VESPASIANO Plano Diretor Estratégico Participativo Diagnóstico e Tendências Leitura Técnica Dezembro 2005 FUNDAÇÃO IBI TECNOLOGIA ALTERNATIVA PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO Sumário Apresentação PARTE I – Caracterização Geral do Município de Vespasiano 1.- Localização Regional 2. -Meio Físico e Biótico 2.1.-Meio físico – bacia do Rio das Velhas 2.1.1- Clima 2.1.2.-Geologia e Geomorfologia 2.1.3-Meio biótico 2.4. Recursos Hídricos 2.4.1. Bacia Hidrográfica do Ribeirão da Mata 2.4.2. O COM-10 2.4.3- O Comitê da Bacia do Velhas 2.4.4- O Sub-comitê da Bacia do Ribeirão da Mata 2.5. Os Mananciais 2.6. Recursos Minerais 2.7. Política de Meio Ambiente 3. Meio Antrópico 3.1. Demografia 3.2. Perfil Econômico 3.3. Distribuição de Renda 3.4. Receita Municipal 3.5. Produção Industrial 3.6. Produção Agropecuária 4. Estrutura Administrativa 4.1. Administração Municipal 4.2. Políticas de Desenvolvimento Econômico 4.2.1. Incentivos Fiscais e Financeiros 4.2.2. Fundos e Programas de Desenvolvimento 4.3. Instrumentos de Planejamento e Gestão 5. Estrutura Urbana 5.1. Uso do Solo Urbano 5.2. Sistema Viário e Principais Acessos 5.3. Transporte 5.3.1. Transporte Coletivo 5.3.2. Outros automóveis 5.3.3. Transporte pesado e de periculosidade 5.3.4. Ferrovia 5.3.5. Transporte Aéreo 5.4. Serviços Públicos 5.4.1. Abastecimento de Água 5.4.2. Esgotamento Sanitário 5.4.3. Drenagem e Águas Pluviais 5.4.4. Energia Elétrica 5.4.5. Telecomunicações 5.4.6. Comunicações 5.4.7. Limpeza Pública 5.4.8. Abastecimento 5.5. Equipamentos FUNDAÇÃO IBI PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI 5.5.1. Educação 5.5.2. Ação Social 5.5.3. Segurança 5.5.4. Saúde 5.5.5. Cultura 5.5.6. Patrimônio Histórico 5.5.7. Lazer 5.5.8. Turismo PARTE II – CONSIDERAÇÕES FINAIS 1. Perímetro Urbano, Zoneamento e Macrozoneamento 2. Sistema Viário 3. Transporte Coletivo 4. Uso do Solo 5. Infraestrutura 6. Equipamentos Urbanos 7. Turismo e Patrimônio 8. Planejamento e Gestão Bibliografia ANEXOS 1 – Mapas 1. Hipsometria 2. Macrozoneamento e Recursos Naturais 3. Densidade Demográfica 4. Uso do Solo 5. Estrutura Viária 6. Sistema de Transporte Coletivo 7. Infraestrutura Urbana 8. Educação e Cultura 9. Turismo e Patrimônio Histórico 10. Equipamentos de Lazer e Esportes 11. Infraestrutura de Equipamentos 12. Zoneamento Atual Quadro 01 - Cobertura Vegetal Quadro 02 - Municípios integrantes da Bacia Hidrográfica do Ribeirão da Mata Quadro 03 - Dados demográfico - 1940 – 2000 Quadro 04 - Projeção da população urbana de Vespasiano Quadro 05 - Empregos Existentes em 2005, Segundo Setores e Sub-setores de Atividade Econômica Quadro 06 - Empregos Existentes em 2005, Segundo Grandes Grupos e Subgrupos da CBO Quadro 07 - População Economicamente Ativa Quadro 08 - Distribuição de renda Quadro 09 - Receita Orçamentária Municipal Quadro 10 - Número de empresas instaladas por tipo de produção industrial Quadro 11 - Estrutura fundiária - propriedades rurais – 2000 Quadro 12 - Frota automotiva de Vespasiano Quadro 13 - Incremento de veículos de 1996 a 2001 a 2005 Quadro 14 - Ligações de água por setor Quadro 15 - População atendida por rede de esgoto PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO Quadro 16 - Fornecimento de energia elétrica Quadro 17 - Ocorrências policiais Quadro 18 - Indicadores policiais Quadro 19 - Demonstrativo de atendimento FUNDAÇÃO IBI PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Apresentação O Município de Vespasiano, atendendo ao requisito legal estabelecido pela Lei Federal 10.257, de 10 de julho de 2001, Estatuto da Cidade, busca elaborar seu Plano Diretor de forma participativa, em consonância com as deliberações da Agenda 21, buscando o desenvolvimento sustentável, com inclusão social de seus cidadãos, articulando seus planos e estratégias ao nível regional, a partir do COM 10-Consórcio da Bacia do Ribeirão da Mata e articulando esforços na solução de problemas de âmbito metropolitano, a partir do Plano Diretor Metropolitano. O presente Diagnóstico, primeira fase da Leitura Técnica, a seguir, procurou reunir dados e informações existentes nos diversos setores, órgãos e instâncias, com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre o objeto de trabalho, o Município de Vespasiano. A ênfase em termos das Bacias se dá pelo fato de que as inundações são um dos maiores problemas do município e da região do Ribeirão da mata. O Relatório da Leitura Técnica, apresenta um retrato da situação atual do município, bem como suas tendências e evoluções ao longo dos tempos. A partir dos dados existentes, dos diagnósticos feitos em 1982, e 1990, ambos elaborados pela equipe técnica do Plambel, Plano de Diretrizes de Ação da bacia do Ribeirão da Mata(2002), bem como a análise do Plano Diretor aprovado em 1993, pelo Município, assim como documentos fornecidos pela Prefeitura, entrevistas com os Secretários de cada setor e entrevistas feitas junto à comunidade, foi possível reunir aqui um conhecimento abrangente das diversas áreas, servindo de subsídio para orientar as propostas do Plano Diretor Estratégico Participativo de Vespasiano, com horizonte para 2015 a serem discutidas com a comunidade local. Os mapas foram elaborados sobre uma base cartográfica digital e foram atualizados a partir do mapa cadastral apresentado pela Prefeitura. Na medida em que foi possível levantar as informações junto às Secretarias, autarquias e outros órgãos estaduais tais como Copasa, Cemig e empresas locais, os mesmos foram incorporados à base cartográfica existente, no sentido de se territorializar as informações. Essa cartografia, contendo 12 mapas, é parte do Anexo I.O texto foi divido em três partes. A Primeira Parte, Caracterização Geral do Município, relaciona as informações setoriais privilegiando os dados mais relevantes e pertinentes ao desenvolvimento do Plano Diretor Estratégico Participativo. A Segunda Parte apresenta uma síntese dessas informações e conclusões que deverão ser instrumento básico para a Leitura Comunitária, onde a comunidade irá apresentar a sua versão dos dados levantados e suas análises, para elaboração das propostas que o Plano Diretor Estratégico Participativo de Vespasiano, venha a desenvolver na fase seguinte. A Terceira Parte apresenta uma análise do ponto de vista regional, tanto da inserção do Município no contexto da Bacia do Ribeirão da Mata, sub-bacia do Rio das Velhas e Bacia do São Francisco, e no contexto metropolitano da Região de Belo Horizonte. Dessa forma, o Relatório da Leitura Técnica, conforme metodologia apresentada anteriormente, reúne dados dispersos em várias fontes e locais diferentes e inicia o processo de construção do banco de dados sobre o município e região, de forma a dar subsídios para a etapa seguinte de Leitura Comunitária do Município a partir da interação com a comunidade local nos seus diversos âmbitos de participação. Apresentação 1 PARTE I Caracterização Geral do Município de Vespasiano PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI PARTE I – Caracterização Geral do Município 1. Localização Regional Mesorregião IBGE Microrregião ME-7-METROPOLITANA BELO HORIZONTE BELO-30-Belo Horizonte Região AdministrativaRegião de 11-CENTRAL I I-Metalúrgica/Campo das Vertente Microassociação RMBH-Associação dos Municípios GRANBEL e Ambel IBGE Planejamento Municipal Fonte IGA, 2005- Tab 1 O Município de Vespasiano está localizado na mesoregião do IBGE, ME-7-Metropolitana de Belo Horizonte, na Microrregião IBGE-30- Belo Horizonte, Região Administrativa -11- Central, Região de Planejamento: I - Metalúrgica/Campo das Vertentes. Pertence a micro-associação – RMBH, Granbel e faz parte da Ambel, Associação dos municípios da região Metropolitana de Belo Horizonte. Participa ainda como município consorciado do COM-10, consórcio dos Municípios que integram a Bacia do Ribeirão da Mata, sub-bacia do Rio das Velhas, integrante da Bacia do Rio São Francisco. A área total do município é 70.98 km². O município foi instalado em 27/12/194.. A Distância da sede do Município a Belo Horizonte é de 28.0 km, sendo o acesso direto pela MG-10. Fonte IGA, 2005-Região Administrativa Central- Mapa 1 Diagnóstico Caracterização Geral do Município 2 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Fonte IGA, 2003 - Mapa 2- Mesorregião - RMBH Fonte IGA, 2003 –Mapa 3 - Microrregiões de Planejamento 30- Belo Horizonte Diagnóstico Caracterização Geral do Município 3 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Fonte IGA, 2005- Mapa 4 - Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco Fonte IGAM, 2004- Mapa 5- Bacia do Rio das Velhas Diagnóstico Caracterização Geral do Município 4 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Arquivo Belgo Bekaert, 2005 - Mapa 6 - Bacia do Ribeirão da Mata Fonte: Plano Diretor de Recursos da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas IGAM- Dez 2004- Foto 1- Bacia do Rio das Velhas Diagnóstico Caracterização Geral do Município 5 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Fonte: Plano Diretor de Recursos da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas IGAM- Dez 2004-Mapa 7 - Bacia do Rio das Velhas Diagnóstico Caracterização Geral do Município 6 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Fonte IGA, 2005- Mapa 8 – Município de Vespasiano Vista aérea de Vespasiano – RMBH_ Foto 2- Fonte Landsat Diagnóstico Caracterização Geral do Município 7 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI 2. Meio Físico 2.1- Meio Físico – Bacia do Rio das Velhas O Município de Vespasiano faz parte de Bacia do Ribeirão da Mata, que se localiza na região central do Estado de Minas Gerais. O Ribeirão e todos os municípios estão à margem esquerda do Rio das Velhas, no médio Rio das Velhas, bacia do Rio São Francisco. Diagnóstico Caracterização Geral do Município 8 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Tabela 3 - Correlação entre as sub-bacias e municípios da bacia do rio das Velhas: Diagnóstico Caracterização Geral do Município 9 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI A bacia hidrográfica do Rio das Velhas apresenta riqueza de cursos d'água, ou seja, uma significativa densidade de drenagem, que alimenta o rio das Velhas em todo o seu percurso. A relação de municípios drenados por esses cursos d'água encontra-se discriminada na Tabela 4. A divisão político-administrativa dos 51 municípios integrantes da bacia do rio das Velhas permite observar que 44 destes não estão totalmente inseridos na bacia, e que 7 possuem a sede municipal fora da bacia. O trecho alto rio das Velhas apresenta o maior contingente populacional, com uma expressiva atividade econômica, concentrada, principalmente, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde estão presentes os maiores focos de poluição hídrica de toda a bacia. Os principais agentes poluidores são os esgotos industriais e domésticos não tratados e os efluentes gerados pelas atividades minerárias clandestinas atuantes nesta parte da bacia. Os trechos médio e baixo rio das Velhas possuem características diferenciadas em relação ao uso e ocupação do solo do alto trecho, apresentando uma menor concentração populacional, com o predomínio das atividades agrícolas e pecuárias. Quanto à área de drenagem, a alta bacia contribui com cerca de 9,8% da área, a média bacia com cerca de 45% e a baixa bacia com 45,2% do total. 2.1.1- Clima Em geral, a bacia do rio das Velhas apresenta uma queda das precipitações médias no caminhamento sul para norte (das cabeceiras para a foz), sendo que os máximos das precipitações são observados nas nascentes localizadas na serra de Ouro Preto, onde a ocorrência de fenômenos orográficos mantém a média anual em torno de 2.000 mm. Em direção a jusante, nota-se uma depressão chuvosa nas proximidades de Jequitibá, média bacia, que se estende para toda a área da margem esquerda em direção a oeste. Na direção leste do ponto mencionado, por influência da topografia mais elevada, os totais anuais médios sofrem acréscimo, chegando a atingir valores da ordem de 1.700 mm, principalmente na região da serra do Espinhaço, nas proximidades do Município de Diamantina. Tomando-se novamente a direção norte, os totais anuais médios decrescem para 1.100 mm, entre Buenópolis e Várzea da Palma. Em relação ao comportamento sazonal das precipitações na bacia, distinguem-se 3 meses secos, ou seja, junho, julho e agosto. A exceção é verificada no alto rio das Velhas, que passa por períodos secos maiores, que variam de 4 a 5 meses (maio a setembro). Outra característica marcante da pluviosidade da bacia refere-se aos máximos totais mensais, atingindo valores acima de 900 mm, o que representa cerca de 3 vezes a média do mês mais chuvoso em toda a bacia. Na bacia do rio das Velhas predominam os seguintes tipos climáticos: 1. Clima Quente de Inverno Seco (alta bacia); 2. Clima Temperado de Inverno Seco (margem direita da média bacia); 3. Clima Tropical com Verão Úmido (margem esquerda da média e baixa bacia). As médias anuais de temperatura na bacia variam entre 18ºC, na região das cabeceiras, até 23ºC no extremo norte, junto à foz no rio São Francisco. O aumento das temperaturas médias acompanha o desenvolvimento da calha principal de montante para jusante. Apresenta, ainda, alguns núcleos com temperaturas médias entre 19ºC e 20ºC, nas proximidades dos Municípios de Caeté e Diamantina. A umidade relativa do ar na bacia varia entre 70 e 80%, com menores valores na baixa bacia e os maiores nos limites ocidentais da média bacia. Nas demais áreas predominam os valores médios da ordem de 75%. Sazonalmente, as menores médias ocorrem no trimestre de julho a setembro, enquanto as maiores ocorrem entre os meses de novembro e abril, com maiores incidências nos meses de dezembro e janeiro. 2.1.1.1- Clima de Vespasiano: Vespasiano encontra-se no clima tropical com verão úmido, na classificação de Köppen, “Awa”- Tropical chuvoso,com chuvas no verão e inverno seco. Diagnóstico Caracterização Geral do Município 10 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI O município de Vespasiano não possui uma estação de coleta de informação e produção de dados climatológicos, ideais para o diagnóstico do clima desse município. Assim, para tal foram consideradas as normais climatológicas do município mais próximo de Vespasiano que possua uma estação de coleta e produção destes tipos de dados, no caso Belo Horizonte, ao limite sul de Vespasiano. Os dados são produzidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia – INMET, vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Salienta-se que este tipo de método não é o ideal para diagnosticar o clima de um lugar. Mesmo assim proporciona uma noção deste clima. No caso de BH e Vespasiano, estes apresentam diferenças no relevo e na extensão da urbanização, basicamente, influenciando o mesoclima e microclima da área, porém é possível ter-se os parâmetros em termos macroclimáticos. Ambos estão no médio São Francisco bem ao sul da depressão São Franciscana, compondo a depressão Belo-Horizontina. O território de Belo Horizonte está em contato com esta sub-unidade geomorfológica e com o altimetricamente mais elevado Quadrilátero Ferrífero, conforme Ferreira (1997). Sobre embasamento cristalino de granito-gnaisse, onde colinas côncavo-convexas com vales alargados configuram o chamado mar de morros. Logo no limite norte de BH está Vespasiano, com parte de seu território com colinas côncavo-convexas sobre o embasamento cristalino e a porção norte sobre calcários do grupo Bambuí, que compõem uma paisagem carste que se estende além dos limites do município com um modelado mais aplainado composto por depressões e com colinas mais achatadas que as do granito gnaisse. A diferença altimétrica entre estes dois municípios deve ser considerada, pois BH tem parte de seu território acima de 800m de altitude. Quanto à diferença no grau de urbanização dos municípios, as interferências no clima local também devem ser consideradas, pois Vespasiano com parte de seu território ainda rural ,conta com a presença de indústrias de peso nas áreas urbanas, enquanto BH possui todo o seu território urbanizado. Para o diagnóstico do clima foi utilizado o método elaborado por Köppen, consultado em Vianello (1991). Utilizando a metodologia de Köppen, a análise das normais climatológicas referentes ao município de Belo Horizonte indica para esta cidade um clima Awa – tropical chuvoso, com chuvas majoritariamente no verão e um período de estiagem no inverno. A temperatura média do mês mais quente (fevereiro) é 23,2ºC e a do mês mais frio (julho) é 18,1ºC. A temperatura média anual é 21,1ºC, tendo a máxima absoluta já atingido 36,9ºC e a mínima absoluta 3,1ºC; a umidade relativa média anual é alta, 72%, e sua variabilidade ao longo dos meses acompanha proporcionalmente a variedade das chuvas, que têm uma média acumulada no ano de 1.491,3 mm. Chove em média 190 dias em cada ano. A insolação tem sua variação inversa à da chuva, aumentando nos meses frios do inverno; a média de evaporação anual é 1217,4 mm, evidenciando um ganho hídrico no território do município, que incorpora duas subbacias hidrográficas do rio das Velhas: as bacias do Ribeirão Arrudas ao sul e do Córrego da Onça na porção norte, em Belo horizonte e no caso de Vespasiano , a bacia do Ribeirão da mata. Dadas as informações acerca de BH, o clima de Vespasiano é tropical úmido, com verão chuvoso. Por ter um relevo mais plano que o modelado de BH e estar menos elevado em relação ao nível do mar a condição dos ventos interfere no microclima do município, provavelmente causando diferenças nas médias de temperatura e na distribuição de chuvas. A instalação de uma estação de medição climatológica produziria dados mais confiáveis que caracterizariam melhor o clima local, podendo ainda auxiliar na produção agrícola do município. A percepção ambiental do território de Vespasiano, através da estadia no município ao longo do tempo, acompanhada de uma análise climática de Minas Gerais e de sua região central ajudariam na compreensão da singularidade da condição do tempo no local. Diagnóstico Caracterização Geral do Município 11 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Segundo dados de diagnósticos do Plambel: Temperatura: -temperatura média anual: 21, 1°C -temperatura média máxima anual : 27,1°C -temperatura média mínima anual: 16,7°C - Índice Pluviométrico anual: - 1491, 3 mm - Altitude: -máxima: 950 m Local: Extremo Sul da Divisa BH -mínima: 680 m Local: Foz Córrego DÁnta -Altitude da área central da cidade- 691,22 m 2.2 - Meio Físico – Bacia do Ribeirão da Mata Foto 3 - Bacia do Ribeirão da Mata –Vespasiano- Fonte Infomap – 2005 Diagnóstico Caracterização Geral do Município 12 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Quadro 1 – Características Gerais da Bacia do Ribeirão da Mata Enquadramento Classe 2 Área da bacia do Ribeirão da Mata Extensão – Curso principal Cota da nascente Cota da foz OCUPAÇÃO 770,1 Km² 40 Km 970 m 666 m 10 municípios: Conforme Quadro 2 Aproximadamente 435.000 hab População dos municípios da área da bacia (2000) Fonte Brant, 2001-Quadro 1 Quadro 2 – Uso do Solo na bacia do Ribeirão da Mata Uso do solo (%) Cerrado Área Urbana Mineração Reflorestamento Lagoas e lagos Área antropisada 24,7% 15,1% 1,3% 6,5% 0,4% 52% Fonte Brant, 2001-Quadro 2 Quadro 3– Municípios do Ribeirão da Mata Municípios % da área da Bacia 1. Capim Branco 2. Confins 3. Esmeraldas 4. Lagoa Santa 5. Matozinhos 6. Pedro Leopoldo 7. Ribeirão das Neves (sede e Justinópolis) 8. Santa Luzia 9. São José da Lapa 10. Vespasiano 10,68 4,05 8,35 4,41 9,17 27,79 19,60 0,73 6,20 9,02 Fonte Brant, 2001-Quadro 3 Cabe ressaltar que, embora a bacia compreenda áreas de 10 municípios, as sedes dos municípios de Esmeraldas, Lagoa Santa e Santa Luzia estão fora da área da bacia. Diagnóstico Caracterização Geral do Município 13 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Mapa 10– Municípios e núcleos urbanos da bacia do Ribeirão da Mata Fonte:Brant, 2001 2. 