ISSN 2178-5781 Ano XIII | 232 | Outubro 2014 Missão Nos EUA, Faeg conhece tecnologias para milho e soja A força da agropecuária nas urnas José Mário Schreiner ultrapassa os 71 mil votos na corrida à Câmara Federal Controle dos custos: maior desafio da próxima safra Produtor também terá que buscar bom preço Tranquilidade Gecom/Faeg não tem preço! Informações: [email protected] [email protected] (62) 3096-2244/2245 (62) 9611-7791 PALAVRA DO PRESIDENTE CAMPO A revista Campo é uma publicação da Federação da Juntos somos fortes Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. CONSELHO EDITORIAL Bartolomeu Braz Pereira, Claudinei Rigonatto e Eurípedes Bassamurfo da Costa. Editora: Denise N. Oliveira (331/TO) Reportagem: Catherine Moraes, Michelle Rabelo e Luiz Fernando Rodrigues (estagiário) Fotografia: Larissa Melo e Fredox Carvalho Revisão: Denise N.Oliveira Diagramação: Rowan Marketing Impressão: Gráfica Amazonas Tiragem: 12.500 Comercial: (62) 3096-2123 [email protected] DIRETORIA FAEG Presidente: Leonardo Ribeiro Vice-presidente: Antônio Flávio Camilo de Lima. Vice-presidentes Institucionais: Bartolomeu Braz Pereira, Wanderley Rodrigues de Siqueira. Vice-presidentes Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares Ribeiro de Góis. Suplentes: Flávio Augusto Negrão de Moraes, Flávio Faedo, Vanderlan Moura, Ricardo Assis Peres, Adelcir Ferreira da Silva, José Vitor Caixeta Ramo, Wagner Marchesi. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Estrogildo Ferreira dos Anjos, Eduardo de Souza Iwasse, Hélio dos Remédios dos Santos, José Carlos de Oliveira. Suplentes: Joaquim Vilela de Moraes, Dermison Ferreira da Silva, Oswaldo Augusto Curado Fleury Filho, Joaquim Saeta Filho, Henrique Marques de Almeida. Delegados Representantes: Walter Vieira de Rezende, Alécio Maróstica. Suplentes: Antônio Roque da Silva Prates Filho, Vilmar Rodrigues da Rocha. CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR Presidente: Leonardo Ribeiro Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo Moreira Guimarães e Tiago Freitas de Mendonça. Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Eleandro Borges da Silva, Bruno Heuser Higino da Costa e Tiago de Castro Raynaud de Faria. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Elson Freitas e Sandra Maria Pereira do Carmo. É missão da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás representar o produtor rural zelando pelos seus interesses contribuindo assim para o desenvolvimento econômico, social e ambiental da sociedade. E com essa determinação foi que a Faeg acreditou na candidatura no nosso presidente (licenciado) José Mário Schreiner à Câmara Federal como legítimo representante do produtor e trabalhador rural goiano. Os mais de 71 mil votos conquistados em 99% dos municípios de Goiás é a prova inequívoca de que estamos no caminho certo. Com determinação, compromisso e responsabilidade, o trabalho que José Mário vem fazendo à frente do Sistema FAEG tem feito diferença para as famílias do campo em nosso Estado. É necessário que se levantem homens e mulheres com visão estratégica de futuro e que a partir de projetos e programas possam contribuir para o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida de homem do campo. Nessa edição você poderá conhecer um pouco desse trabalho. Participamos também de sabatinas aos candidatos ao governo de Goiás e apontamos as principais demandas do setor rural na expectativa de uma real reflexão e construção de um plano de governo que tenha ações para esse setor que muito contribui para o desenvolvimento de nosso Estado. Também terá a oportunidade de ver que o cenário para a próxima safra de soja e milho é de desafio. Apesar da produtividade e clima serem favoráveis, o custo da produção está elevado e o mercado internacional assinala para uma pressão negativa dos preços. Porém temos investido no setor, exemplo da participação da Faeg em uma viagem técnica internacional aos E.U.A para conhecer as novas tecnologias e debater sobre agroquímicos. E, por último, quero deixar aqui meu abraço. À frente da Federação nesses quatro meses de licença do nosso presidente, tive a oportunidade de conhecer mais profundamente as questões de nosso setor e buscar, junto de meus pares, alternativas para produzir melhor e com qualidade de vida a todos os trabalhadores do campo goiano. E continuaremos esse trabalho. Boa leitura. Conselho Consultivo: Arno Bruno Weis, Alcido Elenor Wander, Arquivaldo Bites Leão Leite, Juarez Patrício de Oliveira Júnior, José Manoel Caixeta Haun e Glauce Mônica Vilela Souza. Suplentes: Cacildo Alves da Silva, Michela Okada Chaves, Luzia Carolina de Souza, Robson Maia Geraldin, Antônio Sêneca do Nascimento e Marcelo Borges Amorim. Superintendente: Eurípedes Bassamurfo Costa FAEG - SENAR Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300 Goiânia - Goiás Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222 Site: www.sistemafaeg.com.br E-mail: [email protected] Fone: (62) 3412-2700 e Fax: (62) 3412-2702 Site: www.senargo.org.br E-mail: [email protected] Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o e-mail: [email protected]. Para falar com a redação ligue: (62) 3096-2114 – (62) 3096-2226. Leonardo Ribeiro Presidente do Sistema FAEG Larissa Melo Suplentes: Rômulo Divino Gonzaga de Menezes, Marco Antônio do Nascimento Guerra e Sandra Alves Lemes. PAINEL CENTRAL Orlando Brito Caso de Sucesso 34 Larissa Melo Na produção de doces caseiros Marilene, que mora no município de Castelândia, enxergou uma alternativa para complementar a renda da família Prosa 8 Reeleita senadora pelo estado do Tocantins, Kátia Abreu fala sobre seus feitos à frente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) e da Federação da Agricultura do Tocantins (Faet) e dos planos para os próximos quatro anos 14 A força da agropecuária nas urnas Mendel Cortizo Candidato pela 1º vez, José Mário Schreiner, ultrapassa os 71 mil votos e se destaca na corrida à Câmara Federal. Ronaldo Caiado e Kátia Abreu garantem vagas no Senado 4 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br Arquivo Faeg Perspectivas inéditas de produtividade 22 Larissa Melo De olho em Chicago, produtores apontam controle dos custos como principal desafio para safra de grãos Silagem 28 Interconf discute falta de qualidade do alimento dado aos animais Agenda Rural 06 Fique Sabendo 07 Delícias do Campo 33 Treinamentos e cursos do Senar 36 Campo Aberto 38 18 Benefício que aquece a economia Com empenho da Faeg, produtores conseguem manutenção na redução do ICMS para semente de capim ISSN 2178-5781 Divulgação Dow AgroSciences Produtor rural de Morrinhos, Marcos Antônio Oliveira, se mostra preocupado com o custo de produção que pode acarretar em uma pressão negativa de preços Foto: Larissa Melo Ano XIII | 232 | Outubro 2014 Missão Nos EUA, Faeg conhece tecnologias para milho e soja A força da agropecuária nas urnas José Mário Schreiner ultrapassa os 71 mil votos na corrida à Câmara Federal Controle dos custos: maior desafio da próxima safra Produtor também terá que buscar bom preço www.senargo.org.br Faeg nos Estados Unidos 30 Novas tecnologias para produção de soja e milho são apresentadas em viagem técnica Outubro / 2014 CAMPO |5 Fábio Salazar AGENDA RURAL 21º Congresso Internacional do Trigo 19 a 21 de outubro Horário: 8h às 21h Local: Hotel Bourbon Cataratas, Foz do Iguaçu/Paraná Informações: (11) 3078-9001 28 a 30 de outubro 6 a 9 de outubro Pork Expo e VII Congresso Internacional da Suinocultura Local: Hotel Mabu Thermas e Resort, Foz do Iguaçu/Paraná Horário: 8h30 às 20 horas Informações: (19) 3305-2295 VII Workshp de Laticínios 2014 Local: Universidade Federal de Viçosa Horário: 8h às 18h Informações: (31) 3899–3372 6 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br Transformações no mundo rural brasileiro Criado em uma parceria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o livro “O mundo rural no Brasil do século 21” fala sobre uma ampla radiografia do rural brasileiro hoje, com múltiplos enfoques, informações e análises rigorosas, escritas por alguns dos maiores especialistas do Brasil. Seu conteúdo é dividido em 1.182 páginas sendo 37 capítulos de autoria de 51 cientistas. Os autores são Eliseu Alves e Zander Navarro (ambos da Embrapa) e Antônio Márcio Buainain e José Maria da Silveira (ambos da Unicamp). O livro será vendido apenas na livraria da Embrapa Informação Tecnológica, em Brasília, Distrito Federal. REGISTRO Governo lança programa para evitar furto e roubo de cargas Larissa Melo Embrapa e do Instituto de Economia da Unicamp FIQUE SABENDO Com o objetivo de coibir crimes de roubo e furto de cargas no Estado de Goiás, foi realizado na tarde do último dia 19 de setembro, a assinatura do decreto do Programa de Prevenção, Fiscalização e Repressão ao Furto e Roubo de Veículos e Cargas (Pró-Cargas). Bartolomeu Braz, vice-presidente institucional da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), representou a entidade. O