ele tinha.” O presente Eu passei trabalho, mas, hoje, graças a Deus... Hoje eu queria ser mais nova para pode durar mais tempo. A gente não sabe. Mas se a Kock ficar pra mim como ela sempre foi e é, melhor filha não existe. Pode ter filho igual, mas melhor não existe. Ela me trata assim como se eu fosse uma criança. Ele me cuida muito bem. Modo de Fazer: Misturar os ingredientes e bater no liquidificador. A gosto, pode-se deixar com pedacinhos de amendoim ou bater o suficiente para formar um doce mais fino. Levar ao fogo em panela e mexer sempre, por aproximadamente 30 minutos. Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL 21 COOPERATIVISMO Assembleia da Cresol reuniu cerca de mil pessoas. Crédito Solidário nas Encostas da Serra Geral A Cresol Encostas da Serra Geral, com sede em Santa Rosa de Lima e unidades de atendimento nos municípios de Anitápolis, Lauro Müller, São Martinho e Armazém, realizou, no último dia 7 de março, suas assembleias Geral Ordinária e Geral Extraordinária. A primeira, tratou de alterações estatutárias em cumprimento de solicitações do Banco Central. A segunda, da apresentação dos resultados da cooperativa no exercício de 2014. Segundo os organizadores, houve a participação de mais de mil pessoas, entre sócios e não sócios. Para homenagear as mulheres pelo seu Dia Internacional foram distribuídos botões de rosa. Um almoço a base de comida colonial foi servido ao meio dia acompanhado de apresentações culturais como modas de gaita e viola. De brinde, foram distribuídas camisetas da Cresol. Panorama Cresol ESG Para trazer ao leitor um resumo da assembleia, os números apresentados e analisar a conjuntura atual em que se encontra a Cresol Encostas da Serra Geral, o Canal SRL ouviu, com exclusividade, a presidenta da organização, Fabiana Cesário. Na avaliação geral da gestora da cooperativa “os resultados são positivos e apresentam um crescimento gradativo e uniforme”. Quadro de associados e de unidades Até o final de 2014, a Cresol ESG estava constituída por 4.381 sócios. Nos últimos cinco anos, apresentou um crescimento médio de 500 sócios por ano. Segundo Fabiana, no município sede da cooperativa, Santa Rosa de Lima, e no município vizinho, Anitápolis, “na maioria das famílias, nós já temos associadas. Onde foram implantadas unidades mais recentes, como é o caso de Armazém, São Martinho e Lauro Muller, existe um grande potencial de crescimento”. A presidenta destaca, ainda, que existe, dentro do território de abrangência da cooperativa, “a possibilidade de expansão, com novas unidades em Gravatal, São Ludgero e Orleans”. Capital Social O capital social, dinheiro que os sócios têm integralizado na cooperativa, fechou dezembro de 2014, na casa dos Gráfico representativo do número de associados da Cresol. segue 22 Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL segue COOPERATIVISMO R$ 3.4 milhões de reais. Além deste capital, a cooperativa conta com um fundo de reserva. Para o exercício de 2015, este será de R$ 400 mil. “A proposta do Conselho Administrativo é aumentar os recursos deste fundo”, diz Fabiana. “Tanto que a gente destinou grande parte das sobras de 2014 para ele. Além de representar uma garantia para a própria cooperativa, aumenta o patrimônio e faz com que fiquemos mais fortes perante outras organizações”. Pronaf Através do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf), a Cresol ESG repassou aos associados recursos na ordem de R$ 8,3 milhões em operações de créditos para custeio e investimento. Fabiana explica que o crédito rural é usado nas propriedades “tanto para melhorias, como para custear atividades agrícolas. São comuns financiamentos para instalações de salas de ordenha, ranchos ou cercas, para a implantação de açudes, para a compra de gado ou de implementos agrícolas, assim como investimentos em agroindústrias e em infraestruturas voltadas ao turismo rural”. Poupança Em 2012, foram poupados pelos sócios da Cresol R$17.4 milhões. Em 2014, esse valor subiu para R$ 26.8 milhões em depósitos aplicados. Para