2.1- Geologia e Geomorfologia 2.2.1.1- Geologia A grande maioria das rochas aflorantes da bacia pertence às Eras Arqueana e Proterozóica. A Era Cenozóica é representada por tipos litológicos dos PeríodosTerciário e Quaternário. A bacia encontrase no Bloco Brasília, sendo que os complexos gnáissicos-granitóides de médio grau metamórfico constituem a maior área do embasamento que ainda está exposta, principalmente nas regiões centrosul (Complexos Barbacena, Mantiqueira, Campos Gerais, Bação, Belo Horizonte, Gouveia e Ressaquinha), meio-leste (Complexos Gouveia e Guanhães) e norte-nordeste (Complexo Porteirinha) do Estado de Minas Gerais. Afloram na bacia, ao sul, os Complexos Bação e Belo Horizonte e, na borda centro-leste, o Complexo Gouveia. Associadas a alguns destes complexos gnáissico-granitóides, são encontradas as seqüências metavulcano-sedimentares Pium-i, Fortaleza de Minas e rio das Velhas (aflora no extremo sul da bacia hidrográfica em estudo), que se caracterizam tipicamente como Greenstone-Belts. O Supergrupo Minas apresenta-se extensamente exposto no Quadrilátero Ferrífero, representando uma cobertura posterior ao supergrupo rio das Velhas. Diagnóstico Caracterização Geral do Município 14 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Dados geocronológicos recentes indicam que a porção médio-inferior deste Supergrupo (Grupos Caraça e Itabira) depositou-se no limiar do Arqueano com Paleoproterozóico. A geologia da região Bacia do Ribeirão da Mata é compartimentada por dois domínios principais. O domínio associado ao Complexo Gnáissico Migmatítico do embasamento cristalino e o domínio associado ao Grupo Bambuí de rochas sedimentares. Mapa 11- Geológico da Bacia do Ribeirão da Mata. Fonte:Brant, 2001 2.2.1.2 – Geomorfologia As formas de relevo da bacia podem ser agrupadas em três categorias: 1. áreas ou formas aplainadas; 2. áreas dissecadas; 3.formas cársticas. As áreas aplainadas, quando sobre planaltos, constituem superfícies tabulares ou superfícies onduladas. Tratam-se de antigas superfícies de aplainamento sobrelevadas e delimitadas por escarpamentos. As áreas aplainadas ocorrem, também, no interior de amplas depressões, caracterizando-se por vales denominados superfícies aplainadas ou onduladas. As formas dissecadas são encontradas nos compartimentos intermediários dos planaltos, no interior das depressões e nos maciços antigos. A caracterização das formas atuais está calcada nas mudanças climáticas do Período Quaternário. As formas cársticas ocorrem em rochas calcárias, apresentando uma morfologia peculiar resultante de processos especiais de evolução e baseadas principalmente na dissolução e corrosão. Condicionam Diagnóstico Caracterização Geral do Município 15 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI uma evolução de relevo com predominância de processos superficiais e subterrâneos. A geomorfologia cárstica e a hidrologia cárstica introduzem processos de corrosão como parâmetros de gênese e evolução, e condicionam as formas cársticas tais como cavernas, maciços residuais, dolinas, uvalas etc. As unidades geomorfológicas da bacia hidrográfica do rio das Velhas são as seguintes, 1. Planaltos do São Francisco; 2. Depressão do São Francisco; 3. Serra do Espinhaço; 4. Quadrilátero Ferrífero. Alguns municípios como Lagoa Santa, Pedro Leopoldo, Matozinhos, Sete Lagoas, Vespasiano, Curvelo e Cordisburgo, localizados na margem esquerda do rio das Velhas, apresentam características geológicas semelhantes, ou seja, seus terrenos apresentam formações do tipo calcárea. É marcante a presença de numerosas lagoas, como a Lagoa Santa e as Sete Lagoas. Estas lagoas são do tipo Sumidouro, que, devido às suas características, comportam-se como reservatórios para os rios. Outro exemplo característico e conhecido nessa região é o córrego do Cuba, que desaparece na gruta de Maquiné para ressurgir, depois de um percurso subterrâneo de quase um quilômetro, na lapa dos Poções, o qual se comunica com a bacia fechada da fazenda do Bom Jardim, perto de Matozinhos, e que se dirige até o rio das Velhas. Fato significativo, também, é a generalidade de denominações como lapa, lapinha, gruta e sumidouro, que se observam nos elementos cartográficos relativos a essa região. 2.2.2.2- Recursos minerais A exploração mineral teve papel de importância na ocupação e no desenvolvimento econômico da bacia, principalmente no alto rio das Velhas. A extração mineral começou no século XVIII, com a descoberta do ouro e pedras preciosas, provocando grandes mudanças, como a interiorização da Colônia e o surgimento de um considerável número de vilas em Minas Gerais. A abundante ocorrência de recursos minerais na região do alto Velhas propiciou a degradação ambiental por parte de mineradoras e garimpos. Os recursos encontrados na bacia são ferro, manganês, ouro, alumínio, urânio, mercúrio, chumbo, zinco, cobre, calcário, mármore, dolomito, quartzo, diamante, filito, caulim, argila etc. Os principais recursos minerais não metálicos na bacia estão associados às ocorrências de rochas calcárias na região de São José da Lapa, Vespasiano, Pedro Leopoldo e Matozinhos, sendo esta região uma das maiores produtoras de calcário de Minas Gerais. Podem ser ainda identificados como recursos minerais não metálicos as reservas de argila, de uso tanto na indústria cimenteira como matéria prima de materiais de construção, localizadas nos municípios de Pedro Leopoldo, Ribeirão das Neves, Matozinhos, Vespasiano e Capim Branco. Os aluviões dos córregos tributários do Ribeirão da Mata, como do próprio, são utilizados como fonte de recursos para extração de areia comumente utilizada como material da construção civil. Segundo Faraj(1980), em seu livro História de Vespasiano, desde a construção da capital, de 1893 a 1897, Vespasiano e a região foram os responsáveis pelo fornecimento de areia e cal, matéria prima das obras. Após a inauguração da Estrada de Ferro, a produção da cal passou a ser exportada por via férrea, através da estação que possuía uma grande balança inglesa para a pesagem dos carros. Em certas épocas de estiagem ,segundo Faraj (1980), saiam de vespasiano, no mínimo 12 vagões carregados de cal. Diagnóstico Caracterização Geral do Município 16 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Mapa 12-Recursos minerais não metálicos. Fonte:Brant, 2001 Pedologia A formação dos solos está diretamente relacionada a uma série de fatores, quais sejam, clima, biota, material parental, topografia e tempo. A energia dos agentes formadores do solo sobre o material primitivo dá-se com maior ou menor intensidade em um curto ou longo espaço de tempo. Todos os solos têm sua origem na intemperização das rochas superficiais ou localizadas a pequenas profundidades. Sua natureza está intimamente relacionada, além do clima e topografia, à influência da rocha matriz. As características das rochas que mais influenciam na formação dos solos são a composição mineralógica, a resistência mecânica e a textura. As sete classes predominantes na bacia são as seguintes: 1. Latossolo Vermelho-Amarelo; 2. Latossolo Vermelho-Escuro; 3. Cambissolos; 4. Podzólico Vermelho-Amarelo; 5. Litossolos; 6. Areias Quartzosas; 7. Aluviais. Diagnóstico Caracterização Geral do Município 17 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Mapa 13- Tipologia do solos Fonte:Brant, 2001 A tipologia de solos em Vespasiano No centro de seu território, Vespasiano possui latossolo vermelho-amarelo distrófico, ao sul, podzólico vermelho amarelo + cambissolo distróficos. Ao norte, solos aluviais eutróficos + solos hidromórficos indiscriminados, próximo ao Ribeirão da Mata. 2.2.2.5- Hidrogeologia Três grandes grupos de rochas configuram a base geral de todos os sistemas aqüíferos presentes na área da bacia: 1. granulares; 2. fraturados (ou fissurados); 3. cárstico e cárstico-fissurado. Diagnóstico Caracterização Geral do Município 18 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI No primeiro grupo são verificados os Aluviões Quaternários e as coberturas detríticas TerciárioQuartenárias. Os aluviões ocorrem, preferencialmente, na porção leste da bacia, ao longo das calhas de tributários e em manchas dispersas às margens do rio das Velhas. Em geral, esses depósitos aluviais estão conectados hidraulicamente aos leitos fluviais, mantendo, assim, uma relação de influência entre rio e o aqüífero em diversos locais. Tais aqüíferos são propícios à explotação por poços rasos e de grande diâmetro, devido à pouca profundidade do lençol freático. O segundo grupo compreende as rochas fraturadas (ou fissuradas), compondo os aqüíferos dependentes da atuação de mecanismos adicionais ou secundários, desenvolvidos a partir de estruturas de deformação, originando as fendas (fraturas), por onde se dá a circulação e o armazenamento da água subterrânea. O terceiro grupo possui as características aqüíferas dos terrenos cársticos e cársticosfissurados, representados pelas rochas carbonáticas do Grupo Bambuí nas Formações Sete Lagoas e Lagoa do Jacaré. Estas formações ocupam uma porção restrita nos centros sul e norte da bacia; não obstante, são importantes reservatórios para o abastecimento de várias cidades. O Grupo Bambuí, representado pela Formação Serra de Santa Helena, apresenta, em geral, aqüíferos de expressividade reduzida, principalmente devido à grande predominância de materiais argilosos, aos quais podem ser atribuídas baixas permeabilidades, salvo nas zonas de contato com calcários lenticulares. Domínios hidrogeológicos Vespasiano apresenta em grande parte do seu território aqüíferos Cársticos em Calcários, e à sudoeste, aquíferos fraturados em Gnaisses. A rigor, quem pretenda atuar na gestão de bacias hidrográficas, mais que de hidrologia, deve conhecer basicamente, também, de geo-hidrologia ou hidrogeologia. A geo-hidrologia leva em conta os condicionamentos que a constituição geológica de uma área impõe ao escoamento da água no sub-solo, ou seja, no interior do sistema geológico. O mais importante é que seja fixado o seguinte: a água é componente do sistema geológico, mas com característica muito diferente da dos componentes sólidos. Ela entra e sai. É portanto um componente itinerante do sistema geológico. Segundo, CARVALHO (2002), a humanidade não tem feito outra coisa senão fechar a porta, à água, impedindo seu livre escoamento e armazenamento. O recurso hídrico não é exatamente água. Recurso hídrico é qualquer componente do sistema geológico capaz de capturar, armazenar, purificar ou restituir água doce, em forma de nascente ou de um equipamento artificial como cisterna, poço tubular, galeria. A água doce é portanto o produto dos recursos hídricos, exatamente como a cerveja na recepção é “produto” de um copo bem preparado para recebê-la. Se a humanidade mantiver o copo virado para cima, ela terá água sempre, porque a natureza é um garçon infalível. É muito injusto reclamar dela, mesmo no Semi-árido. Toda a água do mundo vem do recurso hídrico maior – a bacia oceânica; por evaporação chega às nuvens, já descontaminada do sal e purificada; por condensação cai como chuva; se achar passagem, entra na terra e circula pelo sub-solo; pode emergir sob a forma de nascente ou pode circular por baixo até um rio ou até o mar. A água precipitada, se não infiltrar, promove erosão, inundações, assoreamento; se se concentrar, promove os mesmos efeitos. Ainda segundo Carvalho, não há qualquer segredo então: basta manter o copo virado para cima que a água não faltará. Esse conceito é muito importante em Vespasiano e na Bacia como um todo, devido aos sérios problemas decorrentes das inundações. Cada município deve reter o máximo de água em seu território a fim de evitar maiores danos a jusante. Diagnóstico Caracterização Geral do Município 19 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Mapa 14- Hidrografia Fonte:Brant, 2001 2.2.2.5- Hidrografia Grande parte dos cursos d’àgua da Bacia do Ribeirão da Mata estão classificados como classe 2, e as nascentes estão classificadas como classe 1. Existe nos cursos d´´agua classe 2, níveis de contaminação devido ao lançamento “in natura” de esgoto sanitário doméstico e industrial ao longo da Bacia do Ribeirão da Mata. Em Vespasiano existem duas estações de tratamento de esgoto no município. Segundo Faraj(1980), os bandeirantes passaram por Lagoa Santa e não cogitavam de devassar a extensa e soberba mata, que se projetava sobre imenso alagadiço, regado e serpenteado pelo Ribeirão da Mata, outrora muito piscoso. João Muller, companheiro de Dr. Lund, fabricava cal em pequena escala para ensinar as pessoas e gostava de passear de barco pelo Ribeirão da Mata. Na época da construção da capital a mata passou a ser cortada não só para fornecimento de madeira, mas também para “roçar” a área para produção de lavoura. Vespasiano era na época o cinturão verde da capital, de onde saia boa parte de alimentos. Diagnóstico Caracterização Geral do Município 20 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Recursos hídricos O Estado de Minas Gerais tem localização altamente privilegiada no que tange aos recursos hídricos de superfície e rede hidrográfica, caracterizando-se por englobar a região das nascentes (cursos d`água formadores) de três macro-regiões hidrográficas do território brasileiro. Uso dos recursos hídricos e demandas Quadro 3.10 – Outorgas por uso de água – 2002 Numero do Outorgado Curso Dágua Prontuário Abastecimento Publico Pref. Ribeirão da 468 Municipal Mata Vespasiano Uso Agrícola Edílson Ribeirão da 711 Fernandes Mata Miranda Uso Industrial0,09000 Ribeirão da 1 Ciminas SA Mata Holdercim Ribeirão da 180 Brasil Mata Citygusa Ribeirão da 890 Siderúrgica Mata Ribeirão da 17 Ciminas SA Mata Cosimat Sid. Ribeirão da 131 Matozinhos Mata BMB – Belgo Mineira Poço Bekaert FONTE: IGAM – MG/2002 * Dado não fornecido Vazão (m³/s) Data da Outorga Município -* 30/10/1998 Vespasiano 0,03400 28/12/2000 Capim Branco 0,09000 10/01/1991 0,09000 21/02/2002 0,01000 14/11/2001 0,09000 31/01/1997 0,00830 09/02/2002 Matozinhos 0,05744 30/05/2001 Vespasiano Pedro Leopoldo Pedro Leopoldo Pedro Leopoldo Pedro Leopoldo Quadro 3.11 – Importação / exportação de água De Para Sistema Bacia Paraopeba (Juatuba) Bacia Paraopeba (Betim) Bacia Paraopeba (Brumadinho) Pedro Leopoldo Ribeirão das Neves Pedro Leopoldo Ribeirão das Neves Pedro Leopoldo Ribeirão das Neves TOTAL Serra Azul Serra Azul Vargem das Flores Vargem das Flores Rio Manso Rio Manso Vazão média transferida (l/s) 48 170 25 169 43 152 607 FONTE: COPASA-MG Diagnóstico Caracterização Geral do Município 21 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Quadro 3.12 Captação em poços profundos Município Poço Vazão l/s Capim Branco E01 6,57 Capim Branco E02 10,2 Capim Branco E03 7,16 Capim Branco E04 5,83 Capim Branco / Boa Vista C01 2,97 Capim Branco / Araçás E06 5,52 Confins C04 71,42 Matozinhos C01 50 Matozinhos C07 50 Matozinhos C12 66,6 Matozinhos C13 40 Pedro Leopoldo / Dr. Lund C01 5,71 Ribeirão das Neves C01 1,33 São José da Lapa C01 18,66 São José da Lapa C02 25 São José da Lapa C03 20 São José da Lapa C04 40 São José da Lapa E01 8084 Vespasiano C01 4 Vespasiano C02 47,9 Vespasiano C03 50 Vespasiano C05 22,22 Vespasiano C11 28,57 FONTE: COPASA-MG/97 – E-existentes; C-Copasa UTME 590.455 590.559 590.148 590.255 585.269 590.912 606.857 596.643 595.787 596.673 596.537 604.074 593.909 608.711 609.100 608.882 607.545 608.244 614.599 613.035 61.101 612.744 613.202 UTMN 7.837.850 7.837.960 7.838.590 7.838.690 7.836.450 7.835.680 7.827.420 7.834.890 7.837.110 7.835.600 7.835.430 7.827.420 7.814.560 7.821.570 7.821.550 7.821.510 7.820.730 7.821.330 7.821.490 7.822.700 7.822.590 7.822.930 7.821.240 Quadro 3.13 – Estimativa das demandas industriais – 1997 Município Captações Totais (m³/s) Publicas Independ. Import. 