secretário Joaquim Mesquita afirmou que o programa pretende articular, integrar e coordenar ações entre o setor empresarial privado e as Polícias Rodoviárias Federal e Estadual, a Civil e a Militar. “Nossos dados estatísticos apontam para a ocorrência de crimes, sobretudo em rodovias federais, como a BR-153 e a BR-060, pois são os grandes eixos por onde transitam os transportes de cargas que entram ou que saem de Goiás”, explicou o secretário. Bartolomeu Braz Pereira, analisou a importância do programa em Goiás pelo fato do estado ser um corredor de produtos para outras unidades federativas. “O que nos interessa realmente é o acompanhamento dessas cargas para os produtores rurais porque hoje ele necessita de material de alto valor agregado”, finalizou. Shutter PESQUISA Minhocas aumentam produtividade agrícola Estudo publicado na Scientific Reports, única publicação de acesso livre do Nature Publishing Group, revela que a presença das minhocas no solo aumenta a produtividade agrícola. De acordo com a pesquisa, a presença das minhocas aumentou a produtividade de grãos em 25% e a biomassa aérea de plantas, em especial as utilizadas em pastagens, em 23%. A biomassa das raízes também aumentou em 20%. Outra conclusão tirada com a pesquisa é que as minhocas não afetaram o teor de nitrogênio das plantas. Isso significa que a qualidade não foi afetada. www.senargo.org.br Para chegar a esse resultado, os pesquisadores reuniram artigos sobre o assunto publicados em revistas indexadas: no total foram 58 – o mais antigo é de 1910. Todos os ensaios mediram o efeito das minhocas na produtividade agrícola e a biomassa vegetal. Em seguida, foi realizada uma meta-análise dos dados, técnica estatística usada para avaliar e buscar padrões em grandes volumes de dados. O efeito positivo das minhocas foi maior quando estavam presentes no solo maiores quantidades de resíduos das culturas. Outubro / 2014 CAMPO |7 PROSA RURAL Representante do setor rural, com muito orgulho Catherine Moraes | [email protected] Michelle Rabelo | [email protected] Kátia Abreu da República e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) 8 | CAMPO Outubro / 2014 Orlando Brito é produtora rural, senadora www.sistemafaeg.com.br K átia Abreu, 52 anos, acaba de ser reeleita senadora da República e mesmo depois de 16 anos de vida política não muda o tom enfático ao falar sobre as necessidades de quem vive da agricultura e da pecuária no Brasil. Em entrevista concedida a equipe da Revista Campo a também presidente da CNA defende que o setor agropecuário tem ajudado a equilibrar a balança comercial brasileira e a estabilizar os preços internacionais dos alimentos. Kátia também é produtora rural e vem de uma história de superação. Ela perdeu o marido ainda jovem, criou os dois filhos sozinha Revista Campo: Primeira mulher a assumir a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil, a senadora conquistou o respeito do setor. Como foi o caminho até assumir a CNA? Kátia Abreu: Foi um longo caminho que costumo chamar de missão, e que começou assumindo o desafio de ser a primeira mulher a presidir o Sindicato Rural de Gurupi, terceira maior cidade do Tocantins. Com uma experiência na área, um maior entendimento das dificuldades do setor e com o apoio do seguimento no Estado, fui eleita, em 1995, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Tocantins, também sendo a primeira mulher a ocupar este posto no Brasil. Com um trabalho realizado no Tocantins, e fazendo parte da Bancada Ruralista no Senado Federal, fui eleita para a vice-presidência da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a mais importante e representativa do setor produtivo rural do país. Em 2008 fui eleita www.senargo.org.br e mostrou a força da mulher em um meio fortemente masculino. Antes de chegar à Câmara Federal, Kátia também foi presidente do Sindicado Rural (SR) de Gurupi e da Federação da Agricultura e Pecuária do Tocantins (Faet). Nas eleições de 2014 ela alcançou 41,64% dos votos, o equivalente a 282 mil e continua representando o Tocantins e o setor agropecuário no Senado ao lado de Vicentino Alves (SD) e Ataídes Oliveira (PROS). Agora ela pretende continuar a busca pelo seu grande objetivo: mudar a imagem do setor agropecuário, buscando aproximar a CNA e os produtores, da sociedade. presidente da CNA, entidade que dirijo até os dias atuais. Temos o orgulho de representarmos um setor que responde por 24% do Produto Interno Bruto (PIB), emprega 37% da força de trabalho e gera 36% das nossas exportações. Precisamos permanecer construindo uma pauta onde algumas situações que emperram o sistema democrático de direito sejam sanadas Revista Campo: Na política a senhora já foi deputada, senadora e agora tentou um novo mandato. O que Kátia Abreu ainda deseja alcançar? Kátia Abreu: Desde que iniciei a vida pública, tenho pautado minha atuação política com base no respeito às leis, às instituições democráticas e, principalmente, ao cidadão. É com o pensamento voltado àqueles que trabalham e produzem as riquezas deste país e com as famílias do nosso Tocantins, que busco exercer o mandato de senadora da República, ao qual fui reconduzida, generosamente, pelo povo do meu Estado, em respeito ao nosso trabalho desenvolvido ao longo de minha vida pública. Revista Campo: Há alguns anos, o setor agropecuário ganha espaço e representatividade política, prova disso é a frente parlamentar. Como a senhora avalia a importância desse novo comportamento do setor produtivo? Kátia Abreu: O agronegócio brasileiro é uma prova da nossa ca- Outubro / 2014 CAMPO |9 pacidade de crescimento. É motivo de orgulho e uma inspiração para todos neste país. Se quisermos, podemos seguir crescendo em todas as áreas e em todos os setores. E, de nossa parte, estaremos sempre dispostos a cooperar e prontos para um diálogo responsável e construtivo com as Instituições. Em recente encontro com presidenciáveis realizado pela CNA, destacamos os desafios que o agronegócio precisou superar até ter a sua importância estratégica reconhecida e ressaltamos o avanço da agricultura brasileira, que hoje alcança elevados índices de produtividade, permite a constante redução dos preços agrícolas e foi a responsável por 44% das vendas externas do Brasil no primeiro semestre deste ano. O setor agropecuário tem ajudado a equilibrar a balança comercial brasileira e a estabilizar os preços internacionais dos alimentos, diante de uma demanda mundial crescente. O agronegócio brasileiro é uma prova da nossa capacidade de crescimento. É motivo de orgulho e uma inspiração para todos neste país 10 | CAMPO Outubro / 2014 Para que o agronegócio permaneça em crescimento, é necessário resolver alguns problemas, cuja solução depende de escolhas políticas Outro diferencial é a preservação do meio ambiente por meio de ganhos de produtividade. No entanto, para que o agronegócio permaneça em crescimento, é necessário resolver alguns problemas, cuja solução depende de escolhas políticas. É necessário impedir que os excessos ideológicos interfiram na proteção do direito da propriedade, assim como é fundamental acabar com os conflitos derivados das questões ambientais. Revista Campo: Quais são as suas metas para próxima gestão no senado? O que precisa urgentemente ser discutido? Kátia Abreu: Precisamos permanecer construindo uma pauta onde algumas situações que emperram o sistema democrático de direito sejam sanadas, a exemplo das reformas Tributária e Política. Em específico para o Tocantins, nosso grande desafio é sua industrialização e tornar o Estado um grande centro de logística do país, através da integração entre os modais Ferrovia Norte-Sul, Hidrovia Tocantins e a duplicação da BR–153. Para isso, já conseguimos, junto à presidente Dilma, recursos para estas obras e incluir no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) as obras da Ferrovia Norte-Sul e a instalação de um terminal de cargas no Aeroporto de Palmas, bem como a implantação de seis pátios multimodais. Sobre a Hidrovia Tocantins, esta é uma obra que já está se transformando em realidade. Já conseguimos os recursos para o seu início, que quando concluída vai reduzir a poluição, os acidentes e baratear o frete, deixando nossos produtos mais competitivos. Dentro desse projeto, o Ecoporto Praia Norte vai permitir a instalação de indústrias no Bico do Papagaio, desenvolvendo toda a região”. A Hidrovia Tocantins vai ter um percurso de 1,5 mil quilômetros e abranger 15 municípios do Estado. Meu compromisso é fazer do Tocantins o centro logístico do Brasil. O caminho mais curto entre quem produz e quem compra. Isso vai gerar milhares de emprego e renda. Temos o orgulho de representarmos um setor que responde por 24% do Produto Interno Bruto (PIB) www.sistemafaeg.com.br MERCADO E PRODUTO Agropecuária: sustentando o PIB brasileiro vo no período foi o de extra- O Produto Interno Bruto tivismo mineral, com avanço (PIB) da Agropecuária poderá de 3,2%. Entre as quedas nas ainda