Gestão informe publicitário Investimentos em gestão e estratégias de venda incrementam comercialização e desenvolvimento do artesanato Já faz alguns anos que o artesanato deixou de ser visto apenas como uma manifestação cultural que deve ser preservada com o apoio do governo. Atualmente, todos os ministérios brasileiros enxergam no artesanato uma oportunidade comercial que pode ser usada para minimizar a disparidade econômica de regiões de baixa renda e até se transformar em produto de exportação. Segundo Tânia Machado, presidente do Instituto Centro Cape, que organiza a Feira Nacional do Artesanato ao lado da Central Mãos de Minas, a crescente profissionalização dos artesãos é que está por trás dessa mudança. “A própria necessidade de sobrevivência dos artesãos os levou a se profissionalizar. Há 20 anos não existiam grandes eventos dedicados ao artesanato, os artistas participavam de pequenos bazares. E precisavam se destacar neste meio para vender, isso fez com que eles procurassem alternativas que agregassem valor ao seus produtos”, afirma Machado. Aos poucos, os artesãos brasileiros passaram a deixar de lado o amadorismo e começaram a tratar o artesanato como qualquer outro negócio. Com isso eles precisaram aprender a gerir o processo produtivo e a fazer uma melhor apresentação de seu trabalho. “Apesar de serem artistas, eles têm de se preparar para comercializar. É preciso manter a qualidade do produto, se preocupar com o meio-ambiente, aprender a organizar melhor sua oficina e garantir o bom aproveitamento da sua matéria-prima”, explica Machado. De acordo com a organizadora da Feira Nacional do Artesanato, parte dessa demanda pela profissionalização se deve ao fato de o governo ter começado a enxergar o artesão como parte da economia, desenvolvendo ações de apoio produtivo. E também ao aparecimento de eventos comerciais como a feira, uma das maiores do gênero no Brasil, que chega a sua 18ª edição entre os dias 20 e 25 de novembro, em Belo Horizonte. O evento vai reunir novamente 8.600 artesãos de todos os estados brasileiros no Expominas. Serão apresentados 1.100 estandes de artistas brasileiros e de outros 10 países, que terão a oportunidade de fazer contato direto com o público e com outros artesãos, além dos participantes internacionais das rodadas de negócios, que buscam novos parceiros para fazer exportações. “O forte da feira não é o que o artesão vende, mas sim os contatos que ele faz com os lojistas. É isso que garante que o produto entre no mercado”, aposta. Para o designer de jóias Tiago Seixas, que expôs o seu trabalho na feira do ano passado pela primeira vez, os contatos com empresários que visitaram o seu estande lhe renderam um novo nicho de mercado. “Essa foi a primeira feira que eu participei, e acabei conhecendo uma empresária que me convidou a fazer a coroa do concurso Miss Brasil Mundo. A partir daí, apareceram outras oportunidades de trabalhar neste setor”, afirma o artista, que trabalha a nove anos no ramo joalheiro. Segundo Seixas, que começou sua carreira trabalhando com tapeçaria e cerâmica, o mercado do artesanato IQM/Divulgação Cerca de 8.600 artesãos vão participar da Feira Nacional de Artesanato, que movimenta mais de R$ 50 milhões em seis dias se expandiu nos últimos anos devido a sua originalidade. “A maior divulgação do artesanato criou um mercado profissional, os artesãos passaram a lidar com o seu trabalho não mais como um hobby. E como o artesanato significa exclusividade, já que cada peça se torna única, os clientes absorveram bem essa demanda. Todo mundo quer ter acesso a uma peça exclusiva”, explica o designer. Além da oportunidade de fazer negócios, a Feira Nacional de Artesanato oferece aos participantes cinco cursos gratuitos que ensinam a aperfeiçoar a produção artesanal. Um deles instrui sobre a cadeia produtiva, outro discute a necessidade de boas embalagens para chamar a atenção dos clientes. Os outros cursos ensinam como gerenciar os negócios e os passos da exportação. “É uma oportunidade de o artesão ter acesso a informação e treinamento. Essas iniciativas são essenciais porque quando você apóia o artesão, apóia também a sua melhoria de vida”, garante Machado. Sebrae: da capacitação técnica à divulgação no exterior Estimular a produção de artesanato, tornando os produtos mais competitivos e com maior visibilidade no mercado são as metas do Programa Sebrae de Artesanato (PSA), cujas ações envolvem desde grupos de artesãos iniciantes à cooperativas já consolidadas. “Para o grupo que está começando focamos na capacitação técnica que abrange três quesitos básicos para o bom desenvolvimento do negócio: gestão, comercialização e design do produto. Ao todo são 227 horas/aula, em um período que pode variar de quatro a oito meses, de acordo com a necessidade e disponibilidade de cada grupo”, explica a técnica responsável pelo projeto em Minas Gerais, Sabrina Campos. No estado, o PSA vem possibilitando aos grupos de artesãos a venda direta ao consumidor, criando condições para o ajuste da sua produção às tendências e necessidades do mercado. “O programa engloba diversas ações como o Projeto de desenvolvimento do setor de artesanato de Minas Novas, o Top 100 do artesanato, que ocorre nacionalmente, entre outros”, acentua. Além disso, o PSA incentiva o desenvolvimento sustentável do setor de artesanato - ação que acaba funcionando como estratégia de promoção cultural, econômica e social das regiões participantes. “Após a capacitação técnica desenvolvemos ações relacionadas à divulgação dos produtos como a participação em feiras nacionais e a produção de um catálogo. Este material, comercializado nos pontos de atendimento do Sebrae e em embaixadas do Brasil no exterior, apresenta informações detalhadas sobre o artesão e suas obras. Já no Rodada de Negócios, realizados nas feiras nacionais, colocamos os grupos de artesãos em contato com compradores estrangeiros e de vários estados do Brasil. Durante o encontro também são discutidos assuntos relevantes ao mercado e gestão do artesanato, estratégias de vendas e comercialização dos produtos”, salienta. É necessário destacar, de acordo com Sabrina, que o programa não tem o intuito de interferir no processo criativo e de produção do artesão. “Ressaltamos a importância de o produto apresentar um diálogo com a cultura local e ter alta qualidade. Elementos essenciais para o bom fluxo das vendas”, diz. “Também chamamos a atenção para a formação de preço e divulgação”. O Programa Sebrae de Artesanato é realizado nos municípios com o apoio de parceiros locais, como o poder público e entidades empresariais. Entre as ações previstas na promoção do programa nas regiões destacam-se: realização de pesquisas para conhecer o funcionamento do setor, desenvolvimento da cooperação entre os artesãos, adoção de estratégias de marketing, suporte tecnológico (design) para agregar valor ao artesanato, entre outros. AGENDA No dia 22 de novembro o Prêmio Mineiro de Gestão Ambiental 2007 (PMGA) vai premiar e reconhecer as organizações mineiras que apresentam um destacado desempenho voltado para práticas inovadoras e diferenciadas de gestão ambiental. Criado em novembro de 2005, o PMGA é um prêmio pioneiro no país. Em seu segundo ciclo de premiação, ele tem o objetivo de desencadear nessas organizações um processo estruturado de busca da melhoria contínua de sua gestão ambiental direcionada para a promoção do desenvolvimento sustentável. Prmio Mineiro de Gesto Ambiental 2007 - PMGA Data: 22 de novembro Local: Palácio da Liberdade – Praça da Liberdade, s/nº - Belo Horizonte. Mais informações: no site www.ubq.org.br ou pelo telefone (31)3274-3200.