0.003 0.007 0.002 0.557 0.280 0.010 0.024 0.046 0.011 0.046 Captações por Tipo de Manancial (m³/s) Superf. Subter. Total 0.000 0.010 0.011 0.471 0.565 1.316 0.000 0.034 0.034 0.000 0.011 0.057 Capim Branco Confins Matozinhos Pedro Leopoldo Ribeirão das 0.029 0.003 0.029 0.000 0.003 0.032 Neves São José Lapa 0.003 0.007 0.000 0.010 0.010 Vespasiano 0.014 0.033 0.023 0.023 0.047 FONTE: Banco de Dados: Plano Diretor dos Estudos do PROSAM para implantação da Agencia da Bacia do Rio das Velhas Diagnóstico Caracterização Geral do Município 22 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Quadro 3.14 – Estimativas das demandas de água na agropecuária e mineração Município Captações Pecuária (m³/s) Total Superf. Subter. Capim Branco 0.009 0.006 Confins 0.000 Matozinhos 0.014 0.010 Pedro Leopoldo 0.017 0.012 Ribeirão das 0.006 0.004 Neves São José Lapa 0.006 0.004 Vespasiano 0.002 0.002 Total 0.054 0.038 FONTE: Banco de Dados: Plano do Rio das Velhas Captações Agricultura (m³/s) Total Superf. Subter. Captações Mineração (m³/s) Total Superf. Subter. 0.003 0.004 0.005 0.017 0.015 0.002 0.041 0.102 0.033 0.082 0.008 0.020 0.002 - - - - - - 0.002 0.001 0.006 0.005 0.001 0.031 0.025 0.006 0.017 0.023 0.020 0.003 0.174 0.140 0.034 Diretor dos Estudos do PROSAM para implantação da Agencia da Bacia O critério utilizado para a agregação dos dados relativos aos setores urbano e industrial foi a distribuição em torno do núcleo urbano de cada município. Para os setores mineral e agropecuário as demandas foram distribuídas uniformemente na área de cada município. Recursos hídricosENCHENTES UM DOS MAIORES PROBLEMAS DA BACIA DO RIBEIRÃO DA MATA Foto 4- VESPASIANO janeiro de 1997, Belgo Bekaert- Distrito industrial Diagnóstico Caracterização Geral do Município 23 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI PICOS DE CHEIAS EM VESPASIANO Ribeirão da Mata Q(m³/s) 100 90 80 70 60 50 40 1940 1950 1960 1970 1980 MEDIA DAS DÉCADAS Dados não disponíveis: 1962-66; 1971; 1988-89 Fonte: Belgo Bekaert Mapa 15 - Ocupação Urbana - TAXA DE URBANIZAÇÃO = 5,7% ANO 1977 ( CORRIGIDA PARA 1979) Fonte: Belgo Bekaert Diagnóstico Caracterização Geral do Município 24 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Mapa 16 - Ocupação Urbana - TAXA DE URBANIZAÇÃO = 10,5% ANO 1994 ( CORRIGIDA PARA 1999) Fonte: Belgo Bekaert Mapa 17- TAXA DE URBANIZAÇÃO = 5,7%- Ocupação urbana- 1977 Fonte: Belgo Bekaert Diagnóstico Caracterização Geral do Município 25 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Mapa 18- TAXA DE URBANIZAÇÃO = 10,5% ANO 1994 ( CORRIGIDA PARA 1999) Fonte: Belgo Bekaert Cálculo da Vazão Segundo o Método do Hidrograma Unitário SITUAÇÃO 1 ( 1977 ) : 5,7% AREA URBANIZADA Área de Drenagem = t (anos) 1 2 5 10 50 100 500 1000 10000 K(-) 1,00 1,16 1,39 1,58 2,11 2,39 3,15 3,55 5,26 Pcof: IMP:: CIMP:: 717 km2 P(mm) C2 42,80 49,51 59,34 67,65 90,48 102,17 134,93 151,94 225,23 C 0,26 0,30 0,34 0,38 0,48 0,53 0,66 0,73 1,00 0,18 0,20 0,23 0,26 0,33 0,36 0,45 0,50 0,68 0,65 0,057 0,486745 Q(m3/s) 50 65 91 115 194 241 397 492 1000 A vazão, considerando o máximo de precipitação em 100 anos de 102, 17 mm , com taxa de ocupação de 5,7%, a vazão do rio é de 241 m³/s Fonte: Belgo Bekaert Diagnóstico Caracterização Geral do Município 26 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI SITUAÇÃO 2 ( 1994 ) : 10,5% AREA URBANIZADA Pcof: IMP:: CIMP:: t (anos) 1 2 5 10 50 100 500 1.000 10.000 K(-) 1,00 1,16 1,39 1,58 2,11 2,39 3,15 3,55 5,26 P(mm) C2 42,80 0,26 49,51 0,30 59,34 0,34 67,65 0,38 90,48 0,48 102,17 0,53 134,93 0,66 151,94 0,73 225,23 1,00 Fonte: Belgo Bekaert C 0,18 0,20 0,23 0,26 0,33 0,36 0,45 0,50 0,68 0,65 0,105 0 Q(m3/s) 73 95 132 167 281 350 578 715 1.453 Considerando aárea urbanizada da Bacia de 10,5 %, com a mesma precipitação , a vazão do Ribeirão da Mata passa para 350 m³/s. SITUAÇÃO 3 ( 2019 ) : 22,5% AREA URBANIZADA OBS.: USANDO-SE CRESCIMENTO LINEAR ENTRE 1977 A 1994 ex.: CRESCIM DE 184% EM 25 ANOS t (anos) 1 2 5 10 50 100 500 1000 10000 K(-) 1,00 1,16 1,39 1,58 2,11 2,39 3,15 3,55 5,26 P(mm) C2 42,80 49,51 59,34 67,65 90,48 102,17 134,93 151,94 225,23 Pcof: IMP:: CIMP:: C 0,26 0,30 0,34 0,38 0,48 0,53 0,66 0,73 1,00 0,18 0,20 0,23 0,26 0,33 0,36 0,45 0,50 0,68 0,65 0,225 0 Q(m3/s) 117 151 210 266 448 558 921 1140 2316 Fonte: Belgo Bekaert Considerando a mesma taxa de urbanização de 1977 a 1994,tem-se uma estimativa de 22,5% de área urbanizada. Com a mesma precipitação , nessas condições de urbanização, a vazão do Ribeirão da Mata passa para 558 m³/s. Diagnóstico Caracterização Geral do Município 27 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI HISTÓRICO DAS CHEIAS; 1997 CHEI ADE1997=7, 50m em Vespasi anoea VAZ O =350m / s TOTALDI ÁRI O MÁXI MO EM JANEI RO DE1997 =106, 7mm TAXADEURBANI ZA O DE1994/ 97DABACI A =10, 5% 1979 CHEI ADE1979=6, 50m em Vespasi anoea VAZ O =250m / s TOTALDI ÁRI O MÁXI MO EM FEVEREI RO DE 1979=102, 6mm TAXADEURBANI ZA O DE1977/ 79DABACI A =5, 7% Fonte: Belgo Bekaert F F SE O CRESCIMENTO LINEAR DA URBANIZAÇÃO CONTINUAR EM 3,1% a/a, EM 25 ANOS, A TAXA DE URBANIZAÇÃO SERÁ DE 22,5%. SE OCORRER PRECIPITAÇÃO DE DIÁRIA DE 102mm (1979), CAUSARÁ UMA VAZÃO DE 558 m³/s, O QUE ELEVARÁ O NÍVEL DAS ÁGUAS EM 1,9m ACIMA DOS NÍVEIS DE1997. Diagnóstico Caracterização Geral do Município 28 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Concl us es: • • • • AS MÉDIAS DOS PICOS DE CHEIA SÃO CRESCENTES COM O PASSAR DOS ANOS. PARA UMA MESMA PRECIPITAÇÃO (VOLUME DE CHUVA), ACONTECE UMA CRESCENTE VAZÃO NO RIBEIRÃO DA MATA, PRINCIPALMENTE DEVIDO À IMPERMEABILIZAÇÃO DO SOLO NA BACIA. A TAXA DE URBANIZAÇÃO AUMENTA A ÁREA IMPERMEÁVEL E, ASSIM, MAIS RAPIDAMENTE AS ÁGUAS CHEGAM AO RIBEIRÃO, GERANDO AS CHEIAS. SÃO VITAIS: MAIOR CONTROLE SOBRE URBANIZAÇÕES COM LEGISLAÇÃO DIRECIONADA PARA A MINIMIZAÇÃO DESTE PROBLEMA. Sugestes:ALGUMASALTERNATI VAS POSSVEI S 1- 2- 34- USO EOCUPA O DO SOLO ü Lot eament osI r r egul ar es ü Ext i n odenascent es ü RECUPERA O DEÁREASDEGRADADAS ü Recuper a odemat asci l i ar es ü Cont r ol edeer os es/Recuper a odevo or ocas ü Ext r a esi r r egul ar esdear ei as,pedr aset c ü CHEI AS/REGULARI ZA O ECONTROLEDENVEI S ü I nst al a odeest a esdemoni t or ament o( ver t edour os,l ei t ur asdení vei set c) ü BARRAGENS DEAMORTECI MENTO 5PLANOSDI RETORESMUNI CI PAI SCOMPATI BI LI ZADOSEM UM PLANO DEGEST O REGI ONALNABACI A 6CRI A O DO COM 10-CONSÓRCI O DOSMUNI CPI OSQUEI NTEGRAM A BACI A DO RI BEI R O DA MATA,NO SENTI DO DEI NTEGRA O REALDASA ESNABACI A COM 10- - Consórcio dos municípios que integram a Bacia do Ribeirão da Mata Com o objetivo de integrar as ações e atuar de forma articulada e integrada, desde março de 2005, vários técnicos,de todos os municípios da bacia, com a proposta do Município de Vespasiano, vieram se encontrando com o objetivo da criação do Consórcio. No dia 10 de novembro foram assinados os protocolos de intenções dos municípios pelos Prefeitos e cada Câmara dará autorização para formação do consórcio.Uma vez criado o COM 10, cada orçamento municipal já se encontra com recursos previstos para 2006 para atuação conjunta na Bacia. Uni dadesdeconser va o A área da Bacia do Ribeirão da Mata possui duas unidades de conservação identificadas. Uma, a APA Carste Lagoa Santa – decreto 98.881 de 25 de janeiro de 1990, uma Unidade Federal administrativa pelo IBAMA, e que abrange parte nordeste da Bacia. A outra, uidade APE – Área de Proteção Especial do Ribeirão Urubu, Unidade Estadual – decreto 21.280 de 28 de abril de 1981. A figura 3.9 apresenta a situação geográfica desta unidade na Bacia. Outras unidades de conservação podem ser relacionadas a atividades minerarias especialmente das empresas cimenteiras (Lafarge, Holcim e Camargo Correa). Tratam-se de Reservas Particulares do Patrimônio Natural – RPPN, já averbadas ou em processo de averbação. Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 29 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Apa Carste de Lagoa Santa: Berço da paleontologia e da espeleologia brasileira Mapa 19 - Localização e hidrografia do Carste de Lagoa Santa- Fonte- Bebert-Born(1998) Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 30 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Apa Carste de Lagoa Santa: Definição e situação O carste de Lagoa Santa é uma região a cerca de 30 km ao norte de Belo Horizonte identificada pela ocorrência de um denso conjunto de feições geomorfológicas tipicamente dissolutivas e por uma hidrografia que pode ser caracterizada como mista de componentes fluviais (subaéreos) e cársticos (subterrâneos). Grande parte da área cárstica situa-se no interflúvio do rio das Velhas (a leste) e ribeirão da Mata (a oeste-sudoeste), estando limitada ao sul-sudoeste pela ocorrência das rochas granito-gnáissicas do embasamento cristalino. Ao norte o limite não está bem estabelecido, mas o perímetro cárstico pode ser referenciado por aquele que define os limites da APA extrapolando-os um pouco rumo ao norte, perfazendo mais de 360 km2. Estão envolvidos os municípios de Vespasiano, Pedro Leopoldo, Confins, Lagoa Santa, Matozinhos, Funilândia e Prudente de Morais. Em direção à cidade de Sete Lagoas, a noroeste, estendem-se ainda faixas significativas daquele tipo Geomorfológico. Essa é uma das regiões brasileiras mais importantes em termos de paisagem cárstica carbonática e da história das ciências naturais do país: o Carste de Lagoa Santa. Tal região apresenta um denso conjunto de feições tipicamente dissolutivas desenvolvido em calcarenitos puros da Formação Sete Lagoas (Grupo Bambuí), os quais estão cobertos, em sua maior parte, por formações pedológicas significativas. O relevo superficial (exocarste) evoluiu a partir da configuração primordial de redes hídricas subterrâneas (endocarste) e de uma dinâmica intensa na interface rocha-solo (epicarste), cuja integração favoreceu o aparecimento de múltiplos pontos de captura de águas superficiais segundo bacias primárias e secundárias (dolinas e uvalas). Grandes paredões lineares, canyons, vales cegos e dolinas de abatimento são feições comuns em segmentos fluviocársticos. Nos planaltos há “campos de dolinas”, com pequenos lagos freqüentemente associados. Lagos sazonais maiores ocupam extensas planícies rebaixadas (poljés). A trama de condutos subterrâneos, estruturalmente controlados, está hoje em grande parte conectada diretamente à superfície, constituindo centenas de cavernas. A este ambiente estão associados sítios paleontológicos de grande valor, com componentes da megafauna pleistocênica extinta e vestígios muito importantes da ocupação humana pré-histórica no Brasil, entre os quais, ossos de cerca de 12 mil anos descritos por Lund como o “Homem de Lagoa Santa”. A implantação de uma Área de Proteção Ambiental (APA) tem procurado valorizar e conciliar o patrimônio natural e científico às condições de intenso desenvolvimento urbano e industrial próprias à região. Além do aspecto paisagístico, as propriedades físicas do carste de Lagoa Santa têm importância acadêmica por representarem bons exemplos dos processos dinâmicos integrados de dissolução, transporte, deposição clástica, precipitação química e erosão, no âmbito da superfície do terreno (exocarste), no subterrâneo (endocarste) e na interface rocha-solo (epicarste). O carste de Lagoa Santa também tem um significado especial para a história da ciência e da cultura do povo brasileiro. A região é considerada o berço da paleontologia, arqueologia e espeleologia. O pioneirismo das pesquisas é justificado, em princípio, por tratar-se da região do país onde atualmente se registra o maior número de cavernas por área. Essa aglomeração de grutas e abrigos guarda grande quantidade de fósseis pleistocênicos, entre eles a chamada megafauna extinta, e “os vestígios mais importantes da ocupação humana pré-histórica no Brasil, que incluem painéis rupestres, utensílios e ossadas, cujos registros mais antigos são datados de aproximadamente 12.000 B.P.” (Prous et al., 1998). Outra característica que é singular à Lagoa Santa, dentre as demais áreas cársticas do país, é a expressiva ocupação antrópica que implica em risco à sua integridade. A região sofre expansão demográfica e representa um pólo industrial e minerário de extrema importância econômica. Essa situação conflitante, com crescente comprometimento da água, vegetação e relevo, foi um fator decisivo para o estabelecimento de uma Unidade de Conservação com atributo de Área de Proteção Ambiental (APA Carste de Lagoa Santa). A partir do seu zoneamento ecológico-econômico (Souza, 1998), esperase que o desenvolvimento prossiga em coexistência harmônica ao patrimônio natural. A implantação do aeroporto de Confins, sua transformação em aeroporto indústria e a Linha Verde serão ainda mais impactandes à Região da APA Carste de Lagoa Santa. Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 31 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Apa Carste em Vespasiano: Lapa do Urubu Tendo em vista a especificidade da APA Carste de Lagoa Santa, verificou-se que no município de Vespasiano existe um patrimônio cadastrado pela UFMG e a situação da gruta é descrita abaixo: Nome do sítio: Lapa do Urubu Município: Vespasiano UF: MG Descrição sumária: O abrigo encontra-se na base de um afloramento calcário. Prolonga-se por um conduto interno que leva a uma outra saída. Comprimento: 15 m Medição: Nome e sigla do documento cartográfico: Ortofoto: 351713 Escala: Orgão: Água mais próxima: córrego intermitente Rio: Ribeirão da Mata Bacia: Rio das Velhas Vegetação atual: mata fechada Exposição: abrigo sob rocha Artefatos: Lítico lascado, Lítico polido, Sobre Material Orgânico Acervos/Instituições: UFMG, Museu Nacional (?) Grau de integridade: menos de 25% Fatores de destruição: Vandalismo Outros fatores antrópicos: / pichações no paredão Possibilidades de destruição: Relevância do sítio: baixa Atividades desenvolvidas no local: Registro, Escavação Nome do responsável pelo registro: Setor de Arqueologia MHNJB/UFMG Nome da instituição: Setor de Arqueologia - MHNJB/UFMG Endereço: Rua Gustavo da Silveira, 1035. Cidade: Belo Horizonte UF: MG CEP: 31080-010 E-mail: [email protected] Fone/Fax: (031) 463-2422 Bibliografia: Relatório de Vistoria de Sítios Arqueológicos Pré-Históricos. APA Carst de Lagoa Santa. Universidade Federal de Minas Gerais, Museu de História Natural e Jardim Botânico - Setor de Arqueologia. Belo Horizonte, 1996. PROUS, André. Presentation du rapporteur (apresentação do relator) do tema V do colóquio Interdisciplinar Franco-Brasileiro. Arquivos do Museu de História Natural da UFMG. Belo Horizonte, 1978, v.3, pp.7-21. Responsável pelo preenchimento da ficha: Mônica C. Schlobach, Data: 29/1/1998 Localização dos dados: UFMG Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 32 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI 2.3- Meio Biótico 2.3.1 - Vegetação Na bacia do rio das Velhas há poucas áreas de vegetação nativa, principalmente no médio e baixo curso, onde grande parte dessa vegetação foi suprimida, dando lugar à atividade agropecuária. As matas ciliares estão, atualmente, reduzidas a pequenas faixas, o que tem agravado o problema de assoreamento dos cursos d'água. A vegetação de cerrado, formação predominante na bacia, sofreu reduções significativas devido a queimadas, desmatamentos e mineração. De forma geral, a vegetação nativa vem, gradativamente, dando lugar a extensas áreas agropastoris, o que põe em perigo, cada vez mais, a existência de espécies já ameaçadas, assim como as que ainda não foram classificadas neste grupo. Infelizmente, o modelo de desenvolvimento humano imposto à região da bacia do rio das Velhas propiciou a degradação do ecossistema e a ocorrência de profundas transformações, comprometendo seriamente a sua viabilidade futura. As conseqüências desse modelo refletem nos recursos hídricos, e podem ser constatadas por meio dos seguintes fatores: enormes áreas desmatadas, assoreamento do leito dos rios, excesso de material orgânico e substâncias tóxicas dissolvidas nas águas, redução da biodiversidade, mudanças no nível da água e no ciclo hidrológico, mudanças na cadeia alimentar do ecossistema, mudanças socioeconômicas das áreas afetadas, prejudicando atividades como a pesca, a irrigação, a pecuária, dentre outras. Todos esses fatores vêm comprometendo seriamente a fauna aquática, com a redução da biodiversidade. A área da Bacia do Ribeirão da Mata está inserida no bioma cerrado e possui tipologias de vegetação típicas do cerrado, de campo, além de matas de galeria. A área da bacia se encontra bastante antropizada com grandes áreas de pastagem e reflorestamento. Mapa 20 - Meio Biótico Fonte:Brant, 2001 Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 33 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI 2. 3. 2-Fauna A diversidade da fauna em Minas Gerais é muito grande. Isto se deve à diversidade de biomas presentes no Estado. A bacia do rio das Velhas encontra-se numa posição estratégica, uma vez que abrange todos os biomas existentes em Minas Gerais. Tal fato lhe confere uma certa vantagem quanto à diversidade da fauna dentro de seus limites. Hoje, entretanto, a fauna encontra-se muito reduzida em razão do crescente aumento da ocupação humana, que ocasiona a predação cada vez mais intensa de animais, além da destruição de habitats e de alimentos específicos para cada espécie animal. Todas essas alterações fazem com que a fauna seja o elemento mais prejudicado em toda a transformação ambiental que vem ocorrendo. 2. 3. 2. 