apresentar crescimento segundo trimestre de 2014 em outras áreas, destacam-se a maior no segundo semestre relação aos primeiros três me- da indústria de transforma- apesar da queda de preços ses do ano, fazendo com que o ção (-2,4%), a de construção dos produtos agropecuários. país entrasse na chamada “re- civil (-2,9%) e a de eletricida- Resultado esse que deverá ser cessão técnica” (causado pela de e gás, água esgoto e lim- ocasionado pelo aumento da configuração negativa do PIB peza urbana (-1%). produção e da produtividade. por dois trimestres consecuti- O setor de serviços teve recuo Apesar de tímido, deve- vos). No primeiro trimestre de puxado pela queda do comér- mos considerar positivo o 2014, o PIB revisado do Brasil cio, que chegou a 2,2%, e pelo crescimento de 0,2% no se- caiu para 0,2%. resultado negativo do segmen- gundo trimestre na compara- O resultado negativo tem to de outros serviços (-0,8%). ção com o primeiro. Porque a ver, especialmente, com o Serviços de informação tiveram não fosse esse pequeno cres- desempenho do setor indus- o melhor desempenho, com cimento a queda do PIB bra- trial brasileiro. No segundo alta de 1,1%, e também contri- sileiro seria ainda maior. Não trimestre, o PIB foi de R$ 1,27 buíram positivamente o de ati- fossem os grandes obstácu- trilhão, segundo o Institu- vidades imobiliárias e aluguel, los que ainda travam o setor, to Brasileiro de Geografia e que subiu 0,6%. esse crescimento poderia ser Estatística (IBGE). O PIB da Apesar das quedas do PIB, indústria caiu 1,5% e o de outros fatores relacionados a Nesse sentido, é impor- serviços, 0,5%, no período. uma recessão propriamente tante que os nossos próxi- O melhor desempenho neste dita, como o nível de desem- mos governantes deem uma trimestre foi registrado pelo prego e a renda do trabalha- maior atenção para políticas setor agropecuário, que cres- dor, ainda continuam em si- que realmente atendam as ceu 0,2% em relação aos últi- tuação positiva. reais necessidades do setor mos três meses. Como se nota pelos dados ainda maior. agropecuário, até porque Quando comparamos os divulgados, mais uma vez o seja dados ocorre que no segun- PIB do Setor Agropecuário se- mento dos investimentos) e do trimestre de 2013 a queda gurou uma queda ainda maior conjunturalmente atinge 0,9%, com agropecu- do PIB brasileiro que, mesmo da inflação) o setor rural é ária estável e indústria com com todos os problemas de o que mais tem contribuí- recuo de 3,4% e serviços com ordem climática e de precifi- do para o desenvolvimento alta de 0,2%. cação dos produtos, conse- do país, seja nas épocas de guiu crescer frente aos outros bonança como também nos setores da economia. períodos de crise. O único subsetor da indústria que teve resultado positiwww.senargo.org.br estruturalmente (au- Edson Alves Novaes é economista e gerente técnico e econômico da Faeg Larissa Melo O Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) teve queda de 0,6% no Carlos Costa Edson Alves | [email protected] Alexandro Alves | [email protected] (controle Alexandro Alves dos Santos é engenheiro agrônomo e assessor técnico da Faeg Outubro / 2014 CAMPO | 11 AÇÃO SINDICAL URUAÇU LUZIÂNIA Sindicato Rural de Luziânia Sindicato Rural de Uruaçu Processamento de peixes Treinamento em operação de motosserras Foi realizado entre os dias 21 e 23 de agosto o treinamento de Processamento de Peixes, na fazenda Bom Jardim, em Uruaçu. O treinamento contou com a participação de 14 pessoas e foi mobilizado por Canor Alves. Além disso, teve a presença da instrutora Sílvia Vieira e da coordenadora Samantha Andrade. “O evento foi importante porque cumpriu uma das missões do Senar – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural -, que é a qualificação para o mercado”, explicou Samantha. O Sindicato Rural de Luziânia, em parceria com o Serviço de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás, realizou entre os dias 8 e 10 de setembro o Treinamento em Operação e Manutenção de Motosserras. O evento contou com a participação de 11 pessoas e atendeu à solicitação do gerente da Companhia Energética de Goiás (Celg), Adriano Cesar de Oliveira. “Achamos importante este treinamento porque os participantes atuam em áreas rurais e irá nos ajudar na divulgação dos Cursos do Senar Goiás”, disse o mobilizador, José Penha Filho. Encerramento do treinamento do PNDS Cidade recebe Campo Saúde No dia 29 de agosto foi realizado o encerramento do treinamento do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), na Granja Caraíbas (grupo Delta), no município de Abadiânia, com o fechamento dos módulos de Reprodução, Maternidade e Qualificação de Gerentes. O treinamento foi realizado pelo Sindicato Rural de Alexânia, com a participação da instrutora Rachel Leão e a presença do supervisor Dirceu Borges. Durante duas semanas, foram capacitadas 75 pessoas. 12 | CAMPO Outubro / 2014 Larissa Melo CAIAPÔNIA Sindicato Rural de Alexânia ALEXÂNIA No dia 13 de setembro, o programa Campo Saúde do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás esteve em Caiapônia oferecendo atendimentos em pediatria, oftalmologia, ginecologia, cardiologia, teste de glicemia e aferição da pressão arterial, corte de cabelo, entre outros. O Sindicato Rural, a Prefeitura Municipal e a Fundação Banco de Olhos de Goiás atuaram como parceiros do evento. Para o presidente do Sindicato Rural, Ailton José Vilela, é necessário que as instituições se juntem para promover eventos dessa natureza. www.sistemafaeg.com.br PALMINÓPOLIS Programa realiza atendimentos Fredox Carvalho Campo Saúde leva atendimentos à população Fredox Carvalho GOIANÉSIA Com mais de 500 pessoas atendidas por oftalmologistas, o programa Campo Saúde passou pela cidade de Goianésia no dia 30 de agosto e contou com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária (Faeg), do Sindicato Rural e da prefeitura do município. O programa ainda ofereceu atendimentos na área de dermatologia, ginecologista, pediatria, ortopedia e exame Preventivo ao Câncer de Próstata (PSA). Além disso, quem compareceu pôde cortar e escovar o cabelo, aferir a pressão arterial, medir a taxa de glicemia e calcular o Índice de Massa Corpórea (IMC). Pela segunda vez – a primeira foi em 2011 - o Campo Saúde esteve no município de Palminópolis. O programa do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás contou com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), da Prefeitura e da Cooperativa Mista Agroindustrial de Palminópolis (Comap). Quem esteve presente no dia 9 de agosto contou com atendimento em diversas áreas como ginecologia, cardiologia, pediatria, dermatologia, oftalmologia e preventivo ao câncer de próstata (PSA). Além disso, quem compareceu ao evento pôde ter a pressão aferida e a taxa de glicemia medida. MOZARLÂNDIA E NOVA CRIXÁS Maurício Velloso Campo em Ordem Com o intuito de alertar os produtores rurais sobre legislação trabalhista e mercado pecuário, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) realizou duas edições do programa Campo em Ordem nos municípios de Mozarlândia e Nova Crixás entre os dias 10 e 11 de setembro, respectivamente. A principal pauta debatida foi a NR-31, que dispõe sobre Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura. www.senargo.org.br RIO VERDE Contribuição Sindical Rural A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e o Sindicato Rural de Rio Verde iniciaram no dia 16 de setembro um mutirão de conciliação para regularizar débitos relacionados à Contribuição Sindical Rural. O trabalho está sendo realizado em duas etapas: de 16 a 18 de setembro e de 07 a 09 de outubro, conforme carta enviada previamente aos inadimplentes. Os produtores rurais do município de Rio Verde que estão inadimplentes devem procurar o Sindicato Rural nas respectivas datas e horários estabelecidos pela Confederação, a fim de regularizarem os débitos com descontos nas multas. A regularização dos débitos se faz necessária para evitar cobranças judiciais futuras. Outubro / 2014 CAMPO | 13 ELEIÇÕES 2014 A força da agropecuária nas urnas Com mais de 71 mil votos, José Mário Schreiner se destaca na corrida à Câmara Federal Mendel Cortizo Michelle Rabelo | [email protected] Catherine Moraes | [email protected] José Mário Schreiner, presidente licenciado da Faeg recebeu voto em 244 dos 246 municípios goianos 14 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br P Mendel Cortizo obreza no campo, falta de segurança, roubos de gado, educação precária e decisões que travam por falta de representatividade política. Por muito tempo, problemas como estes, que são apenas a ponta do iceberg, fizeram do produtor rural coadjuvante da história escolhendo para representá-lo quem pouco entendia da vida rural. Aos poucos, a mudança foi ocorrendo e as cadeiras políticas começaram a ser ocupadas por quem também administrava uma propriedade e conhecia de perto, a lida do campo. De coadjuvantes, os produtores começaram a perceber a importância