Fabiana, “foi uma evolução muito grande. Um crescimento muito bom”. Questionada sobre os fatores que levaram a este aumento, a presidenta enumera: “Primeiro porque nos municípios onde atuamos a característica das pessoas é de poupar, de guardar dinheiro. Segundo, melhorou muito a situação financeira das pessoas, principalmente dos agricultores. As pessoas têm mais recursos. Hoje se for olhar para o interior você fica surpreso como mudou, como as coisas evoluiriam. Isso é notável! Outro fator importante é a confiança que os sócios depositam na cooperativa”. Fazer diferente Na visão da gestora, a cooperativa poderia apresentar um resultado ainda maior. “Só que para isso, a gente teria que tirar do sócio de alguma forma. Cobrando mais juros, pagando menos nas aplicações, cobrando manutenção de conta, cobrando tarifas. Então qual a vantagem? Cobrar durante o ano e distribuir no final do exercício? E este é um diferencial da nossa cooperativa. Tanto a direção como os funcionários pensam assim. A gente quer continuar crescendo gradativamente, de forma uniforme para termos controle do que fazemos, sem prejudicar os nossos sócios, que são a razão de ser da cooperativa”. Sobras A Cresol ESG apresentou o resultado bruto de R$ 268.533,96 em 2014. Cumprindo as exigências estatutárias, o resultado líquido foi de R$ 225.138,87. A proposta apresentada pelo Conselho Administrativo e aprovada pelos associados foi de destinar as sobras nas seguintes proporções: R$152 mil, para o Fundo de Reserva; R$ 11,573 mil, para o Fates (Fundo de Formação); e o restante do valor, R$ 61.240 mil, para cota capital dos associados. Represnetativo da Receita da Cresol em 2014. Fundo de Formação (Fates) O Fates é um recurso destinado à formação de sócios, funcionários, conselheiros e comunidade em geral. “Neste ano teremos um recurso bem interessante que pretendemos trabalhar em parceria com outras entidades. O objetivo da Cresol é trazer coisas novas e oportunizar formação e informação. Para isso colocamos a cooperativa à disposição dos associados e entidades e pedimos o apoio de todos para fazermos parcerias que favoreçam o desenvolvimento dos nossos municípios. Hoje, a gente vê que perde grandes oportunidades, por não ter parado e planejado ações dentro dos nossos municípios”. Gráfico representativo dos dépositos a vista e a prazo na cooperativa. O Ativo [valor que a cooperativa tem para administrar] no fechamento de 2014 estava em R$ 38.5 milhões. “São números que surpreendem a nossa própria equipe. Tivemos um crescimento entre 2013 e 2014 de mais de R$ 5 milhões. Uma evolução muito grande. Na data de hoje [18/03] com certeza este valor já deve ultrapassar R$ 40 milhões de ativos”, conclui Fabiana. Conselhos participativos Fabiana Cesário avalia que a Cresol ESG conta com um bom Conselho de Administração. “Tudo é discutido e analisado em grupo. Não é uma pessoa que define as coisas. E isso dá muita segurança. São nove pessoas e todas estão envolvidas diretamente com a cooperativa”. Sobre o Conselho Fiscal, completa: “é bem efetivo e é totalmente independente. Seus membros estão sempre fiscalizando e tentando evitar qualquer tipo de problema. É um órgão que trabalha muito bem”. Cooperação e cooperativismo “Eu acredito muito no cooperativismo. Acredito muito no jeito que a gente administra a cooperativa. Se continuar neste ritmo, vamos crescer e não vamos ter problemas. Porque a gente trabalha com os pés no chão. Fabiana diz que faz questão de sempre frisar aos associados, “a cooperativa é de vocês. É o dinheiro de vocês que está aqui. Nós estamos aqui porque recebemos a confiança de vocês para administrar”. Como presidenta e sócia da Cresol, ela destaca, “quanto mais participação e envolvimento dos sócios, maior vai ser o crescimento da cooperativa. Por isso convidamos aos sócios e não sócios que nos procurem. Temos todos os produtos e serviços oferecidos por um banco, porém, com um atendimento diferenciado e sem cobrar tarifa de manutenção de contas. E temos, também, a menor taxa de juros nos empréstimos e a maior rentabilidade na aplicação”. “A Cooperativa é uma instituição que é dos sócios. Não é de um dono. A gente espera que o associado participe mais das decisões da cooperativa nas assembleias.” Gráfico representativo dos dépositos a vista e a prazo na cooperativa. Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL 23 LEGISLANDO COMUNIDADE RIO DOS ÍNDIOS Kelin Dutra | Ivonete Walter Dutra | Milena Dutra Esta coluna é reservada e assinada pela bancada PP e PT composta pelos vereadores Edna Bonetti, Robson Siebert, Salésio Wiemes e Luiz Schmidt. Aqui são apresentados os trabalhos na Câmara Municipal de SRL. Acompanhe o resumo dos principais ofícios, requerimentos e proposições apresentados aos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Esporte O Vereador Salésio Wiemes encaminhou ofício ao Secretário de Educação e Desporto, solicitando que o departamento, dentro de suas possibilidades, possa organizar e realizar campeonatos municipais, utilizando os espaços esportivos das comunidades rurais. Justificou o verador, “sabemos que as estruturas esportivas no centro da cidade estarão fechadas para reforma e muitas comunidades do interior possuem estrutura suficiente para a realização de rodadas de campeonatos”. Lembrou ainda que a prática já foi realizada em outras gestões “e eram eventos com muita participação da população. Além de desenvolver o esporte, desenvolve atividades nas comunidades rurais. Não apenas no centro”. S.E.R. Veterano Salésio também solicitou que a Secretaria de Educação e Desporto ofereça apoio a Associação Esportiva e Recreativa Veterano de Santa Rosa de Lima com auxílio transporte em jogos realizados fora do município. Calçamento I Apresentando ofício a prefeita, com cópia para o Secretário de Transportes e Obras, o vereador Salésio solicitou que se realize a recuperação da pavimentação na Rua Valentim Feldhaus por esta apresentar situação precária em vários pontos, dificultando o trânsito de carros e pedestres. Óleos essenciais Ofício de autoria do vereador Salésio, dirigido a prefeita, com cópia para o Secretário de Obras, solicita que a administração conceda atenção especial e realize os serviços de terraplanagem em terreno ao lado da nova sede da Agreco, na Comunidade de Águas Mornas. No local será construída, em breve, uma Unidade de Referência em Óleos Essenciais Orgânicos. Estradas Salésio solicitou, em ofícios distintos, a recuperação de estradas que apresentavam péssimas condições de trafegabilidade para produtores rurais e demais usuários. No acesso à propriedade de Tereza Neckel Loch, na Comunidade de Santa Bárbara; no acesso à propriedade do senhor Ilson Heidemann, na localidade do Rio dos Índios. No acesso à capela de Bom Jesus do Iguape, na comunidade de Rio dos índios Alto. Na estrada que liga a comunidade de Nova Fátima a Estrada Geral Rio dos Índios, com atenção especial ao trecho próximo a propriedade do senhor Martinho May. Na estrada que liga o Centro do município até a comunidade de Santa Bárbara e no acesso a propriedade do senhor Orlandi Israel, no Campo do rio Bravo. Açudes Em ofício ao Secretário de Agricultura e Meio Ambiente, o vereador Salésio solicitou que a secretaria possa realizar a recuperação de barragens de açude na propriedade do senhor Genésio Wiemes, na localidade de Rio dos índios. Calçamento II O Vereador Luiz Schmidt encaminhou ofício a prefeita, com cópia para o Secretário de Obras solicitando o conserto na pavimentação em lajotas na Estrada Geral Rio do Meio. Com especial atenção ao trecho em frente ao cemitério daquela comunidade. Justifica o vereador que os pontos estão bastante críticos e necessitam de reparos para melhor condição de trafegabilidade. Combate ao Borrachudo Ofício de autoria do vereador Luiz Schmidt solicitou que a administração municipal retome os trabalhos no combate ao borrachudo. Justificou a grande proliferação do mosquito no município e o grande incômodo que traz aos santarosalimenses e visitantes. Dona Lucia Este mês queremos homenagear uma pessoa especial de nossa comunidade, Dona