1Ai ct i of aunaat ualdor i odasVel has Com o objetivo de realizar um diagnóstico atual da ictiofauna da bacia do rio das Velhas, foram feitas três campanhas semestrais para amostragem de peixes, entre junho de 1999 e junho de 2000, conforme publicação "Saúde e Meio Ambiente - Bacia do Rio das Velhas (Projeto Manuelzão/MMA). A somatória das campanhas registrou noventa e três espécies de peixes na bacia do rio das Velhas. Este valor é bastante expressivo, considerando-se a estimativa de que toda a bacia do rio São Francisco tem pouco mais de 200 espécies, da cabeceira à sua foz, no oceano Atlântico, que inclui variada gama de ambientes, como riachos de cabeceira, afluentes de porte variado, lagoas marginais, veredas, a própria calha principal e seu estuário. “Nas últimas semanas de minha estada em Lagoa Santa, perto do início da estação das chuvas, em meados de outubro, tanto os moradores da cidade como os fazendeiros locais começaram a praticar com empenho pesca com redes no rio das Velhas e seus afluentes menores ... Os frutos da pesca eram mandi, mandiaçu, mandi-bagre, surubim, crumatã, dourado, matrinchã e convina. ... Algumas vezes participei da pescaria a pouco mais de uma légua de Lagoa Santa, no ribeirão do Mato, que passa dentro de uma floresta bastante fechada ...” As espécies mencionadas são as mais importantes na pesca comercial da bacia do São Francisco. O curso d’água mencionado, hoje conhecido como ribeirão da Mata, passa por vários municípios da RMBH e encontra-se em adiantado estado de degradação. É difícil imaginar a floresta descrita por Reinhardt nesse lugar. Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 34 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI 2. 3. 2-Faunaem Vespasi ano A fauna em Vespasiano, assim como ictiofauna tem sofrido grandes perdas com o processo de desmatamento e ocupação antrópica. Moradores contam que cerca de 30 anos atrás era possível nadar no Ribeirão da Mata e pescar dourados e outros peixes grandes representantes da ictiofauna local. 3- MEIO ANTRÓPICO-SOCIO-ECONÔMICO 3. 1-Or gani za ot er r i t or i al A Bacia Hidrográfica do Ribeirão da Mata, com uma área de 770,10 km², abrange, total ou parcialmente, os territórios de 10 municipios: Vespasiano, Ribeirão das Neves, Confins, São José da Lapa, Pedro Leopoldo, Matozinhos, Capim Branco, Esmeraldas, Santa Luzia e Lagoa Santa. Quanto à distribuição populacional, às atividades econômicas, aos níveis de desenvolvimento, aos padrões sócio-culturais e às condições de preservação do meio ambiente, a Bacia do Ribeirão da Mata tem as seguintes características principais: - processo de ocupação moderado e indícios de esvaziamento populacional em vários municípios e outros com grande processo de urbanização ao longo dos últimos 20 anos; - base econômica de natureza agropecuária; - extração de minerais mão metálicos, especialmente o calcário; - índices moderados de poluição hídrica e acentuada degradação paisagística; - índices de desenvolvimento sócio-econômico abaixo da média regional. Os municípios que possuem menor área são: São José da Lapa, Confins, Vespasiano e Capim Branco, concentrados principalmente em torno da Região Metropolitana de Belo Horizonte, refletindo o intenso processo de urbanização dessa região. Região Metropolitana de Belo Horizonte foi criada pela Lei Federal Complementar nº 14, de 8 de junho de 1973 e compreende, atualmente, 34 municípios. Todos os municípios integrantes da Bacia do Ribeirão da Mata estão inseridos nesta Região Metropolitana. A organização político-territorial do Estado de Minas Gerais foi definida pela Lei nº 11.962 de 30/10/95, onde adotou-se a seguinte classificação: região macropolítica, região política e região micropolítica. Na Bacia do Ribeirão da Mata, todos os municípios pertencem à região macropolítica de Belo Horizonte. 3. 2-Di n mi casóci opopul aci onal Quanto à distribuição da população entre as áreas urbana e rural, o percentual permaneceu praticamente inalterado ao longo das ultimas décadas, com 87% da população residente em área urbana, no ano de 1970, e 92% em 1980 e 1991. A população urbana cresceu 56%, de 1970 a 1980, 27% até o ano de 1991, e 8% até 1996, denotando a acentuada concentração populacional nos centros urbanos, decorrência do declínio das atividades econômicas rurais e da oferta de oportunidades de trabalho nos setores secundário e terciário, notadamente durante a década de 70. Como reflexo deste quadro de concentração, a população residente da bacia apresentou um decréscimo de 13% entre os anos de 1970 e 1980, apresentando um aumento de 25% no período 1980 a 1991, voltando a decrescer 1,3% no período 1991 a 1996. Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 35 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Observa-se assim, uma recuperação das áreas rurais da bacia, estabilizando-se no ultimo período considerado. Quadro 3.3 – População dos municípios da Bacia do Ribeirão da Mata Muni cí pi o Capim Branco Confins Matozinhos Pedro Leopoldo Ribeirão das Neves São José da Lapa Vespasiano TOTAL COPASA-MG Popul a o2000 Ur banasede Ur banat ot al 7.146 7.146 3.130 3.130 25.605 27.657 32.269 43.426 108.807 245.143 8.124 8.899 74.011 75.213 259.092 410.621 Rur al 751 1.753 2.497 10.476 1.446 6.113 1.209 24.243 Tot al 7.897 4.883 30.154 53.902 246.589 15.012 76.422 434.864 Segundo os dados oficiais do IBGE, a população total dos municípios que compõem o Ribeirão da Mata é cerca de 300 mil habitantes, em 1997, e de cerca de 435 mil em 2000, encontrando-se principalmente concentrada nas áreas urbanas (79% dessa população encontra-se dentro da Bacia). 3. 2. 1-For ma oehi st ór i adomuni cí pi odeVespasi ano: A descoberta de ouro, no final do Século XVII, na região das cidades de Sabará, Caeté, Mariana e Ouro Preto (1.690) e, posteriormente, a descoberta de diamante (1.729) na região do Tejuco (Diamantina) e Vila do Príncipe (Serro) passaram a atrair um grande número de pessoas para o interior do Estado. Estes aventureiros abriam trilhas pelas matas, e, nos locais de pousada da expedição, surgiam pequenos núcleos isolados. A formação dos núcleos urbanos do município de Vespasiano e outros da região, só teve início por volta do final do século XIX, quando a cidade de Belo Horizonte foi inaugurada, como nova sede do governo de Minas Gerais. Atraídas pela transferência da capital, diversas famílias vieram instalar-se aqui, lideradas por D. Mariana Joaquina da Costa, fundadora do povoado da Fazenda do Capão. Este foi o primitivo nome da localidade, que, com a construção das primeiras casas em terrenos vendidos ou doados à futura Paróquia, passou a se chamar Arraial do Capão. Foram encontrados por volta de 1920, potes de barro com ossadas dentro, cahamdas igassabas, comprovando a existências de população indígena em Vespasiano. O material encontrado foi removido para o museu Nacional do Rio de Janeiro. Locais no município foram conhecidos por Fazenda Zumbi e a a´rea da empresa Itaú era conhecida por Quilombo, denotando também a presença de negros fugidos ou quilombolas nas matas da Região. Ainda segundo Reinard:” Aspessoas “O céu tropical, a densa floresta, quase impenetrável, as muitas pessoas nuas pretas ou morenas que ora estavam se movimentando pelo rio, ora corriam pelas margens aos gritos e gargalhadas, enquanto outros preparavam comida junto a uma fogueira com parte do resultado da pesca, compunham em toda a sua simplicidade uma cena pictórica e selvagem; precisava-se muito pouca imaginação para confundir as pessoas de diferentes cores com os índios selvagens e se ver no meio de verdadeiras crianças da selva tropical” A presença de pessoas de várias etnias, formadoras do povo brasileiro, incluindo tribos de índios selvagens, a uma pequena distância de onde se instalou a capital do estado de Minas Gerais, também é uma fato de destaque. Isso tudo ocorreu a cerca de 150 anos atrás. Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 36 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Em 1.897, com a inauguração da estação da E.F.C.B., o arraial passou a se denominar VESPASIANO, em homenagem ao administrador da Estrada de Ferro, o Coronel Vespasiano Gonçalves de Albuquerque. O núcleo sede de Vespasiano, os povoados de Cipriano, Bernardo de Souza e Nova Granja constituíram distrito do município de Santa Luzia, até 1.948. A criação do Distrito de Vespasiano se deu através da Lei nº 663 de 18 de dezembro de 1.915. O desenvolvimento do Distrito vinculou-se também ao crescimento da capital, principal mercado consumidor da produção agrícola (milho, feijão, mandioca, etc.) pecuária (carne e leite) e de produtos minerais oriundos dos recursos naturais da região, como pedra calcária, cal de pedra, areia, madeira, etc. A ferrovia, aqui instalada, facilitou significativamente o escoamento destes produtos para a capital, além de atrair novos moradores para a região: comerciante, fazendeiros, lavradores, fabricantes de tijolos, telhas, etc. A ocupação de Vespasiano se deu, inicialmente, ao longo do eixo do Ribeirão da Mata e Estrada de Ferro, onde a topografia era mais favorável ao assentamento dos seus novos habitantes. A exploração do calcário e a passagem da rodovia MG - 1 (atual MG 242) deram origem ao povoamento de São José da Lapa, onde se instalou, em 1.948, a ICAL. Em 1.992, São José da Lapa tornou-se município independente, por força da Lei Estadual nº 10.704 de 27/04/92. Em 27 de dezembro de 1.948, Vespasiano foi elevado a condição de município pela Lei Estadual nº 336. A emancipação política foi uma conquista de muitos homens que trabalharam para a consolidação do novo estágio de desenvolvimento sócio-cultural e econômico do município de Vespasiano, como: Sebastião Fernandes, Padre José Senabre Sanroman, Elias Nassif, João Silva, Humberto Soares da Rocha, Luis Teixeira da Costa, José Elias Issa e outros. Na ocupação recente do município, principalmente após a instalação do Distrito industrial na década de 70, verificou-se a implantação de novos loteamentos desconectados da malha urbana central, ao longo das vias de acesso – MG10 e MG 424. Existem diferenças acentuadas em relação a essa ocupações, que não são conectadas ao centro de Vespasiano e as ocupações urbanas mais antigas. Na verdade, tais ocupações são quase que um transbordamento da ocupação de Belo Horizonte e ocorreram ainda em função de processos externos ao município, tais como o Bairro Morro Alto que veio a ser implantado após uma grande enchente na região metropolitana. A população desses bairros não possui qualquer identidade ou relação direta com o município de Vespasiano. Tais bairros estão diretamente ligados a Belo Horizonte e funcionam em grande parte como áreas dormitórios. No entanto, as demandas por infra-estrutura urbana , equipamentos de educação e sociais recaem sobre o município. Verifica-se segundo diagnósticos setoriais, junto a secretaria de Assistência social, alto índice de mães adolescentes e solteiras. Em tais bairros verifica-se ainda grande demanda por geração de renda e alto índice de violência e marginalidade, demandando do poder público municipal atenção especial. A construção da Linha Verde e a revitalização do aeroporto de Confins, com certeza contribuirão e muito para reforçar tais ocupações com reflexos prejudiciais ainda maiores, se tais impactos não forem considerados pelo EIA- RIMA da Linha Verde. AEconomi aesuaHi st ór i a A recém-fundada Prefeitura se instalou no sobrado da principal rua de Vespasiano, onde hoje se encontram instalados a Casa da Cultura, o Museu "Dona Mariana da Costa" e o Museu de Folclore "Saul Martins". Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 37 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Nos primeiros anos que se seguiram à sua emancipação, Vespasiano teve um intendente, Sr. Francisco Inácio de Lima, que assumiu a administração municipal no período de 27/12/48 a 26/03/49. A partir de 1.950, o município de Vespasiano passou a apresentar um expressivo crescimento populacional, embora sua base econômica continuasse com as atividades agropecuárias, até o final dos reservas naturais de São José da Lapa. Este núcleo abrigou significativo surto demográfico, não só pela extração de calcário, como também por outras atividades, como a avicultura desenvolvida na Fazenda Nova Granja. O crescimento demográfico ocorrido não se concentrou apenas em São José da Lapa, já que outras ocupações aconteceram no local denominado "Terra das Boleiras" (hoje Vila Esportiva), mais voltado para a região de Belo Horizonte que Vespasiano. Os eixos viários que cortam o município no sentido norte-sul, ou seja a MG-010, que liga Belo Horizonte a Lagoa Santa, passando por Vespasiano e a MG-424 que liga Belo Horizonte a Pedro Leopoldo, passando por São José da Lapa (eixos estes que se convergem na região da "Terra das Boleiras"), também contribuíram para o surgimento de diversos núcleos do município, devido ao avanço da aglomeração metropolitana para estas direções. Em 1.968, instalou-se na sede do município, a primeira grande indústria, a Cia. Alterosa de Cervejas (mais tarde ocupada pela Cia. Antarctica de Cervejas). Vespasiano começou assim a se ingressar na era industrial. Até então, as atividades econômicas do Município se resumiam à extração mineral, cerâmica, pequenas indústrias urbanas como serralherias e beneficiamento da produção agrícola. Em 1.973, instalou-se, às margens do Ribeirão da Mata, a Soeicom, e o Distrito Industrial "Professor José Vieira de Mendonça", em 1.976, onde se instalaram indústrias de grande e médio porte, como a Mannesmann Demag Ltda., Belgo Mineira Bekaert Artefatos de Arame Ltda e mais tarde a Indústria Gessy Lever Ltda. O crescimento industrial do município acompanhou o "boom" do crescimento do Estado de Minas Gerais, o que resultou numa grande concentração populacional na Região Metropolitana de Belo Horizonte. As indústrias aqui instaladas propiciaram nova base econômica da qual o município ressentia e estas indústrias aceleram o crescimento demográfico da região, anteriormente dinamizado por Belo Horizonte/Contagem. O distrito de São José da Lapa continuou o seu processo separado de expansão, através da indústria mineral extrativa, contando também com a presença da ICAL. Em 1.992, ocorreu a emancipação desse distrito que, situado próximo a Belo Horizonte e Pedro Leopoldo, mantém com estas localidades relações estreitas (emprego, comércio e serviços) e pouco vínculo com o núcleo urbano sede de Vespasiano. 3.2.2- Demografia de Vespasiano: Tendo por fonte o Perfil Demográfico do Estado de Minas Gerais 2000, produzido pela Fundação João Pinheiro, duas publicações anuais de autoria da Editora Abril, datadas do ano de 2004 e consultas ao site do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, algumas considerações e conclusões elaboradas a partir deste estudo são importantes. As estatísticas referentes ao número de população nas áreas urbana e rural do Brasil evidenciam a existência do acentuado processo de urbanização existente. A região Sudeste concentra a maior parcela da população brasileira, sendo cerca de 42%, com São Paulo possuindo 21%, e Minas Gerais, como segundo estado mais populoso possuindo 10,5% da população brasileira. Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 38 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI A condição histórica da localização da população de Minas é, genericamente, semelhante à de Vespasiano. Até 1970 a maioria da população estava em áreas rurais. A partir desta década, a maior parte da população já se encontra em áreas urbanas. TABELA 5 - POPULAÇÃO RESIDENTE, POR SITUAÇÃO DO DOMICÍLIO - MINAS GERAIS - 1980/1991/2000 Especificação Absoluto Relativo 1980 1991 2000 Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural 13.378.553 8.982.134 4.396.419 15.743.152 11.786.893 3.956.259 17.891.494 14.671.828 3.219.666 11,2 11,2 11,4 10,7 10,6 11 10,5 10,6 10,1 Fonte: Adaptado do CEI, 2002, FJP. Em 2000, 82% da população mineira já residia em áreas urbanizadas. Esse valor é menor que os 93,4% de São Paulo e os 94% do Rio de Janeiro, indicando que potencialmente essas áreas urbanizadas mineiras poderão receber um significativo montante de população nas próximas décadas. Em Minas Gerais existem 30,5 habitantes por quilômetro quadrado distribuídos não uniformemente no território do estado, sendo esta média superior á brasileira e inferior à da região Sudeste. TABELA 6 - ÁREA, DENSIDADE DEMOGRÁFICA E GRAU DE URBANIZAÇÃO - MINAS GERAIS - 1980/1991/2000 Área do estado (em mil km2) Especificação 1980 1991 2000 Densidade Demográfica hab./km2 23 27 31 Grau de urbanização -% 67,1 74,9 82 Fonte: Adaptado do CEI, 2002. Minas apresenta uma crescimento populacional menor que a média brasileira, sendo 1,5% de 1970 até 1991 e 1,4% de 1991 a 2000 em Minas e variando entre 2,3%, 1,9% e 1,6% no Brasil. Fato que concorda com a diminuição do número de mineiros em relação aos brasileiros, como mostra o gráfico 1 a seguir baseado na tabela 4. Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 39 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI % Por cent agem dapopul a odeMi nasGer ai sem r el a oàpopul a odoBr asi l . 11,4 11,2 11 10,8 10,6 10,4 10,2 10 1980 1991 2000 Anos População mineira em relação à brasileira Gráfico 2: Elaborado a partir da tabela 4. Dentre os centros urbanos da Região metropolitana, Vespasiano possui 76.422 habitantes, conforme censo de IBGE (2000). Segundo a FJP, a população absoluta de Vespasiano em relação a RMBH é a seguinte: Tabela 7 - POPULAÇÃO E TAXAS DE CRESCIMENTO - REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE E VESPASIANO 1970/1980/1991/2000 População Taxa de crescimento (%) 1970 1980 1991 2000 1970/1980 1980/1991 1991/2000 RMBH 1.724.945 2.681.754 3.522.908 4.357.942 5 3 2 Vespasiano 8.894 17.924 48.012 76.422 7,3 9,4 5,3 Município Fonte: Adaptada do CEI, FJP- 2002. % Evol u odonúmer odapopul a ode Vespasi ano,MG. 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 0 1970 1980 1991 2000 Anos Nº da população Gráfico 3: Elaborado a partir da tabela 3. Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 40 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Tabela 4 - População residente em Vespasiano: 1970, 1980, 1991, 2000 e 2002 Anos 1970 1980 1991 2000 2002 (preliminar) 2004-estimativa Urbana Abs. 5.255 21.095 35.390 75.213 % 42,49 84,21 64,5 98,49 Rural Abs. 7.174 3.954 19.478 1.209 % 57,51 15,79 35,5 1,51 Total Abs. 12.429 25.049 54.868 76.422 82.404 91.009 % 100 100 100 100 Tab. 4- Fonte:IBGE- Censos Demográficos, 1970, 1980, 1991, 2000 A implantação do Distrito Industrial de Vespasiano a partir da década de 70, foi determinante no comportamento da dinâmica populacional do Município. Grandes indústrias, ligadas aos ramos de minerais não metálicos, cimenteiras e mecânica , levaram muitas famílias a fixarem residência em suas proximidades, aumentando em muito a população da sede do município. Além disso, deve-se considerar que São José da Lapa não era distrito em 1970, sendo elevada a distrito em 1980 e tornando-se município independente em 1992. Como conseqüência do elevado incremento populacional urbano, (da ordem de 15.905 pessoas entre 1970 e 1980), supõe-se ter havido um grande aumento da demanda por infra-estrutura básica e social. Tendo em vista que apesar do fornecimento dos serviços de saúde, de educação, equipamentos urbanos e sociais, bem como infra-estrutura básica, seja dividido com as outras instâncias de governo, verifica-se que os maiores gastos ocorrem por conta do município para atender tais demandas. Outro fator importante de se investigar é a demanda por serviços de saúde e educação, considerando – se os percentuais da população com faixa etária inferior a 14 anos. Em 1980, a população com idade inferior a 14 anos era estimada em 11.043 pessoas, das 5.660, em idade escolar. Em 2001, segundo censo do IBGE, as pessoas de 0 a 3 anos eram de 6751 habitantes, de 4 anos, 1710 habitantes, de 5 e 6 anos, 3280 habitantes, de 7 a 9 anos, 4564 habitantes, 10 a 14 anos- 7641 habitantes, totalizando : 23.946 habitantes, 31,33% da população total, com demandas para saúde e 12.205 habitantes, cerca de 15,97% com demandas para educação. Considerando as estimativas de 1980, a demanda praticamente duplicou. Segundo o IBGE( 2001), existem em Vespasiano, 16.634 matrículas no ensino fundamental e 785 professores para este nível de ensino e 3.662 matrículas no ensino médio com 168 professores. Referentes à saúde, os 24 estabelecimentos do município totalizam 465 leitos hospitalares sendo 404 pelo SUS. De acordo com as mesmas estimativas, a População em Idade Economicamente Ativa –PIEA(14 anos ou mais) em 1980 era de 14.801 pessoas, desse total, calcula-se que 8.125 pessoas formavam a População Economicamente Ativa. Em 2001, a população, segundo IBGE(2001) de 15 a 17 anos é de 4740 habitantes, de 18 a 19 anos, 3674 habitantes, de 20 a 24 anos, 8.183, de 25 a 29 anos, 6777 habitantes, de 30 a 39, 11.966 habitantes, de 40 a 49 anos, 8550 habitantes, de 50 a 59, 4.577 habitantes, de 60 a 64, 1461 habitantes, de 65 a 69, 1032 habitantes. Total de 50.960 habitantes, 67,75 % da população total. Ainda segundo o mesmo Censo , as pessoas com 10 anos ou mais de idade com rendimento eram em 2001, Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 41 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI 33.533 habitantes, desses: 19.370 homens residentes e 14.163 mulheres residentes. Verifica-se então o alto número de desempregados ou pessoas que trabalham fora do município de Vespasiano. Cabe destacar que, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estática – IBGE, a população estimada em 2005 é de 91.009 habitantes. Na Tabela 4, que mostra a evolução da população de Vespasiano em valores relativos considerando a porção da população que reside no espaço urbano e a porção que vive no espaço rural, os anos 1970 são os únicos nos quais o número da população rural ultrapassa o número da população urbana. A partir desta década o número da população urbana ultrapassou o número da população rural e aumenta consideravelmente, com um grande salto na década de 90. A população rural que sofrera uma redução no número entre 1970 e 1980 aumenta entre 1980 e 1991, porém sofre uma nova redução entre 1991 e 2000. Principalmente o êxodo rural, em função da instalação do parque industrial em Vespasiano no início da década de 1970 e a vinda de pessoas de fora da cidade causaram o aumento no número da população urbana. Não só em Vespasiano, mas também em toda região Sudeste, ao considerar que o padrão de vida urbano imprime transformações na estrutura familiar, o número de filhos que adquiria caráter de força de trabalho, passa a ser visto como uma fonte de gastos. A mudança do papel social da mulher que deixa de viver unicamente no núcleo familiar e projeta-se no mercado de trabalho, somada a maior difusão de métodos contraceptivos, ajudam a diminuir o número médio de filhos por mulher. Esse fenômeno inicialmente identificado nas chamadas classes social média e alta passou a acontecer também na chamada classe baixa em função da difusão desses novos valores e padrões familiares. Essa diminuição na taxa de fecundidade brasileira indica uma diminuição na taxa de crescimento populacional brasileiro, com o número da população continuando a crescer, porém mais lentamente. No outro extremo da estrutura etária a expectativa de vida do brasileiro aumentou, chegando na média de 72 anos para as mulheres e 68 anos para os homens. Esse processo de mudança na estrutura etária do Brasil, denominado transição demográfica, chama a atenção da administração pública por denotar maiores investimentos no sistema de saúde para atender o número crescente de idosos. Os avanços na medicina que proporcionam esta maior longevidade, também diminuem a mortalidade infantil, considerando o número de mortes até um ano de idade por mil nascidos vivos, reforçando a necessidade de políticas que condicionam a ação médica em todas as áreas do território, considerando o direito a qualidade na saúde como direito subjetivo. Além deste êxodo, identificado em Vespasiano e em outras cidades brasileiras, os movimentos migratórios atuam também na dinâmica populacional. A região Sudeste é a que mais recebe migrantes no Brasil, que buscam melhores condições de trabalho e de vida nas cidades desta região. Porém, o nível de desemprego existente na indústria e outras dificuldades econômicas diminuem o fluxo migratório de entrada na região e aumentam o de saída. Em Vespasiano, núcleos familiares inteiros migraram do norte de Minas, Bahia e mesmo região norte e nordeste do Brasil, para o município. 3.3 – Perfil Econômico: Segundo Abril (2004), o maior parque industrial brasileiro, responsável por mais da metade do Produto Interno Bruto – PIB nacional, é composto pelas metrópoles globais São Paulo e Rio de Janeiro e pela metrópole nacional Belo Horizonte. O fato dessa região possuir os mais altos índices de urbanização e industrialização do país está diretamente ligado ao fato desta ser a mais populosa do país e ter a maior densidade demográfica. Essa concentração de pessoas, as desigualdades sociais e a perversa distribuição das riquezas, ocasiona reflexos como o aumento do desemprego e da violência, também Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 42 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI alvos de políticas do poder público. Notadamente, conforme Abril (2004), a região Sudeste brasileira possui os melhores indicadores sociais do país, com o analfabetismo em 7,5%, 88,3% das casas com água tratada e lixo recolhido em 90,3% das moradias. Na região Sudeste os principais ramos das atividades econômicas são os serviços e o comércio, representando 61,1% das riquezas da região, seguido pelo industrial, 39,9%, e o agropecuário, 4,9%. 3. 3. 1-Economi anaBaci adoRi bei rodaMat a No censo de 1990, o setor agropecuário concentrava 59% do Pessoal Ocupado de toda a Bacia do Ribeirão da Mata. Deve-se destacar ainda, que os setores de serviço e industrial tem expressiva participação na ocupação da mão-de-obra dentro desta bacia, com um índice de 70%, cada qual contribuindo com 35%. O setor agropecuário representa 20% e, os 10% restantes, estão distribuídos entre os setores do comércio, 8%, e outras atividades, 2%. O Pessoal Ocupado na industria, desta bacia, cresceu apenas 7%, com destaque para o município de Ribeirão das Neves (59%). O crescimento dos setores de comercio e serviços são mais significativos – 30% e 33%, respectivamente, demonstrando o grande potencial de crescimento desses setores no trecho. Set orpr i már i o Na Bacia do Ribeirão da Mata, o setor primário da economia não representa o mesmo dinamismo dos setores secundário e terciário. Entretanto, ele apresentou uma significativa evolução no que diz respeito à área plantada a aos volumes, considerando o período de 1990 a 1993, para o qual se dispõe de informações oficiais. As principais culturas na Bacia são: milho, feijão, cana-de-açúcar, arroz, banana, mandioca, café, laranja, soja e tomate. Assim como no Estado de Minas Gerais, na Bacia do Ribeirão da Mata, o principal produto cultivado é o milho, respondendo por 49% da área da Bacia, m 1993. O segundo produto mais importante na Bacia, em área colhida, é o feijão, respondendo por 17% da área colhida, no mesmo ano. No período 1990/1993, as áreas colhidas do milho e do feijão cresceram 29% e 22% respectivamente. Entre os produtos que tiveram sua área colhida reduzida então o arroz (-5%), a batata (-12%) e a soja (-(54%). Quanto à produção, verifica-se um aumento de 61% do volume total, no período 90/93, sem considerar a expressiva produção de cana-de-açúcar, para a qual não há registro de produção no ano de 1990, correspondendo a 2,6 vezes a produção total das demais culturas, em toneladas. As culturas que representam maior aumento foram o milho (155%) e o feijão (47%). Quanto à produtividade, em quase todas as culturas, a bacia apresenta melhor rendimento. Numa época em que a produção de soja no Brasil passa a ser pauta importante no mercado interno e externo, a produção desta cultura no Ribeirão da Mata entre os anos de 1990 e 1993, diminuiu 20% e sua área colhida foi reduzida em 40%. Na produção de aves, ovos e leite, o Ribeirão da Mata apresenta índices significativos, sendo responsável, respectivamente, por 83%, 91% e 75%, de toda a produção da bacia. Na produção de aves e ovos, pode ser destacada a participação do município de São José da Lapa. Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 43 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Set orsecundár i o:i ndust r i adat r ansf or ma oeext r at i vami ner al O desempenho industrial dos municípios que compõem a Bacia do Ribeirão da Mata é de extrema importância dentro do contexto do desenvolvimento econômico estadual. Segundo dados do ano de 1994, obtidos juntos à Fundação João Pinheiro, é na industria que se encontra o maior numero de estoque de mão-de-obra, 14 pessoas por estabelecimento, respondendo por cerca de 30% do total de estoque de mão-de-obra. No entanto, os municípios de Vespasiano, Pedro Leopoldo e Matozinhos destacam-se, respondendo com quase 90% do total arrecadado do ICMS na industria de transformação dentro da Bacia. A produção mineral da bacia tem os seus valores de produção de pedras britadas, calcário e argila como aproximadamente a quase totalidade da produção mineral. Além destes vale destacar a produção de areia em aluviões de rios e córregos e que suprem os mercados locais e metropolitano deste insumo. Existe outra realidade da economia mineral na Bacia Hidrográfica do Ribeirão da Mata, composta pelas pequenas empresas mineradoras, em setores de pequenas dimensões e geralmente carentes em relação aos aspectos tecnológicos, administrativos e às políticas setoriais. São setores menos exigentes quanto ao volume de investimento e constituídos quase totalmente de empresas nacionais. O desconhecimento de seus problemas, que raramente são abordados em maior profundidade, constitui o maior empecilho à implantação de políticas de apoio dos órgãos ligados ao setor mineral, embora representem pequena parcela do produto mineral global. Vários segmentos desta pequenas empresas constituem importantes impactos econômicos micro-regionais, e estão a exigir estudos e apoio para sua melhor estruturação. A bacia do Ribeirão da Mata responde por apenas 4% da atividade extrativa mineral no estado. Com relação ao calcário destaca-se, em 1985, os municípios de Pedro Leopoldo, Vespasiano, Matozinhos e Capim Branco. Encontram-se, em São José da Lapa, industrias de extração e transformação de minerais, tais como a ICAL Industria da Calcinação e a Companhia de Cimento Portland ITAU. Em Pedro Leopoldo, considerada a capital do cimento, estão localizadas a CAMARGO CORREA CIMENTOS e a HOLCIM (Antigas CIMINAS e HOLDERCIM). Em Vespasiano esta localizada a fabrica de cimentos SOEICOM. No setor industrial e de transformação é importante mencionar a existência do Distrito Industrial de Vespasiano, situado próximo a calha do Ribeirão da Mata, onde destacam-se unidades fabris da BMBBelgo Bekaert, Soeicon, DEMAG e outras. Set ort er ci ár i o O setor terciário dos municípios que compõem a Bacia do Ribeirão da Mata assume posição de destaque dentro do Estado de Minas Gerais. A participação do pessoal ocupado no comercio e serviço, dentro da região de estudo, é de 9% e 8%, respectivamente. O estoque de mão-de-obra no serviço é de 8%, e no comercio de 10% 3. 3. 3. 1-Economi adeVespasi ano A estrutura econômica de Vespasiano sofreu mudanças significativas nas últimas décadas, de essencialmente agrícola em 1950, o município transformou-se em centro industrial de grande importância a partir da década de 70. Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 44 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Até 1970, a ocupação principal concentrava-se no Setor primário, respondendo por 57% do emprego total. Em 1950, esse percentual correspondia a 82,3%. Em 1989 esse percentual era de 19,3% e atualmente é de 1,1%,segundo IBGE, Perfil dos municípios. Referentes a produção de alimentos, consta no IBGE, Censo 2000, como lavouras permanentes em Vespasiano a produção de abacate, a algodão arbóreo, azeitona, banana, látex de Borracha, Cacau, café, caqui, castanha de caju, chá-da-índia, coco-da-baía, dendê (côco), erva-mate (folha verde), figo, goiaba, guaraná (semente), laranja, limão, maçã, mamão, manga, maracujá, marmelo, noz (fruto seco), palmito, pêra, pêssego, pimenta-do-reino, sisal ou agave, tangerina, tungue (fruto seco), urucum (semente) e uva. Mas é com a lavoura temporária de milho que o destaque na agricultura do município é identificado: produz 203 toneladas de grãos de milhos, com uma área plantada de 75 ha e toda colhida, gerando um rendimento de 2.706 kg/ha. Tabela 5:Principais Produtos Agrícolas de Vespasiano, MG, 2002. Pr odut o Banana (2) Feijao (1a.safra) Feijao (2a.safra) Milho Ár ea Rendi ment o Pr odu o col hi da médi o ( t ) ( ha) ( kg/ ha) 3 6 8 75 48 3 8 473 16.000,00 500 1.000,00 6.306,67 Font e: Site da Assembléia Legislativa Mineira, acessado em 10/12/2005, IBGE (1) Produção em mil frutos e rendimento em frutos/ha (2) Produção em mil cachos e rendimento em cachos/há Pecuária Conforme o site do IBGE e reafirmado pelo site da Assembléia mineira, a pecuária bovina é majoritária em Vespasiano: Tabela 6: Principais efetivos da pecuária em Vespasiano - 2002 No. DE ESPECIFICAÇÃO CABEÇAS BOVINOS 1.398 EQUINOS 16 GALINACEOS 113 OVINOS 8 SUINOS 10 Fonte: Site da Assembléia Legislativa mineira, acessado em 10/12/2005, IBGE O Setor Secundário que empregava 9,5% da mão-de-obra ocupada em 1950, passou a empregar 63,3% em 1980. Em 2000 empregou 28,90%. É este setor também que mais consome energia no município. Em Vespasiano, á a atividade industrial que atualmente protagoniza os rendimentos econômicos da cidade, compondo boa parte do Produto Interno Bruto, conforme se observa na tabela 7 a seguir: Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 45 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Tabela 7: Produto Interno Bruto (PIB) a preços correntes - Unidade R$ ANO 1996 1997 1998 1999 2000 AGROPECUÁRIO INDUSTRIA SERVIÇO 390 206 129 188 355 306.754 272.692 309.914 310.850 367.874 96.805 109.625 118.025 119.134 120.615 TOTAL 403.949 382.523 428.068 430.172 488.844 Fonte: Site da Assembléia Legislativa mineira, acessado em 10/12/2005. O Setor Terciário que absorvia 8,2% da mão-de-obra em 1950,passou a empregar 15,6% em 1970 e 17,4% em 1980. Pelo censo de 2000 , 52,85 % corresponde ao percentual empregado em serviços e 17,12% absorve a mão-de-obra em comércio. Percebe-se a necessiadade de qualificação da mão-deobra local , fator decisivo para garantir o emprego e renda da população que concorre com a mão-deobra qualificada de Belo Horizonte. Em Vespasiano, o reflexo desta proporção, está indicado na tabela 8 abaixo: Tabela 8: População Ocupada por Setores Econômicos em Vespasiano, MG – 2000 Setores Agropecuário, extração vegetal e pesca Industrial Comércio de Mercadorias Serviços TOTAL No. de pessoas 299 7.856 4.653 14.359 27.167 Font e:Site da Assembléia Legislativa Mineira, acessado em 10/12/2005, IBGE Armazenagem: Armazens Cadastrados na CONAB -2001 -1 CAPACIDADE ESTÁTICA (t): CONVENCIONAL 9.425 Fonte: Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB)-2001 Principais Atividades econômicas: Principais empresas industriais classificadas segundo o número de empregados (2000): - EDICAO, IMPRESSAO E REPRODUCAO DE GRAVACOES: UNIVERSAL IMPRESSOS DE SEGURANCA LTDA - FAB EQUIP DE INST MEDICO-HOSPIT, INST PRECISAO: WMM MANUT. E INSTALACAO INDUSTRIAL LTDA, - FABRICACAO DE ARTIGOS DE BORRACHA E PLASTICO: EMBALAGENS PLASTICAS MINAS GERAIS LTDA, - FABRICACAO DE MAQUINAS E EQUIPAMENTOS: FRIOMAX IND.E COMER.DE REFRIGERACAO LTDA, NORDBERG INDUSTRIAL LTDA, HORACIO ALBERTINI COMERCIO INDUSTRIA MECANICA LTDA, ROLMINAS-INDUJSTRIA,COMERCIO E REPRESENTACOES LTDA., METALURGICA LISBOA LTDA, SMS DEMAG LTDA, - FABRICACAO DE MOVEIS E INDUSTRIAS DIVERSAS: VICENZA DESIGN LTDA-ME, KASHIWA INDUSTRIAL MOVEIS LTDA, Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 46 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI - FABRICACAO DE PRODUTOS ALIMENTICIOS E BEBIDAS: PADARIA NOSSA SENHORA DE LOURDES LTDA, - FABRICACAO DE PRODUTOS DE MADEIRA: PALETES 14 BIS LTDA, PRIORIDADE SERVICOS LTDA, MADECAUS INDUSTRIAL LTDA., - FABRICACAO DE PRODUTOS DE MINERAIS NAO-METALICOS: MARMORARIA ALTEROSA, PREMO ENGENHARIA INDUSTRIA E COMERCIO LTDA, SOEICOM S. A. SOC. DE EMPRS. INDS. COMS. E MINERAC, ALEXANDRE RICARDO LARA - EPP, - FABRICACAO DE PRODUTOS QUIMICOS: INDUSTRIAS GESSY LEVER LTDA., INDUSTRIA FARMACEUTICA CATEDRAL LTDA, BIOCILIM INDUSTRIA DE COSMETICOS LTDA, - FABRICACAO PRODUTOS DE METAL-EXCL MAQ E EQUIPAMENT: AR SERVICOS INDUSTRIAIS LTDA, BMB BELGO MINEIRA BEKAERT ARTEFATOS DE ARAME LTDA, SERRALHERIA MORRO ALTO LTDA, BERTISAN LTDA, - METALURGIA BASICA: CIA SEMEATO DE ACOS - C.S.A., MECAN INDUSTRIA DE MAQUINAS PARA CONSTRUCAO LTDA, Font e:Cadast r odeEmpr esasdoI BGE-CEMPRE Obs. :I ncl uiapenasempr esascom 10oumai sempr egados Condi esdevi da O IQV (índice de qualidade de vida); que leva em conta alfabetização, média dos anos de estudo dos chefes de domicílios, domínios com água canalizada e domicílios com instalação sanitária adequada; é relativamente alto em toda a Região Metropolitana de Belo Horizonte, porem é baixo nos municípios de Vespasiano, Ribeirão das Neves, Pedro Leopoldo e Matozinhos. Segundo IBGE, Censo de 2000, o número de analfabetos é de 4.346 com menos de 1 ano de estudo e 9975, de 1 a 3 anos de estudo;com 4 a 7 anos é de 26.341 habitantes. IDH IDH-Índice de Desenvolvimento Humano IDH 1970 0.49 IDH 1980 0.70 Bom > 0,5 Ruim < 0,25 Rank do IDH no Estado 279 IDH 1991 0.65 Fonte: FJP-Fundação João Pinheiro - 2002 Desenvolvimento Humano – IDH – Vespasiano 1970 Índice de Desenvolvimento Humano Educação Longevidade Renda 0,456 0,575 0,421 0,372 1980 0,676 0,601 0,519 0,907 1991 0,619 0,662 0,635 0,561 Fonte: IPEA, FJP,ATLAS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO, 1998 Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 47 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Habi t a o I ndi cador esdehabi t a oeSaneament o2000 Domicílios particulares permanentes Com fossa séptica ou ligados à rede geral de esgoto Ligados à rede geral de abastecimento de água Com acesso ao serviço de coleta de lixo Númer o 19.164 10.886 18.077 15.049 % 100 % 56,80 % 94,30 % 78,50 % Fonte: Ibge- 2002 3.3 -Infra-estrutura regional 3.3.1- Transportes 3. 