de protagonizar a história e mudar o discurso de vítima, que já não tem espaço na atualidade. Neste ano, mais uma vez, grandes representantes do setor foram eleitos, com um quê de ineditismo: candidato pela 1º vez, o presidente licenciado da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, angariou mais de 71 mil votos, fica Em visita a cidades goianas, José Mário recorda história de vida e vitórias alcançadas www.senargo.org.br como 3º suplente na Câmara Federal e diz que sua luta na política partidária em defesa do homem do campo apenas começou. Schreiner recebeu votos em 244 dos 246 municípios goianos, sendo o candidato que melhor percorreu Goiás. Ele é enfático ao dizer que suas metas para o agronegócio continuam firmes. Entre elas, financiamento do BNDES a juro zero; recursos para pavimentação de estradas vicinais; isenção de tributos em insumos, inclusive combustível; verba para assistência e extensão; melhorar a Emater e fim da burocracia para empreender. No Centro-Oeste, a primeira terra Neto e filho de alemães, Schreiner nasceu na roça, perto do distrito de Santa Cruz do Timbó, no município de Porto União, em Santa Catarina, na divisa com o Paraná. Filho de Erich Ludwig e Maria Angélica, ele foi criado juntamente com os seis irmãos. A escola ficava a 2,5 km de casa, ainda na zona rural e no retorno, a obrigação era ajudar os pais na lida do campo. Foi seguindo os passos de um tio que ele chegou ao Centro-Oeste e, vendendo fertilizante, calcário e sementes em Mineiros, que José Mário comprou seu primeiro pedaço de chão. “Com muito trabalho e um esforço de economia enorme, dois anos mais tarde, comprei os meus primeiros 150 hectares de terra. Comecei a plantar soja e foi aí que começou o milagre da multiplicação”, acrescenta. Representante classista A vida classista começou quando, aos 17 anos, se tornou membro de uma cooperativa escolar. Logo depois, foi membro da Associação dos Produtores de Soja de Mineiros (Assojam) e ajudou também a fundar a Associação dos Produtores de Grãos de Mineiros (APGM). Daí não parou mais, foi vice-presidente da Cooperativa Mista Agropecuária do Vale do Araguaia (Comiva) e, por convite do então governador Marconi Perillo, secretário de estado de agricultura, pecuária e abastecimento - cargo que ocupou entre os anos de 2002 e 2005. Mais tarde, ele assumiu a presidência da Agência Goiânia de Assistência Técnica e Extensão Rural (AgenciaRural), hoje Emater, e vice-presidência da Faeg. Os passos ainda iriam mais longe e foi assim que Schreiner assumiu a Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA); chegou à presidência da Faeg e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás) em 2008 e, enfim, assumiu a vice-presidência financeira da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), maior entidade de representação dos produtores rurais no país. “Me tornei o primeiro goiano a integrar a diretoria executiva da CNA”, se orgulha. Outubro / 2014 CAMPO | 15 A decisão de se candidatar e as propostas para o Brasil dantes por meio do Pronatec do Senar, entre 2012 e 2013. E pensando na responsabilidade socioambiental envolveu mais de 20 mil professores e 600 mil estudantes no Programa Agrinho, desde 2011. Além disso, teve grande representação política à frente da Faeg auxiliando, por exemplo, na aprovação do primeiro Código Florestal Nacional e Estadual, garantindo segurança jurídica aos produtores. Mendel Cortizo A candidatura a deputado federal não foi uma vontade particular, mas uma necessidade demandada pelo setor. É assim que José Mário define o início da nova caminhada que foi árdua. Inovou programas como Campo Saúde que extrapolam o campo e levam saúde e cidadania às cidades mais carentes, são exemplo disso. Para oferecer educação profissional aos jovens, o presidente promoveu a capacitação de mais de 10 mil estu- José Mário explica que a candidatura a deputado federal não foi uma vontade particular, mas uma necessidade demandada pelo setor 16 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br Força que vem do campo também no Senado Nomes fortes e bem conhecidos no setor agropecuário, Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Kátia Abreu (PMDB-TO) também entraram na corrida eleitoral para representar quem vive no campo ou, mesmo já tendo escolhido a cidade como casa, tira dele o sustento da família. Ambos disputaram cadeiras no Senado Federal, cada um pleiteando a única vaga de seu respectivo estado, e conseguiram compor o time que promete muito empenho para quem trabalha e produz. Kátia Abreu 65 anos, sendo 23 de vida política 52 anos, sendo 16 de vida política Nascido em Anápolis, Caiado conquistou seu pri- Primeira mulher a assumir a presidência da Con- meiro cargo político em 1991, quando foi eleito de- federação da Agricultura e Pecuária do Brasil putado federal por Goiás, voltando a se candidatar (CNA), Kátia Abreu, que também é produtora ru- em 1999 e sendo reeleito em 2003, 2007 e 2011, ral, vem de uma história de superação. Perdeu o respectivamente. Criador da Frente Parlamentar da marido aos 25 anos e criou sozinha os três filhos. Agropecuária (FPA), Caiado foi líder da bancada de Depois da viuvez, se dedicou à fazenda da família deputados do DEM e exerceu a função de líder da e se apaixonou pela agropecuária. Foi presidente Oposição no Parlamento, que engloba todos os de- do Sindicado Rural (SR) de Gurupi e da Federação putados e senadores oposicionistas. da Agricultura e Pecuária do Tocantins (Faet). Daí Caiado alcançou 47,57% dos votos válidos, o que para vida política partidária foi um pulo. representa a preferência de 1,2 milhão de eleitores. Em 1998, Kátia disputou pela primeira vez uma Nas urnas, o democrata superou o secretário de es- cadeira na Câmara dos Deputados, ficando como tado da Casa Civil Vilmar Rocha (PSD), que marcou primeira suplente. Foi eleita deputada federal em 37,52% (1 milhão), e a ex-vereadora de Goiânia Ma- 2000 e chegou ao Senado em 2006. Nas eleições rina Sant’anna (PT), que teve 11,7% (298 mil). de 2014, ela alcançou 41,64% dos votos, o equi- Agora, ele representará Goiás no Senado ao lado de valente a 282 mil. Com a reeleição, Kátia continua Lúcia Vânia (PSDB) e Wilder Moraes (DEM). Caiado representando o Tocantins e o setor agropecuário ocupará o lugar de Cyro Miranda (PSDB), eleito em no Senado ao lado de Vicentino Alves (SD) e Ata- 2007, como suplente de Marconi Perillo em 2007. ídes Oliveira (PROS). Larissa Melo Arquivo Faeg Ronaldo Ramos Caiado Com carreira política somando 23 anos, Caiado ocupa, pela primeira vez, uma cadeira no Senado www.senargo.org.br Kátia Abreu foi a primeira mulher a assumir a presidência da CNA Outubro / 2014 CAMPO | 17 IMPOSTO E IMPACTO Produtores e Faeg comemoram benefício fiscal para semente de capim Redução de ICMS chega a 60% Fredox Carvalho Michelle Rabelo | [email protected] 18 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br Cenário Edson Novaes explica que Goiás é hoje um grande produtor de semente de capim e grande parte do que é produzido em solo goiano é exportada. “A manutenção do benefício é economicamente importante para Goiás e a decisão da Sefaz, de estender o benefício até março de 2015, é uma vitória para o setor”, pontua. Entre variedades como a Mombaça, Massai, Zuri, Braquiária, Brizantha, Decumbes e Ruziziensis, a estimativa de fechamento de produção para a safra 2013 e 2014 é de 4.562 mil toneladas, com faturamento anual estimado R$ 38.038.000,00. No conteúdo do memorando, a Sefaz menciona que apenas uma parte da safra 2014 de semente de capim foi comercializada com a apliwww.senargo.org.br cação do benefício, e que para a outra parte que ainda não foi vendida, a aplicação do novo entendimento resultaria no aumento da carga tributária aplicada àquelas já comercializadas. Edson Novaes explica que com o benefício gera-se competitividade e faz-se com que Goiás seja um grande arrecadador de ICMS. “Mais de 90% desta produção é destinada para outros estados e não podemos deixar de levar isso em consideração”. Entenda o caso Toda a movimentação da Faeg e do SR foi motivada pelo impacto que o cancelamento do benefício poderia causar nos produtores goianos de capim. Eles são responsáveis por grande parte do capim produzido no Brasil que abastece o mercado consumidor formado por empresas embaladoras situadas nos estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Norte, Bahia e Minas Gerais. Depois da reunião com a Faeg, a Sefaz entendeu que o parecer da Delegacia Fiscal de Jataí implicaria em um aumento da carga tributária e, neste sentido, a sua imediata aplicação conflitava com o disposto no Código de Direitos, Garantias e Obrigações do Contribuinte do Estado de Goiás. Larissa Melo São mais de 200 produtores que plantam capim em cerca de 47 mil hectares goianos São mais de 200 produtores que plantam capim em cerca de 47 mil hectares nos quatro cantos de Goiás, mas o destaque é para Quirinópolis, que está entre os maiores produtores do Brasil