Lucia. Ou, como todos chamam, a Tia Luzia. Ela nasceu no dia 8 de março de 1932 e muito cedo perdeu a mãe e desde criança, teve uma vida de muito trabalho, pois tinha que ajudar seu pai a cuidar dos irmãos e da casa. Aos 23 anos de idade, casou-se com seu Valdemiro Lino Dutra, no dia 23 de novembro de 1955. Esta união já perdura por 60 anos. Depois do casamento, nasceram os filhos: Salésio, João, Genésio, Terezinha, Valdete, Maria de Lurdes, Nivaldo e Valmir. Tia Luzia, seus filhos, juntamente com toda a nossa comunidade, desejam a senhora muitos anos de vida. Que sua vida continue sendo repleta de alegrias e muita saúde. Continue sendo essa pessoa atenciosa que não mede esforços para ver a sua família feliz. Outono Para receber a nova estação, reproduzimos um belo poema sobre o Outono. A paisagem mostra um balé De folhas que flutuam Suavemente pelo ar guiadas Ao sabor dos ventos... No horizonte desponta o renascer... Os frutos brotam da terra em abundância Como alimento vital ao Ciclo infinito Trazem em cada fibra O orgulho de um dia terem sido Folhas coloridas que ornamentaram Uma divina paisagem... (Autor desconhecido) Páscoa Que nesta páscoa haja muitos doces em sua vida. O doce sorriso daqueles que te amam. A doce alegria de ter o pão na sua mesa. A doce esperança de ter um futuro de paz e prosperidade. Feliz Páscoa! 24 Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL Maratcha Edésio Willemann M&M No dia 22 de março de 2015 foi realizado o 1º Encontro da Família Stüepp. Descendentes que deixaram Santa Rosa de Lima ainda pequenos para tentar a vida em outros lugares, tiveram a oportunidade de conhecer parentes que não conheciam e de reencontrar familiares e velhos amigos. Luciano Schmidt trocou de idade no dia 14 de março e recebe as homenagens da tia Marlene e do tio Negão. Parabéns e muitas felicidades! Sabrina Schueroff, a gatíssima que já foi Rainha da nossa Gemüse Fest, troca de idade no dia 20 de abril. Queremos desejar muito sucesso e felicidades! Os cumprimentos especiais vêm da amiga dos tempos de reinado, a Princesa Kelin Dutra. Brayan Witt completou 7 aninhos no dia 14 de março. A mamãe Marli, o papai José Raimundo, a mana Beatris e os manos Juliano e Mickael desejam muitas felicidades e que você tenha uma linda infância. Mentira Edson Baumann Maiara Morgana Nack soprará velinhas no dia 12 de abril. Recebe os cumprimentos dos amigos e familiares. Feliz Aniversário Maiara! Ronald Carvalho trocou de idade no dia 23 de março. Completando 11 anos, este garotão recebe os cumprimentos especiais da mamãe Zenita. “Felicidades e muitas alegrias meu querido. Minhas preces são para você e para que continue sendo este filho maravilhoso. Te amo! Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL As irmãs Ana Luíza e Maria Clara Schmitz Rech trocaram de idade no mês de março. Maria soprou 11 velinhas no dia 06 e Ana, no dia 24, completou 7 aninhos. Felicidades as lindas garotinhas! Isalde Nack soprou velinhas no dia 28 de março e recebe homenagem especial de sua filha Pérola. “Mae, quero agradecer por tudo. Por ter me botado nesse mundo, por cuidar de mim tão bem, por sempre me proteger, por nunca me abandonar, por ser mais que uma mãe maravilhosa, por ser uma amiga, uma irmã, uma protetora. Te desejo tudo de melhor sempre e muitos anos de vida, para me aturar por muito tempo ainda. Feliz Aniversário minha rainha! Eu te amo!” José Schmidt celebrou os 90 anos de vida com familiares e amigos. A celebração teve início com uma missa em honra de sua falecida esposa, Dona Paulina, e uma bela homenagem ao nonagenário. Em seguida, os convidados foram recepcionados no salão comunitário, para almoço, baile e café da tarde. A equipe editorial deste jornal tem especial admiração pelo Seu Zé Schmidt e deseja muita saúde, paz e tranquilidade. E que mantenha, sempre, esse bom humor. A Festa vai ser dupla. Milena Dutra sopra velinhas no dia 19 de abril e papai, conhecido por Caçula, no dia 21. Desejamos a nossa colunista, ao seu pai e a toda a família votos de muita saúde, paz e felicidade. No dia de 21 de março aconteceu a tradicional Festa da Família Loch/Locks no Balneário Paraíso das Águas. Organizado, dessa vez pelo “Tio João”, o encontro contou com a presença de mais de 80 parentes. De todos os cantos! Com concurso de topeador e barrigadas na água, a diversão foi garantida! 