3. 1. 1Rodovi as: A Bacia Hidrográfica do Ribeirão da Mata possui uma extensa malha rodoviária, permitindo concluir que as condições de ligação entre os seus principais núcleos são satisfatórias. A maioria das estradas que cortam a bacia são de responsabilidade do Governo Estadual. Pode-se verificar que, fora das principais áreas urbanas, existe uma associação entre a ocupação urbana e estas principais rodovias, já que estas funcionam como uma via de fácil acesso às áreas rurais. As rodovias podem ser identificadas como um dos fatores que favorece a expansão urbana. Desta forma, ressalta-se o traçado da estrada de contorno norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte, ainda em discussão pelo DNER. O traçado do anel viário corta parte da Bacia do Ribeirão da Mata- O Rodo-anel, alça norte cortará a área do município de Vespasiano, interligando a região metropolitana de maior carência , criando também impactos consideráveis na região Mata em áreas com pouco adensamento urbano, demandando ações futuras de controle sobre a forma da ocupação urbana através dos Planos Diretores Municipais. Cabe ressaltar que a estrada de contorno norte da RMBH ainda não possui um processo formal de licenciamento ambiental junto aos órgãos competentes. Principais Rodovias que servem a região: MG-10, MG-20, MG-424 Mapa21-Si st ema Vi ár i odaRegioMet r opol i t ana Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 48 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI LINHA VERDE- O projeto de maior impacto na região Metropolitana – DUPLICAÇAO DA MG 10: Trânsito livre para aeroportos Convênio de R$ 300 milhões será assinado hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador Aécio Neves e o prefeito Fernando Pimentel para obras viárias nos acessos a Confins e Pampulha, visando maior conforto de usuários fonte: Jornal Estado de Minas, 18/03/2004 Eduardo Hybner Os recursos serão investidos na duplicação de aproximadamente 16 quilômetros da rodovia MG-010, entre BH e Vespasiano, e no sistema de tráfego das avenidas Cristiano Machado e Antônio Carlos. De acordo com o convênio, o governo federal, via Infraero, vai liberar R$ 150 milhões para as intervenções – o governo do Estado e a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) vão entrar com R$ 75 milhões cada. O presidente da Infraero, Carlos Wilson, vai participar da solenidade e deve explicar detalhes da parceria, que tem o objetivo de reativar o Aeroporto de Confins, que, no ano passado, recebeu apenas 365 mil passageiros, enquanto 2,9 milhões passaram pelo da Pampulha – um movimento oito vezes maior. Segundo informações da assessoria de imprensa da Infraero, a duplicação da rodovia MG-010 vai corrigir um dos grandes problemas do Aeroporto Tancredo Neves – o acesso rodoviário precário – e, assim, o terminal vai reunir condições para atrair mais vôos domésticos, que hoje se concentram na Pampulha. A iniciativa tem o objetivo de fazer com que o Aeroporto da Pampulha fique apenas com os vôos de ponte-aérea para o Rio de Janeiro e São Paulo. At r a o O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias, George Ermakoss, diz que as obras de melhoria do acesso ao Aeroporto de Confins são fundamentais para que o terminal volte a atrair os passageiros. “As empresas preferem operar em Confins. Mas para isso, o aeroporto tem que ser mais acessível, em um sistema de via expressa, já que o terminal é distante do Centro de Belo Horizonte. Hoje, a ligação rodoviária é precária”, completa. A iniciativa também tem o apoio do diretor do Sindicato Nacional dos Aeroportuários, Leandro Castro Pinheiro. Segundo ele, o objetivo do Aeroporto da Pampulha, determinado na Portaria 1322/2001 do Departamento de Aviação Civil (DAC), é fazer a ligação entre os terminais de Santos Dumont, no Rio e Congonhas, em São Paulo. “A iniciativa é boa, pois vai desafogar o Aeroporto da Pampulha e acabar com o estresse que existe ali. O terminal deve servir como ponte-aérea e os outros vôos domésticos devem ser remanejados para Confins”, afirma. 3. 3. 1. 2- Aer opor t o de Conf i ns t or nase pr i nci pal por t al aér eo de Mi nas "Desde a zero hora de hoje o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, passou a ser o principal portal de entrada por via aérea de Minas Gerais, com a transferência de 120 vôos - 60 pousos e 60 decolagens - que até ontem operavam no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte. A mudança dos vôos fará com que Confins movimente cerca de 3,4 milhões de passageiros por ano, enquanto o Terminal da Pampulha receberá cerca de 750 mil. Haverá mais conforto para os viajantes, pois enquanto a Pampulha já operava com o dobro da capacidade, Confins pode receber 5 milhões de passageiros anualmente apenas com a infra-estrutura existente hoje. Além de desafogar o Aeroporto da Pampulha, a transferência de vôos abre espaço para a ampliação da malha aeroviária de Minas Gerais, que cresceu abaixo da média nacional no ano passado, devido ao Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 49 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI estrangulamento do principal terminal então em uso. Sem espaço para novas conexões na Pampulha, Minas Gerais registrou crescimento de 7% no fluxo de passageiros dos aeroportos do Estado em 2004, contra 16% em nível nacional. Para a direção da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), a tendência é de que, à medida que o fluxo de aviões se consolide em Confins, novas linhas internacionais retornem ao Tancredo Neves. Hoje, apenas o Lloyd Aereo Boliviano e a Varig operam em Confins com rotas internacionais. De acordo com a superintendência da Infraero em Confins, a tendência é de que, até junho, novos vôos internacionais se estabeleçam no Tancredo Neves. O incremento do movimento do Tancredo Neves também tornará viável o projeto de aeroporto industrial, que objetiva atrair exportadores mediante benefícios fiscais para dentro da área aeroportuária. No porão dos aviões de passageiros poderá ser acomodada também a carga das empresas exportadoras, o que otimizará os fretes e a operação das aeronaves. A primeira experiência-piloto do aeroporto industrial de Confins deverá começar em abril, quando a empresa de equipamentos de Raios X VMI entrar em operação. A escala de produção será pequena, mas servirá para validar os softwares de controle do aeroporto e da Receita Federal. Já estão engatilhados também um pólo de exportação de jóias e uma fábrica de peças da CNH - subsidiária do Grupo Fiat, com geração de mais de 3 mil empregos. A Gol Linhas Aéreas também sediará seu centro de manutenção em Confins, e hoje já faz toda a nacionalização de suas aeronaves no aeroporto. A partir de hoje e até 30 de novembro, o Terminal da Pampulha ainda receberá vôos no início da manhã e fim da tarde que farão a ligação com São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, operados, respectivamente, pela TAM, Varig e Gol. A Pampulha também abrigará linhas aéreas regionais para Araxá, Congonhas, Ipatinga, Uberlândia, Montes Claros, Governador Valadares e Diamantina, operadas pela Total. Mas outras companhias e destinos regionais poderão partir do terminal central, que terá a limitação de receber aeronaves turboélices de até 50 lugares, entre outras. Esquema garante segurança de usuários A retomadas plena das atividades dp Aeroporto Tancredo Neves está cercada por um forte policiamento para garantir a segurança dos passageiros, que começa no Conexão Aeroporto - Avenida Álvares Cabral 387, no Centro -, passando pelos corredores de acesso a Confins. O esquema será colocado em prática neste domingo pela Polícia Militar, conforme informações da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico. Nas imediações do Conexão Aeroporto, local de embarque e desembarque dos usuários do transporte executivo e ponto de táxi, o policiamento será a pé. A região será monitorada também por uma câmera do Programa Olho Vivo. No local será também construído um observatório de vigilância da PM. Todo os trajeto em direção a Confins, será policiado. Em casos de emergência, a orientação é que sejam acionados os telefones 193 ou 190. No posto da Polícia Rodoviária, no quilômetro 23 da MG-010, foi instalado mais um telefone, para atender mais rapidamente às ocorrências. No início da semana será colocado um trailer no quilômetro 19. Ainda segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, haverá patrulhamento ininterrupto com pelo menos seis viaturas (veículos e motos) da Polícia Rodoviária, Rotam e 36 º Batalhão da PM, sediado em Vespasiano. E monitoramento constante para que outras viaturas sejam acionadas em caso de maior demanda. O Corpo de Bombeiros tem uma viatura circulando permanentemente na rodovia, desde quinta-feira, para resgates e reforço do patrulhamento. Três carros de fiscalização do DER deverão dar apoio aos usuários hoje, na MG-10." fonte: Jornal Hoje em Dia - 13/03/2005 Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 50 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o FUNDAÇÃO IBI 51 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI LINHA VERDE- O projeto de maior impacto na região – DUPLICAÇAO DA MG 10: “A assinatura das ordens de serviço, pelo governador Aécio Neves, deu início às obras da Linha Verde – via rápida do Centro de BH a Confins – e no mesmo dia, operários e tratores já trabalhavam nas margens da MG-010, que terá 22 quilômetros duplicados. Inicialmente, só a rodovia de acesso a Confins terá obras, já que há pendências para a liberação dos outros trechos. Para sair do papel, o projeto da Avenida Cristiano Machado ainda precisa ser autorizado pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comam). Asobr asnaMG010,i ni ci al ment e,v oseconcent r arnosset equi lmet r osent r eVespasi anoe Conf i ns.Cerca de 50 operários e dez tratores já faziam, ontem, a terraplanagem na área lateral, que dará lugar a novas pistas. O diretor da Construtora Cowan, uma das responsáveis pelo trecho, Paulo Toller, disse que não será necessário interromper o trânsito no local este ano.” Font e:Si t edaPr ef ei t ur adeLagoaSant a Fonte: Jornal Estado de Minas - 28/10/2005 O Consór ci oCowan/ Bar bosaMel l o,queganhoual i ci t a opar ar ecuper aredupl i car22 qui lmet r osdaMG10,ent r eovi adut osobr eaAveni daDom Pedr oIeoAer opor t oTancr edo Neves,sai unaf r ent e.Ant esmesmodaaut or i z a o,col ocouseushomensemáqui naspar a i ni ci arapavi ment a odasnovaspi st asdot r echo,naúl t i masext af ei r a. Um dosengenhei r osr esponsávei spel aexecu odaobr a,Sér gi oMar quesi nf or mouquea equi pej áest át r abal handoem set equi lmet r osdot r echo.“ Seot empoaj udar ,come amosa col ocarabasedoasf al t o( escór i amai sci ment o)nospr i mei r ost r echos.Éum t r abal hopor et apas" ,di z .Mar quesgar ant equeoconsór ci opr et endet er mi naraobr abem ant esdosnove mesespr evi st os. f ont e:Jor nalHoj eem Di a28/ 10/ 2005 Pampul haXAer opor t odeConf i ns Inaugurado em 1984, o Aeroporto Tancredo Neves tem 15 milhões de metros quadrados e fica a 40 quilômetros de Belo Horizonte, no município de Confins, região metropolitana da capital. O empreendimento custou US$ 500 milhões aos cofres públicos, mas nunca atingiu sua capacidade máxima, que é de 5 milhões de passageiros /ano – o recorde foi em 1989, quando 1,3 milhão de pessoas passaram pelo terminal. Em 2003, o movimento de passageiros registrado foi de apenas 365 mil. O aeroporto tem uma ótima estrutura, mas os usuários reclamam do acesso precário, pela rodovia MG-010. •O Aeroporto Belo Horizonte fica na região da Pampulha, a cerca de oito quilômetros do Centro da capital, e tem 2 milhões de metros quadrados. Duas mil pessoas trabalham no local, onde estão instaladas as principais empresas aéreas do País: TAM, Varig, Rio Sul, Gol, Vasp e Nordeste. Segundo informações da Infraero, no ano passado o aeroporto registrou um movimento de 2,97 milhões de passageiros, que reclamam que a infra-estrutura do terminal não oferece conforto aos usuários. Segundo eles, o ponto forte do aeroporto é a facilidade de acesso. Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 52 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI LINHA VERDE- O projeto de maior impacto na região – DUPLICAÇAO DA MG 10: Dados do Projeto: Elaboração do Projeto Final de Engenharia Rodoviária de Duplicação e Restauração da pista existente na rodovia MG-010, trecho do viaduto sobre a Av. Pedro I (Belo Horizonte) até o acesso ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Confins), com extensão de 22,1 km, objetivando transformar o trecho rodoviário em Via Arterial Expressa, compreendendo os seguintes serviços: I - Rodovia MG-010: • restauração e adequação da capacidade do trecho de pista dupla existente, em pavimento de concreto, com 6,0 km de extensão; • duplicação e adequação da capacidade e restauração da pista existente, em pavimento asfáltico, com 12,1 km de extensão; II – Acesso ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Rodovia LMG- 800): • duplicação e adequação da capacidade e restauração da pista existente, com 4,0 km de extensão; III – Estudos Complementares: • elaboração dos estudos e projetos finais das vias marginais, com extensão de 22,0 km. As Consultas Públicas realizadas pelo DER- MG, nos dias 09/03, em Vespasiano, e 23/03, em Lagoa Santa, mostraram e discutiram com a comunidade o projeto de duplicação da Rodovia MG 10. As referidas Consultas tiveram, até o momento, resultados distintos, nos quesitos abaixo: 1 - Presença do público: Vespasiano: participação maciça da comunidade, motivada pela publicidade do evento, além do fato da cidade contar com 7 km de rodovia MG 10 cortando o município. Lagoa Santa: realizada no salão da Secretaria da Saúde, não contou com mais que 25 pessoas da comunidade, além do pessoal da prefeitura. Tal situação foi ocasionada em virtude da pequena divulgação, assim como a baixa presença de engenheiros, arquitetos, ambientalistas e líderes comunitários da cidade, e a ausência de representantes do legislativo. 