e que distribui semente de alta qualidade e de forma muito competitiva. No município estão 30 produtores plantando em 6 mil hectares e empregando cerca de 350 pessoas. O chefe do Departamento Técnico da Faeg, Edson Novaes, explica que diante da urgência em reverter a situação, a entidade se organizou para uma reunião na Secretaria da Fazenda (Sefaz), durante a qual o próprio órgão suspendeu o despacho – por meio de um memorando - da Delegacia Fiscal, mantendo o benefício para a safra 2014. Com participação ativa na conquista do benefício, o presidente do SR de Quirinópolis, Cacildo Alves, alerta que a vitória ainda não é definitiva. “O benefício foi estendido só até março de 2015. Precisamos continuar unidos já que é inviável produzirmos sem ele. Para se ter uma ideia, para produzirmos 50 mil kg de capim sem o benefício, gastamos cerca de R$ 25 mil a mais”. Ele destaca o papel fundamental da Faeg na ponte feita com Sefaz e dos Sindicatos Rurais no que diz respeito à representatividade do produtor. Cacildo destaca o papel fundamental da Faeg na ponte feita com Sefaz Larissa Melo O medo de ver a matemática não fechar no final do mês levou produtores de semente de capim a buscarem meios de fortalecer o pedido de socorro diante do cancelamento do benefício fiscal que incide sobre a redução da base de cálculo do ICMS para o setor. Desde então eles tem um bom motivo para comemorar: a Federação da Agricultura e Pecuária (Faeg) e o Sindicato Rural de (SR) Quirinópolis conseguiram manter o benefício fiscal, cuja redução, que é de 60% sobre a base de cálculo, havia sido cancelada por um despacho da Delegacia Fiscal de Jataí. Edson Novaes explica que Goiás é hoje um grande produtor de semente de capim Outubro / 2014 CAMPO | 19 CORRIDA À CASA VERDE – 2º TURNO Por quatro anos ainda mais produtivos Marconi e Iris apresentam propostas para o setor agropecuário Michelle Rabelo | [email protected] C Larissa Melo umprindo uma de suas funções – a lista é composta ainda por representar o homem do campo, fortalecer a classe e tornar o ambiente produtivo rural mais desenvolvido, competente e competitivo -, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), fez questão de expor para os governadoriáveis as principais demandas do setor agropecuário em Goiás. Depois da votação no dia 5 de outubro, cinco candidatos saíram da disputa pela Casa Verde, deixando o páreo livre para Marconi Perillo (PSDB) e Iris Rezende (PMDB). Agora as perguntas giram em torno dos caminhos que cada candidato pretende trilhar nos quesitos agricultura e pecuária caso sejam eleitos. Enquanto Perillo (PSDB) foi o mais votado no 1º turno, com 45,86% dos votos válidos, Iris conquistou 28,40% das escolhas. Marconi já foi eleito governador por outras duas vezes, em 1998 e em 2002 e o peemedebista tenta ser eleito para o governo pela terceira vez. O que esperamos do próximo governador No mês de setembro, a Faeg elaborou um documento apontando os principais desafios e as necessidades do setor. Marconi e Iris receberam a lista de demandas, divididas em sete temas que representaram as principais expectativas dos produtores rurais de Goiás: responsabilidade social (educação, capacitação profissional, saúde e pobreza rural), infraestrutura e logística, pesquisa assistência técnica e extensão rural, meio ambiente e recursos hídricos, política agrícola, segurança alimentar e segurança rural. Em âmbito geral, a Faeg defende a necessidade de alavancar alguns setores da agropecuária, assim como a necessidade de investimento em logística, pesquisa e assistência técnica. “Sabemos que alguns segmentos já tiveram grandes saltos em tecnologia, por exemplo, mas sabemos também que ainda temos muito a crescer. Infelizmente grande parte dos nossos produtores ainda ganha pouco e nós queremos ajuda para dar este salto a quem mais precisa”, explica o presidente da Entidade, Leonardo Ribeiro. Produtor quer viver em um estado cada vez mais agropecuarista 20 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br Larissa Melo “Vou investir em segurança e pesquisa”, Marconi Perillo do PSDB Candidato à reeleição, o governador Marconi Perillo (PSDB) Marconi apresenta propostas muito focadas no trabalho de inovação. O tucano fala sobre uma visão sistêmica do estado e sobre a atenção redobrada que pretende dar ao setor agropecuário. “Agora, a intenção é investir entre 180 e 200 milhões em pesquisas. Vamos continuar apoiando as pesquisas através dos recursos repassados à Fapeg - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás”. Larissa Melo Pontos previstos no Plano de Governo: • Interagir com o Governo Federal para que a Celg federalizada tenha garantia de recursos para linhas de transmissão e distribuição necessárias no estado; • C onstruir novos pontos de pesagem nas estradas evitando desgaste precoce (em parceria com governo federal); • A poiar ações que estimulem o uso do modal ferroviário com a consolidação da Ferrovia Norte-Sul, trecho Porto de Itaqui (MA) a Anápolis (GO); • E xpandir o apoio às famílias rurais com programas como Lavoura Comunitária e Horta Comunitária; • E xpandir a produção agrícola em sistema de irrigação privados por meio de políticas públicas. “Vivo na carne os problemas do produtor”, Iris Rezende do PMDB Iris, que se diz político por vocação, cita a criação do Fomentar e a pavimentação das estradas que ligam o campo à cidade. “As minhas ações agigantaram Goiás, que passou a produzir em grande escala leite, arroz e milho. Jornalistas e professores não conheciam a palavra mutirão antes da minha gestão”. Pontos previstos no Plano de Governo: • Aumentar em 20% o PIB do estado e em 30% a capacidade de transmissão e distribuição de energia elétrica; • I mplantar centrais de abastecimento regionais em parcerias com os municípios para melhorar o escoamento da produção agropecuária; • Recriar a Patrulha Mecanizada Regionalizada para dar assistência às prefeituras e aos pequenos e médios produtores rurais; • Criar um projeto específico de requalificação e formação profissional dos trabalhadores rurais que perdem o emprego devido à mecanização e implantar projetos de capacitação e qualificação de mão-de-obra, em parceria com o Sistema “S”. www.senargo.org.br Outubro / 2014 CAMPO | 21 PRÓXIMA SAFRA De olho em Chicago Controle dos custos é principal desafio para safra de grãos que possui perspectivas inéditas de produtividade Karina Ribeiro | [email protected] Larissa Mello Especial para Revista Campo Produtor Rural de Mineiros, Marcos Antônio afirma que custo de produção é maior desafio 22 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br maior desafio deste ano é O Ele afirma que o preço da saca co- controlar os custos e buscar tada abaixo de R$ 50, desestimulam um bom preço para cobrir as vendas. Essa linha descendente Ao observar o atual cenário, acredita os gastos e ter um pouco de renda”, dos preços já começa a preocupar. Na que haverá no máximo duas oportuni- resume o produtor rural de Mineiros, prática, as vendas antecipadas servem dades de bons negócios até fevereiro. Marcos Antônio Oliveira. A preocu- para garantir pelo menos os custos de “O produtor deve ficar bastante aten- pação do produtor vai ao encontro do produção. “Prefiro esperar o pico da to. Ainda temos algumas indefinições desafio imposto nesta safra à maioria colheita e tentar pegar preços acima como clima mais complicado para a dos profissionais. Isso porque, embo- de R$ 50”, diz. safra do Sul do País, Argentina e Para- demanda. O produtor brasileiro ficou um pouco acomodado”, diz. ra a perspectiva de produtividade e o Para incrementar o cenário, ressal- guai”, afirma. Para ele, o mercado deve clima sejam favoráveis, o custo de pro- ta que os custos de produção ficaram absorver a safra norte-americana e ain- dução está mais elevado e o mercado em torno de 7% mais caros. Com a da gerar oportunidades de negócios. internacional aponta para uma pressão possibilidade de chuvas um pouco negativa de preços. acima do ideal, prevê a necessidade Diminuição do milho Marcos Antônio conta que vai manter de uma aplicação a mais de fungicida Na avaliação do vice-presidente da a mesma área cultivada da safra verão para o controle da ferrugem asiática. Federação da Agricultura e Pecuária este ano se comparada a do ano pas- Além disso, adquiriu sementes de soja do Estado de Goiás (Faeg) e presiden- sado. São 860 hectares destinados ao resistentes a lagarta para 130 hectares te da Aprosoja em Goiás, Bartolomeu plantio de soja e apenas 80 para o mi- da propriedade. Braz, a perspectiva é de que haja uma lho. Embora a expectativa de produtivi- Segundo o analista de mercado diminuição da área plantada de milho, dade da soja permaneça a mesma, em da AG Rural Commodities Agríco- migrando para a soja. Mas não por si- torno de 57 sacas por hectare, ele expli- las, Fernando Muraro, nesta safra, o nalização de bom mercado para a ole- ca que ao contrário do ano passado não produtor teve pouco tempo para co- aginosa, e