25 26 Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL COMUNIDADE NOVA ESPERANÇA Jaqueline Tonn Visitinha inesperada Diz a lenda que quando o bugio ronca é sinal de chuva. Dizem ainda os mais sabidos que para anunciar este presságio, ele ronca em determinados horários. O que sei é que por aqui nestas encostas de serra é que ele anda roncando bastante. Lembro aos leitores que não estou falando do nosso Jornal, que dizem por aí, “ronca bastante”. Falo do bugio. Essa espécie de macaco que habita nossas matas se alimentando de frutas, folhas e sementes silvestres que encontra pelo caminho. Se ninguém os perturbar, são animaizinhos inofensivos. Mas, se sentirem ameaçados, ficam extremamente mal humorados. Como eles se aproximam muito das nossas casas, seus roncos altos, muitas vezes, chegam a ser entediantes e acabam, de certa forma, atrapalhando nossas atividades. Por outro lado, proteger a natureza é regra fundamental para todo ser humano. E preservar tem que ser um ato de todos, não apenas dos que vivem no interior, em uma pequena comunidade e rural, mas sim por todos que vivem na cidade. Aqui me refiro a São Paulo e a poluição de seus rios. Ora, eles fazem parte da natureza. De volta aos bugios Mas são estas visitinhas inesperadas, como de um bando de bugio, um tucano e de tantos outros animais silvestres que me orgulha de morar aqui na Nova Esperança. Esse contato com a natureza e com nossos membros, preservando e resguardando nossas histórias. Sejam as antigas, que trazem lembranças e marcam até hoje, sejam histórias atuais como observações pequenas e atos minuciosos que fazem parte do nosso cotidiano. Noites de sexta O mês de abril marcou a retomada das nossas jantas quinzenais de sexta-feira à noite. Nova Esperança novamente se completa com esta diversão e com as tradicionais partidas de bocha. As mulheres que o digam, afinal de contas, elas que são as mais interessadas ou, melhor dizendo, viciadas na bocha. Mas o grande objetivo destas noites é reencontrar e fortalecer grandes amizades e, principalmente, a união de nossa comunidade. Essa é a premissa de nossa Nova Esperança, afinal, a união faz a força. A noite começou com um verdadeiro banquete. Querendo ou não, todos foram com uma fome de leão. Rodinaldo e Daiane foram os responsáveis pela deliciosa comida, com direito a carne de carneiro e de boi com pão e salada. Claro que deixamos a dieta para outro dia não é mesmo. A cervejinha gelada não faltou e o empenho dos responsáveis pelo nosso Centro Comunitário, que fazem o possível para atender a todos com muito conforto. Inclusive os visitantes, pois acolhida e gentileza são nossas características primordiais. EDITAL DE CONVOCAÇÃO ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA EDITAL 001/2015 O Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de Santa Rosa de Lima, SINTRAL SRL, através de seu Presidente infra-assinado e conforme legislação vigente convoca os trabalhadores e trabalhadoras da Agricultura Familiar, residentes e em atividades no município de Santa Rosa de Lima, para se reunirem em Assembleia Geral Ordinária, à se realizar no dia 16 de abril de 2014 às 19:00 horas, em primeira e segunda convocação, conforme o estatuto social da entidade, na sede da entidade, sito a Rua Germano Hermesmeyer, s/n. Centro, Santa Rosa de Lima - SC, a fim de discutir e deliberar sobre a seguinte ordem do dia: 1 – Prestação de contas do exercício de 2014; 2 – Discussão e aprovação do valor da anuidade; 3 - Assuntos gerais; Santa Rosa de Lima – SC, 20 de Março de 2015. Luiz Schmidt Coordenador Geral COMUNICADO O Sintraf comunica aos proprietários de imóveis rurais que encerra em Maio/2015 o prazo para realizar o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Informa