2 - Propostas: Vespasiano: Passagem sobre a rodovia MG10, no bairro Santa Clara; passagem inferior no Bairro Morro Alto; além da passagem de pedestres. Lagoa Santa: - O principal pedido foi a inclusão, próximo ao trevo de Confins, de um Marco de Entrada, com finalidade de recepção ao turista. Para tanto, a Secretaria de Turismo de Lagoa Santa já possui dois projetos, um elaborado pelo Arquiteto Gustavo Pena, e outro pela Arquiteta Marcia Moura. Foi sugerido pelos representantes do DER que a cidade apresentasse a proposta para ser estudada a viabilização de sua execução. - Foi questionado como seria feita a segurança dos usuários na rodovia, assim como uma forma de inibir a entrada de ladrões na cidade. Respondendo, a engenheira Maria Tereza M. C. Lisboa explicou que toda a rodovia será monitorada por câmeras ligadas a um prédio de dois andares, localizado no km 22,4 da rodovia, aonde funcionará um Posto Policia, além do policiamento móvel e de emergência. - Indagou-se acerca da passagem de veículos sobre a rodovia sentido Lagoa Santa-Belo Horizonte, local em que será feito um viaduto, desembocando antes da correia da Soeicom. A questão é o fato de quem precisar ir de Lagoa Santa a Vespasiano pela estrada antiga, local em que existem várias indústrias. Para tanto, será necessário ir em direção ao Aeroporto de Confins, até o retorno, percorrendo 3 km, o que torna inviável a utilização da antiga estrada de ligação com Vespasiano, tão importante para muitos. A questão foi respondida pelos engenheiros do DER, que argumentaram que alguns acessos secundários, infelizmente seriam sacrificados. No entanto, uma solução seria a construção de uma alça à direita do viaduto projetado, como forma de viabilizar o acesso à estrada antiga para Vespasiano. Trevo de Lagoa Santa Retorno do acesso ao Aeroporto de Confins Situação atual da rodovia Volume médio diário de tráfego Passagem inferior - bairro Morro alto Travessia bairro da Glória e Sta. Clara Seção transversal com vias secundárias Principais propostas de projeto Impacto direto aos Bairros Morro Alto, Jardim Glória e Santa Clara em Vespasiano: A magnitude do Projeto e a forma como foram tomadas as decisões, sem os devidos licenciamentos, tanto ao nível de impacto de vizinhança, ao nível municipal, como elaboração do Rima , ao nível estadual , deixa qualquer urbanista perplexo pela maneira como o projeto foi definido e pela falta de preparo dos municípios para assimilarem tais impactos, devido a tal amplitude. Os três bairros diretamente vinculados com as propostas, são de baixa renda e o impacto no preço da terra é imediato. Grande parte dos 7 kms, de Vespasiano que estão voltados para a linha Verde são vazios urbanos e áreas de baixa renda. Com certeza a população local será expulsa dessas áreas de baixa renda a menos que o poder público municipal através do Plano Diretor assuma sua função social e defina tais áreas como ZEIS- Zonas de Interesse Social , a fim de preservar tais ocupações da especulação imobiliária. Quando se analisa o Projeto desde sua concepção, como forma de apresentação, percebe-se que o mesmo é feito para os carros que vão transitar pela Linha Verde, mas de fato não foram e não estão sendo consideradas as pessoas que vivem nessas áreas lindeiras. Os bairros de baixa renda além de sofrerem o impacto direto em termos de acesso, terão suas áreas invadidas por uma população atraída por emprego e o processo de favelização tende a se acelerar. Outra questão discutida em reuniões setoriais, é até que ponto a mão-de-obra nessas obras serão da população local ou será externa contribuindo ainda mais para o processo migratório para a região de baixa renda. Foi ainda discutida, a questão social relacionada ao acesso de pessoas alheias às famílias locais com implicação inclusive da necessidade de uma atuação preventiva em termos de planejamento familiar, em função da grande incidência de homens na frente de obras junto às adolescentes e jovens dos bairros de baixa renda. É interessante observar a forma como o projeto é apresentado à comunidade, tanto na comunicação como na fala: Tudo se limita a R$300 milhões de investimentos na região. Na verdade o processo de desarticulação, na malha urbana em relação a esses bairros: Morro Alto, Santa Clara e Glória, que já existe no município de Vespasiano, em função de vários fatores em termos de ocupação linear posterior e desvinculada espacialmente e culturalmente da sede, será completamente intensificado com a proposta da Linha Verde. Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 55 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Cabe à Leitura Comunitária do Plano Diretor de vespasiano, ouvir e articular as necessidades e anseios das comunidades locais com os impactos insondáveis de tal empreendimento. Cabe ao Plano Diretor contribuir nessa articulação com a ação preventiva em relação aos impactos ambientais, sociais , econômicos que advirão da Linha Verde. 3. 3. 1. 3Fer r ovi a-Tr anspor t edecar gaXPassagei r os Foto 5- Estação Ferroviária de Vespasiano - Atualmente apenas para Transporte de carga Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 56 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI A ferrovia faz parte da história íntriseca de Vespasiano. Desde 1894, com a inauguração da Estrada de Ferro Central do Brasil, a ferrovia tem sido peça importante dentro do município de Vespasiano. Até mesmo o nome da cidade se deu em função do Major Vespasiano de Albuquerque, diretor da ferrovia. A rede ferroviária existente na Bacia do Ribeirão da Mata é quase que exclusivamente destinada ao transporte de cargas. A importância da malha ferroviária como estrutura para escoamento da produção da Bacia destaca-se pela predominância de cargas dos bens minerais explorados (cimento e cal). 3. 4-Fi nan asPúbl i cas A analise financeira descrita nos próximos quadros foi feita tendo como base o trabalho da Fundação João Pinheiro – FJP – (Grupo Temático: Finanças Públicas e Indicadores Econômicos e Sociais), de 1996. Quadro 3.5 – Participação média de despesas na receita corrente – em % - 1994 Ri bei rodaMat a MEDIA GERAL Pesoal 44,84% Cust ei o 83,55% I nvest i ment os 24,57% Os municípios onde as despesas correntes ultrapassaram as receitas correntes e que também apresentam situação financeira ruim foram: Capim Branco, Matozinhos e Pedro Leopoldo. Quadro 3.6 – Graus de autonomia e vulnerabilidade financeira – em % - 1994 Muni cí pi os Gr audeAut onomi a Gr audeVul ner abi l i dade Capim Branco 19,92% 70,95% Lagoa Santa (*) 24,26% 75,74% Matozinhos 7,05% 92,95% Pedro Leopoldo 11,63% 78,52% Ribeirão das Neves 24,76% 75,24% São José Lapa 16,69% 83,31% Vespasiano 18,88% 81,12% Média Total 14,77% 79,26% (*) Inclui Confins FONTE: Banco de Dados: Plano Diretor dos Estudos do PROSAM para implantação da Bacia do Rio das Velhas Quanto à avaliação das receitas tributarias dos municípios fora, considerados os principais tributos de competência municipal: Imposto Predial e Territorial – IPTU; Imposto Sobre Serviços – ISS e o Imposto sobre vendas a Varejo de Combustíveis, Líquidos e Gasosos – IVV. Do montante das receitas tributarias de toda a Bacia do Ribeirão da Mata, o IPTU é responsável por 34%. O ISS e o IVV contribuem praticamente com a mesma percentagem de 8% cada, enquanto as outras receitas tributarias contribuem com a maior parte de 50%. Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 57 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI 3. 4. 1-Fi nan asdeVespasi ano: II. Finanças Arrecadação Municipal 1999-2002 (Reais Correntes) ANOS ICMS OUTROS TOTAL 1999 23.543.389 2.817.064 26.360.453 2000 27.821.251 3.313.686 31.134.937 2001 32.728.502 4.466.712 37.195.214 2002 39.214.045 4.249.484 43.463.529 Fonte: Secretaria de Estado da Fazenda O setor de arrecadação da prefeitura através de tributos tais como IPTU, ITBI, ISS está passando por uma reestruturação. Foi feito um recadastramento dos imóveis da região central e imediações. No entanto a planta de valores encontra-se desatualizada e necessita de enquadramentos em relação ao preço real dos imóveis. O IPTU é cobrado sem as devidas preocupações de inclusão social. Foram identificados vários vazios urbanos que necessitam de serem melhor investigados do ponto de vista de propriedade particular, causa de não ocupação, áreas públicas não ocupadas e áreas industriais não ocupadas. O código tributário está desatualizado e nenhum instrumento da Lei 10.257, Estatuto da Cidade foi implementado. Na verdade existe um Plano Diretor ,mas apenas do ponto de vista estratégico de metas e investimentos, sem a Lei de Uso e Ocupação do Solo e demais leis complementares. Toda a legislação urbanística necessita de ser elaborada e ou revisada, tais como Código de Edificações, Código de Posturas , Lei Ambiental e outras. O mapa do município com cadastramento da área de nascentes, usos de solo no meio rural necessita de atualização , o mapa do IGA é de 1990. 4Est r ut ur aAdmi ni st r at i va: 4. 1-Admi ni st r a omuni ci pal : O Organograma da prefeitura foi estabelecido de forma mais política que operacional. Na verdade, a legislação apenas criou cargos, mas sem o regimento interno e a definição de um sistema de planejamento e gestão, as secretarias possuem dificuldades de definirem suas atribuições, com atuações setoriais e muitas vezes sobrepostas. A implementação do Plano Diretor criou o Comitê de Planejamento, onde cada secretário colocou para os demais o diagnóstico de cada área. Existe uma falta de articulação geral entre os projetos, sendo cada secretaria como os próprios secretários disseram, verdadeiros feudos. A falta do sistema de planejamento dificulta inclusive o ínício das ações do Plano Diretor, onde cada secretário em um primeiro momento, pensa que seu trabalho é mais importante que a elaboração conjunta do Plano. Nas reuniões do Comitê de Planejamento, que foram instituídas semanalmente, com secretários e pelo menos dois técnicos de cada secretaria inicia-se ainda tímida a construção do processo integrado de planejamento e Gestão. Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 58 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Foi decidida a criação do CPD- Centro de Processamento de Dados, junto ao setor de arrecadação, com interligação em terminais em cada secretaria. Uma definição importante do Comitê é que as ações consideradas emergenciais, começarão a ser instituídas imediatamente após a aprovação pelo Comitê, não sendo necessário a aprovação do Plano Diretor para sua implementação. As secretarias estão elaborando suas metas e diagnósticos para que uma reforma administrativa compatível com a gestão e implementação do Plano Diretor seja implementada. Discutiu-se ainda a importância da capacitação dos funcionários da prefeitura e a qualificação através de concurso público para provimento dos cargos que surgirão em função das demandas específicas de implementação do Plano. Foi ainda discutida a necessidade de atualização das legislações do município de uma forma generalizada buscando dar condições para melhor adequação da administração a procedimentos mais modernos e eficientes de gestão pública. Foi discutida ainda a necessidade de um corpo de fiscalização treinado e pedagógico, no sentido de auxiliar a comunidade nos novos procedimentos que advirão após a aprovação do Plano Diretor e da legislação complementar. 4. 2-Pol í t i casdeDesenvol vi ment oEcon mi co: Frente aos impactos que estará sofrendo o município em função de projetos tais como Linha Verde, Aeroporto Internacional de Confins, Alça norte do Rodo-Anel e mesmo em função das questões regionais em termos de desenvolvimento, verifica-se a articulação regional através do COM 10, inclusive para que os municípios possam estudar em conjunto ações e projetos considerados estratégicos para a região. A política do município no momento é de planejar para prevenir, evitando que os impactos sejam avassaladores. Percebe-se a preocupação de se definir um desenvolvimento sustentável, com inclusão social, acima do crescimento econômico por si só. O município está investindo pesado em Educação e Ação Social, buscando de fato formar e capacitar mão -de-obra qualificada e competitiva nos cargos que estão sendo criados na região e no município. O município já viveu impactos anteriores com o fechamento de grandes fábricas e aposta na diversificação econômica e no setor de comércio e serviços. O setor de desenvolvimento econômico está incentivando a compra no próprio município. 4. 3-I ncent i vosFi scai seEcon mi cos: O município possui uma política de incentivos fiscais e através da atualização de sua legislação tributária poderá ampliar essa atuação. 4. 4-FundosePr ogr amasdeDesenvol vi ment o: Com a criação do COM 10- foi criado o fundo sócio –ambiental de desenvolvimento da Bacia do Ribeirão da Mata. Tendo em vista que a Bacia pertence à Bacia do Rio são Francisco, abe-se que muitos recursos federais e estaduais estarão alocados em saneamento e revitalização das Bacias nos próximos anos. Ao longo do processo de leitura Comunitária e mesmo implementação do plano diretor novos Conselhos e fundos poderão ser criados e implementados.Um Conselho fundamental que está desarticulado é o CODEMA- Conselho de Defesa do Meio Ambiente que necessita de ser reimplementado. Atualmente o Município encontra-se em gestão plena na área social e saúde. A Educação também encontra-se com vários projetos tais como Escola Aberta, Fundo de Educação e outros. Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 59 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI 4. 5-I nst r ument osdePl anej ament oeGesto: O município criou o Conselho da Cidade, que foi instituído como parte integrante do Núcleo Gestor do Plano Diretor. Foi criado o Comitê de Planejamento , com o Prefeito, Secretários e dois técnicos por secretaria. Estão sendo feitos os diagnósticos setoriais para implementação de procedimentos integrados de planejamento e gestão, tais como criação do CPD, definição de modelos para cadastros multifinalitários, implementação da mapa cadastral único. Integração entre as áreas de aprovação de projeto, arrecadação e tributos. Integração entre as secretarias em projetos integrados: Educação , Ação Social e Educação Ambiental. O processo ainda é tímido mas já se iniciou. Em janeiro inicia-se a Leitura Comunitária externa, uma vez que a própria comunidade da Prefeitura está no momento, fazendo sua leitura interna. 5-Est r ut ur aUr bana: 5. 1-UsodoSol oUr bano: A formação dos núcleos urbanos do município de Vespasiano (Sede, povoados) teve início por volta do séc XIX, a partir de trilhas que interligavam a região de Sabará, Santa Luzia ao Tijuco(Diamantina) e Serro. No núcleo da sede estabeleceram-se várias famílias, atraídas pela construção da capital de Minas. A inauguração da estrada de ferro local, em 1894, foi importante fator de atração populacional do lado direito do Ribeirão da Mata. A ocupação se extendeu paralelamente à linha férrea, devido a topografia ser mais plana. Os núcleos tais como Bernardo de Souza, Angicos, Cipriano, Bom Sucesso, Inácia de Carvalho, nova Granja, Maravilha, surgiram em função das atividades agrícolas desenvolvidas no município. Na região das Fazendas Boleira e Patrimônio, a implantação de loteamentos ao longo do eixo viário MG-10 refletem o processo recente de crescimento da mancha urbana d aglomerado metropolitano. Existem duas Vespasianos ou mais , bastante diversas em suas conformações urbanas e culturais. A sede e adjacências foi ocupada a partir de famílias tradicionais que estão em Vespasiano desde tempos remotos. Existe uma identidade dessa malha urbana contínua com suas histórias, tradições e cultura, identificadas pelo museu, pelo Centro Histórico. Na medida em que se aproxima da malha de Belo Horizonte, essa identidade se perde e não há conexão nem espacial, nem cultural dessas comunidades com a sede e o município em si. Dessa forma, cabe ao Plano Diretor a partir da participação popular efetiva, buscar a criação dessa possível identidade. Os eixos viários foram fatores de indução da ocupação e estruturação do espaço urbano. Dois eixos principais: a MG-010 ligação com Belo Horizonte a Lagoa Santa, passando por Vespasiano e a MG424, ligando Belo Horizonte a Sete Lagoas , passando por Pedro Leopoldo induziu a ocupação e expansão dos núcleos localizados ao longo desses acessos. A existências de grandes vazios urbanos, grandes propriedades de empresas e particulares têm influenciado a estruturação do espaço urbano de Vespasiano. A sede municipal constitui a polarização principal do município , não só pela concentração das atividades de comércio , serviços,como pela função administrativa que exerce. Seu crescimento ocorre pela incorporação de loteamentos resultantes de iniciativas particulares de forma contínua e integrada ao núcleo urbano. A implantação d Distrito industrial veio trazer a expansão e diversificação do setor secundário no município, o que atraiu uma população em função dos empregos gerados. O Ribeirão da Mata ao norte, limite com Lagoa Santa , a ferrovia e grandes propriedades privadas têm sido obstáculos ao crescimento integrado da sede. A sede se relaciona com os municípios de Pedro Leopoldo e Belo Horizonte. Apesar de ter um setor de comércio e serviços relativamente desenvolvido, a atração exercida pela metrópole em termos de Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 60 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI consumo é grande, principalmente em termos de diversificação. Os bairros mais novos integrados á sede, mantêm estreita vinculação ao Centro histórico, na parte ao longo do Ribeirão da mata, que constitui o núcleo inicial do município. O núcleo Boleira?Patrimônio, mais conhecido por Vila Esportiva e outros novos bairros, tais como Santa Clara, Morro Alto e Glória, estão localizados ao longo da MG_010, se desenvolveram em função do transbordamento do processo de crescimento de Belo Horizonte. Trata-se de regiões fragmentadas e desarticuladas internamente. A MG-010, ao mesmo tempo que facilita o acesso da população , divide essas a´reas em duas porções isoladas , o que vai se intensificar ainda mais com a Linha Verde. Essas áreas apresentam insuficiência de equipamentos urbanos e sociais, atuam como áreas dormitórios e são ocupadas por uma população de baixa renda, que apresenta sérios problemas sócio-econômicos e culturais. Altos índices de violência e marginalidade ocorrem nesses bairros. Outros núcleos tais como Inácia de Carvalho, Angicos, Bom Sucesso, Cipriano , Bernardo de Souza, nova Granja e Maravilha mantêm ainda características rurais ou semi-urbanas. 5. 