sim por ser uma cultura de comercializou nada da produção. “Ano mercializar, em função da expectativa maior liquidez. passado tinha fixado alguns lotes a R$ de produção norte-americana. “Há Ele ressalta que o clima está favorá- 51 e os últimos em dezembro, a R$ 60. quatro ou cinco anos que a produ- vel e que os produtores do Sudoeste do Este ano não fixei nada”, diz. ção norte-americana não suplantava a Estado já devem começar o plantio na Larissa Melo virada do mês, ao finalizar o período de vazio sanitário. “Isso dá uma vantagem para o produtor estruturado fazer um plantio rápido e eficiente”, diz. O preço da soja é o principal fator negativo dessa safra. Bartolomeu afirma que os Estados Unidos começam uma colheita que tende a ser histórica, com a produção de 106 milhões de toneladas de soja e 360 milhões de toneladas de milho. “Embora a demanda continue aquecida, o mercado sofre uma forte oferta e o produtor deve ficar atento para buscar a melhor comercialização”, diz. Com os preços na casa de R$ 45, apenas 7% da soja da safra verão já foi Analista da AG Rural, Fernando Muraro fala do pouco tempo disponível para comercialização www.senargo.org.br comercializada, bem abaixo do mesmo período do ano passado - 25%. Com expectativa de uma safra cheia, Outubro / 2014 CAMPO | 23 o receio é que esse cenário sustente O agrônomo e produtor de soja, os preços baixos. “É um momento de Leonardo de Moura, afirma que ma, adquiriu insumos aproximada- cautela, buscar boa produtividade e existe uma angústia generalizada Com expectativa de colher entre 55 e acompanhar a comercialização”, diz. sobre os preços do mercado. “Ain- 58 sacas de soja em cada um dos 1,5 mil O analista de mercado do Senar, Pe- da não travei nada de soja este ano e hectares (a mesma área do ano passado), dro Arantes, afirma que o produtor a maioria dos produtores da região aconselha aproveitar os picos de mercado que comprou insumos antecipada- também não”, diz. Ele afirma que para vender a produção paulatinamente. mente e conseguiu vender parte da neste mesmo período do ano pas- Por outro lado, não teme condições cli- safra saiu na frente. Mas admite que sado, já havia vendido cerca de 30% máticas adversas e acredita que as pragas essa não é a situação da maioria. da produção. Somado a esse proble- e doenças não estão sob controle. mente 10% mais caros. Área da soja deve aumentar 3% Pedro Arantes calcula que a área função da alta estocagem do mi- gem é que tem maior liquidez de mer- para o plantio da soja deve aumen- lho no País. Mesmo após a realiza- cado. Em contrapartida, com a baixa tar em até 3% oriundos da migra- ção de quatro leilões federais, ain- comercialização da safra este ano, há ção de áreas do milho verão. Com da estão armazenados 2,5 milhões uma suposta estocagem alta. “Existe isso, a produção goiana deve cair de toneladas. um estoque de comercialização e isso de 3.146 toneladas para 3.240 to- Pedro diz que o preço da soja tam- neladas. A debandada ocorre em bém não está convidativo, mas a vanta- pode comprometer ainda mais os preços na boca da safra”, ressalta. Pedro garante que o produtor está mais incidência de helicoverpa, ferrugem asi- a Agrodefesa vem estudando mudar consciente e que o descumprimento do ática e nematóides, por exemplo. “Mas as normativas para que o produtor não vazio sanitário não é mais uma preocu- o produtor está preparado”, diz. plante soja durante a segunda safra. “É pação para a safra verão. Mas informa Bartolomeu lembra que a incidência uma recomendação que fazemos”, diz. que se confirmarem as previsões climá- da ferrugem asiática é de difícil contro- Para ele, os produtos utilizados para ticas, com quantidade de chuvas um le e vem causando queda na produti- combater pragas e doenças vêm per- pouco acima do ideal, pode haver maior vidade. A Federação juntamente com dendo resistência. Consultor técnico Pedro Arantes fala sobre compra antecipada de insumos 24 | CAMPO Outubro / 2014 Bartolomeu acredita em diminuição da área plantada do milho Fredox Carvalho Fredox Carvalho Cuidado necessário com pragas www.sistemafaeg.com.br Fredox Carvalho Leonardo fala sobre angústia generalizada de preços do mercado www.senargo.org.br Outubro / 2014 CAMPO | 25 Gargalo dos armazéns Pedro Arantes não visualiza resolução definitiva para o de 2013. De quebra, ainda há uma incógnita de quando problema de escoamento da produção para os próximos poderão ser utilizadas as hidrovias em função do baixo anos. Em função da expectativa maior da safra de soja nível da água ocasionado pela estiagem deste ano. “E a unida à comercialização do milho safrinha estocado ferrovia Norte-Sul, imagino que tenhamos que esperar nos armazéns, o gargalo deste ano pode ser pior que o mais uns dois anos para ela funcionar a contento”, diz. Produção SOJA MILHO 1ª Safra (Safra de Verão) Safra 2013/14 Safra 2013/14 Área: 3,1 milhões de hectares Área: 288 mil hectares Produção: 8,9 milhões de toneladas Produção: 2,1 milhões de toneladas Safra 2014/15 – Expectativas Safra 2014/15 – Expectativas Áreas: 3,208 milhões de hectares Áreas: 228 mil hectares (aumento de 3,5% em relação a 2013/14) (queda de 21% em relação a 2013/14) Produção: 10,1 milhões de toneladas. Produção: 1,74 milhão de tonelada. (aumento de 11,8% em relação a 2013/14) (queda de 17,15% em relação a 2013/14) 26 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br MEDALHA DO MÉRITO LEGISLATIVO Superintendente do Senar é homenageado Participação diz respeito aos serviços prestados ao homem do campo Michelle Rabelo | [email protected] Alguns nomes, ao longo dos anos, O evento foi realizado no Plenário talmente justificável”, disse Siqueira. foram homenageados na Assembleia Le- Getulino Artiaga da Alego e Wagner Segundo ele, a medalha Pedro Ludo- gislativa do Estado de Goiás (Alego) por Siqueira fez questão de elogiar Bas- vico Teixeira é a maior honraria do conta de sua história de vida, méritos e samurfo. “Eurípedes sempre foi vol- Estado de Goiás. “Nós somos 6 mi- serviços prestados à sociedade goiana. tado para o bem coletivo, para o de- lhões de goianos e menos de 1 mil já Na manhã do último dia 19 foi a vez de senvolvimento do nosso estado, para foi agraciada com essa homenagem, Eurípedes Bassamurfo da Costa receber as boas práticas e para ética. Essa ou seja, para cada 600 mil pessoas, os aplausos vindos de familiares, amigos homenagem é muito merecida e to- uma é escolhida”, pontuou. tros nomes, recebeu a Medalha do Mérito Legislativo Pedro Ludovico Teixeira. Além de apaixonado por Goiás e produtor que leva o campo para onde Larissa Melo e admiradores. Ele, juntamente com ouSuperintendente do Senar Goiás mostra medalha e placa recebida durante solenidade vai, ele é superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás e 1º vice-presidente administrativo da Federação da Agricultura e Pecuária (Faeg). “Em alguns momentos eu penso que precisamos até pedir desculpas para o Eurípedes por não termos feito essa homenagem antes, devido a sua prestação de serviço à Goiás dentro e fora da Faeg e do Senar Goiás”, brincou o deputado estadual Wagner Siqueira (PMDB), autor da iniciativa. Eurípedes disse que a medalha aumenta ainda mais a responsabilidade de contribuir com o progresso de Goiás. “Receber essa homenagem foi muito importante para mim, mas tenho que destacar todos os dirigentes dos Sindicatos Rurais, nossos mobilizadores e, em especial, nossos colaboradores da Faeg e do Senar. Sem eles não consigo fazer nada”. Outubro / 2014 CAMPO | 27 CUIDADO COM O ANIMAL Interconf discute produção de silagem de qualidade Falta de qualidade pode sobrecarregar o fígado do animal Michelle Rabelo | [email protected] V ocê é aquilo que come! Engana-se quem acha que o ensina- Escolha do volumoso precisa vir antecedida de planejamento mento popular vale somente para o criador do gado. O animal também é o que come. É o que afirmou o diretor técnico na Lallemand, Edson Poppi, durante o encerramento da Conferência Internacional de Confinadores (Interconf) 2014. Ele ministrou palestra sobre planejamento para produção de silagem e fez questão de falar sobre sua preocupação com a qualidade do volumoso dado ao animal desde que o bagaço da cana-de-açúcar vem sendo usado como alimento, muitas vezes, de forma inadequada. Juntamente com outros palestrantes, Poppi falou aos produtores durante o Dia de Campo, realizado na fazenda São Lucas, em Santa Helena de Goiás. Ele defendeu a ideia de que o pecuarista precisa, mais do que nunca, entender que na atividade não há mais espaço para amadores. Edson falou sobre a produção, o armazenamento e a forma como a silagem é disponibilizada para o animal. Todas as etapas acompanhadas por uma gestão específica do negócio e pelo uso ça no momento da venda do gado. “Um volumoso sem qualidade sobrecarrega o fígado do animal, o que causa um impacto econômico considerável ao produtor”. 