também que as entidades CRESOL, AGRECO/COOPERAGRECO e SINTRAF, em forma de parceria, oferecem gratuitamente aos seus associados a assessoria de uma Engenheira Ambiental para a realização do Cadastro. Para oferecer um melhor atendimento, o Sindicato solicita que os proprietários de imóveis rurais façam agendamento de data e horário para realizar o CAR. Nosso atendimento é de Segunda à Sexta Feira, das 7:30 às 11:30. O agendamento também pode ser feito pelo telefone: (48) 3654-0183. A bocha é a grande atração das noites de sexta feira. Desejo a todos uma Feliz Páscoa, cheia de paz, amor e muita saúde! Luiz Schmidt Coordenador Geral Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL COMUNIDADE MATA VERDE Kátia Vandresen | Ronaldo Michels Alunos Holandeses, Americanos e Russos em terra de alemães, saboreando um porco a paraguaia. Este foi o encontro mais produtivo dos alunos que estiveram visitando Santa Rosa de Lima no mês de março, vindo de universidades dos Estados Unidos, para um intercambio, e apresentação de projetos na Capital da Agroecologia. Foram cerca de uma semana de visitas por propriedades e locais de Santa Rosa de Lima, e um destes encontros bem animados ocorreu na comunidade de Mata Verde, organizado pelo Bertilo Vandresen “Tilico”. Em uma noite de chuva, os alunos, professores, comunidade e visitantes trocaram experiências e muita conversa rolou entre todos, mesmo que o inglês não era entendido pela grande maioria dos santarosalimenses, alguns tentavam dar uma enrolada e fazer uma média. O auge da festa foi o porco a paraguaia degustado e aprovado por todos, e claro também pelos nossos visitantes que saíram com a barriguinha bem cheia. Parabéns também ao Valdir Antunes que comandou a churrasqueira. Família Jundiá esta Crescendo Depois do Kelvin Vandresen e Bruna Marques trazer ao mundo o jundiazinho Kleber Marques Vandresen no dia 9 de Dezembro de 2014, agora foi à vez do casal Franciel Dutra e Andréia Assing Dutra estar sendo os responsáveis pela família jundiá receber mais um integrante, e estão felizes com a chegada do pequeno Davi Luiz Assing Vandresen que veio ao mundo com muita saúde e disposição no ultimo dia 24. O próximo Jundiá a aparecer pelas bandas da Mata Verde deve ser o filho (a) da Ana Maria Vandresen e Ronaldo Vandresen (Budu), e este será considerado um jundiá puro, e ninguém COMUNIDADE RIO DO MEIO Ana Beatriz Kulkamp | Diana Kulkamp | Karine Neckel Visita internacional É cultura, mas é no Lixo! As culturas são diferentes, o idioma é diferente, os gostos são diferentes, e o jeito de tomar cerveja também é. Neste quesito temos que fazer aqui uma brincadeirinha com alguns mataverdenses, o Dairson e o “Chaveta”, que tiveram que recolher as garrafas de cerveja de dentro do lixo, tomadas pelos “estrangeiros”. Vamos Explicar. É que a cultura de nossos amigos visitantes é de pegar a garrafa de cerveja beber do próprio gargalo e no final ela é descartada e jogada ao lixo, fato este não entendido pelo seu Dairson Vandresen e nosso nobre vereador Robson Siebert, o “Chaveta”. 27 segura. Ainda bem que nos últimos tempos São Pedro tem colaborado em mandar chuva regularmente para manter o nível do Rio que corta a Comunidade da Mata Verde, pois senão com tanta jundiazada por aqui iria faltar espaço. Segura que os bichos são lisos! Vereador Vovô Quem esta feliz também aqui pelas bandas da Mata Verde, é o Vereador Alberto Henrique Becker o “Beto” e sua esposa Romiria Schueroff Becker, com a chegada da netinha Helena. A filha do casal Jeise Becker Bloemer e Romilto Bloemer também veio ao mundo nesse mês de março. E deixou feliz da vida também o agora titio Jair. Um Recado Importante, preste atenção! Este recado é importante, ao Vani Dutra “Nico” e também ao Vereador “Beto”, tomem cuidados, agora sendo vovôs vão ter que se acostumar a dormir (e só dormir) com as vovós. Há, e para não esquecer, Dairson e Salésio vão se preparando que o dia de dormir com as vovozinhas “Kinha” e Janete também esta quase chegando, não adianta ficar rindo dos outros