2-UsoeOcupa odoSol oRur al : O município de Vespasiano, em sua maior parte, é constituído por solos sujeito a erosão acelerada, requerendo um cuidado especial. Apresenta ao norte e à leste superfície ondulada, formada por colinas com topos aplainados e vales encaixados. Ao sul e oeste, predominam colinas côncavo- convexas, com vales encaixados. As áreas planas, com declividade mewnores que 12 sã constituídas por planícies pluviais, formadas pelo Ribeirão da mata e Córrego Carrancas. N amaior parte do município predominam declividades entre 12 e 50%, as acima de 50% encontram-se dispersas. A maior parte da superfície do município (80,3%), segundo diagnóstico do Plambel, é constituída por terrenos de baixa e média fertilidade, com solos rasos ou arenoss. Uma extensa área de extração de areia localiza-se ao longo do Ribeirão da Mata, ocasionado impactos ambientais danosos à bacia. O município outrora produtor de hortigranjeiros, chamado cinturão verde da capital ,hoje possui uma grande queda na produção. A escassez de mão-de-obra no campo é outro fator que dificulta a produção agrícola e de hortifrutigranjeiros. Na verdade, atualmente praticamente toda a área do município está envolvida em atividades urbanas ou de expansão urbanas. O fato das águas do Ribeirão da mata estarem contaminadas pelo lançamento de esgoto por Pedro Leopoldo e Justinópolis , alem de outros, compromete ainda mais a produção de hortaliças e hortigranjeiros. Várias nascentes têm sido objeto de aterramento, o que exige um cadastramento urgente e uma conscientização na recuperação das mesmas e proteção das atuais. As matas ciliares têm sido objeto de desmatamento e necessitam de recuperação , bem como plantio de mudas nativas ao longo dos cursos d´´agua. Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 61 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI 5. 3-Legi sl a oUr baní st i ca: -Lei1001de29/ 09/ 80-Altera as leis 150/56 e 206/66 que regulamenta a abertura de ruas, logradouros públicos e loteamentos; -Lei1080de05/ 04/ 82-Altera o artigo 4º, parágrafo 1º lei 963-A que dispõe sobre a divisão da área urbana da sede do município de Vespasiano em bairros e sua classificação em Zonas Residenciais, comerciais e industriais, excluindo os distritos industriais; -Lei1125de10/ 05/ 83-Revoga lei 1079 de 06/04/82 que regulamenta a abertura de ruas, logradouros públicos e loteamentos; -Lei1633/ 1995-Altera 963-A que dispõe sobre a divisão da área urbana da sede do município de Vespasiano em bairros e sua classificação em Zonas Residenciais, comerciais e industriais, excluindo os distritos industriais; -Lei1648/ 1995-Altera 963-A que dispõe sobre a divisão da área urbana da sede do município de Vespasiano em bairros e sua classificação em Zonas Residenciais, comerciais e industriais, excluindo os distritos industriais; -Lei1694/ 1997-Normas de Uso e Ocupação do Solo Urbano no município; - Lei1989/ 2002-Normas de Uso e Ocupação do Solo Urbano no município; - Lei1990/ 2002-Normas para cálculo de construção , líquidas e a descontar nas edificações independente do uso, taxa de permeabilidade, área de estacionamento , afastamentos frontal mínimo e altura na divisa; - Lei2079/ 2004-Normas para uso e ocupação do solo urbano; Verificou-se ao ler as leis, que na verdade estas são feitas para casos isolados e em função de demandas específicas, sem o devido cuidado no sentido de usar os instrumentos do Estatuto da Cidade, visando a dar uma função social à propriedade e um uso mais justo do espaço urbano. Há que se criar uma legislação urbanística integrada e sistêmica para promover o desenvolvimento sustentável do município, com utilização de instrumentos que permitam melhor justiça social e democratização do espaço urbano. -Lei313/1963-Códi godepost ur asmuni ci pai s-Encontra-se completamente defasado. -Lei1579/ 94-Tr at adoCódi godeObr as-na verdade essa lei mistura Lei de Código de Posturas ,com Código de edificações, necessita de separar as competências de cada lei e atualizar ambas. Obser va o: Várias leis estão esparsas e tratam de detalhes, quando na verdade o município carece de instrumentos legais integrados e articulados. As leis administrativas, Código Tributário, Lei ambiental necessitam de estar articuladas e integradas em um mesmo sistema de planejamento e gestão do espaço urbano. Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 62 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI 5. 4-Ser viospúbl i cos: X. Energia Elétrica Concessionária: CEMIG Consumo 1997-2001 CLASSE 1997 1998 1999 2000 2001 Industrial consumo (KWh) n° consumidores 147319758 147 171369189 169 162288280 187 175984661 212 146744970 215 Comercial consumo (KWh) n° consumidores 5859291 961 6522525 1045 6825660 1122 7071387 1190 7057079 1428 Residencial consumo (KWh) n° consumidores 26445782 13875 28222561 14699 28735267 15989 29594800 16831 25250117 18242 Rural consumo (KWh) n° consumidores 2225997 88 2295871 88 2405363 106 583170 107 511748 119 Outros consumo (KWh) n° consumidores 9426921 122 10348175 120 10556922 120 10421483 123 9579464 139 Total consumo (KWh) nº consumidores 191277749 15193 218758321 16121 210811492 17524 223655501 18463 189143378 20143 Fonte: Companhia Energética de Minas Gerais - CEMIG XI. Água e Esgoto Concessionária Água: COPASA (2002)- 94% dos domicílios estão ligados a rede de abastecimento de água Concessionária Esgoto: COPASA (2002)- 56, 8% estão ligados à rede de esgotamento O município possui duas estações de tratamento de esgoto , uma na sede e outra no Morro Alto- Lixo – 78,5% têm acesso a coleta de lixo Fonte: Companhia de Saneamento de Minas Gerais XII. Serviços Saúde: (2001) 1hospital – Fundação de Direito Privado, conveniado ao SUS. 490 leito(s) Fonte: SUS - Ministério da Saúde Hotéis: (5) 2000 Fonte: Associação Brasileira de Indústria de Hotéis - ABIH Instituições Financeiras: (2001) BANCO DO BRASIL S.A., CAIXA ECONOMICA FEDERAL, BANCO HSBC BAMERINDUS S.A., BANCO ABN AMRO REAL S.A., BANCO ITAU S.A., BANCO BRADESCO S.A., Fonte: Banco Central do Brasil XIII. Distrito Industrial (2001) O municipio possui Distrito Industrial em operacao, administrado ì pela Companhia de Distritos Industriais de Minas Gerais CDI/MG. Fonte: Companhia de Distritos Industriais de Minas Gerais - CDI-MG Saneament oambi ent alnaBaci adoRi bei rodaMat a: O quadro 3.16 apresenta o Índice de Atendimento dos Sistemas de Águas e de Coleta de Esgotos Sanitários para todas as sedes municipais de distritais da Bacia do Ribeirão da Mata. Observa-se que os níveis de atendimento para o abastecimento de água nas sedes municipais são elevados (acima de 80%), e que grande parte das sedes distritais não são atendidas por sistemas públicos de coletas de esgotos. Com relação à coleta de esgotos, observa-se que os índices de atendimento são muito variáveis, sendo precário, na maior parte dos municípios, o atendimento por redes coletoras. As prefeituras e a COPASA são responsáveis pelo atendimento dos serviços de esgotamento sanitário dos municípios. Os esgotos sanitários são sistematicamente lançados nos cursos dágua, sendo fonte diária de poluição por carga orgânica e de contaminação por coliformes, o que torna constante o risco de aumento de incidência de doenças de veiculação hídrica. O quadro 3.19 – Cargas Poluidoras de Origem Doméstica, apresenta as cargas de DBO potenciais e remanescentes, geradas pelo setor urbano. Entende-se aqui por carga remanescente a carga que efetivamente atinge o curso dágua, isto é, após receber abatimento seja através das estações de tratamento de esgoto ou atenuação no solo. Os índices utilizados para abatimento das cargas foram retirados do Estudo da Bacia do Rio das Velhas. Existem algumas estações de tratamento de esgotos operados pela COPASA, porem estas ETE´s atendem somente a uma parcela da população das sedes municipais e possuem eficiências variáveis. O quadro 3.20 apresenta a situação de abastecimento de água, separado por administração, alguns dados sobre a rede e o tratamento existente. O quadro 3.21 apresenta a situação dos municípios quanto à coleta e destinação final de resíduos sólidos. Os quadros 3.17 e 3.18 apresentam, respectivamente, as estimativas das principais cargas poluentes provenientes das industrias e agropecuária / mineração. Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 63 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Quadro 3.16 – Índice de atendimento dos sistemas de água e de coleta de esgoto: Local i dade ndi cedeat end. ndi cedeat end. ( sededomuni cí pi o/ si st emadeágua* col et adeesgot o* di st r i t o) Capi m Capi m Br anco– 1. 00 Br anco sede Conf i ns Conf i ns-sede 0. 98 Mat ozi nhos-sede 0. 98 0. 50 Mat ozi nhos Mocambeiro – distrito 0.30 Pedr oLeopol do0. 99 0. 57 sede 0. 70 Pedr o Doutor Lund – distrito Leopol do 0. 70 Fidalgo – distrito Vera Cruz de Minas 0. 30 distrito Ri bei ro 0. 98 0. 54 Ri bei ro dasNeves-sede dasNeves Justinópolis - distrito 0.98 0.43 S oJosé S oJosé 1. 00 0. 18 daLapa daLapa-sede Vespasi ano Vespasi ano-sede 0. 99 0. 44 * Dados em negrito são de 2002: fonte COPASA; demais dados são de 1997: fonte Banco de Dados do Plano Diretor dos Estudos do PROSAM para implantação da Agencia da Bacia do Rio das Velhas. Muni ci pi o Quadro 3.17 – Estimativas das principais cargas poluentes industriais Pr i nci pai sCar gasPol uent es( Kg/ di a) Sólidos Metais DBO5 DQO em Pesados Suspensão Muni cí pi o N de I ndust r i as PP Capim Branco 21 118,00 456,00 96,00 0,17 Confins 17 112,00 137,00 103,00 0,25 Matozinhos 182 331,00 702,00 311,00 2,12 326 1.312,00 2.490,00 1.091,00 3,68 285 407,00 840,00 615,00 1,96 53 162,00 272,00 174,00 0,49 Vespasiano 201 332,00 616,00 299,00 2,29 TOTAL 1.05 2.774,00 5.513,00 2.689,00 10,96 Pedro Leopoldo Ribeirão das Neves São José Lapa Cor po Recept or Pr i nci pal Ribeirão Mata Ribeirão Mata Ribeirão Mata Ribeirão Mata Ribeirão Mata Ribeirão Mata Ribeirão Mata - da da da da da da da FONTE: Banco de Dados: Plano Diretor dos Estudos do PROSAM para implantação da Agência da Bacia do Rio das Velhas. Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 63 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Quadro 3.18 – Estimativas das principais cargas poluentes na agropecuária e mineiração Municipio Pecuária DBo5 (Kg/dia) Agricultura Cargas poluentes (Kg/dia) Nitrogênio Fósforo Capim 76,91 Branco Confins Matozinhos 123,49 Pedro 147,74 Leopoldo Ribeirão 50,49 das Neves São José 48,10 da Lapa Vespasiano 20,94 Total 467,67 FONTE: Banco de Dados: Plano do Rio das Velhas Mineração Principais Cargas Poluentes (Kg/dia) DBO5 Sól. Susp. Metais - - - - - - - 1,60 38,36 1,01 0,01 0,00 3,93 94,35 2,49 - - - - - - - - - - 0,00 0,00 1,21 29,03 0,77 0,01 0,00 6,74 161,74 4,27 Diretor dos Estudos do PROSAM para implantação da Agencia da Bacia Cont r ol edechei as Conforme demonstrado no diagnostico descrito anteriormente, a Bacia do Ribeirão da Mata esta submetida a um acelerado processo de adensamento populacional com influencias significativas no regime de seus mananciais, uma vez que o surgimento de núcleos urbanos e as estruturas a eles associadas provocam mudanças nas condições hidrológicas. Uma inspeção efetuada na bacia identificou as seguintes características na calha fluvial do Ribeirão da Mata (In: DAM/LEME – Plano Diretor para Controle de Enchentes – Fase 2; Estudos de Atualização da Freqüência de Chuvas na Área e suas Conseqüências – Doc ASY-MO-RE-001-0 de julho / 99): - A montante de Pedro Leopoldo, a calha é bem definida e não possui planície de inundação; o gradiente é alto e a ocupação das margens restrita; - A jusante de Pedro Leopoldo, o Ribeirão da Mata se espraia, sendo sua planície de inundação; tomada por forte atividade de extração comercial de areia ate Vespasiano; - Em Vespasiano, sua planície de inundação é tomada pelas ocupações urbana e industrial; - A jusante da BMB ate a foz, o ribeirão da Mata é bastante sinuoso e corta uma zona de predominância rural. Ainda de acordo com o referido documento, uma estimativa das áreas afetadas na cheia ocorrida em 1997 indicou as áreas inundadas apresentadas no quadros 3.22 e 3.23 a seguir. Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 64 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI Quadro 3.22 – Estimativa de Áreas Inundadas – Município de Vespasiano (o mais afetado) – 1997 Local Frente (M) SOEICOM Centro Comercial Vespasiano Expansão Urbana Vespasiano DEMAG e BMB Área Rural entre Distrito Industrial ate o Rio das Velhas Total 267 1.502 950 1.257 5.235 9.201 Área Inundada (M2) 45.000 540.000 300.000 360.000 1.050.000 2.295.000 Quadro 3.23 – Estimativa de Áreas Inundadas – Município de Pedro Leopoldo – 1997 Local Frente (M) CIMINAS (HOLCIM) Área Comercial CAUÊ (CCC) Área Suburbana / Industrial Total 300 2.000 500 7.500 10.380 Área Inundada (M2) 50.000 420.000 5.000 250.000 725.000 Os municípios Capim Branco e Matozinhos não sofreram maiores problemas com o episodio de 1997. O quadro 3.24 a seguir mostra a população diretamente afetada por enchentes mos municípios de Pedro Leopoldo e Vespasiano. Quadro 3.24 – População afetada pela enchente em 1997 (área urbana) Município Pedro Leopoldo Vespasiano Total População diretamente afetada (hab.) 2.000 834 2.834 Total da população diretamente afetada (%) 4,15 1,31 5,46 FONTE: Banco de Dados: Plano Diretor dos Estudos do PROSAM para implantação da Agencia da Bacia do Rio das Velhas . Esgot oel i xo Uma das principais causas da degradação das águas do Ribeirão da Mata é o lançamento de esgotos no curso d’água ou em seus afluentes. Nesta região os principais responsáveis pelos sistemas de águas e esgotos são a Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) e as prefeituras. Alguns municípios como Matozinhos e Vespasiano possuem estações de tratamento, porém a maior parte do esgoto da região é jogada “in natura” no Ribeirão da Mata, sendo que algumas localidades não possuem sequer sistema de coleta de esgotos. Com relação ao lixo na área da bacia, quase todos os municípios não possuem destino adequado para os resíduos sólidos. Segundos dados do Plano Diretor dos Estudos do Prosam (Programa de Saneamento das Bacias dos Ribeirões Arrudas e Onça) para Implantação da Bacia do Rio das Velhas, Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 65 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO FUNDAÇÃO IBI são produzidas na região mais de 220 toneladas de lixo por dia e o destino final da maior parte destes resíduos são lixões a céu aberto, o que interfere diretamente na qualidade das águas do Ribeirão da Mata. Em Vespasiano o aterro é controlado e recebe o lixo de Confins e São José da Lapa. O município está com recurso para implantação do aterro sanitário, mas com a implantação do aeroporto de Confins, há uma deliberação da Infraero proibindo a instalação de aterros sanitários nas proximidades do aeroporto por causa de urubus e outros pássaros. Nesse caso será necessário rever a localização do aterro no município. Usodosol o As atividades agrícolas, mineradoras, industriais, extrativistas e a urbanização vêm causando diversos outros problemas ambientais na bacia. A agropecuária, juntamente com a mineração e a ocupação urbana, respondem pelas principais causas de erosão com perdas irreversíveis do solo, com destaque para as sub-bacias do Ribeirão das Areias, em Ribeirão da Neves, e do Palmital, em Esmeraldas. O desmatamento da vegetação nativa, composta basicamente por espécies típicas do cerrado, tem agravado substancialmente os processos erosivos, além de limitar a população de diversos animais. Até mesmo a mata ciliar, importante fator para a preservação dos cursos d’água, hoje está restrita a pequenas faixas dos rios da bacia. Qual i dadedaságuas Uma forma de medir a qualidade das águas de um rio é a utilização do Índice de Qualidade da Água (IQA). O IQA obtido na última campanha realizada pela Feam/Igam (Fundação Estadual do Meio Ambiente/Instituto Mineiro de Gestão da Águas) em 2001 para o Ribeirão da Mata e Ribeirão das Neves classifica as águas de ambos como ruim com alta contaminação por tóxicos. A má qualidade das águas do Ribeirão da Mata impacta o Rio das Velhas. Em um levantamento feito pelo Igam no Velhas próximo a sua confluência com o Ribeirão da Mata, constatou-se elevados índices de sólidos em suspensão, uma maior carga de materiais orgânicos e também baixas concentrações de oxigênio dissolvido. SaúdenaBaci a A taxa de mortalidade infantil mostra grandes variações nos municípios da bacia. Segundo dados do DATA SUS de 1998, a mortalidade na bacia vai de 24,17 por mil nascimentos em Matozinhos e Capim Branco a 40,34 em Ribeirão da Neves. Estas variações são reflexo das diferentes condições de estruturas sanitária, ambiental, social e econômica da bacia. O percentual de internações por entero-infecções na bacia também apresenta uma sensível variação. Confins apresenta o menor índice, com 0,45%, ao passo que Matozinhos apresenta o maior, com 4,37%. As entero-infecções representam um grupo de doenças cuja transmissão está diretamente relacionada às condições sanitárias e higiênicas. Di agnóst i co Car act er i z a oGer aldoMuni cí pi o 9 PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO DE VESPASIANO EQUIPE EXTERNA DE CONSULTORIA: OSCIP-ECO COORDENAÇÃO: Arquiteta Maria Auxiliadora Afonso Alvarenga EQUIPE TÉCNICA: Arquitetas: Irma Zica Cinthia Soares Toledo Beatriz Lamounier Sena Mobilização Social Levantamentos sócio-econômicos: Marcelo Moura Estagiários: Denise Barezani Arquitetura Leandro Couto Geografia COMITÊ TÉCNICO DE PLANEJAMENTO DE VESPASIANO (Indicações): Coordenador do Plano Diretor: Fábio Márcio Bittencourt SECRETARIA DE AÇÃO SOCIAL: Secretário: Sílvia Iolanda Silvério Antônio Moreira de Souza Maria Beatriz Freire SECRETARIA DE OBRAS: Secretário: Hugo Ribeiro Rocha Melo Dulce Anete Duarte da Costa Elson Luís Almeida Camargos SECRETARIA DE EDUCAÇÃO: Secretária: Íris Martinha Salomão Ana Maria Renata Salomão Campos Renata Maria Silva FUNDAÇÃO IBI SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE: Secretário: Sanuel Elson T. Lopes Iara Olenca Ricardo Rocha Pedro Dionísio SECRETARIA DE SAÚDE: SecretárioLuís Felipe de Almeida Caran Dancísio de Campos Ronaldo Lopes Camdeias Márcia Batista Costa Andréia Fernandes de Oliveira SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO: Secretário: Fábio Martins Costa Luís César da Silva Rocha Adriano José Nunes Roseli Viana SECRETARIA DE CULTURA: Secretário: Rodrigo C. Issa Fernandino Rômulo Satiro Júnior Carla daniele Fagundes SECRETARIA DE PLANEJAMENTO: Secretário: Gilberto Monteiro Sales Carla Júnia Fonseca Meiriene Diniz Santos Cleuza Maria Pereira SECRETARIA DER FAZENDA: Secretário: José Nascimento Bicalho Filho José Magno Castilho Maria Célia Viana Luís Cláudio Soares Viana