28 | CAMPO Outubro / 2014 Marcus Vinícius de tecnologias que fazem toda a diferen- www.sistemafaeg.com.br A palavra é planejamento planejamento. “O produtor precisa levar tempos para verificar o corte e a com- Assim que os animais chegam ao con- em consideração a vocação da proprieda- pactação do grão. finamento São Lucas, passam por uma de, a produtividade do volumoso, a adap- O diretor técnico na Lallemand finalizou fase, que dura três dias - de recuperação tação dele ao clima e ao solo e o histórico sua participação falando sobre as micoto- com água limpa e dieta de volumoso. Em da área, entre outros pontos”, pontua. xinas: substâncias tóxicas produzidas por seguida, eles seguem para o período de Depois da escolha feita é hora de plan- fungos que podem ser encontradas na adaptação – que dura 21 dias – durante tar o volumoso. Edson também destaca a maior parte dos alimentos destinados ao o qual ele começa a se adaptar ao am- influência do corte na qualidade da sila- consumo animal. Edson explica que mi- biente do confinamento. É nessa fase gem. “Em um volumoso de 2 cm, encon- cotoxinas podem ser produzidas em qual- que a equipe faz um plano de análise la- tramos 8.300 esporos de bactérias butíri- quer etapa de produção de alimento, des- boratorial de ingredientes para a dieta e cas. Já em um corte de 10 cm de altura, o de o campo, até o fornecimento no cocho. padroniza a forma como o animal será número cai para 4 mil esporos”, destaca, “A adoção de boas práticas de produção alimentado. Poppi explicou que a escolha alertando também para a importância agrícola e, neste caso, boas práticas na en- do volumoso precisa vir antecedida de de vistoriar as máquinas de tempos em silagem, são mais que necessárias”. MATÉRIA SECA (%) PROTEÍNA BRUTA (%) NUTRIENTES DIGESTÍVEIS TOTAIS (%) 33 8 70 SORGO 30 7 60 MILHETO 28 10 58 CANA 30 2 62 Larissa Melo MILHO Poppi falou sobre a produção, o armazenamento e a forma como a silagem é disponibilizada para o animal www.senargo.org.br Outubro / 2014 CAMPO | 29 ESTADOS UNIDOS Novas tecnologias são apresentadas em viagem técnica Bartolomeu Braz visitou Indianápolis e Washington D.C. para conhecer tecnologias para produção de soja e milho Luiz Fernando Rodrigues | [email protected] C Divulgação Dow AgroScience om o objetivo de conhecer novas tecnologias e debater sobre agroquímicos, foi realizado entre os dias 17 e 23 de agosto uma viagem técnica aos Estados Unidos com a participação das principais lideranças das instituições representativas do setor agrícola brasileiro. Além disso, os Lideranças representativas do setor agrícola durante visita técnica aos Estados Unidos 30 | CAMPO Outubro / 2014 participantes foram apresentados à tecnologia Enlist, visitaram a matriz da Dow Agrosciences em Indianápolis e participaram de debates sobre biotecnologia em Washington D.C. As discussões durante a visita foram centradas no processo de aprovação da biotecnologia nos Estados Unidos, as negociações para a apro- vação sincronizada em outros países e a visão das instituições agrícolas sobre o tema. A Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) foi representada pelo vice-presidente institucional e presidente da Associação dos produtores de soja, milho e sorgo de Goiás (Aprosoja Goiás), Bartolomeu Braz Pereira. Segundo o vice-presidente institucional da Faeg, outro motivo que impulsionou a viagem foi para acompanhar o andamento e comprovar a expectativa de produtores e entidades dos Estados Unidos sobre a próxima grande safra norte-americana, o que gera preocupações sobre o mercado. “Chegando essa safra, os preços no segundo semestre aqui no Brasil tendem a cair e poderá ficar um pouco mais apertado, trazendo, assim, preocupação aos produtores”, explica Bartolomeu. Visitas à Indianápolis e Washington D.C. Durante os seis dias de viagem, os representantes visitaram duas cidades norte-americanas. A primeira foi Indianópolis, onde foram apresentadas tecnologias para a soja e o milho, além de apresentações sobre biotecnologia e o setor de sementes. Ainda em Indianápolis, os representantes foram para algumas fazendas para visitar a produção norte-americana. Na segunda parte, foi visitada a capital Washington D.C., onde foi debatida a regularização da biotecnologia nos Estados Unidos e os impactos na agricultura e meio ambiente junto com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a Environmental Protection Agency (EPA) e a Food and Drug Administration (FDA). Para Bartolomeu, um dos pontos mais importantes da visita técnica foi a participação de representantes do setor do agronegócio brasileiro das principais regiões do país. “O setor produtivo brasileiro estava presente com representantes do Centro-Oeste, Sul e parte da região oeste da Bahia”, comenta. “Estávamos buscando, através dessas unidades, resolver essas situações burocráticas que temos enfrentado e com a união do agronegócio em busca de apoio e de agilidade desse processo de liberação de novas tecnologias” completa. Importância para os produtores O médico especialista em Toxicologia e Farmacologia Clínica e pro- fessor de toxicologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Flávio Zambrone, ressaltou a importância da liberação das tecnologias para aumentar a segurança e o acesso aos produtos mais avançados. “As tecnologias demoram de 4 a 5 anos a mais para ser aprovado no Brasil em relação aos Estados Unidos. Enquanto isso, o produtor tem acesso aos produtos antigos que não transmitem tanta segurança e eficiência”, explica o doutor. Além disso, Flávio pontuou que as novas tecnologias são eficientes para a redução de riscos à saúde dos produtores e elogiou a apresentação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos sobre a forma como é avaliada os transgênicos. “O processo de liberação norte-americana é mais rápido e não é tanto burocrática. A demora com a liberação das tecnologias no Brasil nos atrasa em relação aos outros países”, completou. ce Divulgação Dow AgroScien Representantes conheceram as tecnologias diretamente no campo Outubro / 2014 CAMPO | 31 Tecnologias O sistema Enlist, apresentado durante a viagem técnica, oferece uma opção de combinação de herbicidas que fazem progredir o controle de plantas daninhas. O sistema foi desenvolvido pela Dow AgroSciences como uma solução biotecnológica e agroquímica para a produção de soja e milho e que estão dependendo da aprovação de órgãos reguladores para ser utilizado no Brasil. Segundo Mário von Zuben, diretor de relações institucionais da Dow, a viagem técnica possibilitou um reconhecimento quanto à necessidade da entrada de novas tecnologias que garantam a competitivida- de para o setor. “A viagem técnica permitiu que apresentássemos às lideranças o processo de pesquisa, além da rotina de pesquisadores e os investimentos que são realizados pela companhia para o desenvolvimento de tecnologias em prol do setor”, explicou Mário. Com informações da Dow AgroScience. Divulgação Dow AgroScience Durante a viagem, foram visitadas as cidades de Indianápolis e Washington D.C. 32 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br DELÍCIAS DO CAMPO Filé de tilápia ao forno INGREDIENTES: PREPARO: 1 kg de filé de tilápia 1 limão 300 g de mozarela fatiada 1º passo Bata no liquidificador todos os ingredientes do molho. • Molho 1 copo de 250 ml de requeijão cremoso 1 leite de coco de 200 ml 1 caixa de molho de tomate de 340 g 1 dente de alho 1 cebola de cabeça Pimenta a gosto 1 colher de sopa de sal 2 colheres de sopa de molho shoyo • Envie sua sugestão de receita para [email protected] ou ligue (62) 3096-2200 2º passo Coloque o limão nos filés e, logo em seguida, enxague com água em abundância e deixe escorrer. 3º passo Coloque em uma forma o molho juntamente com os filés, cobrindo o restante com o molho. 