vovôs. Um produtor de fumo Neste mês vamos reproduzir uma conversa que tivemos com agricultor João Kulkamp, mais conhecido pelo nome de Jonas. Jonas reside na comunidade de Santa Catarina desde que nasceu. Ele e sua família tem a principal renda provinda da plantação de fumo e para complementar, produzem queijo colonial e gado de corte. Aos 53 anos de idade o agricultor nos conta que “desde pequeninho trabalha com o plantio de fumo, “faz 44 anos”. Diz que sempre fez isso, “por não ter outra opção de trabalho para obter renda na propriedade”. Agrotóxicos Jonas diz saber dos riscos que ele e sua família correm por fazer uso de agrotóxicos na plantação. Ao mesmo tempo se conforma, “ao final de tudo, sempre dá certo. A renda da família está garantida”. Afirmação que não é “100%”, diz ele, “se caso der errado na plantação diminui a produção. Se der muita seca, uma chuva de granizo ou até mesmo uma praga que afete o fumo. Aí não se tem mais a qualidade desejada pela fumajeira que compra. Má classificação da produção Neste ano, avalia Jonas, “os produtores estão insatisfeitos com a classificação do fumo feita pela fumajeira. Não está sendo muito boa para os produtores. O agricultor relembra, “nos outros anos, a classificação também já não estava boa. Mas, ainda tinha a condição que nos produtores aceitássemos a colheita. Neste ano, nos pediram que colhêssemos um fumo bem maduro e agora, na hora de comprar nosso fumo, que pediram bem maduro, mudaram de lógica. Querem um fumo que não fosse colhido maduro. Assim, não sabemos mais como o classificador quer. Pede de uma maneira e depois inverte”. Algumas exigências da fumajeira Para a plantação de fumo a fumajeira nos exige muitas coisas que nós produtores, muitas vezes, não conseguimos fazer de imediato. Um exemplo é a construção da casa do agrotóxico para uso exclusivo destes insumos. Eles também exigem que as pessoas que trabalham junto com a família, os “empregados”, não façam suas refeições no mesmo local que o produtor. Isso chega a ser constrangedor. Trabalha o dia todo junto e quando chega a hora de fazer as refeições, não pode fazer no mesmo espaço. 28 Santa Rosa de Lima, Abril/2015, Canal SRL projeto. E não vai aguentar! Vai ser como aquela maquiagem carregada de “quenga”, no final de uma noitada. Um laudo de porco sobre um serviço porco Como tenho repetido, a pavimentação do Morro dos Roecker virou uma novela. E daquelas cheias de maldades. É serviço porco atrás de serviço porco: coloca (mal) os pavers; arranca os paver; recoloca (mal) os pavers... E vieram as chuvas... Crateras se abriram e os pavers ficaram mais espetados que couro de jacaré. Porco não precisa ter razão para ir em frente, mas este Macau “quase engenheiro” avisou que o serviço tinha até ficado mais arrumadinho. Mas, que não ia aguentar. Quiseram “tirar o meu couro” por causa disso. Não deu outra. Vieram as esperadas e previsíveis chuvas de verão e lá se foi muito paver para a grota. A maquiagem vai durar? Depois de muita chiadeira, a empresa Zabel “arrumou” o que a chuva havia estragado. Para receber mais uma vistoria e a visita do Banco Mundial? Porque arrumou, mas não resolveu. Maquiou! As coisas parecem continuar mal feitas e mal resolvidas. Só se remendou os estragos da chuva, sem mexer na base da pavimentação. Nas laterais, se colocou apenas uma camada de terra para “segurar” o meio fio. Vão dizer que é o espírito de porco deste descendente de javali. Mais uma vez, contudo, a obra não atende ao Qual o fim do novelão sem fim? A obra tem causado muitos transtornos para os santarosalimenses. Se tivesse sido bem feita de saída, tudo estaria resolvido (e eu, provavelmente, sem assunto). Mas fica esse faz mal feito, vistoria, não paga; refaz mal feito, vistoria, não paga... E a novela não termina! Até “Império”, que parecia interminável, acabou. E começou “Babilônia”... Mas “O morro dos Roecker” vai para o capítulo mil. Como vai acabar? Vai ficar por isso mesmo? A empresa vai acabar ganhando no cansaço, receber o que não parece merecer e deixar o problema para a prefeitura resolver? A prefeitura vai aceitar a obra como está? Não percam as cenas dos próximos capítulos. Desajustaram o reajuste Aquilo que deveria ser comemorado como o cumprimento de um direito, por parte dos servidores públicos municipais, acabou virando frustração. O projeto de Lei de reajuste dos vencimentos dos servidores mal deu entrada na Câmara e foi “recolhido” pela administração municipal. Para “ajustes”, segundo se justificou. E o ajustamento foi parcelar a reposição das perdas resultantes da inflação do último ano. O salário mínimo no Brasil é reajustado no dia 1º de janeiro. O projeto de lei municipal veio para a Câmara no final de março. E acaba escalonando a reposição das perdas em “suaves parcelas”. Os servidores municipais terão que aguardar até quase o final do ano para repor o seu poder de compra. Mas aí, já foi comido de novo por uma coisa chamada inflação. E a valorização dos professores? Sempre ouço os políticos e os secretários municipais dizerem que é preciso valorizar a educação. E que, por isso, “é preciso valorizar os professores”. E eu mexo as orelhas, pra frente e pra trás, concordando. Mas, com meu pequeno cérebro, julgo que valorizar os professores é oferecer condições adequadas de trabalho e, acima de tudo, pagar uma remuneração digna e justa a quem tem a responsabilidade de educar os cidadãos de hoje e de amanhã. O que vejo é que isso só está presente nos discursos. Basta ver o que ocorre na rede estadual: os professores precisam fazer greve para brigar por seus direitos, assegurados pela política nacional de educação. E o que ocorre na rede municipal: o piso será pago em “suaves prestações”. Como se fosse um custo e não um investimento. Enquanto isso, dálhe areão nas estradas... Isso, sim, dá futuro... Polícia Federal em SRL Recentemente, ouvi um burburinho na “praça”. Um delegado da Polícia Federal, escoltado por um agente, permaneceu dois dias no município. Vieram fazer “oitivas” (ouvir testemunhas ou implicados), dentro de um inquérito em curso. Como porco não fala, não foi intimado. Mas descobriu que mais de uma dezena de pessoas foram chamadas para prestar depoimento. O que os delegados queriam saber? O que teria motivado o delegado da Policia Federal a ter vindo, por dois dias, a Santa Rosa de Lima? Passear, fazer turismo e comprar produtos orgânicos, parece que não foi! Banho de “groselha”? Meus primos porcos, de Rio Fortuna, me relataram uma grande porcaria. No Rio Bravo Baixo, em plena tarde, um operador de máquinas da prefeitura, acompanhado, em pessoa, pelo prefeito Lourivaldo (Pita) Schuelter, aplicava herbicidas às margens da estrada municipal. Para o prefeito, “roçar” parece significar pulverizar os barrancos e beiras de estradas com produtos químicos de síntese. Sem prevenir e sem respeitar minimamente as pessoas que moram na comunidade e que transitavam pela estrada. Sem respeitar, da mesma forma, as águas, as plantações e as propriedades orgânicas à beira da estrada. Trata-se de uma questão de saúde pública e de uma grande irresponsabilidade. Além do altíssimo risco de contaminar pessoas, animais, plantas, águas e solo, a administração municipal de Rio Fortuna esta colocando em risco empreendimentos agroecológicos com quase vinte anos de história. Está na hora de termos leis municipais que evitem barbaridades como essa. Bons exemplos há, aos montes, por Santa Catarina. Pegue e não pague? Dias atrás saiu uma nota em um jornal de circulação regional. Dizia que a Ceral – Cooperativa de Eletrificação Rural de Anitápolis – está com faturas de energia em atraso junto a sua fornecedora, a CerbraNorte. Dizia, ainda, a mesma nota, que já eram quatro faturas em atraso. E mais: que, de agora em diante, a CerbraNorte vai exigir que a Ceral pague a fatura do mês e mais uma das que estão em atraso. Isso até colocar a “conta em dia”. Os sócios da Ceral estão pagando em dia, senão recebem aviso de corte. No segundo mês! Até que se prove que focinho de porco não é tomada, vou ficar desconfiado com este atraso de quatro meses.