4º passo Leve ao forno quente por 30 minutos, coloque a mozarela até derreter. Servir acompanhado com arroz e batata palha • Enviada pela instrutora de Piscicultura e Processamento de Shutter Peixes e Zootecnista, Sílvia Vieira. CASO DE SUCESSO Produção de doces caseiros: alternativa para uma renda extra Com aperfeiçoamentos e dedicação, Marilene encontrou meios para ganhar dinheiro em Castelândia Larissa Melo Luiz Fernando Lemes | [email protected] Marilene oferece seus doces, produto que produz desde 1998 34 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br D Aperfeiçoamento Marilene fez o curso de doces cristalizados em 1998 e resolveu se aperfeiçoar em 2010 com o curso de Derivados do Leite do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás através do Sindicato Rural de Santa Helena. A partir daí, começou a fazer e vender os produtos sozinha, produzindo os doces, geralmente, aos finais de semana. A doceira conta com entusiasmo que recebe encomendas e vende de maneira imediata, não deixando as guloseimas ficarem dias e dias estocados. “Meus doces são todos naturais, produzo para vender rapidamente porque meus produtos não têm nenhum tipo de conservante”, comentou. Durante os dois cursos, a doceira teve acesso aos conhecimentos referentes à produção dos doces, tais como higiene pessoal, do ambiente e do local de trabalho, além dos métodos de produção dos doces cristalizados e de derivados do leite e noções de acondicionamento e conservação. Os cursos foram tão importantes para Marilene que hoje ela nem consegue contabilizar a quantidade que produz mensalmente. “Eu não sei muito bem falar dos números, até porque faço mais por encomenda e varia muito por mês”, comenta. “Eu sei que faço o seguinte: a pessoa vem aqui em casa e pede uma quantidade de doce. Se já tenho pronto, entrego na hora. Caso contrário, pergunto se posso fazer para o dia seguinte ou se ela pode esperar por algumas horinhas”, explica com orgulho da pontualidade da produção e por fazer tudo sozinha. Shutter oces de leite, mamão, abacaxi, ameixa... Com essa variedade, Marilene Pereira de Araújo, 54, encontrou meios de ganhar dinheiro extra, fazendo e vendendo doces na cidade de Castelândia, localizada à 260 km de Goiânia. Morando na pequena cidade com pouco mais de 4 mil habitantes, a doceira já conquistou uma clientela fiel. E tudo começou de maneira muito simples, quando Marilene encontrou um anúncio na rua divulgando o curso de doces cristalizados, no longínquo ano de 1998. “Eu acho que foi no Colégio José Mendes que fiz uma semana de curso, ainda no mês de fevereiro. Porém, só foi em junho que comecei a trabalhar com os doces”, relembra a doceira. Antes, trabalhava vendendo alface, rúcula e outros produtos, mas resolveu fazer apenas os doces, já que passou a trabalhar sozinha na horta. “Eu gasto apenas três horas para fazer os doces de leite, ponho no pote e vendo sob encomenda. Comecei a fazer doces de laranja, mas desisti porque gastava nove dias para terminar. Quanto à horta, resolvi alugar”, falou entre risos. Analisando a forma de produção dos doces e o valor do leite, Marilene acredita que os preços de seus produtos são baratos, mas afirma que o importante é manter um “capital de giro”. “Eu compro leite à R$ 2,00/litro e vendo os doces por R$ 8,00/pote. Faço um valor bem em conta e o que importa, para mim, é ter um dinheirinho extra”, explica. Além disso, Marilene ressalta que o fato de não ficar parada é outro ponto fundamental. “A gente trabalha e isso faz muito bem, mesmo que seja mais aos finais de semana”, completa. Os interessados em cursos e treinamentos do Senar, em Goiás, no município de Castelândia devem entrar em contato com o Sindicato Rural de Santa Helena de Goiás pelo telefone (64) 3641-3389. www.senargo.org.br Outubro / 2014 CAMPO | 35 MADEIRAS Cuidado que garante a qualidade do produto final Larissa Melo Luiz Fernando Rodrigues | [email protected] EM SETEMBRO, O SENAR GOIÁS PROMOVEU 371 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* 38 Na área de agricultura 154 04 Em atividade Na área de de apoio silvicultura agrossilvipastoril 02 Na área de extrativismo 08 12 Em na área de agroindústria aquicultura 122 31 na área de pecuária Em atividades relativas à prestação de serviços S eja para fazer cercas, esticadores, postes ou na construção civil, a madeira é indispensável na propriedade rural. Entretanto, necessita de tratamento e manejo adequado desde o plantio até a extração. Pensando nisso e na qualificação profissional dos produtores rurais, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás oferece o curso de Plantio e Tratamento de Madeira para trabalhadores e produtores com mais de 18 anos. O curso tem como objetivo proporcionar aos interessados noções de preparação do terreno e combate às pragas das madeiras. Com 16 vagas, cada evento tem carga horária de 24 horas e os interessados aprenderão sobre os métodos de preservação da madeira, planejamento do plantio e manutenção do florestamento, técnicas de implantação florestal e semeadura. Para isso, o produtor e o trabalhador rural devem ter condições físicas e mentais para exercer a ocu- pação, ter idade mínima de 18 anos e ser alfabetizado. A consultora técnica do Senar Goiás para a área de Meio Ambiente, Jordana Sara, afirma que o setor está passando por mudanças e que o produtor deve produzir visando o produto final. “O plantio deve ser realizado com vistas para o que se pretende alcançar. Se for eucalipto para lenha é um tipo, se for para móveis e construção civil, já é outra espécie. O produtor tem que ter em mente a comercialização futura e ter o planejamento pronto”, ressalta Jordana. O curso ainda oferece aos produtores ensinamentos sobre as técnicas para combate às for migas e cupins, preparação do terreno, plantio e manutenção do florestamento e cronograma das atividades florestais. Os t reinamentos são certif icados e, para isso, o aluno deve ter, no mínimo, 80% de frequência e apresentar uma média satisfatória. Para outras informações sobre treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar Goiás entre em contato pelo telefone (62) 3412-2700 ou pelo site www.senargo.org.br *Cursos promovidos entre os dias 26 de agosto a 25 de setembro 87 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL* 40 06 02 06 33 0 Alimentação e nutrição Organização comunitária Saúde e alimentação Prevenção de acidentes Artesanato Educação para consumo 4.627 PRODUTORES E TRABALHADORES RURAIS CAPACITADOS CAMPO ABERTO Previdência Social e os benefícios aos trabalhadores do campo Aliny Cristina Teixeira Mendonça | [email protected] O Brasil é um país essencialmente agrícola. ria será efetivada quando da comercialização de seu Tal fato vem se firmando a cada ano pelos produto e quando não houver produto a ser comer- recordes absolutos de produção e expor- cializado, não haverá necessidade de contribuição. tação dos produtos do país. Apesar disso, somente Todavia, para receber a aposentadoria rural os a partir da Constituição Federal de 1988 os traba- trabalhadores rurais devem preencher alguns re- lhadores rurais passaram a ter os mesmos direitos quisitos, quais sejam: ter idade mínima de 55 anos que os trabalhadores urbanos. O Artigo 6º da Cons- (para as mulheres), e 60 anos (para os homens), tituição Federal dispõe que a Previdência Social é além de ter, no mínimo, 15 anos de exercício de Direito Social do cidadão. Nesse sentido, o artigo 7º atividade rural comprovada. assegura aos trabalhadores urbanos e rurais o direi- Larissa Melo to à aposentadoria. Então, como comprovar a prática da atividade rural? O INSS disponibiliza uma lista de documentos No Censo Agropecuário de 2006, o IBGE iden- no site da Previdência (www.previdencia.gov.br). tificou 4.367.902 estabelecimentos da agricultura Exemplifica-se: a) contrato de arrendamento, de familiar, o que representa 84,4% dos estabeleci- parceria ou de comodato rural; b) comprovante de mentos brasileiros que cultivam a terra, a maioria cadastro no INCRA; c) bloco de notas de produtor em pequenas propriedades. (IBGE. CENSO AGRO- rural ou notas fiscais de venda por produtor rural. PECUARIO 2006.). Ressalta-se que esses agri- Contudo, os agricultores familiares e trabalhado- cultores, que produzem em regime de economia res rurais de todo o país têm encontrado dificul- familiar, são considerados trabalhadores rurais e dade para reunir os documentos que comprovem tratados pela legislação como Segurado Especial. O essa atividade no campo. Por isso, em 2013, 28% art. 195 da Constituição dispõe que: “§ 8º O pro- dos pedidos de benefício foram negados pelo INSS. dutor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais Considerando o fato, o Poder Judiciário vem ana- e o pescador artesanal, bem como os respectivos lisando cada caso concreto para fins de concessão cônjuges, que exerçam suas atividades em regime do benefício, e tem admitido, como início de prova de economia familiar, sem empregados permanen- material, a apresentação de documento público em tes, contribuirão para a seguridade social mediante que conste a profissão de lavrador, por exemplo: a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da certidão de casamento, reservista, registro de ma- comercialização da produção e farão jus aos bene- tricula em escola do meio rural, entre outros. fícios nos termos da lei.”. Portanto, a Previdência tem se mostrado uma Assim, constata-se que, para os trabalhadores em política que opera em benefício dos trabalha- questão, a forma de contribuição para a Previdên- dores rurais e que tem um papel muito relevante cia Social é diversa, já que para os que vivem no em termos de distribuição de renda, no fortale- é advogada e técnica campo não existe a regularidade de disponibilidade cimento das estruturas sociais e produtivas da administrativa do financeira, mês a mês, uma vez que esses enfrentam agricultura familiar, evitando o êxodo rural e períodos diversos e instáveis, como safra, seca, proi- assegurando a sucessão familiar através da pro- bição de pesca etc. Assim, a contribuição da catego- dução de alimentos no Brasil. Aliny Cristina Teixeira Mendonça Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás. 38 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br